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FRANZ WEISSMANN
Ana Beatriz Carvalho Vilela
Fiama Kauari
Leticia Vasconcelos Morais Garcez
RESUMO
Este trabalho apresenta a biografia do artista escultor neoconcretista Franz Weissmann e
demonstra sua relação com os planos que são caracterizados pela substituição do volume, ou
melhor, a valorização do espaço e não da massa, além das variadas formas, algumas
identificadas como fios, cubos, diagonais, planos, fitas, entre outros. A partir disso, foi feita uma
análise de como é a relação do artista com seus estilos e o plano.
Palavras-chave: Escultura, Franz Weissmann, Plano
ABSTRACT
This paper presents the biography of the artist sculptor Franz Weissmann neoconcretist and
demonstrates its relation to the plans that are characterized by the replacement of the volume,
or rather the appreciation of space and not the mass, and the various forms, some identified as
wires, cubes, diagonal planes, tapes, among others. From this, an analysis of how the
relationship between the artist and their styles and plan.
Keywords: Sculpture, Franz Weissmann, Plan
1 – INTRODUÇÃO
Franz Weissmann, escultor neoconcretista, nasceu em Knittefeld, na Áustria em 1914, e
radicado no Brasil desde os dez anos de idade, é conhecido como o escultor do vazio, que
viveu a história da arte brasileira do século XX. Em 1921, chegou com seus pais ao Brasil,
onde morou por seis anos no interior do estado de São Paulo e em 1927 transferiu-se com a
família para a capital. Dois anos depois, a família mudou-se para o Rio, onde fez o curso
preparatório para a Escola Politécnica. Em 37, montou seu primeiro ateliê em Belo Horizonte e
dois anos depois, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou Arquitetura e
Pintura.
2 - BIOGRAFIA
Franz Weissmann desde 1942 dedicou-se à escultura figurativa, participando dos Salões
Nacionais. Em 48 iniciou-se no abstracionismo e na geometrização da figura. De 1948 a 56
integrou-se à Escola de Arte Moderna de Belo Horizonte, criada por Alberto da Veiga Guignard
(1896-1962), ensinando escultura e desenho de modelo vivo. Em 1946, fez sua primeira
exposição individual na Escola Nacional de Belas Artes, com aquarelas e desenhos, o que lhe
rendeu o grande prêmio de desenho no Salão Nacional de Arte Moderna.
Trabalhando especialmente com esculturas em bronze, argila e aço para modular o espaço, o
artista participou formação do Grupo Frente e da 1ª Bienal Internacional de São Paulo em
1951. Voltou para o Rio no ano de 56 e naturalizou-se brasileiro. Foi um dos fundadores do
Grupo Neoconcreto, junto com Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Lygia Clark e Lygia Pape.
Na década seguinte morou na Espanha e na Franca, onde desenvolveu uma nova fase,
expressionista, de chapas de metal amassado. Em 1965 voltou ao Brasil, retornando pouco
depois ao construtivismo.
Realizou exposições individuais na Europa e em capitais brasileiras. Participou de várias
mostras nacionais e internacionais de arte construtiva nos anos 60 a 80 e de outras coletivas
no exterior, como as Bienais de Veneza: 32ª/1964 e 36ª/1972, esta com Salas Especiais e
grandes esculturas nos jardins; e a 11ª Bienal de Escultura ao Ar Livre do Museu de
Middelheim, em Antuérpia, Bélgica. Figurou em várias Bienais de São Paulo, com Sala
Especial, na 8ª/1965 e participação na Sala Especial “Em Busca da Essência”, na 19ª/1987.
Suas obras figuram em Museus, Instituições Culturais, coleções particulares, edifícios
empresariais, são peças de grandes formatos que podem ser encontradas em espaços
públicos de várias cidades do Brasil.
Aos 93 anos, o escultor austríaco-brasileiro morreu em sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro,
de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia, e teve seu corpo cremado. Foi um
escultor de grande produção e teve participação ativa na construção material e teórica e no
debate sobre as artes plásticas no século XX no Brasil.
3 -ESTILOS
Os primeiros trabalhos do escultor formam baseados no figurativismo. Observa-se que sua
obra figurativista era inquieta e não limitava a uma concepção acadêmica. As figuras humanas
foram aos poucos geometrizadas, havia uma crescente simplificação, elas se tornavam mais
finas, mais construídas com uma progressiva valorização dos espaços. Há um total abandono
desse estilo por volta de 1954.
A partir de 1950 o artista elabora trabalhos de cunho construtivista, neste há uma busca
incessantemente pela essência da figura, e também a realização de esculturas com forma cada
vez mais geometrizastes, nas quais o espaço vazado já aparece como um elemento definidor
em seus trabalhos. Em 1957 Franz Weissmann reuniu-se ao grupo neoconcreto.
Na década de 1960 suas obras, conhecidas como amassados, são alinhadas ao informalismo,
Weissmann neste momento abandona a construção geométrica, sendo apontados pelos
críticos como um intervalo expressivo em sua pesquisa, na qual a preocupação com a
materialidade toma o primeiro plano.
Nesta fase concretista e neoconcretista no qual se inicia por volta de 1966, Franz Weissmann
retoma as suas experimentações com formas geométricas e modulares, desta vez atua no
sentido de anular a presença do material, de toma-lo secundário ou acessório. Para ele, então,
o verdadeiro material não era o alumínio, o ferro ou a madeira, mas o vazio.
4 – OBRA
Considerado o poeta das formas livres, a obra de Weissmann nega qualquer ideia estática de
monumento em favor da celebração do transitório. As suas articulações com o cubo, o
retângulo, ou a fita serão expansivas ou concentradas, mas invariavelmente instáveis e
provisórias.
Num plano mais abstrato de reflexão, a experiência do espaço vazio, recorre ao arquiteto
tcheco Adolf Loos e o estilo modernista internacional, despojado, de linhas novas e arrojado.
Caracterizado por formas retilíneas e básicas, espaços internos abertos e a exclusão radical do
ornamento. A densidade das esculturas de Weissmann parte desta potência e principio. O
desdobramento é uma percepção estética auto-referente, adicional e intuitiva, sempre à
procura da complementação com a cor. Pois ela é parte da obra. Usada para estabelecer
relações com o observador e provocar o status da escultura como arte pública.
5 - PLANO
Quando várias linhas se agrupam, forma-se o plano, uma superfície com largura e altura. Um
plano com limites define uma forma. O plano pode de qualquer cor, liso ou áspero, opaco ou
transparente, etc.
O plano é a linha em movimento. A diferença entre um plano e uma linha espessa é o tamanho;
o plano deve ser grande em relação aos pontos e linhas presentes na composição. Saber
definir proporções é essencial para executar bons trabalhos, uma vez que a linha não é “lida”
da mesma forma que o plano.
Em geral, as obras de Franz Weissmann, caracteriza pela substituição do volume pelo plano e
o fio, pela valorização do espaço e não da massa.
O plano é trabalhado com os elementos da poética weissmanniana: o corte, a dobra e a torção.
O resultado final entre o plano e suas articulações com o elemento vazado, produz
tridimensionalidade característica de Weissmann (o volume é virtual, ele é sugerido).
Em uma superfície bidimensional, todas as formas planas que não são comumente
reconhecidas como pontos ou linhas, são formas enquanto plano. As formas planas possuem
uma variedade de formatos que podem ser classificados como:
1. Planos Geométricos: constituídos matematicamente.
2. Planos Orgânicos: limitados por curvas livres, sugerindo fluidez e crescimento.
3. Planos Retilíneos: limitados por linhas retas que não se relacionam umas com as outras
matematicamente.
4. Planos Irregulares: limitados por linhas retas e curvas que também não se relacionam
umas às outras matematicamente.
5. Planos Caligráficos: criados sem auxílio de instrumentos, composto por linhas
orgânicas.
6. Planos Acidentais: determinado pelo efeito de processos especiais ou obtidos
ocasionalmente.
Quadrado em Torção no Espaço
Lâmina Larga em Torção no Espaço
6 - COR
Anteriormente a 1967 os materiais empregados eram apresentados na sua cor natural,
posteriormente a esta data a utilização da cor pintada se torna fundamental em seus trabalhos,
pelo fato de proporcionar mais forca expressiva e dinâmica as esculturas e também quebrar o
silencio da pureza geométrica. A cor também foi utilizada como instrumento de unificação. A
cor une os elementos e os planos entre si porque da continuidade ao espaço. Quando foi
preciso criar contrastes de sombra e luz, ou de profundidade, usou-se cores distintas,
exatamente com a função contraria, a de acentuar as diferenças de planos no espaço.
Weissmann considerava que cada obra exigia uma cor.
Escultura em Aço
7 - CONCLUSÃO
As obras de Franz Weissmann no decorrer de sua carreira sofreram modificações de
estilo, porém o artista soube trabalhar com diferentes materiais e estilos sem sair de sua
essência, o poeta das formas livres. Escultor, ele sabia relacionar e expressar a
tridimensionalidade e o bidimensional. O tridimensional passa para o transeunte a ideia de
volume, mas Weissmann tinha a característica de apresentar planos através deles. Sendo
assim, nota-se uma forte relação de suas obras com o plano.

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Franz Weissmann e o plano na escultura

  • 1. FRANZ WEISSMANN Ana Beatriz Carvalho Vilela Fiama Kauari Leticia Vasconcelos Morais Garcez RESUMO Este trabalho apresenta a biografia do artista escultor neoconcretista Franz Weissmann e demonstra sua relação com os planos que são caracterizados pela substituição do volume, ou melhor, a valorização do espaço e não da massa, além das variadas formas, algumas identificadas como fios, cubos, diagonais, planos, fitas, entre outros. A partir disso, foi feita uma análise de como é a relação do artista com seus estilos e o plano. Palavras-chave: Escultura, Franz Weissmann, Plano ABSTRACT This paper presents the biography of the artist sculptor Franz Weissmann neoconcretist and demonstrates its relation to the plans that are characterized by the replacement of the volume, or rather the appreciation of space and not the mass, and the various forms, some identified as wires, cubes, diagonal planes, tapes, among others. From this, an analysis of how the relationship between the artist and their styles and plan. Keywords: Sculpture, Franz Weissmann, Plan 1 – INTRODUÇÃO Franz Weissmann, escultor neoconcretista, nasceu em Knittefeld, na Áustria em 1914, e radicado no Brasil desde os dez anos de idade, é conhecido como o escultor do vazio, que viveu a história da arte brasileira do século XX. Em 1921, chegou com seus pais ao Brasil, onde morou por seis anos no interior do estado de São Paulo e em 1927 transferiu-se com a família para a capital. Dois anos depois, a família mudou-se para o Rio, onde fez o curso preparatório para a Escola Politécnica. Em 37, montou seu primeiro ateliê em Belo Horizonte e dois anos depois, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou Arquitetura e Pintura. 2 - BIOGRAFIA Franz Weissmann desde 1942 dedicou-se à escultura figurativa, participando dos Salões Nacionais. Em 48 iniciou-se no abstracionismo e na geometrização da figura. De 1948 a 56
  • 2. integrou-se à Escola de Arte Moderna de Belo Horizonte, criada por Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), ensinando escultura e desenho de modelo vivo. Em 1946, fez sua primeira exposição individual na Escola Nacional de Belas Artes, com aquarelas e desenhos, o que lhe rendeu o grande prêmio de desenho no Salão Nacional de Arte Moderna. Trabalhando especialmente com esculturas em bronze, argila e aço para modular o espaço, o artista participou formação do Grupo Frente e da 1ª Bienal Internacional de São Paulo em 1951. Voltou para o Rio no ano de 56 e naturalizou-se brasileiro. Foi um dos fundadores do Grupo Neoconcreto, junto com Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Lygia Clark e Lygia Pape. Na década seguinte morou na Espanha e na Franca, onde desenvolveu uma nova fase, expressionista, de chapas de metal amassado. Em 1965 voltou ao Brasil, retornando pouco depois ao construtivismo. Realizou exposições individuais na Europa e em capitais brasileiras. Participou de várias mostras nacionais e internacionais de arte construtiva nos anos 60 a 80 e de outras coletivas no exterior, como as Bienais de Veneza: 32ª/1964 e 36ª/1972, esta com Salas Especiais e grandes esculturas nos jardins; e a 11ª Bienal de Escultura ao Ar Livre do Museu de Middelheim, em Antuérpia, Bélgica. Figurou em várias Bienais de São Paulo, com Sala Especial, na 8ª/1965 e participação na Sala Especial “Em Busca da Essência”, na 19ª/1987. Suas obras figuram em Museus, Instituições Culturais, coleções particulares, edifícios empresariais, são peças de grandes formatos que podem ser encontradas em espaços públicos de várias cidades do Brasil. Aos 93 anos, o escultor austríaco-brasileiro morreu em sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro, de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia, e teve seu corpo cremado. Foi um escultor de grande produção e teve participação ativa na construção material e teórica e no debate sobre as artes plásticas no século XX no Brasil. 3 -ESTILOS Os primeiros trabalhos do escultor formam baseados no figurativismo. Observa-se que sua obra figurativista era inquieta e não limitava a uma concepção acadêmica. As figuras humanas foram aos poucos geometrizadas, havia uma crescente simplificação, elas se tornavam mais finas, mais construídas com uma progressiva valorização dos espaços. Há um total abandono desse estilo por volta de 1954.
  • 3. A partir de 1950 o artista elabora trabalhos de cunho construtivista, neste há uma busca incessantemente pela essência da figura, e também a realização de esculturas com forma cada vez mais geometrizastes, nas quais o espaço vazado já aparece como um elemento definidor em seus trabalhos. Em 1957 Franz Weissmann reuniu-se ao grupo neoconcreto. Na década de 1960 suas obras, conhecidas como amassados, são alinhadas ao informalismo, Weissmann neste momento abandona a construção geométrica, sendo apontados pelos críticos como um intervalo expressivo em sua pesquisa, na qual a preocupação com a materialidade toma o primeiro plano. Nesta fase concretista e neoconcretista no qual se inicia por volta de 1966, Franz Weissmann retoma as suas experimentações com formas geométricas e modulares, desta vez atua no sentido de anular a presença do material, de toma-lo secundário ou acessório. Para ele, então, o verdadeiro material não era o alumínio, o ferro ou a madeira, mas o vazio.
  • 4. 4 – OBRA Considerado o poeta das formas livres, a obra de Weissmann nega qualquer ideia estática de monumento em favor da celebração do transitório. As suas articulações com o cubo, o retângulo, ou a fita serão expansivas ou concentradas, mas invariavelmente instáveis e provisórias. Num plano mais abstrato de reflexão, a experiência do espaço vazio, recorre ao arquiteto tcheco Adolf Loos e o estilo modernista internacional, despojado, de linhas novas e arrojado. Caracterizado por formas retilíneas e básicas, espaços internos abertos e a exclusão radical do ornamento. A densidade das esculturas de Weissmann parte desta potência e principio. O desdobramento é uma percepção estética auto-referente, adicional e intuitiva, sempre à procura da complementação com a cor. Pois ela é parte da obra. Usada para estabelecer relações com o observador e provocar o status da escultura como arte pública. 5 - PLANO Quando várias linhas se agrupam, forma-se o plano, uma superfície com largura e altura. Um plano com limites define uma forma. O plano pode de qualquer cor, liso ou áspero, opaco ou transparente, etc. O plano é a linha em movimento. A diferença entre um plano e uma linha espessa é o tamanho; o plano deve ser grande em relação aos pontos e linhas presentes na composição. Saber definir proporções é essencial para executar bons trabalhos, uma vez que a linha não é “lida” da mesma forma que o plano.
  • 5. Em geral, as obras de Franz Weissmann, caracteriza pela substituição do volume pelo plano e o fio, pela valorização do espaço e não da massa. O plano é trabalhado com os elementos da poética weissmanniana: o corte, a dobra e a torção. O resultado final entre o plano e suas articulações com o elemento vazado, produz tridimensionalidade característica de Weissmann (o volume é virtual, ele é sugerido). Em uma superfície bidimensional, todas as formas planas que não são comumente reconhecidas como pontos ou linhas, são formas enquanto plano. As formas planas possuem uma variedade de formatos que podem ser classificados como: 1. Planos Geométricos: constituídos matematicamente. 2. Planos Orgânicos: limitados por curvas livres, sugerindo fluidez e crescimento. 3. Planos Retilíneos: limitados por linhas retas que não se relacionam umas com as outras matematicamente. 4. Planos Irregulares: limitados por linhas retas e curvas que também não se relacionam umas às outras matematicamente. 5. Planos Caligráficos: criados sem auxílio de instrumentos, composto por linhas orgânicas. 6. Planos Acidentais: determinado pelo efeito de processos especiais ou obtidos ocasionalmente. Quadrado em Torção no Espaço Lâmina Larga em Torção no Espaço
  • 6. 6 - COR Anteriormente a 1967 os materiais empregados eram apresentados na sua cor natural, posteriormente a esta data a utilização da cor pintada se torna fundamental em seus trabalhos, pelo fato de proporcionar mais forca expressiva e dinâmica as esculturas e também quebrar o silencio da pureza geométrica. A cor também foi utilizada como instrumento de unificação. A cor une os elementos e os planos entre si porque da continuidade ao espaço. Quando foi preciso criar contrastes de sombra e luz, ou de profundidade, usou-se cores distintas, exatamente com a função contraria, a de acentuar as diferenças de planos no espaço. Weissmann considerava que cada obra exigia uma cor. Escultura em Aço 7 - CONCLUSÃO As obras de Franz Weissmann no decorrer de sua carreira sofreram modificações de estilo, porém o artista soube trabalhar com diferentes materiais e estilos sem sair de sua essência, o poeta das formas livres. Escultor, ele sabia relacionar e expressar a tridimensionalidade e o bidimensional. O tridimensional passa para o transeunte a ideia de volume, mas Weissmann tinha a característica de apresentar planos através deles. Sendo assim, nota-se uma forte relação de suas obras com o plano.