SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Baixar para ler offline
Parâmetros da imagem no domínio digital: o que é pixel, resolução de imagem, resolução
de captura e outras características da imagem digital ou digitalizada.
Júlio Cesar Martins da Silva1
Resumo: O artigo examina as questões que determinam a reprodução (e/ou digitalização) e
impressão, de imagens nos impressos, com boa qualidade, definição e fidelidade cromática, e
recupera os conceitos que há muitos anos são utilizados no meio gráfico, com a finalidade de
garantir máxima ampliação dos originais, com máxima definição, sem o aparecimento de moiré e
do pixel, e indica quais os procedimentos adequados (independente dos aplicativos a serem
usados) para a conversão de resolução e de formatos de arquivo, os princípios básicos que
orientam tais procedimentos.
Palavras-chave: Resolução; pixel; imagem digital; câmera digital; dpi.
Introdução
Os usuários de câmeras digitais têm se deparado com questões inusitadas que têm
resultado em fotos ruins e/ou inadequadas à impressão em gráfica causando dores de cabeça aos
birôs2
de editoração, gráficas, agências de publicidade, e aos seus clientes, quando o aspecto da
imagem impressa deixa muito a desejar em termos de cores e definição. O problema existe
igualmente quando se trata de imagens digitalizadas3
, seja a partir de originais opacos ou de
transparentes (cromos).
Dores de cabeça em gráficas e birôs sempre vão existir, mas para estas, causadas por
problemas de resolução de imagem, padrão de cor e formatos de arquivo, já existe remédio há
algum tempo, então é inexplicável que estejamos presenciando essa avalanche de impressos com
problemas elementares de reprodução, resultantes do uso de formatos de arquivo impróprios e/ou
conversões (reamostragem) para resolução de imagem inadequada.
A fotografia convencional, já com mais de 150 anos, alcançou um estágio tão avançado
de disseminação que qualquer bar de esquina ou farmácia vende filmes, faz revelações, e os
vendedores sabem até explicar diferenças entre sensibilidade dos filmes. Já a foto digital, com
seus 25 anos de idade4
tem muitas questões obscuras e difíceis de explicar que, para simplificar,
fabricantes têm instruído seus revendedores com respostas prontas, supostamente adequadas à
maioria das situações que, definitivamente não resolvem os problemas. Não! Os equipamentos
1
O autor é professor do Departamento de Comunicação da Ufes, no Curso de Publicidade, e é pesquisador em Comunicação,
semiótica e percepção. Contato: jcms1506@terra.com.br
2
Birôs, uma palavra aportuguesada do inglês bureau (escritório), são empresas de editoração, sucessoras dos estúdios gráficos.
Estas recebiam artes-finais e preparavam os fotolitos e provas. Hoje os birôs recebem arquivos e dão saída em fotolitos. A
propósito fotolitos são matrizes em filme transparentes, contendo as separações de cor, e sempre em P&B, para gravação das
matrizes de impressão.
3
Doravante (exceto quando mencionado) para simplificar o texto, a denominação de imagem digital inclui tanto aquelas geradas
em câmera digitais como aquelas digitalizadas de originais opacos ou transparentes.
não têm aquele botão que, ao ser pressionado, escolhe os melhores parâmetros, que determinarão
que, uma foto digital ou digitalizada, sairá impressa impecavelmente. Podemos sonhar com isso,
sim... Mas está longe esse dia!
O foco deste artigo é o uso profissional, de imagens digitais ou digitalizadas, em
impressos de quaisquer tipos. Uma coisa é preciso ficar bem clara: no nosso ponto de vista é
obrigação de todo e qualquer profissional de comunicação (publicitário, jornalista, relações
públicas, cineasta, produtor editorial, etc.), e até mesmo, de áreas próximas como designers
gráficos, por exemplo, conhecer as regras para reprodução e impressão de imagens nos diversos
processos de impressão. É instrumento de trabalho; não é algo que se possa contemporizar. Ou se
domina o assunto ou a competência fica comprometida. Com um analogia simples o leitor
poderá compreender em profundidade o nosso ponto de vista: Quantas vezes vemos médicos
comuns (não vamos falar dos famosos...), desconhecidos, mas experientes, consultarem o
farmacêutico sobre como diagnosticar e tratar para uma doença?... Quantas vezes vemos
engenheiros consultarem os gerentes (ou proprietários) de uma construtora, sobre como calcular
e construir sapatas de sustentação em terrenos pantanosos?... Então porque deveria ser diferente
com a área de Comunicação, Design Gráfico e outras afins?
Infelizmente o que mais tem acontecido atualmente na área de comunicação é a busca de
informações, sobre parâmetros técnicos, com fotógrafos, operadores dos birôs, gerentes de
produção (das gráficas), etc. Obviamente, não se trata de desqualificar a contribuição que estes
profissionais podem vir a dar. É que está sendo transferida para eles uma responsabilidade que
não lhes compete. Quando algo dá errado (o que acontece muitas vezes!) eles são
responsabilizados injustamente. Pergunte a qualquer fotógrafo... e sente para escutar a resposta,
porque não vai ser rápido. Certamente ele desfiará um enorme rosário de queixas, tamanha é
quantidade de questões que lhes é cobrada a responder. Se tiver tempo, converse com um
operador de birô. Vocês irão se espantar com a quantidade de barbaridades que eles têm que
corrigir todos os dias. E se não o fizerem, certamente ocorrerão erros nas etapas seguintes
(impressão por ex.), pelos quais serão injustamente responsabilizados.
De quem é a culpa então? ... Bom o levantamento das possibilidades tomaria muito mais
espaço do que dispomos então fiquemos com uma especulação de cunho mais genérico. Uma das
causas possíveis é a extrema crença na infalibilidade do digital, que ao longo dos anos foi
reproduzida ao incansavelmente pela literatura, teatro, cinema e TV. Aquele agente secreto que
senta na frente de um computador, e através de um telescópio num satélite, consegue ler o artigo
o que um sujeito está lendo no jornal, sentado no branco da praça... Ou o policial que por
comando de voz instrui o computador para dar zoom numa imagem captada pela câmera de
4
Tudo começou com a Mavica, a primeira câmera digital, inventada pela Sony e lançada em agosto de 1981. As imagens eram
gravadas num disquete de 3 ½ . Conheça mais sobre a história em <http://www.digicamhistory.com/Index.html>.
segurança... Nestes e em muitos outros casos, o curioso é que nunca existe o pixel. Os aplicativos
que esses personagens costumam usar são tão sofisticados que conseguem ‘entender’ qualquer
borrão na imagem convertê-lo em imagem visível.
O fato é que o mundo real é muito mais cruel com a imagem digital (ou digitalizada). Há
muito mais obstáculos para fotógrafos, layoutmen, diretores de arte, operadores de birôs, etc. O
uso de imagens digitais requer um conhecimento mínimo sobre resolução e formatos. Muitos
profissionais se recusam a se informar melhor sobre o assunto, acreditando que os aplicativos
resolvem tudo. É como acreditar em Papai Noel. É óbvio que desta crença não poderia surgir
outra coisa senão um bocado de problemas de digitalização e/ou reprodução de originais.
No nosso entender a automatização desnecessária de algumas tarefas induz, o profissional
de comunicação, à posição cômoda de não ter que pensar para decidir. Por exemplo, é
incompreensível que um dos aplicativos de tratamento de imagem mais adorados e usados no
mundo (e realmente espetacular!) tenha na janela de diálogo de salvamento de arquivo (em
formatos JPG por ex.:) uma régua onde se pode ajustar um cursor entre um extremo de menor
arquivo, e outro, de maior qualidade de imagem... Inadmissível! O usuário tem que conhecer
para decidir. Infelizmente, se tem uma função no aplicativo que pode tomar decisões que nos
tomariam algum tempo, nós permitimos. Só que o prejuízo causado por esta omissão só aparece
mais tarde.
Já o Photopaint, o aplicativo de tratamento de imagem da suíte de aplicativos Corel,
embora não seja tão popular, implementou adequadamente o algoritmo de compressão JPG. O
usuário escolhe o formato, o sub-formato e as taxas de compressão e suavização. Este sim é o
modo adequado de se lidar com arquivos de imagem. O usuário é responsável pela determinação
resolução de captura x tamanho e formato de arquivo.
Estes dois casos ilustram bem o que acontece no meio da editoração eletrônica,
atualmente. É óbvio que os usuários preferem o aplicativo que toma decisões por eles,
infelizmente, mas há um preço a pagar, do qual muitas vezes eles querem se isentar.
Não é difícil compreender porque a maioria dos usuários evita tomar decisões: ficam
inseguros na maioria das vezes. Porque há muita bobagem, e informações superficiais, sendo
publicadas e é difícil buscar e reunir informações confiáveis a respeito. Por outro lado, uma boa
parte da informação publicada, é correta mas aplica-se a um caso específico, não sendo válido
com orientação para todos os casos semelhantes.
Então o nosso propósito com este artigo é recuperar e reunir as informações relativas aos
arquivos de imagem de modo a ajudar a esclarecer as questões mais importantes sobre o uso de
imagens digitais e digitalizadas em impressos gráficos.
1 - Pixel e resolução
Pixel5
é o menor elemento de uma imagem digital, é uma representação abstrata da
imagem no domínio digital. Na fotografia com filme o menor elemento de uma imagem é o grão
da emulsão (do papel ou filme), que equivale ao pixel. Este não tem tamanho previamente
definido; depende da resolução de captura. Por exemplo, uma fotografia com 1200 x 1800 pixels
resulta em uma imagem de 2.160.000 pixels ou 2,16 MP. Não importa se a imagem está com
resolução de 72, 150, 300 ou 600 dpi... A quantidade de pixels é a mesma. Mas a resolução da
imagem não. A resolução depende do tamanho do pixel e é dada pela quantidade de pixels em
uma polegada, daí pontos por polegada ou dpi6
(dots per inch). Para se descobrir o tamanho do
pixel basta dividir uma polegada (ou 25,4 mm) pelo Nº de pontos, por exemplo: 25,4/300=
0,084666 mm (é importante trabalhar com seis casas decimais após a vírgula); Isto significa que
o pixel de uma imagem com 300 dpi mede 0,084666. Já o pixel de uma imagem de câmera
digital com 72 dpi mede 0,352777 mm. Na tabela 1 estão os tamanhos do pixel para cada
resolução, dentre as mais comuns:
RESOLUÇÃO (EM DPI) TAMANHO DO PIXEL (MM) RESOLUÇÃO (EM DPI) TAMANHO DO PIXEL (MM)
36 0,705555 240 0,105833
72 0,352777 300 0,084666
96 0,264583 400 0,063500
120 0,211666 450 0,056444
144 0,176388 500 0,050800
150 0,169333 600 0,042333
Então se o pixel tem um tamanho, mesmo que dependa da resolução, temos como saber o
tamanho real de cada imagem. Eis aí uma causa freqüente de problemas: o desconhecimento do
tamanho real da imagem digital. Uma rápida busca no sítio de buscas Google pode dar uma idéia
da confusão que pode tomar conta de um usuário disposto a entender o problema. Existem
explicações, das mais absurdas, sobre o assunto, e também explicações corretas, mas... em qual
delas confiar?
Para saber o tamanho real de uma imagem, há um meio simples e prático, usando o
aplicativo Photpaint da Corel (versões 8 a 12). Deve-se clicar em Imagem reamostrar, (mas sem
finalizar a operação). Pode-se conhecer o tamanho, em mm, pol, cm, ou pixel, e também, a
resolução. O outro meio é fazer uma conta simples: se você conhece a resolução se sabe quantos
pixels tem a imagem de largura e comprimento, é fácil. Usemos como exemplo uma imagem de
1024 x 768 pixels a 96 dpi: conforme a tabela acima, o pixel de 96 dpi mede 0,264583 mm;
5
É o acrônimo de Picture Element. É o menor elemento de uma imagem digital ou digitalizada. São aqueles ‘quadradinhos’
(como preferem resumir os alunos...) que aparecem quando você amplia muito uma imagem, no computador, durante a
visualização.
6
Dots per inch ou pontos por polegada (ppp).
então: 1024 x 0,264583 = 270,93 mm/ 768 x 0,264583 = 203,19 mm. Então resumindo, se você
sabe quantos pixels tem a imagem de largura e comprimento, e a resolução, vc tem a informação
suficiente para descobrir o tamanho real.
É muito importante entender a questão do tamanho, porque os usuários trabalham com
áreas de trabalho virtuais que dependem do tamanho da tela do monitor e da resolução ajustada,
de modo que quase sempre o que se vê na tela não está no seu tamanho real. Então temos duas
coisas distintas o tamanho em que a imagem é visualizada no aplicativo que a importou, e o
tamanho real.
2 - A resolução padrão para impressos gráficos
Notaram que, logo de início, citamos uma imagem resolução de 300 dpi? Este não é um
número definido ao acaso. Se o leitor e fizer um teste e consultar diversas pessoas do ramo,
quase todos vão dizer que a resolução adequada párea impressão é 300 dpi, mas raramente
alguém saberá dizer o porquê. Há mais de dez anos o mercado gráfico segue alguns padrões
definidos por grupos de estudos de tecnologia gráfica cujos resultados foram publicados na
revista Seybold (USA). Se a aplicação principal à qual se destina uma imagem digitalizada, for a
impressão industrial existem algumas regras a serem seguidas, é claro que se for outra qualquer o
usuário pode escolher o que bem entender. Para impressão industrial existem regras claras
porque os processos de reprodução e impressão não são perfeitos, mas possuem limitações que
deve ser respeitadas.
No caso dos 300 dpi foi definido, e adotado em nível mundial, que o tamanho de um pixel
adequado aos trabalhos gráficos seria de 0,083 mm, porque fica abaixo da resolução do olho
humano que é de 0,1 mm e porque foi estabelecido que a retícula (convencional, não estocástica,
portanto) de maior linhatura, que poderia ser impressa, em impressoras offset, flexográficas e
rotográficas, em qualquer parte do mundo, sem matrizes especiais, é a de 150 linhas, e uma
resolução de 300 dpi deixa o pixel com metade do tamanho do ponto da retícula, atendendo ao
requisito de melhor amostragem (sample rate explicada adiante). Usar resoluções maiores para
diminuir o tamanho dos pixels não produz ganho perceptível e aumenta desnecessariamente o
tamanho dos arquivos.
Uma imagem digital, já reamostrada para 300 dpi, deve ser sempre utilizada numa arte
no seu tamanho original. Em casos extremos pode ser ampliada em até 20% dependendo da
importância da nitidez da imagem para a peça gráfica, e pode ser reduzida à vontade, sem
limites, pois na redução, é claro, o pixel ficará cada vez menor. Mas quando reduções extremas
são necessárias, o mais indicado é reamostrar a imagem para diminuir o tamanho do arquivo.
Devemos pensar a questão do tamanho dos arquivo a longo prazo. Pouco importa 5 MB a mais
num trabalho específico, mas somados com os excessos de outros trabalhos de uma agência
durante um ano, fazem enorme diferença.
3 - A taxa de amostragem ou sample rate
Outra questão é a Sample Rate ou taxa de amostragem. É uma regra que especifica uma
relação entre a retícula7
a ser usada no impresso, a resolução de escaneamento e a ampliação da
imagem em relação ao original. A Sample Rate adotada pelo mercado gráfico é de 2:1, ou seja,
uma vez conhecida a linhagem8
da retícula a ser utilizada (em lpi), usa-se uma resolução de
escaneamento (em dpi) equivalente ao dobro da linhagem (em lpi) para cada ampliação do
original, por exemplo, um cromo 35 mm, que vai ser ampliado em 400%, para um impresso em
gráfica que vai utilizar uma retícula de 150 lpi, deverá ser escaneado com 1200 dpi, vejamos:
150 lpi x 2 (amostragem 2:1) = a 300 dpi de resolução de escaneamento para 100%; 300 dpi x
uma ampliação 4 vezes (400%) = 300 x 4 = 1200 dpi. Vê-se que não é difícil definir o maior
formato de impressão, de imagens digitalizadas, para originais físicos. Mas e para originais
virtuais, como as fotos digitais?... Qual é a relação entre tamanho de imagem e tamanho máximo
usável nos impressos?
Para estes originais, antes de mais nada, é preciso conhecer o seu tamanho real em 300
dpi e usá-la neste tamanho, quando inserida na arte eletrônica. Os originais físicos (Martins:
2001) possuem um tamanho que podemos examinar tátil e visualmente, e já conhecemos a regra
antiga de não ampliar os cromos mais do que 6 vezes, sob pena de aparecer o grão da película. E
aí, ampliar um cromo 5,5 x 5,5 cm em 600 %, resulta numa imagem com 33 x 33 cm; se a
resolução de captura, para uso gráfico é de 300 dpi por ampliação (2 x 150 lpi, a linhatura da
retícula), esta imagem deverá ser escaneada em 1800 dpi, ou seja 6 (de 600%) x 300 dpi.
Já os originais virtuais não podem ser examinados fisicamente, mas nem por isso deixam
de ter um tamanho físico. O que precisamos entender é que originais físicos (cromos, por
exemplo) geralmente precisam ser ampliados, mas as imagens digitais já estão armazenadas num
tamanho definido pela quantidade de pixels x o tamanho de cada um dele.
O objetivo de se usar a amostragem correta (2:1) é assegurar que o pixel seja sempre
menor que o ponto da retículas, e que portanto, desapareça.
4 - Conversão das imagens produzidas com câmeras digitais
7
São aqueles minúsculos pontos, que compõem as imagens impressas em qualquer processo de impressão industrial (é preciso
uma lente de aumento para vê-los). Todas as imagens como fotografias ou desenhos (tons contínuos), que possuam tons
intermediários entre o branco e o preto, precisam ser convertidas em imagens de meio tom e reticuladas para poderem ser
impressas, nos processos industriais. Não confundir com impressoras de unidades finais como as jato de tinta, plotters, lasers.
8
A resolução de uma retícula é definida pela sua linhagem em lpi (lines per inch ou linhas por polegada).
Via de regra as imagens das câmeras digitais nunca podem ser utilizadas como são
recebidas das câmeras sem a conversão de padrão de cor e de formato. Todas as câmeras geram
imagens em RGB9
e com resolução de 72 dpi o que é inaceitável para uso gráfico.
O primeiro passo é convertê-las para CMYK10
e, antes de qualquer tratamento ou
modificação, na imagem. Lembre-se de que o resultado desta mudança é quase imperceptível
nas telas dos computadores, onde tudo é visualizado por RGB, mas muito significativa para os
resultados na geração dos fotolitos e gravação das matrizes de impressão, que utilizam as 4 cores
básicas de impressão CMYK.
O segundo, é converter o formato e a resolução, para 300 dpi, o que indiretamente,
auxilia a descobrir o tamanho máximo usável. A conversão para CMYK é um procedimento
simples em aplicativos como Corel Photopaint entre outros11
; já o procedimento de conversão é
denominado reamostragem, e é relativamente simples, embora seja um pouco diferente e tenha
nomes diversos, nos menus, conforme o aplicativo. Aberto o arquivo da foto desejada, deve-se
solicitar a reamostragem a seguinte modificação: redução de 75% (o resultado deverá ser ¼ do
tamanho inicial!) e mudança de resolução para 300 dpi.
O resultado geralmente não é muito animador para quem adquiriu uma câmera digital
pensando estar adquirindo a oitava maravilha do mundo (às vezes cara) e acaba descobrindo que
o tamanho máximo usável (em aplicações gráficas) é muito menor do que o que lhe foi
informado pelo vendedor ou fabricante. Veja, uma imagem produzida por uma câmera digital
(Nikon Coolpix 880 de 3 Mp, por exemplo), na sua mais alta resolução, resulta numa imagem de
54 x 72 cm que chega a impressionar, mas que, não vale nada para aplicações em impressos
gráficos!
Esta imagem após reamostrada para o padrão do meio gráfico (redução de 75% e
mudança de 72 para 300 dpi) fica com 13 x 18 cm, com resolução de captura de 300 dpi, num
total final de cerca de 1.536 pixels x 212712
. Como estamos vendo, as coisas não são tão
complicadas assim, como se pensa.
5 – Definindo a linhagem da retícula de impressão
Muitos pensam que a linhagem da retícula (no fotolito) é definida automaticamente,
porque raramente informam isso aos birôs. Não. Não é automático. Um birô, conhecendo as
9
Red, Green, Blue, ou vermelho, verde e azul violeta. São as cores primárias aditivas, ou síntese aditiva ou ainda cores básicas.
10
Cyan (azul ciano), magenta, amarelo e preto. São as cores básicas utilizadas em qualquer processo de impressão.
11
Embora o Photoshop da Adobe seja de longe o preferido da maioria dos diretores de arte, e nosso também, é preciso tomar
cuidado. Conforme examinamos na Versão 6,7 e 8 e CS8, quando se pede para reamostrar, ele mostra de imediato que a imagem
deve ser reamostrada para 300 dpi, o que leva, muita gente ao erro, dando a entender que já está em 300 dpi. Faça você mesmo o
teste, abra uma imagem que você sabe estar em 72 dpi, e veja o que ele irá mostrar. Já no Photopaint, da corel (versões 8, 9, 10,
11 e 12), quando pedimos para reamostrar, a primeira informação que aparece é a informação da imagem no estágio atual.
12
13 cm ÷ 2,54 = 5,12 x 300 dpi = 1.536 // 18 cm / 2,54 = 7,09 x 300 dpi = 2127 pixels 2127 de comprimento, o que equivale a
3,27 Megapixels (obviamente = 1536 x 2127). Note que este tamanho de 13 x 18 cm é o máximo a ser usado para esta foto, com
uma retícula de 150 lpi.
gráficas do seu mercado próximo, muitas vezes não perguntam porque conhecem as limitações
dele. O fato é que a linhagem da retícula é algo que pode ser definido caso a caso. Um trabalho
em especial em que se quer a retícula bem visível, pode ser solicitado saída em filme, com
linhagem de 2 lpi, 8, 16, 30, qualquer número até o limite da plotter. Se os clientes não
especificam a linhagem, os birôs dão saída em 150 lpi. Vários usuários não sabem o que é isso, e
os operadores teriam que explicar... Seria mais complicado e requereria tempo, artigo sempre em
falta nos birôs... Definitivamente, não é algo totalmente automático!
Note que usar resolução de imagem de 300 dpi e retícula de 150 lpi é algo tão
estabelecido e difundido que se assemelha a uma espécie de lei celestial. É uma garantia de bons
resultados quando não se conhece o assunto. Mas isso tem efeitos colaterais. Alguns usuários
acham que se reamostrarmos uma imagem, ela poderá ser utilizada sem que o pixel apareça.
Mas ao que tudo indica, está na hora de abrirmos os olhos e usarmos a regra como ela é:
genérica. A Editora Três é implantou nas revistas Isto é e Isto é Gente (e talvez em outras
publicações...) há quase dois anos, a retícula estocástica. Uma retícula de pontos distribuídos
aleatoriamente e de tamanhos variáveis. Desde a sua invenção em 1884, a retícula foi vem usada
como foi criada: um trama de pontos equidistantes, cujo tamanho varia, mas os centros dos
pontos não. A retícula estocástica possui pontos aleatórios e de tamanho variável conforme a
imagem. A retícula estocástica não possui linhatura como conhecemos, já que a distribuição dos
pontos aleatórios. Só podemos falar de uma linhatura equivalente. Por exemplo, a linhatura da
estocástica usada nas revistas citadas equivale a 200 linhas. Então não podemos continuar
usando 300 dpi como regra, mas sim 400 dpi, certo? A regra estabelece que a resolução deve ser
igual a 2 x a linhagem...
6 – Interpolando imagens manualmente
“Mas será que em casos especiais não seria possível uma utilização de uma imagem fora
desses parâmetros?!...” É uma pergunta que muito fazem. A taxa de amostragem de 2:1 foi
deliberadamente definida para o pixel não aparecer, nos impressos. Igualmente, no meio gráfico,
é comum, a limitação das ampliações de cromos a 6 vezes para, do mesmo modo, o grão (da
película) não aparecer, quando ampliado.
Não é o caso de que o grão do original físico esteja ‘censurado’ de parecer, mas como
regra geral, ele não deve. Contudo, se a imagem é muito importante, mais do que a sua
resolução, o que é muito comum em jornalismo, vale o conteúdo. Já na publicidade é
radicalmente diferente. Quase tudo é sempre muito planejado, daí a prevalência da imagem
nítida, em foco, sem pixels visíveis.
Sim é possível se utilizar uma imagem num tamanho ligeiramente maior do que o seu
tamanho real mas não sem fazer uma reamostragem, para evitar que o pixel apareça. Esta
reamostragem vai adicionar pixels à imagem, o que equivale a uma interpolação. É o mesmo que
diluir uma garrafa de vinho em um litro d’água. O que obtemos é 2 litros de uma solução que
não é nem água nem vinho, mas que lembra o vinho. A reamostragem aumenta a quantidade de
pixels, o tamanho da imagem, mas não a torna mais nítida. Aquilo que vimos nos filmes de 007
só existe lá. Desistam!
7 – Formatos de arquivo
Quando fazemos uma fotografia numa câmera digital, automaticamente determinamos o
formato de gravação do arquivo e uma paleta de cores. A maioria das câmeras de 3 Mp e acima,
possuem opção de formatos JPG (compactado) e TIF (sem compactação). Mesmo que você não
tenha definido há uma opção default. Definitivamente, não existe foto digital sem um formato de
arquivo. O que fazemos é amostrar uma imagem do mundo real em bits, ou enfim, construir um
conjunto de instruções, baseado num algoritmo (é o que é o formato de arquivo!) para
representar a imagem.
Para aplicações profissionais, no meio gráficas, um formato é muito utilizado: o TIFF ou
Tagged Image File Format, ou simplesmente TIF, sem nenhum tipo de compactação. O Tif foi
criado pela Aldus, também criadora do Pagemaker e Freehand, antes de ser comprada para a
Adobe. O BMP é também um formato bitmap descompactado, mas nativo do Windows, criado
pela Microsoft. Estes são os arquivos que dificilmente causam problemas na geração de fotolitos.
E existe uma outra classe de formatos de arquivo, a dos compactados, que elimina
informação redundante e reduz o tamanho dos arquivos. Mas atenção, não existe redução de
tamanho de arquivos, de informação redundante, sem perdas. Embora os arquivos compactados
introduzam perdas, mesmo que mínimas, esse tipo de arquivo pode ser usado para
armazenamento, para economizar espaço. O formato JPG13
é um desses formatos de imagem
compactados. Como ele é muito flexível e sua taxa de compactação é ajustável, é o mais
utilizado, especialmente na Internet. Talvez por isso, somado ao fato de que, na web, a maioria
das imagens é extremamente compactada (para facilitar a carga das páginas) tenha se originado
um grande, e injusto, preconceito com os JPG, como se fossem de má qualidade. Ora, uma faca
pode ser usada na cozinha ou para ferir alguém. Não é por isso que devemos deixar de ter facas
em nossas cozinhas!
13
Formato de arquivo compactado, de taxas de compressão variáveis e ajustáveis, que permite significativa redução no tamanho
dos mesmos. O formato JPG foi definido pelo grupo de estudos denominado de JPEG – Joint Pictures Expert Group, que definiu
os parâmetros de para compactação de dados de imagem fixa.
O JPG é um padrão de compactação de dados que pode variar de uma compactação
mínima (preservando a maior parte da imagem), mas resultando em tamanho de arquivo maior
(embora menor do que o descompactado ou TIF), ou radicalmente o inverso, e este, com menor
maior compactação é justamente o preferido dos web designers. Mas é evidente que, de modo
algum, se deve condenar um formato, baseado no julgamento das suas mais freqüentes aparições
e/ou utilizações!
O JPG é o resultado de anos de trabalho de um grupo multidisciplinar composto de vários
pesquisadores, visando encontrar um denominador comum entre o menor tamanho de arquivo
possível e a melhor representação de um original digitalizado, como por exemplo, aquilo que era
definido no arquivo TIFF. Além do mais existem subformatos no JPG para usos diferenciados: O
JPG 4:4:4 e 4:2:2 (são comuns e vêem no Corel Photopaint); detalhes importantes que a maioria
desconhece porque geralmente aceita as predefinições dos aplicativos, nas indefectíveis
janelinhas de diálogo, com um cursor móvel, numa escala que varia de “máxima qualidade
(arquivo maior) e arquivo menor (qualidade menor)”, que devemos ajustar. Quando se trata de
aplicações gráficas, devemos ter controle sobre o processo, porque muitas regras não estão
incorporadas nos aplicativos, dependem de nosso raciocínio e decisão!
No Photopaint, o subformato JPG 4:4:4 é destinado a aplicações profissionais com perdas
imperceptíveis sem compressão e com perdas mínimas em baixas taxas de compressão, como
por exemplo, 20% de compressão e 12 % de suavização, valores que você define ao exportar um
arquivo, de um formato para outro. Testamos essas taxas e comprovamos que as alterações são
imperceptíveis. Valores maiores, porém causam perdas mais significativas.
A foto que usamos como exemplo, na primeira parte deste artigo, no formato JPG e em
RGB tal e qual foi gerada pela câmera a 72 dpi, com 1.536 x 2127 pixels, ou 3,27 Megapixels,
possuía 1,2 MB; Após a redução de 75%, reamostragem para 300 dpi e conversão de RGB para
CMYK resultou em um arquivo com 1,52 MB, em JPG no sub-formato 4:4:4; Se for exportado
para TIF, totalmente descompactado resultará em 13,33 MB; Se deste formato for novamente
reexportado como JPG (4:4:4) sem nenhuma compressão (é claro que sempre tem alguma, mas
mínima) resultará em 4,11 MB; se deste formato for reexportado para JPG com compressão e
suavização mínima (30 e 20, compressão e suavização, respectivamente) cai para 1,31 MB. Mas
aí temos distorções na imagem, embora ainda pouco perceptíveis.
Note que a imagem descompactada, em JPG 4:4:4, ocupa menos de 1/3 do espaço de um
arquivo descompactado, como o TIF, por exemplo. Obviamente significa menos tempo de envio
pela Internet. Mas se precisamos enviar 10 fotos, de 4 MB cada, 40 MB significa muito tempo de
download, e maiores possibilidades de erro, para quem vai receber. Por isso é sempre uma boa
prática enviar arquivos separadamente, um em cada mensagem.
Se estamos tratando de uma imagem que precisa ser utilizada na sua ampliação máxima e
queremos garantir extrema definição, é uma boa prática exportar de TIF para JPG numa
resolução maior do que a que será efetivamente utilizada, por exemplo: se precisamos utilizar a
foto no tamanho 13 x 18 cm, que é o máximo, pelos padrões gráficos, a 300 dpi, e desejamos
reduzir o tamanho do arquivo para a remessa, devemos reamostrar a imagem para um tamanho
20% maior, no caso 15,6 x 21,6 (20%) , mantendo os 300 dpi, avisando o destinatário, que o
tamanho máximo utilizável é 13 x 18; ele deverá fazer a reamostragem após receber o arquivo.
Embora os números e nomes acima possam ter dado um nós nas sinapses dos neurônios
dos leitores, voltemos ao mundo inteligível. A nossa conclusão é de que é possível sim, usar o
JPG em aplicações profissionais, respeitando-se o uso do padrão CMYK e a resolução adequada,
bem como a sample rate.
Essa conclusão não é baseada simplesmente na visualização da imagem no monitor do
computador, aliás a visualização no monitor, raramente é confiável, a menos que você possua um
sistema de calibração profissional, e não nesses brinquedinhos de calibração, que não sabem o
monitor e impressora que você tem, mas supõem... É uma longa história14
que não pode ser
explicada aqui, (ver nota 12) mas, para encurtar, as cores no monitor são construídas a partir de
uma paleta RGB, ou cores luz, ou síntese aditiva de cores, composta por vermelho, verde e azul.
Nos impressos é utilizada a síntese subtrativa de cores, com magenta, azul cyan e amarelo, mais
o preto, ou CMYK. Então dificilmente as cores vistas no monitor podem ser impressas com
CMYK. Para piorar a situação, os ajustes de brilho e contraste de cada monitor interferem
drasticamente na imagem que se vê na tela, podendo não corresponder exatamente ao que está no
arquivo. Por isso é que vemos tantas imagens impressas ruins, com cores, brilho e contraste
distorcidos. Se há brilho demais no monitor, o operador tenta aumentar o contraste da imagem
através do aplicativo; se tem contraste demais, ele tenta aumentar o brilho, para compensar...
Mas ainda pode ficar pior! Se o monitor tem uma distorção de cor, para o azul, por exemplo, o
operador tenta diminuir este excesso, às vezes sem considerar que aquele desvio não está no
arquivo, mas apenas no monitor. Como se vê a questão das interfaces é complicada.
A redução do tamanho do arquivo facilita o transporte e/ou envio pela Internet para o
armazenamento. Mas uma coisa deve ser entendida e nunca deve ser esquecida: armazenar é uma
coisa, utilizar é outra. Ao utilizar arquivos JPG nas artes finais eletrônicas, nunca se esqueça de
convertê-los em TIF antes de importar as imagens para os documentos de Corel, Pagemaker e/ou
Quark-x-press, entre vários outros
Este é o formato para o qual estão mais bem ajustadas as Imagesetters, ou impressoras de
imagem, que ao fim e ao cabo, farão a impressão fotográfica dos fotolitos. Note que elas não
14
Os problemas de reprodução de originais estão sujeitos a inúmeras variáveis e para considerar cada uma delas devemos
conhecê-las. Os problemas de reprodução foram abordados em um trabalho apresentado no SIPECs/Intercom
conhecem nada sobre o jeitinho brasileiro! Então não tem meio termo. Uma equação errada – e
uma mísera letrinha, numa fonte e corpo, é isso – resulta num problema, que conforme o modelo
e/ou marca pode finalizar o fotolito com áreas em branco, letras na fonte courier ou similar, ou
simplesmente não dar saída na imagesetter... aí já sabemos! Alguém liga do birô e nos dá a
notícia (sempre numa sexta à noite, para atrapalhar aquele compromisso...) de que o arquivo
“deu pau”!... Resumindo, podemos usar o JPG 4:4:4 para armazenamento e remessa pela Internet
mas, para inserir nos documentos, devemos antes convertê-los para TIF, o que se faz
‘exportando-o’.
Para que todos tenham uma idéia de limites, podemos converter um arquivo TIF em JPG
4:4:4 (20% compressão e 12% suavização) e deste para TIF, novamente, 30 vezes sem alterações
perceptíveis, mesmo em trechos ampliados, o que mostra a eficiência do formato JPG na
compactação, com perdas reduzidas e aceitáveis. Novamente insitimos, o formato JPG não foi
criado numa conversa de botequim, é um algoritmo que merece o respeito devido e que deve ser
usado com consciência, de acordo com sua finalidade. Uma foto qualquer, uma vez exportada
com baixa resolução e compressão extremas, nem Jesus salva! Por mais que lhe digam ou, por
mais que aplicativos miraculosos prometam, tenha em mente que nada recupera a resolução
perdida.
Por fim uma última coisa deve ser dita a respeito das imagens. Não se distorce uma
imagem de forma alguma, seja expandindo-a ou comprimindo-a, horizontalmente ou
verticalmente. Isso é algo que, quase nunca precisa ser dito a profissionais de comunicação, pois
eles aprendem, desde muito cedo, a respeitar a imagem e o modo como suas proporções tendem
a representar o mundo real. Quando se pretende informar algo, que precisa ser complementado
com uma imagem, não se pode perder de vista que o ser humano interpreta e se comunica com o
mundo ao seu redor através de diversas linguagens, especialmente a sonora, visual e verbal
(conf. Santaella em Matrizes da linguagem) e protolinguagens (aquelas que não possuem
gramática, como por exemplo a olfativa e tátil). A propósito a semiótica é a ciência que estuda
toda e qualquer linguagem. Assim, devemos ter consciência dos nossos papéis de
comunicadores, tanto os profissionais ativos, como os que se aventuram eventualmente, e
respeitar e reconhecer que o público lerá a mensagem não só pelo meio verbal, mas também pelo
visual, e uma imagem distorcida, dá uma idéia muito equivocada do formato do produto que
estamos ilustrando.
E isto é mais comum do que imaginam aqueles que estão habituados com as regras dos
meios de comunicação. Muitas vezes, para encaixar uma foto retangular, numa dimensão vertical
se comprime a mesma, ou para se encaixá-la numa dimensão horizontal, maior do que a foto se
expande a mesma, distorcendo irremediavelmente a imagem representada, nas suas proporções.
No exemplo abaixo, a foto do meio é a correta; à esquerda dela, a imagem está distorcida
(comprimida) verticalmente; à direita está distorcida (expandida) horizontalmente. Imagine que
você nunca tenha visto o produto... Qual formato estará na sua memória ao procurá-lo no
supermercado? Teremos nós a capacidade de imaginar o formato e proporções corretos?...
Difícil. Por incrível que pareça, isso tem sido feito com fotos de pessoas, também, aí o erro é
mais dramático. Aqueles que são altos e magros aparecem como baixos e gordos, quando a
imagem é comprimida verticalmente; mas ficam esqueleticamente magros quando é comprimida
horizontalmente; por outro lado, os que são baixos e gordinhos, ficam anões e gordos, no
primeiro caso e lindamente esbeltos, no segundo caso de compressão de imagem.
Agora com as questões técnicas esclarecidas o leitor certamente não terá mais desculpas
para uso inadequado de imagens digitais, formatos e resolução. Na Produção Gráfica, área da
Publicidade que cuida do orçamento e supervisão de execução de quaisquer tipos de impressos,
do escaneamento à impressão, o que acabamos de explicar, na parte um e nesta parte dois, é
exatamente o que se denomina como reprodução de originais.
Desejando maior aprofundamento nas questões dos originais, solicite ao autor, os
trabalhos apresentados e publicados nos anais dos SIPECs/Intercom15
.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAER, Lorenzo. Produção Gráfica. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1999. 288 p.
BRAUN, Eliezer. El saber y los sentidos. México: Fondo de Cultura Econômica, S. A. de C.V., 1991.
154 p.
CARRAMILLO NETO, Mário. Seminário de artes gráficas. São Paulo: Unida&Bosateli, 1985.
15
SIPECs/Intercom (Simpósios de Pesquisa da Intercom/ Sociedade Brasileira de estudos Interdisciplinares da Comunicação).
_______. Contato imediato com produção gráfica. 1. ed. São Paulo: Global, 1987. (Coleção contato
imediato).
______. Produção Gráfica II: Papel, Tinta, impressão e acabamento. São Paulo: Global, 1997.
______. Curso Burti 2000: Fotorreprodução. São Paulo: Burti, 2000. 46 p.
MARTINS, Júlio. Nova e mais abrangente classificação em Produção Gráfica: Tipos de originais
destinados à reprodução. IN: Simpósio da Pesquisa em Comunicação da Região Sudeste, 8., 2001. VIII
Sipec Anais. Vitória: Intercom, 2001. 1 CD-ROM, GT4.
RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Codecri,
1981.
SANTAELLA, Lúcia. A percepção: uma teoria semiótica. 2 ed. . São Paulo: Experimento, 1998. 154 p.
______. Matrizes da linguagem e pensamento: Sonora, visual, verbal. São Paulo: Iluminuras, 2001b. 432
p.
[Filename:art_02_ago_2006_foto digital e resol_03.doc] [184832 Bytes] [14 pgs.] [29114 caracteres] [5741 palavras ]
[gravado em 20/10/2006 11:49:00] [© 2006 - Júlio Martins]

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a 12 julio martins

Máquina e câmera fotográfica digital e analógica
Máquina e câmera fotográfica digital e analógicaMáquina e câmera fotográfica digital e analógica
Máquina e câmera fotográfica digital e analógicaaqswdefrgthy
 
Ebook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdf
Ebook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdfEbook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdf
Ebook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdfFabiSantos38
 
Câmeras compactas. uma espécie em extinção
Câmeras compactas. uma espécie em extinçãoCâmeras compactas. uma espécie em extinção
Câmeras compactas. uma espécie em extinçãoPedro Trindade
 
Imagem Digital
Imagem DigitalImagem Digital
Imagem Digitalschool
 
Palestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de caso
Palestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de casoPalestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de caso
Palestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de casoSIBiUSP
 
Comunicação visual fatece - bkp 2
Comunicação visual   fatece - bkp 2Comunicação visual   fatece - bkp 2
Comunicação visual fatece - bkp 2edsonfgodoy
 
Primeira apresentação
Primeira apresentaçãoPrimeira apresentação
Primeira apresentaçãocat201
 
Primeira apresentação
Primeira apresentaçãoPrimeira apresentação
Primeira apresentaçãonathyeledresa
 
Apostila de-fotografia-digital[1]
Apostila de-fotografia-digital[1]Apostila de-fotografia-digital[1]
Apostila de-fotografia-digital[1]Marcus Matsuyama
 
Apostila de fotografia digital
Apostila de fotografia digital  Apostila de fotografia digital
Apostila de fotografia digital Frank Barroso
 
Utilidades da multimídi1
Utilidades da multimídi1Utilidades da multimídi1
Utilidades da multimídi1cat201
 
Manual de Normas e Procedimentos
Manual de Normas e ProcedimentosManual de Normas e Procedimentos
Manual de Normas e Procedimentosdmazbnet
 

Semelhante a 12 julio martins (20)

Caderno06
Caderno06Caderno06
Caderno06
 
Máquina e câmera fotográfica digital e analógica
Máquina e câmera fotográfica digital e analógicaMáquina e câmera fotográfica digital e analógica
Máquina e câmera fotográfica digital e analógica
 
Ebook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdf
Ebook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdfEbook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdf
Ebook da Unidade - Introdução Ao Adobe Photoshop.pdf
 
Câmeras compactas. uma espécie em extinção
Câmeras compactas. uma espécie em extinçãoCâmeras compactas. uma espécie em extinção
Câmeras compactas. uma espécie em extinção
 
Artigo aleph
Artigo alephArtigo aleph
Artigo aleph
 
Imagem Digital
Imagem DigitalImagem Digital
Imagem Digital
 
APOSTILA DE REDES.pdf
APOSTILA DE REDES.pdfAPOSTILA DE REDES.pdf
APOSTILA DE REDES.pdf
 
Palestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de caso
Palestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de casoPalestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de caso
Palestra Digitalizacao e Preservacao Digital: uma introdução / relato de caso
 
Impressoras 3 D
Impressoras 3 DImpressoras 3 D
Impressoras 3 D
 
Guia fotografia digital
Guia fotografia digitalGuia fotografia digital
Guia fotografia digital
 
Comunicação visual fatece - bkp 2
Comunicação visual   fatece - bkp 2Comunicação visual   fatece - bkp 2
Comunicação visual fatece - bkp 2
 
Aula fotografia digital
Aula fotografia digitalAula fotografia digital
Aula fotografia digital
 
A imagem
A imagemA imagem
A imagem
 
Primeira apresentação
Primeira apresentaçãoPrimeira apresentação
Primeira apresentação
 
Primeira apresentação
Primeira apresentaçãoPrimeira apresentação
Primeira apresentação
 
Apostila de-fotografia-digital[1]
Apostila de-fotografia-digital[1]Apostila de-fotografia-digital[1]
Apostila de-fotografia-digital[1]
 
Apostila de fotografia digital
Apostila de fotografia digital  Apostila de fotografia digital
Apostila de fotografia digital
 
Produção gráfica
Produção gráficaProdução gráfica
Produção gráfica
 
Utilidades da multimídi1
Utilidades da multimídi1Utilidades da multimídi1
Utilidades da multimídi1
 
Manual de Normas e Procedimentos
Manual de Normas e ProcedimentosManual de Normas e Procedimentos
Manual de Normas e Procedimentos
 

12 julio martins

  • 1. Parâmetros da imagem no domínio digital: o que é pixel, resolução de imagem, resolução de captura e outras características da imagem digital ou digitalizada. Júlio Cesar Martins da Silva1 Resumo: O artigo examina as questões que determinam a reprodução (e/ou digitalização) e impressão, de imagens nos impressos, com boa qualidade, definição e fidelidade cromática, e recupera os conceitos que há muitos anos são utilizados no meio gráfico, com a finalidade de garantir máxima ampliação dos originais, com máxima definição, sem o aparecimento de moiré e do pixel, e indica quais os procedimentos adequados (independente dos aplicativos a serem usados) para a conversão de resolução e de formatos de arquivo, os princípios básicos que orientam tais procedimentos. Palavras-chave: Resolução; pixel; imagem digital; câmera digital; dpi. Introdução Os usuários de câmeras digitais têm se deparado com questões inusitadas que têm resultado em fotos ruins e/ou inadequadas à impressão em gráfica causando dores de cabeça aos birôs2 de editoração, gráficas, agências de publicidade, e aos seus clientes, quando o aspecto da imagem impressa deixa muito a desejar em termos de cores e definição. O problema existe igualmente quando se trata de imagens digitalizadas3 , seja a partir de originais opacos ou de transparentes (cromos). Dores de cabeça em gráficas e birôs sempre vão existir, mas para estas, causadas por problemas de resolução de imagem, padrão de cor e formatos de arquivo, já existe remédio há algum tempo, então é inexplicável que estejamos presenciando essa avalanche de impressos com problemas elementares de reprodução, resultantes do uso de formatos de arquivo impróprios e/ou conversões (reamostragem) para resolução de imagem inadequada. A fotografia convencional, já com mais de 150 anos, alcançou um estágio tão avançado de disseminação que qualquer bar de esquina ou farmácia vende filmes, faz revelações, e os vendedores sabem até explicar diferenças entre sensibilidade dos filmes. Já a foto digital, com seus 25 anos de idade4 tem muitas questões obscuras e difíceis de explicar que, para simplificar, fabricantes têm instruído seus revendedores com respostas prontas, supostamente adequadas à maioria das situações que, definitivamente não resolvem os problemas. Não! Os equipamentos 1 O autor é professor do Departamento de Comunicação da Ufes, no Curso de Publicidade, e é pesquisador em Comunicação, semiótica e percepção. Contato: jcms1506@terra.com.br 2 Birôs, uma palavra aportuguesada do inglês bureau (escritório), são empresas de editoração, sucessoras dos estúdios gráficos. Estas recebiam artes-finais e preparavam os fotolitos e provas. Hoje os birôs recebem arquivos e dão saída em fotolitos. A propósito fotolitos são matrizes em filme transparentes, contendo as separações de cor, e sempre em P&B, para gravação das matrizes de impressão. 3 Doravante (exceto quando mencionado) para simplificar o texto, a denominação de imagem digital inclui tanto aquelas geradas em câmera digitais como aquelas digitalizadas de originais opacos ou transparentes.
  • 2. não têm aquele botão que, ao ser pressionado, escolhe os melhores parâmetros, que determinarão que, uma foto digital ou digitalizada, sairá impressa impecavelmente. Podemos sonhar com isso, sim... Mas está longe esse dia! O foco deste artigo é o uso profissional, de imagens digitais ou digitalizadas, em impressos de quaisquer tipos. Uma coisa é preciso ficar bem clara: no nosso ponto de vista é obrigação de todo e qualquer profissional de comunicação (publicitário, jornalista, relações públicas, cineasta, produtor editorial, etc.), e até mesmo, de áreas próximas como designers gráficos, por exemplo, conhecer as regras para reprodução e impressão de imagens nos diversos processos de impressão. É instrumento de trabalho; não é algo que se possa contemporizar. Ou se domina o assunto ou a competência fica comprometida. Com um analogia simples o leitor poderá compreender em profundidade o nosso ponto de vista: Quantas vezes vemos médicos comuns (não vamos falar dos famosos...), desconhecidos, mas experientes, consultarem o farmacêutico sobre como diagnosticar e tratar para uma doença?... Quantas vezes vemos engenheiros consultarem os gerentes (ou proprietários) de uma construtora, sobre como calcular e construir sapatas de sustentação em terrenos pantanosos?... Então porque deveria ser diferente com a área de Comunicação, Design Gráfico e outras afins? Infelizmente o que mais tem acontecido atualmente na área de comunicação é a busca de informações, sobre parâmetros técnicos, com fotógrafos, operadores dos birôs, gerentes de produção (das gráficas), etc. Obviamente, não se trata de desqualificar a contribuição que estes profissionais podem vir a dar. É que está sendo transferida para eles uma responsabilidade que não lhes compete. Quando algo dá errado (o que acontece muitas vezes!) eles são responsabilizados injustamente. Pergunte a qualquer fotógrafo... e sente para escutar a resposta, porque não vai ser rápido. Certamente ele desfiará um enorme rosário de queixas, tamanha é quantidade de questões que lhes é cobrada a responder. Se tiver tempo, converse com um operador de birô. Vocês irão se espantar com a quantidade de barbaridades que eles têm que corrigir todos os dias. E se não o fizerem, certamente ocorrerão erros nas etapas seguintes (impressão por ex.), pelos quais serão injustamente responsabilizados. De quem é a culpa então? ... Bom o levantamento das possibilidades tomaria muito mais espaço do que dispomos então fiquemos com uma especulação de cunho mais genérico. Uma das causas possíveis é a extrema crença na infalibilidade do digital, que ao longo dos anos foi reproduzida ao incansavelmente pela literatura, teatro, cinema e TV. Aquele agente secreto que senta na frente de um computador, e através de um telescópio num satélite, consegue ler o artigo o que um sujeito está lendo no jornal, sentado no branco da praça... Ou o policial que por comando de voz instrui o computador para dar zoom numa imagem captada pela câmera de 4 Tudo começou com a Mavica, a primeira câmera digital, inventada pela Sony e lançada em agosto de 1981. As imagens eram gravadas num disquete de 3 ½ . Conheça mais sobre a história em <http://www.digicamhistory.com/Index.html>.
  • 3. segurança... Nestes e em muitos outros casos, o curioso é que nunca existe o pixel. Os aplicativos que esses personagens costumam usar são tão sofisticados que conseguem ‘entender’ qualquer borrão na imagem convertê-lo em imagem visível. O fato é que o mundo real é muito mais cruel com a imagem digital (ou digitalizada). Há muito mais obstáculos para fotógrafos, layoutmen, diretores de arte, operadores de birôs, etc. O uso de imagens digitais requer um conhecimento mínimo sobre resolução e formatos. Muitos profissionais se recusam a se informar melhor sobre o assunto, acreditando que os aplicativos resolvem tudo. É como acreditar em Papai Noel. É óbvio que desta crença não poderia surgir outra coisa senão um bocado de problemas de digitalização e/ou reprodução de originais. No nosso entender a automatização desnecessária de algumas tarefas induz, o profissional de comunicação, à posição cômoda de não ter que pensar para decidir. Por exemplo, é incompreensível que um dos aplicativos de tratamento de imagem mais adorados e usados no mundo (e realmente espetacular!) tenha na janela de diálogo de salvamento de arquivo (em formatos JPG por ex.:) uma régua onde se pode ajustar um cursor entre um extremo de menor arquivo, e outro, de maior qualidade de imagem... Inadmissível! O usuário tem que conhecer para decidir. Infelizmente, se tem uma função no aplicativo que pode tomar decisões que nos tomariam algum tempo, nós permitimos. Só que o prejuízo causado por esta omissão só aparece mais tarde. Já o Photopaint, o aplicativo de tratamento de imagem da suíte de aplicativos Corel, embora não seja tão popular, implementou adequadamente o algoritmo de compressão JPG. O usuário escolhe o formato, o sub-formato e as taxas de compressão e suavização. Este sim é o modo adequado de se lidar com arquivos de imagem. O usuário é responsável pela determinação resolução de captura x tamanho e formato de arquivo. Estes dois casos ilustram bem o que acontece no meio da editoração eletrônica, atualmente. É óbvio que os usuários preferem o aplicativo que toma decisões por eles, infelizmente, mas há um preço a pagar, do qual muitas vezes eles querem se isentar. Não é difícil compreender porque a maioria dos usuários evita tomar decisões: ficam inseguros na maioria das vezes. Porque há muita bobagem, e informações superficiais, sendo publicadas e é difícil buscar e reunir informações confiáveis a respeito. Por outro lado, uma boa parte da informação publicada, é correta mas aplica-se a um caso específico, não sendo válido com orientação para todos os casos semelhantes. Então o nosso propósito com este artigo é recuperar e reunir as informações relativas aos arquivos de imagem de modo a ajudar a esclarecer as questões mais importantes sobre o uso de imagens digitais e digitalizadas em impressos gráficos.
  • 4. 1 - Pixel e resolução Pixel5 é o menor elemento de uma imagem digital, é uma representação abstrata da imagem no domínio digital. Na fotografia com filme o menor elemento de uma imagem é o grão da emulsão (do papel ou filme), que equivale ao pixel. Este não tem tamanho previamente definido; depende da resolução de captura. Por exemplo, uma fotografia com 1200 x 1800 pixels resulta em uma imagem de 2.160.000 pixels ou 2,16 MP. Não importa se a imagem está com resolução de 72, 150, 300 ou 600 dpi... A quantidade de pixels é a mesma. Mas a resolução da imagem não. A resolução depende do tamanho do pixel e é dada pela quantidade de pixels em uma polegada, daí pontos por polegada ou dpi6 (dots per inch). Para se descobrir o tamanho do pixel basta dividir uma polegada (ou 25,4 mm) pelo Nº de pontos, por exemplo: 25,4/300= 0,084666 mm (é importante trabalhar com seis casas decimais após a vírgula); Isto significa que o pixel de uma imagem com 300 dpi mede 0,084666. Já o pixel de uma imagem de câmera digital com 72 dpi mede 0,352777 mm. Na tabela 1 estão os tamanhos do pixel para cada resolução, dentre as mais comuns: RESOLUÇÃO (EM DPI) TAMANHO DO PIXEL (MM) RESOLUÇÃO (EM DPI) TAMANHO DO PIXEL (MM) 36 0,705555 240 0,105833 72 0,352777 300 0,084666 96 0,264583 400 0,063500 120 0,211666 450 0,056444 144 0,176388 500 0,050800 150 0,169333 600 0,042333 Então se o pixel tem um tamanho, mesmo que dependa da resolução, temos como saber o tamanho real de cada imagem. Eis aí uma causa freqüente de problemas: o desconhecimento do tamanho real da imagem digital. Uma rápida busca no sítio de buscas Google pode dar uma idéia da confusão que pode tomar conta de um usuário disposto a entender o problema. Existem explicações, das mais absurdas, sobre o assunto, e também explicações corretas, mas... em qual delas confiar? Para saber o tamanho real de uma imagem, há um meio simples e prático, usando o aplicativo Photpaint da Corel (versões 8 a 12). Deve-se clicar em Imagem reamostrar, (mas sem finalizar a operação). Pode-se conhecer o tamanho, em mm, pol, cm, ou pixel, e também, a resolução. O outro meio é fazer uma conta simples: se você conhece a resolução se sabe quantos pixels tem a imagem de largura e comprimento, é fácil. Usemos como exemplo uma imagem de 1024 x 768 pixels a 96 dpi: conforme a tabela acima, o pixel de 96 dpi mede 0,264583 mm; 5 É o acrônimo de Picture Element. É o menor elemento de uma imagem digital ou digitalizada. São aqueles ‘quadradinhos’ (como preferem resumir os alunos...) que aparecem quando você amplia muito uma imagem, no computador, durante a visualização. 6 Dots per inch ou pontos por polegada (ppp).
  • 5. então: 1024 x 0,264583 = 270,93 mm/ 768 x 0,264583 = 203,19 mm. Então resumindo, se você sabe quantos pixels tem a imagem de largura e comprimento, e a resolução, vc tem a informação suficiente para descobrir o tamanho real. É muito importante entender a questão do tamanho, porque os usuários trabalham com áreas de trabalho virtuais que dependem do tamanho da tela do monitor e da resolução ajustada, de modo que quase sempre o que se vê na tela não está no seu tamanho real. Então temos duas coisas distintas o tamanho em que a imagem é visualizada no aplicativo que a importou, e o tamanho real. 2 - A resolução padrão para impressos gráficos Notaram que, logo de início, citamos uma imagem resolução de 300 dpi? Este não é um número definido ao acaso. Se o leitor e fizer um teste e consultar diversas pessoas do ramo, quase todos vão dizer que a resolução adequada párea impressão é 300 dpi, mas raramente alguém saberá dizer o porquê. Há mais de dez anos o mercado gráfico segue alguns padrões definidos por grupos de estudos de tecnologia gráfica cujos resultados foram publicados na revista Seybold (USA). Se a aplicação principal à qual se destina uma imagem digitalizada, for a impressão industrial existem algumas regras a serem seguidas, é claro que se for outra qualquer o usuário pode escolher o que bem entender. Para impressão industrial existem regras claras porque os processos de reprodução e impressão não são perfeitos, mas possuem limitações que deve ser respeitadas. No caso dos 300 dpi foi definido, e adotado em nível mundial, que o tamanho de um pixel adequado aos trabalhos gráficos seria de 0,083 mm, porque fica abaixo da resolução do olho humano que é de 0,1 mm e porque foi estabelecido que a retícula (convencional, não estocástica, portanto) de maior linhatura, que poderia ser impressa, em impressoras offset, flexográficas e rotográficas, em qualquer parte do mundo, sem matrizes especiais, é a de 150 linhas, e uma resolução de 300 dpi deixa o pixel com metade do tamanho do ponto da retícula, atendendo ao requisito de melhor amostragem (sample rate explicada adiante). Usar resoluções maiores para diminuir o tamanho dos pixels não produz ganho perceptível e aumenta desnecessariamente o tamanho dos arquivos. Uma imagem digital, já reamostrada para 300 dpi, deve ser sempre utilizada numa arte no seu tamanho original. Em casos extremos pode ser ampliada em até 20% dependendo da importância da nitidez da imagem para a peça gráfica, e pode ser reduzida à vontade, sem limites, pois na redução, é claro, o pixel ficará cada vez menor. Mas quando reduções extremas são necessárias, o mais indicado é reamostrar a imagem para diminuir o tamanho do arquivo. Devemos pensar a questão do tamanho dos arquivo a longo prazo. Pouco importa 5 MB a mais
  • 6. num trabalho específico, mas somados com os excessos de outros trabalhos de uma agência durante um ano, fazem enorme diferença. 3 - A taxa de amostragem ou sample rate Outra questão é a Sample Rate ou taxa de amostragem. É uma regra que especifica uma relação entre a retícula7 a ser usada no impresso, a resolução de escaneamento e a ampliação da imagem em relação ao original. A Sample Rate adotada pelo mercado gráfico é de 2:1, ou seja, uma vez conhecida a linhagem8 da retícula a ser utilizada (em lpi), usa-se uma resolução de escaneamento (em dpi) equivalente ao dobro da linhagem (em lpi) para cada ampliação do original, por exemplo, um cromo 35 mm, que vai ser ampliado em 400%, para um impresso em gráfica que vai utilizar uma retícula de 150 lpi, deverá ser escaneado com 1200 dpi, vejamos: 150 lpi x 2 (amostragem 2:1) = a 300 dpi de resolução de escaneamento para 100%; 300 dpi x uma ampliação 4 vezes (400%) = 300 x 4 = 1200 dpi. Vê-se que não é difícil definir o maior formato de impressão, de imagens digitalizadas, para originais físicos. Mas e para originais virtuais, como as fotos digitais?... Qual é a relação entre tamanho de imagem e tamanho máximo usável nos impressos? Para estes originais, antes de mais nada, é preciso conhecer o seu tamanho real em 300 dpi e usá-la neste tamanho, quando inserida na arte eletrônica. Os originais físicos (Martins: 2001) possuem um tamanho que podemos examinar tátil e visualmente, e já conhecemos a regra antiga de não ampliar os cromos mais do que 6 vezes, sob pena de aparecer o grão da película. E aí, ampliar um cromo 5,5 x 5,5 cm em 600 %, resulta numa imagem com 33 x 33 cm; se a resolução de captura, para uso gráfico é de 300 dpi por ampliação (2 x 150 lpi, a linhatura da retícula), esta imagem deverá ser escaneada em 1800 dpi, ou seja 6 (de 600%) x 300 dpi. Já os originais virtuais não podem ser examinados fisicamente, mas nem por isso deixam de ter um tamanho físico. O que precisamos entender é que originais físicos (cromos, por exemplo) geralmente precisam ser ampliados, mas as imagens digitais já estão armazenadas num tamanho definido pela quantidade de pixels x o tamanho de cada um dele. O objetivo de se usar a amostragem correta (2:1) é assegurar que o pixel seja sempre menor que o ponto da retículas, e que portanto, desapareça. 4 - Conversão das imagens produzidas com câmeras digitais 7 São aqueles minúsculos pontos, que compõem as imagens impressas em qualquer processo de impressão industrial (é preciso uma lente de aumento para vê-los). Todas as imagens como fotografias ou desenhos (tons contínuos), que possuam tons intermediários entre o branco e o preto, precisam ser convertidas em imagens de meio tom e reticuladas para poderem ser impressas, nos processos industriais. Não confundir com impressoras de unidades finais como as jato de tinta, plotters, lasers. 8 A resolução de uma retícula é definida pela sua linhagem em lpi (lines per inch ou linhas por polegada).
  • 7. Via de regra as imagens das câmeras digitais nunca podem ser utilizadas como são recebidas das câmeras sem a conversão de padrão de cor e de formato. Todas as câmeras geram imagens em RGB9 e com resolução de 72 dpi o que é inaceitável para uso gráfico. O primeiro passo é convertê-las para CMYK10 e, antes de qualquer tratamento ou modificação, na imagem. Lembre-se de que o resultado desta mudança é quase imperceptível nas telas dos computadores, onde tudo é visualizado por RGB, mas muito significativa para os resultados na geração dos fotolitos e gravação das matrizes de impressão, que utilizam as 4 cores básicas de impressão CMYK. O segundo, é converter o formato e a resolução, para 300 dpi, o que indiretamente, auxilia a descobrir o tamanho máximo usável. A conversão para CMYK é um procedimento simples em aplicativos como Corel Photopaint entre outros11 ; já o procedimento de conversão é denominado reamostragem, e é relativamente simples, embora seja um pouco diferente e tenha nomes diversos, nos menus, conforme o aplicativo. Aberto o arquivo da foto desejada, deve-se solicitar a reamostragem a seguinte modificação: redução de 75% (o resultado deverá ser ¼ do tamanho inicial!) e mudança de resolução para 300 dpi. O resultado geralmente não é muito animador para quem adquiriu uma câmera digital pensando estar adquirindo a oitava maravilha do mundo (às vezes cara) e acaba descobrindo que o tamanho máximo usável (em aplicações gráficas) é muito menor do que o que lhe foi informado pelo vendedor ou fabricante. Veja, uma imagem produzida por uma câmera digital (Nikon Coolpix 880 de 3 Mp, por exemplo), na sua mais alta resolução, resulta numa imagem de 54 x 72 cm que chega a impressionar, mas que, não vale nada para aplicações em impressos gráficos! Esta imagem após reamostrada para o padrão do meio gráfico (redução de 75% e mudança de 72 para 300 dpi) fica com 13 x 18 cm, com resolução de captura de 300 dpi, num total final de cerca de 1.536 pixels x 212712 . Como estamos vendo, as coisas não são tão complicadas assim, como se pensa. 5 – Definindo a linhagem da retícula de impressão Muitos pensam que a linhagem da retícula (no fotolito) é definida automaticamente, porque raramente informam isso aos birôs. Não. Não é automático. Um birô, conhecendo as 9 Red, Green, Blue, ou vermelho, verde e azul violeta. São as cores primárias aditivas, ou síntese aditiva ou ainda cores básicas. 10 Cyan (azul ciano), magenta, amarelo e preto. São as cores básicas utilizadas em qualquer processo de impressão. 11 Embora o Photoshop da Adobe seja de longe o preferido da maioria dos diretores de arte, e nosso também, é preciso tomar cuidado. Conforme examinamos na Versão 6,7 e 8 e CS8, quando se pede para reamostrar, ele mostra de imediato que a imagem deve ser reamostrada para 300 dpi, o que leva, muita gente ao erro, dando a entender que já está em 300 dpi. Faça você mesmo o teste, abra uma imagem que você sabe estar em 72 dpi, e veja o que ele irá mostrar. Já no Photopaint, da corel (versões 8, 9, 10, 11 e 12), quando pedimos para reamostrar, a primeira informação que aparece é a informação da imagem no estágio atual. 12 13 cm ÷ 2,54 = 5,12 x 300 dpi = 1.536 // 18 cm / 2,54 = 7,09 x 300 dpi = 2127 pixels 2127 de comprimento, o que equivale a 3,27 Megapixels (obviamente = 1536 x 2127). Note que este tamanho de 13 x 18 cm é o máximo a ser usado para esta foto, com uma retícula de 150 lpi.
  • 8. gráficas do seu mercado próximo, muitas vezes não perguntam porque conhecem as limitações dele. O fato é que a linhagem da retícula é algo que pode ser definido caso a caso. Um trabalho em especial em que se quer a retícula bem visível, pode ser solicitado saída em filme, com linhagem de 2 lpi, 8, 16, 30, qualquer número até o limite da plotter. Se os clientes não especificam a linhagem, os birôs dão saída em 150 lpi. Vários usuários não sabem o que é isso, e os operadores teriam que explicar... Seria mais complicado e requereria tempo, artigo sempre em falta nos birôs... Definitivamente, não é algo totalmente automático! Note que usar resolução de imagem de 300 dpi e retícula de 150 lpi é algo tão estabelecido e difundido que se assemelha a uma espécie de lei celestial. É uma garantia de bons resultados quando não se conhece o assunto. Mas isso tem efeitos colaterais. Alguns usuários acham que se reamostrarmos uma imagem, ela poderá ser utilizada sem que o pixel apareça. Mas ao que tudo indica, está na hora de abrirmos os olhos e usarmos a regra como ela é: genérica. A Editora Três é implantou nas revistas Isto é e Isto é Gente (e talvez em outras publicações...) há quase dois anos, a retícula estocástica. Uma retícula de pontos distribuídos aleatoriamente e de tamanhos variáveis. Desde a sua invenção em 1884, a retícula foi vem usada como foi criada: um trama de pontos equidistantes, cujo tamanho varia, mas os centros dos pontos não. A retícula estocástica possui pontos aleatórios e de tamanho variável conforme a imagem. A retícula estocástica não possui linhatura como conhecemos, já que a distribuição dos pontos aleatórios. Só podemos falar de uma linhatura equivalente. Por exemplo, a linhatura da estocástica usada nas revistas citadas equivale a 200 linhas. Então não podemos continuar usando 300 dpi como regra, mas sim 400 dpi, certo? A regra estabelece que a resolução deve ser igual a 2 x a linhagem... 6 – Interpolando imagens manualmente “Mas será que em casos especiais não seria possível uma utilização de uma imagem fora desses parâmetros?!...” É uma pergunta que muito fazem. A taxa de amostragem de 2:1 foi deliberadamente definida para o pixel não aparecer, nos impressos. Igualmente, no meio gráfico, é comum, a limitação das ampliações de cromos a 6 vezes para, do mesmo modo, o grão (da película) não aparecer, quando ampliado. Não é o caso de que o grão do original físico esteja ‘censurado’ de parecer, mas como regra geral, ele não deve. Contudo, se a imagem é muito importante, mais do que a sua resolução, o que é muito comum em jornalismo, vale o conteúdo. Já na publicidade é radicalmente diferente. Quase tudo é sempre muito planejado, daí a prevalência da imagem nítida, em foco, sem pixels visíveis.
  • 9. Sim é possível se utilizar uma imagem num tamanho ligeiramente maior do que o seu tamanho real mas não sem fazer uma reamostragem, para evitar que o pixel apareça. Esta reamostragem vai adicionar pixels à imagem, o que equivale a uma interpolação. É o mesmo que diluir uma garrafa de vinho em um litro d’água. O que obtemos é 2 litros de uma solução que não é nem água nem vinho, mas que lembra o vinho. A reamostragem aumenta a quantidade de pixels, o tamanho da imagem, mas não a torna mais nítida. Aquilo que vimos nos filmes de 007 só existe lá. Desistam! 7 – Formatos de arquivo Quando fazemos uma fotografia numa câmera digital, automaticamente determinamos o formato de gravação do arquivo e uma paleta de cores. A maioria das câmeras de 3 Mp e acima, possuem opção de formatos JPG (compactado) e TIF (sem compactação). Mesmo que você não tenha definido há uma opção default. Definitivamente, não existe foto digital sem um formato de arquivo. O que fazemos é amostrar uma imagem do mundo real em bits, ou enfim, construir um conjunto de instruções, baseado num algoritmo (é o que é o formato de arquivo!) para representar a imagem. Para aplicações profissionais, no meio gráficas, um formato é muito utilizado: o TIFF ou Tagged Image File Format, ou simplesmente TIF, sem nenhum tipo de compactação. O Tif foi criado pela Aldus, também criadora do Pagemaker e Freehand, antes de ser comprada para a Adobe. O BMP é também um formato bitmap descompactado, mas nativo do Windows, criado pela Microsoft. Estes são os arquivos que dificilmente causam problemas na geração de fotolitos. E existe uma outra classe de formatos de arquivo, a dos compactados, que elimina informação redundante e reduz o tamanho dos arquivos. Mas atenção, não existe redução de tamanho de arquivos, de informação redundante, sem perdas. Embora os arquivos compactados introduzam perdas, mesmo que mínimas, esse tipo de arquivo pode ser usado para armazenamento, para economizar espaço. O formato JPG13 é um desses formatos de imagem compactados. Como ele é muito flexível e sua taxa de compactação é ajustável, é o mais utilizado, especialmente na Internet. Talvez por isso, somado ao fato de que, na web, a maioria das imagens é extremamente compactada (para facilitar a carga das páginas) tenha se originado um grande, e injusto, preconceito com os JPG, como se fossem de má qualidade. Ora, uma faca pode ser usada na cozinha ou para ferir alguém. Não é por isso que devemos deixar de ter facas em nossas cozinhas! 13 Formato de arquivo compactado, de taxas de compressão variáveis e ajustáveis, que permite significativa redução no tamanho dos mesmos. O formato JPG foi definido pelo grupo de estudos denominado de JPEG – Joint Pictures Expert Group, que definiu os parâmetros de para compactação de dados de imagem fixa.
  • 10. O JPG é um padrão de compactação de dados que pode variar de uma compactação mínima (preservando a maior parte da imagem), mas resultando em tamanho de arquivo maior (embora menor do que o descompactado ou TIF), ou radicalmente o inverso, e este, com menor maior compactação é justamente o preferido dos web designers. Mas é evidente que, de modo algum, se deve condenar um formato, baseado no julgamento das suas mais freqüentes aparições e/ou utilizações! O JPG é o resultado de anos de trabalho de um grupo multidisciplinar composto de vários pesquisadores, visando encontrar um denominador comum entre o menor tamanho de arquivo possível e a melhor representação de um original digitalizado, como por exemplo, aquilo que era definido no arquivo TIFF. Além do mais existem subformatos no JPG para usos diferenciados: O JPG 4:4:4 e 4:2:2 (são comuns e vêem no Corel Photopaint); detalhes importantes que a maioria desconhece porque geralmente aceita as predefinições dos aplicativos, nas indefectíveis janelinhas de diálogo, com um cursor móvel, numa escala que varia de “máxima qualidade (arquivo maior) e arquivo menor (qualidade menor)”, que devemos ajustar. Quando se trata de aplicações gráficas, devemos ter controle sobre o processo, porque muitas regras não estão incorporadas nos aplicativos, dependem de nosso raciocínio e decisão! No Photopaint, o subformato JPG 4:4:4 é destinado a aplicações profissionais com perdas imperceptíveis sem compressão e com perdas mínimas em baixas taxas de compressão, como por exemplo, 20% de compressão e 12 % de suavização, valores que você define ao exportar um arquivo, de um formato para outro. Testamos essas taxas e comprovamos que as alterações são imperceptíveis. Valores maiores, porém causam perdas mais significativas. A foto que usamos como exemplo, na primeira parte deste artigo, no formato JPG e em RGB tal e qual foi gerada pela câmera a 72 dpi, com 1.536 x 2127 pixels, ou 3,27 Megapixels, possuía 1,2 MB; Após a redução de 75%, reamostragem para 300 dpi e conversão de RGB para CMYK resultou em um arquivo com 1,52 MB, em JPG no sub-formato 4:4:4; Se for exportado para TIF, totalmente descompactado resultará em 13,33 MB; Se deste formato for novamente reexportado como JPG (4:4:4) sem nenhuma compressão (é claro que sempre tem alguma, mas mínima) resultará em 4,11 MB; se deste formato for reexportado para JPG com compressão e suavização mínima (30 e 20, compressão e suavização, respectivamente) cai para 1,31 MB. Mas aí temos distorções na imagem, embora ainda pouco perceptíveis. Note que a imagem descompactada, em JPG 4:4:4, ocupa menos de 1/3 do espaço de um arquivo descompactado, como o TIF, por exemplo. Obviamente significa menos tempo de envio pela Internet. Mas se precisamos enviar 10 fotos, de 4 MB cada, 40 MB significa muito tempo de download, e maiores possibilidades de erro, para quem vai receber. Por isso é sempre uma boa prática enviar arquivos separadamente, um em cada mensagem.
  • 11. Se estamos tratando de uma imagem que precisa ser utilizada na sua ampliação máxima e queremos garantir extrema definição, é uma boa prática exportar de TIF para JPG numa resolução maior do que a que será efetivamente utilizada, por exemplo: se precisamos utilizar a foto no tamanho 13 x 18 cm, que é o máximo, pelos padrões gráficos, a 300 dpi, e desejamos reduzir o tamanho do arquivo para a remessa, devemos reamostrar a imagem para um tamanho 20% maior, no caso 15,6 x 21,6 (20%) , mantendo os 300 dpi, avisando o destinatário, que o tamanho máximo utilizável é 13 x 18; ele deverá fazer a reamostragem após receber o arquivo. Embora os números e nomes acima possam ter dado um nós nas sinapses dos neurônios dos leitores, voltemos ao mundo inteligível. A nossa conclusão é de que é possível sim, usar o JPG em aplicações profissionais, respeitando-se o uso do padrão CMYK e a resolução adequada, bem como a sample rate. Essa conclusão não é baseada simplesmente na visualização da imagem no monitor do computador, aliás a visualização no monitor, raramente é confiável, a menos que você possua um sistema de calibração profissional, e não nesses brinquedinhos de calibração, que não sabem o monitor e impressora que você tem, mas supõem... É uma longa história14 que não pode ser explicada aqui, (ver nota 12) mas, para encurtar, as cores no monitor são construídas a partir de uma paleta RGB, ou cores luz, ou síntese aditiva de cores, composta por vermelho, verde e azul. Nos impressos é utilizada a síntese subtrativa de cores, com magenta, azul cyan e amarelo, mais o preto, ou CMYK. Então dificilmente as cores vistas no monitor podem ser impressas com CMYK. Para piorar a situação, os ajustes de brilho e contraste de cada monitor interferem drasticamente na imagem que se vê na tela, podendo não corresponder exatamente ao que está no arquivo. Por isso é que vemos tantas imagens impressas ruins, com cores, brilho e contraste distorcidos. Se há brilho demais no monitor, o operador tenta aumentar o contraste da imagem através do aplicativo; se tem contraste demais, ele tenta aumentar o brilho, para compensar... Mas ainda pode ficar pior! Se o monitor tem uma distorção de cor, para o azul, por exemplo, o operador tenta diminuir este excesso, às vezes sem considerar que aquele desvio não está no arquivo, mas apenas no monitor. Como se vê a questão das interfaces é complicada. A redução do tamanho do arquivo facilita o transporte e/ou envio pela Internet para o armazenamento. Mas uma coisa deve ser entendida e nunca deve ser esquecida: armazenar é uma coisa, utilizar é outra. Ao utilizar arquivos JPG nas artes finais eletrônicas, nunca se esqueça de convertê-los em TIF antes de importar as imagens para os documentos de Corel, Pagemaker e/ou Quark-x-press, entre vários outros Este é o formato para o qual estão mais bem ajustadas as Imagesetters, ou impressoras de imagem, que ao fim e ao cabo, farão a impressão fotográfica dos fotolitos. Note que elas não 14 Os problemas de reprodução de originais estão sujeitos a inúmeras variáveis e para considerar cada uma delas devemos conhecê-las. Os problemas de reprodução foram abordados em um trabalho apresentado no SIPECs/Intercom
  • 12. conhecem nada sobre o jeitinho brasileiro! Então não tem meio termo. Uma equação errada – e uma mísera letrinha, numa fonte e corpo, é isso – resulta num problema, que conforme o modelo e/ou marca pode finalizar o fotolito com áreas em branco, letras na fonte courier ou similar, ou simplesmente não dar saída na imagesetter... aí já sabemos! Alguém liga do birô e nos dá a notícia (sempre numa sexta à noite, para atrapalhar aquele compromisso...) de que o arquivo “deu pau”!... Resumindo, podemos usar o JPG 4:4:4 para armazenamento e remessa pela Internet mas, para inserir nos documentos, devemos antes convertê-los para TIF, o que se faz ‘exportando-o’. Para que todos tenham uma idéia de limites, podemos converter um arquivo TIF em JPG 4:4:4 (20% compressão e 12% suavização) e deste para TIF, novamente, 30 vezes sem alterações perceptíveis, mesmo em trechos ampliados, o que mostra a eficiência do formato JPG na compactação, com perdas reduzidas e aceitáveis. Novamente insitimos, o formato JPG não foi criado numa conversa de botequim, é um algoritmo que merece o respeito devido e que deve ser usado com consciência, de acordo com sua finalidade. Uma foto qualquer, uma vez exportada com baixa resolução e compressão extremas, nem Jesus salva! Por mais que lhe digam ou, por mais que aplicativos miraculosos prometam, tenha em mente que nada recupera a resolução perdida. Por fim uma última coisa deve ser dita a respeito das imagens. Não se distorce uma imagem de forma alguma, seja expandindo-a ou comprimindo-a, horizontalmente ou verticalmente. Isso é algo que, quase nunca precisa ser dito a profissionais de comunicação, pois eles aprendem, desde muito cedo, a respeitar a imagem e o modo como suas proporções tendem a representar o mundo real. Quando se pretende informar algo, que precisa ser complementado com uma imagem, não se pode perder de vista que o ser humano interpreta e se comunica com o mundo ao seu redor através de diversas linguagens, especialmente a sonora, visual e verbal (conf. Santaella em Matrizes da linguagem) e protolinguagens (aquelas que não possuem gramática, como por exemplo a olfativa e tátil). A propósito a semiótica é a ciência que estuda toda e qualquer linguagem. Assim, devemos ter consciência dos nossos papéis de comunicadores, tanto os profissionais ativos, como os que se aventuram eventualmente, e respeitar e reconhecer que o público lerá a mensagem não só pelo meio verbal, mas também pelo visual, e uma imagem distorcida, dá uma idéia muito equivocada do formato do produto que estamos ilustrando. E isto é mais comum do que imaginam aqueles que estão habituados com as regras dos meios de comunicação. Muitas vezes, para encaixar uma foto retangular, numa dimensão vertical se comprime a mesma, ou para se encaixá-la numa dimensão horizontal, maior do que a foto se expande a mesma, distorcendo irremediavelmente a imagem representada, nas suas proporções.
  • 13. No exemplo abaixo, a foto do meio é a correta; à esquerda dela, a imagem está distorcida (comprimida) verticalmente; à direita está distorcida (expandida) horizontalmente. Imagine que você nunca tenha visto o produto... Qual formato estará na sua memória ao procurá-lo no supermercado? Teremos nós a capacidade de imaginar o formato e proporções corretos?... Difícil. Por incrível que pareça, isso tem sido feito com fotos de pessoas, também, aí o erro é mais dramático. Aqueles que são altos e magros aparecem como baixos e gordos, quando a imagem é comprimida verticalmente; mas ficam esqueleticamente magros quando é comprimida horizontalmente; por outro lado, os que são baixos e gordinhos, ficam anões e gordos, no primeiro caso e lindamente esbeltos, no segundo caso de compressão de imagem. Agora com as questões técnicas esclarecidas o leitor certamente não terá mais desculpas para uso inadequado de imagens digitais, formatos e resolução. Na Produção Gráfica, área da Publicidade que cuida do orçamento e supervisão de execução de quaisquer tipos de impressos, do escaneamento à impressão, o que acabamos de explicar, na parte um e nesta parte dois, é exatamente o que se denomina como reprodução de originais. Desejando maior aprofundamento nas questões dos originais, solicite ao autor, os trabalhos apresentados e publicados nos anais dos SIPECs/Intercom15 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BAER, Lorenzo. Produção Gráfica. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1999. 288 p. BRAUN, Eliezer. El saber y los sentidos. México: Fondo de Cultura Econômica, S. A. de C.V., 1991. 154 p. CARRAMILLO NETO, Mário. Seminário de artes gráficas. São Paulo: Unida&Bosateli, 1985. 15 SIPECs/Intercom (Simpósios de Pesquisa da Intercom/ Sociedade Brasileira de estudos Interdisciplinares da Comunicação).
  • 14. _______. Contato imediato com produção gráfica. 1. ed. São Paulo: Global, 1987. (Coleção contato imediato). ______. Produção Gráfica II: Papel, Tinta, impressão e acabamento. São Paulo: Global, 1997. ______. Curso Burti 2000: Fotorreprodução. São Paulo: Burti, 2000. 46 p. MARTINS, Júlio. Nova e mais abrangente classificação em Produção Gráfica: Tipos de originais destinados à reprodução. IN: Simpósio da Pesquisa em Comunicação da Região Sudeste, 8., 2001. VIII Sipec Anais. Vitória: Intercom, 2001. 1 CD-ROM, GT4. RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Codecri, 1981. SANTAELLA, Lúcia. A percepção: uma teoria semiótica. 2 ed. . São Paulo: Experimento, 1998. 154 p. ______. Matrizes da linguagem e pensamento: Sonora, visual, verbal. São Paulo: Iluminuras, 2001b. 432 p. [Filename:art_02_ago_2006_foto digital e resol_03.doc] [184832 Bytes] [14 pgs.] [29114 caracteres] [5741 palavras ] [gravado em 20/10/2006 11:49:00] [© 2006 - Júlio Martins]