2. O “cone” da memória (Bergson): Matéria: o que se vê (consciente) versus Memória: lembrança do passado (inconsciente). “ Na realidade, não há percepção que não esteja impregnada de lembranças”. (p. 46). Lembrar: vir de baixo, vir à tona o que estava submerso. Como? Por meio de signos que criamos a partir do real, do que nos é conhecido. “ A percepção concreta precisa valer-se do passado que de algum modo se conservou; a memória é essa reserva crescente a cada instante e que dispõe da totalidade da nossa experiência adquirida”. (p. 47).
3. A B P S A + S + B = Totalidade das lembranças acumuladas em minha memória; A + B = pertence ao passado, e, portanto, é imóvel; P = Percepção atual do universo; S = Meu presente, que aciona signos do passado Portanto: “ É do presente que se parte o chamado ao qual a lembrança responde”. (p. 48).
4. Memória-hábito: Repetição de gestos, exigências da socialização, em serviço da socialização (comer, segundo as regras de etiqueta; escrever; falar um língua; dirigir; costurar) = adestramento cultural; incorpora-se às práticas diárias. Imagem-lembrança: não está materializada, é a abstração, tem data certa e refere-se a uma situação. Ou seja: Ação iminente x espírito livre. (Ler p. 49). “ [...] a conservação total do passado [...] só seria possível no caso em que o adulto mantivesse intacto o sistema de representações, hábitos e relações sociais da sua infância. A menor alteração do ambiente atinge a qualidade íntima da memória”. (p. 55).
5. A reconstrução do passado (Halbwachs) “ A memória do indivíduo depende do seu relacionamento com a família, com a classe social, com a escola, com a igreja, com a profissão; enfim, com os grupos de convívio e os grupos de referência peculiares a esse indivíduo.” (p. 54) (Ler p. 55). 1) Lembrança enquanto sobrevivência do passado; 2) A memória é sempre re-configurada segundo os valores do presente (Ler p. 56). “ Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje as experiências do passado. A memória não é um sonho, é trabalho”. (p. 55). Ler! Memória-sonho = advém dos signos do passado; Memória-trabalho = depende dos valores do presente. (Ler p. 57-59).