A carta descreve a prisão do autor em 1966 pelo regime militar. Ele foi preso após um protesto e levado para uma ilha, onde permanece detido. O autor relata as dificuldades na prisão e sua saudade da amada.
4. Querida Betinha,
Eis aqui mais uma tentativa de te mandar
notícias minhas. Esta é a 5a carta. Não
sei se as outras chegaram até ai. Fui
preso às 16h mais ou menos do dia 11 de
março, em frente ao Auditório Araújo
Viana. Eu fui entregue à DOPS por um
patife chamado Edu. Fui conduzido ao
Quartel da P.E e lá, debaixo de um
“tratamento” fui interrogado durante
duas horas. A seguir, fui levado a DOPS
na Avenida João Pessoa ‘tratado’ durante
uma semana. No dia seguinte, 19 de
março, fui conduzido para esta ilha onde
estou até hoje.
[...] Se tiver dificuldade em matéria de
dinheiro, vende as coisas.
Raciocina como se eu tivesse morrido.”
Porto Alegre, 2 de maio de 1966.
6. “Tenho procurado cumprir o meu dever e
tenho tanto quanto possível,
correspondido à confiança que me
honraram. Mas, aprendi na prisão, que o
homem é demasiadamente ingrato para
compreender sentimentos nobres.
Tudo passará. A política, a cadeia, os
amigos; só uma coisa irá durar até a
morte: o amor que sinto por essa
mulherzinha que é hoje, a única razão
de querer viver deste presidiário.Foi
bom que isto acontecesse. Eu precisava
afeiçoar-me a um outro tipo de
necessidade. Só agora avalio, o que é
estar junto da mulher amada.
Do sempre teu, Manoel.”
Porto Alegre, 18 de julho de 1966.
7. No dia 24 de agosto, dois agricultores
avistaram um corpo boiando nas águas do
Rio Jacuí.O homem estava com as mãos
amarradas às costas, com ataduras
feitas com pedaço da camisa que vestia,
rasgada para a improvisação de uma
corda.
8. Essa é apenas uma, das
tantas histórias
vivenciadas em um espaço
que hoje está abandonado hà
mais de 20 anos e que
carrega um potencial de
desenvolver-se histórica,
cultural e turísticamente
nos municípios de Porto
Alegre e Guaíba.
9.
10.
11. “Planeja, elabora e executa projetos
e produtos culturais seguindo
critérios artísticos, políticos e econômicos.”
12. Desenvolvemos produtos em
espaços que estão
abandonados e que possuem
histórias, revitalizando o
local e promovendo
projetos culturais,
gastronômicos, artísticos
e com potencial turístico.
16. Complexo cultural,
localizado na Ilha das
Pedras Brancas.
O local já foi palco de momentos
históricos e conta com o que
resta de um presídio utilizado
durante o regime militar
17. Um pouco
(muito pouco)
da história... Ilha da Pólvora
O governo contruiu duas
casas para armazenar
munição na ilha. Não durou
muito por causa da umidade
1857
Ilha do Presídio
um presídio foi construído
na ilha, tendo funcionado
até 1973. Abrigou presos
políticos no regime militar
1956
1835
Rev Farroupilha
Utilizada como
ponto estratégico
na Revolução
Farroupilha
18. Proposta de
Valor
Oferecer novas experiências
para o público, integrando
arte, cultura, história em
espaços que não são
aproveitados na cidade,
porém, com potencial.
19. Público-
Alvo
- Moradores de Porto Alegre
e Guaíba;
- Moradores de cidades vizinhas;
- Turistas;
- Apreciadores de arte;
22. Público-
Alvo
- Apreciadores de arte;
Bienal do Mercosul
(a cada 2 anos)
715.000 visitantes por evento
*Fundação Bienal do Mercosul
23. Pesquisa
66% (35) consideram não
conhecer Porto Alegre;
60% (32) já visitaram uma ilha
81% (43) pagariam para
conhecer um local próximo de
Porto Alegre, desenvolvido
para promover história,
cultura e potencial turístico;
*Pesquisa realizada através da
plataforma Typeform com
53 pessoas.
25. Alianças
Catsul - transporte
Marlene Tour - transporte
Agências de turismo receptivo -
emissão turistas
Secretarias Municipais e
Estadual -
Centros Culturais e Museus
Prefeitura de Guaíba
26. Concessão
da Ilha
A ilha pertence ao estado mas
está cedido a Prefeitura de
Guaíba;
Será firmado um acordo com a
prefeitura onde esta terá:
- Ilha cedida por 7 dias ao
mês para eventos de
responsabilidade da Prefeitura;
- Atelier livre para
desenvolvimento de projetos
sociais;
- 10% de cota de ingressos em
eventos privados;