O documento descreve os seis principais domínios morfoclimáticos do Brasil: Amazônico, Cerrado, Caatinga, Mares e Morros, Araucárias e Pradarias. Cada domínio é definido por seu clima, relevo, solos, vegetação, localização e aspectos econômicos. Faixas de transição entre os domínios também são mencionadas.
1. Os Domínios Morfoclimáticos do Brasil
Os domínios morfoclimáticos são divisões que se
baseiam nos diferentes tipos de relevos, resultantes
das condições climáticas atuais e do passado bem
como na cobertura vegetal e nos tipos de solo.
O Brasil é um país tropical de grande extensão
territorial. Sua geografia é marcada por grande
diversidade. A interação e a interdependência entre
os diversos elementos de sua paisagem (relevo, clima,
vegetação, hidrografia, solo, fauna etc.) explicam a
existência dos chamados domínios geoecológicos.
2. Os domínios geoecológicos podem ser
compreendidos como a combinação ou síntese dos
diversos elementos da natureza, em uma
determinada porção do território. Assim
sendo, reconhecemos, no Brasil, a existência de seis
grandes paisagens naturais:
• Domínio Amazônico
• Domínio das Caatingas
• Domínio dos Cerrados
• Domínio dos Mares e Morros
• Domínio das Araucárias
• Domínio das Pradarias
4. Localização: É a maior região
morfoclimática do Brasil, com uma área
de aproximadamente 5 milhões km² –
equivalente a 60% do território nacional
– abrangendo os Estados: Amazonas,
Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia,
Roraima, Tocantins e Mato Grosso.
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6. • Clima: Equatorial, a qual é o mais quente e o mais
úmido da Terra. (Quente/Úmido)
• Rios: Apresenta a maior bacia fluvial da Terra ocupando
¼ das terras da América do Sul (Amazonas).
• Vegetação: Predomina a floresta equatorial Amazônica.
• O domínio amazônico é formado por terras baixas:
depressões, planícies aluviais e planaltos, cobertos pela
extensa floresta latifoliada equatorial Amazônica. É
banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelo
grande potencial hidrelétrico.
• A degradação ambiental, representada pelas
queimadas e pelos desmatamentos, é um grave
problema desse domínio. O governo brasileiro, por
meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil, pretende adotar atividades como o
ecoturismo e a biotecnologia, para promover o
desenvolvimento da Amazônia, preservando-a.
8. Localização: Região central do Brasil, o domínio
morfoclimático do Cerrado detém uma área de 45
milhões de hectares, sendo o segundo maior
domínio por extensão territorial. Incluindo neste
espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato
Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás, da
Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste)
e de Minas Gerais (parte noroeste).
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10. • Relevo: Chapadas e Chapadões.
• Clima: Tropical com uma estação seca bem definida.
• Solos: Ácidos.
• Rios: Diminuem muito na época das secas e transbordam na época das
chuvas.
• Vegetação: Campos que apresentam árvores retorcidas com cascas
grossas.
• O domínio do cerrado corresponde à área do Brasil Central e tem essa
denominação devido à ocorrência de vegetação o mesmo nome.
Apresenta extensos chapadões e chapadas, e o clima é tropical semi-
úmido.
• A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos
retorcidos, recobertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos,
mas colocando-se calcário no solo (método da calagem), estão sendo
aproveitados pelo setor agrícola. Já é considerada a nova fronteira da
agricultura, pois representa a expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e
outros produtos.
• Nesse domínio estão às áreas dispersoras da Bacia do Paraná, do
Paraguai, do Tocantins e do Madeira, entre outros rios destacáveis.
12. Localização: Situado no nordeste brasileiro, o
domínio morfoclimático das caatingas abrange em
seu território a região dos polígonos das secas. Com
uma extensão de aproximadamente 850.000 km²,
este domínio inclui o Estado do Ceará e partes dos
Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de
Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e
do Piauí.
13.
14. • Relevo: Chapadas e serras.
Clima: Semi-Árido quente, com chuvas escassas e mal distribuídas.
Solos: ricos em minerais e pobres em matérias orgânicas.
Rios: temporários – predominantes.
Vegetação: Arbustos espinhentos e cactos além de árvores que perdem
suas folhas nas secas.
• O domínio da caatinga corresponde à região da depressão sertaneja
nordestina, com clima quente e semi-árido. A caatinga, formada por
cactáceas, bromeliáceas e árvores, é a vegetação típica.
• O extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a piaçava,
destaca-se nesse domínio.
• É atravessado pela bacia do São Francisco e tem destaque pelo
aproveitamento hidrelétrico. Os projetos de irrigação no seu vale
propiciam a produção de frutas (melão, manga, goiaba, uva, por
exemplo).
• A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte,
porém com baixo aproveitamento.
• No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais,
resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido.
16. • Localização: Acompanha a faixa litorânea do Brasil, do nordeste até o sul do País,
obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km².
Relevo: Morros arredondados que resultam da alternância de períodos de secas e
de chuvas .
Clima: Tropical quente, com uma estação seca e outra chuvosa.
• Solos: Férteis.
• Rios: Muito importantes pelo grande potencial hidrelétrico.
Vegetação: Predomina a Mata Atlântica que está muito devastada. Também
apresenta campos e cerrados.
• O domínio dos mares de morros acompanha a faixa litorânea do Brasil desde o
Nordeste até o Sul do país. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em "meia-
laranja" (É uma denominação regional para formas arredondadas que aparecem
em rochas graníticas), (mamelonares ou mares de morros), formados por intensa
ação erosiva na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiqueira e do
Espinhaço.
• Nele, predomina o clima tropical quente e úmido, caracterizado pela floresta
latifoliada tropical. Na encosta da Serra do Mar essa floresta é conhecida como
Mata Atlântica.
• Em conseqüência da forte ocupação humana, essa paisagem sofreu grande
degradação. Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo erosivo
(relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes e formação de
voçorocas.
18. Localização: Encontrado desde o sul paulista até o norte gaúcho, o
domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km².
19. • Relevo: Predomina o planalto.
• Clima: Subtropical.
• Solos: fértil
Rios: Importantes para a navegação e para a geração de
eletricidade.
Vegetação: Floresta dos Pinhais ou de Araucária a qual está
muito devastada.
• O domínio da araucária ocupa o planalto da Bacia do Rio
Paraná, onde o clima subtropical está associado às médias
altitudes, entre 800 e 1300 metros. Nesse domínio aparecem
áreas com manchas de terra roxa, como no Paraná. É
homogênea, aciculifoliada e tem grande aproveitamento de
madeira e erva-mate.
• A floresta de araucária também é conhecida como Mata dos
Pinhais.
• Nesse domínio, a devastação a floresta é causada pela intensa
ocupação agrária, especialmente a agricultura de café e soja.
21. Localização: Situado ao extremo sul brasileiro, mais
exatamente a sudeste gaúcho, o domínio
morfoclimático das pradarias compreende uma
extensão de 45.000 km² a 80.000 km².
22. • Relevo: Planícies.
Clima: Subtropical.
Solos: Férteis.
Rios: de planície.
Vegetação: Gramais que formam imensos campos
muito utilizados para a pecuária.
• O domínio das pradarias é representado pelo
Pampa, ou Campanha Gaúcha, onde o relevo é
baixo, com suaves ondulações (coxilhas) e coberto
pela vegetação herbácea das pradarias (campos).
• A ocupação econômica desse domínio tem-se
efetuado pela pecuária extensiva de corte, com gado
tipo europeu, obtendo altos rendimentos. Destaca-
se, também, a rizicultura (arroz), irrigada.
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24. Faixas de Transições.
• Encontrados entre os vários domínios
morfoclimáticos brasileiros, as faixas de
transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona
Costeira, o Agreste, o Meio-Norte, as
Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas
por todo o território nacional, constituem
importantes áreas ambientais e econômicas.