SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
1 
Confiabilidade do Canal em Codificação Turbo 
DS/CDMA Sujeito a Desvanecimento Rayleigh 
e Interferência de Múltiplo Acesso1 
Wagner J. Okano, Fernando Ciriaco, Taufik Abrão, Member IEEE 
Abstract—This work proposes a general equation for the 
channel reliability (Lc) of turbo code in DS/CDMA systems under 
flat fading channels and multiple access interference. The 
proposed reliability equation is suitable for prediction under low, 
medium as well high signal-noise ratio (SNR) operation system. 
The channel reliability equation was established as a function of 
system loading and SNR from fitting of Monte-Carlo simulation 
(MCS) performance results. 
Este trabalho propõe uma equação geral para a confiabilidade 
do canal (Lc) em codificação turbo de sistemas DS/CDMA 
sujeitos a canais com desvanecimento plano e à interferência de 
múltiplo acesso, aplicável às regiões de baixa, média e alta 
relação sinal-ruído (SNR). A equação de confiabilidade do canal 
é estabelecida em função do carregamento do sistema e da SNR a 
partir de fitting de resultados de simulação computacional 
Monte-Carlo (MCS). 
Keywords— Channel reliability; DS-CDMA; flat-fading 
channels; multiple access interference; single-user detection; 
turbo coding. 
Confiabilidade do canal, DS-CDMA, canal com 
desvanecimento plano, interferência de múltiplo acesso, detecção 
uniusuário, codificação turbo. 
I. INTRODUÇÃO 
O desvanecimento e a interferência de múltiplo acesso são 
os principais fatores que limitam o desempenho de sistemas 
DS/CDMA. Enquanto detectores multiusuários [1], [2] (MuD 
- Multiuser Detection) são utilizados para combater a MAI, e a 
diversidade espaço-temporal combate o desvanecimento, os 
códigos corretores de erro no receptor (FEC - Forward Error 
Correction) são utilizados para combater a MAI e o 
desvanecimento de forma conjunta. 
A codificação é o processo em que uma redundância 
controlada é adicionada à informação, objetivando a detecção 
e a correção de erros introduzidos pelas características do 
canal. Essa adição controlada de redundância leva à redução 
W. Okano é mestre pelo programa de pós-graduação do Departamento de 
Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (DEEL-UEL). 
Engenheiro da Sercomtel Celular S.A, Londrina, PR, Brasil. E-mail: 
wjokano@sercomtel.com.br 
F. Ciriaco é doutorando do programa de pós-graduação em Eng. Elétrica da 
EPUSP. E-mail: fernandod@pitagoras.com.br 
T. Abrão é Professor Associado do Depto de Engenharia Elétrica (DEEL) 
da Universidade Estadual de Londrina. Rod. Celso Garcia Cid - PR445, 
86051-990, Londrina, PR. E-mails: taufik@uel.br taufik.abrao@gmail.com, 
http://www.uel.br/pessoal/taufik 
da quantidade de erros na recepção, apesar da inevitável 
redução na taxa líquida de informação trafegada ou uma 
expansão na largura da banda. 
Diversos fatores devem ser considerados na escolha do 
esquema de codificação: complexidade, taxa de codificação, 
capacidade de correção de erro e a mínima relação sinal-ruído 
que permite uma recepção com BER desejada, entre outros. 
Na década de 70, os códigos FEC foram incorporados aos 
sistemas espaciais e de comunicação por satélites e tornaram-se 
comuns em sistemas de comunicação rádio móvel celular 
nos anos 80. 
Em 1993, os códigos turbo (TC - Turbo Codes) foram 
apresentados por Berrou et.al. [3], [4] e obtiveram uma grande 
repercussão por apresentarem um desempenho próximo ao 
limite de Shannon [5]. 
Desta forma, desde 1993, inúmeras pesquisas na área de 
codificação turbo têm sido realizadas, buscando reduzir a 
complexidade associada ao decodificador. Constituem 
decodificadores práticos de reduzida complexidade os 
algoritmos Max-Log-MAP, proposto por Koch e Baier [6] e 
também por Erfanian e outros [7], o algoritmo Log-MAP 
sugerido por Robertson, Villebrun e Hoeher [8] e o algoritmo 
SOVA (Soft Output Viterbi Algorithm) proposto por 
Hagenauer e Hoeher [9], [10]. 
Por sua vez, Le Goff et.al. [11], Wachsmann e Huber [12] 
além de Robertson e Worz [13] sugeriram o uso destes 
códigos junto a esquemas eficientes de modulação. 
Durante meados dos anos 90, Hagenauer et.al. [14] além de 
Pyndiah [15] ampliaram o conceito dos códigos em blocos 
concatenados introduzindo o conceito de códigos em blocos 
concatenados paralelos. 
Nickl et.al. [16] mostraram que o limite de Shannon pode 
ser aproximado com uma separação de 0,27 dB por meio do 
emprego de um simples código turbo de Hamming e 
Barbulescu e Pietrobon, introduziram projetos eficientes para 
o entrelaçador (interleaver) [17]. Uma visão compreensiva 
sobre codificação turbo pode ser encontrada em Benedetto e 
Montorsi [18], [19] e Perez et.al. [20]. 
Com isso, os códigos turbo saíram muito rapidamente dos 
laboratórios de pesquisa para serem aplicados na prática em 
todo o mundo. Depois de seu anúncio, em 1993, foram 
utilizados para diversos fins, principalmente nas 
comunicações sem fio de terceira geração (3G), comunicações 
móveis e até para sistemas de exploração espaciais [21].
2 
Atualmente, os códigos turbo já estão presentes nas 
especificações dos sistemas WiMax [22], [23], [24], e em 
algumas aplicações de sistemas UWB [25], dentre outros. 
II. MODELO DE SISTEMA E DECODIFICAÇÃO TURBO 
O princípio da codificação turbo (TC - Turbo-Codes) [4], 
consiste de uma classe de códigos convolucionais recursivos 
sistemáticos (RSC - Recursive Systematic Convolutional) 
concatenados em paralelo. Os códigos turbo empregam dois 
RSC de taxa de codifição Rc=1/n. A decodificação é realizada 
de forma iterativa com dois decodificadores de máxima 
probabilidade a posteriori (MAP - Maximum A Posteriori 
Probability) [14], onde P e P-1 representam o entrelaçador e o 
desentrelaçador, respectivamente. Para atingirem bons 
desempenhos, os decodificadores turbo iterativos baseados em 
diferentes critérios MAP, tais como o BCJR [14], o Log-MAP 
[8], entre outros, necessitam do conhecimento relativamente 
preciso do fator ou medida de confiabilidade do canal (Lc). 
Este trabalho propõe uma equação genérica para a predição 
da confiabilidade do canal em sistemas DS/CDMA sujeitos ao 
desvanecimento Rayleigh plano, considerando um cenário de 
múltiplo acesso, detecção uniusuário e estimativas perfeitas de 
canal, em função de relação sinal-ruído (SNR), e do 
carregamento do sistema Q=K/N, onde K é o número de 
usuários ativos e N o ganho de processamento. A literatura 
atual tem tratado a codificação turbo para sistemas DS-CDMA 
apenas em situações de operação de baixa e média relação 
sinal-ruído (Eb/N0 ≤ 12 [dB]) e na ausência de interferência de 
múltiplo acesso (apenas um único usuário ativo no sistema, 
K=1) [26]; neste contexto, a medida de confiabilidade de canal 
produz resultados inadequados para a região de alta SNR. 
Em nosso trabalho anterior [27], o problema da 
confiabilidade de canal em sistemas Turbo DS/CDMA foi 
tratado em um cenário particular e focado na discussão de 
resultados, enquanto aqui, o foco é estabelecer uma 
metodologia de análise para a obtenção de uma equação 
generalizada, cuja abrangência e aplicabilidade seja garantida 
para diversos cenários. Enquanto em [27] o efeito do 
carregamento do sistema não foi considerado, a análise aqui é 
conduzida com o objetivo de se obter uma equação de 
confiabilidade capaz de incorporar o efeito da interferência de 
múltiplo acesso (veja Seção III). 
A. Modelo de Sistema 
Em sistemas DS/CDMA, o sinal transmitido pelo k-ésimo 
usuário com modulação por chaveamento de fase binária 
(BPSK - Binary Phase-Shift Keying) é dado por [28]: 
z t  P  x s t  iT  t 
( ) 2 (i ) ( ) cos( ) 1 
k k k k b c 
i 
2 2 k k P  A representa a potência do k-ésimo usuário; (i) 
k x é 
o i-ésimo símbolo codificado com período b T , e a saída 
concatenada do codificador turbo dada por: 
( i ) ( i ) ( 0 ) , ( i ) (1) , ( i ) ( 2 ) 2  
k k k k x   x x x  
(1) (0), (2) (0), , ( I ) (0) 
k k k x x  x são os bits de entrada do 
codificador; I é o tamanho do pacote de bits não codificados 
(frame), admitido constante e igual para todos os usuários; 
(1) (1), (2) (1), , ( I ) (1) 
k k k x x  x e (1) (2), (2) (2), , (I ) (2) 
k k k x x  x são os 
bits de saída do primeiro e segundo codificadores, 
respectivamente, cujo comprimento do frame codificado 
resulta c I  I R  nI bits; ωc é a freqüência angular da 
portadora; 1 
   corresponde à 
0 , ( ) ( ) N 
k n c k n st ptnTs  
seqüência de espalhamento definida no intervalo [0, ) b T e zero 
fora, onde   , 1 k n s   é o n-ésimo chip da seqüência de 
comprimento N utilizada pelo k-ésimo usuário; Tc é o período 
de chip e o ganho de processamento, b c N  T T . Assume-se 
formatação de pulso p(t) retangular com amplitude 1 N no 
intervalo [0;TC) e zero fora. 
Admitindo-se propagação assíncrona dos K sinais 
codificados e espalhados no espectro de freqüências através de 
um canal com desvanecimento Rayleigh plano e lento, o sinal 
total recebido em banda base (assumindo-se filtro passa-baixa 
ideal) pode ser escrito: 
      I 1 
    
 
rt Px c s t iT t 
( ) ( ) ( ) 3 
  
' ( ) ( ) 
1 1 
K 
i i 
k k k k b k 
k i 
onde as amplitudes recebidas ' 
k P incluem os efeitos de 
perda de percurso e sombreamento, sendo constantes para 
todos os I bits codificados transmitidos de um mesmo usuário; 
τk representa o atraso aleatório que leva em consideração a 
natureza assíncrona de transmissão, bem como o atraso de 
propagação para o k-ésimo usuário; η(t) representa o ruído 
AWGN (Additive White Gaussian Noise) com densidade 
espectral de potência bilateral igual a N0/2 e a resposta 
impulsiva do canal para o k-ésimo usuário no i-ésimo 
intervalo de bit é descrita através do coeficiente complexo 
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) i 
c i t  k  
 i t ej  k t 
, com uma distribuição Gaussiana 
k k complexa, i.e., assume-se que a fase de ck apresenta uma 
distribuição uniforme com  [0,2  ) e módulo dos 
coeficientes de canal, k  , representa a envoltória do 
desvanecimento de pequena escala seguindo uma distribuição 
de Rayleigh com função densidade de probabilidade 
  f ()  2/ e2 / , onde  é o módulo dos coeficientes e ς 
representa a potência média das componentes multipercurso, 
i.e., ς = [ψ2] [28]. Adicionalmente, assume-se ganho de canal 
normalizado para todos os usuários. 
Para canais com desvanecimento unipercurso (plano), o 
receptor convencional no link reverso consiste de um banco de 
K filtros casados (MFB - Matched Filter Bank) às suas 
respectivas sequências de espalhamento. Admitindo-se 
recepção coerente, a saída do filtro casado para o k-ésimo
3 
usuário, amostrado ao final do i-ésimo intervalo de bit, é 
 r ( t ) s  t  iT    dt 
, resultando em: 
k b k  
 
(i ) ' (i ) (i ) (i ) (i ) (i ) 4 
k k b k k k k k u  P T c x  SI  I  
O primeiro termo corresponde ao sinal desejado, o segundo à 
auto-interferência, o terceiro à interferência de múltiplo acesso 
sobre o k-ésimo usuário e o último ao AWGN filtrado. 
O detector convencional para canais com desvanecimentos 
planos em frequência consiste em retirar o efeito da fase para 
cada usuário Φk à saída do MFB, seguido por um circuito de 
decisão abrupta: 
      ( ) Re ( ) ( ) e ˆ( ) sgn ( ) 5 i 
i i j k i i 
k k k k y ue x y     
B. Decodificação Iterativa 
O bit de informação à entrada do codificador, (i) 1 
k b   , 
possui uma probabilidade de ocorrência a priori ( (i) ) 
k P b . 
Associada a esta probabilidade, define-se a relação de 
verossimilhança logarítmica (LLR - log-likelihood ratio): 
  
i 
( ) 
L b P b 
( ) ln ( 1) 
( i ) 
k 
k i 
( ) 6 
P b 
( 1) 
k 
  
 
  
Após a chegada da seqüência completa no receptor, o 
algoritmo turbo estimará a seqüência de bits originais (i) 
k b a 
partir da LLR a posteriori, definida pela razão: 
7 
P b 
( 1 ) 
( ) ln 
k k 
( 1 ) 
k k 
k k 
L b 
P b 
  
 
  
y 
y 
y 
onde a seqüência codificada à entrada do decodificador, a partir 
de (5), é expressa pela composição das saídas do MFB, 
y  y (1) y (2) y ( I ) 
k  k k  k  . O sinal da LLR indica a 
estimativa do bit enviado, e o seu valor absoluto representa uma 
maior ou menor confiabilidade na estimativa obtida: quanto mais 
afastado o valor de L ( b y ) k k estiver do limiar de decisão, 
maior é o grau de confiança na estimativa do bit. 
A informação contida em ( ) k k L b y pode ser transferida a 
outro elemento de decodificação, se houver, ou convertida em 
decisões abruptas. Note-se que o numerador e o denominador 
de (7) são probabilidades condicionais a posteriori, 
probabilidades calculadas após a chegada completa da 
seqüência yk. A seqüência completa yk pode ser dividida em 
três subseqüências, uma representando o passado, outra o 
presente e outra o futuro: 
i i i i 
(1) (2) (  1) () (  1) (  
2) ( ) 
y y y y y y y 
[ ] 
    
I 
   
k k k k k k k k 
i i i 
k k k 
(  ) (  ) (  
) 
y y y 
i i i 
k k k 
(  ) (  ) (  
) 8 
 
   
y 
y y y 
Com isso, a LLR a posteriori é dada por [14]: 
  
1 
0 
1 
0 
( ) 
1 
1 
9 
( ´, , ) 
( | ) ln 
k 
( ´, , ) 
( ´) ( ´, ) ( ) 
ln 
( ´) ( ´, ) ( ) 
i R 
k k 
k 
R 
i i i 
R 
i i i 
R 
P s s 
L b 
P s s 
s s s s 
s s s s 
   
 
   
 
 
 
 
 
 
 
y 
y 
y 
onde ( ´, , ) k P s s y representa a probabilidade conjunta de estar 
no estado s' no instante i 1, estar no estado s no instante 
corrente i, e de a seqüência de I bits recebida ser k y . No 
numerador, R1 significa que o somatório se estende às 
transições entre estados s' e s provocadas por um bit 
(i) 1 
k b   . No denominador, R0 designa os outros ramos, 
originados por um bit (i) 1 
k b   . As variáveis α, γ e β são 
probabilidades definidas como: 
  
i 
( ) 
s Ps 
s s P s s 
s P s 
( ´) ( ´, ) 
( ´, ) ( , | ´) 
( ) ( | ) 
 
 
 
i 1 
k 
i 
( ) 10 
i k 
i 
i k 
 
 
 
 
 
 
y 
y 
y 
No instante i as probabilidades α, γ e β estão associadas ao 
passado, ao presente e ao futuro da seqüência k y , 
respectivamente. ( ´, ) i  s s é a probabilidade condicional de 
receber o símbolo (i) 
k y no instante i e o estado atual ser 
i S  s , dado que o estado anterior foi 1 ´ iS s   , sendo 
composta pelo produto de probabilidades: 
( i ) ( i ) ( i 
)   
( ´, ) ( | ) ( ) 11 
i k k k 
i n 
( ) 
 
i k c i i 
( ) ( ) ( ) 
i k k l k l 
, , 
1 
exp ( ) exp 
2 2 
l 
s s P y x P b 
C b L b L x y 
 
 
 
    
     
    
i C é irrelevante no cálculo da confiabilidade da estimativa, 
pois aparece no numerador e no denominador de (9). Os 
termos ( ) 
x i 
( ) 
k , 
l e , 
i 
k l y representam o bit l no instante i da 
seqüência à saída do codificador e à entrada do decodificador, 
respectivamente. O termo Lc é denominado valor ou medida 
de confiabilidade do canal [26], [29], podendo ser expresso 
em função das energias transmitidas por bit codificado Ec e bit 
de informação Eb, taxa de codificação Rc e a amplitude média 
de desvanecimento ψ: 
  
L E R E 
4 c 4 b 12 
    
c c 
N N 
0 0 
No caso de canal AWGN, ψ= 1. 
As probabilidades α e β são calculadas recursivamente por: 
  
s s s s 
s s s s 
( ) ( ´, ) ( ´) 
( ´) ( ´, ) ( ) 
   
i i i 
1 
s 
´ 
   
1 13 
i i i 
s 
 
 
 
 
 

4 
com as condições iniciais: α0(s) = βI(s) = 1 se s = 0; ou 0 se 
s  0 . Note-se que para o cômputo das probabilidades α e β 
necessita-se conhecer a probabilidade ( ´, ) i  s s . Com isso, 
inicia-se o cálculo da LLR a posteriori pelo cômputo de 
( ´, ) i  s s . 
No cálculo de ( ) i  s , os somatórios são efetuados para 
todos os estados anteriores 1 ´ iS s   dos quais saem ramos 
que convergem no estado s, enquanto que no caso de 1( ´) i  s  
os somatórios são efetuados para todos os estados seguintes 
i S  s que se atingem do estado s'. Considerando códigos 
binários, os somatórios possuem apenas duas parcelas. A 
probabilidade α é calculada à medida que se for recebendo a 
seqüência k y , i.e., no cálculo de α o sentido é do início para o 
fim da treliça (forward). A probabilidade β só pode ser 
calculada depois de ter sido recebido toda a seqüência k y : no 
cálculo de β o sentido é do fim para o início da treliça 
(backward). Os valores iniciais α0(s) e βI(s) pressupõem que o 
percurso na treliça começa e termina num estado nulo (treliça 
terminada). Para isso é necessário acrescentar ao fim da 
mensagem ou ao início da próxima transmissão alguns bits 
nulos (tail bits) capazes de levar o codificador a produzir uma 
saída também nula. 
A aplicação do algoritmo BCJR à decodificação iterativa 
resulta na estratégia turbo. Considerando uma seqüência 
codificada com taxa 1/n no qual o primeiro bit codificado, 
x (i) (0) 
, é igual ao bit de informação b (i) 
k , a razão LLR a 
k posteriori pode ser decomposta em uma soma de três parcelas 
[4]: 
( ) ( ) ( ) ( )   
( | ) ( ) ,1 ( ) 14 i i i i 
k k k C k e k L b y  L b  L y  L b 
As primeiras duas parcelas estão relacionadas ao bit de 
informação (i) 
k x . No entanto, a terceira, ( (i) ) 
e k L b , depende 
somente dos bits de paridade da palavra de código, 
denominada informação extrínseca. Pode-se dizer que 
( (i) ) 
e k L b é uma estimativa da LLR a priori ( (i) ) 
k L b , pois 
caso sejam fornecidos os valores de ( (i) ) 
L b k e ( i 
) 
L y a um 
C k ,1 
decodificador MAP, obtém-se ( (i ) | ) 
k k L b y à sua saída. Por 
subtração, obtém-se: ( ) ( ) ( ) ( ) 
,1 ( i ) ( i | ) ( i ) i 
e k k k k C k L b  L b y  L b  L y 
Esta estimativa de ( (i) ) 
k L b é, presumivelmente, um valor 
mais preciso da LLR a priori, devendo substituir o valor 
anterior de ( (i) ) 
k L b . Caso esse procedimento seja repetido de 
um modo iterativo fornecendo a um outro decodificador os 
valores de ( ) 
L y i 
( (i) ) 
C k ,1 
e a nova k L b = ( (i) ) 
e k L b , espera-se 
obter uma ( (i) | ) 
k k L b y mais confiável a cada iteração. A 
utilização recursiva de (14) caracteriza a decodificação turbo. 
III. DETERMINAÇÃO DA CONFIABILIDADE DO CANAL 
Resultados numéricos MCS da seção IV (Fig. 3) mostram 
que (12) resulta em desempenhos satisfatórios para a 
estratégia turbo apenas nas regiões de baixo e médio SNR. 
Para valores de Eb/N0 > 14 dB, o desempenho é degradado 
consideravelmente, tornando inviável a utilização de (12). 
Baseado na técnica de ajuste de curvas (fitting), neste trabalho 
foi obtida, de forma não-exaustiva, uma nova expressão para a 
medida da confiabilidade do canal com desvanecimento 
Rayleigh lento e plano em freqüência, tendo como base a 
função sigmóide. Tal expressão permite a obtenção de 
desempenhos consistentes para o sistema com codificação 
turbo tanto nas faixas de baixo e médio Eb/N0 (similares aos 
reportados na literatura), quanto na região de alto Eb/N0. Neste 
último caso, o desempenho do sistema em termos de taxa de 
erro de bit (BER), obtido a partir da predição da confiabidade 
do canal (16), mostrou-se sensivelmente superior ao reportado 
na literatura. 
Ressalte-se que na literatura são raras as análises da 
confiabilidade do canal para a alta SNR. Considerou-se aqui a 
estratégia indireta de obtenção de uma expressão fechada para 
a confiabilidade do canal a partir dos resultados de 
desempenho do sistema. A determinação de Lc foi obtida 
analisando-se o desempenho do sistema em três regiões: baixa 
SNR (região A), média SNR (região B) e alta SNR (região 
C), incorporando-se o efeito da interferência de múltiplo 
acesso (MAI). 
O efeito do carregamento do sistema Q (efeito da MAI em 
  
sistemas DS/CDMA) foi incorporado na medida de 
confiabilidade do canal a partir do estabelecimento de uma 
equivalência entre incremento no Q e redução da relação 
sinal-ruído equivalente (ruído AWG + interferência), 
admitindo-se que a MAI apresenta uma distribuição estatística 
Gaussiana. Assim, partiu-se de (12) para a obtenção da 
confiabilidade do canal, porém levando-se em consideração os 
efeitos conjuntos do carregamento e da SNR. Obteve-se então, 
via simulação MCS, para uma ampla faixa de  , o fator (ou 
amplitude) de desvanecimento médio normalizado equivalente 
e otimizado , no sentido da minimização da BER do sistema 
para a codificação turbo com taxa de codificação específica; 
resultados mostrados na Tabela I são para taxa de codificação 
1/3 e baixa SNR. 
TABELA I 
FATOR DE DESVANECIMENTO OTIMIZADO   
PARA UMA AMPLA FAIXA DE 
CARREGAMENTO DE SISTEMA, BAIXA SNR E RC = 1/3. 
Carregamento Eb / N0 [dB] (Região A) 
Q 0 2 4 6 8 10 12 14 
QSU (0,0323) 1,00 1,00 0,95 0,89 0,87 0,78 0,72 0,65 
QL (0,1613) 1,00 0,92 0,87 0,80 0,62 0,55 0,32 0,20 
QLM (0,3226) 1,00 0,89 0,80 0,73 0,59 0,42 0,35 0,20 
QM (0,4839) 1,00 0,86 0,72 0,62 0,57 0,39 0,25 0,17 
QMH (0,6452) 1,00 0,85 0,72 0,58 0,40 0,32 0,20 0,15 
QH (1,0000) 0,86 0,65 0,55 0,43 0,30 0,22 0,15 0,15 
Observe-se que à medida que o carregamento e a SNR são
5 
incrementados, o fator de desvanecimento normalizado 
otimizado decresce. A partir das informações do fator   
da 
Tabela I e utilizando-se (12), obteve-se a medida de 
confiabilidade do canal (Lc), para a região A de Eb/N0, Fig. 
1.a. Já para a região B, resultados MCS indicaram que para 
qualquer carregamento do sistema na faixa 0 < Q ≤ 1, os 
respectivos valores de Lc resultam aproximadamente iguais 
para um dado Eb/N0. Finalmente, para a região C (Eb/N0 ≥ 32 
dB) verificou-se ainda por simulação a ocorrência de um 
patamar para o fator de confiabilidade do canal em torno do 
valor 17,74, conforme indicado na Fig. 1.a. Observe-se que 
para cada valor de carregamento Q, o comportamento do fator 
de confiabilidade do canal em função de Eb/N0 pôde ser 
descrito a partir da função sigmóide, devido à proximidade de 
seu comportamento com as curvas de nível (Q = constante) 
implícitas na Fig. 1.a. 
20 
15 
10 
5 
0 
0.2 
0.4 
0.6 
0.8 
1 0 
10 
20 
30 
40 
0 
Eb/N0 [dB] 
Lc 
Loading 
A 
B 
C 
QSu 
QM 
QH 
QL 
QLm 
QMh 
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 
20 
18 
16 
14 
12 
10 
8 
6 
4 
2 
0 
EbN0 [dB] 
Lc 
K = 1 
K = 5 
K = 10 
K = 15 
K = 20 
K = 31 
L  
Fig. 1. Comportamento da medida da confiabilidade do canal otimizado em 
função de: a) Eb/N0 e do carregamento Q; b) Eb/N0 na faixa [0, 20] dB. 
Com o objetivo de determinar os coeficientes das equações 
sigmóides que maximam o desempenho (mínima BER), i.e., 
obter expressões fechadas otimizadas para a medida da 
confiabilidade do canal ( ), inicialmente, analisou-se os 
C valores numéricos de Lc para cada carregamento de sistema na 
faixa de ocorrência de mudanças significativas em Lc (i.e., 
Eb/N0  [0; 20] dB, Fig. 1.a). Com os valores de Lc da Fig. 1.b 
e utilizando-se a mesma consideração inicial para 
0 / [22;30] b E N  dB, Fig. 1.a, determinou-se as novas 
equações sigmóides ajustadas para o melhor desempenho 
considerando um determinado carregamento, da forma: 
1 2     
2 
0 dB 0 
@ 15 
1 exp 
Qc 
b 
x 
Q 
L A A A 
E N x 
d 
 
  
   
   
  
 
Os coeficientes obtidos para essa família de equações 
sigmóides, tendo como parâmetro o carregamento, são 
mostrados na Tabela II. 
De posse destas equações, ajustadas para cada 
L carregamento de sistema, procedeu-se ao último ajuste, tendo 
em vista a redução a uma única equação geral para a medida 
de confiabilidade do canal otimizada em função de Eb/N0 e 
C  
Q. Ajustou-se os parâmetros inclinação e deslocamento 
horizontal da curva sigmóide, obtendo-se finalmente: 
  
0 dB 0 
16 
15, 7 17, 7 
1 exp 
c 
b 
x 
L 
E N x 
d 
 
  
   
   
  
 
onde: 
0 
12, 6 16, 4 
1 exp 0, 055 
0,1 
1, 55 2, 25 
1 exp 0, 45 
0, 055 
x 
x 
Q 
d 
Q 
 
  
      
  
 
  
      
  
TABELA II 
COEFICIENTES PARA AS EQUAÇÕES SIGMOIDAIS OTIMIZADAS DA (15). 
Param. QSU QL QLM QM QMH QH 
A1 1,9754 1,7930 1,8245 2,1462 2,2101 1,9699 
A2 17,768 17,842 17,825 17,715 17,581 17,535 
x0 9,2898 14,69 15,038 16,171 16,416 16,363 
dx 1,4835 3,7820 3,6411 2,7688 2,2354 2,2424 
A Fig. 2 compara as equações sigmóides ajustadas 
individualmente (15) e Tabela II, com a equação geral (16). À 
medida que o carregamento aumenta, os comportamentos das 
duas equações se aproximam, sendo praticamente coincidentes 
para Q ≥ 0,3226. Para carregamentos muito pequenos (até 
Q  0,1), há cruzamento da curvas em torno de Lc ≈ 9. 
Apesar da próxima seção de resultados numéricos não 
abrager canais seletivos em frequência, a metodologia de 
análise para a confiabilidade de canal estabelecida nesta seção 
permite inferir a aplicabilidade da (16) a cenários ainda mais 
genéricos, tais como existência de seletividade, outros tipos de
6 
desvanecimentos e taxas de codificação. 
IV. RESULTADOS NUMÉRICOS 
Em todas as simulações MCS, considerou-se sistema 
DS/CDMA assíncrono com ganho de processamento N=31, 
seqüências aleatórias, códigos curtos e canal Rayleigh lento no 
tempo e plano em freqüência; K=1, 5, 10, 15, 20 e 31 usuários 
(equivalente a carregamentos na faixa de 0,0323 ≤ Q ≤ 1) com 
velocidades constantes e uniformemente distribuídas, 
resultando em uma freqüência Doppler máxima de 222,2 Hz 
para uma freqüência da portadora de 2 GHz. Demais 
parâmetros de sistema, tais como a taxa de codificação Rc = 
1/n, tipo de entrelaçador e de concatenação do codificador 
turbo seguem as especificações do sistema CDMA2000 [30]; 
adotou-se matriz geradora dos códigos turbo da forma [1, 
15/13, 17/13]. 
0 5 10 15 20 25 30 35 40 
18 
16 
14 
12 
10 
8 
6 
4 
2 
EbN0 
Lc 
Geral K = 1 
Sigm K = 1 
0 5 10 15 20 25 30 35 40 
18 
16 
14 
12 
10 
8 
6 
4 
2 
EbN0 
Lc 
Geral K = 20 
Sigm K = 20 
Fig. 2. Comportamento para a medida de confiabilidade otimizada em função 
da SNR, equações gerais (16) × (15), considerando baixo e alto 
carregamentos. 
O desempenho do algoritmo turbo foi analisado para três 
taxas de codificação, 1/2, 1/3 e 1/4, equivalentes a uma taxa 
básica de transmissão de 14400 bps, 9600 bps e 6800 bps, 
respectivamente, uma quantidade de bits de informação de 
282, 186 e 130 e que somados aos 6 bits dos registradores 
totalizam 288, 192 e 136 bits, respectivamente, transmitidos 
em 20 ms. 
A Fig. 3 compara os resultados de desempenho MCS, em 
termos de BER, a partir da aplicação da medida de 
confiabilidade de canal otimizada: equações sigmóides 
ajustadas para diferentes carregamentos de sistema, (15) 
versus a equação sigmóide geral (16). Verifica-se que a 
equação geral proposta apresenta um desempenho 
marginalmente superior ao das equações sigmóides 
individuais propostas, em quase a totalidade da faixa de Eb/N0. 
Esta superioridade torna-se cada vez mais imperceptível à 
medida que o carregamento do sistema aumenta. 
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 
100 
10−1 
10−2 
10−3 
10−4 
10−5 
10−6 
Eb/No [dB] 
BER 
Sigm K = 31 
Sigm K = 20 
Sigm K = 15 
Sigm K = 10 
Sigm K = 5 
Sigm K =1 
K = 1 (Eq. Geral) 
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 
100 
10−1 
10−2 
10−3 
Eb/No [dB] 
BER 
Sigm K = 31 
Sigm K = 20 
Sigm K = 15 
Sigm K = 10 
Sigm K = 5 
sigm K = 1 
K =20 (Eq. Geral) 
Fig. 3. Desempenho MCS a partir da aplicação das equações sigmóides 
(16) × (15) propostas, com QSU e QMH (K=1 e 20 usuários, respectivamente). 
Observe-se que resultados de desempenho considerando 
diferentes taxas de codificação e carregamentos de sistema, 
obtidos via simulação MCS, indicaram a mesma consistência 
na aplicação da equação da confiabilidade do canal Rayleigh 
plano baseada na equação sigmóide geral proposta (16), 
conforme indicado na Fig. 3, em comparação à equação (12). 
Assim, obteve-se desempenhos semelhantes para Eb/N0 na 
faixa [0; 14] dB e consideravelmente superiores aos obtidos a
7 
partir da equação da literatura para a região de média e alta 
SNR (Eb/N0 > 14 dB), conforme ilustrado na Fig. 4 para o caso 
Rc=1/3. Para as demais taxas de codificação analisadas, 
resultados MCS indicaram a mesma consistência de 
desempenho obtidos com a taxa 1/3. 
0 5 10 15 20 25 
100 
10−1 
10−2 
10−3 
10−4 
10−5 
10−6 
EbN0 [dB] 
BER 
K = 31 Eq.Sig. 
K = 10 Eq.Sig. 
K = 5 Eq.Sig. 
K = 1 Eq.Sig. 
K = 31 Eq.Lit. 
K= 10 Eq.Lit. 
K = 5 Eq.Lit. 
K = 1 Eq.Lit. 
Fig. 4. Comparação de desempenho MCS considerando a equação sigmóide 
geral proposta × literatura; Rc=1/3. 
V. CONCLUSÕES 
Este trabalho estabeleceu uma metodologia de análise para a 
obtenção da equação de confiabilidade de canal generalizada, 
com abrangência e aplicabilidade em cenários de múltiplo 
acesso, multiusuário (efeito do carregamento do sistema), 
seletividade de canal, tipos de desvanecimentos e taxas de 
codificação. 
A partir da técnica de ajuste de curvas, especificamente 
neste trabalho, foi proposta uma nova equação para a predição 
da medida de confiabilidade do canal (Lc) em codificação 
turbo de sistemas DS/CDMA sujeitos a canais com 
desvanecimento e à interferência de múltiplo acesso. Obteve-se 
melhor consistência em termos de desempenho nas regiões 
de alta SNR em sistemas de múltiplo acesso DS/CDMA com 
detecção uniusuário, operando sob diversas condições de 
carregamento e codificação, indicando uma alternativa mais 
apropriada para a medida de confiabilidade do canal em 
comparação às equações sugeridas na literatura, tendo como 
métrica o desempenho BER. 
REFERÊNCIAS 
[1] S. Verdú. Multiuser Detection. Cambridge Univ. Press, 1998. 
[2] J. L. Jacob, T Abrão, P. J. E. Jeszensky, “DS/CDMA Multiuser 
Detection Based on Polynomial Expansion Subspace Signal”. Revista 
IEEE América Latina, 6 (5): 371-381, Sept. 2008 
[3] C. Berrou, A. Glavieux, and P. Thitimajshima. “Near Shannon Limit 
Error-Correcting Coding and Decoding”, Proceedings of ICC’93, pages 
1064–1070, May 1993. 
[4] C. Berrou and A. Glavieux. “Near Optimum Error Correcting Coding 
and Decoding: Turbo Codes”, IEEE Transactions on Communications, 
44(10):1261–1271, Oct. 1996. 
[5] C. E. Shannon. “A Mathematical Theory of Communication”, The Bell 
System Technical Journal, 27(Part I e II):379–423 e 623–656, Oct 1948. 
[6] W. Koch and A. Baier. “Optimum and Sub-Optimum Detection of Coded 
Data Disturbed by Time-Varying Inter-Symbol Interfrence”, IEEE 
GLOBECOM’90, 3:1679–1684, Dec. 1990. 
[7] J. A. Erfanian, S. Pasupathy, and G. Gulak. “Reduced Complexity 
Symbol Detectors with Parallel Structures for ISI Channels”, IEEE 
Transactions on Communications, 42:1661–1671, Feb. 1994. 
[8] P. Robertson, E. Villebrun, and P. Hoeher. “A Compararison of 
Optimal and Sub-Optimal MAP Decoding Algorithms Operating in the 
Log Domain”, Proceedings International Conference Communications 
(ICC’95), pages 1009–1013, Jun. 1995. 
[9] J. Hagenauer and P. Hoeher. “A Viterbi Algorithm with Soft-Decision 
Outputs and Its Applications”, in Proceedings of IEEE Global 
Telecommunications Conference (GLOBECOM’89), pages 47.1.1– 
47.1.7, Nov. 1989. 
[10] J. Hagenauer. “Source-Controlled Channel Decoding”, IEEE 
Transactions on Communications, 43, No.9:2449–2457, Sep. 1995. 
[11] S. L. Goff, A. Glavieux, and C. Berrou. “Turbo-Codes and High 
Spectral Efficiency Modulation”, in Proceedings of IEEE International 
Conference on Communications (ICC 94), 2:645–649, May 1994. 
[12] U. Wachsmann and J. Huber. “Power and Bandwidth Efficient Digital 
Communications Using Turbo Codes in Multilevel Codes”, European 
Transactions on Telecommunications (ETT), 6:557–567, Sep. - Oct. 1995. 
[13] P. Robertson and T. Worz. “Bandwidth-Efficient Turbo Trellis-Coded 
Modulation Using Punctured Component Codes”, IEEE Journal on 
Selected Areas in Communications, 16, No.2:206–218, Feb. 1997. 
[14] J. Hagenauer, E. Offer, and L. Papke. “Iterative Decoding of Binary 
Block and Convolutional Codes”, IEEE Transactions on Information 
Theory, 42(2):429–445, Mar. 1996. 
[15] R. M. Pyndiah. “Near-Optimum Decoding of Product Codes: Block 
Turbo Codes”, IEEE Transactions on Communications, 46, No.8:1003– 
1010, Aug. 1998. 
[16] H. Nickl, J. Hagenauer, and F. Burkett. “Approaching Shannon’s 
Capacity Limit by 0.27 dB Using Simple Hamming Codes”, IEEE 
Communications Letters, 1:130–132, Sep. 1997. 
[17] A. Barbulescu and S. S. Pietrobon. “Interleaver Design for Turbo 
Codes”, IEE Electronics Letters, 30:2107–2108, Dec. 1994. 
[18] S. Benedetto and G. Montorsi. “Design of Parallel Concatenated 
Convolutional Codes”, IEEE Transactions on Communications, 44, 
No.5:591–600, May 1996. 
[19] S. Benedetto and G. Montorsi. “Unveiling Turbo Codes: Some Results 
on Parallel Concatenated Coding Sschemes”, IEEE Transactions on 
Information Theory, 42:409–428, Mar. 1996. 
[20] L. C. Perez, J. Seghers, and D. J. Costello. “A Distance Spectrum 
Interpretation of Turbo Codes”, IEEE Transactions on Information 
Theory, 42, No.6:1698–1709, Nov. 1996. 
[21] A. Burr. “Turbo-Codes: the Ultimate Error Control Codes? ”, 
Electronics & Communication Engineering Journal, 13(4):155–165, 
Aug. 2001. 
[22] IEEE Std. 802.16. Part 16: Air Interface for Fixed Broadband Wireless 
Access Systems, 2001. 
[23] IEEE Std. 802.16.2. Coexistence of Fixed Broadband Wireless Access 
Systems, 2004. 
[24] IEEE Std. 802.16a. Part 16: Air Interface for Fixed Broadband Wireless 
Access Systems - Amendment 2: Medium Access Control Modifications 
and Additional Physical Layer Specifications for 2-11 GHz, 2003. 
[25] IEEE 802.15 Working Group for WPAN. Ieee 802.15 std. specification, 
2002. 
[26] M. R. Soleymani, Y. Gao, and U. Vilaipornsawai. Turbo Coding for 
Satellite and Wireless Communications. Kluwer Academic Publishers, 
Norwell, MA, USA, 2002. 
[27] W. Okano, F. Ciriaco, and T. Abrão. “Confiabilidade do canal em 
sistemas ds/cdma com codificação turbo sujeitos ao desvanecimento 
lento e seletivo em freqüência”, In XXV Simpósio Brasileiro de 
Telecomunicações, SBrT 2007, page 6pp, Recife, PE, Sept. 2007. 
[28] J. G. Proakis. Digital Communications. McGraw-Hill, New York, 
NY, USA, second edition, 1995. 
[29] L. Hanzo, J. P.Woodard, and P. Robertson. “Turbo decoding and 
detection for wireless applications”, Proceedings of the IEEE, 
95(6):1178 – 1200, June 2007. 
[30] TIA/EIA/IS-2000-2. Physical Layer Standard for cdma2000 Spread 
Spectrum Systems. Telecomunications Industry Association, Aug. 1999.
8 
Wagner José Okano obteve o título de Engenheiro Eletricista (1985) pela 
UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do 
Paraná - Campus Curitiba e o título de mestre em 
Engenharia Elétrica (2009) pela Universidade 
Estadual de Londrina (DEEL-UEL), Paraná. 
Trabalha como engenheiro de telecomunicações 
desde 1987 na Sercomtel S.A. – Telecomunicações, 
e a partir de 1999 na Sercomtel Celular S. A. 
(operadora de telefonia móvel celular, com sede em 
Londrina, no Paraná), onde atua principalmente no 
planejamento e otimização de RF em redes de acesso 
de voz e dados nas tecnologias GSM/GPRS/EDGE e 
WCDMA/HSPA. 
Fernando Ciriaco obteve os títulos de 
Engenheiro Eletricista (2004) e Mestre em 
Engenharia Elétrica (2006) pela Universidade 
Estadual de Londrina. Atualmente é aluno de 
Doutorado na Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo (desde 2007). Atuou 
como professor na Universidade Norte do 
Paraná (2005-2007) e na Universidade Estadual 
de Londrina (2006-2009). É professor (desde 
2007) e coordenador do Núcleo de Engenharias 
(desde 2008) da Faculdade Pitágoras - Campus 
Metropolitana. Suas áreas de pesquisa incluem 
Sistemas de Comunicação Sem Fio, Sistemas DS/CDMA, Detecção 
Multiusuário, Algoritmos Heurísticos e Estimativa de Parâmetros. É autor de 
aproximadamente 30 trabalhos técnicos/científicos publicados em revistas, 
congressos nacionais e internacionais nas áreas de atuação acima. 
Taufik Abrão possui graduação em 
Engenharia Elétrica pela Universidade de São 
Paulo (1992), mestrado em Engenharia 
Elétrica pela Universidade de São Paulo 
(1995), doutorado em Engenharia Elétrica 
pela Universidade de São Paulo (2001) e pós-doutorado 
pela UPC - Universitat Politècnica 
de Catalunya (Radio Communication Group), 
Espanha (Jun-2007 a Nov-2008). Atualmente 
é professor Associado da Universidade 
Estadual de Londrina, onde atua no ensino e 
pesquisa em Eng. Elétrica, desde 1996. Tem 
experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas de 
Telecomunicações, atuando principalmente nos seguintes temas: sistemas 
CDMA, MC-CDMA e UWB, detecção multiusuário sub-ótima, seqüências de 
espalhamento, métodos de otimização analíticos e heurísticos aplicados a 
diferentes aspectos de sistemas de comunicação: detecção, decodificação e 
estimativas de parámetros, alocação de recursos, entre outros. Foi editor geral 
da Revista Semina Exa/Tech da UEL (2006-2007). Tem atuado como revisor 
dos periódicos internacionais e nacionais. Tem contribuido como membro 
técnico e revisor em vários congressos nacionais e internacionais na área de 
Telecomunicações e Processamento Digitais de Sinais. É co-autor de mais de 
80 trabalhos científicos publicados em revistas, congressos nacionais e 
internacionais.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Manual solucoes redes_tanenbaum
Manual solucoes redes_tanenbaumManual solucoes redes_tanenbaum
Manual solucoes redes_tanenbaumredesinforma
 
Sistemas de Transmissão Digital
Sistemas de Transmissão Digital Sistemas de Transmissão Digital
Sistemas de Transmissão Digital Francisco Sandoval
 
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)Ciro Marcus
 
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELER
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELERENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELER
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELERAntonio Marcos Alberti
 
Artigo transmissao ofdm
Artigo transmissao ofdmArtigo transmissao ofdm
Artigo transmissao ofdmLSantos18
 
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em Amplitude
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em AmplitudeAM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em Amplitude
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em AmplitudeCiro Marcus
 
Exercícios para semestre
Exercícios para semestreExercícios para semestre
Exercícios para semestreredesinforma
 
Lista 1 protocolos ate camada transporte
Lista 1 protocolos ate camada transporteLista 1 protocolos ate camada transporte
Lista 1 protocolos ate camada transporteredesinforma
 
Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...
Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...
Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...Dalton Valadares
 
Concurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ... ufac
Concurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ...   ufacConcurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ...   ufac
Concurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ... ufacAlmir Conrado
 

Mais procurados (13)

Manual solucoes redes_tanenbaum
Manual solucoes redes_tanenbaumManual solucoes redes_tanenbaum
Manual solucoes redes_tanenbaum
 
Sistemas de Transmissão Digital
Sistemas de Transmissão Digital Sistemas de Transmissão Digital
Sistemas de Transmissão Digital
 
[Ottoni micro05] resume
[Ottoni micro05] resume[Ottoni micro05] resume
[Ottoni micro05] resume
 
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band (modulação em amplitude)
 
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELER
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELERENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELER
ENSINANDO QUALIDADE DE SERVIÇO NA INTERNET COM O OPNET MODELER
 
Artigo transmissao ofdm
Artigo transmissao ofdmArtigo transmissao ofdm
Artigo transmissao ofdm
 
Camada rede
Camada redeCamada rede
Camada rede
 
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em Amplitude
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em AmplitudeAM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em Amplitude
AM-DSB - Amplitude Modulation with Double Side-Band Modulção em Amplitude
 
Exercícios para semestre
Exercícios para semestreExercícios para semestre
Exercícios para semestre
 
Lista 1 protocolos ate camada transporte
Lista 1 protocolos ate camada transporteLista 1 protocolos ate camada transporte
Lista 1 protocolos ate camada transporte
 
Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...
Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...
Apresentação sobre artigo relacionado a Controle de Topologia em Redes de Sen...
 
Half duplex
Half duplexHalf duplex
Half duplex
 
Concurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ... ufac
Concurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ...   ufacConcurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ...   ufac
Concurso público de provas e títulos para o cargo efetivo de ... ufac
 

Semelhante a Confiabilidade do canal em codificação turbo dscdma sujeito a desvanecimento rayleigh e interferência de múltiplo acesso

Inmetro 2009 eng telecom cargo 29
Inmetro 2009 eng telecom cargo 29Inmetro 2009 eng telecom cargo 29
Inmetro 2009 eng telecom cargo 29Diogo Edler Menezes
 
1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.
1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.
1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.Guilherme Varela Barbosa
 
Automação ind 4_2014
Automação ind 4_2014Automação ind 4_2014
Automação ind 4_2014Marcio Oliani
 
Evolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PON
Evolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PONEvolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PON
Evolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PONHeitor Galvão
 
Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...
Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...
Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...fesaab
 
Pcm manoella saraiva 20151630040
Pcm   manoella saraiva 20151630040Pcm   manoella saraiva 20151630040
Pcm manoella saraiva 20151630040Manoella Aluízio
 

Semelhante a Confiabilidade do canal em codificação turbo dscdma sujeito a desvanecimento rayleigh e interferência de múltiplo acesso (9)

Inmetro 2009 eng telecom cargo 29
Inmetro 2009 eng telecom cargo 29Inmetro 2009 eng telecom cargo 29
Inmetro 2009 eng telecom cargo 29
 
Lista01
Lista01Lista01
Lista01
 
1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.
1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.
1º seminário - Codificação Turbo - Primeira parte da apresentação.
 
Automação ind 4_2014
Automação ind 4_2014Automação ind 4_2014
Automação ind 4_2014
 
Evolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PON
Evolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PONEvolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PON
Evolucões das técnicas de Acesso Multiplo para as redes Ópticas Passivas PON
 
MagalhaesEduardoCavalcanti_D
MagalhaesEduardoCavalcanti_DMagalhaesEduardoCavalcanti_D
MagalhaesEduardoCavalcanti_D
 
Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...
Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...
Controle de protótipo movimentado por liga de memória de forma (sma) pelo pc,...
 
06
0606
06
 
Pcm manoella saraiva 20151630040
Pcm   manoella saraiva 20151630040Pcm   manoella saraiva 20151630040
Pcm manoella saraiva 20151630040
 

Confiabilidade do canal em codificação turbo dscdma sujeito a desvanecimento rayleigh e interferência de múltiplo acesso

  • 1. 1 Confiabilidade do Canal em Codificação Turbo DS/CDMA Sujeito a Desvanecimento Rayleigh e Interferência de Múltiplo Acesso1 Wagner J. Okano, Fernando Ciriaco, Taufik Abrão, Member IEEE Abstract—This work proposes a general equation for the channel reliability (Lc) of turbo code in DS/CDMA systems under flat fading channels and multiple access interference. The proposed reliability equation is suitable for prediction under low, medium as well high signal-noise ratio (SNR) operation system. The channel reliability equation was established as a function of system loading and SNR from fitting of Monte-Carlo simulation (MCS) performance results. Este trabalho propõe uma equação geral para a confiabilidade do canal (Lc) em codificação turbo de sistemas DS/CDMA sujeitos a canais com desvanecimento plano e à interferência de múltiplo acesso, aplicável às regiões de baixa, média e alta relação sinal-ruído (SNR). A equação de confiabilidade do canal é estabelecida em função do carregamento do sistema e da SNR a partir de fitting de resultados de simulação computacional Monte-Carlo (MCS). Keywords— Channel reliability; DS-CDMA; flat-fading channels; multiple access interference; single-user detection; turbo coding. Confiabilidade do canal, DS-CDMA, canal com desvanecimento plano, interferência de múltiplo acesso, detecção uniusuário, codificação turbo. I. INTRODUÇÃO O desvanecimento e a interferência de múltiplo acesso são os principais fatores que limitam o desempenho de sistemas DS/CDMA. Enquanto detectores multiusuários [1], [2] (MuD - Multiuser Detection) são utilizados para combater a MAI, e a diversidade espaço-temporal combate o desvanecimento, os códigos corretores de erro no receptor (FEC - Forward Error Correction) são utilizados para combater a MAI e o desvanecimento de forma conjunta. A codificação é o processo em que uma redundância controlada é adicionada à informação, objetivando a detecção e a correção de erros introduzidos pelas características do canal. Essa adição controlada de redundância leva à redução W. Okano é mestre pelo programa de pós-graduação do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (DEEL-UEL). Engenheiro da Sercomtel Celular S.A, Londrina, PR, Brasil. E-mail: wjokano@sercomtel.com.br F. Ciriaco é doutorando do programa de pós-graduação em Eng. Elétrica da EPUSP. E-mail: fernandod@pitagoras.com.br T. Abrão é Professor Associado do Depto de Engenharia Elétrica (DEEL) da Universidade Estadual de Londrina. Rod. Celso Garcia Cid - PR445, 86051-990, Londrina, PR. E-mails: taufik@uel.br taufik.abrao@gmail.com, http://www.uel.br/pessoal/taufik da quantidade de erros na recepção, apesar da inevitável redução na taxa líquida de informação trafegada ou uma expansão na largura da banda. Diversos fatores devem ser considerados na escolha do esquema de codificação: complexidade, taxa de codificação, capacidade de correção de erro e a mínima relação sinal-ruído que permite uma recepção com BER desejada, entre outros. Na década de 70, os códigos FEC foram incorporados aos sistemas espaciais e de comunicação por satélites e tornaram-se comuns em sistemas de comunicação rádio móvel celular nos anos 80. Em 1993, os códigos turbo (TC - Turbo Codes) foram apresentados por Berrou et.al. [3], [4] e obtiveram uma grande repercussão por apresentarem um desempenho próximo ao limite de Shannon [5]. Desta forma, desde 1993, inúmeras pesquisas na área de codificação turbo têm sido realizadas, buscando reduzir a complexidade associada ao decodificador. Constituem decodificadores práticos de reduzida complexidade os algoritmos Max-Log-MAP, proposto por Koch e Baier [6] e também por Erfanian e outros [7], o algoritmo Log-MAP sugerido por Robertson, Villebrun e Hoeher [8] e o algoritmo SOVA (Soft Output Viterbi Algorithm) proposto por Hagenauer e Hoeher [9], [10]. Por sua vez, Le Goff et.al. [11], Wachsmann e Huber [12] além de Robertson e Worz [13] sugeriram o uso destes códigos junto a esquemas eficientes de modulação. Durante meados dos anos 90, Hagenauer et.al. [14] além de Pyndiah [15] ampliaram o conceito dos códigos em blocos concatenados introduzindo o conceito de códigos em blocos concatenados paralelos. Nickl et.al. [16] mostraram que o limite de Shannon pode ser aproximado com uma separação de 0,27 dB por meio do emprego de um simples código turbo de Hamming e Barbulescu e Pietrobon, introduziram projetos eficientes para o entrelaçador (interleaver) [17]. Uma visão compreensiva sobre codificação turbo pode ser encontrada em Benedetto e Montorsi [18], [19] e Perez et.al. [20]. Com isso, os códigos turbo saíram muito rapidamente dos laboratórios de pesquisa para serem aplicados na prática em todo o mundo. Depois de seu anúncio, em 1993, foram utilizados para diversos fins, principalmente nas comunicações sem fio de terceira geração (3G), comunicações móveis e até para sistemas de exploração espaciais [21].
  • 2. 2 Atualmente, os códigos turbo já estão presentes nas especificações dos sistemas WiMax [22], [23], [24], e em algumas aplicações de sistemas UWB [25], dentre outros. II. MODELO DE SISTEMA E DECODIFICAÇÃO TURBO O princípio da codificação turbo (TC - Turbo-Codes) [4], consiste de uma classe de códigos convolucionais recursivos sistemáticos (RSC - Recursive Systematic Convolutional) concatenados em paralelo. Os códigos turbo empregam dois RSC de taxa de codifição Rc=1/n. A decodificação é realizada de forma iterativa com dois decodificadores de máxima probabilidade a posteriori (MAP - Maximum A Posteriori Probability) [14], onde P e P-1 representam o entrelaçador e o desentrelaçador, respectivamente. Para atingirem bons desempenhos, os decodificadores turbo iterativos baseados em diferentes critérios MAP, tais como o BCJR [14], o Log-MAP [8], entre outros, necessitam do conhecimento relativamente preciso do fator ou medida de confiabilidade do canal (Lc). Este trabalho propõe uma equação genérica para a predição da confiabilidade do canal em sistemas DS/CDMA sujeitos ao desvanecimento Rayleigh plano, considerando um cenário de múltiplo acesso, detecção uniusuário e estimativas perfeitas de canal, em função de relação sinal-ruído (SNR), e do carregamento do sistema Q=K/N, onde K é o número de usuários ativos e N o ganho de processamento. A literatura atual tem tratado a codificação turbo para sistemas DS-CDMA apenas em situações de operação de baixa e média relação sinal-ruído (Eb/N0 ≤ 12 [dB]) e na ausência de interferência de múltiplo acesso (apenas um único usuário ativo no sistema, K=1) [26]; neste contexto, a medida de confiabilidade de canal produz resultados inadequados para a região de alta SNR. Em nosso trabalho anterior [27], o problema da confiabilidade de canal em sistemas Turbo DS/CDMA foi tratado em um cenário particular e focado na discussão de resultados, enquanto aqui, o foco é estabelecer uma metodologia de análise para a obtenção de uma equação generalizada, cuja abrangência e aplicabilidade seja garantida para diversos cenários. Enquanto em [27] o efeito do carregamento do sistema não foi considerado, a análise aqui é conduzida com o objetivo de se obter uma equação de confiabilidade capaz de incorporar o efeito da interferência de múltiplo acesso (veja Seção III). A. Modelo de Sistema Em sistemas DS/CDMA, o sinal transmitido pelo k-ésimo usuário com modulação por chaveamento de fase binária (BPSK - Binary Phase-Shift Keying) é dado por [28]: z t  P  x s t  iT  t ( ) 2 (i ) ( ) cos( ) 1 k k k k b c i 2 2 k k P  A representa a potência do k-ésimo usuário; (i) k x é o i-ésimo símbolo codificado com período b T , e a saída concatenada do codificador turbo dada por: ( i ) ( i ) ( 0 ) , ( i ) (1) , ( i ) ( 2 ) 2  k k k k x   x x x  (1) (0), (2) (0), , ( I ) (0) k k k x x  x são os bits de entrada do codificador; I é o tamanho do pacote de bits não codificados (frame), admitido constante e igual para todos os usuários; (1) (1), (2) (1), , ( I ) (1) k k k x x  x e (1) (2), (2) (2), , (I ) (2) k k k x x  x são os bits de saída do primeiro e segundo codificadores, respectivamente, cujo comprimento do frame codificado resulta c I  I R  nI bits; ωc é a freqüência angular da portadora; 1    corresponde à 0 , ( ) ( ) N k n c k n st ptnTs  seqüência de espalhamento definida no intervalo [0, ) b T e zero fora, onde   , 1 k n s   é o n-ésimo chip da seqüência de comprimento N utilizada pelo k-ésimo usuário; Tc é o período de chip e o ganho de processamento, b c N  T T . Assume-se formatação de pulso p(t) retangular com amplitude 1 N no intervalo [0;TC) e zero fora. Admitindo-se propagação assíncrona dos K sinais codificados e espalhados no espectro de freqüências através de um canal com desvanecimento Rayleigh plano e lento, o sinal total recebido em banda base (assumindo-se filtro passa-baixa ideal) pode ser escrito:       I 1      rt Px c s t iT t ( ) ( ) ( ) 3   ' ( ) ( ) 1 1 K i i k k k k b k k i onde as amplitudes recebidas ' k P incluem os efeitos de perda de percurso e sombreamento, sendo constantes para todos os I bits codificados transmitidos de um mesmo usuário; τk representa o atraso aleatório que leva em consideração a natureza assíncrona de transmissão, bem como o atraso de propagação para o k-ésimo usuário; η(t) representa o ruído AWGN (Additive White Gaussian Noise) com densidade espectral de potência bilateral igual a N0/2 e a resposta impulsiva do canal para o k-ésimo usuário no i-ésimo intervalo de bit é descrita através do coeficiente complexo ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) i c i t  k   i t ej  k t , com uma distribuição Gaussiana k k complexa, i.e., assume-se que a fase de ck apresenta uma distribuição uniforme com  [0,2  ) e módulo dos coeficientes de canal, k  , representa a envoltória do desvanecimento de pequena escala seguindo uma distribuição de Rayleigh com função densidade de probabilidade   f ()  2/ e2 / , onde  é o módulo dos coeficientes e ς representa a potência média das componentes multipercurso, i.e., ς = [ψ2] [28]. Adicionalmente, assume-se ganho de canal normalizado para todos os usuários. Para canais com desvanecimento unipercurso (plano), o receptor convencional no link reverso consiste de um banco de K filtros casados (MFB - Matched Filter Bank) às suas respectivas sequências de espalhamento. Admitindo-se recepção coerente, a saída do filtro casado para o k-ésimo
  • 3. 3 usuário, amostrado ao final do i-ésimo intervalo de bit, é  r ( t ) s  t  iT    dt , resultando em: k b k   (i ) ' (i ) (i ) (i ) (i ) (i ) 4 k k b k k k k k u  P T c x  SI  I  O primeiro termo corresponde ao sinal desejado, o segundo à auto-interferência, o terceiro à interferência de múltiplo acesso sobre o k-ésimo usuário e o último ao AWGN filtrado. O detector convencional para canais com desvanecimentos planos em frequência consiste em retirar o efeito da fase para cada usuário Φk à saída do MFB, seguido por um circuito de decisão abrupta:       ( ) Re ( ) ( ) e ˆ( ) sgn ( ) 5 i i i j k i i k k k k y ue x y     B. Decodificação Iterativa O bit de informação à entrada do codificador, (i) 1 k b   , possui uma probabilidade de ocorrência a priori ( (i) ) k P b . Associada a esta probabilidade, define-se a relação de verossimilhança logarítmica (LLR - log-likelihood ratio):   i ( ) L b P b ( ) ln ( 1) ( i ) k k i ( ) 6 P b ( 1) k      Após a chegada da seqüência completa no receptor, o algoritmo turbo estimará a seqüência de bits originais (i) k b a partir da LLR a posteriori, definida pela razão: 7 P b ( 1 ) ( ) ln k k ( 1 ) k k k k L b P b      y y y onde a seqüência codificada à entrada do decodificador, a partir de (5), é expressa pela composição das saídas do MFB, y  y (1) y (2) y ( I ) k  k k  k  . O sinal da LLR indica a estimativa do bit enviado, e o seu valor absoluto representa uma maior ou menor confiabilidade na estimativa obtida: quanto mais afastado o valor de L ( b y ) k k estiver do limiar de decisão, maior é o grau de confiança na estimativa do bit. A informação contida em ( ) k k L b y pode ser transferida a outro elemento de decodificação, se houver, ou convertida em decisões abruptas. Note-se que o numerador e o denominador de (7) são probabilidades condicionais a posteriori, probabilidades calculadas após a chegada completa da seqüência yk. A seqüência completa yk pode ser dividida em três subseqüências, uma representando o passado, outra o presente e outra o futuro: i i i i (1) (2) (  1) () (  1) (  2) ( ) y y y y y y y [ ]     I    k k k k k k k k i i i k k k (  ) (  ) (  ) y y y i i i k k k (  ) (  ) (  ) 8     y y y y Com isso, a LLR a posteriori é dada por [14]:   1 0 1 0 ( ) 1 1 9 ( ´, , ) ( | ) ln k ( ´, , ) ( ´) ( ´, ) ( ) ln ( ´) ( ´, ) ( ) i R k k k R i i i R i i i R P s s L b P s s s s s s s s s s               y y y onde ( ´, , ) k P s s y representa a probabilidade conjunta de estar no estado s' no instante i 1, estar no estado s no instante corrente i, e de a seqüência de I bits recebida ser k y . No numerador, R1 significa que o somatório se estende às transições entre estados s' e s provocadas por um bit (i) 1 k b   . No denominador, R0 designa os outros ramos, originados por um bit (i) 1 k b   . As variáveis α, γ e β são probabilidades definidas como:   i ( ) s Ps s s P s s s P s ( ´) ( ´, ) ( ´, ) ( , | ´) ( ) ( | )    i 1 k i ( ) 10 i k i i k       y y y No instante i as probabilidades α, γ e β estão associadas ao passado, ao presente e ao futuro da seqüência k y , respectivamente. ( ´, ) i  s s é a probabilidade condicional de receber o símbolo (i) k y no instante i e o estado atual ser i S  s , dado que o estado anterior foi 1 ´ iS s   , sendo composta pelo produto de probabilidades: ( i ) ( i ) ( i )   ( ´, ) ( | ) ( ) 11 i k k k i n ( )  i k c i i ( ) ( ) ( ) i k k l k l , , 1 exp ( ) exp 2 2 l s s P y x P b C b L b L x y                 i C é irrelevante no cálculo da confiabilidade da estimativa, pois aparece no numerador e no denominador de (9). Os termos ( ) x i ( ) k , l e , i k l y representam o bit l no instante i da seqüência à saída do codificador e à entrada do decodificador, respectivamente. O termo Lc é denominado valor ou medida de confiabilidade do canal [26], [29], podendo ser expresso em função das energias transmitidas por bit codificado Ec e bit de informação Eb, taxa de codificação Rc e a amplitude média de desvanecimento ψ:   L E R E 4 c 4 b 12     c c N N 0 0 No caso de canal AWGN, ψ= 1. As probabilidades α e β são calculadas recursivamente por:   s s s s s s s s ( ) ( ´, ) ( ´) ( ´) ( ´, ) ( )    i i i 1 s ´    1 13 i i i s      
  • 4. 4 com as condições iniciais: α0(s) = βI(s) = 1 se s = 0; ou 0 se s  0 . Note-se que para o cômputo das probabilidades α e β necessita-se conhecer a probabilidade ( ´, ) i  s s . Com isso, inicia-se o cálculo da LLR a posteriori pelo cômputo de ( ´, ) i  s s . No cálculo de ( ) i  s , os somatórios são efetuados para todos os estados anteriores 1 ´ iS s   dos quais saem ramos que convergem no estado s, enquanto que no caso de 1( ´) i  s  os somatórios são efetuados para todos os estados seguintes i S  s que se atingem do estado s'. Considerando códigos binários, os somatórios possuem apenas duas parcelas. A probabilidade α é calculada à medida que se for recebendo a seqüência k y , i.e., no cálculo de α o sentido é do início para o fim da treliça (forward). A probabilidade β só pode ser calculada depois de ter sido recebido toda a seqüência k y : no cálculo de β o sentido é do fim para o início da treliça (backward). Os valores iniciais α0(s) e βI(s) pressupõem que o percurso na treliça começa e termina num estado nulo (treliça terminada). Para isso é necessário acrescentar ao fim da mensagem ou ao início da próxima transmissão alguns bits nulos (tail bits) capazes de levar o codificador a produzir uma saída também nula. A aplicação do algoritmo BCJR à decodificação iterativa resulta na estratégia turbo. Considerando uma seqüência codificada com taxa 1/n no qual o primeiro bit codificado, x (i) (0) , é igual ao bit de informação b (i) k , a razão LLR a k posteriori pode ser decomposta em uma soma de três parcelas [4]: ( ) ( ) ( ) ( )   ( | ) ( ) ,1 ( ) 14 i i i i k k k C k e k L b y  L b  L y  L b As primeiras duas parcelas estão relacionadas ao bit de informação (i) k x . No entanto, a terceira, ( (i) ) e k L b , depende somente dos bits de paridade da palavra de código, denominada informação extrínseca. Pode-se dizer que ( (i) ) e k L b é uma estimativa da LLR a priori ( (i) ) k L b , pois caso sejam fornecidos os valores de ( (i) ) L b k e ( i ) L y a um C k ,1 decodificador MAP, obtém-se ( (i ) | ) k k L b y à sua saída. Por subtração, obtém-se: ( ) ( ) ( ) ( ) ,1 ( i ) ( i | ) ( i ) i e k k k k C k L b  L b y  L b  L y Esta estimativa de ( (i) ) k L b é, presumivelmente, um valor mais preciso da LLR a priori, devendo substituir o valor anterior de ( (i) ) k L b . Caso esse procedimento seja repetido de um modo iterativo fornecendo a um outro decodificador os valores de ( ) L y i ( (i) ) C k ,1 e a nova k L b = ( (i) ) e k L b , espera-se obter uma ( (i) | ) k k L b y mais confiável a cada iteração. A utilização recursiva de (14) caracteriza a decodificação turbo. III. DETERMINAÇÃO DA CONFIABILIDADE DO CANAL Resultados numéricos MCS da seção IV (Fig. 3) mostram que (12) resulta em desempenhos satisfatórios para a estratégia turbo apenas nas regiões de baixo e médio SNR. Para valores de Eb/N0 > 14 dB, o desempenho é degradado consideravelmente, tornando inviável a utilização de (12). Baseado na técnica de ajuste de curvas (fitting), neste trabalho foi obtida, de forma não-exaustiva, uma nova expressão para a medida da confiabilidade do canal com desvanecimento Rayleigh lento e plano em freqüência, tendo como base a função sigmóide. Tal expressão permite a obtenção de desempenhos consistentes para o sistema com codificação turbo tanto nas faixas de baixo e médio Eb/N0 (similares aos reportados na literatura), quanto na região de alto Eb/N0. Neste último caso, o desempenho do sistema em termos de taxa de erro de bit (BER), obtido a partir da predição da confiabidade do canal (16), mostrou-se sensivelmente superior ao reportado na literatura. Ressalte-se que na literatura são raras as análises da confiabilidade do canal para a alta SNR. Considerou-se aqui a estratégia indireta de obtenção de uma expressão fechada para a confiabilidade do canal a partir dos resultados de desempenho do sistema. A determinação de Lc foi obtida analisando-se o desempenho do sistema em três regiões: baixa SNR (região A), média SNR (região B) e alta SNR (região C), incorporando-se o efeito da interferência de múltiplo acesso (MAI). O efeito do carregamento do sistema Q (efeito da MAI em   sistemas DS/CDMA) foi incorporado na medida de confiabilidade do canal a partir do estabelecimento de uma equivalência entre incremento no Q e redução da relação sinal-ruído equivalente (ruído AWG + interferência), admitindo-se que a MAI apresenta uma distribuição estatística Gaussiana. Assim, partiu-se de (12) para a obtenção da confiabilidade do canal, porém levando-se em consideração os efeitos conjuntos do carregamento e da SNR. Obteve-se então, via simulação MCS, para uma ampla faixa de  , o fator (ou amplitude) de desvanecimento médio normalizado equivalente e otimizado , no sentido da minimização da BER do sistema para a codificação turbo com taxa de codificação específica; resultados mostrados na Tabela I são para taxa de codificação 1/3 e baixa SNR. TABELA I FATOR DE DESVANECIMENTO OTIMIZADO   PARA UMA AMPLA FAIXA DE CARREGAMENTO DE SISTEMA, BAIXA SNR E RC = 1/3. Carregamento Eb / N0 [dB] (Região A) Q 0 2 4 6 8 10 12 14 QSU (0,0323) 1,00 1,00 0,95 0,89 0,87 0,78 0,72 0,65 QL (0,1613) 1,00 0,92 0,87 0,80 0,62 0,55 0,32 0,20 QLM (0,3226) 1,00 0,89 0,80 0,73 0,59 0,42 0,35 0,20 QM (0,4839) 1,00 0,86 0,72 0,62 0,57 0,39 0,25 0,17 QMH (0,6452) 1,00 0,85 0,72 0,58 0,40 0,32 0,20 0,15 QH (1,0000) 0,86 0,65 0,55 0,43 0,30 0,22 0,15 0,15 Observe-se que à medida que o carregamento e a SNR são
  • 5. 5 incrementados, o fator de desvanecimento normalizado otimizado decresce. A partir das informações do fator   da Tabela I e utilizando-se (12), obteve-se a medida de confiabilidade do canal (Lc), para a região A de Eb/N0, Fig. 1.a. Já para a região B, resultados MCS indicaram que para qualquer carregamento do sistema na faixa 0 < Q ≤ 1, os respectivos valores de Lc resultam aproximadamente iguais para um dado Eb/N0. Finalmente, para a região C (Eb/N0 ≥ 32 dB) verificou-se ainda por simulação a ocorrência de um patamar para o fator de confiabilidade do canal em torno do valor 17,74, conforme indicado na Fig. 1.a. Observe-se que para cada valor de carregamento Q, o comportamento do fator de confiabilidade do canal em função de Eb/N0 pôde ser descrito a partir da função sigmóide, devido à proximidade de seu comportamento com as curvas de nível (Q = constante) implícitas na Fig. 1.a. 20 15 10 5 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 10 20 30 40 0 Eb/N0 [dB] Lc Loading A B C QSu QM QH QL QLm QMh 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 EbN0 [dB] Lc K = 1 K = 5 K = 10 K = 15 K = 20 K = 31 L  Fig. 1. Comportamento da medida da confiabilidade do canal otimizado em função de: a) Eb/N0 e do carregamento Q; b) Eb/N0 na faixa [0, 20] dB. Com o objetivo de determinar os coeficientes das equações sigmóides que maximam o desempenho (mínima BER), i.e., obter expressões fechadas otimizadas para a medida da confiabilidade do canal ( ), inicialmente, analisou-se os C valores numéricos de Lc para cada carregamento de sistema na faixa de ocorrência de mudanças significativas em Lc (i.e., Eb/N0  [0; 20] dB, Fig. 1.a). Com os valores de Lc da Fig. 1.b e utilizando-se a mesma consideração inicial para 0 / [22;30] b E N  dB, Fig. 1.a, determinou-se as novas equações sigmóides ajustadas para o melhor desempenho considerando um determinado carregamento, da forma: 1 2     2 0 dB 0 @ 15 1 exp Qc b x Q L A A A E N x d             Os coeficientes obtidos para essa família de equações sigmóides, tendo como parâmetro o carregamento, são mostrados na Tabela II. De posse destas equações, ajustadas para cada L carregamento de sistema, procedeu-se ao último ajuste, tendo em vista a redução a uma única equação geral para a medida de confiabilidade do canal otimizada em função de Eb/N0 e C  Q. Ajustou-se os parâmetros inclinação e deslocamento horizontal da curva sigmóide, obtendo-se finalmente:   0 dB 0 16 15, 7 17, 7 1 exp c b x L E N x d             onde: 0 12, 6 16, 4 1 exp 0, 055 0,1 1, 55 2, 25 1 exp 0, 45 0, 055 x x Q d Q                       TABELA II COEFICIENTES PARA AS EQUAÇÕES SIGMOIDAIS OTIMIZADAS DA (15). Param. QSU QL QLM QM QMH QH A1 1,9754 1,7930 1,8245 2,1462 2,2101 1,9699 A2 17,768 17,842 17,825 17,715 17,581 17,535 x0 9,2898 14,69 15,038 16,171 16,416 16,363 dx 1,4835 3,7820 3,6411 2,7688 2,2354 2,2424 A Fig. 2 compara as equações sigmóides ajustadas individualmente (15) e Tabela II, com a equação geral (16). À medida que o carregamento aumenta, os comportamentos das duas equações se aproximam, sendo praticamente coincidentes para Q ≥ 0,3226. Para carregamentos muito pequenos (até Q  0,1), há cruzamento da curvas em torno de Lc ≈ 9. Apesar da próxima seção de resultados numéricos não abrager canais seletivos em frequência, a metodologia de análise para a confiabilidade de canal estabelecida nesta seção permite inferir a aplicabilidade da (16) a cenários ainda mais genéricos, tais como existência de seletividade, outros tipos de
  • 6. 6 desvanecimentos e taxas de codificação. IV. RESULTADOS NUMÉRICOS Em todas as simulações MCS, considerou-se sistema DS/CDMA assíncrono com ganho de processamento N=31, seqüências aleatórias, códigos curtos e canal Rayleigh lento no tempo e plano em freqüência; K=1, 5, 10, 15, 20 e 31 usuários (equivalente a carregamentos na faixa de 0,0323 ≤ Q ≤ 1) com velocidades constantes e uniformemente distribuídas, resultando em uma freqüência Doppler máxima de 222,2 Hz para uma freqüência da portadora de 2 GHz. Demais parâmetros de sistema, tais como a taxa de codificação Rc = 1/n, tipo de entrelaçador e de concatenação do codificador turbo seguem as especificações do sistema CDMA2000 [30]; adotou-se matriz geradora dos códigos turbo da forma [1, 15/13, 17/13]. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 18 16 14 12 10 8 6 4 2 EbN0 Lc Geral K = 1 Sigm K = 1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 18 16 14 12 10 8 6 4 2 EbN0 Lc Geral K = 20 Sigm K = 20 Fig. 2. Comportamento para a medida de confiabilidade otimizada em função da SNR, equações gerais (16) × (15), considerando baixo e alto carregamentos. O desempenho do algoritmo turbo foi analisado para três taxas de codificação, 1/2, 1/3 e 1/4, equivalentes a uma taxa básica de transmissão de 14400 bps, 9600 bps e 6800 bps, respectivamente, uma quantidade de bits de informação de 282, 186 e 130 e que somados aos 6 bits dos registradores totalizam 288, 192 e 136 bits, respectivamente, transmitidos em 20 ms. A Fig. 3 compara os resultados de desempenho MCS, em termos de BER, a partir da aplicação da medida de confiabilidade de canal otimizada: equações sigmóides ajustadas para diferentes carregamentos de sistema, (15) versus a equação sigmóide geral (16). Verifica-se que a equação geral proposta apresenta um desempenho marginalmente superior ao das equações sigmóides individuais propostas, em quase a totalidade da faixa de Eb/N0. Esta superioridade torna-se cada vez mais imperceptível à medida que o carregamento do sistema aumenta. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 100 10−1 10−2 10−3 10−4 10−5 10−6 Eb/No [dB] BER Sigm K = 31 Sigm K = 20 Sigm K = 15 Sigm K = 10 Sigm K = 5 Sigm K =1 K = 1 (Eq. Geral) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 100 10−1 10−2 10−3 Eb/No [dB] BER Sigm K = 31 Sigm K = 20 Sigm K = 15 Sigm K = 10 Sigm K = 5 sigm K = 1 K =20 (Eq. Geral) Fig. 3. Desempenho MCS a partir da aplicação das equações sigmóides (16) × (15) propostas, com QSU e QMH (K=1 e 20 usuários, respectivamente). Observe-se que resultados de desempenho considerando diferentes taxas de codificação e carregamentos de sistema, obtidos via simulação MCS, indicaram a mesma consistência na aplicação da equação da confiabilidade do canal Rayleigh plano baseada na equação sigmóide geral proposta (16), conforme indicado na Fig. 3, em comparação à equação (12). Assim, obteve-se desempenhos semelhantes para Eb/N0 na faixa [0; 14] dB e consideravelmente superiores aos obtidos a
  • 7. 7 partir da equação da literatura para a região de média e alta SNR (Eb/N0 > 14 dB), conforme ilustrado na Fig. 4 para o caso Rc=1/3. Para as demais taxas de codificação analisadas, resultados MCS indicaram a mesma consistência de desempenho obtidos com a taxa 1/3. 0 5 10 15 20 25 100 10−1 10−2 10−3 10−4 10−5 10−6 EbN0 [dB] BER K = 31 Eq.Sig. K = 10 Eq.Sig. K = 5 Eq.Sig. K = 1 Eq.Sig. K = 31 Eq.Lit. K= 10 Eq.Lit. K = 5 Eq.Lit. K = 1 Eq.Lit. Fig. 4. Comparação de desempenho MCS considerando a equação sigmóide geral proposta × literatura; Rc=1/3. V. CONCLUSÕES Este trabalho estabeleceu uma metodologia de análise para a obtenção da equação de confiabilidade de canal generalizada, com abrangência e aplicabilidade em cenários de múltiplo acesso, multiusuário (efeito do carregamento do sistema), seletividade de canal, tipos de desvanecimentos e taxas de codificação. A partir da técnica de ajuste de curvas, especificamente neste trabalho, foi proposta uma nova equação para a predição da medida de confiabilidade do canal (Lc) em codificação turbo de sistemas DS/CDMA sujeitos a canais com desvanecimento e à interferência de múltiplo acesso. Obteve-se melhor consistência em termos de desempenho nas regiões de alta SNR em sistemas de múltiplo acesso DS/CDMA com detecção uniusuário, operando sob diversas condições de carregamento e codificação, indicando uma alternativa mais apropriada para a medida de confiabilidade do canal em comparação às equações sugeridas na literatura, tendo como métrica o desempenho BER. REFERÊNCIAS [1] S. Verdú. Multiuser Detection. Cambridge Univ. Press, 1998. [2] J. L. Jacob, T Abrão, P. J. E. Jeszensky, “DS/CDMA Multiuser Detection Based on Polynomial Expansion Subspace Signal”. Revista IEEE América Latina, 6 (5): 371-381, Sept. 2008 [3] C. Berrou, A. Glavieux, and P. Thitimajshima. “Near Shannon Limit Error-Correcting Coding and Decoding”, Proceedings of ICC’93, pages 1064–1070, May 1993. [4] C. Berrou and A. Glavieux. “Near Optimum Error Correcting Coding and Decoding: Turbo Codes”, IEEE Transactions on Communications, 44(10):1261–1271, Oct. 1996. [5] C. E. Shannon. “A Mathematical Theory of Communication”, The Bell System Technical Journal, 27(Part I e II):379–423 e 623–656, Oct 1948. [6] W. Koch and A. Baier. “Optimum and Sub-Optimum Detection of Coded Data Disturbed by Time-Varying Inter-Symbol Interfrence”, IEEE GLOBECOM’90, 3:1679–1684, Dec. 1990. [7] J. A. Erfanian, S. Pasupathy, and G. Gulak. “Reduced Complexity Symbol Detectors with Parallel Structures for ISI Channels”, IEEE Transactions on Communications, 42:1661–1671, Feb. 1994. [8] P. Robertson, E. Villebrun, and P. Hoeher. “A Compararison of Optimal and Sub-Optimal MAP Decoding Algorithms Operating in the Log Domain”, Proceedings International Conference Communications (ICC’95), pages 1009–1013, Jun. 1995. [9] J. Hagenauer and P. Hoeher. “A Viterbi Algorithm with Soft-Decision Outputs and Its Applications”, in Proceedings of IEEE Global Telecommunications Conference (GLOBECOM’89), pages 47.1.1– 47.1.7, Nov. 1989. [10] J. Hagenauer. “Source-Controlled Channel Decoding”, IEEE Transactions on Communications, 43, No.9:2449–2457, Sep. 1995. [11] S. L. Goff, A. Glavieux, and C. Berrou. “Turbo-Codes and High Spectral Efficiency Modulation”, in Proceedings of IEEE International Conference on Communications (ICC 94), 2:645–649, May 1994. [12] U. Wachsmann and J. Huber. “Power and Bandwidth Efficient Digital Communications Using Turbo Codes in Multilevel Codes”, European Transactions on Telecommunications (ETT), 6:557–567, Sep. - Oct. 1995. [13] P. Robertson and T. Worz. “Bandwidth-Efficient Turbo Trellis-Coded Modulation Using Punctured Component Codes”, IEEE Journal on Selected Areas in Communications, 16, No.2:206–218, Feb. 1997. [14] J. Hagenauer, E. Offer, and L. Papke. “Iterative Decoding of Binary Block and Convolutional Codes”, IEEE Transactions on Information Theory, 42(2):429–445, Mar. 1996. [15] R. M. Pyndiah. “Near-Optimum Decoding of Product Codes: Block Turbo Codes”, IEEE Transactions on Communications, 46, No.8:1003– 1010, Aug. 1998. [16] H. Nickl, J. Hagenauer, and F. Burkett. “Approaching Shannon’s Capacity Limit by 0.27 dB Using Simple Hamming Codes”, IEEE Communications Letters, 1:130–132, Sep. 1997. [17] A. Barbulescu and S. S. Pietrobon. “Interleaver Design for Turbo Codes”, IEE Electronics Letters, 30:2107–2108, Dec. 1994. [18] S. Benedetto and G. Montorsi. “Design of Parallel Concatenated Convolutional Codes”, IEEE Transactions on Communications, 44, No.5:591–600, May 1996. [19] S. Benedetto and G. Montorsi. “Unveiling Turbo Codes: Some Results on Parallel Concatenated Coding Sschemes”, IEEE Transactions on Information Theory, 42:409–428, Mar. 1996. [20] L. C. Perez, J. Seghers, and D. J. Costello. “A Distance Spectrum Interpretation of Turbo Codes”, IEEE Transactions on Information Theory, 42, No.6:1698–1709, Nov. 1996. [21] A. Burr. “Turbo-Codes: the Ultimate Error Control Codes? ”, Electronics & Communication Engineering Journal, 13(4):155–165, Aug. 2001. [22] IEEE Std. 802.16. Part 16: Air Interface for Fixed Broadband Wireless Access Systems, 2001. [23] IEEE Std. 802.16.2. Coexistence of Fixed Broadband Wireless Access Systems, 2004. [24] IEEE Std. 802.16a. Part 16: Air Interface for Fixed Broadband Wireless Access Systems - Amendment 2: Medium Access Control Modifications and Additional Physical Layer Specifications for 2-11 GHz, 2003. [25] IEEE 802.15 Working Group for WPAN. Ieee 802.15 std. specification, 2002. [26] M. R. Soleymani, Y. Gao, and U. Vilaipornsawai. Turbo Coding for Satellite and Wireless Communications. Kluwer Academic Publishers, Norwell, MA, USA, 2002. [27] W. Okano, F. Ciriaco, and T. Abrão. “Confiabilidade do canal em sistemas ds/cdma com codificação turbo sujeitos ao desvanecimento lento e seletivo em freqüência”, In XXV Simpósio Brasileiro de Telecomunicações, SBrT 2007, page 6pp, Recife, PE, Sept. 2007. [28] J. G. Proakis. Digital Communications. McGraw-Hill, New York, NY, USA, second edition, 1995. [29] L. Hanzo, J. P.Woodard, and P. Robertson. “Turbo decoding and detection for wireless applications”, Proceedings of the IEEE, 95(6):1178 – 1200, June 2007. [30] TIA/EIA/IS-2000-2. Physical Layer Standard for cdma2000 Spread Spectrum Systems. Telecomunications Industry Association, Aug. 1999.
  • 8. 8 Wagner José Okano obteve o título de Engenheiro Eletricista (1985) pela UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Curitiba e o título de mestre em Engenharia Elétrica (2009) pela Universidade Estadual de Londrina (DEEL-UEL), Paraná. Trabalha como engenheiro de telecomunicações desde 1987 na Sercomtel S.A. – Telecomunicações, e a partir de 1999 na Sercomtel Celular S. A. (operadora de telefonia móvel celular, com sede em Londrina, no Paraná), onde atua principalmente no planejamento e otimização de RF em redes de acesso de voz e dados nas tecnologias GSM/GPRS/EDGE e WCDMA/HSPA. Fernando Ciriaco obteve os títulos de Engenheiro Eletricista (2004) e Mestre em Engenharia Elétrica (2006) pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente é aluno de Doutorado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (desde 2007). Atuou como professor na Universidade Norte do Paraná (2005-2007) e na Universidade Estadual de Londrina (2006-2009). É professor (desde 2007) e coordenador do Núcleo de Engenharias (desde 2008) da Faculdade Pitágoras - Campus Metropolitana. Suas áreas de pesquisa incluem Sistemas de Comunicação Sem Fio, Sistemas DS/CDMA, Detecção Multiusuário, Algoritmos Heurísticos e Estimativa de Parâmetros. É autor de aproximadamente 30 trabalhos técnicos/científicos publicados em revistas, congressos nacionais e internacionais nas áreas de atuação acima. Taufik Abrão possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (1992), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (1995), doutorado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (2001) e pós-doutorado pela UPC - Universitat Politècnica de Catalunya (Radio Communication Group), Espanha (Jun-2007 a Nov-2008). Atualmente é professor Associado da Universidade Estadual de Londrina, onde atua no ensino e pesquisa em Eng. Elétrica, desde 1996. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Sistemas de Telecomunicações, atuando principalmente nos seguintes temas: sistemas CDMA, MC-CDMA e UWB, detecção multiusuário sub-ótima, seqüências de espalhamento, métodos de otimização analíticos e heurísticos aplicados a diferentes aspectos de sistemas de comunicação: detecção, decodificação e estimativas de parámetros, alocação de recursos, entre outros. Foi editor geral da Revista Semina Exa/Tech da UEL (2006-2007). Tem atuado como revisor dos periódicos internacionais e nacionais. Tem contribuido como membro técnico e revisor em vários congressos nacionais e internacionais na área de Telecomunicações e Processamento Digitais de Sinais. É co-autor de mais de 80 trabalhos científicos publicados em revistas, congressos nacionais e internacionais.