Artigo do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, na Folha de S.Paulo de 22/07/2012, na seção Tendências/Debates
A Inconfidência Mineira legou aos brasileiros um dos mais vigorosos pilares na formação da nacionalidade. Seus líderes tornaram-se ícones da luta pela liberdade e pela independência. Dessa maneira, é muito apropriado buscar inspiração em 1789 para o movimento Justiça Ainda que Tardia, que lançamos recentemente e cujo nome homenageia a bandeira dos inconfidentes.
Nosso combate de hoje busca maior compensação financeira pela exploração de recursos minerais.
Há, atualmente, uma grande disparidade entre os royalties do petróleo e do minério, o que prejudica Estados como Minas Gerais e Pará, com atividade mineradora intensa.
Enquanto, em 2011, os royalties e participações especiais referentes ao petróleo alcançaram a soma de R$ 25,8 bilhões, o valor arrecadado com a Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) foi de apenas R$ 1,54 bilhão.
Queremos mudanças na legislação brasileira que define os royalties sobre as atividades de mineração. Não se justifica a disparidade existente entre a CFEM e os royalties do petróleo. Por mais que se rejeite a comparação, não há como negar tão grande distorção.
No caso do minério de ferro, principal produto da pauta das exportações brasileiras, nossa proposta é que o percentual da CFEM seja, em média, de 4% sobre o faturamento bruto das empresas mineradoras.
Em 2011, verificamos que enquanto a CFEM destinou aos cofres de Minas Gerais cerca de R$ 181,4 milhões, o Rio de Janeiro foi destinatário do significativo montante de R$ 6,9 bilhões relativo aos royalties e à participação especial (valor 38 vezes maior do que Minas).
Essa gritante distorção se repete em relação aos municípios. Enquanto todos os municípios mineiros produtores de minério receberam R$ 512 milhões, os municípios fluminenses produtores de petróleo receberam R$ 3,7 bilhões (sete vezes mais).
As atividades de exploração de petróleo e de minérios, produtos primários não renováveis, têm, ambas, alto impacto ambiental. Entretanto, são tratadas de forma muito desigual. Enquanto os royalties do petróleo chegam a até 10% do faturamento bruto, no caso dos minérios são de, no máximo, 3% do faturamento líquido (faturamento bruto menos despesas).
A arrecadação estatal em relação ao minério de ferro teve uma redução expressiva nas últimas décadas. Em 1988, era de US$ 1,30 por tonelada explorada. Hoje, equivale a apenas a US$ 0,26 por tonelada de minério de ferro.
O aumento do valor dos royalties da mineração é necessário para financiar projetos de desenvolvimento sustentável de longo prazo, pois trata-se de uma riqueza finita -como dizia o ex-presidente Arthur Bernardes, o minério só dá uma safra.
Esta é uma discussão mundial. Muitos países têm proposto um aumento de alíquota que pode cheg
Perguntas e respostas sobre a educação em Minas Gerais
Minério,petróleo e os novos inconfidentes
1. TENDÊNCIAS / DEBATES
OS artigos publicados com assinatura nlo traduzem a opinião do jornal Sua publicao;:lIo obedece ao propósito de estimular
o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de rdletir as diversas tendências do pelSilmento contemporâneo
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Minério, petróleo e os novos inconfidentes
ANTONIO ANASTASIA
A Inconfidência Mineira legou
aos brasileiros um dos mais vigoro
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lidade. Seus líderes tomaram-se íco
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dependência. Dessa maneira, é mui
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1789 para o movimento Justiça Ain
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temente e cujo nome homenageia a
bandeira dos inconfidentes.
Nosso combate de hoje busca
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Há, atualmente, uma grande dis
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tados como Minas Gerais e Pará,
com atividade mineradora intensa.
Enquanto, em 2011, os royalties e
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petróleo alcançaram a soma de R$
25,8 bilhões,o valor arrecadado com
a Contribuição Financeira pela Ex
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(CFEM) foi de apenas R$1,54 bilhão,
Queremos mudanças na legisla
ção brasileira que define os royal
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ção. Não se justifica a disparidade
existente entre a CFEM e os royal
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jeite a comparação, não há como
negar tão grande distorção.
No caso do minério de ferro,prin
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é que o percentual da CFEM seja,
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Em2011, verificamos que enquan
to a CFEM destinou aos cofres de
Minas Gerais cerca de R$181,4 mi
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R$6,9 bilhões relativo aos royalties Muitos países têm proposto um au
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R$ 3,7 bilhões (sete vezes mais). ção expressiva nas últimas décadas. Na lndia, a alíquota está em 10%.
As atividades de exploração de Em 1988, era de US$ 1,30 por tone· O debate nacional sobre os royal
petróleo e de minérios, produtos lada explorada. Hoje, equivale a ties dos minérios não pode mais ser
primários não renováveis, têm, am apenas a US$0,26 por tonelada de postergado. O clamor de Tiraden
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