O documento descreve como a empresa COSIPA foi a maior poluidora ambiental na área industrial de Cubatão, tendo sido multada repetidamente por não cumprir metas de despoluição. Historicamente contribuiu negativamente para o meio ambiente através de resíduos, poluentes e efluentes tóxicos. Apesar disso, investe em propaganda enganosa para melhorar sua imagem, em vez de realmente solucionar seus problemas ambientais.
Ano 501: a exploracao ambiental e a destruicao do Brasil continua
Mentiras da COSIPA sobre meio ambiente
1. MENTIRAS COSIPANAS
Entre todas as empresas instaladas na área industrial de Cubatão, a COSIPA foi, de
longe, aquela que mais degradou o ambiente, mais demitiu funcionários e onde, mais
acidentes de trabalho ocorreram. Informações obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente,
SEMA, e à CETESB, comprovam que a COSIPA ainda vêm sendo periodicamente multada
por não cumprir com as metas traçadas para saldar o seu passivo ambiental no programa de
despoluição da região de Cubatão, apesar de receber financiamento público do BNDES para
esse fim. Você aí, pequeno empresário, consegue dinheiro fácil do BNDES para seus
projetos, e você, aspirante a jovem empreendedor?
Historicamente é notória a contribuição negativa dada ao meio ambiente por esta
empresa através dos resíduos sólidos abandonados, dos poluentes lançados na atmosfera e
dos efluentes lançados ao mar, em especial o ultratóxico benzoapireno, substância
cancerígena detectada ainda recentemente pela CETESB nas águas do estuário (2004).
Bom, esta empresa, que desde sua privatização tem retrocedido nas questões da
saúde do trabalhador, vem, também, desrespeitando os contratos já assinados de
ajustamento ambiental, sendo por isso multada. E o que ela tem feito: paga suas multas e
continua poluindo o ambiente. Sai mais barato. Ora, o que faz então a COSIPA para sanear
sua imagem? Investe na solução dos seus problemas? Não. Assim que obteve o certificado
ISO 14001 – eu gostaria de saber quais os critérios adotados pelo órgão técnico norueguês
que teve a coragem de certificar essa qualidade ambiental – a COSIPA veiculou propaganda
de mais de 1 minuto de duração no horário mais nobre da emissora televisiva de maior
audiência, portanto o minuto mais caro do Brasil, mostrando o paraíso ecológico em que havia
se transformado.
Ela que bem faça o que quiser com o seu dinheiro, mas que respeite a inteligência do
público e dos trabalhadores. Pois são estes últimos os que sabem o inferno ecológico que
continua sendo essa empresa. E são todos os moradores da Baixada Santista, que bem ou
mal, direta ou indiretamente, continuam sendo afetados pelas constantes emissões de
efluentes danosos à saúde, que enegrecem as águas do estuário, como mostraram as
tomadas aéreas realizadas para o vídeo Oceanos.
Quem assistiu ao comercial da COSIPA pode até confundir aquelas imagens com as
do Pantanal Mato-grossense, mas quem trabalha lá dentro ou tem a oportunidade de navegar
pelas águas dos meandros próximos à empresa sabe bem o cheiro forte, a cor escura e a
sujeira, com a qual tem que conviver os guarás e demais aves que enfrentam esse poderoso
inimigo da natureza chamado COSIPA.
P.S. - Os guarás-vermelhos viveram nessa região até o início do século XX. Por motivos
desconhecidos migraram para o norte da América do Sul (no Brasil, permaneceram no
Maranhão, Pará e Amapá). Começaram lentamente a retornar a Cubatão, no início dos anos
1980, na época crítica da contaminação provocada pelo pólo industrial. Portanto, seu retorno
é anterior ao início do programa de despoluição da cidade e não pode ser associado a ele.
Inclusive, talvez seja mais pertinente que o acúmulo de dejetos orgânicos em sedimentos nas
margens dos canais dos rios que deságuam no estuário provocados pelo aumento das
atividades humanas ter sido o fator preponderante para o retorno dessa ave. .
Carlo Romani.