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3.1. Endereçamento IP - Conceitos gerais

Antes de falarmos em sub-redes e máscaras desub-redes devemos ter em atenção os seguintes
conceitos:

a) Se o seu computador estiver a usar o protocolo TCP/IP e se estiver ligado a uma Intranet ou à Internet,
terá de ter um endereço IP único na empresa (Intranet) ou único no mundo (Internet).

b) Um endereço IP é composto por 32 bits agrupados em 4 blocos de 8 bits que quando convertidos em
valores decimais tem o seguinte aspecto: 193.136.80.3, ou 220.123.121.246, etc. Teoricamente
estes valores podem estar entre 0 (0000 0000) e 255 (1111 1111). Vamos ver mais á frente que o valor 0
(endereço da rede) e o valor 255 (endereço de broadcast) não são permitidos para atribuição de
endereços IP, por isso vamos ter somente 254 valores válidos, de 1 (0000 0001) a 254 (1111 1110).

c) Por convenção um endereço IP tem sempre duas partes: a parte de identificador de rede (Network ID)
e a parte de identificador de computador (Host ID). É aqui que entra o conceito de mascara, pois é ela que
nos vai dizer qual a parte do endereço IP que representa o Network ID e a parte que representa o Host
ID.

d) Na Internet existem redes de classe A, B e C (as classes D e E são usadas somente para testes, por
isso não vamos falar delas). Se a nossa rede local vai estar permanentemente ligada á Internet então os
endereços IP dos seus computadores têm de ter um endereço válido, ou seja, têm de estar dentro dos
valores convencionados para a respectiva classe, e atribuidos pela FCCN(Entidade responsável por alocar
ip´s, Equivale a CIUEM em Moçambique). E as convenções dizem o seguinte:

Redes de classe A: (Máscara: 255.0.0.0)
1 bit       7 bits                    24 bits
0           Network ID                Host ID
1 a 126     126 redes                 16.777.124 computadores




Redes de classe B: (Máscara: 255.255.0.0)
2 bits               14 bits                             16 bits
10                   Network ID                          Host ID
128 a 191            16.384 redes                        65.534 computadores




Redes de classe C: (Máscara: 255.255.255.0)
3 bits                   21 bits                                               8 bits
110                      Network ID                                            Host ID
192 a 223           2.097.152 redes                                             256 computadores

Exemplo 1: Ou seja um computador que esteja numa rede de classe C tem de ter um endereço IP que
comece obrigatoriamente por 192 (até 223) e a seguir terá um valor fixo, atribuído pela FCCN (entidade de
regulamenta e atribui endereços IP a nível nacional) e os últimos 8 bits (Host ID) são atribuídos a cada
computador, pelo gestor da rede (num máximo de 254 (256 - 2) computadores).

Ou seja, dado a seguinte rede de classe C: 193.136.80.nnn. Os nnn correspondem ao Host ID e vão ter
valores (únicos) de IPs (atribuídos pelo gestor da rede local) dentro da rede de Classe C 193.136.80 (que
é a parte do Network ID atribuída pela FCCN).

3.1.1 Máscara de Sub-Rede (subnet mask)

A máscara de sub-rede é um endereço de 32 bit usado para bloquear (mascarar) uma parte do
endereço IP para se poder distinguir a parte de identificador de rede (Network ID) e a parte de
identificador de computador (Host ID).

Cada computador numa rede TCP/IP precisa de ter uma mascara de sub-rede (é obrigatorio). Isto
pode ser conseguido a partir de uma mascara standard de classe A, B ou C (usada quando a rede
não necessita de ser dividida em sub-redes) ou através de uma mascara personalizada (usada
quando a rede precisa de ser dividida em sub-redes). Na mascara standard todos os bits que
correspondem à parte do Network ID são colocados a "1", que quando convertido para decimal
obtêm-se o valor 255 (1111 1111(2) = 255(10)). Todos os bits que correspondem à parte do Host ID
são colocados a "0", que quando convertido para decimal obtêm-se o valor 0 (0000 0000 (2) = 0(10)).

3.1.2 A operação de ANDing (multiplicação binária)

o ANDing é um processo interno que a camada 3(IP) usa para determinar se um dado pacote de
informação é destinado à rede local ou a uma rede remota. Quando as camadas de TCP/IP são
inicializadas, o endereço IP do computador é multiplicado (ANDing) com a sua máscara. Antes de se
voltar a enviar o pacote para a rede, o endereço IP de destino é multiplicado pela mesma máscara.
Se o resultado da multiplicação binária do endereço IP de origem e o endereço IP de destino forem
iguais quer dizer que o pacote pertence a um computador da mesma rede local. Se o resultado não
for igual então o pacote é enviado para o endereço IP do router (para depois ser reencaminhado de
router em router até chegar à rede remota a que pertence).

O processo de multiplicação binária consiste em comparar bit a bit o endereço IP do computador
com o respectivo valor da mascara. Somente quando ambos os bits forem "1" é que o resultado é
"1", para todas as outras combinações o resultado é "0" (rever a tabela de verdade do AND).

3.1.3 O que é uma sub-rede ("subnetting")?

Uma sub-rede é um segmento físico da rede local que funciona num ambiente TCP/IP e que usa
endereços IP derivados de um único valor da parte do "Network ID". O que acontece na prática é
que a organização (empresa, escola ou até um particular) vai requisitar um endereço de rede
(Network ID) à FCCN. Ao se dividir a rede em sub-redes, vai-se obrigar a que cada segmento de
rede use um Network ID (ou Subnet ID) diferente. Vai-se então criar um Subnet ID único para cada
segmento através da divisão em duas partes dos bits da parte do "Host ID". Uma parte é usada para
identificar o segmento como uma rede única e a outra parte é usada para identificar os
computadores dentro desse segmento (sendo o novo Host ID). Este processo é conhecido por
"subnetting" ou "subnetworking". Este processo de subdivisão da rede não é obrigatório em redes
privadas pois estas por não serem "vistas" pela Internet podem ter IPs falsos (não válidos na
Internet). Também não será necessário fazer uma subdivisão da rede se a rede local tiver endereços
IP suficientes. Para mais informação sobre subnetting consultar o documento RFC 950 (request for
comment 950).

3.1.4 Principais razões que nos levam a utilizar a técnica de "subnetting":

    1. Possibilidade de misturar diferentes protocolos de nível físico como a Ethernet ou a Token
       Ring.
    2. Resolver limitações da tecnologia actual como o limite do numero máximo de computadores
       por segmento.
    3. Reduzir o trafego da rede através do isolamento e/ou redireccionamento dos dados e da
       redução dos "broadcasts" (talvez a razão mais importante)

3.1.5 Implementação prática da técnica de Subnetting

Antes de implementar a "subnetting", devemos recolher a seguinte informação sobre a nossa rede
local:

    1. Determinar o numero de segmentos físicos de rede na nossa rede local e decidir o numero
       de segmentos adicionais que se pretende criar.
    2. Determinar o numero de endereços IP necessários para cada segmento físico da rede e
       decidir o numero máximo de endereços IP que se vai precisar em cada um desses
       segmentos.
    3. Baseado nestas condições, vamos definir:



A) A mascara de subrede, que vai ser a mesma em toda a rede.

B) Um valor único de Network ID igual em todo o segmento.

C) Um conjunto de Hosts ID válidos dentro de cada segmento.

Atenção: Quando usamos mais bits para a mascara da sub-rede, vai ser possível ter mais sub-
redes, mas vamos ter menos computadores por sub-rede.

Por exemplo, numa rede de classe B:
3 bits => 6 sub-redes => 8.000 computadores por sub-rede => 48 000 computadores

8 bits => 254 sub-redes => 254 computadores por sub-rede => 65 516 computadores

Se forem usados mais bits do que o necessário para a máscara, irá permitir o aumento do numero
de sub-redes, mas irá limitar o numero máximo de computadores em cada sub-rede. Se se usarem
menos bits, vai acontecer o contrário, ou seja irá permitir o aumento do nº máximo de computadores
por sub-rede, mas irá limitar o nº máximo de sub-redes. Devemos ter em atenção esta relação de
compromisso quando estivermos a planear a sub divisão da rede, a fim de evitar ter de recalcular
todo o subnetting de novo!.



A) Cálculo da máscara de sub-rede

Para calcularmos uma mascara de sub-rede temos de efectuar os seguintes três passos:

    1. Uma vez determinado o numero de segmentos físicos necessários na rede local, vamos
       converter esse valor para binário.
    2. Contar o numero de bits necessário para representar o valor binário do numero de
       segmentos físicos determinado em 1. Por exemplo, se precisarmos de 6 sub-redes, o valor
       binário de 6 é 110. Assim para representar o valor 6 em binário precisamos de 3 bits.
    3. Converter o numero necessário de bits para decimal mas da esquerda para a direita.

Exemplo 1: numa rede de classe B, se necessitarmos de 3 bits , configure os primeiros 3 bits (os
mais à esquerda) do Host ID a "1", passando a fazer parte do Network ID. Teríamos assim o valor
binário 1110 0000 que em decimal vale 224. Logo a mascara de sub-rede passaria a ser:
255.255.224.0

Ou seja para uma rede de classe B:

N.º de sub-redes: 6 (6(10) = 110(2) => 3 bits)
Valor binário: 1100 0000 (são necessários 3 bits)
Mascara em binário: 1111 1111.1111 1111.1110 0000.0000 0000
Convertendo para decimal: 255.255.224.0




B) Cálculo do "Network ID" de cada sub-rede

1. Conte o numero de bits de ordem alta usados na Network ID.

Por exemplo, se for usado 2 bits da mascara de sub-rede, o valor binário será 1100 0000. Se tivermos
usado 4 bits na mascara de sub-rede então o valor binário será 1111 0000.

2. Converta para decimal o bit de menor ordem. Este será o valor do incremento que determina os valores
dos "Host ID" de cada sub-rede.

Exemplo: se usarmos 2 bits o bit de menor ordem é igual a 64 computadores (2^6) (1100 0000).

3. Para determinarmos o numero máximo de sub-redes, devemos converter para decimal o numero de
bits, mas agora o de ordem mais baixa, e subtrair 1.

Exemplo: para 2 bits teríamos 0000 0011 = 3 - 1 = 2 sub-redes.

Outra maneira de calcular o numero máximo de sub-redes, seria sabermos o numero de bits necessários e
aplicar a seguinte formula:

                         Nº máximo de sub-redes = 2^( n.º de bits necessários) - 2

Exemplo: 2 -2 = 4 - 2 = 2 sub-redes.
           2




4. Começando por zero, incremente o valor calculado no passo 2. para cada combinação de bits até
atingirmos o valor de 256.

Exemplo: Com a parte baixa do valor 64 o primeiro intervalo da Network ID seria de 64 até 127, e a parte
alta seria de 128 até 191:

Sub-rede 1 => Network ID = 192.168.0.64
Sub-rede 2 => Network ID = 192.168.0.128

Outro exemplo, agora com 4 bits:

Se usarmos 4 bits então o bit de menor ordem é 16 (1 0000)
Teríamos então 0000 1111 = 15 - 1 = 14 sub-redes, ou seja:
2 - 2=16 - 2 = 14 sub-redes.
 4




C) Cálculo dos "Host IDs" de cada sub-rede

Se já tivermos definido as network IDs então já temos também definidas as "Host IDs" de cada sub-rede.
O resultado de cada valor incremental indica o inicio de cada conjunto de Host IDs para cada sub-rede.

Para calcular o numero máximo de computadores (hosts) de cada sub-rede, devemos:

1. Calcular o numero de bits disponíveis para o "Host ID".

Exemplo: para um endereço de classe B que usa 16 bits para a Network ID e 2 bits (emprestados) para a
Subnet ID, sobra-nos 14 bits (6 + 8) para o Host ID.

2. Converter o valor binário para decimal.

Exemplo: para o caso de termos 14 bits para os "Host IDs", seria
1111 1111 1111 = 16.383 computadores.

3. Subtrair 1.

Exemplo: 16.383 - 1 = 16.382 computadores.

Outro processo paracalcular o numero máximo de computadores seria através do numero de bits usados
para o "Host ID", usando a seguinte formula:

                   Nº máximo de computadores = 2^(n.º de bits usados no Host ID) - 2

Exemplo: Nº máximo de computadores = 2^14 - 2 = 16.382



3.1.6 Tabelas de máscaras de sub-rede


                                             Redes de classe A
                                                                             Nº. de computadores por
N.º de sub-redes           Bits necessários            Mascara de sub-rede
                                                                             sub-rede
0 - Não válido             1                           Não válido            Não válido
2                          2                           255.192.0.0           4.194.302
6                          3                           255.224.0.0           2.097.150
14                         4                           255.240.0.0           1.048.574
30                         5                           255.248.0.0           524.286
62                         6                           255.252.0.0           262.142
126                        7                           255.254.0.0           131.070
254                        8                           255.255.0.0           65534




                                             Redes de classe B
                                                                             Nº. de computadores por
N.º de sub-redes           Bits necessários            Mascara de sub-rede
                                                                             sub-rede
0 - Não válido             1                           Não válido            Não válido
2                          2                           255.255.192.0         16.382
6                         3                         255.255.224.0              8.190
14                        4                         255.255.240.0              4.094
30                        5                         255.255.248.0              2.046
62                        6                         255.255.252.0              1.022
126                       7                         255.255.254.0              510
254                       8                         255.255.255.0              256




                                         Redes de classe C
                                                                               Nº. de computadores por
N.º de sub-redes          Bits necessários          Mascara de sub-rede
                                                                               sub-rede
0 - Não válido            1                         Não válido                 Não válido
2                         2                         255.255.255.192            62
6                         3                         255.255.255.224            30
14                        4                         255.255.255.240            14
30                        5                         255.255.255.248            6
62                        6                         255.255.255.252            2
126 - Não válido          7                         Não válido                 Não válido
254 - Não válido          8                         Não válido                 Não válido




3.1.7 Divisão de uma rede de classe C em 6 sub-redes - Exemplo prático final

As redes de classe C também podem ser subdivididas embora seja mais difícil fazer a sua gestão pois o
numero máximo de computadores é já de si baixo (256 computadores).

Vamos partir do principio que a FCCN atribui-nos o seguinte Network ID: 192.1.1.0. Queremos criar 6 sub-
redes onde cada sub-rede poderá ter no máximo 30 computadores.

Pegando nos 8 bits disponíveis da parte do "Host ID", vamos usar os 3 bits mais significativos para
emprestar ao Network ID, e os restantes 5 bits ficam para os Host ID. Assim vamos conseguir criar um
máximo de 6 sub-redes com 30 computadores cada. A máscara de sub-rede será a seguinte:
255.255.255.224.

A próxima tabela mostra as 6 sub-redes de classe C:
O valor 32 (2^5 = 32, onde 5 é o bit de menor ordem da máscara) é o incremento entre cada sub-rede.
As 6 sub-redes possíveis na rede de classe C (192.1.1.0) com uma máscara de sub-rede 255.255.255.224
Sub-rede     Valor binário    Valor em decimal Network ID                    Máscara de sub-rede
1            0010 0000        32                 192.1.1.32                  255.255.255.224
2            0100 0000        64                 192.1.1.64                  255.255.255.224
3            0110 0000        96                 192.1.1.96                  255.255.255.224
4            1000 0000        128                192.1.1.128                 255.255.255.224
5            1010 0000        160                192.1.1.160                 255.255.255.224
6            1100 0000        192                192.1.1.192                 255.255.255.224




              Análise individual dos 256 valores referentes ao último Byte do endereço IP
                 Valor do último
                                 Valido?             Razão
                 Byte
                 0 - 31             Não              Não faz parte de qualquer sub-rede
                 32                 Não              Endereço da sub-rede 1
Sub-rede 1       33-62              Sim              Computadores da sub-rede 1
                 63                 Não              Endereço de broadcast da sub-rede 1
                 64                 Não              Endereço da sub-rede 2
Sub-rede 2       65-94              Sim              Computadores da sub-rede 2
                 95                 Não              Endereço de broadcast da sub-rede 2
                 96                 Não              Endereço da sub-rede 3
Sub-rede 3       97-126             Sim              Computadores da sub-rede 3
                 127                Não              Endereço de broadcast da sub-rede 3
                 128                Não              Endereço da sub-rede 4
Sub-rede 4       129-158            Sim              Computadores da sub-rede 4
                 159                Não              Endereço de broadcast da sub-rede 4
                 160                Não              Endereço da sub-rede 5
Sub-rede 5       161-190            Sim              Computadores da sub-rede 5
                 191                Não              Endereço de broadcast da sub-rede 5
                 192                Não              Endereço da sub-rede 6
Sub-rede 6       193-222            Sim              Computadores da sub-rede 6
                 223                Não              Endereço de broadcast da sub-rede 6
224               Não                Máscara de sub-rede
                                                      Valores inválidos pois estão acima da máscara de
225-255                            Não
                                                      sub-rede

Conclusão: Usando por exemplo a sub-rede 192.1.1.160 (sub-rede 5), podemos verificar o seguinte:

Endereço da sub-rede 5: 192.1.1.160
Endereços IP válidos: 192.1.1.161 até 192.1.1.190
Nº máximo de computadores: 30
Endereço de broadcast: 192.1.1.191
Máscara de sub-rede: 255.255.255.224 (igual para as 6 sub-redes)
Valor do Incremento (entre cada sub-rede): 32 (2^5, onde 5 é o bit de menor ordem que foi emprestado à
Network ID (224 = 1110 000) O bit de menor ordem é o 5º a contar da direita para a esquerda)
Nº máximo de sub-redes: 2^3 - 2 = 8 - 2 = 6 sub-redes (onde 3 é o nº de bits emprestados à Network ID)



3.1.8 Algumas questões que devemos fazer a fim de garantir que uma dada mascara de
sub-rede foi bem cálculada:

1) Qual a classe de endereços IP indicada pelo seu primeiro Byte?

2) Qual a mascara de sub-rede por defeito para essa classe?

3) Há bits emprestados do "Host ID", para a criação da máscara de sub-rede personalizada?

4) Baseando-se na parte personalizada da máscara de sub-rede, quantos bits da parte do Host ID foram
emprestados?
3.2. VLSM (Variable Lenght Subnet Masks)



VLSM nada mais é do que a segmentação lógica de subredes. Ou seja, para criar subredes, você
segmentou uma determinada rede. VLSM consiste em segmentar as subredes criadas, em blocos
não necessariamente do mesmo tamanho. Daí o nome “subredes de tamanho variável”.

Exemplo:

Suponha a Rede sem segmentação abaixo:

192.168.10.0 /24 (como é sem segmentação, a máscara DEVE ser /24, já que falamos aqui de um
endereço de rede classe “C”)

Vamos supor agora que esta rede foi segmentada em 2 subredes distintas:

192.168.10.64 /26
 e
192.168.10.128 /26

OBS: Aqui foi aplicada a regra 2 ^ x - 2. Se eta regra não fosse aplicada, teríamos as subredes
192.168.10.0 /25 e 192.168.10.128 /25. Lembrando que o exame CCNA considera a regra 2 ^ x -
2 para o cálculo de subredes (a não ser quando EXPLICITAMENTE mencionado na questão).

Retornando… temos então as 2 subredes acima denotadas, cada uma delas com capacidade para
endereçar 62 hosts:

Subrede: 192.168.10.64
hosts: 65 à 126
Broadcast: 127

Subrede: 192.168.10.128
hosts: 129 à 190
Broadcast: 191

Agora, suponha que você, tendo em mãos este pequeno plano de endereçamento, tenha uma rede
com a seguinte topologia para endereçar:
Quantas redes esta topologia apresenta? Resposta: 6 redes! 3 redes WAN interconectando os
routers A, B e C, e 3 redes locais, para cada uma das localidades. Como você, com apenas 2
redes disponíveis, consegue suprir suas necessidades de endereçamento? Resposta: VLSM!
Vamos pegar as 2 redes que já temos e dividi-las ainda mais, obtendo assim o número de redes
que precisamos. Vamos lá então!

Comecemos pelas 3 redes WAN. Observe que todas são do tipo ponto-a-ponto, ou seja, precisam
de apenas 2 endereços de host (um para cada interface de cada um dos 2 routers). Por exemplo, a
rede que interliga o router A com o router B necessita de apenas 2 endereços IP: um para cada
router. Assim sendo, precisamos de 3 redes /30, que têm esta característica (entregam apenas 2
endereços de host por subrede).

Vamos usar a rede 64 para obter as 3 redes /30 que precisamos:

192.168.010.064
255.255.255.192 ==> 11111111.1111111.11111111.11000000

Os “zeros” em vermelho mostram até que ponto temos de avançar na máscara /26 para obtermos
as redes /30. Quantas redes /30 conseguiríamos? Resposta: 2 ^ 4 = 16. Notem que aqui não se
aplica a regra do “-2″. Esta regra não é aplicada para cálculo de subredes VLSM. Portanto, a
subrede 192.168.10.64 /26, quando subdividida conforme acima, nos fornece 16 subredes /30,
cada uma podendo endereçar até 2 hosts (ou interfaces de roteadores, no caso). Estas redes
ocorrem de 4 em 4, e seriam:

192.168.10.64, 68, 72, 76. 80, 84, 88, 92, 96, 100, 104, 108, 112, 116, 120 e 124, todas com
máscara /30.

Para o nosso exercício, vamos reservar as 3 primeiras: 192.168.10.64 /30, 192.168.10.68 /30 e
192.168.10.72 /30.
Notem que ainda temos 13 subredes /30 que não serão usadas. O que poderíamos ter feito, para
evitar este desperdício, é dividir a subrede 192.168.10.64 /26 em 2 subredes /27 (192.168.10.64 /
27 e 192.168.10.96 /27), e subdividir a primeira (192.168.10.64 /27) em 8 subredes /30. Desta
forma, desperdiçaríamos um menor número de endereços e ainda teríamos uma subrede /27, com
capacidade para endereçar até 30 hosts sobrando, para uso futuro. Mas para efeitos didáticos, o
exemplo inicial é mais fácil de ser compreendido.

Bom, resolvemos o problema do endereçamento das redes WAN. Mas agora nos sobrou apenas 1
subrede /26 para endereçamento das 3 localidades, sendo que cada localidade tem a sua
necessidade de hosts. A dica aqui é fazer o cálculo usando a localidade com maior necessidade
de IPs (20 hosts, no caso). Eu preciso, portanto, de pelo menos 3 subredes que me entreguem, ao
menos 20 hosts. Vamos lá!

192.168.010.128
255.255.255.192 ==> 11111111.1111111.11111111.11000000

Notem que eu tenho 6 “zeros” para manipulação. O algoritmo que temos que usar é:

2 ^ x - 2 >= 20, sendo que o resultado (x) é o número de “zeros” da direita para a esquerda que
teremos que preservar.

Notem que a regra do “-2″ deve ser observada neste cálculo, já que estamos falando de hosts
(temos que eliminar os endereços de rede e de broadcast).

Portanto, x = 5, já que 2 ^ 5 - 2 = 30, e 30 >= 20. Se x fosse 4, o resultado seria 14, e 14 não é
>= 20. Portanto, devemos reservar 5 zeros para o endereçamento dos hosts:

11111111.1111111.11111111.11100000

Opa! Temos um problema! Se fizermos isso, restará apenas 1 zero na máscara para a criação das
subredes. E apenas 1 zero nos possibilita a criação de apenas 2 subredes (2 ^ 1). Precisamos de 3
subredes, e não 2! O que fazer? Resposta: Criamos as 2 novas subredes, cada uma com
capacidade para endereçar até 30 hosts e, posteriormente, dividimos novamente uma destas 2:

As 2 novas subredes ocorrem de 32 em 32, portanto:

192.168.10.128 /27
e
192.168.10.160 /27

Vamos pegar a segunda e dividi-la novamente:

192.168.010.160
255.255.255.224 ==> 11111111.1111111.11111111.11100000
O “zero” assinalado em vermelho é o dígito que alteraremos na máscara para criarmos 2 novas
subredes com máscara /28 (observem que, conforme se adiciona um dígito à máscara original,
criamos 2 novas subredes. Ex: de /26 para /27 criamos 2 subredes. De /27 para /28, criamos 2
subredes, e assim por diante).

As 2 novas subredes /28 ocorrem de 16 em 16 (/28 = 255.255.255.240 | 256 - 240 = 16, para
quem não se lembra das regras do cálculo de subredes), portanto:

192.168.10.160 /28
e
192.168.10.176 /28

Resta saber se qual a capacidade de endereçamento de hosts cada uma destas subredes possui:
Temos 4 “zeros” restantes na máscara /28. Assim sendo: 2 ^ 4 - 2 = 14. Portanto, atendemos aos
requisitos. Vamos ao resumo do endereçamento:

Conexão WAN A - B: 192.168.10.64 /30
Conexão WAN A - C: 192.168.10.68 /30
Conexão WAN C - B: 192.168.10.72 /30

Localidade ligada ao router C: 192.168.10.192.168.10.128 /27 (até 30 hosts)
Localidade ligada ao router A: 192.168.10.192.168.10.160 /28 (até 14 hosts)
Localidade ligada ao router B: 192.168.10.192.168.10.176 /28 (até 14 hosts)

OBS IMPORTANTE: Algumas palavras usadas para denotar o não uso da regra do “-2″ para
subredes em questões do exame:

   •   How many usable subnets (ou utilizáveis ou algo do gênero se for em Português)
   •   Se aparecer “ip subnet-zero” em algum ponto da questão
   •   Lembrem-se que para VLSM e CIDR, a regra do “-2″ para cálculo de subredes
       NUNCA se aplica.

Seria basicamente isso. Pode não parecer simples à princípio, mas com prática pega-se o jeito da
coisa e tudo fica tão claro quanto o cálculo de subredes

Posso ter errado aqui! Então, se algum de vocês refizerem os cálculos e encontrarem algum erro,
por favor, postem nos comments. Aliás, este é um excelente exercício. Procurem refazer os
cálculos e compreender o que foi feito, e procurem por falhas. Qualquer dúvida, postem nos
comments e respondo-as com prazer!

Seguindo este tutorial, mais adiante publicarei um tutorial sobre CIDR e sumarização de rotas,
para então entrarmos em uma série de tutoriais mais avançados sobre EIGRP, OSPF e BGP.

- Questão: Partindo de uma rede Classe C, como 200.1.1.0, calcule o melhor ajuste VLSM para
as 5 LANs de acordo com o número de hosts de cada uma e também para os 4 enlaces seriais
ponto-aponto apresentados na topologia:
Resolva em 3 minutos
3.3.2 SUPERNETTING e CLASSLESS-INTERDOMAIN ROUTING (CIDR)

O conceito de super-redes é exatamente o contrário do conceito de subredes: em vez de
especificar uma máscara de subrede que divida um espaço de endereço definido por uma classe
de IPs, a máscara é utilizada de tal forma a expandir este espaço de endereços. Tomemos um
endereço de classe C qualquer: especificando uma máscara de subrede de 20 bits
(255.255.240.0), estaremos dando mais espaço de endereço que normalmente a classe C suporta.
Aliás, foi justamente para isso que o conceito de super-redes foi criado: combinar várias redes
classe C em um bloco para que os roteadores a tratem como uma única grande rede, diminuindo
assim o tamanho das tabelas de roteamento.

A notação CIDR também é utilizada para reduzir a quantidade de rotas necessárias em uma
tabela de roteamento: ela é composta de um número IP mais uma barra seguida de um número
representando o número de bits definidos como 1 na máscara de subrede. Ex: 200.236.60.87/16
(no caso, a máscara de subrede seria 255.255.0.0 ou 11111111.11111111.00000000.00000000).
Uma rota só é adicionada à tabela de roteamento (200.236.0.0/16, representando todos os
endereços no intervalo de 200.236.0.1 à 200.236.255.254).




Supernetting

As Classes A e B estão quase esgotadas.
Endereços da Classe C ainda estão disponíveis.
E se a companhia precisar de uma rede maior do que 254 hosts?
! Dê diversos blocos de endereços da classe C e trate-os como uma consecutivos de e trate-os
como uma supernet.
(Supernetting apenas é aplicada para endereços da classe C)
Suponha que temos 2m blocos consecutivos
Endereço da classe C:




Default mask: 255.255.255.0
Supernet mask: 255.255.(28-m-1)*2m.0 = 255.255.252.0
Regras:
   • O número de blocos deve ser potência de 2.
   • Os blocos devem ser contínuos no espaço de endereços (não deve haver intervalo entre
      os blocos).
   • O terceiro byte do primeiro endereço na supernet deve ser divisível(sem resto) pelo
      número de blocos.
          o (Por outras palavras, o terceiro byte deve ter m zeros à esquerda(2m é o número de
             blocos);

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IP e Sub-redes

  • 1. 3.1. Endereçamento IP - Conceitos gerais Antes de falarmos em sub-redes e máscaras desub-redes devemos ter em atenção os seguintes conceitos: a) Se o seu computador estiver a usar o protocolo TCP/IP e se estiver ligado a uma Intranet ou à Internet, terá de ter um endereço IP único na empresa (Intranet) ou único no mundo (Internet). b) Um endereço IP é composto por 32 bits agrupados em 4 blocos de 8 bits que quando convertidos em valores decimais tem o seguinte aspecto: 193.136.80.3, ou 220.123.121.246, etc. Teoricamente estes valores podem estar entre 0 (0000 0000) e 255 (1111 1111). Vamos ver mais á frente que o valor 0 (endereço da rede) e o valor 255 (endereço de broadcast) não são permitidos para atribuição de endereços IP, por isso vamos ter somente 254 valores válidos, de 1 (0000 0001) a 254 (1111 1110). c) Por convenção um endereço IP tem sempre duas partes: a parte de identificador de rede (Network ID) e a parte de identificador de computador (Host ID). É aqui que entra o conceito de mascara, pois é ela que nos vai dizer qual a parte do endereço IP que representa o Network ID e a parte que representa o Host ID. d) Na Internet existem redes de classe A, B e C (as classes D e E são usadas somente para testes, por isso não vamos falar delas). Se a nossa rede local vai estar permanentemente ligada á Internet então os endereços IP dos seus computadores têm de ter um endereço válido, ou seja, têm de estar dentro dos valores convencionados para a respectiva classe, e atribuidos pela FCCN(Entidade responsável por alocar ip´s, Equivale a CIUEM em Moçambique). E as convenções dizem o seguinte: Redes de classe A: (Máscara: 255.0.0.0) 1 bit 7 bits 24 bits 0 Network ID Host ID 1 a 126 126 redes 16.777.124 computadores Redes de classe B: (Máscara: 255.255.0.0) 2 bits 14 bits 16 bits 10 Network ID Host ID 128 a 191 16.384 redes 65.534 computadores Redes de classe C: (Máscara: 255.255.255.0) 3 bits 21 bits 8 bits 110 Network ID Host ID
  • 2. 192 a 223 2.097.152 redes 256 computadores Exemplo 1: Ou seja um computador que esteja numa rede de classe C tem de ter um endereço IP que comece obrigatoriamente por 192 (até 223) e a seguir terá um valor fixo, atribuído pela FCCN (entidade de regulamenta e atribui endereços IP a nível nacional) e os últimos 8 bits (Host ID) são atribuídos a cada computador, pelo gestor da rede (num máximo de 254 (256 - 2) computadores). Ou seja, dado a seguinte rede de classe C: 193.136.80.nnn. Os nnn correspondem ao Host ID e vão ter valores (únicos) de IPs (atribuídos pelo gestor da rede local) dentro da rede de Classe C 193.136.80 (que é a parte do Network ID atribuída pela FCCN). 3.1.1 Máscara de Sub-Rede (subnet mask) A máscara de sub-rede é um endereço de 32 bit usado para bloquear (mascarar) uma parte do endereço IP para se poder distinguir a parte de identificador de rede (Network ID) e a parte de identificador de computador (Host ID). Cada computador numa rede TCP/IP precisa de ter uma mascara de sub-rede (é obrigatorio). Isto pode ser conseguido a partir de uma mascara standard de classe A, B ou C (usada quando a rede não necessita de ser dividida em sub-redes) ou através de uma mascara personalizada (usada quando a rede precisa de ser dividida em sub-redes). Na mascara standard todos os bits que correspondem à parte do Network ID são colocados a "1", que quando convertido para decimal obtêm-se o valor 255 (1111 1111(2) = 255(10)). Todos os bits que correspondem à parte do Host ID são colocados a "0", que quando convertido para decimal obtêm-se o valor 0 (0000 0000 (2) = 0(10)). 3.1.2 A operação de ANDing (multiplicação binária) o ANDing é um processo interno que a camada 3(IP) usa para determinar se um dado pacote de informação é destinado à rede local ou a uma rede remota. Quando as camadas de TCP/IP são inicializadas, o endereço IP do computador é multiplicado (ANDing) com a sua máscara. Antes de se voltar a enviar o pacote para a rede, o endereço IP de destino é multiplicado pela mesma máscara. Se o resultado da multiplicação binária do endereço IP de origem e o endereço IP de destino forem iguais quer dizer que o pacote pertence a um computador da mesma rede local. Se o resultado não for igual então o pacote é enviado para o endereço IP do router (para depois ser reencaminhado de router em router até chegar à rede remota a que pertence). O processo de multiplicação binária consiste em comparar bit a bit o endereço IP do computador com o respectivo valor da mascara. Somente quando ambos os bits forem "1" é que o resultado é "1", para todas as outras combinações o resultado é "0" (rever a tabela de verdade do AND). 3.1.3 O que é uma sub-rede ("subnetting")? Uma sub-rede é um segmento físico da rede local que funciona num ambiente TCP/IP e que usa endereços IP derivados de um único valor da parte do "Network ID". O que acontece na prática é que a organização (empresa, escola ou até um particular) vai requisitar um endereço de rede
  • 3. (Network ID) à FCCN. Ao se dividir a rede em sub-redes, vai-se obrigar a que cada segmento de rede use um Network ID (ou Subnet ID) diferente. Vai-se então criar um Subnet ID único para cada segmento através da divisão em duas partes dos bits da parte do "Host ID". Uma parte é usada para identificar o segmento como uma rede única e a outra parte é usada para identificar os computadores dentro desse segmento (sendo o novo Host ID). Este processo é conhecido por "subnetting" ou "subnetworking". Este processo de subdivisão da rede não é obrigatório em redes privadas pois estas por não serem "vistas" pela Internet podem ter IPs falsos (não válidos na Internet). Também não será necessário fazer uma subdivisão da rede se a rede local tiver endereços IP suficientes. Para mais informação sobre subnetting consultar o documento RFC 950 (request for comment 950). 3.1.4 Principais razões que nos levam a utilizar a técnica de "subnetting": 1. Possibilidade de misturar diferentes protocolos de nível físico como a Ethernet ou a Token Ring. 2. Resolver limitações da tecnologia actual como o limite do numero máximo de computadores por segmento. 3. Reduzir o trafego da rede através do isolamento e/ou redireccionamento dos dados e da redução dos "broadcasts" (talvez a razão mais importante) 3.1.5 Implementação prática da técnica de Subnetting Antes de implementar a "subnetting", devemos recolher a seguinte informação sobre a nossa rede local: 1. Determinar o numero de segmentos físicos de rede na nossa rede local e decidir o numero de segmentos adicionais que se pretende criar. 2. Determinar o numero de endereços IP necessários para cada segmento físico da rede e decidir o numero máximo de endereços IP que se vai precisar em cada um desses segmentos. 3. Baseado nestas condições, vamos definir: A) A mascara de subrede, que vai ser a mesma em toda a rede. B) Um valor único de Network ID igual em todo o segmento. C) Um conjunto de Hosts ID válidos dentro de cada segmento. Atenção: Quando usamos mais bits para a mascara da sub-rede, vai ser possível ter mais sub- redes, mas vamos ter menos computadores por sub-rede. Por exemplo, numa rede de classe B:
  • 4. 3 bits => 6 sub-redes => 8.000 computadores por sub-rede => 48 000 computadores 8 bits => 254 sub-redes => 254 computadores por sub-rede => 65 516 computadores Se forem usados mais bits do que o necessário para a máscara, irá permitir o aumento do numero de sub-redes, mas irá limitar o numero máximo de computadores em cada sub-rede. Se se usarem menos bits, vai acontecer o contrário, ou seja irá permitir o aumento do nº máximo de computadores por sub-rede, mas irá limitar o nº máximo de sub-redes. Devemos ter em atenção esta relação de compromisso quando estivermos a planear a sub divisão da rede, a fim de evitar ter de recalcular todo o subnetting de novo!. A) Cálculo da máscara de sub-rede Para calcularmos uma mascara de sub-rede temos de efectuar os seguintes três passos: 1. Uma vez determinado o numero de segmentos físicos necessários na rede local, vamos converter esse valor para binário. 2. Contar o numero de bits necessário para representar o valor binário do numero de segmentos físicos determinado em 1. Por exemplo, se precisarmos de 6 sub-redes, o valor binário de 6 é 110. Assim para representar o valor 6 em binário precisamos de 3 bits. 3. Converter o numero necessário de bits para decimal mas da esquerda para a direita. Exemplo 1: numa rede de classe B, se necessitarmos de 3 bits , configure os primeiros 3 bits (os mais à esquerda) do Host ID a "1", passando a fazer parte do Network ID. Teríamos assim o valor binário 1110 0000 que em decimal vale 224. Logo a mascara de sub-rede passaria a ser: 255.255.224.0 Ou seja para uma rede de classe B: N.º de sub-redes: 6 (6(10) = 110(2) => 3 bits) Valor binário: 1100 0000 (são necessários 3 bits) Mascara em binário: 1111 1111.1111 1111.1110 0000.0000 0000 Convertendo para decimal: 255.255.224.0 B) Cálculo do "Network ID" de cada sub-rede 1. Conte o numero de bits de ordem alta usados na Network ID. Por exemplo, se for usado 2 bits da mascara de sub-rede, o valor binário será 1100 0000. Se tivermos
  • 5. usado 4 bits na mascara de sub-rede então o valor binário será 1111 0000. 2. Converta para decimal o bit de menor ordem. Este será o valor do incremento que determina os valores dos "Host ID" de cada sub-rede. Exemplo: se usarmos 2 bits o bit de menor ordem é igual a 64 computadores (2^6) (1100 0000). 3. Para determinarmos o numero máximo de sub-redes, devemos converter para decimal o numero de bits, mas agora o de ordem mais baixa, e subtrair 1. Exemplo: para 2 bits teríamos 0000 0011 = 3 - 1 = 2 sub-redes. Outra maneira de calcular o numero máximo de sub-redes, seria sabermos o numero de bits necessários e aplicar a seguinte formula: Nº máximo de sub-redes = 2^( n.º de bits necessários) - 2 Exemplo: 2 -2 = 4 - 2 = 2 sub-redes. 2 4. Começando por zero, incremente o valor calculado no passo 2. para cada combinação de bits até atingirmos o valor de 256. Exemplo: Com a parte baixa do valor 64 o primeiro intervalo da Network ID seria de 64 até 127, e a parte alta seria de 128 até 191: Sub-rede 1 => Network ID = 192.168.0.64 Sub-rede 2 => Network ID = 192.168.0.128 Outro exemplo, agora com 4 bits: Se usarmos 4 bits então o bit de menor ordem é 16 (1 0000) Teríamos então 0000 1111 = 15 - 1 = 14 sub-redes, ou seja: 2 - 2=16 - 2 = 14 sub-redes. 4 C) Cálculo dos "Host IDs" de cada sub-rede Se já tivermos definido as network IDs então já temos também definidas as "Host IDs" de cada sub-rede. O resultado de cada valor incremental indica o inicio de cada conjunto de Host IDs para cada sub-rede. Para calcular o numero máximo de computadores (hosts) de cada sub-rede, devemos: 1. Calcular o numero de bits disponíveis para o "Host ID". Exemplo: para um endereço de classe B que usa 16 bits para a Network ID e 2 bits (emprestados) para a
  • 6. Subnet ID, sobra-nos 14 bits (6 + 8) para o Host ID. 2. Converter o valor binário para decimal. Exemplo: para o caso de termos 14 bits para os "Host IDs", seria 1111 1111 1111 = 16.383 computadores. 3. Subtrair 1. Exemplo: 16.383 - 1 = 16.382 computadores. Outro processo paracalcular o numero máximo de computadores seria através do numero de bits usados para o "Host ID", usando a seguinte formula: Nº máximo de computadores = 2^(n.º de bits usados no Host ID) - 2 Exemplo: Nº máximo de computadores = 2^14 - 2 = 16.382 3.1.6 Tabelas de máscaras de sub-rede Redes de classe A Nº. de computadores por N.º de sub-redes Bits necessários Mascara de sub-rede sub-rede 0 - Não válido 1 Não válido Não válido 2 2 255.192.0.0 4.194.302 6 3 255.224.0.0 2.097.150 14 4 255.240.0.0 1.048.574 30 5 255.248.0.0 524.286 62 6 255.252.0.0 262.142 126 7 255.254.0.0 131.070 254 8 255.255.0.0 65534 Redes de classe B Nº. de computadores por N.º de sub-redes Bits necessários Mascara de sub-rede sub-rede 0 - Não válido 1 Não válido Não válido 2 2 255.255.192.0 16.382
  • 7. 6 3 255.255.224.0 8.190 14 4 255.255.240.0 4.094 30 5 255.255.248.0 2.046 62 6 255.255.252.0 1.022 126 7 255.255.254.0 510 254 8 255.255.255.0 256 Redes de classe C Nº. de computadores por N.º de sub-redes Bits necessários Mascara de sub-rede sub-rede 0 - Não válido 1 Não válido Não válido 2 2 255.255.255.192 62 6 3 255.255.255.224 30 14 4 255.255.255.240 14 30 5 255.255.255.248 6 62 6 255.255.255.252 2 126 - Não válido 7 Não válido Não válido 254 - Não válido 8 Não válido Não válido 3.1.7 Divisão de uma rede de classe C em 6 sub-redes - Exemplo prático final As redes de classe C também podem ser subdivididas embora seja mais difícil fazer a sua gestão pois o numero máximo de computadores é já de si baixo (256 computadores). Vamos partir do principio que a FCCN atribui-nos o seguinte Network ID: 192.1.1.0. Queremos criar 6 sub- redes onde cada sub-rede poderá ter no máximo 30 computadores. Pegando nos 8 bits disponíveis da parte do "Host ID", vamos usar os 3 bits mais significativos para emprestar ao Network ID, e os restantes 5 bits ficam para os Host ID. Assim vamos conseguir criar um máximo de 6 sub-redes com 30 computadores cada. A máscara de sub-rede será a seguinte: 255.255.255.224. A próxima tabela mostra as 6 sub-redes de classe C: O valor 32 (2^5 = 32, onde 5 é o bit de menor ordem da máscara) é o incremento entre cada sub-rede.
  • 8. As 6 sub-redes possíveis na rede de classe C (192.1.1.0) com uma máscara de sub-rede 255.255.255.224 Sub-rede Valor binário Valor em decimal Network ID Máscara de sub-rede 1 0010 0000 32 192.1.1.32 255.255.255.224 2 0100 0000 64 192.1.1.64 255.255.255.224 3 0110 0000 96 192.1.1.96 255.255.255.224 4 1000 0000 128 192.1.1.128 255.255.255.224 5 1010 0000 160 192.1.1.160 255.255.255.224 6 1100 0000 192 192.1.1.192 255.255.255.224 Análise individual dos 256 valores referentes ao último Byte do endereço IP Valor do último Valido? Razão Byte 0 - 31 Não Não faz parte de qualquer sub-rede 32 Não Endereço da sub-rede 1 Sub-rede 1 33-62 Sim Computadores da sub-rede 1 63 Não Endereço de broadcast da sub-rede 1 64 Não Endereço da sub-rede 2 Sub-rede 2 65-94 Sim Computadores da sub-rede 2 95 Não Endereço de broadcast da sub-rede 2 96 Não Endereço da sub-rede 3 Sub-rede 3 97-126 Sim Computadores da sub-rede 3 127 Não Endereço de broadcast da sub-rede 3 128 Não Endereço da sub-rede 4 Sub-rede 4 129-158 Sim Computadores da sub-rede 4 159 Não Endereço de broadcast da sub-rede 4 160 Não Endereço da sub-rede 5 Sub-rede 5 161-190 Sim Computadores da sub-rede 5 191 Não Endereço de broadcast da sub-rede 5 192 Não Endereço da sub-rede 6 Sub-rede 6 193-222 Sim Computadores da sub-rede 6 223 Não Endereço de broadcast da sub-rede 6
  • 9. 224 Não Máscara de sub-rede Valores inválidos pois estão acima da máscara de 225-255 Não sub-rede Conclusão: Usando por exemplo a sub-rede 192.1.1.160 (sub-rede 5), podemos verificar o seguinte: Endereço da sub-rede 5: 192.1.1.160 Endereços IP válidos: 192.1.1.161 até 192.1.1.190 Nº máximo de computadores: 30 Endereço de broadcast: 192.1.1.191 Máscara de sub-rede: 255.255.255.224 (igual para as 6 sub-redes) Valor do Incremento (entre cada sub-rede): 32 (2^5, onde 5 é o bit de menor ordem que foi emprestado à Network ID (224 = 1110 000) O bit de menor ordem é o 5º a contar da direita para a esquerda) Nº máximo de sub-redes: 2^3 - 2 = 8 - 2 = 6 sub-redes (onde 3 é o nº de bits emprestados à Network ID) 3.1.8 Algumas questões que devemos fazer a fim de garantir que uma dada mascara de sub-rede foi bem cálculada: 1) Qual a classe de endereços IP indicada pelo seu primeiro Byte? 2) Qual a mascara de sub-rede por defeito para essa classe? 3) Há bits emprestados do "Host ID", para a criação da máscara de sub-rede personalizada? 4) Baseando-se na parte personalizada da máscara de sub-rede, quantos bits da parte do Host ID foram emprestados?
  • 10. 3.2. VLSM (Variable Lenght Subnet Masks) VLSM nada mais é do que a segmentação lógica de subredes. Ou seja, para criar subredes, você segmentou uma determinada rede. VLSM consiste em segmentar as subredes criadas, em blocos não necessariamente do mesmo tamanho. Daí o nome “subredes de tamanho variável”. Exemplo: Suponha a Rede sem segmentação abaixo: 192.168.10.0 /24 (como é sem segmentação, a máscara DEVE ser /24, já que falamos aqui de um endereço de rede classe “C”) Vamos supor agora que esta rede foi segmentada em 2 subredes distintas: 192.168.10.64 /26 e 192.168.10.128 /26 OBS: Aqui foi aplicada a regra 2 ^ x - 2. Se eta regra não fosse aplicada, teríamos as subredes 192.168.10.0 /25 e 192.168.10.128 /25. Lembrando que o exame CCNA considera a regra 2 ^ x - 2 para o cálculo de subredes (a não ser quando EXPLICITAMENTE mencionado na questão). Retornando… temos então as 2 subredes acima denotadas, cada uma delas com capacidade para endereçar 62 hosts: Subrede: 192.168.10.64 hosts: 65 à 126 Broadcast: 127 Subrede: 192.168.10.128 hosts: 129 à 190 Broadcast: 191 Agora, suponha que você, tendo em mãos este pequeno plano de endereçamento, tenha uma rede com a seguinte topologia para endereçar:
  • 11. Quantas redes esta topologia apresenta? Resposta: 6 redes! 3 redes WAN interconectando os routers A, B e C, e 3 redes locais, para cada uma das localidades. Como você, com apenas 2 redes disponíveis, consegue suprir suas necessidades de endereçamento? Resposta: VLSM! Vamos pegar as 2 redes que já temos e dividi-las ainda mais, obtendo assim o número de redes que precisamos. Vamos lá então! Comecemos pelas 3 redes WAN. Observe que todas são do tipo ponto-a-ponto, ou seja, precisam de apenas 2 endereços de host (um para cada interface de cada um dos 2 routers). Por exemplo, a rede que interliga o router A com o router B necessita de apenas 2 endereços IP: um para cada router. Assim sendo, precisamos de 3 redes /30, que têm esta característica (entregam apenas 2 endereços de host por subrede). Vamos usar a rede 64 para obter as 3 redes /30 que precisamos: 192.168.010.064 255.255.255.192 ==> 11111111.1111111.11111111.11000000 Os “zeros” em vermelho mostram até que ponto temos de avançar na máscara /26 para obtermos as redes /30. Quantas redes /30 conseguiríamos? Resposta: 2 ^ 4 = 16. Notem que aqui não se aplica a regra do “-2″. Esta regra não é aplicada para cálculo de subredes VLSM. Portanto, a subrede 192.168.10.64 /26, quando subdividida conforme acima, nos fornece 16 subredes /30, cada uma podendo endereçar até 2 hosts (ou interfaces de roteadores, no caso). Estas redes ocorrem de 4 em 4, e seriam: 192.168.10.64, 68, 72, 76. 80, 84, 88, 92, 96, 100, 104, 108, 112, 116, 120 e 124, todas com máscara /30. Para o nosso exercício, vamos reservar as 3 primeiras: 192.168.10.64 /30, 192.168.10.68 /30 e 192.168.10.72 /30.
  • 12. Notem que ainda temos 13 subredes /30 que não serão usadas. O que poderíamos ter feito, para evitar este desperdício, é dividir a subrede 192.168.10.64 /26 em 2 subredes /27 (192.168.10.64 / 27 e 192.168.10.96 /27), e subdividir a primeira (192.168.10.64 /27) em 8 subredes /30. Desta forma, desperdiçaríamos um menor número de endereços e ainda teríamos uma subrede /27, com capacidade para endereçar até 30 hosts sobrando, para uso futuro. Mas para efeitos didáticos, o exemplo inicial é mais fácil de ser compreendido. Bom, resolvemos o problema do endereçamento das redes WAN. Mas agora nos sobrou apenas 1 subrede /26 para endereçamento das 3 localidades, sendo que cada localidade tem a sua necessidade de hosts. A dica aqui é fazer o cálculo usando a localidade com maior necessidade de IPs (20 hosts, no caso). Eu preciso, portanto, de pelo menos 3 subredes que me entreguem, ao menos 20 hosts. Vamos lá! 192.168.010.128 255.255.255.192 ==> 11111111.1111111.11111111.11000000 Notem que eu tenho 6 “zeros” para manipulação. O algoritmo que temos que usar é: 2 ^ x - 2 >= 20, sendo que o resultado (x) é o número de “zeros” da direita para a esquerda que teremos que preservar. Notem que a regra do “-2″ deve ser observada neste cálculo, já que estamos falando de hosts (temos que eliminar os endereços de rede e de broadcast). Portanto, x = 5, já que 2 ^ 5 - 2 = 30, e 30 >= 20. Se x fosse 4, o resultado seria 14, e 14 não é >= 20. Portanto, devemos reservar 5 zeros para o endereçamento dos hosts: 11111111.1111111.11111111.11100000 Opa! Temos um problema! Se fizermos isso, restará apenas 1 zero na máscara para a criação das subredes. E apenas 1 zero nos possibilita a criação de apenas 2 subredes (2 ^ 1). Precisamos de 3 subredes, e não 2! O que fazer? Resposta: Criamos as 2 novas subredes, cada uma com capacidade para endereçar até 30 hosts e, posteriormente, dividimos novamente uma destas 2: As 2 novas subredes ocorrem de 32 em 32, portanto: 192.168.10.128 /27 e 192.168.10.160 /27 Vamos pegar a segunda e dividi-la novamente: 192.168.010.160 255.255.255.224 ==> 11111111.1111111.11111111.11100000
  • 13. O “zero” assinalado em vermelho é o dígito que alteraremos na máscara para criarmos 2 novas subredes com máscara /28 (observem que, conforme se adiciona um dígito à máscara original, criamos 2 novas subredes. Ex: de /26 para /27 criamos 2 subredes. De /27 para /28, criamos 2 subredes, e assim por diante). As 2 novas subredes /28 ocorrem de 16 em 16 (/28 = 255.255.255.240 | 256 - 240 = 16, para quem não se lembra das regras do cálculo de subredes), portanto: 192.168.10.160 /28 e 192.168.10.176 /28 Resta saber se qual a capacidade de endereçamento de hosts cada uma destas subredes possui: Temos 4 “zeros” restantes na máscara /28. Assim sendo: 2 ^ 4 - 2 = 14. Portanto, atendemos aos requisitos. Vamos ao resumo do endereçamento: Conexão WAN A - B: 192.168.10.64 /30 Conexão WAN A - C: 192.168.10.68 /30 Conexão WAN C - B: 192.168.10.72 /30 Localidade ligada ao router C: 192.168.10.192.168.10.128 /27 (até 30 hosts) Localidade ligada ao router A: 192.168.10.192.168.10.160 /28 (até 14 hosts) Localidade ligada ao router B: 192.168.10.192.168.10.176 /28 (até 14 hosts) OBS IMPORTANTE: Algumas palavras usadas para denotar o não uso da regra do “-2″ para subredes em questões do exame: • How many usable subnets (ou utilizáveis ou algo do gênero se for em Português) • Se aparecer “ip subnet-zero” em algum ponto da questão • Lembrem-se que para VLSM e CIDR, a regra do “-2″ para cálculo de subredes NUNCA se aplica. Seria basicamente isso. Pode não parecer simples à princípio, mas com prática pega-se o jeito da coisa e tudo fica tão claro quanto o cálculo de subredes Posso ter errado aqui! Então, se algum de vocês refizerem os cálculos e encontrarem algum erro, por favor, postem nos comments. Aliás, este é um excelente exercício. Procurem refazer os cálculos e compreender o que foi feito, e procurem por falhas. Qualquer dúvida, postem nos comments e respondo-as com prazer! Seguindo este tutorial, mais adiante publicarei um tutorial sobre CIDR e sumarização de rotas, para então entrarmos em uma série de tutoriais mais avançados sobre EIGRP, OSPF e BGP. - Questão: Partindo de uma rede Classe C, como 200.1.1.0, calcule o melhor ajuste VLSM para as 5 LANs de acordo com o número de hosts de cada uma e também para os 4 enlaces seriais ponto-aponto apresentados na topologia:
  • 14. Resolva em 3 minutos
  • 15. 3.3.2 SUPERNETTING e CLASSLESS-INTERDOMAIN ROUTING (CIDR) O conceito de super-redes é exatamente o contrário do conceito de subredes: em vez de especificar uma máscara de subrede que divida um espaço de endereço definido por uma classe de IPs, a máscara é utilizada de tal forma a expandir este espaço de endereços. Tomemos um endereço de classe C qualquer: especificando uma máscara de subrede de 20 bits (255.255.240.0), estaremos dando mais espaço de endereço que normalmente a classe C suporta. Aliás, foi justamente para isso que o conceito de super-redes foi criado: combinar várias redes classe C em um bloco para que os roteadores a tratem como uma única grande rede, diminuindo assim o tamanho das tabelas de roteamento. A notação CIDR também é utilizada para reduzir a quantidade de rotas necessárias em uma tabela de roteamento: ela é composta de um número IP mais uma barra seguida de um número representando o número de bits definidos como 1 na máscara de subrede. Ex: 200.236.60.87/16 (no caso, a máscara de subrede seria 255.255.0.0 ou 11111111.11111111.00000000.00000000). Uma rota só é adicionada à tabela de roteamento (200.236.0.0/16, representando todos os endereços no intervalo de 200.236.0.1 à 200.236.255.254). Supernetting As Classes A e B estão quase esgotadas. Endereços da Classe C ainda estão disponíveis. E se a companhia precisar de uma rede maior do que 254 hosts? ! Dê diversos blocos de endereços da classe C e trate-os como uma consecutivos de e trate-os como uma supernet. (Supernetting apenas é aplicada para endereços da classe C)
  • 16. Suponha que temos 2m blocos consecutivos Endereço da classe C: Default mask: 255.255.255.0 Supernet mask: 255.255.(28-m-1)*2m.0 = 255.255.252.0
  • 17. Regras: • O número de blocos deve ser potência de 2. • Os blocos devem ser contínuos no espaço de endereços (não deve haver intervalo entre os blocos). • O terceiro byte do primeiro endereço na supernet deve ser divisível(sem resto) pelo número de blocos. o (Por outras palavras, o terceiro byte deve ter m zeros à esquerda(2m é o número de blocos);