A interpretação dos solos na paisagem pode ajudar a conhecer, usar e manejar melhor o solo, por isso, iniciaremos este curso com um conjunto de fichas, cuidadosamente preparadas por Mauro Resende, um professor da Universidade Federal de Viçosa já aposentado, e que muito contribuiu e contribui para a formação do pensamento agroecológico no Brasil. A metodologia das fichas pressupõe responder questões sucessivas, em que a questão seguinte ajuda a responder a anterior. Então, tente responder uma questão, se não conseguir, passe para seguinte e volte na anterior e assim sucessivamente.
3. 1. Se o mar de morros herda a profundidade do regolito, ainda relativamente
profundo, sobre a rocha fresca, o que acontece se o processo de remoção
desse regolito continua, um pouco mais?
2. O fato de a rocha fresca ficar perto da superfície, que efeito tem nos solos?
Com o aprofundamento, e multiplicação das linhas de drenagem o que
acontece?
3. Esses solos eutróficos nas áreas rebaixadas do mar de morros (ao longo do
Baixo Rio Doce), Vale do Paraíba e Vale de Cachoeiro do Itapemirim, Rio
Jequitinhonha etc. que uso tiveram?
4. Por que a pecuária extensiva de certa forma se adequa a essa área?
5. Se no caso do capim-gordura da área elevada de Latossolos pobres, não
compensava os cuidados de roçagem para manter o capim-gordura contra o
avanço da floresta, o que acontecia onde era usado o capim-colonião, com
exigências ecológicas bem distintas das do capim-gordura?
6. Já que o capim-colonião dá-se bem nas áreas de temperaturas maiores,
mesmo com ΔA relativamente pronunciado, quando o solo é eutrófico, você
sugere outro ambiente em que o capim-colonião poderia ir bem, até sem
solos eutróficos, pelo rebaixamento do regolito?
7. Se nos Latossolos acidentados, os nutrientes disponibilizados pela queima
eram arrastados encosta abaixo, o que deveria acontecer se a queima fosse
nos solos planos dos platôs litorâneos?
4. Chapadão- Mar de Morros-
Solos Eutróficos
Se no mar de morros o processo de remoção do regolito
continua, a rocha fresca parece ficar próxima da superfície e o
solo eutrófico surge no lugar do distrófico. Essas áreas de maior
temperatura, embora com maior ΔA se adequam para capim-
colonião, manejado com o fogo; o que não pode ser feito com o
capim-gordura sob pena de forte degradação (nesse caso a
erosão é intensa, apenas amenizada pelo crescimento
exuberante do capim-colonião). Esse manejo pela queima que
fez muitos estragos no Vale do Rio Doce e Jequitinhonha,
também foi feito nos platôs litorâneos onde, no solo plano, os
nutrientes conservaram-se bem.