2. Quem está mergulhado no universo digital pode nem imaginar, mas existe um mundo inteiro
que ainda vive de forma analógica. E não estamos falando da falta de acesso à tecnologia,
mas sim de um hobby que leva centenas de pessoas às ruas equipadas de câmeras
analógicas.
Ao contrário do que você possa pensar, isso também não é uma atividade dos saudosistas
que não se adaptaram aos moldes atuais da fotografia, mas as imagens captadas em filmes
fazem com que jovens que pouco tiveram contato com as câmeras analógicas na infância
queiram retomar a diversão das fotografias que levam um bom tempo para serem reveladas.
A redatora que vos escreve é um ótimo exemplo disso: quando era criança, eu já tinha em
casa câmeras digitais (ok, daquelas enormes, que usavam disquetes para armazenamento –
alguém aqui ainda lembra o que é um disquete?). Hoje, embora não deixe de lado a
fotografia digital, minha coleção está chegando às 15 câmeras analógicas, todas em pleno
funcionamento. Minhas listas de desejos se dividem entre equipamentos eletrônicos e
filmes fotográficos.
Mas o que faz toda uma geração voltar no tempo e escolher fazer imagens com uma
tecnologia considerada ultrapassada? Para descobrirmos isso, é preciso primeiro entender
alguns pontos da fotografia analógica.
3. Fotografando com filme
Quem acompanha o Tecmundo já sabe como funciona uma câmera, já conhece
a estrutura de uma lente, entende o que é a medida ISO e, com isso, fica mais simples
entender como é a fotografia com filme. Basicamente, existem duas formas de clicar de
forma analógica: você pode usar equipamentos top de linha para obter resultados
profissionais, com imagens nítidas e claras, ou partir para projetos mais experimentais,
algo como um “Instagram da vida real”.
Essa segunda opção geralmente fica por conta da lomografia, com as chamadas “Toy
Cameras”. Elas consistem em aparelhos mais simples e de baixo custo, geralmente com
corpo e lente feitos de plástico, sem muitas opções de controle. Os efeitos também
podem ser obtidos com câmeras antigas sem opções avançadas, filmes vencidos e uma
série de ideias não tão comuns que surgem nos fóruns de discussão, tudo para deixar o
resultado ainda mais retrô.
Se você nunca usou uma câmera analógica, vale a explicação: o filme colocado no
equipamento recebe a luz que passa pela lente, que forma as imagens. Depois de
fotografar todas as poses (24 ou 36, dependendo do filme), o fotógrafo leva o filme para
laboratórios ou faz o processo de revelação em casa e, só depois disso, ele passa a
visualizar o resultado. Nada aqui é instantâneo: você pode levar meses para terminar um
filme e conferir o resultado.
4. Nostalgia ou técnica?
O que leva alguns fotógrafos a escolherem o filme é a qualidade proporcionada pelo
formato tradicional. Ao contrário do que muita gente pensa, a principal vantagem na
fotografia digital ainda é a instantaneidade, já que poucas câmeras digitais
conseguem reproduzir imagens em tamanho semelhante ao das câmeras analógicas.
Para o arquiteto Yoshio Moriyama, existem muitos fatores que influenciam a escolha: “A
forma como cada filme capta e expressa a luz, a diferença nos tamanhos dos grãos e nos
tons especiais de cada filme, além da questão do custo. Comprar uma SLR clássica, 10
filmes e revelação para tudo isso sai muito mais barato do que comprar uma DSLR que
tenha resolução próxima aos 35 mm.”
Outro fator que atrai Moriyama é a desvalorização de equipamentos profissionais
analógicos com a alta concorrência do mercado digital. “Com a chegada do formato digital,
o preço dos equipamentos analógicos caiu bastante, o que garante acesso a muitas
ferramentas que antigamente eram consideradas ‘coisa de profissional’”.
5. Na contramão do mercado
Embora a cada dia mais entusiastas embarquem na fotografia analógica, o mercado não
anda tão otimista assim. Ao mesmo tempo em que mais câmeras e acessórios analógicos
são lançados por empresas independentes, as grandes fabricantes como Fuji e Kodak se
rendem e deixam de fabricar filmes ou enfrentam crises financeiras jamais vistas.
A pergunta do momento é: será que as grandes empresas vão deixar tantos
apaixonados sem opções? Embora alguns fabricantes independentes ainda apareçam no
mercado, existe uma demanda grande a ser suprida, embora ela já não seja tão
expressiva quanto antigamente. Até quando o mercado de fotografia analógica vai
sobreviver? Ao que parece, se depender de uma boa parte dos fotógrafos, profissionais
ou amadores, o filme fotográfico ainda tem seu espaço garantido por muitos anos.
6. Na contramão do mercado
Embora a cada dia mais entusiastas embarquem na fotografia analógica, o mercado não
anda tão otimista assim. Ao mesmo tempo em que mais câmeras e acessórios analógicos
são lançados por empresas independentes, as grandes fabricantes como Fuji e Kodak se
rendem e deixam de fabricar filmes ou enfrentam crises financeiras jamais vistas.
A pergunta do momento é: será que as grandes empresas vão deixar tantos
apaixonados sem opções? Embora alguns fabricantes independentes ainda apareçam no
mercado, existe uma demanda grande a ser suprida, embora ela já não seja tão
expressiva quanto antigamente. Até quando o mercado de fotografia analógica vai
sobreviver? Ao que parece, se depender de uma boa parte dos fotógrafos, profissionais
ou amadores, o filme fotográfico ainda tem seu espaço garantido por muitos anos.