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                     restauração da BR-101, no trecho Sergipe-
                     Rio Grande do Norte




                     PALÁCIO DO PLANALTO, BRASÍLIA. DF, 15 DE AGOSTO DE 2001




Senhor Ministro Eliseu Padilha; Senhores Governadores de Sergipe e da
Paraíba; Senhores Senadores e Deputados; Senhores altos funcionários,
empresários,

Todas as vezes que tenho que falar depois do Ministro Eliseu Padilha
sinto-me feliz porque não tenho mais o que acrescentar. É o melhor
porta-voz do que está sendo feito na área de transportes e em muitas
outras áreas mais que o Governo tem.
   Quero apenas reafirmar as palavras do Ministro e me rejubilar
com o Nordeste por essa possibilidade dessa importante estrada e,
muito especialmente, com o meu amigo Albano Franco, que conse-
guiu, finalmente, o que sempre quis: Sergipe está no Avança Brasil. E
conseguiu graças ao empenho dele, que é constante. Ele disse que tem
a fama de ser meu amigo e, por isso, não levar nada para o estado
dele. Os fatos estão demonstrando que amigo ele é, mas também que,
de vez em quando, leva alguma coisa boa para o estado dele, porque
Sergipe merece.
218     P R E S I D E N T E F E R N A N D O HENRIQUE CARDOSO



         Gostei de ver o Ministro Padilha dizer que, em primeiro lugar,
      atendia ao pleito pelo povo de Sergipe. É verdade. O povo merece,
      como merece todo esse povo nordestino.
         Acredito que quanto mais depressa tenhamos a capacidade de im-
      plementar o que hoje é firmado aqui, melhor. Melhor porque, efeti-
      vamente, quem conhece o Nordeste - nós, aqui, todos conhecemos e
      gostamos do Nordeste e temos raízes nordestinas, muitos de nós -
      sabe que não apenas as estradas, sobretudo essa estrada litorânea,
      facilitam a integração do Nordeste, mas, principalmente, são a grande
      alavanca que temos para somar às outras aí existentes, como o turismo.
         E o turismo, que em outra época podia ser pensado como, sim-
      plesmente, lazer, hoje é considerado uma das principais atividades
      económicas do mundo. Temos caminhado nessa direção. Ainda re-
      centemente, o Ministro Carlos Melles esteve comigo e perguntei
      quantos turistas estrangeiros o Brasil recebeu. Recebemos entre 465
      milhões de turistas estrangeiros no ano passado. E muito facilmente,
      segundo ele me mostrou, com algumas medidas na área da aviação, é
      verdade, nós podemos acrescentar mais i milhão de turistas este ano.
      Isso vai dar uma renda bastante razoável, porque o turista estrangei-
      ro deixa recursos aqui.
         Mas o mais impressionante não é o turismo estrangeiro, até por-
      que o Brasil, de alguma maneira, é excêntrico, está fora dos grandes
      centros de fluxo de turismo no mundo, embora seja possível ampliar
      também esse fluxo. O mais impressionante é o turismo doméstico.
      No ano passado, foram cinquenta e poucos milhões de pessoas que se
      deslocaram dentro do Brasil - 53, 54, cinquenta e poucos milhões de
      brasileiros que se deslocaram internamente. Isso mostra a força imen-
      sa que tem o turismo, não apenas no significado imediato, óbvio, que
      é o financeiro, o económico, mas também na força integradora, por-
      que passamos a nos conhecer melhor uns aos outros. Isso vale para o
      turismo estrangeiro, mas também vale para o turismo doméstico, que
      tem uma força imensa.
         E para que o Nordeste possa se manter à frente dessa verdadeira
      revolução de turismo, é preciso que haja não só estradas e hotéis,
PALAVRA DO P R E S I D E N T E • 2 e SEMESTRE • 2001         219



como incremento na saúde, na educação, no saneamento. Quer di-
zer, é preciso que se melhore a qualidade de vida do povo nordesti-
no, de tal maneira que isso propicie um turismo mais vantajoso,
porque o turista não gosta de ser recebido em uma região que não
disponha dos meios essenciais para uma vida decente.
    É por isso que, simultaneamente com esse enorme esforço que me
escuso em não repelir, que o Ministro Padilha já mostrou aqui, de inves-
timento em certas áreas de infra-estrutura, temos concentrado nosso
investimento também na infra-estrutura social, que, no fundo, vai ser
aquilo que, efetivamente, conquistará para o Brasil uma posição mais
compatível com as nossas aspirações de sermos um grande país.
    Nessa área, os esforços feitos têm sido bastante grandes. Neste mo-
mento, uma pessoa que vá ao interior de qualquer estado do Nor-
deste vai ver que lá já existe algum programa social: seja o agente
comunitário de saúde; seja o médico de família; seja a bolsa-escola;
seja, agora, o mais novo, que estamos lançando agora, que é para as
crianças que não estão ainda na escola e têm uma bolsa específica
para aumentar as suas possibilidades de nutrição; enfim, seja o pro-
grama chamado Peti, que vai variando de nome de estado para esta-
do, que é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. De algu-
ma forma, as populações mais carentes começam a ser atendidas.
    Eu dizia, mesmo antes de ser até mesmo senador, como sociólogo,
que nós, no Brasil, tínhamos um Estado do mal-estar social, quando,
na época, se falava muito, na Europa, do Estado do bem-estar social.
Depois, houve a crise do Estado do bem-estar social. O esforço de
liberalização das economias e de restrição à ação dos Estados na Eu-
ropa nunca foi total, porque aquele continente sempre manteve um
esforço de bem-estar social. Aqui, estávamos, o tempo todo, com o
Estado do mal-estar social, que não era capaz de atender minima-
mente ao bem-estar.
    Pois bem, folgo dizer que iniciamos uma transformação desse Es-
tado, no sentido de que ele possa vir a ser, efetivamente, um Estado
de bem-estar social para aqueles que precisam das redes de proteção
do Estado.
220     P R E S I D E N T E F E R N A N D O H E N R I Q U E CARDOSO



          É por isso que a Bolsa-Escola é um Programa que atinge cerca de
      30% de todas as crianças que estão nas escolas, que são as mais po-
      bres. Todas as famílias cuja renda média per capita seja menor que
      meio salário mínimo vão receber uma pequena ajuda do Governo
      Federal através dos cadastramentos feitos pelos municípios. Isso vai
      atingir, realmente, os mais pobres.
          Então, simultaneamente, estradas, as mais modernas. O Ministro
      acabou de descrever e eu nem ouso repetir as tecnologias aqui descri-
      tas, na minha ignorância sociológica. Mas, além desses avanços tec-
      nológicos mais modernos, temos que ter, como estamos tendo, aten-
      ção para as questões mais elementares para melhorar as condições de
      vida das populações mais pobres.
          E é da conjugação desses esforços, da modernização, do impulso
      de atividades que são geradoras de renda e de emprego, juntamente
      com as atividades que elevam o bem-estar da população e educam
      essa população, que nós podemos construir, efetivamente, um país
      melhor e mais próspero.
          Apraz-me também dizer que, para facilitar a comunicação en-
      tre os brasileiros e mesmo dos brasileiros com os estrangeiros, o
      esforço feito na área de infra-estrutura de aeroportos é, simples-
      mente, extraordinário.
          Não me recordo, de memória, de todos os aeroportos aos quais
      estive presente no momento da inauguração das suas remodelações
      ou novas sedes, mas são muitos. Começa por Brasília, passa pelo Rio
      de Janeiro, pelo Paraná, pelo Pará, pelo Acre, por aí afora.
          Ainda agora, vamos inaugurar um novo aeroporto, feito pelo
      Governo Federal, lá no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Haverá
      outro em Palmas, aqui, no coração do Brasil. E muitos outros mais,
      que nós estamos fazendo, de tal maneira que houve uma remodela-
      ção muito grande do nosso sistema aeroportuário.
          Talvez nem todos os brasileiros saibam, mas, depois dos Estados Unidos,
      o Brasil é o país que dispõe da maior rede de aeroportos do mundo, bem
      como, talvez, do maior número de aviões e helicópteros do mundo da avia-
      ção civil. Por causa da vastidão do nosso território, precisamos ter uma
PALAVRA DO P R E S I D E N T E • 2 2 SEMESTRE • 2001          221


integração feita basicamente através de estradas e de aeroportos. E esta-
mos dando um impulso grande nesses aeroportos.
   O Ministro Padilha mencionou e, também, me permito não ter de
repetir os esforços na área ferroviária e na área dos portos, inclusive
portos do Nordeste. Fizemos algum avanço no porto de Cabedelo.
Sergipe, o Governador Albano Franco conseguiu que alguma em-
presa estatal ajudasse, e isso foi feito. Da mesma maneira como esta-
mos terminando o porto de Suape, lá em Pernambuco, onde já o
avanço é visível, O porto de Pecém. Para mencionar apenas alguns
portos mais significativos e não os únicos. O próprio porto da cidade
de Recife foi melhorado. E estamos fazendo um esforço grande na
transformação desses portos.
   Tudo isso é razão adicional para eu reforçar o pedido feito pelo
Ministro Padilha. O Deputado Eliseu Resende, que foi tão decisivo na
elaboração das novas regras que dão infra-estrutura no Brasil em
vários setores, também está sendo na questão das estradas.
   Agora, o Congresso Nacional está discutindo uma medida que é
muito importante, que é uma Proposta de Emenda Constitucional
para mexer no chamado PEP, não é isso? PPA, que é a forma pela
qual nós cobramos o tributo de combustíveis. Nós vamos liberalizar
os combustíveis a partir do ano que vem, e só podemos fazê-lo se nós
modificarmos o tipo de tributação aí existente.
    E nós aproveitamos esse ensejo para assegurar recursos ao setor de
infra-estrutura. Sei, porque fui Ministro da Fazenda, das restrições que
existem à questão de vinculações de recursos. É compreensível que,
olhando-se o problema de um ângulo mais amplo, quando se coloca na
Constituição uma restrição, uma vinculação, ela é supostamente perene.
Digo supostamente porque nós mudamos muito a Constituição. E, por
isso, é possível até fazer a vinculação. Porque "será infinito enquanto
durar", como diz o poeta. Sobre o amor, dizia o poeta. Eu diria sobre a
vinculação.
    Na verdade, o amor é bom que dure muito. A vinculação, não é
conveniente que dure tanto, porque o bom mesmo é que se resolvam os
problemas e que não seja necessário manter o vínculo. Mas, enquanto
222     P R E S I D E N T E F E R N A N D O H E N R I Q U E CARDOSO



      não existem os recursos de outra forma, e havendo essa oportunida-
      de, é bastante razoável que o Congresso Nacional, pois, destine re-
      curso específico para a infra-estrutura.
          Acho que se o Congresso aprovar - é questão de semanas - essa
      modificação vamos dar um impulso muito grande, efetivamente, à
      manutenção e à expansão não só das rodovias como do nosso siste-
      ma ferroviário, do nosso sistema de portos, enfim, da nossa infra-
      estrutura de transportes. Acho que é uma oportunidade que o Con-
      gresso Nacional não deve perder.
          E embora o Ministro tenha imaginado que facilitaria a aprovação
      ele dizer que vai embora o ano que vem - disse ele, não disse eu -,
      embora ele tenha dito isso, não é necessário, porque o recurso será
      destinado, qualquer que venha a ser o Ministro e qualquer que seja,
      como é, no caso, o Ministro Padilha, pensando no Brasil, não é pen-
      sando em partido, não é pensando em região. É pensando no Brasil.
          Nós já ultrapassamos o momento em que o sectarismo e o bairris-
      mo definiam, de uma maneira decisiva, a destinação de recursos.
      Hoje, temos programas, temos projetos, temos o Plano Plurianual.
      Tudo isso passa pelo Congresso. Cada projeto, no Orçamento, está
      vinculado ao Plano Plurianual, cada um tem um gerente. Tudo isso
      está on-line. Você pode ir ao meu gabinete, pode apertar um botãozi-
      nho e saber o que está acontecendo, se estão indo mais recursos para
      cá ou para lá. Há mecanismos de controle. Há Deputados de oposi-
      ção que se especializam em ler mal as informações do Siafi e passar
      para a imprensa. Até isso nós temos para mostrar o quanto existe,
      aqui, de mecanismos de controle. De tal maneira que esses recursos
      vão ser destinados para o bem do Brasil.
          Certamente, enquanto o Ministro Padilha lá estiver, com mais forte
      razão eu digo isso: serão destinados para o bem do Brasil, porque tenho
      visto o modo como ele tem trabalhado, esses anos todos, com absoluta
      dedicação aos problemas do país e tentando resolver questões sem ter,
      em nenhum momento, o espírito partidário ou o espírito regional. Não
      sei se o Rio Grande do Sul não foi mais aquinhoado que os outros. Mas,
      se foi, é porque estava atrasado, não foi por outras razões.
PALAVRA DO P R E S I D E N T E • 2- S E M E S T R E • 2001     223


   Enfim, eu queria terminar felicitando o Nordeste, agradecendo a
presença tão expressiva de Governadores e de Parlamentares, e di-
zendo que nós, neste momento em que estamos às voltas com mil
dificuldades, estamos vencendo. Estamos vencendo a crise energética,
estamos assegurando condições de melhor reação do Brasil à crise
externa financeira. Estamos retomando as votações com tranquilida-
de no Congresso Nacional, porque é nesses momentos que precisa-
mos de mais crença, de mais vontade de trabalhar, mais confiança
em nós próprios e no futuro.
   E já está chegando o momento, depois desse abalo, desses últimos
meses, de começar a divisar o horizonte e voltar a recuperar a ener-
gia necessária para o Brasil voltar a crescer. E o Brasil só cresce - e só
cresce de uma maneira firme - se nós tivermos capacidade de inovar,
de mudar, de continuar transformando.
   Nós temos sempre que fazer reformas. Reforma não é um momento
da vida. No mundo de hoje, reforma é um estado, é um processo, é um
ato permanente, é um aperfeiçoamento permanente. E nós, no Brasil,
ainda temos muitos setores que são arcaicos, que estão enrijecidos, que
são como veias que estão sofrendo um processo de arteriosclerose, es-
tão sendo paralisados. Temos que romper esses obstáculos.
    E, na hora que se vai romper um obstáculo, precisa-se ter energia,
precisa-se de uma intervenção com bisturi. É preciso brigar, é preciso
lutar. Mas nós temos que continuar mudando o Brasil, continuar
renovando o Brasil. Não é aceitar o que já fizemos e, muito menos,
olhar para trás e querer que se desfaça o bem que já foi feito. Não!
    É que o bem que foi feito não é suficiente para o bem imenso que
nós todos temos para com o nosso país, para tudo o que nós quere-
mos, que é muito mais. E, para fazer muito mais, temos que reformar
mais, ter coragem, enfrentar, não abaixar a cabeça, nem diante dos lá
de fora, nem diante do atraso aqui dentro, e continuar avançando.
    É com esse espírito que o Nordeste vai seguir adiante. Hoje, o
Nordeste é motivo de afirmação nacional, é motivo, realmente, de
orgulho. Até mesmo essa seca que lá está, mais uma vez flagelando o
nosso povo nordestino. Hoje, temos condições melhores de enfren-
224     P R E S I D E N T E F E R N A N D O H E N R I Q U E CARDOSO



      tar a seca do que já tivemos em outros momentos. E não estamos
      enfrentando a seca com as choramingas do passado da questão da
      indústria da seca, do flagelo. Não. Estamos enfrentando com progra-
      mas que são cada vez mais permanentes, porque vamos ter que con-
      viver com a seca. E, ao lado da seca, o Nordeste tem uma terra que é
      muito promissora. Basta ver o que aconteceu: o milagre do São
      Francisco, o milagre de Petrolina, o milagre de Juazeiro, para não
      falar dos milagres do Rio Grande do Norte, dó Ceará. Enfim, para
      cada um que olho, eu digo o estado. Ia esquecendo do Senador Teo-
      tônio Vilela, de Alagoas, que é um milagre fantástico. Enfim, mas
      todos os estados estão, realmente, com uma capacidade de avançar, a
      despeito de tudo.
         O Brasil está avançando, a despeito de tudo. O Nordeste, também.
      E, agora, com essa estrada, vai avançar numa maior velocidade, com
      mais segurança e vendo uma paisagem que, meu Deus, me dá uma
      inveja - eu, que não nasci por lá.
         Muito obrigado.

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Discurso na cerimônia de assinatura de editais de licitação para a duplicação e a restauração da br 101 ministro eliseu padilha

  • 1. Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação – Geral de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca
  • 2. Discurso na cerimónia de assinatura de 25 editais de licitação para a duplicação e a restauração da BR-101, no trecho Sergipe- Rio Grande do Norte PALÁCIO DO PLANALTO, BRASÍLIA. DF, 15 DE AGOSTO DE 2001 Senhor Ministro Eliseu Padilha; Senhores Governadores de Sergipe e da Paraíba; Senhores Senadores e Deputados; Senhores altos funcionários, empresários, Todas as vezes que tenho que falar depois do Ministro Eliseu Padilha sinto-me feliz porque não tenho mais o que acrescentar. É o melhor porta-voz do que está sendo feito na área de transportes e em muitas outras áreas mais que o Governo tem. Quero apenas reafirmar as palavras do Ministro e me rejubilar com o Nordeste por essa possibilidade dessa importante estrada e, muito especialmente, com o meu amigo Albano Franco, que conse- guiu, finalmente, o que sempre quis: Sergipe está no Avança Brasil. E conseguiu graças ao empenho dele, que é constante. Ele disse que tem a fama de ser meu amigo e, por isso, não levar nada para o estado dele. Os fatos estão demonstrando que amigo ele é, mas também que, de vez em quando, leva alguma coisa boa para o estado dele, porque Sergipe merece.
  • 3. 218 P R E S I D E N T E F E R N A N D O HENRIQUE CARDOSO Gostei de ver o Ministro Padilha dizer que, em primeiro lugar, atendia ao pleito pelo povo de Sergipe. É verdade. O povo merece, como merece todo esse povo nordestino. Acredito que quanto mais depressa tenhamos a capacidade de im- plementar o que hoje é firmado aqui, melhor. Melhor porque, efeti- vamente, quem conhece o Nordeste - nós, aqui, todos conhecemos e gostamos do Nordeste e temos raízes nordestinas, muitos de nós - sabe que não apenas as estradas, sobretudo essa estrada litorânea, facilitam a integração do Nordeste, mas, principalmente, são a grande alavanca que temos para somar às outras aí existentes, como o turismo. E o turismo, que em outra época podia ser pensado como, sim- plesmente, lazer, hoje é considerado uma das principais atividades económicas do mundo. Temos caminhado nessa direção. Ainda re- centemente, o Ministro Carlos Melles esteve comigo e perguntei quantos turistas estrangeiros o Brasil recebeu. Recebemos entre 465 milhões de turistas estrangeiros no ano passado. E muito facilmente, segundo ele me mostrou, com algumas medidas na área da aviação, é verdade, nós podemos acrescentar mais i milhão de turistas este ano. Isso vai dar uma renda bastante razoável, porque o turista estrangei- ro deixa recursos aqui. Mas o mais impressionante não é o turismo estrangeiro, até por- que o Brasil, de alguma maneira, é excêntrico, está fora dos grandes centros de fluxo de turismo no mundo, embora seja possível ampliar também esse fluxo. O mais impressionante é o turismo doméstico. No ano passado, foram cinquenta e poucos milhões de pessoas que se deslocaram dentro do Brasil - 53, 54, cinquenta e poucos milhões de brasileiros que se deslocaram internamente. Isso mostra a força imen- sa que tem o turismo, não apenas no significado imediato, óbvio, que é o financeiro, o económico, mas também na força integradora, por- que passamos a nos conhecer melhor uns aos outros. Isso vale para o turismo estrangeiro, mas também vale para o turismo doméstico, que tem uma força imensa. E para que o Nordeste possa se manter à frente dessa verdadeira revolução de turismo, é preciso que haja não só estradas e hotéis,
  • 4. PALAVRA DO P R E S I D E N T E • 2 e SEMESTRE • 2001 219 como incremento na saúde, na educação, no saneamento. Quer di- zer, é preciso que se melhore a qualidade de vida do povo nordesti- no, de tal maneira que isso propicie um turismo mais vantajoso, porque o turista não gosta de ser recebido em uma região que não disponha dos meios essenciais para uma vida decente. É por isso que, simultaneamente com esse enorme esforço que me escuso em não repelir, que o Ministro Padilha já mostrou aqui, de inves- timento em certas áreas de infra-estrutura, temos concentrado nosso investimento também na infra-estrutura social, que, no fundo, vai ser aquilo que, efetivamente, conquistará para o Brasil uma posição mais compatível com as nossas aspirações de sermos um grande país. Nessa área, os esforços feitos têm sido bastante grandes. Neste mo- mento, uma pessoa que vá ao interior de qualquer estado do Nor- deste vai ver que lá já existe algum programa social: seja o agente comunitário de saúde; seja o médico de família; seja a bolsa-escola; seja, agora, o mais novo, que estamos lançando agora, que é para as crianças que não estão ainda na escola e têm uma bolsa específica para aumentar as suas possibilidades de nutrição; enfim, seja o pro- grama chamado Peti, que vai variando de nome de estado para esta- do, que é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. De algu- ma forma, as populações mais carentes começam a ser atendidas. Eu dizia, mesmo antes de ser até mesmo senador, como sociólogo, que nós, no Brasil, tínhamos um Estado do mal-estar social, quando, na época, se falava muito, na Europa, do Estado do bem-estar social. Depois, houve a crise do Estado do bem-estar social. O esforço de liberalização das economias e de restrição à ação dos Estados na Eu- ropa nunca foi total, porque aquele continente sempre manteve um esforço de bem-estar social. Aqui, estávamos, o tempo todo, com o Estado do mal-estar social, que não era capaz de atender minima- mente ao bem-estar. Pois bem, folgo dizer que iniciamos uma transformação desse Es- tado, no sentido de que ele possa vir a ser, efetivamente, um Estado de bem-estar social para aqueles que precisam das redes de proteção do Estado.
  • 5. 220 P R E S I D E N T E F E R N A N D O H E N R I Q U E CARDOSO É por isso que a Bolsa-Escola é um Programa que atinge cerca de 30% de todas as crianças que estão nas escolas, que são as mais po- bres. Todas as famílias cuja renda média per capita seja menor que meio salário mínimo vão receber uma pequena ajuda do Governo Federal através dos cadastramentos feitos pelos municípios. Isso vai atingir, realmente, os mais pobres. Então, simultaneamente, estradas, as mais modernas. O Ministro acabou de descrever e eu nem ouso repetir as tecnologias aqui descri- tas, na minha ignorância sociológica. Mas, além desses avanços tec- nológicos mais modernos, temos que ter, como estamos tendo, aten- ção para as questões mais elementares para melhorar as condições de vida das populações mais pobres. E é da conjugação desses esforços, da modernização, do impulso de atividades que são geradoras de renda e de emprego, juntamente com as atividades que elevam o bem-estar da população e educam essa população, que nós podemos construir, efetivamente, um país melhor e mais próspero. Apraz-me também dizer que, para facilitar a comunicação en- tre os brasileiros e mesmo dos brasileiros com os estrangeiros, o esforço feito na área de infra-estrutura de aeroportos é, simples- mente, extraordinário. Não me recordo, de memória, de todos os aeroportos aos quais estive presente no momento da inauguração das suas remodelações ou novas sedes, mas são muitos. Começa por Brasília, passa pelo Rio de Janeiro, pelo Paraná, pelo Pará, pelo Acre, por aí afora. Ainda agora, vamos inaugurar um novo aeroporto, feito pelo Governo Federal, lá no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Haverá outro em Palmas, aqui, no coração do Brasil. E muitos outros mais, que nós estamos fazendo, de tal maneira que houve uma remodela- ção muito grande do nosso sistema aeroportuário. Talvez nem todos os brasileiros saibam, mas, depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país que dispõe da maior rede de aeroportos do mundo, bem como, talvez, do maior número de aviões e helicópteros do mundo da avia- ção civil. Por causa da vastidão do nosso território, precisamos ter uma
  • 6. PALAVRA DO P R E S I D E N T E • 2 2 SEMESTRE • 2001 221 integração feita basicamente através de estradas e de aeroportos. E esta- mos dando um impulso grande nesses aeroportos. O Ministro Padilha mencionou e, também, me permito não ter de repetir os esforços na área ferroviária e na área dos portos, inclusive portos do Nordeste. Fizemos algum avanço no porto de Cabedelo. Sergipe, o Governador Albano Franco conseguiu que alguma em- presa estatal ajudasse, e isso foi feito. Da mesma maneira como esta- mos terminando o porto de Suape, lá em Pernambuco, onde já o avanço é visível, O porto de Pecém. Para mencionar apenas alguns portos mais significativos e não os únicos. O próprio porto da cidade de Recife foi melhorado. E estamos fazendo um esforço grande na transformação desses portos. Tudo isso é razão adicional para eu reforçar o pedido feito pelo Ministro Padilha. O Deputado Eliseu Resende, que foi tão decisivo na elaboração das novas regras que dão infra-estrutura no Brasil em vários setores, também está sendo na questão das estradas. Agora, o Congresso Nacional está discutindo uma medida que é muito importante, que é uma Proposta de Emenda Constitucional para mexer no chamado PEP, não é isso? PPA, que é a forma pela qual nós cobramos o tributo de combustíveis. Nós vamos liberalizar os combustíveis a partir do ano que vem, e só podemos fazê-lo se nós modificarmos o tipo de tributação aí existente. E nós aproveitamos esse ensejo para assegurar recursos ao setor de infra-estrutura. Sei, porque fui Ministro da Fazenda, das restrições que existem à questão de vinculações de recursos. É compreensível que, olhando-se o problema de um ângulo mais amplo, quando se coloca na Constituição uma restrição, uma vinculação, ela é supostamente perene. Digo supostamente porque nós mudamos muito a Constituição. E, por isso, é possível até fazer a vinculação. Porque "será infinito enquanto durar", como diz o poeta. Sobre o amor, dizia o poeta. Eu diria sobre a vinculação. Na verdade, o amor é bom que dure muito. A vinculação, não é conveniente que dure tanto, porque o bom mesmo é que se resolvam os problemas e que não seja necessário manter o vínculo. Mas, enquanto
  • 7. 222 P R E S I D E N T E F E R N A N D O H E N R I Q U E CARDOSO não existem os recursos de outra forma, e havendo essa oportunida- de, é bastante razoável que o Congresso Nacional, pois, destine re- curso específico para a infra-estrutura. Acho que se o Congresso aprovar - é questão de semanas - essa modificação vamos dar um impulso muito grande, efetivamente, à manutenção e à expansão não só das rodovias como do nosso siste- ma ferroviário, do nosso sistema de portos, enfim, da nossa infra- estrutura de transportes. Acho que é uma oportunidade que o Con- gresso Nacional não deve perder. E embora o Ministro tenha imaginado que facilitaria a aprovação ele dizer que vai embora o ano que vem - disse ele, não disse eu -, embora ele tenha dito isso, não é necessário, porque o recurso será destinado, qualquer que venha a ser o Ministro e qualquer que seja, como é, no caso, o Ministro Padilha, pensando no Brasil, não é pen- sando em partido, não é pensando em região. É pensando no Brasil. Nós já ultrapassamos o momento em que o sectarismo e o bairris- mo definiam, de uma maneira decisiva, a destinação de recursos. Hoje, temos programas, temos projetos, temos o Plano Plurianual. Tudo isso passa pelo Congresso. Cada projeto, no Orçamento, está vinculado ao Plano Plurianual, cada um tem um gerente. Tudo isso está on-line. Você pode ir ao meu gabinete, pode apertar um botãozi- nho e saber o que está acontecendo, se estão indo mais recursos para cá ou para lá. Há mecanismos de controle. Há Deputados de oposi- ção que se especializam em ler mal as informações do Siafi e passar para a imprensa. Até isso nós temos para mostrar o quanto existe, aqui, de mecanismos de controle. De tal maneira que esses recursos vão ser destinados para o bem do Brasil. Certamente, enquanto o Ministro Padilha lá estiver, com mais forte razão eu digo isso: serão destinados para o bem do Brasil, porque tenho visto o modo como ele tem trabalhado, esses anos todos, com absoluta dedicação aos problemas do país e tentando resolver questões sem ter, em nenhum momento, o espírito partidário ou o espírito regional. Não sei se o Rio Grande do Sul não foi mais aquinhoado que os outros. Mas, se foi, é porque estava atrasado, não foi por outras razões.
  • 8. PALAVRA DO P R E S I D E N T E • 2- S E M E S T R E • 2001 223 Enfim, eu queria terminar felicitando o Nordeste, agradecendo a presença tão expressiva de Governadores e de Parlamentares, e di- zendo que nós, neste momento em que estamos às voltas com mil dificuldades, estamos vencendo. Estamos vencendo a crise energética, estamos assegurando condições de melhor reação do Brasil à crise externa financeira. Estamos retomando as votações com tranquilida- de no Congresso Nacional, porque é nesses momentos que precisa- mos de mais crença, de mais vontade de trabalhar, mais confiança em nós próprios e no futuro. E já está chegando o momento, depois desse abalo, desses últimos meses, de começar a divisar o horizonte e voltar a recuperar a ener- gia necessária para o Brasil voltar a crescer. E o Brasil só cresce - e só cresce de uma maneira firme - se nós tivermos capacidade de inovar, de mudar, de continuar transformando. Nós temos sempre que fazer reformas. Reforma não é um momento da vida. No mundo de hoje, reforma é um estado, é um processo, é um ato permanente, é um aperfeiçoamento permanente. E nós, no Brasil, ainda temos muitos setores que são arcaicos, que estão enrijecidos, que são como veias que estão sofrendo um processo de arteriosclerose, es- tão sendo paralisados. Temos que romper esses obstáculos. E, na hora que se vai romper um obstáculo, precisa-se ter energia, precisa-se de uma intervenção com bisturi. É preciso brigar, é preciso lutar. Mas nós temos que continuar mudando o Brasil, continuar renovando o Brasil. Não é aceitar o que já fizemos e, muito menos, olhar para trás e querer que se desfaça o bem que já foi feito. Não! É que o bem que foi feito não é suficiente para o bem imenso que nós todos temos para com o nosso país, para tudo o que nós quere- mos, que é muito mais. E, para fazer muito mais, temos que reformar mais, ter coragem, enfrentar, não abaixar a cabeça, nem diante dos lá de fora, nem diante do atraso aqui dentro, e continuar avançando. É com esse espírito que o Nordeste vai seguir adiante. Hoje, o Nordeste é motivo de afirmação nacional, é motivo, realmente, de orgulho. Até mesmo essa seca que lá está, mais uma vez flagelando o nosso povo nordestino. Hoje, temos condições melhores de enfren-
  • 9. 224 P R E S I D E N T E F E R N A N D O H E N R I Q U E CARDOSO tar a seca do que já tivemos em outros momentos. E não estamos enfrentando a seca com as choramingas do passado da questão da indústria da seca, do flagelo. Não. Estamos enfrentando com progra- mas que são cada vez mais permanentes, porque vamos ter que con- viver com a seca. E, ao lado da seca, o Nordeste tem uma terra que é muito promissora. Basta ver o que aconteceu: o milagre do São Francisco, o milagre de Petrolina, o milagre de Juazeiro, para não falar dos milagres do Rio Grande do Norte, dó Ceará. Enfim, para cada um que olho, eu digo o estado. Ia esquecendo do Senador Teo- tônio Vilela, de Alagoas, que é um milagre fantástico. Enfim, mas todos os estados estão, realmente, com uma capacidade de avançar, a despeito de tudo. O Brasil está avançando, a despeito de tudo. O Nordeste, também. E, agora, com essa estrada, vai avançar numa maior velocidade, com mais segurança e vendo uma paisagem que, meu Deus, me dá uma inveja - eu, que não nasci por lá. Muito obrigado.