SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 86
Baixar para ler offline
Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e
Recuperações.
JULIANA GOBATO VIEIRA BENTO
PRISCILA CATERINE DE BRITO
RICARDO DE FREITAS MIRANDA
Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da
FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade do Vale do Paraíba, como
parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação.
Orientadores:
Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP)
Prof. Maryangela G. de Lima (ITA)
UNIVAP
São José dos Campos / SP
2002
1
Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e
Recuperações.
JULIANA GOBATO VIEIRA BENTO
Nota na Disciplina: ______________ (_____________________)
Prof. Responsável: Carlos Humberto Martins
Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da
FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade do Vale do Paraíba, como
parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação.
Orientadores:
Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP)
Prof. Maryangela G. de Lima (ITA)
UNIVAP
São José dos Campos / SP
2002
2
Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e
Recuperações.
PRISCILA CATERINE DE BRITO
Nota na Disciplina: ______________ (_____________________)
Prof. Responsável: Carlos Humberto Martins
Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da
FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade do Vale do Paraíba, como
parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação.
Orientadores:
Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP)
Prof. Maryangela G. de Lima (ITA)
UNIVAP
São José dos Campos / SP
2002
3
Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e
Recuperações.
RICARDO DE FREITAS MIRANDA
Nota na Disciplina: ______________ (_____________________)
Prof. Responsável: Carlos Humberto Martins
Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da
FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade do Vale do Paraíba, como
parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação.
Orientadores:
Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP)
Prof. Maryangela G. de Lima (ITA)
UNIVAP
São José dos Campos / SP
2002
I
DEDICATÓRIA
São José dos Campos, 21 de novembro de 2002.
Dedicamos este trabalho a Prof. Dra. Maryangela G. de Lima e a Prof. Denise de
Carvalho Hurashima, pela orientação, incentivo e valiosas contribuições durante o
trabalho.
A todos colegas de sala, pelo companheirismo, sem o qual não teríamos plena condição
de chegarmos até aqui.
A todos os funcionários da FEAU, que nos acompanharam e acolheram durante este
período de graduação, ajudando a transformar nosso sonho em realidade.
II
AGRADEDIMENTO
São José dos Campos, 21 de novembro de 2002.
Agradeço primeiramente a Deus, que tem me concedido saúde e entendimento para
alcançar meus objetivos; ao meu esposo Ilciney, pela paciência e compreensão em todos
momentos; a minha avó Nadir, pelas orações e palavras de consolo nos momentos
difíceis; e principalmente a uma pessoa muito especial, minha mãe, que com sua garra e
amor incondicional, me deu forças para chegar até aqui.
- Mãe, ninguém merece mais saborear os frutos dessa vitória , do que eu e você.
Juliana Gobato Vieira Bento
III
AGRADEDIMENTO
São José dos Campos, 21 de novembro de 2002.
Agradeço primeiramente a Deus, por sua eterna misericórdia e bondade, pela família que
me preparou, por ter me dado à sorte de estudar e pelo dom do entendimento.
Agradeço também a minha querida mãe Elisana e meu amado irmão Marlon, que sempre
me dedicaram todo amor e paciência, que nesses cinco anos estiveram ao meu lado, me
dando força e coragem para superar mais essa fase da minha vida.
Ao meu avô Antonio pelos conselhos e ao meu grande amigo Centurion pela ajuda,
carinho, amor e paciência.
Priscila Caterine de Brito
IV
AGRADEDIMENTO
São José dos Campos, 21 de novembro de 2002.
Dedico esta monografia, primeiro para Aquele que nos proporcionou a vida, dotada de
saúde física e mental, para chegarmos até aqui: Deus.
Aos meus familiares e amigos que de uma forma direta ou indireta me apoiaram para
subir estes degraus tão importantes na minha vida.
Em especial aos meus filhos que foram privados de minha presença durante toda esta
jornada, mas que sem dúvida são fontes de inspiração para enfrentar todos os desafios
apresentados até hoje e que ainda estão por vir.
Ricardo de Freitas Miranda
V
RESUMO
Neste estudo, apresentamos as fissuras em forma de fichas, por elemento estrutural, suas
características (horizontal, vertical, inclinada ou de diferente configurações), possíveis
causas e tratamentos adequados para cada caso.
Optamos por esse método, visto que, quando nos deparamos com uma fissura, a primeira
coisa que observamos é o sentido e em que o elemento estrutural ela se encontra, para
somente depois, estudamos sua causa.
Para atingir o objetivo proposto, dividiu-se o trabalho da seguinte maneira:
Capítulo 1 – Introdução, onde estão apresentados os objetivos e a justificativa do
trabalho.
Capítulo 2 – A estrutura do concreto armado, que se refere à história do concreto no
Brasil e no mundo.
Capítulo 3 – Manifestações patológicas – Principais incidências, onde estão
apresentados os defeitos mais encontrados em uma vistoria de campo.
Capítulo 4 – Fissuras em vigas, onde apresentamos as fissuras existentes nas vigas de
concreto armado, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de
recuperação.
Capítulo 5 – Fissuras em lajes, onde apresentamos as fissuras existentes nas lajes, suas
causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação.
Capítulo 6 – Fissuras em pilares, onde apresentamos as fissuras existentes nos pilares,
suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação.
Capítulo 7 – Fissuras em mais de um elemento estrutural, mostra as fissuras existentes
ao mesmo tempo em vigas, pilares e lajes, suas características, comportamento, além de
formas de recuperação.
Capítulo 8 – Considerações finais.
VI
ÍNDICE
DEDICATÓRIA................................................................................................................I
AGRADEDIMENTO...................................................................................................... II
AGRADEDIMENTO.....................................................................................................III
AGRADEDIMENTO.....................................................................................................IV
RESUMO .........................................................................................................................V
ÍNDICE...........................................................................................................................VI
ÍNDICE DE FIGURAS...............................................................................................VIII
CAPÍTULO 1 – Introdução .............................................................................................1
Importância e Justificativa do Trabalho .........................................................................1
CAPÍTULO 2 – A Estrutura de Concreto Armado......................................................4
2.1 – A história do Concreto Armado (VASCONCELOS, 1992). .................................4
2.2 – O Início do Concreto Armado no Brasil (VASCONCELOS, 1992).....................5
2.3 – O Concreto (MEHTA, 1994):...................................................................................7
2.4 - Componentes do Concreto (MEHTA, 1994): ..........................................................7
2.5 - Classificações do Concreto (MEHTA, 1994):..........................................................8
2.6 - Concreto Armado (MEHTA, 1994): ........................................................................8
2.7 - Como se Comporta a Estrutura de Concreto Armado:.........................................8
CAPÍTULO 3 – Fissuras – Principais Conceitos ........................................................11
3.1 - Causas de Fissuração (SHRIVE, 1985)..................................................................11
3.2 – Principais Causas de Fissuras em Estruturas de Concreto: ...............................11
3.2.1 – Fissuração no Estado Plástico (DAL MOLIN, 1988):..................................11
3.2.2 – Fissuração do Concreto Endurecido (DAL MOLIN, 1988):.........................12
CAPÍTULO 4 – Fissuras em Vigas ...............................................................................18
4.1 – Fissuras Verticais ....................................................................................................19
4.2 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................25
4.3 – Fissuras Inclinadas..................................................................................................27
4.4 – Fissuras de Diferentes Configurações...................................................................33
CAPÍTULO 5 – Fissuras em Lajes...............................................................................35
5.1 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................36
VII
5.2 – Fissuras Inclinadas..................................................................................................41
5.3 – Fissuras de Diferentes Configurações...................................................................45
CAPÍTULO 6 – Fissuras em Pilares.............................................................................50
6.1 – Fissuras Verticais ....................................................................................................51
6.2 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................54
6.3 – Fissuras Inclinadas..................................................................................................57
CAPÍTULO 7 – Fissuras em mais de um Elemento Estrutural.................................60
7.1 – Fissuras Verticais ....................................................................................................61
7.2 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................66
7.3 – Fissuras de Diferentes Configurações...................................................................68
CAPÍTULO 8 – Considerações Finais..........................................................................71
CAPÍTULO 9 – Bibliografia .........................................................................................72
VIII
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto armado a
nível nacional (MONTEIRO e HELENE, 1999 apud CARMONA & MAREGA,
1988).......................................................................................................................2
Figura 2 – Comportamento da Estrutura de Concreto Armado. ......................................10
Figura 3 – Deslocamento de fissuras................................................................................11
Figura 4 – Fissura vertical nos cantos da viga. ................................................................20
Figura 5 – Fissuras verticais devido a flexão. ..................................................................21
Figura 6 – Fissuras verticais, regularmente espaçadas, no terço médio da viga..............22
Figura 7 – Fissuras verticais (coincidentes com os estribos). ..........................................23
Figura 8 – Ramificações de fissuras praticamente verticais, com aberturas reduzidas, no
terço médio do vão. ..............................................................................................24
Figura 9 – Ruptura praticamente horizontal no terço médio do vão devido a flexão. .....26
Figura 10 – Fissura inclinada com desenvolvimento helicoidal (45º em relação ao eixo
da barra)................................................................................................................28
Figura 11 – Fissura inclinada. ..........................................................................................29
Figura 12 – Inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios e; ................................30
Praticamente verticais no terço médio do vão......................................................30
Figura 13 – Fissuras inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios. .....................31
Figura 14 – Fissuras inclinadas à 45º nas duas superfícies laterais das vigas..................32
Figura 15 – Aspecto craquelado, coloração esbranquiçada do concreto..........................34
Figura 16 – Fissura horizontal no terço médio da laje.....................................................37
Figura 17 – Fissura horizontal e perpendicular ao eixo principal da laje. .......................38
Figura 18 – Fissuras horizontais, seguindo direção das armaduras e paralelas entre si...39
Figura 19 – Fissuras horizontais acompanhando o contorno da laje................................40
Figura 20 – Fissuras inclinadas próximas dos cantos (face superior)..............................42
Fissuras inclinadas e horizontal (face inferior). ......................................................42
Figura 21 – Fissura inclinada ou a 45º em relação aos cantos da laje..............................43
Figura 22 – Fissuras inclinada em relação as bordas da laje............................................44
IX
Figura 23 – A) Fissuras horizontais com armaduras próximas da superfície. .................46
B) Fissuras em vários sentidos, porém normalmente com ângulos retos entre si.
..............................................................................................................................46
Figura 24 – Fissuras horizontais e levemente inclinadas na face superior de laje...........47
Figura 25 – Fissuras circulares em torno do pilar. ...........................................................48
Figura 26 – Fissuras inclinadas, paralelas entre si, espaçadas irregularmente e a
aproximadamente 45º do canto da laje.................................................................49
Figura 27 – Fissuras verticais e lascamentos. ..................................................................52
Figura 28 – Fissuras verticais no terço médio do pilar. ...................................................53
Figura 29 – Fissuras horizontais ou ligeiramente inclinadas no terço médio do pilar. ....55
Figura 30 – Fissuras horizontais nos pilares mais extremos. ...........................................56
Figura 31 – Fissuras inclinadas nas cabeças de pilares pré moldados.............................58
Figura 32 – Fissura ligeiramente inclinada nas extremidades dos pilares. ......................59
Figura 33 – Fissuras verticais, coincidentes com a armadura longitudinal......................62
Figura 34 – Fissuras verticais ou ligeiramente inclinadas................................................63
Figura 35 – A) Fissuras verticais internas (paralela a fôrma).........................................64
Fissuras verticais na superfície do concreto (paralela a fôrma) ...........................64
Fissuras verticais na superfície do concreto (perpendicular a fôrma de base).....64
Figura 36 – Fissura vertical na ligação da laje/viga com pilar.........................................65
Figura 37 – Fissuras horizontais em topos de vigas e pilares e longitudinais em lajes. ..67
Figura 38 – Trincas em vários sentidos das peças estruturais..........................................69
Figura 39 – A) Fissuras verticais na viga, próximas dos pilares......................................70
B) Fissuras horizontais nas extremidades dos pilares ..........................................70
1
CAPÍTULO 1 – Introdução
____________________________________________________________________
Importância e Justificativa do Trabalho
Em nosso dia-a-dia, não é raro nos depararmos com residências, edifícios, indústrias,
ou qualquer tipo de construção, que não apresentem nenhum tipo de fissura.
O Brasil, devido ao seu vasto território, apresenta condições climáticas bastante
diferenciadas com regiões onde a temperatura varia bruscamente durante vários
meses do ano. Esse fator, por si só, faz com que todas as obras, sejam elas de
pequeno, médio ou grande porte, apresentem fissuras no decorrer de suas vidas.
O campo das patologias das estruturas é uma área da Engenharia Civil que apresenta
grande diversidade e complexidade, devido à abrangência de aspectos em análise,
que podem advir de erros de projeto, erros de execução, agressividade do meio
ambiente, interação solo-estrutura (recalques), má escolha de materiais, entre outras.
Em uma estrutura de concreto armado, as patologias podem se dar no concreto e/ou
no aço, destacando-se que os agentes causadores podem advir das mais diversas
fontes, sendo de suma importância à correta caracterização de onde advém às
mesmas para que ocorra uma intervenção adequada, a fim de minimizar ou evitar a
ação do agente gerador.
As fissuras são as manifestações patológicas de maior incidência, depois da má
execução, conforme apresenta MONTEIRO e HELENE (1999) – Figura 1. Para
pessoas leigas são as manifestações mais preocupantes pois, sempre lembram
problemas estruturais. Em muitos casos são alvos de litígios judiciais. Para a
identificação da conseqüência estrutural de uma fissura se faz necessário uma
investigação, avaliação (muitas vezes demorada) e diagnóstico. No entanto, muitas
vezes, devido à necessidade de determinação de responsabilidades, existe a
necessidade de realização de uma perícia (*).
*Perícia, PONTES (2002): Prova destinada a levar ao juiz elementos
instrutórios sobre algum fato que dependa de conhecimentos especiais de ordem
técnica.
2
Felizmente como apresenta MONTEIRO e HELENE (1999), a maior ocorrência de
fissuras está relacionada com aspectos não estruturais, ou seja, sem conseqüências
graves às estruturas.
49%
44%
27%
15%
9%
7% 6%
0
10
20
30
40
50
Incidência%
Má Execução
Fissura
Corrosão de Armaduras
Deslocamento
Umidade
Mudança de Uso
Colapso
Figura 1 – Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto armado
a nível nacional (MONTEIRO e HELENE, 1999 apud CARMONA &
MAREGA, 1988).
Neste estudo, apresentamos as fissuras em forma de fichas, por elemento estrutural,
suas características (horizontal, vertical, inclinada ou de diferente configurações),
possíveis causas e tratamentos adequados para cada caso.
Optamos por esse método, visto que, quando nos deparamos com uma fissura, a
primeira coisa que observamos é o sentido e em que elemento estrutural ela se
encontra, para somente depois, estudarmos sua causa.
Para atingir o objetivo proposto, dividiu-se o trabalho da seguinte maneira:
Capítulo 1 – Introdução, onde estão apresentados os objetivos e a justificativa do
trabalho.
Capítulo 2 – A estrutura do concreto armado, que se refere à história do concreto no
Brasil e no mundo.
3
Capítulo 3 – Manifestações patológicas – Principais incidências, onde estão
apresentados os defeitos mais encontrados em uma vistoria de campo.
Capítulo 4 – Fissuras em vigas, onde apresentamos as fissuras existentes nas vigas de
concreto armado, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de
recuperação.
Capítulo 5 – Fissuras em lajes, onde apresentamos as fissuras existentes nas lajes,
suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação.
Capítulo 6 – Fissuras em pilares, onde apresentamos as fissuras existentes nos
pilares, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de
recuperação.
Capítulo 7 – Fissuras em mais de um elemento estrutural, mostra as fissuras
existentes ao mesmo tempo em vigas, pilares e lajes, suas características,
comportamento, além de formas de recuperação.
Capítulo 8 – Considerações finais.
4
CAPÍTULO 2 – A Estrutura de Concreto Armado
____________________________________________________________________
2.1 – A história do Concreto Armado (VASCONCELOS, 1992).
A idéia de associar barras metálicas à pedra ou argamassa, com a finalidade de
aumentar a resistência às solicitações de serviço, remonta aos tempos dos romanos.
Durante a recuperação das ruínas das termas de Caracalla em Roma, notou-se a
existência de barras de bronze dentro da argamassa de pozzolana, em pontos onde o
vão a vencer era maior do que o normal na época. A associação da pedra natural ao
concreto aparece pela primeira vez na estrutura da Igreja de Santa Genoveva, hoje
Pantheon (Paris, 1770). Existindo poucas colunas na fachada, era necessário executar
grandes vigas capazes de efetuar a transferência das elevadas cargas da
superestrutura para as fundações. Foram executadas por Rondelet, em pedra lavrada,
verdadeiras vigas modernas de concreto armado, com barras longitudinais retas na
zona de tração, que eram colocadas em furos executados artesanalmente nas pedras
(pedras naturais), e barras transversais de cisalhamento. Estava inventada a
associação do ferro com a pedra (neste caso “pedra natural”) para execução de
estruturas, visto que no processo de execução de estruturas eram feitas
primeiramente a pedra (com furos, cortes, preparo das superfícies entre outros) e
depois a adição da armadura. Mais tarde, com a “pedra artificial”, como era chamado
o concreto, a armadura era feita antes (corte, dobra, amarração), e a pedra adicionada
depois.
Vários anos após a descoberta da “pedra artificial”, é que esse material veio a se
chamar cimento Portland – endurecido – e no mesmo ano montava-se na Alemanha
(1855) a primeira fábrica desse cimento.
A primeira publicação sobre Cimento Armado – era essa a denominação até mais ou
menos 1820 - foi do engenheiro francês Joseph Louis Lambot, que por volta de 1850
começou suas experiências práticas de junção de ferragens em uma massa de
concreto. Em 1855, Lambot solicitou patente para um barco de concreto que ele
mesmo havia construído, e o apresentou na Exposição Universal de Paris.
Entre os visitantes da exposição havia um indivíduo, era o então desconhecido
Joseph Monier, que era comerciante de plantas ornamentais, paisagista e horticultor
5
bem sucedido. O mesmo tinha problemas de conservação das caixas de madeira ou
cerâmica, que quebravam ou apodreciam quando utilizadas com terra úmida,
interessou-se pelo barco de concreto, que ficava em contato com a água, e logo
imaginou que este material devia ser ótimo para suas caixas. Durante vários anos
produziu, usou e vendeu grande quantidade de vasos e caixas de cimento armado de
diversos tamanhos e formas. Entre 1868 e 1873, executou um reservatório de 25 m
e mais tarde outros dois, sendo um de 180 m para a estação de estrada de ferro de
Alençon, e outro de 200 m em Nogentsur-Marne. Em 1875 construiu uma ponte de
16,5 m de vão e 4 m de largura nas propriedades do Marquês de Tilliers.
Monier atuou, portanto, como grande construtor, passando a ser considerado como o
criador do novo material – cimento armado.
2.2 – O Início do Concreto Armado no Brasil (VASCONCELOS, 1992).
Pouco se conhece do início efetivo do concreto armado em nosso país. Pode-se dizer
que este é fruto da Revolução Industrial, pois apresenta uma mistura do uso de
máquinas (betoneiras, vibradores, e bombas lançadoras) com o tipo de execução
artesanal: estruturas de alvenaria, preparo manual das formas e do escoramento,
dobramento e amarração das armaduras, cura e desforma.
O concreto armado, encontrou no Brasil, um ambiente bastante favorável para seu
desenvolvimento, pois além de encontrar um ótimo clima para cura e desforma
rápidas, dispunha de mão-de-obra barata, por ainda não ser qualificada o bastante.
Outros fatores também contribuíram para esse desenvolvimento, como a chegada da
grande construtora alemã Wayss & Freytag, constituindo talvez o ponto mais
importante para o desenvolvimento e formação de engenheiros brasileiros nesta
especialização.
Em nosso país, a Wayss & Freytag foi registrada em 1924, com o nome de
Companhia Construtora Nacional S.A, após encapar uma outra construtora instalada
12 anos antes no Rio de Janeiro.
Infelizmente, é muito escassa a documentação brasileira sobre as primeiras
realizações de concreto armado. Faltam datas e pormenores das obras e portanto,
temos que nos contentar com descrições vagas e pouco precisas.
6
VASCONCELOS (1992), apresenta que a mais antiga notícia possível de alguma
aplicação do concreto armado no Brasil, data de 1904, e foi documentada no curso
do Prof. Antonio de Paula Freitas, na “Escola Polytechnica do Rio de Janeiro”. No
fim de sua publicação “Construções de cimento armado”, são abordadas aplicações
no Brasil, onde se menciona que os primeiros casos foram realizados na construção
de casas de habitação em Copacabana, cuja execução esteve a cargo do Engº
brasileiro Carlos Poma. Este chegou a executar seis obras, dentre elas, alguns
sobrados onde fundações, paredes, vigamentos, soalhos, tetos escadas e muros eram
de concreto armado.
O prof. Sydney Santos (1965 apud VASCONCELOS, 1992) supõe, que as primeiras
estruturas de concreto armado calculadas no Brasil são de Carlos Euler e de seu
auxiliar Mario de Andrade Martins Costa que projetaram a ponte em arco de
concreto sobre o Rio Maracanã, anterior a 1908.
A formação de especialistas nacionais, propiciada pela firma alemã Wayss e Freytag,
logo liquidaria com a participação de técnicos estrangeiros no setor de projetos. Essa
formação constitui uma das grandes razões do rápido progresso do Brasil no campo
do concreto armado, mais que nos Estados Unidos. Naturalmente, houve algumas
exceções que possibilitaram, mesmo após a vinda da Wayss & Freytag, a
participação de técnicos estrangeiros em projetos, podendo citar-se o projeto
estrutural (1929) da estátua do Cristo Redentor no Corcovado, feito em Paris pelo
Bureau d’Études L. Pelnard Considère & Caquot.
Ao se falar dos primórdios do concreto armado no Brasil não se pode deixar de citar
o nome de Willian Fillinger, que aqui chegou em 1912, cinco anos depois de
formado pela Imperial e Real Escola Superior de Artes e Ofícios de Viena.
Inicialmente trabalhou em uma firma denominada Brazilian Ferro-Concrete
Company Limited e depois na Cia. Construtora de Santos; também trabalhou, como
calculista e executor de obras de concreto armado, fez diversos serviços para o
Escritório Técnico Ramos de Azevedo, para os arquitetos Samuel das Neves e
Christiano Stockler das Neves. Dentre suas realizações podem ser citadas: Edifício
dos correios e telégrafos de Santos, o Matadouro Di Giulio-Martinelli (atualmente
pertencente à cia Swift) em Utinga, o edifício da Rua Antonia de Queiroz em São
Paulo onde se tinha instalado a Indústria de Tapetes Santa Helena (arquivo do
Estado), o prédio que foi sede do Hotel Regina do Largo Santa Ifigênia em São Paulo
7
e um edifício já demolido, ao lado do viaduto Santa Ifigênia, no lugar onde se
localiza hoje a Praça Pedro Lessa. Willian Fillinger também se dedicou à criação de
um sistema de casas populares pré-moldadas de concreto armado, denominado
Isotérmic.
O Brasil conquistou desde os primórdios diversas marcas de recordes, muitos deles
mundiais, podendo ser citados dentre os principais, o Jockey Clube do Rio de
Janeiro, marquise da tribuna de sócios em balanço de 22,4m; Ponte Presidente Sodré
(antiga Itajurú) em Cabo Frio, arco de 67 m de vão e flecha de 10,5m; Prédio
Martinelli, construído em São Paulo, entre 1925 e 1929, com área construída de
40.000 m2; Elevador Lacerda, na cidade de Salvador, com elevação de 59m (altura
total de 73 m); Edifício MASP, situado na cidade de São Paulo, que se tornou único
no mundo, mantendo o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais com um
vão livre de 70 metros; e a Marquise do Ibirapuera, situado na cidade de São Paulo,
inaugurado em 1954, onde são visitados diariamente, por se tratarem de monumentos
históricos que relatam parte da arquitetura da cidade.
2.3 – O Concreto (MEHTA, 1994):
É o material mais largamente usado em construção, normalmente feito com mistura
de cimento Portland, agregados (areia, pedra) e água. Segundo estimativas o concreto
é o material mais consumido depois da água. Estima-se que este consumo é da ordem
de 5,5 bilhões de toneladas por ano, no mundo. Também possui excelente resistência
à água, ao contrário da madeira e do aço comum.
A durabilidade do concreto a alguns tipos de águas agressivas, é responsável pelo
fato do seu uso ter sido estendido a muitos ambientes agressivos tanto industriais
quanto naturais.
2.4 - Componentes do Concreto (MEHTA, 1994):
O concreto é composto basicamente por cimento Portland, agregados miúdos e
graúdos, água e eventualmente aditivos e adições.
O cimento é um material finamente pulverizado, que desenvolve propriedades
ligantes, como resultado da hidratação. O cimento Portland é composto
8
essencialmente de silicatos e aluminatos de cálcio, que são os principais responsáveis
por sua característica aglomerante.
O agregado é material granular, tal como a areia, o pedregulho, a pedra britada, o
seixo rolado ou escória de alto forno, usado com um meio cimentante, para formar
um concreto ou uma argamassa. De acordo com a NBR 7211/82 o agregado graúdo
se refere a partículas de agregado maiores que 4,8 mm e o termo agregado miúdo se
refere a partículas de agregados menores que 4,8 mm, porém maiores que 0,075 mm.
2.5 - Classificações do Concreto (MEHTA, 1994):
Baseado na massa específica, o concreto pode ser classificado em três grandes
categorias. O concreto contendo areia natural e seixo rolado ou pedra britada é
chamado concreto de peso normal ou concreto corrente (2400 Kg/m³) e é mais usado
geralmente para peças estruturais. O termo concreto leve é usado para concreto cuja
massa é menor que 1800 Kg/m³, obtido com agregados de massa específica reduzida
(ex.argila expandida). O concreto pesado, usado às vezes na blindagem às radiações,
é o concreto produzido a partir de agregados de alta densidade, como os extraídos
das rochas naturais (minerais de bário, vários minérios de ferro e um de titânio) e que
geralmente pesa mais do que 3200 Kg/m³.
Com base na resistência, os concretos podem ser classificados em (MEHTA, 1994):
• De baixa resistência: resistência à compressão menor que 20 MPa.
• De resistência moderada: resistência à compressão de 20 a 40 MPa.
(normal ordinário ou corrente)
• De alta resistência: resistência à compressão superior a 40 MPa.
Este último deu origem aos concretos de alto desempenho.
2.6 - Concreto Armado (MEHTA, 1994):
É aquele que contém normalmente barras de aço, projetadas levando-se em
consideração que os dois materiais (concreto e armadura) resistam juntos aos
esforços.
2.7 - Como se Comporta a Estrutura de Concreto Armado:
9
Uma estrutura de concreto armado convencional é composta por três elementos
estruturais básicos, descritos a seguir e com distribuição de cargas conforme
apresentado na Figura 2:
• Lajes: As lajes de concreto são elementos de superfície plana, nas quais a
dimensão denominada espessura é relativamente pequena em relação os
demais e são representadas pelo seu plano médio. São consideradas
horizontais no plano do pavimento, sujeitas apenas a ações perpendiculares
ao seu plano. As cargas distribuídas atuam uniformemente em toda a
superfície (ISLIKER e MESQUIARI, 2002).
• Vigas: As vigas são elementos lineares horizontais, pertencentes ao plano do
pavimento, com eixo reto e seção constante em cada tramo. A flexão é o
esforço preponderante, sendo também dimensionadas a esforço cortante,
torção, flexo-compressão reta e flexo-tração reta. Responsáveis por receber as
cargas descarregadas pelas lajes, e transferir essas cargas aos pilares
(ISLIKER e MESQUIARI, 2002).
• Pilares: Os pilares são elementos lineares verticais, com eixo reto e
considerados com seção constante ao longo da altura. São dimensionados a
esforços de flexo-compressão reta ou oblíqua. Responsáveis por receber as
cargas provenientes das vigas e repassá-las as fundações, criando assim,
equilíbrio entre todos os elementos (ISLIKER e MESQUIARI, 2002).
10
Figura 2 – Comportamento da Estrutura de Concreto Armado.
11
CAPÍTULO 3 – Fissuras – Principais Conceitos
____________________________________________________________________
3.1 - Causas de Fissuração (SHRIVE, 1985).
Existem três maneiras independentes nas quais as fissuras se propagam nas
superfícies (Figura 3). São elas:
a) separando diretamente as partes;
b) deslizamentos frontais;
c) deslizamentos laterais das superfícies.
Figura 3 – Deslocamento de fissuras (SHRIVE, 1985)
O primeiro caso resulta uma fissura com folga visível, enquanto nos casos de
deslizamento aparecerá uma saliência na superfície do material.
3.2 – Principais Causas de Fissuras em Estruturas de Concreto:
3.2.1 – Fissuração no Estado Plástico (DAL MOLIN, 1988):
Durante o período de pega ou princípio de endurecimento, podem ocorrer fissuras
que possuem um tratamento completamente distinto das fissuras que aparecem no
concreto endurecido.
a) Retração Plástica (DAL MOLIN, 1988):
12
Logo após o adensamento e acabamento da superfície do concreto pode-se observar
o aparecimento de fissuras na sua superfície.
Esta retração plástica é devida à perda rápida de água de amassamento, seja por
evaporação, seja por absorção.
b) Retração Hidráulica (DAL MOLIN, 1988):
A retração hidráulica, após a pega, é devida à perda por evaporação de parte da água
de amassamento para o ambiente.
A retração hidráulica manifesta-se imediatamente após o adensamento do concreto,
se não forem tomadas providências que assegurem uma perfeita cura, ou seja, se não
for impedida a evaporação da água do concreto.
c) Retração Térmica (DAL MOLIN, 1988):
O cimento ao se hidratar, o faz de forma exotérmica gerando calor. Ao se verificar,
com o passar do tempo, o resfriamento da peça, que alcançou seu endurecimento e
resistências iniciais sob temperatura elevada, esta tenderá a contrair-se, criando
tensões importantes de origem térmica que podem originar fissuras e inclusive
romper a peça.
3.2.2 – Fissuração do Concreto Endurecido (DAL MOLIN, 1988):
A utilização de métodos inadequados ou negligência podem afetar, durante a fase de
execução da obra, a qualidade do concreto, como por exemplo, movimentação da
forma durante a pega do concreto e segregação do concreto.
Podem ser devido à deficiência de projeto e execução, ações mecânicas, corrosão de
armaduras, cobrimento de concreto, fluência, etc.
a) Fissuração Causada por Movimentação Térmica (THOMAZ,
1989).
13
Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de
temperatura, sazonais e diárias. Essas variações repercutem em uma variação
dimensional dos materiais de construção (dilatação e contração), desenvolvendo-se
nos materiais tensões que poderão provocar o aparecimento de fissuras.
As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as propriedades
físicas do mesmo, e com a intensidade da variação da temperatura; a magnitude das
tensões desenvolvidas é função da intensidade da movimentação, do grau de
restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação e das propriedades elásticas do
material.
As trincas de origem térmica podem também surgir por movimentações
diferenciadas entre componentes de um elemento, entre elementos de um sistema e
entre regiões distintas de um mesmo material. As principais variações diferenciadas
ocorrem em função de:
• junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos às
mesmas variações de temperatura;
• exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais;
• gradiente de temperaturas ao longo de um mesmo componente.
No caso de movimentações térmicas diferenciadas é importante considerar-se não só
a amplitude da movimentação, como também a rapidez com que esta ocorre.
No caso mais comum das edificações, a principal fonte de calor que atua sobre seus
componentes é o sol. A amplitude e a taxa de variação da temperatura de um
componente exposto à radiação solar irá depender da atuação combinada dos
seguintes fatores:
• intensidade da radiação solar (direta e difusa);
• absorbância da superfície do componente à radiação solar;
• emitância da superfície do componente;
• condutância térmica superficial;
• diversas outras propriedades térmicas dos materiais de construção: calor
específico, massa específica aparente e coeficiente de condutibilidade térmica.
Para quantificar as movimentações sofridas por um componente, além de suas
propriedades físicas, deve-se conhecer o ciclo de temperaturas a que ele esteve
submetido.
14
Segundo indicações do Building Research Establishmente (1979, apud THOMAZ,
1989), as amplitudes de variação das temperaturas dos componentes das edificações
podem ser bastante acentuadas, variando em função de sua posição no edifício, de
sua cor e da natureza do material que os constitui.
No caso das estruturas de concreto, conforme cita a NBR 6118/80, são consideradas
significativas variações diárias maiores que 15ºC.
b) Fissuração Causada por Movimentação Higroscópica
(THOMAZ, 1989).
As mudanças higroscópicas provocam variações dimensionais nos materiais porosos
que integram os elementos e componentes da construção; o aumento do teor de
umidade produz uma expansão do material enquanto que a redução desse teor
provoca uma contração. No caso de vínculos que impeçam ou restrinjam essas
movimentações poderão ocorrer fissuras nos elementos e componentes do sistema
construtivo.
A umidade pode ter acesso aos materiais de construção através de diversas vias:
• umidade resultante da produção de componentes;
• umidade proveniente da execução da obra (ex.: emprego da água para umedecer
componentes que receberão argamassas de revestimento);
• umidade do ar, proveniente de fenômenos meteorológicos (água da chuva, neve
ou em forma de vapor);
• umidade do solo (a água presente no solo poderá ascender por capilaridade à base
da construção).
A quantidade de água absorvida por um material de construção depende de dois
fatores: porosidade e capilaridade.
A capilaridade é o fator mais importante, que na secagem dos materiais porosos
provoca o aparecimento de forças de sucção, responsáveis pela condução de água até
a superfície do componente, onde ela será posteriormente evaporada.
Variações no teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: irreversíveis
(que ocorrem geralmente logo após a fabricação do material) e reversíveis (variações
do teor de umidade do material em um certo intervalo).
15
c) Fissuração Causada pela Atuação de Sobrecargas (THOMAZ,
1989).
A atuação de sobrecargas pode produzir fissuração nos componentes estruturais, tais
como pilares, vigas e paredes de blocos estruturais. Vale frisar, que não raras vezes
pode-se presenciar a atuação de sobrecargas em componentes sem função estrutural,
geralmente pela deformação da estrutura resistente do edifício ou pela sua má
utilização.
Assim sendo, considera-se como sobrecarga uma solicitação externa, prevista ou não
em projeto, capaz de provocar a fissuração de um componente com ou sem função
estrutural.
A atuação de sobrecargas previstas ou não em projeto, pode produzir o fissuramento
de componentes de concreto armado, sem que isso implique necessariamente na
ruptura do componente ou instabilidade da estrutura; a ocorrência de fissuras em um
determinado componente estrutural, produz uma redistribuição de tensões ao longo
do componente fissurado e mesmo nos componentes vizinhos, de maneira que a
solicitação externa geralmente acaba sendo absorvida de forma globalizada pela
estrutura ou parte dela. Obviamente que este raciocínio não pode ser estendido de
forma indiscriminada, já que existem casos em que é limitada a possibilidade de
redistribuição das tensões, seja pelo critério de dimensionamento do componente,
seja pela magnitude das tensões desenvolvidas ou, ainda, pelo próprio
comportamento conjunto do sistema estrutural adotado.
d) Fissuração Causada por Deformabilidade Excessiva de
Estruturas de Concreto Armado (THOMAZ, 1989).
Com a evolução da tecnologia do concreto armado, representada pela fabricação de
aços com grande limite de elasticidade, produção de cimentos de melhor qualidade e
desenvolvimento de métodos refinados de cálculo, as estruturas foram se tornando
cada vez mais flexíveis, o que torna imperiosa a análise mais cuidadosa das suas
deformações e de suas respectivas conseqüências.
Ao que tudo indica, as alvenarias são os componentes da obra mais suscetíveis à
ocorrência de fissuras pela deformação do suporte. Pfefferman (1967 e 1969, apud
16
THOMAZ, 1989) realizou estudos com alvenarias de tijolo de barro (paredes com
7,50 m de comprimento e 2,50 m de altura) constatando o aparecimento das
primeiras fissuras na alvenaria, quando a flecha da viga suporte era de apenas
6,54mm, ou seja, 1/1150 do comprimento. Ainda tem se constado o aparecimento de
fissuras nas alvenarias mesmo com flechas da ordem de 1/1500 nas vigas.
Não existe um consenso sobre os valores admissíveis das flechas, quer para vigas ou
lajes onde serão apoiadas as alvenarias, quer para lajes sobre as quais serão
executados pisos cerâmicos (a deflexão da laje pode provocar o destacamento dos
ladrilhos. Existe, na realidade, a necessidade de que sejam efetuados prolongados
estudos práticos, através dos quais poder-se-ão compatibilizar as deformações das
estruturas com as dos demais componentes da construção).
e) Fissuração Causada por Recalque de Fundação (THOMAZ,
1989).
Até pouco tempo as fundações nos edifícios eram dimensionadas pelo critério de
ruptura do solo, apresentando as construções cargas que geralmente não excediam a
500 Tf. Ao mesmo tempo em que as estruturas iam ganhando esbeltez, conforme
enfocado no item anterior, os edifícios iam ganhando maior altura, chegando-se em
nossos dias a obras cuja carga total sobre o solo já chegou a atingir 20000 Tf. Dentro
desse quadro, é imprescindível uma mudança de postura para o cálculo e
dimensionamento das fundações dos edifícios.
Os solos são constituídos basicamente por partículas sólidas, entremeadas por água,
ar e não raras vezes por material orgânico. Sob efeito de cargas externas, todos os
solos, em maior ou menor proporção, se deformam. No caso em que estas
deformações são diferenciadas ao longo do plano de fundações de uma obra, tensões
de grande intensidade serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o
aparecimento de fissuras.
Denomina-se “consolidação”, ao fenômeno de mudança de volume do solo por
percolação da água presente entre seus poros. Para os solos altamente permeáveis
como as areias, a consolidação e, portanto ao recalques acontecem em períodos de
tempo relativamente curtos após solicitação; já para os solos menos permeáveis,
como as argilas, a consolidação ocorre de maneira bastante lenta, ao longo de vários
17
anos. Mesmo camadas delgadas de argila entre maciços rochosos estarão sujeitas a
este fenômeno.
f) Fissuração Causada por Alterações Químicas dos Materiais de
Construção:
Os materiais de construção, em geral, sofrem ataque por substâncias químicas. Estes
ataques geralmente se caracterizam por formação de produtos expansivos que
acarretam fissuras e podem provocar o aparecimento de eflorescências decorrentes
de lixiviação dos compostos solúveis.
Exemplos típicos são apresentados a seguir:
- Na fabricação de componentes ou elementos com cales mal hidratados, se
por qualquer motivo ocorrer uma umidificação do componente ao longo de
sua vida útil, haverá a tendência de que os óxidos livres venham a hidratar-se,
apresentando, em conseqüência, um aumento do volume de aproximadamente
100% (CINCOTTO, 1975 apud THOMAZ, 1989). Em função da intensidade
da expansão, poderão ocorrer fissuras e outras avarias, semelhantes àquelas
analisadas para o caso de dilatações térmicas ou higroscópicas (THOMAZ,
1989).
- Num terceiro exemplo é o caso da reação álcali-agregado, cujo
comportamento é semelhante ao ataque por sulfatos, mas se distribuem por
toda massa de concreto, pois é decorrente da reação de álcalis, oriundos da
hidratação do cimento, e alguns agregados que possuem sílica amorfa na sua
constituição. Esta sílica amorfa reage com os álcalis, formando produtos
expansivos.
- O ataque por sulfatos também pode gerar grande expansão nos elementos de
concreto, e por essa expansão geram-se as fissuras, que vão aumentando tanto
na abertura quanto na profundidade, até que fragmentos de concreto
relativamente grandes sejam destacados. Os sulfatos poderão provir de
diversas fontes, como o solo, águas contaminadas ou mesmo componentes
cerâmicos constituídos por argilas com altos teores de sais solúveis
(THOMAZ, 1989).
18
CAPÍTULO 4 – Fissuras em Vigas
____________________________________________________________________
Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer
no elemento estrutural estudado – VIGAS.
A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com
suas características: verticais, horizontais, inclinadas e de diferentes configurações;
sendo utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as
características e processos de recuperação mais adequados.
19
4.1 – Fissuras Verticais
20
4.1.1 - FISSURA EM VIGA
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 4 – Fissura vertical nos cantos da viga.
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissura por retração hidráulica:
- secagem de vigas com
diferentes taxas de
armadura.
Recuperação (HELENE, 1992):
Analisar a abertura da fissura e classificá-la em
ativa ou passiva:
1) em ambiente interior seco e não agressivo
quando:
- abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado
qualquer tratamento;
- abertura > 0,3 mm, passiva, injetar
resina epóxi;
- abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar com
selante.
2) em ambientes agressivos e úmidos quando:
- abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado
qualquer tratamento;
- abertura > 0,1 mm, passiva, injetar
resina epóxi;
- abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar com
selante.
3) aplicar revestimento de proteção.
21
4.1.2 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 5 – Fissuras verticais devido à flexão.
Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE,
1992):
Fissuras por flexão:
- sobrecargas não previstas;
- armadura insuficiente;
- descimbramento precoce;
- carregamento precoce.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) Preparar e limpar criteriosamente a
fissura;
2) reforçar a viga através de:
- Colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- Novos estribos e reconcretagem;
- Colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) Eventualmente demolição e
reconstrução.
22
4.1.3 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 6 – Fissuras verticais, regularmente espaçadas, no terço médio da viga.
Causa (THOMAZ, 1989 e
HELENE , 1992):
Fissura por retração hidráulica ou
de movimentação térmica – Vigas
altas:
- secagem prematura do
concreto (cura inadequada);
- deficiência de armadura de
pele;
- movimentação térmica
devida a gradientes de
temperatura diários ou
sazonais.
Recuperação (HELENE, 1992):
Analisar a abertura da fissura e classificá-la
em ativa ou passiva:
1) em ambiente interior e seco e não agressivo
quando:
- abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado qualquer
tratamento;
- abertura > 0,3 mm, passiva, injetar resina
epóxi;
- abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar co
selante.
2) em ambientes agressivos e úmidos quando:
- abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado qualquer
tratamento;
- abertura > 0,1 mm, passiva, injetar resina
epóxi;
- abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar co
selante.
3) aplicar revestimento de proteção.
23
4.1.4 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 7 – Fissuras verticais (coincidentes com os estribos).
Causa (HELENE, 1992):
Fissuras por corrosão de
armaduras:
- concreto com alta
permeabilidade e/ou
elevada porosidade;
- cobrimento
insuficiente das
armaduras;
- má execução.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente
estrutural, deve-se:
1) remover cuidadosamente o concreto afetado e os
produtos de corrosão, limpando bem as
superfícies.
2) reconstituir a seção original da armadura.
3) em casos de início de corrosão sem
comprometimento do concreto e das barras de
aço, recuperar o componente estrutural,
mantendo as dimensões originais, através de:
- argamassa polimérica base cimento;
- argamassa base epóxi;
- argamassa base poliéster;
- eventualmente, aplicar argamassa em todas as
superfícies para aumentar o cobrimento e
proteger o componente estrutural.
4) em casos avançados de corrosão, reforçar o
componente aumentando as dimensões originais
através de reforço.
5) aplicar revestimento de proteção.
6) eventualmente, demolir e reconstruir.
24
4.1.5 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 8 – Ramificações de fissuras praticamente verticais, com aberturas reduzidas,
no terço médio do vão.
Causa (HELENE, 1992):
Fissuras de flexão – Vigas atirantadas ou
altas:
- sobrecargas não previstas;
- armadura insuficiente;
- ancoragem insuficiente;
- armadura mal posicionada no
projeto ou na execução.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) Preparar e limpar criteriosamente a
fissura;
2) reforçar a viga através de:
- Colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- Novos estribos e reconcretagem;
- Colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) Eventualmente demolição e
reconstrução.
25
4.2 – Fissuras Horizontais
26
4.2.1 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 9 – Ruptura praticamente horizontal no terço médio do vão devido à flexão.
Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE,
1992):
Fissuras por flexão:
- sobrecargas não previstas;
- excesso de armadura;
- uso de concreto de baixa
resistência.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies.
2) reforçar a viga aumentando a sua
rigidez através de:
- colocação de nova armadura
longitudinal e concretagem;
- colocação de novos estribos e
reconcretagem;
- colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) eventualmente, demolir e reconstruir.
27
4.3 – Fissuras Inclinadas
28
4.3.1 - FISSURA EM VIGA
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 10 – Fissura inclinada com desenvolvimento helicoidal (45º em relação ao
eixo da barra).
Causa (HELENE, 1992):
Fissura por torção:
- sobrecargas não previstas;
- armadura insuficiente;
- armadura mal posicionada no
projeto ou na execução;
- desconsideração de torção de
compatibilidade.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
conveniente:
1) remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) reforçar a viga através de:
- colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- colocação de novos estribos e
reconcretagem;
- colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) eventualmente, demolir e reconstruir.
* Hoje em dia existem outras técnicas de reforço como: manta de fibra de carbono
com polímero.
29
4.3.2 - FISSURA EM VIGA
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 11 – Fissura inclinada.
Causa (HELENE, 1992):
Fissuras por cisalhamento:
- sobrecargas não previstas;
- estribos insuficientes ou mal
posicionados no projeto ou na
execução;
- concreto de resistência
inadequada.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) preparar e limpar criteriosamente a
fissura;
2) recuperar o monolítico através de:
- injeção de resina epóxi com ou
sem limitação de sobrecargas,
conforme análise estrutural da
peça;
3) reforçar a viga através de:
- Colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- Novos estribos e reconcretagem;
- Colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
4) eventualmente, demolir e reconstruir.
30
4.3.3 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 12 – Inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios e;
Praticamente verticais no terço médio do vão.
Causa (HELENE, 1992):
Fissuras por flexão:
- sobrecargas não previstas;
- armadura insuficiente;
- ancoragem insuficiente;
- armadura mal posicionada no
projeto ou na execução.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) Preparar e limpar criteriosamente a
fissura;
2) reforçar a viga através de:
- Colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- Novos estribos e reconcretagem;
- Colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) Eventualmente demolição e
reconstrução.
31
4.3.4 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 13 – Fissuras inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios.
Causa (HELENE, 1992):
Fissuras por flexão:
- sobrecargas não previstas;
- armadura insuficiente;
- ancoragem insuficiente;
- armadura mal posicionada no
projeto ou na execução.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) Preparar e limpar criteriosamente a
fissura;
2) reforçar a viga através de:
- Colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- Novos estribos e reconcretagem;
- Colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) Eventualmente demolição e
reconstrução.
32
4.3.5 - FISSURA EM VIGA
Característica(THOMAZ, 1989):
Figura 14 – Fissuras inclinadas à 45º nas duas superfícies laterais das vigas.
Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE,
1992):
Fissuras por torção:
- sobrecargas não previstas;
- excessiva deformabilidade de
lajes ou vigas;
- atuação de cargas excêntricas;
- recalques diferenciados das
fundações;
- desconsideração de torção de
compatibilidade.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
conveniente:
1) remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) reforçar a viga através de:
- colocação de nova armadura
longitudinal e reconcretagem;
- colocação de novos estribos e
reconcretagem;
- colagem de chapas metálicas
aderidas com epóxi.
3) eventualmente, demolir e reconstruir.
33
4.4 – Fissuras de Diferentes Configurações
34
4.4.1 - FISSURA EM VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 15 – Aspecto craquelado, coloração esbranquiçada do concreto.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por retração hidráulica ou
por movimentação térmica:
- elevada relação
água/cimento do concreto.
Recuperação (HELENE, 1992):
Analisar a abertura da fissura e classificá-la em
ativa ou passiva:
1) em ambiente interior e seco e não agressivo
quando:
- abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado qualquer
tratamento;
- abertura > 0,3 mm, passiva, injetar resina
epóxi;
- abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar co selante.
2) em ambientes agressivos e úmidos quando:
- abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado qualquer
tratamento;
- abertura > 0,1 mm, passiva, injetar resina
epóxi;
- abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar co selante.
3) aplicar revestimento de proteção.
35
CAPÍTULO 5 – Fissuras em Lajes
____________________________________________________________________
Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer
no elemento estrutural estudado – LAJES.
A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com
suas características: horizontais, inclinadas e de diferentes configurações; sendo
utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as
características e processos de recuperação mais adequados.
36
5.1 – Fissuras Horizontais
37
5.1.1 - FISSURA EM LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 16 – Fissura horizontal no terço médio da laje.
Causa (DAL MOLIN, 1988 e
HELENE, 1992):
Fissuras por retração hidráulica e
contração térmica:
- cura ineficiente;
- proteção térmica ineficiente;
- excesso de calor de hidratação.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, o ambiente e o
tipo de acabamento requerido, pode ser
conveniente:
1) preparar e limpar as superfícies
adequadamente;
2) quando se tratar de laje com alta
solicitação, aplicar novo revestimento
empregando adesivo base acrílica ou base
epóxi como ponte de aderência;
3) quando se tratar de laje com pequena
solicitação, colmatar as fissuras com
estucamento;
4) efetuar proteção térmica conveniente.
38
5.1.2 - FISSURA EM LAJE (Marquise)
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 17 – Fissura horizontal e perpendicular ao eixo principal da laje.
Causa (DAL MOLIN, 1988 e
HELENE, 1992):
Fissuras por retração hidráulica e
contração térmica:
- cura ineficiente;
- proteção térmica ineficiente;
- excesso de calor de hidratação.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, o ambiente e o
tipo de acabamento requerido, pode ser
conveniente:
1) preparar e limpar as superfícies
adequadamente;
2) quando se tratar de laje com alta
solicitação, aplicar novo revestimento
empregando adesivo base acrílica ou base
epóxi como ponte de aderência;
3) quando se tratar de laje com pequena
solicitação, colmatar as fissuras com
estucamento;
4) efetuar proteção térmica conveniente.
39
5.1.3 - FISSURA EM LAJE
Característica (HELENE, 1992):
Figura 18 – Fissuras horizontais, seguindo direção das armaduras e paralelas entre si.
Causa (DAL MOLIN,
1988):
Fissuras por corrosão das
armaduras:
- concreto com
alta
permeabilidade
e/ou elevada
porosidade;
- cobrimento
insuficiente das
armaduras;
- má execução.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente estrutural e
estabelecer o diagnóstico e as conseqüências do problema,
deve-se:
1) remover cuidadosamente o concreto afetado e os
produtos de corrosão, limpando bem as superfícies;
2) reconstruir a seção original da armadura;
3) em casos de início de corrosão sem comprometimento
do concreto e da armadura, recuperar mantendo as
dimensões originais, através de:
- argamassa polimérica base cimento; ou
- argamassa epóxi; ou
- argamassa base poliéster; e
- eventualmente, aplicar argamassa em todas as
superfícies para aumentar o cobrimento e proteger o
componente estrutural.
4) em casos avançados de corrosão, reforçar o
componente estrutural aumentando as dimensões originais
das vigas, pilares e lajes;
5) aplicar revestimento de proteção;
6) eventualmente, demolir e reconstruir.
40
5.1.4 - FISSURA EM LAJE
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 19 – Fissuras horizontais acompanhando o contorno da laje.
Causa (THOMAZ, 1989 e
HELENE, 1992):
Fissuras por flexão:
- armadura negativa
insuficiente entre painéis
de lajes;
- sobrecargas não previstas
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente
estrutural e o ambiente, pode ser conveniente:
1) Remover as partes soltas e limpar
cuidadosamente as superfícies;
2) Restaurar o monolitismo injetando resina
epóxi;
3) Limitar o valor da sobrecarga, conforme
análise estrutural;
4) Reforçar:
- Chapa metálica aderida com epóxi; ou
- Abertura de sulcos, colocação de
armaduras e preenchimento com argamassa
epóxi; ou
- Construção de sobrelaje armada aderida
com epóxi, combinada com sublaje armada
com concreto-projetado.
5) Aplicar impermeabilização adequada.
41
5.2 – Fissuras Inclinadas
42
5.2.1 - FISSURA EM LAJE
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 20 – Fissuras inclinadas próximas dos cantos (face superior).
Fissuras inclinadas e horizontal (face inferior).
Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE,
1992):
Fissuras por momentos volventes:
- armadura de canto insuficiente;
- proteção térmica insuficiente.
Recuperação (HELENE, 1992):
Apos analisar adequadamente o
componente estrutural e o ambiente, pode
ser conveniente:
1) Preparar e limpar as superfícies
cuidadosamente;
2) Restaurar o monolitismo com injeção
de resina epóxi;
3) Reforçar os cantos com nova armadura
a 45º;
4) Efetuar proteção térmica conveniente;
5) Aplicar impermeabilização adequada.
43
5.2.2 - FISSURA EM LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 21 – Fissura inclinada ou a 45º em relação aos cantos da laje.
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissuras por expansão térmica das vigas
de apoio.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural e o ambiente, pode
ser conveniente:
1) remover as partes soltas, preparar e
limpar as superfícies cuidadosamente;
2) reforçar a laje através de:
- colocação de nova armadura em
malha;
- reconcretar com graute ou
concreto.
44
5.2.3 - FISSURA EM LAJE
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 22 – Fissuras inclinada em relação às bordas da laje.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras de recalques:
- recalque das fundações ou dos
apoios;
- deformabilidade da estrutura, onde
as lajes podem ser submetidas a
solicitações de torção.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente e a fundação, pode ser
necessário:
1) Preparar e limpar cuidadosamente a
fissura;
2) reforçar fundação;
3) reforçar a laje através de:
- colocação de nova armadura em
malha;
- reconcretar com graute ou
concreto.
4) aliviar cargas.
45
5.3 – Fissuras de Diferentes Configurações
46
5.3.1 - FISSURA EM LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988 apud CEB, 1985):
Figura 23 – A) Fissuras horizontais com armaduras próximas da superfície.
B) Fissuras em vários sentidos, porém normalmente com ângulos retos entre si.
Causa (DAL MOLIN, 1988 e
HELENE, 1992):
Fissuras por retração hidráulica e
contração térmica:
- cura ineficiente;
- proteção térmica ineficiente;
- excesso de calor de hidratação.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, o ambiente e o
tipo de acabamento requerido, pode ser
conveniente:
1) preparar e limpar as superfícies
adequadamente;
2) quando se tratar de laje com alta
solicitação, aplicar novo revestimento
empregando adesivo base acrílica ou base
epóxi como ponte de aderência;
3) quando se tratar de laje com pequena
solicitação, colmatar as fissuras com
estucamento;
4) efetuar proteção térmica conveniente.
47
5.3.2 - FISSURA EM LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 24 – Fissuras horizontais e levemente inclinadas na face superior de laje.
Causa (DAL MOLIN, 1988 e
HELENE, 1992):
Fissuras por flexo-compressão:
- sobrecargas não previstas;
- concreto de resistência
inadequada.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente
estrutural e o ambiente, pode ser conveniente:
1) Remover as partes soltas e limpar
cuidadosamente as superfícies;
2) Restaurar o monolitismo injetando resina
epóxi;
3) Limitar o valor da sobrecarga, conforme
análise estrutural; ou
4) Reforçar:
- Chapa metálica aderida com epóxi;
- Abertura de sulcos, colocação de
armaduras e preenchimento com
argamassa epóxi;
- Construção de sobrelaje armada aderida
com epóxi, combinada com sublaje
armada com concreto-projetado.
5) Aplicar impermeabilização adequada.
48
5.3.3 - FISSURA EM LAJE
Característica (HELENE, 1992):
Figura 25 – Fissuras circulares em torno do pilar.
Causa (HELENE, 1992):
Fissuras por punção:
- excesso de carga concentrada;
- laje muito delgada;
- concreto de resistência
inadequada;
- armadura insuficiente;
- armadura mal posicionada no
projeto ou na execução.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, pode ser
necessário:
1) Remover as partes soltas e limpar
adequadamente as superfícies;
2) Restaurar o monolitismo injetando
resina epóxi com ou sem limitação de
sobrecarga, conforme análise estrutural;
3) Reforçar a laje junto ao apoio com
chapas metálicas aderidas com epóxi; ou
4) Reforçar o apoio da laje com a criação
de capitel de cabeça do pilar;
5) Eventualmente demolir e reconstruir.
49
5.3.4 - FISSURA EM LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988 apud CEB, 1985):
Figura 26 – Fissuras inclinadas, paralelas entre si, espaçadas irregularmente e a
aproximadamente 45º do canto da laje.
Causa (DAL MOLIN, 1988 e
HELENE, 1992):
Fissuras por retração hidráulica e
contração térmica:
- cura ineficiente;
- proteção térmica ineficiente;
- excesso de calor de hidratação.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
componente estrutural, o ambiente e o
tipo de acabamento requerido, pode ser
conveniente:
1) preparar e limpar as superfícies
adequadamente;
2) quando se tratar de laje com alta
solicitação, aplicar novo revestimento
empregando adesivo base acrílica ou base
epóxi como ponte de aderência;
3) quando se tratar de laje com pequena
solicitação, colmatar as fissuras com
estucamento;
4) efetuar proteção térmica conveniente.
50
CAPÍTULO 6 – Fissuras em Pilares
____________________________________________________________________
Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer
no elemento estrutural estudado – PILARES.
A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com
suas características: verticais, horizontais e inclinadas; sendo utilizado um sistema de
fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as características e processos de
recuperação mais adequados.
51
6.1 – Fissuras Verticais
52
6.1.1 - FISSURA EM PILAR
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 27 – Fissuras verticais e lascamentos.
Causa:
Fissuras por corrosão de
armaduras:
- emprego
indiscriminado do
cloreto de cálcio ou
diluído
desuniformemente
como aditivo
acelerador de pega
(THOMAZ, 1989);
- carbonatação;
- penetração de cloretos.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente
estrutural e estabelecer o diagnóstico e as
conseqüências do problema, deve-se:
1) remover cuidadosamente o concreto e os produtos
de corrosão, limpando bem as superfícies;
2) em casos de início de corrosão sem
comprometimento do concreto e das barras de aço,
recuperar o componente estrutural, através de:
- argamassa polimérica base cimento;
- argamassa base epóxi;
- argamassa base poliéster;
- eventualmente, aplicar argamassa em todas
as superfícies para aumentar o cobrimento e
proteger o componente estrutural.
3) em casos avançados de corrosão, reforçar o
componente estrutural aumentando as dimensões
originais através de reforço em vigas, pilares e lajes.
4) aplicar revestimento de proteção;
5) eventualmente, demolir e reconstruir.
53
6.1.2 - FISSURA EM PILAR
Característica (THOMAZ, 1989 e MOLIN, 1988):
Figura 28 – Fissuras verticais no terço médio do pilar.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por compressão (localizada):
- má colocação ou insuficiência de
estribos;
- carga superior à prevista.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
problema, pode ser conveniente:
1) remover as partes soltas e limpar
cuidadosamente as superfícies;
2) restaurar o monolitismo injetando
resina epóxi sempre que a fissura for
passiva; ou
3) Reforçar os pilares com chapa
metálica aderida com epóxi; ou
4) Demolir e reconstruir:
- reconcretando com graute;
- reconcretando com concreto.
54
6.2 – Fissuras Horizontais
55
6.2.1 - FISSURA EM PILAR
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 29 – Fissuras horizontais ou ligeiramente inclinadas no terço médio do pilar.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por flexocompressão ou
flambagem:
- má colocação de armadura;
- carga superior à prevista.
Recuperação (HELENE, 1992):
Apos analisar adequadamente o problema
pode ser conveniente:
1) Remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) Restaurar o monolitismo injetando
resina epóxi sempre que a fissura for
passiva;
3) Reforçar o pilar com chapas metálicas
aderidas com epóxi.
4) Demolir e reconstruir o pilar
reconcretando com graute ou com
concreto.
56
6.2.2 - FISSURA EM PILAR
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 30 – Fissuras horizontais nos pilares mais extremos.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por retração do concreto das
vigas.
Recuperação (THOMAZ, 1989):
Após analisar adequadamente o problema,
pode ser conveniente:
1) Remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) Reforçar o componente estrutural com
novas armaduras e aspergir resina epóxi
contra a superfície do pilar;
3) Preparar e colocar por etapas fôrmas
para lançamento de concreto;
4) Lançar o concreto até a máxima altura
possível;
5) Encher o último segmento com
argamassa de cimento e areia,
energicamente apiloada contra a superfície
do pilar e da viga;
6) Eventualmente, demolir e reconstruir.
57
6.3 – Fissuras Inclinadas
58
6.3.1 - FISSURA EM PILAR
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 31 – Fissuras inclinadas nas cabeças de pilares pré moldados.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por concentrações de
tensões normais e tangenciais:
- inexistência ou
insuficiência de aparelho
de apoio.
Recuperação (THOMAZ, 1989):
Após analisar adequadamente o problema, pode
ser conveniente:
1) Remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) Reforçar o componente estrutural com novas
armaduras e aspergir resina epóxi contra a
superfície do pilar;
3) Preparar e colocar por etapas fôrmas para
lançamento de concreto;
4) Lançar o concreto até a máxima altura possível;
5) Encher o último segmento com argamassa de
cimento e areia, energicamente apiloada contra a
superfície do pilar e da viga.
* É extremamente importante recuperar a capacidade de deformação da estrutura, ou
seja, recompor o aparelho de apoio.
59
6.3.2 - FISSURA EM PILAR
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 32 – Fissura ligeiramente inclinada nas extremidades dos pilares.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por movimentação térmica
das vigas:
- falha ou inexistência de junta
de dilatação.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente
estrutural e o ambiente, pode ser
conveniente:
1) remover as partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) dependendo da abertura da fissura, deixar
como está, ou seja, conviver com a fissura;
3) reconstituir o monolitismo injetando
resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm – fissura
passiva;
4) reforçar o pilar com chapas metálicas
aderidas com epóxi;
5) demolir e reconstruir a cabeça do pilar
reconcretando com graute ou com concreto.
* É extremamente importante inserir junta de dilatação na estrutura.
60
CAPÍTULO 7 – Fissuras em mais de um Elemento Estrutural
____________________________________________________________________
Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer
em mais de um elemento estrutural.
A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com
suas características: verticais, horizontais e de diferentes configurações; sendo
utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as
características e processos de recuperação mais adequados.
61
7.1 – Fissuras Verticais
62
7.1.1 - FISSURA EM VIGA/LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988 apud JOHNSON, 1973):
Figura 33 – Fissuras verticais, coincidentes com a armadura longitudinal.
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissura por assentamento plástico do
concreto:
- obstáculos (armadura horizontal)
normalmente de grande dimensão.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente os
componentes estruturais e o ambiente,
pode ser conveniente:
1) remover partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) dependendo da abertura da fissura,
deixar como está, ou seja, conviver com a
fissura;
3) Reconstituir o monolitismo injetando
resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm –
fissura passiva.
63
7.1.2 - FISSURA EM VIGA/LAJE
Característica (DAL MOLIN, 1988 apud ISAIA, 1984):
Figura 34 – Fissuras verticais ou ligeiramente inclinadas.
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissura por assentamento plástico do
concreto:
- obstáculos (agregados graúdos)
normalmente de grande dimensão.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente os
componentes estruturais e o ambiente,
pode ser conveniente:
1) remover partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) dependendo da abertura da fissura,
deixar como está, ou seja, conviver com a
fissura;
3) Reconstituir o monolitismo injetando
resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm –
fissura passiva.
64
7.1.3 - FISSURA EM LAJE/VIGA/PILAR
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 35 – A) Fissuras verticais internas (paralela a fôrma)
Fissuras verticais na superfície do concreto (paralela a fôrma)
Fissuras verticais na superfície do concreto (perpendicular a fôrma de base)
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissura causada pela movimentação ou
deformação das fôrmas.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente os
componentes estruturais e o ambiente,
pode ser conveniente:
1) remover partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) reconcretagem com graute ou
concreto.
65
7.1.4 - FISSURA EM LAJE/VIGA
Característica (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992):
Figura 36 – Fissura vertical na ligação da laje/viga com pilar.
Causa (DAL MOLIN, 1988 e
HELENE, 1992):
Fissura por flexão em balanço:
- armadura insuficiente ou mal
posicionada;
- cobrimento de ancoragem
insuficiente;
- sobrecargas não previstas.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o componente
estrutural e o ambiente, pode ser
conveniente:
1) Remover as partes soltas e limpar
cuidadosamente as superfícies;
2) Restaurar o monolitismo injetando resina
epóxi; ou
3) Limitar o valor da sobrecarga, conforme
análise estrutural; ou
4) Reforçar:
- Chapa metálica aderida com
epóxi;
- Abertura de sulcos, colocação
de armaduras e preenchimento com
argamassa epóxi;
- Construção de sobrelaje
armada aderida com epóxi, combinada
com sublaje armada com concreto-
projetado; e
5) Aplicar impermeabilização adequada.
66
7.2 – Fissuras Horizontais
67
7.2.1 - FISSURA EM VIGA/LAJE/PILAR
Característica (DAL MOLIN, 1988 apud CEB, 1985):
Figura 37 – Fissuras horizontais em topos de vigas e pilares e longitudinais em lajes.
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissura por assentamento plástico do
concreto:
- espessura variável entre
componentes;
- excesso de nata de cimento
(exsudação) ou sujeira;
- utilização excessiva de
vibradores;
- intervalo de tempo prolongado
entre o lançamento e o início da
pega;
- falta de estanqueidade das fôrmas.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente os
componentes estruturais e o ambiente,
pode ser conveniente:
1) remover partes soltas e limpar
criteriosamente as superfícies;
2) dependendo da abertura da fissura,
deixar como está, ou seja, conviver com a
fissura;
3) Reconstituir o monolitismo injetando
resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm –
fissura passiva;
4) Reforçar os componentes com chapa
metálica aderida com epóxi.
68
7.3 – Fissuras de Diferentes Configurações
69
7.3.1 – FISSURA EM PILAR/VIGA
Característica (THOMAZ, 1989):
Figura 38 – Trincas em vários sentidos das peças estruturais.
Causa (THOMAZ, 1989):
Fissuras por tração:
- expansão de tijolos cerâmicos
devido a umidade.
Recuperação (HELENE, 1992):
Após analisar adequadamente o
problema, pode ser conveniente:
1) restaurar o monolitismo com injeção
de resina epóxi;
2) reforçar os componentes com chapa
metálica aderida com epóxi;
3) Eventualmente, demolir e reconstruir;
4) Criar juntas entre paredes e
pilares/vigas ou substituir as paredes por
similares menos rígidas.
70
7.3.2 - FISSURA EM LAJE/PILAR
Característica (DAL MOLIN, 1988):
Figura 39 – A) Fissuras verticais na viga, próximas dos pilares.
B) Fissuras horizontais nas extremidades dos pilares
Causa (DAL MOLIN, 1988):
Fissura por retração hidráulica:
- secagem da viga em
conjunto com pilares muito
rígidos (a);
- secagem da viga com pilares
pouco rígidos (b).
Recuperação (HELENE, 1992):
Analisar a abertura da fissura e classificá-la em
ativa ou passiva:
1) em ambiente interior seco e não agressivo
quando:
- abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado
qualquer tratamento;
- abertura > 0,3 mm, passiva, injetar
resina epóxi;
- abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar com
selante.
2) em ambientes agressivos e úmidos quando:
- abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado
qualquer tratamento;
- abertura > 0,1 mm, passiva, injetar
resina epóxi;
- abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar com
selante.
3) aplicar revestimento de proteção.
71
CAPÍTULO 8 – Considerações Finais
____________________________________________________________________
Em nosso trabalho procuramos auxiliar ou referenciar diagnósticos para variados
tipos de fissura, mas todos os casos devem ser corretamente e exaustivamente
analisados, devido às conseqüências estruturais envolvidas.
Após a vistoria, estudo e diagnóstico das fissuras, a indicação do procedimento para
recuperação deve levar em conta vários fatores como eficiência, segurança,
materiais, equipamentos, custo e condições específicas da obra, temperatura, prazos e
agressividade do ambiente durante e após a recuperação.
Conforme apresentado neste trabalho, para cada tipo de fissura pode haver mais de
uma recuperação, que será adotada em função de fatores técnicos e econômicos.
Queremos enfatizar que, para que uma recuperação tenha um bom grau de satisfação,
será necessária uma fiscalização eficiente e controle de qualidade de todas as
atividades envolvidas. É conveniente realizar ensaios como: ultra-sons, provas de
carga, medidas de potenciais de corrosão e outros recursos de análise de estruturas
acabadas.
Sugerimos que antes que necessite de uma recuperação é muito importante que haja a
manutenção das estruturas de concreto armado. Em muitos casos, com a manutenção,
podemos isentar ou diminuir a necessidade de recuperação.
Sugerimos também que para efeito de estudos mais detalhados ou causas que vão
além das fissuras, como: corrosão, deterioração, entre outros, sejam consultadas
outras bibliografias (como as citadas no Capítulo 9), ou até mesmo consulta a
profissionais especializados no assunto.
72
CAPÍTULO 9 – Bibliografia
____________________________________________________________________
HELENE, Paulo R. L. – Manual para Reparo, Reforço e Proteção de Estruturas de
Concreto – 2º ed. – São Paulo: Pini, 1992, 213 p.
MEHTA, Povindar Kumar; MONTEIRO, Paulo J. M. – Concreto: estrutura,
propriedades e materiais – São Paulo: Pini, 1994, 581 p.
VASCONCELOS, Augusto Carlos de – O concreto no Brasil – São Paulo: Pini,
1992, 277 p.
DAL MOLIN, Denise Carpena Coitinho – Fissuras em Estruturas de Concreto
Armado – Análise das Manifestações Típicas e Levantamento de Casos
Ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul – Porto Alegre: UFRS, 1988
(Monografia), 220 p.
THOMAZ, Ercio – Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação – São
Paulo: Pini: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: Instituto de
Pesquisas Tecnológicas, 1989, 194 p.
PONTES, Antônio Carlos Martins – Metodologia para Elaboração de Laudo Pericial
de Defeitos em Revestimentos de Argamassa – São Paulo: IPT, 2002
(Monografia), 73 p.
ISLIKER, J., MESQUIARI, R. – Projeto de edificação da Divisão de ensino do
CPOR-SJ. Trabalho de Graduação, ITA, 2002, 115p.
MONTEIRO, Eliana C. B., HELENE, P. – Artigo: Incidência e Importância de
Problemas de Deterioração de Estruturas Causados por Corrosão de Armaduras,
p. 4.
73
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas – Agregados para Concreto, NBR
7211/82, 1982, 5 p.
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas – Projeto e Execução de Obras de
Concreto Armado, NBR 6118/80, 1980, 53 p.
SHRIVE, N.G., EL-RAHMAN. Understanding the cause of cracking in concrete: A
Diagnostic Aid. Concrete International, May 1985, p.39-44.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Curso introdutório de Concreto Protendido
Curso introdutório de Concreto ProtendidoCurso introdutório de Concreto Protendido
Curso introdutório de Concreto ProtendidoAnderson Carvalho
 
Tratamento de fissuras
Tratamento de fissurasTratamento de fissuras
Tratamento de fissurasecmaida
 
Construction of marine and offshore structures(2007)
Construction of marine and offshore structures(2007)Construction of marine and offshore structures(2007)
Construction of marine and offshore structures(2007)calir2lune
 
Kiran more (retrofitting presentation)te b
Kiran more (retrofitting presentation)te bKiran more (retrofitting presentation)te b
Kiran more (retrofitting presentation)te bKiranMore87
 
Etapas e execução de uma obra
Etapas e execução de uma obraEtapas e execução de uma obra
Etapas e execução de uma obraFelipe_Freitas
 
Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.
Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.
Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.Celso Moreira
 
Performance Based Design, Value Engineering and Peer Review by Dr. Naveed Anwar
Performance Based Design, Value Engineering  and Peer Review by Dr. Naveed AnwarPerformance Based Design, Value Engineering  and Peer Review by Dr. Naveed Anwar
Performance Based Design, Value Engineering and Peer Review by Dr. Naveed AnwarAIT Solutions
 
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...Rafael Kerst
 
Galpões viga pilar
Galpões viga pilarGalpões viga pilar
Galpões viga pilarTiago Torres
 
Fundações e obras de terra - Parte 01
Fundações e obras de terra - Parte 01Fundações e obras de terra - Parte 01
Fundações e obras de terra - Parte 01Andre Luiz Vicente
 
Relatório Final de Estágio
Relatório Final de EstágioRelatório Final de Estágio
Relatório Final de EstágioFelipeSTS
 
6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares
6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares
6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilaresRafael Santos
 
Projeto da Defesa Civil de SC - Barragens
Projeto da Defesa Civil de SC - BarragensProjeto da Defesa Civil de SC - Barragens
Projeto da Defesa Civil de SC - BarragensAlexandre Salvador
 
Catalogo placa cimenticia verde ok bx (1)
Catalogo placa cimenticia  verde ok bx (1)Catalogo placa cimenticia  verde ok bx (1)
Catalogo placa cimenticia verde ok bx (1)cleidson fonseca
 
Retaining wall
Retaining wallRetaining wall
Retaining wallkajal018
 
Fundações 1
Fundações 1Fundações 1
Fundações 1dmr2403
 

Mais procurados (20)

Tabelas rusch
Tabelas ruschTabelas rusch
Tabelas rusch
 
Curso introdutório de Concreto Protendido
Curso introdutório de Concreto ProtendidoCurso introdutório de Concreto Protendido
Curso introdutório de Concreto Protendido
 
Tratamento de fissuras
Tratamento de fissurasTratamento de fissuras
Tratamento de fissuras
 
Construction of marine and offshore structures(2007)
Construction of marine and offshore structures(2007)Construction of marine and offshore structures(2007)
Construction of marine and offshore structures(2007)
 
Kiran more (retrofitting presentation)te b
Kiran more (retrofitting presentation)te bKiran more (retrofitting presentation)te b
Kiran more (retrofitting presentation)te b
 
Etapas e execução de uma obra
Etapas e execução de uma obraEtapas e execução de uma obra
Etapas e execução de uma obra
 
Estacas
EstacasEstacas
Estacas
 
Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.
Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.
Construção da Ponte do Rio Negro; uma obra de engenharia.
 
Performance Based Design, Value Engineering and Peer Review by Dr. Naveed Anwar
Performance Based Design, Value Engineering  and Peer Review by Dr. Naveed AnwarPerformance Based Design, Value Engineering  and Peer Review by Dr. Naveed Anwar
Performance Based Design, Value Engineering and Peer Review by Dr. Naveed Anwar
 
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLANILHA ELETRÔNICA PARA OTIMIZAÇÃO DO DIMENSIONAMENTO...
 
Galpões viga pilar
Galpões viga pilarGalpões viga pilar
Galpões viga pilar
 
Estacas em blocos na divisa
Estacas em blocos na divisaEstacas em blocos na divisa
Estacas em blocos na divisa
 
Fundações e obras de terra - Parte 01
Fundações e obras de terra - Parte 01Fundações e obras de terra - Parte 01
Fundações e obras de terra - Parte 01
 
Relatório Final de Estágio
Relatório Final de EstágioRelatório Final de Estágio
Relatório Final de Estágio
 
6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares
6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares
6 aula 04 tec cons - trabalhos de execucao - laje,vigas e pilares
 
Projeto da Defesa Civil de SC - Barragens
Projeto da Defesa Civil de SC - BarragensProjeto da Defesa Civil de SC - Barragens
Projeto da Defesa Civil de SC - Barragens
 
Ct+cp rodolfo
Ct+cp rodolfoCt+cp rodolfo
Ct+cp rodolfo
 
Catalogo placa cimenticia verde ok bx (1)
Catalogo placa cimenticia  verde ok bx (1)Catalogo placa cimenticia  verde ok bx (1)
Catalogo placa cimenticia verde ok bx (1)
 
Retaining wall
Retaining wallRetaining wall
Retaining wall
 
Fundações 1
Fundações 1Fundações 1
Fundações 1
 

Destaque

Patologias do concreto 2
Patologias  do concreto 2Patologias  do concreto 2
Patologias do concreto 2profNICODEMOS
 
Tesis2009 lucas scanferla
Tesis2009 lucas scanferlaTesis2009 lucas scanferla
Tesis2009 lucas scanferlaiphonechamo
 
Estudio practico de hormigón proyectado - Primera parte
Estudio practico de hormigón proyectado - Primera parteEstudio practico de hormigón proyectado - Primera parte
Estudio practico de hormigón proyectado - Primera parteNelson Echeverria M
 
HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL
HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL
HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL Jeferson Carvajal
 
Historia de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombiaHistoria de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombiaPawel Alayon
 
Matías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructural
Matías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructuralMatías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructural
Matías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructuralJean Pierre Malebran Suil
 
Historia de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombiaHistoria de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombiaFelipe Bernal
 
Patologias en el concreto
Patologias en el concretoPatologias en el concreto
Patologias en el concretofredyjimcha
 
Historia de la Ingeniería Civil
Historia de la Ingeniería CivilHistoria de la Ingeniería Civil
Historia de la Ingeniería CivilWilmercin - UNAMBA
 

Destaque (20)

Patologias do concreto 2
Patologias  do concreto 2Patologias  do concreto 2
Patologias do concreto 2
 
ingenieria civil
ingenieria civilingenieria civil
ingenieria civil
 
Tesis2009 lucas scanferla
Tesis2009 lucas scanferlaTesis2009 lucas scanferla
Tesis2009 lucas scanferla
 
Estudio practico de hormigón proyectado - Primera parte
Estudio practico de hormigón proyectado - Primera parteEstudio practico de hormigón proyectado - Primera parte
Estudio practico de hormigón proyectado - Primera parte
 
Ingenieria civil diapositivas
Ingenieria civil diapositivasIngenieria civil diapositivas
Ingenieria civil diapositivas
 
HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL
HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL
HISTORIA DE LA INGENIERIA CIVIL
 
Historia de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombiaHistoria de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombia
 
Matías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructural
Matías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructuralMatías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructural
Matías Urrejola Hiza -Soluciones para reparación y reforzamiento estructural
 
Historia de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombiaHistoria de la ingeniería en colombia
Historia de la ingeniería en colombia
 
14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion ampliada_06_certificacion
14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion ampliada_06_certificacion14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion ampliada_06_certificacion
14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion ampliada_06_certificacion
 
Patologias en el concreto
Patologias en el concretoPatologias en el concreto
Patologias en el concreto
 
Los áridos III
Los áridos IIILos áridos III
Los áridos III
 
14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion_ampliada_02_standar_vp
14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion_ampliada_02_standar_vp14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion_ampliada_02_standar_vp
14 12-11 com-shot_shotcrete_reunion_ampliada_02_standar_vp
 
Ingenieria de colombia y en el mundo
Ingenieria de colombia y en el mundoIngenieria de colombia y en el mundo
Ingenieria de colombia y en el mundo
 
Historia de la Ingeniería Civil
Historia de la Ingeniería CivilHistoria de la Ingeniería Civil
Historia de la Ingeniería Civil
 
Ingeniería civil
Ingeniería civilIngeniería civil
Ingeniería civil
 
Cecilia Soto - foro n ch170
Cecilia Soto - foro n ch170Cecilia Soto - foro n ch170
Cecilia Soto - foro n ch170
 
Produccion de cal
Produccion de calProduccion de cal
Produccion de cal
 
Patologias mampostería
Patologias mamposteríaPatologias mampostería
Patologias mampostería
 
5 madurez del hormigón
5  madurez del hormigón5  madurez del hormigón
5 madurez del hormigón
 

Semelhante a Patologias fisuras hormigon armado causas diagnostico reparacion muy bueno

2002DO_AnamariaMMiotto.pdf
2002DO_AnamariaMMiotto.pdf2002DO_AnamariaMMiotto.pdf
2002DO_AnamariaMMiotto.pdfGustavoAbreu56
 
Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...
Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...
Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...Janderson Araujo
 
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...Faculdade Anglo-Americano
 
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...Faculdade Anglo-Americano
 
187854.pdf estribo autotravante
187854.pdf   estribo autotravante187854.pdf   estribo autotravante
187854.pdf estribo autotravanteFrancisco Franca
 
Claudia nazare dos_santos
Claudia nazare dos_santosClaudia nazare dos_santos
Claudia nazare dos_santosCristiana Nunes
 
Tendencias paradigmaticas na pesquisa educacional prof. dr. paulo gomes lima
Tendencias paradigmaticas na pesquisa educacional   prof. dr. paulo gomes limaTendencias paradigmaticas na pesquisa educacional   prof. dr. paulo gomes lima
Tendencias paradigmaticas na pesquisa educacional prof. dr. paulo gomes limaPaulo Lima
 
Palestra Superação
Palestra SuperaçãoPalestra Superação
Palestra Superaçãopreymc
 
UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...
UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...
UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...Antonio Lazaro Carvalho Borges
 
Dissertação mestrado sobre indisciplina
Dissertação mestrado sobre indisciplinaDissertação mestrado sobre indisciplina
Dissertação mestrado sobre indisciplinaProf X
 
O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...
O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...
O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...Diego Ayala
 
Tcc ruan c_da_luz_repositorio
Tcc ruan c_da_luz_repositorioTcc ruan c_da_luz_repositorio
Tcc ruan c_da_luz_repositorioSynardo Pereira
 
Tcc show da_fisica
Tcc show da_fisicaTcc show da_fisica
Tcc show da_fisicaUEM
 
percepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de Inglêspercepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de InglêsDeborah Oliver
 

Semelhante a Patologias fisuras hormigon armado causas diagnostico reparacion muy bueno (20)

2002DO_AnamariaMMiotto.pdf
2002DO_AnamariaMMiotto.pdf2002DO_AnamariaMMiotto.pdf
2002DO_AnamariaMMiotto.pdf
 
Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...
Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...
Monografia: DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE DE UM PORTAL DE FORNECEDORES PARA IN...
 
Alda tde
Alda tdeAlda tde
Alda tde
 
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
 
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
A influência de um protocolo de exercícios na independência funcional e na qu...
 
000307467
000307467000307467
000307467
 
Tcc 23 de outubro
Tcc 23 de outubroTcc 23 de outubro
Tcc 23 de outubro
 
Monografia Gilmara Pedagogia 2011
Monografia Gilmara Pedagogia 2011Monografia Gilmara Pedagogia 2011
Monografia Gilmara Pedagogia 2011
 
187854.pdf estribo autotravante
187854.pdf   estribo autotravante187854.pdf   estribo autotravante
187854.pdf estribo autotravante
 
Claudia nazare dos_santos
Claudia nazare dos_santosClaudia nazare dos_santos
Claudia nazare dos_santos
 
Tendencias paradigmaticas na pesquisa educacional prof. dr. paulo gomes lima
Tendencias paradigmaticas na pesquisa educacional   prof. dr. paulo gomes limaTendencias paradigmaticas na pesquisa educacional   prof. dr. paulo gomes lima
Tendencias paradigmaticas na pesquisa educacional prof. dr. paulo gomes lima
 
Palestra Superação
Palestra SuperaçãoPalestra Superação
Palestra Superação
 
UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...
UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...
UMA SOLUÇÃO BASEADA EM GESTÃO DE CONHECIMENTO PARA ARMAZENAMENTO/RECUPERAC...
 
Dissertação mestrado sobre indisciplina
Dissertação mestrado sobre indisciplinaDissertação mestrado sobre indisciplina
Dissertação mestrado sobre indisciplina
 
Steimacher dr
Steimacher drSteimacher dr
Steimacher dr
 
O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...
O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...
O circo vai a escola possibilidades de utilizar atividades circenses nas aula...
 
Tcc ruan c_da_luz_repositorio
Tcc ruan c_da_luz_repositorioTcc ruan c_da_luz_repositorio
Tcc ruan c_da_luz_repositorio
 
Tcc show da_fisica
Tcc show da_fisicaTcc show da_fisica
Tcc show da_fisica
 
Dissertação - Rafael Sakai
Dissertação - Rafael SakaiDissertação - Rafael Sakai
Dissertação - Rafael Sakai
 
percepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de Inglêspercepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de Inglês
 

Patologias fisuras hormigon armado causas diagnostico reparacion muy bueno

  • 1. Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e Recuperações. JULIANA GOBATO VIEIRA BENTO PRISCILA CATERINE DE BRITO RICARDO DE FREITAS MIRANDA Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Paraíba, como parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação. Orientadores: Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP) Prof. Maryangela G. de Lima (ITA) UNIVAP São José dos Campos / SP 2002
  • 2. 1 Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e Recuperações. JULIANA GOBATO VIEIRA BENTO Nota na Disciplina: ______________ (_____________________) Prof. Responsável: Carlos Humberto Martins Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Paraíba, como parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação. Orientadores: Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP) Prof. Maryangela G. de Lima (ITA) UNIVAP São José dos Campos / SP 2002
  • 3. 2 Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e Recuperações. PRISCILA CATERINE DE BRITO Nota na Disciplina: ______________ (_____________________) Prof. Responsável: Carlos Humberto Martins Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Paraíba, como parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação. Orientadores: Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP) Prof. Maryangela G. de Lima (ITA) UNIVAP São José dos Campos / SP 2002
  • 4. 3 Fissuras em Elementos de Concreto Armado: Características, Causas e Recuperações. RICARDO DE FREITAS MIRANDA Nota na Disciplina: ______________ (_____________________) Prof. Responsável: Carlos Humberto Martins Trabalho de Graduação apresentado à banca examinadora da FEAU – Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Paraíba, como parte das exigências da disciplina do Trabalho de Graduação. Orientadores: Prof. Denise de Carvalho Urashima (UNIVAP) Prof. Maryangela G. de Lima (ITA) UNIVAP São José dos Campos / SP 2002
  • 5. I DEDICATÓRIA São José dos Campos, 21 de novembro de 2002. Dedicamos este trabalho a Prof. Dra. Maryangela G. de Lima e a Prof. Denise de Carvalho Hurashima, pela orientação, incentivo e valiosas contribuições durante o trabalho. A todos colegas de sala, pelo companheirismo, sem o qual não teríamos plena condição de chegarmos até aqui. A todos os funcionários da FEAU, que nos acompanharam e acolheram durante este período de graduação, ajudando a transformar nosso sonho em realidade.
  • 6. II AGRADEDIMENTO São José dos Campos, 21 de novembro de 2002. Agradeço primeiramente a Deus, que tem me concedido saúde e entendimento para alcançar meus objetivos; ao meu esposo Ilciney, pela paciência e compreensão em todos momentos; a minha avó Nadir, pelas orações e palavras de consolo nos momentos difíceis; e principalmente a uma pessoa muito especial, minha mãe, que com sua garra e amor incondicional, me deu forças para chegar até aqui. - Mãe, ninguém merece mais saborear os frutos dessa vitória , do que eu e você. Juliana Gobato Vieira Bento
  • 7. III AGRADEDIMENTO São José dos Campos, 21 de novembro de 2002. Agradeço primeiramente a Deus, por sua eterna misericórdia e bondade, pela família que me preparou, por ter me dado à sorte de estudar e pelo dom do entendimento. Agradeço também a minha querida mãe Elisana e meu amado irmão Marlon, que sempre me dedicaram todo amor e paciência, que nesses cinco anos estiveram ao meu lado, me dando força e coragem para superar mais essa fase da minha vida. Ao meu avô Antonio pelos conselhos e ao meu grande amigo Centurion pela ajuda, carinho, amor e paciência. Priscila Caterine de Brito
  • 8. IV AGRADEDIMENTO São José dos Campos, 21 de novembro de 2002. Dedico esta monografia, primeiro para Aquele que nos proporcionou a vida, dotada de saúde física e mental, para chegarmos até aqui: Deus. Aos meus familiares e amigos que de uma forma direta ou indireta me apoiaram para subir estes degraus tão importantes na minha vida. Em especial aos meus filhos que foram privados de minha presença durante toda esta jornada, mas que sem dúvida são fontes de inspiração para enfrentar todos os desafios apresentados até hoje e que ainda estão por vir. Ricardo de Freitas Miranda
  • 9. V RESUMO Neste estudo, apresentamos as fissuras em forma de fichas, por elemento estrutural, suas características (horizontal, vertical, inclinada ou de diferente configurações), possíveis causas e tratamentos adequados para cada caso. Optamos por esse método, visto que, quando nos deparamos com uma fissura, a primeira coisa que observamos é o sentido e em que o elemento estrutural ela se encontra, para somente depois, estudamos sua causa. Para atingir o objetivo proposto, dividiu-se o trabalho da seguinte maneira: Capítulo 1 – Introdução, onde estão apresentados os objetivos e a justificativa do trabalho. Capítulo 2 – A estrutura do concreto armado, que se refere à história do concreto no Brasil e no mundo. Capítulo 3 – Manifestações patológicas – Principais incidências, onde estão apresentados os defeitos mais encontrados em uma vistoria de campo. Capítulo 4 – Fissuras em vigas, onde apresentamos as fissuras existentes nas vigas de concreto armado, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação. Capítulo 5 – Fissuras em lajes, onde apresentamos as fissuras existentes nas lajes, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação. Capítulo 6 – Fissuras em pilares, onde apresentamos as fissuras existentes nos pilares, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação. Capítulo 7 – Fissuras em mais de um elemento estrutural, mostra as fissuras existentes ao mesmo tempo em vigas, pilares e lajes, suas características, comportamento, além de formas de recuperação. Capítulo 8 – Considerações finais.
  • 10. VI ÍNDICE DEDICATÓRIA................................................................................................................I AGRADEDIMENTO...................................................................................................... II AGRADEDIMENTO.....................................................................................................III AGRADEDIMENTO.....................................................................................................IV RESUMO .........................................................................................................................V ÍNDICE...........................................................................................................................VI ÍNDICE DE FIGURAS...............................................................................................VIII CAPÍTULO 1 – Introdução .............................................................................................1 Importância e Justificativa do Trabalho .........................................................................1 CAPÍTULO 2 – A Estrutura de Concreto Armado......................................................4 2.1 – A história do Concreto Armado (VASCONCELOS, 1992). .................................4 2.2 – O Início do Concreto Armado no Brasil (VASCONCELOS, 1992).....................5 2.3 – O Concreto (MEHTA, 1994):...................................................................................7 2.4 - Componentes do Concreto (MEHTA, 1994): ..........................................................7 2.5 - Classificações do Concreto (MEHTA, 1994):..........................................................8 2.6 - Concreto Armado (MEHTA, 1994): ........................................................................8 2.7 - Como se Comporta a Estrutura de Concreto Armado:.........................................8 CAPÍTULO 3 – Fissuras – Principais Conceitos ........................................................11 3.1 - Causas de Fissuração (SHRIVE, 1985)..................................................................11 3.2 – Principais Causas de Fissuras em Estruturas de Concreto: ...............................11 3.2.1 – Fissuração no Estado Plástico (DAL MOLIN, 1988):..................................11 3.2.2 – Fissuração do Concreto Endurecido (DAL MOLIN, 1988):.........................12 CAPÍTULO 4 – Fissuras em Vigas ...............................................................................18 4.1 – Fissuras Verticais ....................................................................................................19 4.2 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................25 4.3 – Fissuras Inclinadas..................................................................................................27 4.4 – Fissuras de Diferentes Configurações...................................................................33 CAPÍTULO 5 – Fissuras em Lajes...............................................................................35 5.1 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................36
  • 11. VII 5.2 – Fissuras Inclinadas..................................................................................................41 5.3 – Fissuras de Diferentes Configurações...................................................................45 CAPÍTULO 6 – Fissuras em Pilares.............................................................................50 6.1 – Fissuras Verticais ....................................................................................................51 6.2 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................54 6.3 – Fissuras Inclinadas..................................................................................................57 CAPÍTULO 7 – Fissuras em mais de um Elemento Estrutural.................................60 7.1 – Fissuras Verticais ....................................................................................................61 7.2 – Fissuras Horizontais ...............................................................................................66 7.3 – Fissuras de Diferentes Configurações...................................................................68 CAPÍTULO 8 – Considerações Finais..........................................................................71 CAPÍTULO 9 – Bibliografia .........................................................................................72
  • 12. VIII ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto armado a nível nacional (MONTEIRO e HELENE, 1999 apud CARMONA & MAREGA, 1988).......................................................................................................................2 Figura 2 – Comportamento da Estrutura de Concreto Armado. ......................................10 Figura 3 – Deslocamento de fissuras................................................................................11 Figura 4 – Fissura vertical nos cantos da viga. ................................................................20 Figura 5 – Fissuras verticais devido a flexão. ..................................................................21 Figura 6 – Fissuras verticais, regularmente espaçadas, no terço médio da viga..............22 Figura 7 – Fissuras verticais (coincidentes com os estribos). ..........................................23 Figura 8 – Ramificações de fissuras praticamente verticais, com aberturas reduzidas, no terço médio do vão. ..............................................................................................24 Figura 9 – Ruptura praticamente horizontal no terço médio do vão devido a flexão. .....26 Figura 10 – Fissura inclinada com desenvolvimento helicoidal (45º em relação ao eixo da barra)................................................................................................................28 Figura 11 – Fissura inclinada. ..........................................................................................29 Figura 12 – Inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios e; ................................30 Praticamente verticais no terço médio do vão......................................................30 Figura 13 – Fissuras inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios. .....................31 Figura 14 – Fissuras inclinadas à 45º nas duas superfícies laterais das vigas..................32 Figura 15 – Aspecto craquelado, coloração esbranquiçada do concreto..........................34 Figura 16 – Fissura horizontal no terço médio da laje.....................................................37 Figura 17 – Fissura horizontal e perpendicular ao eixo principal da laje. .......................38 Figura 18 – Fissuras horizontais, seguindo direção das armaduras e paralelas entre si...39 Figura 19 – Fissuras horizontais acompanhando o contorno da laje................................40 Figura 20 – Fissuras inclinadas próximas dos cantos (face superior)..............................42 Fissuras inclinadas e horizontal (face inferior). ......................................................42 Figura 21 – Fissura inclinada ou a 45º em relação aos cantos da laje..............................43 Figura 22 – Fissuras inclinada em relação as bordas da laje............................................44
  • 13. IX Figura 23 – A) Fissuras horizontais com armaduras próximas da superfície. .................46 B) Fissuras em vários sentidos, porém normalmente com ângulos retos entre si. ..............................................................................................................................46 Figura 24 – Fissuras horizontais e levemente inclinadas na face superior de laje...........47 Figura 25 – Fissuras circulares em torno do pilar. ...........................................................48 Figura 26 – Fissuras inclinadas, paralelas entre si, espaçadas irregularmente e a aproximadamente 45º do canto da laje.................................................................49 Figura 27 – Fissuras verticais e lascamentos. ..................................................................52 Figura 28 – Fissuras verticais no terço médio do pilar. ...................................................53 Figura 29 – Fissuras horizontais ou ligeiramente inclinadas no terço médio do pilar. ....55 Figura 30 – Fissuras horizontais nos pilares mais extremos. ...........................................56 Figura 31 – Fissuras inclinadas nas cabeças de pilares pré moldados.............................58 Figura 32 – Fissura ligeiramente inclinada nas extremidades dos pilares. ......................59 Figura 33 – Fissuras verticais, coincidentes com a armadura longitudinal......................62 Figura 34 – Fissuras verticais ou ligeiramente inclinadas................................................63 Figura 35 – A) Fissuras verticais internas (paralela a fôrma).........................................64 Fissuras verticais na superfície do concreto (paralela a fôrma) ...........................64 Fissuras verticais na superfície do concreto (perpendicular a fôrma de base).....64 Figura 36 – Fissura vertical na ligação da laje/viga com pilar.........................................65 Figura 37 – Fissuras horizontais em topos de vigas e pilares e longitudinais em lajes. ..67 Figura 38 – Trincas em vários sentidos das peças estruturais..........................................69 Figura 39 – A) Fissuras verticais na viga, próximas dos pilares......................................70 B) Fissuras horizontais nas extremidades dos pilares ..........................................70
  • 14. 1 CAPÍTULO 1 – Introdução ____________________________________________________________________ Importância e Justificativa do Trabalho Em nosso dia-a-dia, não é raro nos depararmos com residências, edifícios, indústrias, ou qualquer tipo de construção, que não apresentem nenhum tipo de fissura. O Brasil, devido ao seu vasto território, apresenta condições climáticas bastante diferenciadas com regiões onde a temperatura varia bruscamente durante vários meses do ano. Esse fator, por si só, faz com que todas as obras, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, apresentem fissuras no decorrer de suas vidas. O campo das patologias das estruturas é uma área da Engenharia Civil que apresenta grande diversidade e complexidade, devido à abrangência de aspectos em análise, que podem advir de erros de projeto, erros de execução, agressividade do meio ambiente, interação solo-estrutura (recalques), má escolha de materiais, entre outras. Em uma estrutura de concreto armado, as patologias podem se dar no concreto e/ou no aço, destacando-se que os agentes causadores podem advir das mais diversas fontes, sendo de suma importância à correta caracterização de onde advém às mesmas para que ocorra uma intervenção adequada, a fim de minimizar ou evitar a ação do agente gerador. As fissuras são as manifestações patológicas de maior incidência, depois da má execução, conforme apresenta MONTEIRO e HELENE (1999) – Figura 1. Para pessoas leigas são as manifestações mais preocupantes pois, sempre lembram problemas estruturais. Em muitos casos são alvos de litígios judiciais. Para a identificação da conseqüência estrutural de uma fissura se faz necessário uma investigação, avaliação (muitas vezes demorada) e diagnóstico. No entanto, muitas vezes, devido à necessidade de determinação de responsabilidades, existe a necessidade de realização de uma perícia (*). *Perícia, PONTES (2002): Prova destinada a levar ao juiz elementos instrutórios sobre algum fato que dependa de conhecimentos especiais de ordem técnica.
  • 15. 2 Felizmente como apresenta MONTEIRO e HELENE (1999), a maior ocorrência de fissuras está relacionada com aspectos não estruturais, ou seja, sem conseqüências graves às estruturas. 49% 44% 27% 15% 9% 7% 6% 0 10 20 30 40 50 Incidência% Má Execução Fissura Corrosão de Armaduras Deslocamento Umidade Mudança de Uso Colapso Figura 1 – Incidência de manifestações patológicas em estruturas de concreto armado a nível nacional (MONTEIRO e HELENE, 1999 apud CARMONA & MAREGA, 1988). Neste estudo, apresentamos as fissuras em forma de fichas, por elemento estrutural, suas características (horizontal, vertical, inclinada ou de diferente configurações), possíveis causas e tratamentos adequados para cada caso. Optamos por esse método, visto que, quando nos deparamos com uma fissura, a primeira coisa que observamos é o sentido e em que elemento estrutural ela se encontra, para somente depois, estudarmos sua causa. Para atingir o objetivo proposto, dividiu-se o trabalho da seguinte maneira: Capítulo 1 – Introdução, onde estão apresentados os objetivos e a justificativa do trabalho. Capítulo 2 – A estrutura do concreto armado, que se refere à história do concreto no Brasil e no mundo.
  • 16. 3 Capítulo 3 – Manifestações patológicas – Principais incidências, onde estão apresentados os defeitos mais encontrados em uma vistoria de campo. Capítulo 4 – Fissuras em vigas, onde apresentamos as fissuras existentes nas vigas de concreto armado, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação. Capítulo 5 – Fissuras em lajes, onde apresentamos as fissuras existentes nas lajes, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação. Capítulo 6 – Fissuras em pilares, onde apresentamos as fissuras existentes nos pilares, suas causas, características, comportamento, e melhores formas de recuperação. Capítulo 7 – Fissuras em mais de um elemento estrutural, mostra as fissuras existentes ao mesmo tempo em vigas, pilares e lajes, suas características, comportamento, além de formas de recuperação. Capítulo 8 – Considerações finais.
  • 17. 4 CAPÍTULO 2 – A Estrutura de Concreto Armado ____________________________________________________________________ 2.1 – A história do Concreto Armado (VASCONCELOS, 1992). A idéia de associar barras metálicas à pedra ou argamassa, com a finalidade de aumentar a resistência às solicitações de serviço, remonta aos tempos dos romanos. Durante a recuperação das ruínas das termas de Caracalla em Roma, notou-se a existência de barras de bronze dentro da argamassa de pozzolana, em pontos onde o vão a vencer era maior do que o normal na época. A associação da pedra natural ao concreto aparece pela primeira vez na estrutura da Igreja de Santa Genoveva, hoje Pantheon (Paris, 1770). Existindo poucas colunas na fachada, era necessário executar grandes vigas capazes de efetuar a transferência das elevadas cargas da superestrutura para as fundações. Foram executadas por Rondelet, em pedra lavrada, verdadeiras vigas modernas de concreto armado, com barras longitudinais retas na zona de tração, que eram colocadas em furos executados artesanalmente nas pedras (pedras naturais), e barras transversais de cisalhamento. Estava inventada a associação do ferro com a pedra (neste caso “pedra natural”) para execução de estruturas, visto que no processo de execução de estruturas eram feitas primeiramente a pedra (com furos, cortes, preparo das superfícies entre outros) e depois a adição da armadura. Mais tarde, com a “pedra artificial”, como era chamado o concreto, a armadura era feita antes (corte, dobra, amarração), e a pedra adicionada depois. Vários anos após a descoberta da “pedra artificial”, é que esse material veio a se chamar cimento Portland – endurecido – e no mesmo ano montava-se na Alemanha (1855) a primeira fábrica desse cimento. A primeira publicação sobre Cimento Armado – era essa a denominação até mais ou menos 1820 - foi do engenheiro francês Joseph Louis Lambot, que por volta de 1850 começou suas experiências práticas de junção de ferragens em uma massa de concreto. Em 1855, Lambot solicitou patente para um barco de concreto que ele mesmo havia construído, e o apresentou na Exposição Universal de Paris. Entre os visitantes da exposição havia um indivíduo, era o então desconhecido Joseph Monier, que era comerciante de plantas ornamentais, paisagista e horticultor
  • 18. 5 bem sucedido. O mesmo tinha problemas de conservação das caixas de madeira ou cerâmica, que quebravam ou apodreciam quando utilizadas com terra úmida, interessou-se pelo barco de concreto, que ficava em contato com a água, e logo imaginou que este material devia ser ótimo para suas caixas. Durante vários anos produziu, usou e vendeu grande quantidade de vasos e caixas de cimento armado de diversos tamanhos e formas. Entre 1868 e 1873, executou um reservatório de 25 m e mais tarde outros dois, sendo um de 180 m para a estação de estrada de ferro de Alençon, e outro de 200 m em Nogentsur-Marne. Em 1875 construiu uma ponte de 16,5 m de vão e 4 m de largura nas propriedades do Marquês de Tilliers. Monier atuou, portanto, como grande construtor, passando a ser considerado como o criador do novo material – cimento armado. 2.2 – O Início do Concreto Armado no Brasil (VASCONCELOS, 1992). Pouco se conhece do início efetivo do concreto armado em nosso país. Pode-se dizer que este é fruto da Revolução Industrial, pois apresenta uma mistura do uso de máquinas (betoneiras, vibradores, e bombas lançadoras) com o tipo de execução artesanal: estruturas de alvenaria, preparo manual das formas e do escoramento, dobramento e amarração das armaduras, cura e desforma. O concreto armado, encontrou no Brasil, um ambiente bastante favorável para seu desenvolvimento, pois além de encontrar um ótimo clima para cura e desforma rápidas, dispunha de mão-de-obra barata, por ainda não ser qualificada o bastante. Outros fatores também contribuíram para esse desenvolvimento, como a chegada da grande construtora alemã Wayss & Freytag, constituindo talvez o ponto mais importante para o desenvolvimento e formação de engenheiros brasileiros nesta especialização. Em nosso país, a Wayss & Freytag foi registrada em 1924, com o nome de Companhia Construtora Nacional S.A, após encapar uma outra construtora instalada 12 anos antes no Rio de Janeiro. Infelizmente, é muito escassa a documentação brasileira sobre as primeiras realizações de concreto armado. Faltam datas e pormenores das obras e portanto, temos que nos contentar com descrições vagas e pouco precisas.
  • 19. 6 VASCONCELOS (1992), apresenta que a mais antiga notícia possível de alguma aplicação do concreto armado no Brasil, data de 1904, e foi documentada no curso do Prof. Antonio de Paula Freitas, na “Escola Polytechnica do Rio de Janeiro”. No fim de sua publicação “Construções de cimento armado”, são abordadas aplicações no Brasil, onde se menciona que os primeiros casos foram realizados na construção de casas de habitação em Copacabana, cuja execução esteve a cargo do Engº brasileiro Carlos Poma. Este chegou a executar seis obras, dentre elas, alguns sobrados onde fundações, paredes, vigamentos, soalhos, tetos escadas e muros eram de concreto armado. O prof. Sydney Santos (1965 apud VASCONCELOS, 1992) supõe, que as primeiras estruturas de concreto armado calculadas no Brasil são de Carlos Euler e de seu auxiliar Mario de Andrade Martins Costa que projetaram a ponte em arco de concreto sobre o Rio Maracanã, anterior a 1908. A formação de especialistas nacionais, propiciada pela firma alemã Wayss e Freytag, logo liquidaria com a participação de técnicos estrangeiros no setor de projetos. Essa formação constitui uma das grandes razões do rápido progresso do Brasil no campo do concreto armado, mais que nos Estados Unidos. Naturalmente, houve algumas exceções que possibilitaram, mesmo após a vinda da Wayss & Freytag, a participação de técnicos estrangeiros em projetos, podendo citar-se o projeto estrutural (1929) da estátua do Cristo Redentor no Corcovado, feito em Paris pelo Bureau d’Études L. Pelnard Considère & Caquot. Ao se falar dos primórdios do concreto armado no Brasil não se pode deixar de citar o nome de Willian Fillinger, que aqui chegou em 1912, cinco anos depois de formado pela Imperial e Real Escola Superior de Artes e Ofícios de Viena. Inicialmente trabalhou em uma firma denominada Brazilian Ferro-Concrete Company Limited e depois na Cia. Construtora de Santos; também trabalhou, como calculista e executor de obras de concreto armado, fez diversos serviços para o Escritório Técnico Ramos de Azevedo, para os arquitetos Samuel das Neves e Christiano Stockler das Neves. Dentre suas realizações podem ser citadas: Edifício dos correios e telégrafos de Santos, o Matadouro Di Giulio-Martinelli (atualmente pertencente à cia Swift) em Utinga, o edifício da Rua Antonia de Queiroz em São Paulo onde se tinha instalado a Indústria de Tapetes Santa Helena (arquivo do Estado), o prédio que foi sede do Hotel Regina do Largo Santa Ifigênia em São Paulo
  • 20. 7 e um edifício já demolido, ao lado do viaduto Santa Ifigênia, no lugar onde se localiza hoje a Praça Pedro Lessa. Willian Fillinger também se dedicou à criação de um sistema de casas populares pré-moldadas de concreto armado, denominado Isotérmic. O Brasil conquistou desde os primórdios diversas marcas de recordes, muitos deles mundiais, podendo ser citados dentre os principais, o Jockey Clube do Rio de Janeiro, marquise da tribuna de sócios em balanço de 22,4m; Ponte Presidente Sodré (antiga Itajurú) em Cabo Frio, arco de 67 m de vão e flecha de 10,5m; Prédio Martinelli, construído em São Paulo, entre 1925 e 1929, com área construída de 40.000 m2; Elevador Lacerda, na cidade de Salvador, com elevação de 59m (altura total de 73 m); Edifício MASP, situado na cidade de São Paulo, que se tornou único no mundo, mantendo o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais com um vão livre de 70 metros; e a Marquise do Ibirapuera, situado na cidade de São Paulo, inaugurado em 1954, onde são visitados diariamente, por se tratarem de monumentos históricos que relatam parte da arquitetura da cidade. 2.3 – O Concreto (MEHTA, 1994): É o material mais largamente usado em construção, normalmente feito com mistura de cimento Portland, agregados (areia, pedra) e água. Segundo estimativas o concreto é o material mais consumido depois da água. Estima-se que este consumo é da ordem de 5,5 bilhões de toneladas por ano, no mundo. Também possui excelente resistência à água, ao contrário da madeira e do aço comum. A durabilidade do concreto a alguns tipos de águas agressivas, é responsável pelo fato do seu uso ter sido estendido a muitos ambientes agressivos tanto industriais quanto naturais. 2.4 - Componentes do Concreto (MEHTA, 1994): O concreto é composto basicamente por cimento Portland, agregados miúdos e graúdos, água e eventualmente aditivos e adições. O cimento é um material finamente pulverizado, que desenvolve propriedades ligantes, como resultado da hidratação. O cimento Portland é composto
  • 21. 8 essencialmente de silicatos e aluminatos de cálcio, que são os principais responsáveis por sua característica aglomerante. O agregado é material granular, tal como a areia, o pedregulho, a pedra britada, o seixo rolado ou escória de alto forno, usado com um meio cimentante, para formar um concreto ou uma argamassa. De acordo com a NBR 7211/82 o agregado graúdo se refere a partículas de agregado maiores que 4,8 mm e o termo agregado miúdo se refere a partículas de agregados menores que 4,8 mm, porém maiores que 0,075 mm. 2.5 - Classificações do Concreto (MEHTA, 1994): Baseado na massa específica, o concreto pode ser classificado em três grandes categorias. O concreto contendo areia natural e seixo rolado ou pedra britada é chamado concreto de peso normal ou concreto corrente (2400 Kg/m³) e é mais usado geralmente para peças estruturais. O termo concreto leve é usado para concreto cuja massa é menor que 1800 Kg/m³, obtido com agregados de massa específica reduzida (ex.argila expandida). O concreto pesado, usado às vezes na blindagem às radiações, é o concreto produzido a partir de agregados de alta densidade, como os extraídos das rochas naturais (minerais de bário, vários minérios de ferro e um de titânio) e que geralmente pesa mais do que 3200 Kg/m³. Com base na resistência, os concretos podem ser classificados em (MEHTA, 1994): • De baixa resistência: resistência à compressão menor que 20 MPa. • De resistência moderada: resistência à compressão de 20 a 40 MPa. (normal ordinário ou corrente) • De alta resistência: resistência à compressão superior a 40 MPa. Este último deu origem aos concretos de alto desempenho. 2.6 - Concreto Armado (MEHTA, 1994): É aquele que contém normalmente barras de aço, projetadas levando-se em consideração que os dois materiais (concreto e armadura) resistam juntos aos esforços. 2.7 - Como se Comporta a Estrutura de Concreto Armado:
  • 22. 9 Uma estrutura de concreto armado convencional é composta por três elementos estruturais básicos, descritos a seguir e com distribuição de cargas conforme apresentado na Figura 2: • Lajes: As lajes de concreto são elementos de superfície plana, nas quais a dimensão denominada espessura é relativamente pequena em relação os demais e são representadas pelo seu plano médio. São consideradas horizontais no plano do pavimento, sujeitas apenas a ações perpendiculares ao seu plano. As cargas distribuídas atuam uniformemente em toda a superfície (ISLIKER e MESQUIARI, 2002). • Vigas: As vigas são elementos lineares horizontais, pertencentes ao plano do pavimento, com eixo reto e seção constante em cada tramo. A flexão é o esforço preponderante, sendo também dimensionadas a esforço cortante, torção, flexo-compressão reta e flexo-tração reta. Responsáveis por receber as cargas descarregadas pelas lajes, e transferir essas cargas aos pilares (ISLIKER e MESQUIARI, 2002). • Pilares: Os pilares são elementos lineares verticais, com eixo reto e considerados com seção constante ao longo da altura. São dimensionados a esforços de flexo-compressão reta ou oblíqua. Responsáveis por receber as cargas provenientes das vigas e repassá-las as fundações, criando assim, equilíbrio entre todos os elementos (ISLIKER e MESQUIARI, 2002).
  • 23. 10 Figura 2 – Comportamento da Estrutura de Concreto Armado.
  • 24. 11 CAPÍTULO 3 – Fissuras – Principais Conceitos ____________________________________________________________________ 3.1 - Causas de Fissuração (SHRIVE, 1985). Existem três maneiras independentes nas quais as fissuras se propagam nas superfícies (Figura 3). São elas: a) separando diretamente as partes; b) deslizamentos frontais; c) deslizamentos laterais das superfícies. Figura 3 – Deslocamento de fissuras (SHRIVE, 1985) O primeiro caso resulta uma fissura com folga visível, enquanto nos casos de deslizamento aparecerá uma saliência na superfície do material. 3.2 – Principais Causas de Fissuras em Estruturas de Concreto: 3.2.1 – Fissuração no Estado Plástico (DAL MOLIN, 1988): Durante o período de pega ou princípio de endurecimento, podem ocorrer fissuras que possuem um tratamento completamente distinto das fissuras que aparecem no concreto endurecido. a) Retração Plástica (DAL MOLIN, 1988):
  • 25. 12 Logo após o adensamento e acabamento da superfície do concreto pode-se observar o aparecimento de fissuras na sua superfície. Esta retração plástica é devida à perda rápida de água de amassamento, seja por evaporação, seja por absorção. b) Retração Hidráulica (DAL MOLIN, 1988): A retração hidráulica, após a pega, é devida à perda por evaporação de parte da água de amassamento para o ambiente. A retração hidráulica manifesta-se imediatamente após o adensamento do concreto, se não forem tomadas providências que assegurem uma perfeita cura, ou seja, se não for impedida a evaporação da água do concreto. c) Retração Térmica (DAL MOLIN, 1988): O cimento ao se hidratar, o faz de forma exotérmica gerando calor. Ao se verificar, com o passar do tempo, o resfriamento da peça, que alcançou seu endurecimento e resistências iniciais sob temperatura elevada, esta tenderá a contrair-se, criando tensões importantes de origem térmica que podem originar fissuras e inclusive romper a peça. 3.2.2 – Fissuração do Concreto Endurecido (DAL MOLIN, 1988): A utilização de métodos inadequados ou negligência podem afetar, durante a fase de execução da obra, a qualidade do concreto, como por exemplo, movimentação da forma durante a pega do concreto e segregação do concreto. Podem ser devido à deficiência de projeto e execução, ações mecânicas, corrosão de armaduras, cobrimento de concreto, fluência, etc. a) Fissuração Causada por Movimentação Térmica (THOMAZ, 1989).
  • 26. 13 Os elementos e componentes de uma construção estão sujeitos a variações de temperatura, sazonais e diárias. Essas variações repercutem em uma variação dimensional dos materiais de construção (dilatação e contração), desenvolvendo-se nos materiais tensões que poderão provocar o aparecimento de fissuras. As movimentações térmicas de um material estão relacionadas com as propriedades físicas do mesmo, e com a intensidade da variação da temperatura; a magnitude das tensões desenvolvidas é função da intensidade da movimentação, do grau de restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação e das propriedades elásticas do material. As trincas de origem térmica podem também surgir por movimentações diferenciadas entre componentes de um elemento, entre elementos de um sistema e entre regiões distintas de um mesmo material. As principais variações diferenciadas ocorrem em função de: • junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos às mesmas variações de temperatura; • exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais; • gradiente de temperaturas ao longo de um mesmo componente. No caso de movimentações térmicas diferenciadas é importante considerar-se não só a amplitude da movimentação, como também a rapidez com que esta ocorre. No caso mais comum das edificações, a principal fonte de calor que atua sobre seus componentes é o sol. A amplitude e a taxa de variação da temperatura de um componente exposto à radiação solar irá depender da atuação combinada dos seguintes fatores: • intensidade da radiação solar (direta e difusa); • absorbância da superfície do componente à radiação solar; • emitância da superfície do componente; • condutância térmica superficial; • diversas outras propriedades térmicas dos materiais de construção: calor específico, massa específica aparente e coeficiente de condutibilidade térmica. Para quantificar as movimentações sofridas por um componente, além de suas propriedades físicas, deve-se conhecer o ciclo de temperaturas a que ele esteve submetido.
  • 27. 14 Segundo indicações do Building Research Establishmente (1979, apud THOMAZ, 1989), as amplitudes de variação das temperaturas dos componentes das edificações podem ser bastante acentuadas, variando em função de sua posição no edifício, de sua cor e da natureza do material que os constitui. No caso das estruturas de concreto, conforme cita a NBR 6118/80, são consideradas significativas variações diárias maiores que 15ºC. b) Fissuração Causada por Movimentação Higroscópica (THOMAZ, 1989). As mudanças higroscópicas provocam variações dimensionais nos materiais porosos que integram os elementos e componentes da construção; o aumento do teor de umidade produz uma expansão do material enquanto que a redução desse teor provoca uma contração. No caso de vínculos que impeçam ou restrinjam essas movimentações poderão ocorrer fissuras nos elementos e componentes do sistema construtivo. A umidade pode ter acesso aos materiais de construção através de diversas vias: • umidade resultante da produção de componentes; • umidade proveniente da execução da obra (ex.: emprego da água para umedecer componentes que receberão argamassas de revestimento); • umidade do ar, proveniente de fenômenos meteorológicos (água da chuva, neve ou em forma de vapor); • umidade do solo (a água presente no solo poderá ascender por capilaridade à base da construção). A quantidade de água absorvida por um material de construção depende de dois fatores: porosidade e capilaridade. A capilaridade é o fator mais importante, que na secagem dos materiais porosos provoca o aparecimento de forças de sucção, responsáveis pela condução de água até a superfície do componente, onde ela será posteriormente evaporada. Variações no teor de umidade provocam movimentações de dois tipos: irreversíveis (que ocorrem geralmente logo após a fabricação do material) e reversíveis (variações do teor de umidade do material em um certo intervalo).
  • 28. 15 c) Fissuração Causada pela Atuação de Sobrecargas (THOMAZ, 1989). A atuação de sobrecargas pode produzir fissuração nos componentes estruturais, tais como pilares, vigas e paredes de blocos estruturais. Vale frisar, que não raras vezes pode-se presenciar a atuação de sobrecargas em componentes sem função estrutural, geralmente pela deformação da estrutura resistente do edifício ou pela sua má utilização. Assim sendo, considera-se como sobrecarga uma solicitação externa, prevista ou não em projeto, capaz de provocar a fissuração de um componente com ou sem função estrutural. A atuação de sobrecargas previstas ou não em projeto, pode produzir o fissuramento de componentes de concreto armado, sem que isso implique necessariamente na ruptura do componente ou instabilidade da estrutura; a ocorrência de fissuras em um determinado componente estrutural, produz uma redistribuição de tensões ao longo do componente fissurado e mesmo nos componentes vizinhos, de maneira que a solicitação externa geralmente acaba sendo absorvida de forma globalizada pela estrutura ou parte dela. Obviamente que este raciocínio não pode ser estendido de forma indiscriminada, já que existem casos em que é limitada a possibilidade de redistribuição das tensões, seja pelo critério de dimensionamento do componente, seja pela magnitude das tensões desenvolvidas ou, ainda, pelo próprio comportamento conjunto do sistema estrutural adotado. d) Fissuração Causada por Deformabilidade Excessiva de Estruturas de Concreto Armado (THOMAZ, 1989). Com a evolução da tecnologia do concreto armado, representada pela fabricação de aços com grande limite de elasticidade, produção de cimentos de melhor qualidade e desenvolvimento de métodos refinados de cálculo, as estruturas foram se tornando cada vez mais flexíveis, o que torna imperiosa a análise mais cuidadosa das suas deformações e de suas respectivas conseqüências. Ao que tudo indica, as alvenarias são os componentes da obra mais suscetíveis à ocorrência de fissuras pela deformação do suporte. Pfefferman (1967 e 1969, apud
  • 29. 16 THOMAZ, 1989) realizou estudos com alvenarias de tijolo de barro (paredes com 7,50 m de comprimento e 2,50 m de altura) constatando o aparecimento das primeiras fissuras na alvenaria, quando a flecha da viga suporte era de apenas 6,54mm, ou seja, 1/1150 do comprimento. Ainda tem se constado o aparecimento de fissuras nas alvenarias mesmo com flechas da ordem de 1/1500 nas vigas. Não existe um consenso sobre os valores admissíveis das flechas, quer para vigas ou lajes onde serão apoiadas as alvenarias, quer para lajes sobre as quais serão executados pisos cerâmicos (a deflexão da laje pode provocar o destacamento dos ladrilhos. Existe, na realidade, a necessidade de que sejam efetuados prolongados estudos práticos, através dos quais poder-se-ão compatibilizar as deformações das estruturas com as dos demais componentes da construção). e) Fissuração Causada por Recalque de Fundação (THOMAZ, 1989). Até pouco tempo as fundações nos edifícios eram dimensionadas pelo critério de ruptura do solo, apresentando as construções cargas que geralmente não excediam a 500 Tf. Ao mesmo tempo em que as estruturas iam ganhando esbeltez, conforme enfocado no item anterior, os edifícios iam ganhando maior altura, chegando-se em nossos dias a obras cuja carga total sobre o solo já chegou a atingir 20000 Tf. Dentro desse quadro, é imprescindível uma mudança de postura para o cálculo e dimensionamento das fundações dos edifícios. Os solos são constituídos basicamente por partículas sólidas, entremeadas por água, ar e não raras vezes por material orgânico. Sob efeito de cargas externas, todos os solos, em maior ou menor proporção, se deformam. No caso em que estas deformações são diferenciadas ao longo do plano de fundações de uma obra, tensões de grande intensidade serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento de fissuras. Denomina-se “consolidação”, ao fenômeno de mudança de volume do solo por percolação da água presente entre seus poros. Para os solos altamente permeáveis como as areias, a consolidação e, portanto ao recalques acontecem em períodos de tempo relativamente curtos após solicitação; já para os solos menos permeáveis, como as argilas, a consolidação ocorre de maneira bastante lenta, ao longo de vários
  • 30. 17 anos. Mesmo camadas delgadas de argila entre maciços rochosos estarão sujeitas a este fenômeno. f) Fissuração Causada por Alterações Químicas dos Materiais de Construção: Os materiais de construção, em geral, sofrem ataque por substâncias químicas. Estes ataques geralmente se caracterizam por formação de produtos expansivos que acarretam fissuras e podem provocar o aparecimento de eflorescências decorrentes de lixiviação dos compostos solúveis. Exemplos típicos são apresentados a seguir: - Na fabricação de componentes ou elementos com cales mal hidratados, se por qualquer motivo ocorrer uma umidificação do componente ao longo de sua vida útil, haverá a tendência de que os óxidos livres venham a hidratar-se, apresentando, em conseqüência, um aumento do volume de aproximadamente 100% (CINCOTTO, 1975 apud THOMAZ, 1989). Em função da intensidade da expansão, poderão ocorrer fissuras e outras avarias, semelhantes àquelas analisadas para o caso de dilatações térmicas ou higroscópicas (THOMAZ, 1989). - Num terceiro exemplo é o caso da reação álcali-agregado, cujo comportamento é semelhante ao ataque por sulfatos, mas se distribuem por toda massa de concreto, pois é decorrente da reação de álcalis, oriundos da hidratação do cimento, e alguns agregados que possuem sílica amorfa na sua constituição. Esta sílica amorfa reage com os álcalis, formando produtos expansivos. - O ataque por sulfatos também pode gerar grande expansão nos elementos de concreto, e por essa expansão geram-se as fissuras, que vão aumentando tanto na abertura quanto na profundidade, até que fragmentos de concreto relativamente grandes sejam destacados. Os sulfatos poderão provir de diversas fontes, como o solo, águas contaminadas ou mesmo componentes cerâmicos constituídos por argilas com altos teores de sais solúveis (THOMAZ, 1989).
  • 31. 18 CAPÍTULO 4 – Fissuras em Vigas ____________________________________________________________________ Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer no elemento estrutural estudado – VIGAS. A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com suas características: verticais, horizontais, inclinadas e de diferentes configurações; sendo utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as características e processos de recuperação mais adequados.
  • 32. 19 4.1 – Fissuras Verticais
  • 33. 20 4.1.1 - FISSURA EM VIGA Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 4 – Fissura vertical nos cantos da viga. Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissura por retração hidráulica: - secagem de vigas com diferentes taxas de armadura. Recuperação (HELENE, 1992): Analisar a abertura da fissura e classificá-la em ativa ou passiva: 1) em ambiente interior seco e não agressivo quando: - abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,3 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar com selante. 2) em ambientes agressivos e úmidos quando: - abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,1 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar com selante. 3) aplicar revestimento de proteção.
  • 34. 21 4.1.2 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 5 – Fissuras verticais devido à flexão. Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE, 1992): Fissuras por flexão: - sobrecargas não previstas; - armadura insuficiente; - descimbramento precoce; - carregamento precoce. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) Preparar e limpar criteriosamente a fissura; 2) reforçar a viga através de: - Colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - Novos estribos e reconcretagem; - Colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) Eventualmente demolição e reconstrução.
  • 35. 22 4.1.3 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 6 – Fissuras verticais, regularmente espaçadas, no terço médio da viga. Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE , 1992): Fissura por retração hidráulica ou de movimentação térmica – Vigas altas: - secagem prematura do concreto (cura inadequada); - deficiência de armadura de pele; - movimentação térmica devida a gradientes de temperatura diários ou sazonais. Recuperação (HELENE, 1992): Analisar a abertura da fissura e classificá-la em ativa ou passiva: 1) em ambiente interior e seco e não agressivo quando: - abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,3 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar co selante. 2) em ambientes agressivos e úmidos quando: - abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,1 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar co selante. 3) aplicar revestimento de proteção.
  • 36. 23 4.1.4 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 7 – Fissuras verticais (coincidentes com os estribos). Causa (HELENE, 1992): Fissuras por corrosão de armaduras: - concreto com alta permeabilidade e/ou elevada porosidade; - cobrimento insuficiente das armaduras; - má execução. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, deve-se: 1) remover cuidadosamente o concreto afetado e os produtos de corrosão, limpando bem as superfícies. 2) reconstituir a seção original da armadura. 3) em casos de início de corrosão sem comprometimento do concreto e das barras de aço, recuperar o componente estrutural, mantendo as dimensões originais, através de: - argamassa polimérica base cimento; - argamassa base epóxi; - argamassa base poliéster; - eventualmente, aplicar argamassa em todas as superfícies para aumentar o cobrimento e proteger o componente estrutural. 4) em casos avançados de corrosão, reforçar o componente aumentando as dimensões originais através de reforço. 5) aplicar revestimento de proteção. 6) eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 37. 24 4.1.5 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 8 – Ramificações de fissuras praticamente verticais, com aberturas reduzidas, no terço médio do vão. Causa (HELENE, 1992): Fissuras de flexão – Vigas atirantadas ou altas: - sobrecargas não previstas; - armadura insuficiente; - ancoragem insuficiente; - armadura mal posicionada no projeto ou na execução. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) Preparar e limpar criteriosamente a fissura; 2) reforçar a viga através de: - Colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - Novos estribos e reconcretagem; - Colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) Eventualmente demolição e reconstrução.
  • 38. 25 4.2 – Fissuras Horizontais
  • 39. 26 4.2.1 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 9 – Ruptura praticamente horizontal no terço médio do vão devido à flexão. Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE, 1992): Fissuras por flexão: - sobrecargas não previstas; - excesso de armadura; - uso de concreto de baixa resistência. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies. 2) reforçar a viga aumentando a sua rigidez através de: - colocação de nova armadura longitudinal e concretagem; - colocação de novos estribos e reconcretagem; - colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 40. 27 4.3 – Fissuras Inclinadas
  • 41. 28 4.3.1 - FISSURA EM VIGA Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 10 – Fissura inclinada com desenvolvimento helicoidal (45º em relação ao eixo da barra). Causa (HELENE, 1992): Fissura por torção: - sobrecargas não previstas; - armadura insuficiente; - armadura mal posicionada no projeto ou na execução; - desconsideração de torção de compatibilidade. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser conveniente: 1) remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) reforçar a viga através de: - colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - colocação de novos estribos e reconcretagem; - colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) eventualmente, demolir e reconstruir. * Hoje em dia existem outras técnicas de reforço como: manta de fibra de carbono com polímero.
  • 42. 29 4.3.2 - FISSURA EM VIGA Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 11 – Fissura inclinada. Causa (HELENE, 1992): Fissuras por cisalhamento: - sobrecargas não previstas; - estribos insuficientes ou mal posicionados no projeto ou na execução; - concreto de resistência inadequada. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) preparar e limpar criteriosamente a fissura; 2) recuperar o monolítico através de: - injeção de resina epóxi com ou sem limitação de sobrecargas, conforme análise estrutural da peça; 3) reforçar a viga através de: - Colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - Novos estribos e reconcretagem; - Colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 4) eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 43. 30 4.3.3 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 12 – Inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios e; Praticamente verticais no terço médio do vão. Causa (HELENE, 1992): Fissuras por flexão: - sobrecargas não previstas; - armadura insuficiente; - ancoragem insuficiente; - armadura mal posicionada no projeto ou na execução. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) Preparar e limpar criteriosamente a fissura; 2) reforçar a viga através de: - Colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - Novos estribos e reconcretagem; - Colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) Eventualmente demolição e reconstrução.
  • 44. 31 4.3.4 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 13 – Fissuras inclinadas a aproximadamente 45º junto aos apoios. Causa (HELENE, 1992): Fissuras por flexão: - sobrecargas não previstas; - armadura insuficiente; - ancoragem insuficiente; - armadura mal posicionada no projeto ou na execução. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) Preparar e limpar criteriosamente a fissura; 2) reforçar a viga através de: - Colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - Novos estribos e reconcretagem; - Colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) Eventualmente demolição e reconstrução.
  • 45. 32 4.3.5 - FISSURA EM VIGA Característica(THOMAZ, 1989): Figura 14 – Fissuras inclinadas à 45º nas duas superfícies laterais das vigas. Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE, 1992): Fissuras por torção: - sobrecargas não previstas; - excessiva deformabilidade de lajes ou vigas; - atuação de cargas excêntricas; - recalques diferenciados das fundações; - desconsideração de torção de compatibilidade. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser conveniente: 1) remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) reforçar a viga através de: - colocação de nova armadura longitudinal e reconcretagem; - colocação de novos estribos e reconcretagem; - colagem de chapas metálicas aderidas com epóxi. 3) eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 46. 33 4.4 – Fissuras de Diferentes Configurações
  • 47. 34 4.4.1 - FISSURA EM VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 15 – Aspecto craquelado, coloração esbranquiçada do concreto. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por retração hidráulica ou por movimentação térmica: - elevada relação água/cimento do concreto. Recuperação (HELENE, 1992): Analisar a abertura da fissura e classificá-la em ativa ou passiva: 1) em ambiente interior e seco e não agressivo quando: - abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,3 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar co selante. 2) em ambientes agressivos e úmidos quando: - abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,1 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar co selante. 3) aplicar revestimento de proteção.
  • 48. 35 CAPÍTULO 5 – Fissuras em Lajes ____________________________________________________________________ Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer no elemento estrutural estudado – LAJES. A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com suas características: horizontais, inclinadas e de diferentes configurações; sendo utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as características e processos de recuperação mais adequados.
  • 49. 36 5.1 – Fissuras Horizontais
  • 50. 37 5.1.1 - FISSURA EM LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 16 – Fissura horizontal no terço médio da laje. Causa (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Fissuras por retração hidráulica e contração térmica: - cura ineficiente; - proteção térmica ineficiente; - excesso de calor de hidratação. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, o ambiente e o tipo de acabamento requerido, pode ser conveniente: 1) preparar e limpar as superfícies adequadamente; 2) quando se tratar de laje com alta solicitação, aplicar novo revestimento empregando adesivo base acrílica ou base epóxi como ponte de aderência; 3) quando se tratar de laje com pequena solicitação, colmatar as fissuras com estucamento; 4) efetuar proteção térmica conveniente.
  • 51. 38 5.1.2 - FISSURA EM LAJE (Marquise) Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 17 – Fissura horizontal e perpendicular ao eixo principal da laje. Causa (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Fissuras por retração hidráulica e contração térmica: - cura ineficiente; - proteção térmica ineficiente; - excesso de calor de hidratação. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, o ambiente e o tipo de acabamento requerido, pode ser conveniente: 1) preparar e limpar as superfícies adequadamente; 2) quando se tratar de laje com alta solicitação, aplicar novo revestimento empregando adesivo base acrílica ou base epóxi como ponte de aderência; 3) quando se tratar de laje com pequena solicitação, colmatar as fissuras com estucamento; 4) efetuar proteção térmica conveniente.
  • 52. 39 5.1.3 - FISSURA EM LAJE Característica (HELENE, 1992): Figura 18 – Fissuras horizontais, seguindo direção das armaduras e paralelas entre si. Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissuras por corrosão das armaduras: - concreto com alta permeabilidade e/ou elevada porosidade; - cobrimento insuficiente das armaduras; - má execução. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e estabelecer o diagnóstico e as conseqüências do problema, deve-se: 1) remover cuidadosamente o concreto afetado e os produtos de corrosão, limpando bem as superfícies; 2) reconstruir a seção original da armadura; 3) em casos de início de corrosão sem comprometimento do concreto e da armadura, recuperar mantendo as dimensões originais, através de: - argamassa polimérica base cimento; ou - argamassa epóxi; ou - argamassa base poliéster; e - eventualmente, aplicar argamassa em todas as superfícies para aumentar o cobrimento e proteger o componente estrutural. 4) em casos avançados de corrosão, reforçar o componente estrutural aumentando as dimensões originais das vigas, pilares e lajes; 5) aplicar revestimento de proteção; 6) eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 53. 40 5.1.4 - FISSURA EM LAJE Característica (THOMAZ, 1989): Figura 19 – Fissuras horizontais acompanhando o contorno da laje. Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE, 1992): Fissuras por flexão: - armadura negativa insuficiente entre painéis de lajes; - sobrecargas não previstas Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e o ambiente, pode ser conveniente: 1) Remover as partes soltas e limpar cuidadosamente as superfícies; 2) Restaurar o monolitismo injetando resina epóxi; 3) Limitar o valor da sobrecarga, conforme análise estrutural; 4) Reforçar: - Chapa metálica aderida com epóxi; ou - Abertura de sulcos, colocação de armaduras e preenchimento com argamassa epóxi; ou - Construção de sobrelaje armada aderida com epóxi, combinada com sublaje armada com concreto-projetado. 5) Aplicar impermeabilização adequada.
  • 54. 41 5.2 – Fissuras Inclinadas
  • 55. 42 5.2.1 - FISSURA EM LAJE Característica (THOMAZ, 1989): Figura 20 – Fissuras inclinadas próximas dos cantos (face superior). Fissuras inclinadas e horizontal (face inferior). Causa (THOMAZ, 1989 e HELENE, 1992): Fissuras por momentos volventes: - armadura de canto insuficiente; - proteção térmica insuficiente. Recuperação (HELENE, 1992): Apos analisar adequadamente o componente estrutural e o ambiente, pode ser conveniente: 1) Preparar e limpar as superfícies cuidadosamente; 2) Restaurar o monolitismo com injeção de resina epóxi; 3) Reforçar os cantos com nova armadura a 45º; 4) Efetuar proteção térmica conveniente; 5) Aplicar impermeabilização adequada.
  • 56. 43 5.2.2 - FISSURA EM LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 21 – Fissura inclinada ou a 45º em relação aos cantos da laje. Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissuras por expansão térmica das vigas de apoio. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e o ambiente, pode ser conveniente: 1) remover as partes soltas, preparar e limpar as superfícies cuidadosamente; 2) reforçar a laje através de: - colocação de nova armadura em malha; - reconcretar com graute ou concreto.
  • 57. 44 5.2.3 - FISSURA EM LAJE Característica (THOMAZ, 1989): Figura 22 – Fissuras inclinada em relação às bordas da laje. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras de recalques: - recalque das fundações ou dos apoios; - deformabilidade da estrutura, onde as lajes podem ser submetidas a solicitações de torção. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente e a fundação, pode ser necessário: 1) Preparar e limpar cuidadosamente a fissura; 2) reforçar fundação; 3) reforçar a laje através de: - colocação de nova armadura em malha; - reconcretar com graute ou concreto. 4) aliviar cargas.
  • 58. 45 5.3 – Fissuras de Diferentes Configurações
  • 59. 46 5.3.1 - FISSURA EM LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988 apud CEB, 1985): Figura 23 – A) Fissuras horizontais com armaduras próximas da superfície. B) Fissuras em vários sentidos, porém normalmente com ângulos retos entre si. Causa (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Fissuras por retração hidráulica e contração térmica: - cura ineficiente; - proteção térmica ineficiente; - excesso de calor de hidratação. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, o ambiente e o tipo de acabamento requerido, pode ser conveniente: 1) preparar e limpar as superfícies adequadamente; 2) quando se tratar de laje com alta solicitação, aplicar novo revestimento empregando adesivo base acrílica ou base epóxi como ponte de aderência; 3) quando se tratar de laje com pequena solicitação, colmatar as fissuras com estucamento; 4) efetuar proteção térmica conveniente.
  • 60. 47 5.3.2 - FISSURA EM LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 24 – Fissuras horizontais e levemente inclinadas na face superior de laje. Causa (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Fissuras por flexo-compressão: - sobrecargas não previstas; - concreto de resistência inadequada. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e o ambiente, pode ser conveniente: 1) Remover as partes soltas e limpar cuidadosamente as superfícies; 2) Restaurar o monolitismo injetando resina epóxi; 3) Limitar o valor da sobrecarga, conforme análise estrutural; ou 4) Reforçar: - Chapa metálica aderida com epóxi; - Abertura de sulcos, colocação de armaduras e preenchimento com argamassa epóxi; - Construção de sobrelaje armada aderida com epóxi, combinada com sublaje armada com concreto-projetado. 5) Aplicar impermeabilização adequada.
  • 61. 48 5.3.3 - FISSURA EM LAJE Característica (HELENE, 1992): Figura 25 – Fissuras circulares em torno do pilar. Causa (HELENE, 1992): Fissuras por punção: - excesso de carga concentrada; - laje muito delgada; - concreto de resistência inadequada; - armadura insuficiente; - armadura mal posicionada no projeto ou na execução. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, pode ser necessário: 1) Remover as partes soltas e limpar adequadamente as superfícies; 2) Restaurar o monolitismo injetando resina epóxi com ou sem limitação de sobrecarga, conforme análise estrutural; 3) Reforçar a laje junto ao apoio com chapas metálicas aderidas com epóxi; ou 4) Reforçar o apoio da laje com a criação de capitel de cabeça do pilar; 5) Eventualmente demolir e reconstruir.
  • 62. 49 5.3.4 - FISSURA EM LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988 apud CEB, 1985): Figura 26 – Fissuras inclinadas, paralelas entre si, espaçadas irregularmente e a aproximadamente 45º do canto da laje. Causa (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Fissuras por retração hidráulica e contração térmica: - cura ineficiente; - proteção térmica ineficiente; - excesso de calor de hidratação. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural, o ambiente e o tipo de acabamento requerido, pode ser conveniente: 1) preparar e limpar as superfícies adequadamente; 2) quando se tratar de laje com alta solicitação, aplicar novo revestimento empregando adesivo base acrílica ou base epóxi como ponte de aderência; 3) quando se tratar de laje com pequena solicitação, colmatar as fissuras com estucamento; 4) efetuar proteção térmica conveniente.
  • 63. 50 CAPÍTULO 6 – Fissuras em Pilares ____________________________________________________________________ Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer no elemento estrutural estudado – PILARES. A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com suas características: verticais, horizontais e inclinadas; sendo utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as características e processos de recuperação mais adequados.
  • 64. 51 6.1 – Fissuras Verticais
  • 65. 52 6.1.1 - FISSURA EM PILAR Característica (THOMAZ, 1989): Figura 27 – Fissuras verticais e lascamentos. Causa: Fissuras por corrosão de armaduras: - emprego indiscriminado do cloreto de cálcio ou diluído desuniformemente como aditivo acelerador de pega (THOMAZ, 1989); - carbonatação; - penetração de cloretos. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e estabelecer o diagnóstico e as conseqüências do problema, deve-se: 1) remover cuidadosamente o concreto e os produtos de corrosão, limpando bem as superfícies; 2) em casos de início de corrosão sem comprometimento do concreto e das barras de aço, recuperar o componente estrutural, através de: - argamassa polimérica base cimento; - argamassa base epóxi; - argamassa base poliéster; - eventualmente, aplicar argamassa em todas as superfícies para aumentar o cobrimento e proteger o componente estrutural. 3) em casos avançados de corrosão, reforçar o componente estrutural aumentando as dimensões originais através de reforço em vigas, pilares e lajes. 4) aplicar revestimento de proteção; 5) eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 66. 53 6.1.2 - FISSURA EM PILAR Característica (THOMAZ, 1989 e MOLIN, 1988): Figura 28 – Fissuras verticais no terço médio do pilar. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por compressão (localizada): - má colocação ou insuficiência de estribos; - carga superior à prevista. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o problema, pode ser conveniente: 1) remover as partes soltas e limpar cuidadosamente as superfícies; 2) restaurar o monolitismo injetando resina epóxi sempre que a fissura for passiva; ou 3) Reforçar os pilares com chapa metálica aderida com epóxi; ou 4) Demolir e reconstruir: - reconcretando com graute; - reconcretando com concreto.
  • 67. 54 6.2 – Fissuras Horizontais
  • 68. 55 6.2.1 - FISSURA EM PILAR Característica (THOMAZ, 1989): Figura 29 – Fissuras horizontais ou ligeiramente inclinadas no terço médio do pilar. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por flexocompressão ou flambagem: - má colocação de armadura; - carga superior à prevista. Recuperação (HELENE, 1992): Apos analisar adequadamente o problema pode ser conveniente: 1) Remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) Restaurar o monolitismo injetando resina epóxi sempre que a fissura for passiva; 3) Reforçar o pilar com chapas metálicas aderidas com epóxi. 4) Demolir e reconstruir o pilar reconcretando com graute ou com concreto.
  • 69. 56 6.2.2 - FISSURA EM PILAR Característica (THOMAZ, 1989): Figura 30 – Fissuras horizontais nos pilares mais extremos. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por retração do concreto das vigas. Recuperação (THOMAZ, 1989): Após analisar adequadamente o problema, pode ser conveniente: 1) Remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) Reforçar o componente estrutural com novas armaduras e aspergir resina epóxi contra a superfície do pilar; 3) Preparar e colocar por etapas fôrmas para lançamento de concreto; 4) Lançar o concreto até a máxima altura possível; 5) Encher o último segmento com argamassa de cimento e areia, energicamente apiloada contra a superfície do pilar e da viga; 6) Eventualmente, demolir e reconstruir.
  • 70. 57 6.3 – Fissuras Inclinadas
  • 71. 58 6.3.1 - FISSURA EM PILAR Característica (THOMAZ, 1989): Figura 31 – Fissuras inclinadas nas cabeças de pilares pré moldados. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por concentrações de tensões normais e tangenciais: - inexistência ou insuficiência de aparelho de apoio. Recuperação (THOMAZ, 1989): Após analisar adequadamente o problema, pode ser conveniente: 1) Remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) Reforçar o componente estrutural com novas armaduras e aspergir resina epóxi contra a superfície do pilar; 3) Preparar e colocar por etapas fôrmas para lançamento de concreto; 4) Lançar o concreto até a máxima altura possível; 5) Encher o último segmento com argamassa de cimento e areia, energicamente apiloada contra a superfície do pilar e da viga. * É extremamente importante recuperar a capacidade de deformação da estrutura, ou seja, recompor o aparelho de apoio.
  • 72. 59 6.3.2 - FISSURA EM PILAR Característica (THOMAZ, 1989): Figura 32 – Fissura ligeiramente inclinada nas extremidades dos pilares. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por movimentação térmica das vigas: - falha ou inexistência de junta de dilatação. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e o ambiente, pode ser conveniente: 1) remover as partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) dependendo da abertura da fissura, deixar como está, ou seja, conviver com a fissura; 3) reconstituir o monolitismo injetando resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm – fissura passiva; 4) reforçar o pilar com chapas metálicas aderidas com epóxi; 5) demolir e reconstruir a cabeça do pilar reconcretando com graute ou com concreto. * É extremamente importante inserir junta de dilatação na estrutura.
  • 73. 60 CAPÍTULO 7 – Fissuras em mais de um Elemento Estrutural ____________________________________________________________________ Neste capítulo serão apresentados os principais tipos de fissuras que podem ocorrer em mais de um elemento estrutural. A metodologia de apresentação escolhida busca apresentar as fissuras de acordo com suas características: verticais, horizontais e de diferentes configurações; sendo utilizado um sistema de fichas, onde foram resumidas as prováveis causas, as características e processos de recuperação mais adequados.
  • 74. 61 7.1 – Fissuras Verticais
  • 75. 62 7.1.1 - FISSURA EM VIGA/LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988 apud JOHNSON, 1973): Figura 33 – Fissuras verticais, coincidentes com a armadura longitudinal. Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissura por assentamento plástico do concreto: - obstáculos (armadura horizontal) normalmente de grande dimensão. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente os componentes estruturais e o ambiente, pode ser conveniente: 1) remover partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) dependendo da abertura da fissura, deixar como está, ou seja, conviver com a fissura; 3) Reconstituir o monolitismo injetando resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm – fissura passiva.
  • 76. 63 7.1.2 - FISSURA EM VIGA/LAJE Característica (DAL MOLIN, 1988 apud ISAIA, 1984): Figura 34 – Fissuras verticais ou ligeiramente inclinadas. Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissura por assentamento plástico do concreto: - obstáculos (agregados graúdos) normalmente de grande dimensão. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente os componentes estruturais e o ambiente, pode ser conveniente: 1) remover partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) dependendo da abertura da fissura, deixar como está, ou seja, conviver com a fissura; 3) Reconstituir o monolitismo injetando resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm – fissura passiva.
  • 77. 64 7.1.3 - FISSURA EM LAJE/VIGA/PILAR Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 35 – A) Fissuras verticais internas (paralela a fôrma) Fissuras verticais na superfície do concreto (paralela a fôrma) Fissuras verticais na superfície do concreto (perpendicular a fôrma de base) Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissura causada pela movimentação ou deformação das fôrmas. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente os componentes estruturais e o ambiente, pode ser conveniente: 1) remover partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) reconcretagem com graute ou concreto.
  • 78. 65 7.1.4 - FISSURA EM LAJE/VIGA Característica (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Figura 36 – Fissura vertical na ligação da laje/viga com pilar. Causa (DAL MOLIN, 1988 e HELENE, 1992): Fissura por flexão em balanço: - armadura insuficiente ou mal posicionada; - cobrimento de ancoragem insuficiente; - sobrecargas não previstas. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o componente estrutural e o ambiente, pode ser conveniente: 1) Remover as partes soltas e limpar cuidadosamente as superfícies; 2) Restaurar o monolitismo injetando resina epóxi; ou 3) Limitar o valor da sobrecarga, conforme análise estrutural; ou 4) Reforçar: - Chapa metálica aderida com epóxi; - Abertura de sulcos, colocação de armaduras e preenchimento com argamassa epóxi; - Construção de sobrelaje armada aderida com epóxi, combinada com sublaje armada com concreto- projetado; e 5) Aplicar impermeabilização adequada.
  • 79. 66 7.2 – Fissuras Horizontais
  • 80. 67 7.2.1 - FISSURA EM VIGA/LAJE/PILAR Característica (DAL MOLIN, 1988 apud CEB, 1985): Figura 37 – Fissuras horizontais em topos de vigas e pilares e longitudinais em lajes. Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissura por assentamento plástico do concreto: - espessura variável entre componentes; - excesso de nata de cimento (exsudação) ou sujeira; - utilização excessiva de vibradores; - intervalo de tempo prolongado entre o lançamento e o início da pega; - falta de estanqueidade das fôrmas. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente os componentes estruturais e o ambiente, pode ser conveniente: 1) remover partes soltas e limpar criteriosamente as superfícies; 2) dependendo da abertura da fissura, deixar como está, ou seja, conviver com a fissura; 3) Reconstituir o monolitismo injetando resina epóxi se abertura ≥ 0,3 mm – fissura passiva; 4) Reforçar os componentes com chapa metálica aderida com epóxi.
  • 81. 68 7.3 – Fissuras de Diferentes Configurações
  • 82. 69 7.3.1 – FISSURA EM PILAR/VIGA Característica (THOMAZ, 1989): Figura 38 – Trincas em vários sentidos das peças estruturais. Causa (THOMAZ, 1989): Fissuras por tração: - expansão de tijolos cerâmicos devido a umidade. Recuperação (HELENE, 1992): Após analisar adequadamente o problema, pode ser conveniente: 1) restaurar o monolitismo com injeção de resina epóxi; 2) reforçar os componentes com chapa metálica aderida com epóxi; 3) Eventualmente, demolir e reconstruir; 4) Criar juntas entre paredes e pilares/vigas ou substituir as paredes por similares menos rígidas.
  • 83. 70 7.3.2 - FISSURA EM LAJE/PILAR Característica (DAL MOLIN, 1988): Figura 39 – A) Fissuras verticais na viga, próximas dos pilares. B) Fissuras horizontais nas extremidades dos pilares Causa (DAL MOLIN, 1988): Fissura por retração hidráulica: - secagem da viga em conjunto com pilares muito rígidos (a); - secagem da viga com pilares pouco rígidos (b). Recuperação (HELENE, 1992): Analisar a abertura da fissura e classificá-la em ativa ou passiva: 1) em ambiente interior seco e não agressivo quando: - abertura ≤ 0,3 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,3 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,3 mm, ativa, colmatar com selante. 2) em ambientes agressivos e úmidos quando: - abertura ≤ 0,1 mm, é dispensado qualquer tratamento; - abertura > 0,1 mm, passiva, injetar resina epóxi; - abertura > 0,1 mm, ativa, colmatar com selante. 3) aplicar revestimento de proteção.
  • 84. 71 CAPÍTULO 8 – Considerações Finais ____________________________________________________________________ Em nosso trabalho procuramos auxiliar ou referenciar diagnósticos para variados tipos de fissura, mas todos os casos devem ser corretamente e exaustivamente analisados, devido às conseqüências estruturais envolvidas. Após a vistoria, estudo e diagnóstico das fissuras, a indicação do procedimento para recuperação deve levar em conta vários fatores como eficiência, segurança, materiais, equipamentos, custo e condições específicas da obra, temperatura, prazos e agressividade do ambiente durante e após a recuperação. Conforme apresentado neste trabalho, para cada tipo de fissura pode haver mais de uma recuperação, que será adotada em função de fatores técnicos e econômicos. Queremos enfatizar que, para que uma recuperação tenha um bom grau de satisfação, será necessária uma fiscalização eficiente e controle de qualidade de todas as atividades envolvidas. É conveniente realizar ensaios como: ultra-sons, provas de carga, medidas de potenciais de corrosão e outros recursos de análise de estruturas acabadas. Sugerimos que antes que necessite de uma recuperação é muito importante que haja a manutenção das estruturas de concreto armado. Em muitos casos, com a manutenção, podemos isentar ou diminuir a necessidade de recuperação. Sugerimos também que para efeito de estudos mais detalhados ou causas que vão além das fissuras, como: corrosão, deterioração, entre outros, sejam consultadas outras bibliografias (como as citadas no Capítulo 9), ou até mesmo consulta a profissionais especializados no assunto.
  • 85. 72 CAPÍTULO 9 – Bibliografia ____________________________________________________________________ HELENE, Paulo R. L. – Manual para Reparo, Reforço e Proteção de Estruturas de Concreto – 2º ed. – São Paulo: Pini, 1992, 213 p. MEHTA, Povindar Kumar; MONTEIRO, Paulo J. M. – Concreto: estrutura, propriedades e materiais – São Paulo: Pini, 1994, 581 p. VASCONCELOS, Augusto Carlos de – O concreto no Brasil – São Paulo: Pini, 1992, 277 p. DAL MOLIN, Denise Carpena Coitinho – Fissuras em Estruturas de Concreto Armado – Análise das Manifestações Típicas e Levantamento de Casos Ocorridos no Estado do Rio Grande do Sul – Porto Alegre: UFRS, 1988 (Monografia), 220 p. THOMAZ, Ercio – Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação – São Paulo: Pini: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1989, 194 p. PONTES, Antônio Carlos Martins – Metodologia para Elaboração de Laudo Pericial de Defeitos em Revestimentos de Argamassa – São Paulo: IPT, 2002 (Monografia), 73 p. ISLIKER, J., MESQUIARI, R. – Projeto de edificação da Divisão de ensino do CPOR-SJ. Trabalho de Graduação, ITA, 2002, 115p. MONTEIRO, Eliana C. B., HELENE, P. – Artigo: Incidência e Importância de Problemas de Deterioração de Estruturas Causados por Corrosão de Armaduras, p. 4.
  • 86. 73 ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas – Agregados para Concreto, NBR 7211/82, 1982, 5 p. ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas – Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado, NBR 6118/80, 1980, 53 p. SHRIVE, N.G., EL-RAHMAN. Understanding the cause of cracking in concrete: A Diagnostic Aid. Concrete International, May 1985, p.39-44.