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A Carga Elétrica, Eletrização e Processos de Eletrização
Desde alguns séculos antes de Cristo investigadores da natureza se preocupavam em descobrir como a matéria se
organizava. Esses pensadores da época tinham o seguinte pensamento: “Podemos quebrar uma rocha em pedaços, e esses
pedaços em cascalho fino, e ainda, o cascalho fino pode ser moído até virar areia fina, mas a areia pode ainda ser
transformada em pó até que chegaremos a um pedacinho minúsculo que não poderemos mais dividir”. Essa era a ideia que os
cientistas dessa época tinham acerca da organização da matéria, pois a palavra átomo quer dizer indivisível. Entretanto, existia
outra corrente de pensamento que discordava da ideia de átomos. Aristóteles, o mais conhecido dos filósofos dessa época,
acreditava que toda matéria é formada por diferentes combinações de quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Esse pensamento
foi visto com bons olhos por mais de 2000 anos, pois no mundo em que vivemos a matéria é vista em apenas quatro formas:
sólida (terra), líquida (água), gasosa (ar) e no estado de labareda (fogo).
Finalmente, por volta de 1925, foi elaborado o modelo orbital. Este modelo leva em consideração duas ideias
importantes sobre o comportamento da matéria: o caráter de onda eletromagnética que o elétron apresenta (a dualidade ondapartícula) e a impossibilidade de se conhecer simultaneamente a posição e a velocidade de um elétron (o princípio da incerteza
de Heisenberg). Neste modelo o conceito de órbita foi mudado para o conceito de orbital. O orbital é a região ao redor do
núcleo onde é mais provável se encontrar um elétron.
Utilizando o modelo atômico descrito podemos imaginar como os átomos interagem mantendo-se unidos na matéria.
Ocorrem interações entre os núcleos, entre os elétrons e entre os elétrons e os núcleos. A partir dessas interações, os átomos
permanecem unidos e formam as moléculas, que por sua vez se unem para formar a matéria em geral. Veremos a natureza das
interações entre elétrons, entre prótons e entre prótons e nêutrons nas próximas aulas.
Para entendermos a carga elétrica, a eletrização e seus processos, precisamos primeiramente entender o modelo atômico.
O modelo atômico é um conjunto de hipóteses sobre sua estrutura e comportamento que pretende explicar e prever as
propriedades da matéria.
Os átomos são constituídos por elétrons, prótons, nêutrons e muitas outras partículas, entretanto vamos nos ater aos dois
primeiros. Os prótons e os nêutrons ficam mais próximos uns dos outros e formam o núcleo. Já os elétrons ficam em
movimento constante na eletrosfera.
Convencionou-se que os elétrons têm carga de sinal negativo, e os prótons têm carga de sinal positivo, já os nêutrons
não possuem carga alguma. O valor das cargas dos elétrons e dos prótons é igual e diferem apenas no sinal.
Podemos nos perguntar o que faz com que os prótons e elétrons permaneçam unidos na matéria. Para responder isso
usamos o princípio fundamental da eletrostática:
“Cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinal opostos se atraem.”
A princípio é isso que faz com que os elétrons fiquem em movimento ao redor dos prótons.
Quando um átomo está neutro o número de prótons é igual ao de elétrons, quando está eletrizado positivamente o
número de prótons é maior que o de elétrons, e por fim, quando está eletrizado negativamente o número de elétrons é maior
que o de prótons. Dessa forma, um corpo eletrizado positivamente tem falta de elétrons, e um corpo eletrizado negativamente
tem excesso de elétrons. Isso porque os nêutrons são fixos no núcleo e não podem ser arrancados do átomo, mas os elétrons
sim podem sem arrancados ou colocados nos átomos.
Pensando em corpos que podem ser eletrizados, a eletrização pode ocorrer através de três processos: por atrito, por
contato e por indução.
A eletrização por atrito ocorre quando dois corpos são atritados (esfregados), nesse processo um corpo retira elétrons do
com e, com isso, um corpo fica eletrizado ou carregado positivamente (perdeu elétrons, falta de elétrons) e o outro fica
carregado negativamente (arrancou elétrons do outro corpo, fica com excesso de elétrons).
A eletrização por contato ocorre quando um corpo já eletrizado entra em contato com um corpo neutro. Caso o corpo
eletrizado esteja com excesso de elétrons, esse excesso será divido com o corpo neutro, de forma que ambos fiquem com a
mesma quantidade de carga. Mas se o corpo eletrizado estiver com falta de elétrons, o corpo neutro cede elétrons para o corpo
eletrizado, de forma que ambos fiquem com a mesma quantidade de carga. Portanto, no processo de eletrização por contato, o
corpo neutro será eletrizado com cargas do mesmo sinal que o corpo que já está eletrizado, e por fim ambos terão a mesma
quantidade de carga.
A eletrização por indução ocorre quando um corpo já eletrizado é aproximado de um corpo neutro, sem haver contato.
Devido à atração das cargas de sinais diferentes e repulsão das cargas de sinais iguais, há uma divisão das cargas no corpo
neutro. Caso o corpo eletrizado esteja com excesso de elétrons, essa carga em excesso irá repelir as cargas de mesmo sinal no
corpo neutro e atrair as cargas de sinal contrário, fazendo com que uma face do corpo que estava neutro fique eletrizada
positivamente e a outra face fique eletrizada negativamente. Quando o corpo eletrizado está com falta de elétrons ocorre o
contrário, a carga positiva em excesso irá atrair os elétrons do corpo neutro, fazendo com que uma face fique eletrizada com
carga negativa e a outra face fique eletrizada com carga positiva. A face próxima ao corpo eletrizado sempre terá carga de sinal
contrário. E por fim, caso o corpo eletrizado seja afastado do corpo neutro, suas cargas voltam aos seus lugares e o corpo volta
a ficar neutro em suas faces.
Perceba que o corpo neutro sempre permanece com a mesma quantidade de cargas positivas e negativas, o que acontece
é que as cargas negativas se movimentam dentro do corpo neutro, fazendo com que suas faces fiquem eletrizadas.

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  • 1. Material do Blog do Prof. Rafael prof-rafael-fisica.webnode.com A Carga Elétrica, Eletrização e Processos de Eletrização Desde alguns séculos antes de Cristo investigadores da natureza se preocupavam em descobrir como a matéria se organizava. Esses pensadores da época tinham o seguinte pensamento: “Podemos quebrar uma rocha em pedaços, e esses pedaços em cascalho fino, e ainda, o cascalho fino pode ser moído até virar areia fina, mas a areia pode ainda ser transformada em pó até que chegaremos a um pedacinho minúsculo que não poderemos mais dividir”. Essa era a ideia que os cientistas dessa época tinham acerca da organização da matéria, pois a palavra átomo quer dizer indivisível. Entretanto, existia outra corrente de pensamento que discordava da ideia de átomos. Aristóteles, o mais conhecido dos filósofos dessa época, acreditava que toda matéria é formada por diferentes combinações de quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Esse pensamento foi visto com bons olhos por mais de 2000 anos, pois no mundo em que vivemos a matéria é vista em apenas quatro formas: sólida (terra), líquida (água), gasosa (ar) e no estado de labareda (fogo). Finalmente, por volta de 1925, foi elaborado o modelo orbital. Este modelo leva em consideração duas ideias importantes sobre o comportamento da matéria: o caráter de onda eletromagnética que o elétron apresenta (a dualidade ondapartícula) e a impossibilidade de se conhecer simultaneamente a posição e a velocidade de um elétron (o princípio da incerteza de Heisenberg). Neste modelo o conceito de órbita foi mudado para o conceito de orbital. O orbital é a região ao redor do núcleo onde é mais provável se encontrar um elétron. Utilizando o modelo atômico descrito podemos imaginar como os átomos interagem mantendo-se unidos na matéria. Ocorrem interações entre os núcleos, entre os elétrons e entre os elétrons e os núcleos. A partir dessas interações, os átomos permanecem unidos e formam as moléculas, que por sua vez se unem para formar a matéria em geral. Veremos a natureza das interações entre elétrons, entre prótons e entre prótons e nêutrons nas próximas aulas. Para entendermos a carga elétrica, a eletrização e seus processos, precisamos primeiramente entender o modelo atômico. O modelo atômico é um conjunto de hipóteses sobre sua estrutura e comportamento que pretende explicar e prever as propriedades da matéria. Os átomos são constituídos por elétrons, prótons, nêutrons e muitas outras partículas, entretanto vamos nos ater aos dois primeiros. Os prótons e os nêutrons ficam mais próximos uns dos outros e formam o núcleo. Já os elétrons ficam em movimento constante na eletrosfera. Convencionou-se que os elétrons têm carga de sinal negativo, e os prótons têm carga de sinal positivo, já os nêutrons não possuem carga alguma. O valor das cargas dos elétrons e dos prótons é igual e diferem apenas no sinal. Podemos nos perguntar o que faz com que os prótons e elétrons permaneçam unidos na matéria. Para responder isso usamos o princípio fundamental da eletrostática: “Cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinal opostos se atraem.” A princípio é isso que faz com que os elétrons fiquem em movimento ao redor dos prótons. Quando um átomo está neutro o número de prótons é igual ao de elétrons, quando está eletrizado positivamente o número de prótons é maior que o de elétrons, e por fim, quando está eletrizado negativamente o número de elétrons é maior que o de prótons. Dessa forma, um corpo eletrizado positivamente tem falta de elétrons, e um corpo eletrizado negativamente tem excesso de elétrons. Isso porque os nêutrons são fixos no núcleo e não podem ser arrancados do átomo, mas os elétrons sim podem sem arrancados ou colocados nos átomos. Pensando em corpos que podem ser eletrizados, a eletrização pode ocorrer através de três processos: por atrito, por contato e por indução. A eletrização por atrito ocorre quando dois corpos são atritados (esfregados), nesse processo um corpo retira elétrons do com e, com isso, um corpo fica eletrizado ou carregado positivamente (perdeu elétrons, falta de elétrons) e o outro fica carregado negativamente (arrancou elétrons do outro corpo, fica com excesso de elétrons). A eletrização por contato ocorre quando um corpo já eletrizado entra em contato com um corpo neutro. Caso o corpo eletrizado esteja com excesso de elétrons, esse excesso será divido com o corpo neutro, de forma que ambos fiquem com a mesma quantidade de carga. Mas se o corpo eletrizado estiver com falta de elétrons, o corpo neutro cede elétrons para o corpo eletrizado, de forma que ambos fiquem com a mesma quantidade de carga. Portanto, no processo de eletrização por contato, o corpo neutro será eletrizado com cargas do mesmo sinal que o corpo que já está eletrizado, e por fim ambos terão a mesma quantidade de carga. A eletrização por indução ocorre quando um corpo já eletrizado é aproximado de um corpo neutro, sem haver contato. Devido à atração das cargas de sinais diferentes e repulsão das cargas de sinais iguais, há uma divisão das cargas no corpo neutro. Caso o corpo eletrizado esteja com excesso de elétrons, essa carga em excesso irá repelir as cargas de mesmo sinal no corpo neutro e atrair as cargas de sinal contrário, fazendo com que uma face do corpo que estava neutro fique eletrizada positivamente e a outra face fique eletrizada negativamente. Quando o corpo eletrizado está com falta de elétrons ocorre o contrário, a carga positiva em excesso irá atrair os elétrons do corpo neutro, fazendo com que uma face fique eletrizada com carga negativa e a outra face fique eletrizada com carga positiva. A face próxima ao corpo eletrizado sempre terá carga de sinal contrário. E por fim, caso o corpo eletrizado seja afastado do corpo neutro, suas cargas voltam aos seus lugares e o corpo volta a ficar neutro em suas faces. Perceba que o corpo neutro sempre permanece com a mesma quantidade de cargas positivas e negativas, o que acontece é que as cargas negativas se movimentam dentro do corpo neutro, fazendo com que suas faces fiquem eletrizadas.