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1
2 -JHERO MaGazine
3
4 -JHERO MaGazine
Edição 01 - Ano 01
Novembro 2018
Especial
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jefferson Saylon de Souza (Saylon
Kaguya)
REDAÇÃO
Dirlyane Ferreira (Kushina)
Igor Lunei (Lunei)
Jefferson Saylon de Souza (Saylon
Kaguya)
Jesianne Delfino (Musa-sama)
Kenny Desavoy (Kenny MD)
Stéfany Christina (Fany-Chan)
Uberlan Rosa de Faria (Tsukasa-kun)
DIAGRAMAÇÃO E TRATAMENTO DE
IMAGENS
Stéfany Christina (Fany-Chan)
PRODUZIDO POR:
Dez anos não é para qualquer
um, ainda mais quando estamos
falando de uma rádio online
voltada para um segmento como
o da J-Hero. Mas não viemos aqui
para falar de dificuldade e sim
enaltecer toda a história que está
por trás desses anos, tanto de
colaboradores como de ouvintes/
leitores.
Por conta disso, a Redação
dessa rádio maravilhosa decidiu
fazer esse projeto. E para
abrilhantar mais ainda nossa
produção, convidamos amigos e
antigos redatores que deixaram a
sua marca no site e agora deixará
também nesta revista.
Alguns dos textos adaptamos de
materiais já publicados lá no site,
por que muitos possuem temas
que são válidos até hoje e, por
isso, valem a pena serem lidos de
novo... :v
Bem, vou parar de falar por
aqui para não estragar a surpresa,
no entanto, quero deixar bem
claro que a revista ficou linda
(modéstia a parte) e se deliciem
com todo o conteúdo.
Até mais... O/
Fany-Chan
Oi da redação
5
Namie Amuro – What a Feeling
(12.03.2008)
Se a aposentadoria
da Namie Amuro do ano
passado para cá rendeu
milhões em vendas de
discos e lotou shows
numa turnê de despedida,
consagrando-a como uma
das maiores cantoras
japonesas de todos os
tempos, as coisas não lhe
eram tão favoráveis assim
durante boa parte da
década passada.
Após uma série de
polêmicas em sua vida
pessoal, foi preciso que ela
modificasse sua imagem
ao público, voltasse a ser a
queridinha da nação. Levou
tempo, mas rolou.
E o single “60s 70s
80s”, triple-a-side em
colaboração com uma linha
de cosméticos da Vidal
Sassoon, foi a coroação
final, reinventando
sucessos dessas três
décadas e, junto disso, sua
carreira.
Para os 80s, a faixa
escolhida foi “What
a Feeling”, da Irene
Cara, tema do filme
“Flashdance”.
No entanto, o resultado
em nada se assemelhou
com a inspiração, fitando
com o produtor Mondo
Grosso um futurismo
cujo bpm é ainda mais
rebolativo que o original.
Quase 300 mil cópias
vendidas ao todo.
Hatsune Miku - World is Mine
(31.05.2008)
Não sei se alguém
previa o sucesso que
vocaloids fariam entre o
final da década passada e
o início dessa, mas é certo
que “World is Mine”, da
Hatsune Miku, foi uma das
músicas responsáveis por
isso.
Anos se passaram,
toda a marca evoluiu,
rolou turnê mundial com
hologramas, diferentes
regravações, a Hatsune se
tornou a waifu de todo um
nicho e figura reproduzível
por cosplayers, desenhistas
etc.
O embrião de tudo, no
entanto, foi naquele áudio
no NicoNico, 10 anos atrás.
Ikimono Gakari – Blue Bird
(09.07.2008)
Vai ser difícil surgir um
anime com tanto apelo
ao mercado fonográfico
H
á 10 anos, o nicho brasileiro de fãs da cultura Pop asiática viu o
nascimento da Rádio J-Hero! Em suas diferentes versões, formações
de equipe e layouts, a estação online foi plataforma de divulgação
entre entusiastas do cancioneiro oriental radiofônico, com destaques
para vários artistas em seus respectivos auges às épocas.
E das milhares de faixas tocadas nessa década de existência, 10 bem
especiais aos consumidores dessa leva também comemoram 10 anos de
existência em 2018.
Separadas entre Japão e Coreia do Sul, confiram algumas delas – com suas
respectivas histórias por trás.
2008 em 10 músicas
Por Igor Lunei
5
6 -JHERO MaGazine
quanto “Naruto” foi. Cada
nova faixa selecionada
para sua soundtrack,
temporada a temporada,
era um evento ao
mercado.
Dentre as mais
emblemáticas está “Blue
Bird”, do grupo Ikimono
Gakari. 29 semanas nas
paradas musicais, quase
90 mil cópias vendidas só
em 2008.
Koda Kumi – Taboo (08.10.2008)
Koda Kumi vivia um de
seus melhores momentos
em 2008. Conseguindo
fazer, de maneira
orgânica, a transição
de uma imagem mais
recatada, adolescente,
para o furacão sensual
mundialmente conhecido,
“Taboo” foi a cereja no bolo
de tal período.
Num híbrido
esquisitamente envolvente
de R&B com Dance
Eletrônico, ela debochou
do conservadorismo
nipônico em letra e
clipe, brincando com
diferentes tabus sexuais
(homossexualidade,
bissexualidade, voyeurismo
etc.) que as pessoas
preferem esconder.
O resultado foi o topo
das paradas musicais
japonesas, com quase 70
mil cópias vendidas.
Tommy Heavenly6 - Paper Moon
(10.12.2008)
Ainda outra animesong
emblemática. Talvez não
para a cena Pop japa
como um todo, mas para
o coração desse que vos
escreve.
“Paper Moon” resumiu
não só o que foi o desenho
de “Soul Eater”, mas o
que é a Tommy Heavenly6
como um todo: uma
bobagem Pop que pega
referências góticas e
adiciona o máximo de
glitter aceitável à saúde
dos envolvidos.
Divertido demais.
Uhm Jung Hwa - D.I.S.C.O
(01.07.2008)
Enquanto o J-Pop já ia
a todo vapor há décadas,
tem mais ou menos uns 10
anos mesmo que o K-Pop
começou a esquentar
de verdade, com uma
melhoria considerável nas
gravações em estúdio e
uma porção de artistas de
alto apelo surgindo.
Em contrapartida, um
dos maiores nomes da
música sul-coreana “de
antigamente”, antes das
várias ondas hallyu, Uhm
Jung Hwa, soltou o que
seria seu último trabalho
grande em muito tempo.
“D.I.S.C.O” foi feito em
colaboração com vários
nomes da gravadora YG
Entertainment, tendo na
faixa título a participação
do BIGBANG T.O.P. Um
belo número voltado para
as pistas que fez as vezes
de despedida da diva-mór
de solistas até seu retorno
em 2016.
Lee Hyori – U-Go-Girl (16.07.2008)
6 -JHERO Magazine
7
Nesse período de
transição, tivemos também
um dos auges de outra
grande diva do K-Pop.
“U-Go-Girl” colocou
a Lee Hyori como um
parâmetro a ser alcançado
por outras idols. Música
bubblegum contagiante e
frequentemente revisitada
por outros artistas,
videoclipe sinônimo do
que é “Pop”, brincando
com marcas, produtos,
cenários, figurinos e
interpretações.
Um marco.
IU – Lost Child (23.09.2008)
Se hoje a IU pode ser
considerada a maior solista
da Coreia do Sul após anos
e anos vendendo a imagem
de “irmã mais nova” do
público (e depois jogar isso
água abaixo em 2015, com
ela negando tal persona
em “23” para ganhar ainda
mais poder), seu debut foi
ligeiramente complicado
em questão de aceitação.
O público parece não ter
entendido direito a ideia
sombria por trás de “Lost
Child”, com uma garota de
15 anos cantando sobre os
sentimentos quase suicidas
gerados pela dor de uma
separação.
Uma visão interessante
do passado, tendo em vista
tudo o que ocorreu depois.
TVXQ! – Mirotic (26.09.2008)
Outro lançamento
controverso de 10 anos
atrás, “Mirotic”, do TVXQ!,
acabou sendo censurada,
permitida apenas para
maiores de idade em sua
versão original de áudio e
álbum - cujo encarte trazia
imagens consideradas
demasiadamente sensuais
ao público geral.
No ano seguinte, a
gravadora relançou tudo
num repackage mais
“clean”, substituindo
trechos picantes da letra e
tudo mais.
De qualquer forma, não
foi o suficiente para barrar
esse de ser o maior release
sul-coreano de 2008,
com quase 500 mil cópias
vendidas ao todo.
Wonder Girls – Nobody
(30.09.2008)
Enquanto o sucesso
atual do BTS com o público
internacional, sobretudo
nos Estados Unidos, é
indiscutível, 10 anos
atrás as coisas não eram
tão fáceis para acts sul-
coreanos no ocidente.
Levando em conta
o quão precária era a
distribuição de músicas
pela internet à época,
com o YouTube apenas
engatinhando, é notável
que o Wonder Girls tenha
conseguido aparecer no
principal chart norte-
americano com a versão
em inglês de “Nobody”.
Rolou uma divulgação
em programas por lá,
uma turnê com os Jonas
Brothers mais tarde
e novos lançamentos
direcionados a tal público,
mas nada, de fato, chamou
tanta atenção quanto isso.
Um viral internacional
antes mesmo dessa
expressão se popularizar.
---
Igor Lunei é jornalista
formado pela UNESA, ex-
redator da Rádio J-Hero
e proprietário do site
Esquadrão Lunático.
7
8 -JHERO MaGazine
Uma revista
comemorando os dez anos
de vida da Rádio J-Hero
não poderia deixar passar
batido o que conhecemos
como “A era de ouro dos
animês no Brasil” e tudo
o que deu início ao que
conhecemos atualmente
nessa área, não é mesmo?
Por isso, entramos em
contato com ninguém
menos do que a Jornalista
e Analista de Cultura,
Sandra Monte, para nos
contar um pouco sobre
suas impressões dessa
época. Você não sabe
quem é ela? Então fique
tranquilo jovem padawan,
eu explico em algumas
linhas...
Sandra Monte é
uma das principais
pesquisadoras de cultura
asiática, principalmente
animês, de nosso país,
num time que também
podemos listar Sonya
B. Luyten, Alexandre
Nagado, Cristiane A. Sato
e diversos outros. Ela é
formada em Jornalismo
pela Universidade Anhembi
Morumbi, participou
da disciplina “Leitura
Crítica de Histórias em
Quadrinhos” da Escola de
Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo.
É autora do livro “A
Presença do Animê na TV
Brasileira” (obrigatório
para as estantes otakus) e
possui um site, atualmente
paralisado, chamado
Papo de Budega. No seu
currículo ainda podemos
encontrar algumas
reportagens para o site
Herói e outros sites e
revistas sobre animações
japonesas.
Agora devidamente
apresentada, vamos à
nossa entrevista cheia de
conhecimento e diversão.
JH - Para o seu livro
“A Presença do Animê
na TV Brasileira”,
você fez uma extensa
pesquisa para enumerar
os primeiros animês
que foram exibidos
aqui no Brasil. No
entanto, esbarrou na
dificuldade de saber
quais animações eram
apresentadas nos
programas infantis
das emissoras. Na sua
opinião, porque não
listavam as animações
dos programas?
Sandra Monte - A
dificuldade foi enorme.
Foram semanas e semanas
de buscas em jornais da
época. O que me parecia
é que simplesmente,
ninguém tinha ideia que
algum dia, alguém se
interessaria em obter esta
informação. Não somente
de animes, a programação
da televisão no geral
mesmo...
JH - E você acha que
existe a possibilidade
de um animê ter sido
exibido até mesmo
antes de “O Oitavo
Homem”, que você
listou como o primeiro,
por conta disso? Por
quê?
Sandra Monte - Existe
sim. Justamente porque
não parecia haver interesse
ou ideia de que fazer um
catálogo das coisas era
importante, já que muitos
programas tinham nome
do patrocinador e não
necessariamente o nome
dos desenhos. De fato,
apesar do ódio que muito
otaku nutre pela Globo, a
emissora parecia dar certa
atenção a este tipo de
informação.
JH - Indo um pouco
mais a frente no tempo,
você considera a Rede
Manchete a responsável
pelo sucesso dos animês
no Brasil? Por quê?
Sandra Monte - Mais
ou menos, a emissora se
tornou responsável quando
viu que estava tento
audiência e investiu. Talvez
outra emissora não tivesse
se importado tanto.
JH - Muitos sabem
que a explosão das
animações japonesas
por aqui foi com o
animê Cavaleiros do
Zodíaco e em seu livro
você explica os motivos
de ter sido exatamente
este. Agora, gostaria de
saber se você já assistiu
à animação e qual a sua
opinião sobre o mesmo.
Sandra Monte -
Bem, eu sou da geração
Manchete. Assisti aos
animes na época, primeiras
Páginas Amarelas – Sandra Monte
Por Fany-Chan
8 -JHERO Magazine
9
exibições. Eu sou um
arquivo vivo, aproveitem!
hahahaha A versão clássica
de CDZ continua muito
boa, apesar dos furos de
roteiro. E veja, quando falo
de animação, estou falando
em especial da parte
técnica. É surreal ver que
um anime produzido em
1986, 87, 88 é visualmente
melhor do que um "Alma
de Ouro" ou "Omega".
Deveria ser o contrário,
né?
JH - Você acha que
Cavaleiros do Zodíaco
teria o mesmo sucesso
que teve se tivesse
sido lançado em outro
momento?
Sandra Monte - Esta
é uma pergunta difícil.
Depende de qual teria sido
o outro momento...
JH - E se não
tivesse sido o CDZ,
qual animação, na
sua opinião, teria
conseguido fazer as
pessoas se interessarem
por animações
japonesas?
Sandra Monte -
Segundo outros países da
América, Ranma 1/2, que
fazia sucesso nos EUA e
México. Dragon Ball seria
um caso a se pensar,
porque apesar de CDZ ter
violência, os personagens
eram visualmente bonitos.
Não sei se isso é coisa
de mulher, ou se faria
diferença.
JH - Em relação à
década em que mais
vimos animês nas TVs
daqui, você acha que
as emissoras souberam
utilizar a diversidade
dos títulos japoneses?
Por quê?
Sandra Monte -
Não souberam, porque
demoraram anos até os
diretores de programação
entenderem que os
japoneses faziam e fazem
animes para públicos
específicos. Aqui imperava
a ideia de que desenho
animado era só para
criança.
JH - E o que você
acha que foi o principal
motivo de tantos animês
terem dado certo em
terras brasileiras?
Sandra Monte - Escrevi
isso no livro e continuo
batendo na mesma tecla:
a continuidade. Nós
gostamos de histórias,
gostamos de histórias
longas. Pô a gente curte
novela, seja brasileira ou
mexicana, atualmente
gostamos de seriados
americanos com traços
de continuidade. Então,
imagine naqueles anos que
você tinha que continuar
vendo o desenho para
saber o final...
JH - E na sua visão,
o que fez os animês
saírem das grades
infantis das redes? Má
administração ou falta
de conhecimento em
torno do produto que
transmitiam?
Sandra Monte - Hoje,
a coisa vai para além
dos animes. São todos
os tipos de animação.
Houve em um momento
da História que foi falta de
conhecimento do que eram
os animes. Daí, quando
se passou a conhecer,
a sociedade mudou e
as crianças largaram os
desenhos animados, os
adolescentes viam na
internet e os adultos
ou pararam ou viam na
internet também.
JH - Você acha
que podemos viver
novamente uma
época onde os animês
são transmitidos em
programas infantis ou
em outros horários da
forma que foi nos anos
2000?
Sandra Monte - Não
acho. A Sociedade mudou
demais... Desculpa aí o
pessimismo. Mas, é isso.
JH - E o que você
acha desse “vício”
que muitos brasileiros
adquiriram de
acompanhar animações
japonesas?
Sandra Monte - Eu não
sei como alguém continua
viciado em animes. As
produções estão muito
meia boca. Acho que
envelheci e não vejo bons
roteiros. Não poucos
os títulos bons. Mas,
sempre tem o mas, acho
que sempre é possível
encontrar bons títulos.
Bastaria a galera sair
da mesmice, ou, eu que
estou emburrada mesmo.
Hahahaha
---
Stéfany Christina (Fany-
Chan) é Jornalista formada
pelo UNIPAM e atual
Assistente de Redação da
Rádio J-Hero.
9
10 -JHERO MaGazine
"V
aleu Paizão!" é
nas palavras da
ex-Dj Ainarie
(The Face of
Voive) que todos na Rádio
J-Hero e no Brasil inteiro
agradeceram no dia 1º
de setembro de 2016 o
radialista Eduardo Miranda,
ex-diretor de Cinema da
extinta Rede Manchete, por
ter intervido e contribuído
para a criação de uma das
maiores fanbases otaku no
mundo.
Numa noite especial de
1° de setembro de 2016
os otakus celebraram os
22 anos da estreia de Os
Cavaleiros do Zodíaco
na TV Brasileira em um
especial de duas horas
comandado pelo ex-DJ
Ichinose (Overdose Geek)
e também a participação
de do DJ Edward (Miojo
com Shoujo). Os três
foram os responsáveis
por um Free Time das
22h-00h com o homem
que foi condecorado com a
alcunha de "Pai dos Animes
no Brasil", daí as palavras
de abertura desta matéria.
Em um bate-papo
descontraído (com direito
a muitas risadas) Eduardo
Miranda respondeu um
turbilhão de perguntas
vindas dos ouvintes,
o PAi dos animes no brasil
Confira a matéria especial de aniversário de CDZ no Brasil
por Saylon Kaguya com colaboração de Kenny MD
11
dos apresentadores e da
Redação J-Hero sobre
sua relação com o anime
inspirado na obra de
Masami Kurumada e com
o universo otaku de modo
geral.
Essa matéria,
originalmente publicado
na Cápsula J-Hero, traz
agora um destaque com
os melhores momentos
desse programa especial
para quem perdeu ou quer
relembrar.
Começamos destacando
a pauta da noite que foi o
aniversário de 22 anos de
CDZ em terras tupiniquins.
No dia 01 de setembro de
1994 estreou às 18h na
extinta Rede Manchete do
Grupo Gloch uma série de
animação japonesa que
mudou o modo como o
público brasileiro de TV
enxergava as "sessões
animadas". A TV Manchete
vivia um momento de
crise, mesmo sendo uma
das grandes emissoras
da época, e precisava
de algo realmente bom
para emplacar e brigar
pela audiência com as
concorrentes Globo e SBT.
No que se trata de
produção audiovisual
japonesa o canal já
tinha certa tradição com
alguns tokusatsus, mas
faltava o algo a mais. Foi
onde Eduardo Miranda,
então diretor de Cinema
da emissora, recebeu a
proposta ousada de exibir
um anime apresentado por
um licenciador louco de
vontade de comercializar
seus produtos por aqui.
Eduardo sempre lembra
que é um trabalho difícil
decidir o que vai ou não
ao ar e achou melhor ver
do que se tratava “Os
Cavaleiros do Zodíaco”.
Purista, como ele mesmo
faz questão em dizer
ao longo da entrevista,
Eduardo Miranda destaca
os motivos que o levaram
a decidir apostar em CDZ:
"(...) era uma coisa
que falava de amizade,
de heróis mitológicos...
foi bem legal poder
dar o parecer artístico
consciente para que a
emissora abraçasse a
ideia e confiasse. Agora
lembrando que não
foi nada fácil. A minha
cabeça estava em jogo!
Se Cavaleiros não desse
certo a história teria sido
bem diferente, Mas graças
a Deus fãs maravilhosos
como vocês fizeram de
Cavaleiros - e fazem - o
sucesso que ele é".
Sobre o movimento
otaku no Brasil, Eduardo
Miranda destaca surpreso
sobre como a programação
da TV Manchete se
desmembrou em tantos
nuances na web e fora
dela:
"Às vezes eu fico
olhando umas coisas que
são frutos diretamente da
programação de Cavaleiros
e eu fico impressionado
como isso se enraizou,
criou ouvintes [se
referindo à rádio J-Hero],
possibilidades. Mesmo no
mundo da dublagem, como
os dubladores passaram
a ser celebridades, os
conjuntos musicais e os
programas, os eventos
- essa multiplicação de
eventos que tem pelo
Brasil a fora - eu fico muito
orgulhoso em ver que de
uma certa forma o meu
trabalho influenciou isso",
pontua.
Ao responder algumas
perguntas mais suaves
Eduardo brincou e riu
muito na companhia
de nossos DJs. Ao ser
questionado pelo DJ RX
(que estava como ouvinte)
sobre qual personagem de
tokusatsu tinha vontade de
ser, Eduardo Miranda não
hesitou em dizer Kamen
Rider RX, que ele diz
amar a mística em volta
do enredo e do próprio
personagem. A surpresa
fica quando o DJ Ichinose
Eduardo Miranda, ex-diretor
de Cinema da extinta Rede
Manchete.
"Se Cavaleiros
não desse certo
a história teria sido
bem diferente, Mas
graças a Deus fãs
maravilhosos como
vocês fizeram de
Cavaleiros - e fazem -
o sucesso que ele é"
12 -JHERO MaGazine
faz a mesma pergunta,
mas para o universo dos
animes.
"De anime eu seria com
certeza Yusuke Urameshi
(risos) me identifico muito
com o Yusuke, acho ele
danado (...) ele é carioca
e não paulista [brincou ele
com o fato de ser carioca],
por isso, dei preferência
para que a dublagem fosse
daqui do Rio de Janeiro,
cheia de gíria. Ele é muito
bem concebido".
Sobre ainda continuar
trabalhando e assistindo
animes Eduardo é
categórico:
"Eu não paro! Até
porque isso faz parte dessa
parte de consultoria que
eu faço. Tem que estar
sempre atualizado, saber
o que está rolando de
bom só que infelizmente
para TV aberta está sendo
difícil porque ela não está
mais exibindo já que a
programação infantil foi
muito reduzida."
Sobre o título recebido
de o "Pai dos Animes no
Brasil" Eduardo Miranda se
diz muito feliz e honrado:
"Pra mim esse título
é muito mais do que
qualquer salário, qualquer
dinheiro que eu possa ter
recebido. Ele é... sei lá! É
difícil pra mim descrever
o que é receber um título
como esse. Claro, não vou
ser o falso modesto e dizer
que não o mereço. Claro,
tudo graças aquela outra
rádio que me concedeu
esse título há muito tempo
e agradeço muito a eles
porque foi ali que se
tornou viral, se tornou uma
coisa que um foi falando
pra outro e de repente
eu olhei no Google e meu
nome estava ligado a esse
título... Eu sou muito grato
a isso."
Questionado sobre
o fato de alguns do
movimento otaku
desejarem a criação de
um canal só para animes,
Eduardo Miranda dá seu
posicionamento como
conhecedor de Mídia e diz
que n]ao vê a possibilidade
de algo do tipo acontecer
ainda mais com o
momento dos canais de
streaming. Ele diz também
que as diferenças culturais
ainda são um empecilho:
"Eu esbarro ainda com
um problema em relação
a animes e tokusatsus que
é como o oriental pensa e
como o ocidental pensa.
Essas duas linguagens
geralmente batem de
frente. Existem coisas que
até hoje o oriental e o
ocidental não se entendem
(...) Lá são produtores que
estão fazendo produtos
para serem vendidos para
o mundo. Seria a mesma
coisa se fizéssemos algo
falando de samba e
pagode, funk e quisesse
que o Japão comprasse.
De repente alguns iam
gostar e outros não se
identificariam com isso",
explica.
Ao longo da conversa
Eduardo revelou várias
coisas sobre sua vida
profissional e destacou
a gratidão que tem pelo
público otaku de todo o
Brasil. A Rádio J-Hero é
que tem que agradecer
ao Eduardo Miranda por
sua genialidade e pela
entrevista.
Para você que quer
curtir um pouco mais
sobre CDZ e as histórias
de Eduardo Miranda
nós encerramos essa
matéria indicando o web
documentário "A Força do
Pégaso no Brasil" onde
ele conta muitas outras
situações, clique aqui para
vê-lo e escute novamente
a entrevista aqui.
Obrigado Eduardo!
---
Essa matéria foi
originalmente publicada no
site da Rádio J-Hero.
Jefferson Saylon (Kaguya)
é o atual Redator Chefe da
Redação da Rádio J-Hero e
Kenny MD é ex-Redator Chefe
da Redação.
"Às vezes eu fico
olhando umas
coisas que são
frutos diretamente
da programação de
Cavaleiros e eu fico
impressionado como
isso se enraizou"
13
U
ns dizem Animes,
outros Animês.
Mas pra mim o que
importa mesmo
não é a pronúncia, mas
sim o fator empolgação
e diversão. Mas porque
digo isso. Bom, um tempo
desses me deparei com
a pergunta: "O que você
vê de tão empolgante
nestes desenhos animados
japoneses hein?".
Essa pergunta me fez
rir e me levou a respondê-
la aqui. Esta pergunta me
foi feita por alguns amigos
e colegas de trabalho e
aproveito este espaço
para responder “O que
vejo de tão empolgante
nos animes”. Sem mais
delongas, vamos lá!
Ao longo destes anos
que venho acompanhando
os animes, venho
descobrindo que eles
não são bem assim como
muitos pensam por aí
não. Eles têm assuntos
com temas fortes,
conteúdo adulto e que em
nada lembram os ditos
"desenhos animados". E se
você tem curiosidade e se
interessa por este universo
muitas vezes controverso e
interpretativo, apresento-
lhes o caminho que eu
trilhei, um caminho legal
para que você desfrute e
descubra comigo o que de
tão empolgante eu vejo
neste animes.
High Scholl Of the Dead
Este anime dispensa
muito comentário. Eu
indico para aqueles que
gostam do apocalipse
zumbi. Ele conta a história
de um grupo de jovens
estudantes que se veem
presos em uma escola no
meio de um apocalipse
zumbi. Este é um bom
anime pra você começar a
trilhar...
Tudo começa em
uma manhã comum,
onde as coisas corriam
aparentemente normal
como devem ser. É quando
do telhado o jovem Komuo
Takashi, personagem
O QUE VEJO DE TÃO
EMPOLGANTE NOS ANIMES?
Por Tsukasa-Kun
14 -JHERO MaGazine
principal na trama, observa
um acontecimento bizarro
nos portões do colégio: um
homem começa a causar
uma tremenda confusão e
quando um dos professores
o tenta expulsar do portão,
acaba sendo mordido pelo
tal homem e é aí que tudo
começa. O professor se
torna o primeiro zumbi do
colégio. Ele simplesmente
começa a morder os outros
e em pouco tempo a escola
e os poucos estudantes
que sobrevivem se
deparam com uma horda
de comedores de carne.
Hehehe.
A história começa com a
velha trama já conhecida
de todos. Zumbis
invadindo uma escola,
contaminando outros,
alguns poucos tentando
sobreviver ao caos, mas
no decorrer da trama,
a série vai progredindo,
introduzindo outras
questões relacionadas com
o colapso da sociedade,
os sobreviventes que
se tornam perigosos,
incluindo uma possível
destruição dos códigos
morais humanos. Mais um
anime que recomendo para
os fãs do gênero.
Ao No Exorcist
Conhecido no ocidente
como Blue Exorcist, é uma
série de mangá escrito e
ilustrado pelo mangaká
Kasue Kato. Recebeu
uma adaptação em anime
com 25 episódios pelo
estúdio A-1 Pictures em
2001. O mundo em Ao
No Exorcist consiste em
duas dimensões, adjuntas
uma a outra como um
espelho em seu reflexo.
Uma é o mundo onde nós
os humanos vivemos.
Assiah. Outra é o mundo
dos demônios Gehenma.
Originalmente uma
verdadeira viagem entre
os mundos, ou mesmo
um contato entre eles, é
impossível. Entretanto,
qualquer demônio é capaz
de passar a dimensão
de Assiah através da
possessão dos humanos.
Ainda assim, durante
toda a trama que envolve
este anime, existem
demônios vagando entre
os humanos e só quem
pode ver é quem já teve
um contato direto com
um demônio de qualquer
nível. Em contrapartida,
existem aqueles chamados
de exorcistas, que são
pessoas que são treinadas
para enfrentar e destruir
estes demônios que agem
de maneira prejudicial ao
mundo dos humanos. Com
mais de dois mil anos de
existência, esse grupo
possui diversas filiais em
todo o mundo, estando
secretamente sob comando
do próprio vaticano
e agindo de maneira
subterfugiosa às massas.
Satã é o deus dos
demônios em Gehema e
um ser de poder ilimitado.
Há, contudo, uma única
coisa que ele possui:
um corpo no mundo dos
humanos capaz de abrigá-
lo. Por essa razão, ele
criou Okumura Rin, seu
filho gerado por uma
humana. Rin tem um
irmão gêmeo. Okumura
Yukio, muito inteligente
e a princípio acredita-se
que ele não tem nenhum
poder demoníaco o que
muda mais tarde, e ele
desde pequeno sempre
soube sobre os demônios
diferentes de Rin, e
prometeu proteger o seu
irmão acima de tudo e
por conta disso se torna
exorcista com apenas 15
anos.
Mas não está nos planos
de Rin ser manipulado
por seu pai. Ele é um
jovem rapaz humano que
leva uma vida normal
em Assiah, até o dia em
que descobre ser um
híbrido meio humano,
meio demônio, filho de
Satã. Agora, no intuito de
não machucar ou matar
mais pessoas, ele planeja
tornar-se um exorcista a
fim de destruir seu próprio
15
pai, Satã.
Um excelente anime
pra quem gosta do gênero
terror...
Swort Art OnLine
Este e um pouco mais
leve, mas nem por isso
deixa de ser empolgante,
sendo um dos favoritos
na opinião da maioria dos
fãs de animes. A trama se
passa no ano de 2022 onde
a tecnologia e altamente
avançada com um sistema
de realidade virtual criado
para os games controlados
pelo Nerve Gear, um
capacete que estimula
os cinco sentidos através
do cérebro e o primeiro
deles é o SAO que é um
VRMORG (um RPG em
realidade virtual).
Tudo começa com o
lançamento oficial do
SAO e todo esse mundo
de realidade virtual que
começa numa boa, até
que todos acabam ficando
presos dentro da realidade
criada pelo jogo. E pior,
sem a opção de sair ou
qualquer botão do gênero,
fazendo com que os gears
não possam ser retirados
por estarem ligados ao
cérebro de seus usuários.
Se forem removidos,
causam danos imediatos
ao usuário. Assim tudo
muda e a pequena
realidade virtual se torna
a mais pura realidade em
um verdadeiro jogo de
sobrevivência. Um anime
realmente muito bom que
me proporcionou muita
diversão.
Mirai Nikki
E este meus amigos(as)
sem dúvidas é o mais
inteligente de todos que eu
já assisti. E olha que tenho
uma vasta animeteca.
Imagine se você pudesse
se tornar um deus e ter
absolutamente tudo o que
você sempre quis. Seria
o máximo não é mesmo?
Mas, como nem tudo
nesta vida vem assim tão
fácil... para conseguir este
feito, você tem de matar
pessoas em uma espécie
de competição bizarra. E
agora? O que você faria.
É exatamente em torno
disso que o anime Mirai
Nikki, ou simplesmente O
Diário do Futuro gira. Não
vou comentar muito para
não correr o risco de dar
nenhum spoiler. Mas este
anime eu recomendo e
muito.
E e isso pessoal, é
por enredos como estes
apresentados aqui, que
eu acho o universo dos
animes muito empolgante
e repleto de diversão
e personagens muito
carismãticos. E tenho
orgulho, dos meus 38 anos
poder dizer que assisto sim
animes e curto demais. Um
forte abraço a todos e ate
o próximo encontro.
---
Esse texto foi publicado
originamente no site da Rádio
J-Hero.
Uberlan Rosa de Faria
(Tsukasa-kun) é redator da
Rádio J-Hero.
16 -JHERO MaGazine
E
m 2016, para
comemorar o final
do #MêsShoujo em
minhas colunas,
falei de um assunto
que é de importante
conhecimento para todos,
sejam amantes de shoujo
ou haters. Afinal para odiar
tem que ter conhecimento
de causa não acham?
Conhece aquele anime
chamado Toradora?
Então... Ele não é shoujo,
isso mesmo! Você foi
enganado a vida toda (ou
não).
Todas as obras da
Clamp são shoujo? Não!
Aliás o Chobits que voltou
na época pela JBC, não
é shoujo, é seinen (essa
me pegou de surpresa).
Então afinal, o que é
shoujo? O que é essa tal
de demografia que está no
título?
A Tia Musa explica... Ou
vai pelo menos tentar...
(me corrijam se eu estiver
errada... D:)
O que é Demografia?
A demografia, muito
citada em algumas
matérias, na verdade
refere-se ao gênero
demográfico dos
mangás/animes. Como a
demografia é uma área
da ciência geográfica
que estuda a dinâmica
populacional humana, o
gênero demográfico se
foca em histórias/obras
especificas para um grupo
populacional. Alguns
exemplos conhecidos são:
shounen, seinen, shoujo,
josei, etc. Temos também
o gênero demográfico
kodomo, porém não me
focarei nele.
Shounen: Garotos
Shoujo é só para garotas?
entenda o que é demografia, shoujo e gênero em animes ou mangás
Por Musa-sama
17
jovens / adolescentes –
Foco mais infanto-juvenil,
trazendo temas procurados
por eles, como aventura,
lutas e ação. Ex: One
Piece;
Seinen: Homens adultos
– Foco mais maduro, com
assuntos mais realistas,
explorando de maneira
mais “adulta” os temas do
shounen: aventura, luta e
ação. Ex: Gantz;
Shoujo: Garotas jovens
/ adolescentes - Foco mais
infanto-juvenil, trazendo
temas procurados por
elas, como romance,
aventura, cotidiano e
relacionamentos. Ex: Red
River – Shinohana Chie;
Josei: Mulheres adultas
– Foco mais maduro, com
assuntos mais realistas,
explorando de maneira
mais “adulta” os temas do
shoujo: relacionamento,
cotidiano e romance. Ex:
Usagi Drop;
No Japão as revistas
são especializadas em
demografias, por isso
independente do assunto
que a obra tiver, se
estiver em uma revista
especializada de shoujo,
será shoujo, mesmo que o
assunto não tenha nada a
ver com os temas que citei
acima.
Devido a maioria
das obras de revistas
especializadas shoujo
tratarem romance criou-
se a ideia que tudo que é
romance é shoujo, e tudo
que é shoujo tem romance,
mas isto está errado,
pois como expliquei: a
demografia de gênero do
mangá vem da revista o
qual foi publicada e nem
sempre eles seguem à
risca a ideia geral de tema
para cada revista.
Afinal, algumas vezes
o mangaká procura uma
revista especializada
em um gênero, mas é
encaminhado para outra,
pois a editora considerou
que a história seria mais
relevante para aquele
gênero demográfico em
específico.
E dessas ideias saem
algumas loucuras como
K-On! sendo Seinen
(publicado na revista
Manga Time Kirara).
É bem mais fácil
entender isso quando
pegamos um tema como
exemplo. Veja abaixo:
Tema: Romance Escolar
Shoujo – Ex: Ao Haru
18 -JHERO MaGazine
Ride – Revista Bessatsu
Margaret;
Shounen – Ex: Toradora
– Revista Dengeki Daioh;
Ambos possuem como
tema o romance escolar,
porém por estarem em
demografias diferentes,
possuem gêneros
diferentes. O primeiro
é mais focado para o
público jovem feminino e
o segundo para o público
jovem masculino, porém
isso não impede que
um público diferente do
público-alvo possa ler e
apreciar a obra. Somos
livres para ler o que
quisermos.
E só pra avisar, tanto
shoujo quanto shounen
pode ter ecchi, só vai ser
explorado o ponto de vista
e fetiche do público alvo.
Gostei da brincadeira.
Então, vamos mais um
exemplo:
Tema: Terror
Josei – Ex: Petshop of
Horrors – Revista Missy
Comics DX;
Seinen – Ex: Another –
Revista Kadokawa Shoten;
Moral da História:
Qualquer tema que seja,
você consegue encontrar
algo semelhante nas
diferentes demografias,
pois a demografia não
limita o assunto que será
tratado, apenas foca
em um público-alvo em
especial e desse enfoque
que surge o gênero que
chamaremos Mangá
Shoujo, Shounen, Josei ou
Seinen.
Por isso nem todo
romance será shoujo e
nem todo o shoujo terá
romance escolar bobinho.
Quer um exemplo? Temos
a mangaká Shinohara
Chie, conhecida como a
rainha dos mangás shoujos
de terror, todas as obras
dela possuem um suspense
na medida certa.
Alguns exemplos de
mangás da Chie-sensei
são Mizu ni Sumu Hana
(Romance of Darkness),
Akatsuki ni Tatsu Lion e
Ryouko no Shinreijikenbo.
Todas as histórias são
envoltas de mistério,
Mizu ni possui seres
sobrenaturais, mistério,
drama e lutas. Akatsuki
já vem com morte,
conspiração e aventura.
Enquanto Ryouko conta
com fantasmas, suspense
e morte, bem história de
terror mesmo.
Abaixo algumas editoras
e suas revistas shoujos
conhecidas:
Shueisha: Ribon, Ribon
Original, Cobalt, Cookie,
Cookie BOX, Margaret,
Bessatsu Margaret,
The Margaret e Deluxe
Margaret;
Kodansha: Nakayoshi,
Aria, Shōjo Friend,
Bessatsu Friend, Dessert e
The Dessert;
Shogakukan: Ciao,
Chu Chu, Shōjo Comic,
Betsucomi, Petit Comic,
Cheese! e Pochette;
Shoujo é só para garotas?
Sei que ouvir isso de
uma garota não dá muita
moral para comentar,
porém shoujo não é algo
apenas para mulheres,
muitos otakus homens
já se deram conta existe
muita qualidade e boas
histórias entre as obras
desta demografia, é só
saber procurar algo do
seu agrado. E shoujos que
falam de romance escolar
não são melhores ou piores
que um mangá shounen
com o mesmo assunto ou
qualquer outro assunto!
Cada um visa agradar
um público-alvo e dá
pra conciliar ambos os
gostos. No final, isso é o
que realmente importa,
saber conciliar e respeitar
tanto o fã incondicional de
shoujo, quanto aqueles
que preferem não assistir
este tipo específico de
demografia. Viver é aceitar
as diferenças, seja no
nosso mundo otaku ou em
qualquer outra área!
Espero que tenham
gostado da matéria,
aprendido nem que seja
um pouco e melhorado
um pouco a visão sobre o
mundo shoujo (tão lindo).
Continuem aproveitando
a Rádio J-Hero e seu
conteúdo! (<3)
----
Este texto foi
originalmente publicado no
site da Rádio J-Hero.
Jesianne Delfino (Musa-
sama) é formada em Turismo
pela Univesidade Federal de
Pampa e foi Redatora Chefe
da Redação da Rádio J-Hero.
19
19
20 -JHERO MaGazine
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22 -JHERO MaGazine
22 -JHERO Magazine
23
Mais otaku do que nunca!
o consumo de animês nos últimos dez anos no Brasil
D
ois grupos de
otakus são afetados
pelas dinâmicas do
tempo. O primeiro
é formado por aqueles que
estão em plena atividade
nos dias de hoje. Esse
é um grupo que assina
serviços de streaming e
vê animê na internet de
forma legalizada. Noutro
momento também vê
alguma coisa do gênero
na TV aberta e também
no cinema, quando
ações promocionais são
elaboradas por integrantes
desse mercado em nosso
país.
O segundo grupo,
bem mais complexo por
reunir elementos de duas
décadas distintas (até
mesmo três!), conta com
diferentes maneiras de
consumo do principal
produto do fandom – o
animê – transitando
entre o legal/oficial e o
ilegal/alternativo, o fácil
e o difícil (em termos
brandos).
Entre esses grupos,
num período quase que
de transição, nasce no
Brasil uma rádio virtual
que dialoga com ambos
os lados. Uma rádio que
reúne tanto os mais
experientes como os
iniciantes na Cultura Pop
Japonesa. Uma rádio que
é “Do seu jeito! Do seu
gosto!”.
A Rádio J-Hero, assim
como algumas de suas
concorrentes, aproveita-
se da formação de onda
de consumo de animês
no Brasil para formar seu
público cativo e alegre.
Tal processo, no entanto,
é pautado pelo ciclo
de modificações que o
mercado de televisão e
a internet teve que se
adequar. Obviamente isso
afetou também a forma
como a distribuição e o
consumo de animê foi
executado em nosso país.
No ano de 2008 –
quando a Rádio J-Hero
surge – o Sistema
Brasileiro de Televisão
(SBT) dava mais uma
cartada na tentativa de
manter o seu público
infantil interessado. Não
que “Bom Dia & Cia.” e o
restante da programação
voltada para as crianças
fosse um tiro no pé. Na
verdade, ainda hoje Sílvio
Santos aposta nesse
tipo de conteúdo como
ferramenta de fidelização
da faixa etária à emissora.
A questão é que no
ano anterior o SBT havia
exibido a animação Naruto,
um sucesso no Japão e
entre alguns fãs brasileiros
que consumiam via DVD
alternativos e internet. O
certo é que as aventuras
do ninja loiro com um
demônio de nove caudas
em seu corpo deram um
gás interessante para a
emissora dos Abravanel.
Passado um ano, era
necessário apostar numa
nova marca de sucesso
no Japão. O escolhido foi
One Piece. Foi aí que o
SBT – e a TV Aberta como
um todo – sofreu um duro
golpe que se refletiria nos
anos seguintes em sua
relação com as animações
japonesas. Cortes e
adaptações na versão que
foi exibida no ocidente
caíram no desagrado dos
fãs mais experientes e que
já acompanhavam Monkey
D. Luffy e seu bando
através das fansubs (visto
que o animê é exibido no
Japão desde 1999).
por Saylon Kaguya
CAPA
24 -JHERO MaGazine
Em entrevistas
anteriores concedidas a
sites e blogs focados em
cultura otaku no Brasil,
a representação da Toei
Animation no Brasil já
explicou que a versão
censurada feita pelos
americanos (4Kids) foi a
escolhida para ser exibida
no SBT devido ao horário
da transmissão – pela
manhã – e que o fato
de esta versão também
já estar dublada (e em
exibição no Cartoon
Network) ajudou na hora
de fechar o licenciamento.
Aqui temos um dos
motivos que levou a
animação japonesa ir
dando menos as caras
por aqui na TV aberta.
A mentalidade que
defende a tese “animê é
coisa de criança” sempre
acabou sendo levada em
consideração na hora de
se fechar os acordos de
exibição. Fora isso também
havia o fato de que
ninguém abriria horário no
seu prime-time para exibir
desenhos e correr o risco
de amargar as últimas
colocações junto aos
institutos de audiência.
O certo é que One
Piece não vingou – pelo
menos em sua versão na
TV aberta – e até entre
os fãs um debate havia
se instaurado a respeito.
A dublagem feita pelo
estúdio DPN Santos
teve muito comentários
negativos a respeito de
escolha de vozes e troca
de nomes. Vale destacar
que o estúdio fez seu
trabalho em cima da
versão da 4Kids e que
isso influenciou muito
os rumos da série por
aqui. No geral, apenas 52
episódios (que equivaliam
aos acontecimentos do
episódio 84 devido aos
cortes) foram dublados
e exibidos no Brasil. Isso
despertou nos otakus mais
experientes a seguinte
dúvida: Seria a dublagem
brasileira ainda eficiente na
animação japonesa?
Com muitas pessoas
acompanhando animês
através de fansubs na
internet – e ouvindo
as versões com áudio
original – era bem comum
fazer a comparação
entre os dois trabalhos
e se exigir que fossem
equivalentes. Já não se
consumia a dublagem
como nas décadas de 1980
e 1990. O público agora
conhecia a versão original
com antecedência e isso
influenciou muito na sua
recepção.
Mudanças também
aconteciam na TV Fechada.
Após um longo período
(2005-2007) sobre o
slogan “24 Horas Full
Anime” o canal Animax,
primeiro da América Latina
dedicado ao mercado
japonês de animação,
abandonava suas raízes
e passava a investir em
produções ocidentais como
séries e reality shows.
Criadas em cima das bases
de outro canal famoso, o
Locomotion, as atrações
do Animax deram as caras
no Brasil inicialmente
como um bloco dentro
da programação da Rede
Bandeirantes (2000) e
Rede Record (2001).
Após seu período áureo
dedicado aos animês, a
emissora – pertencente
ao grupo Sony – mudou
seu slogan para “TV
Extraordinária” em 2008
e começou a dar menos
espaço gradativamente
através dos anos
aos animês até sua
descontinuidade em 2011
quando tornou-se o canal
Sony Spin.
Entre os destaques do
Animax em sua segunda
fase se pode citar Death
Note, Bleach, Fate/
Stay Night (versão do
Estúdio DEEN), Basilisk
25
e Samurai X. Sua última
animação japonesa,
ainda como Animax, foi o
shoujo Nodame Cantabile
estreando em março de
2011.
Os animês ainda
figuraram na programação
do Sony Spin até 5 de
maio de 2012, quando
a emissora encerrou
finalmente sua longa
parceria com o estúdio
GONZO e a Aniplex, que
junto com Sony eram os
principais financiadores
do Animax. As últimas
animações japonesas
inéditas que seriam
exibidas até esta data
seriam a segunda
temporada de Bleach
e Fullmetal Alchemist
Brotherhood.
O ano de 2008 havia
sido bastante difícil para
os otakus. Nesse período
o canal Play TV encerrava
a sua primeira exibição de
Os Cavaleiros do Zodíaco e
dava fim ao Otacraze, seu
principal bloco focado nos
animês dentro da grade.
Após isso a emissora ainda
exibiria Yu Yu Hakusho e
Monster Rancher antes de
migrar da TV Aberta para a
TV Fechada.
Seis anos depois o Play
TV retomava seu papel
como disseminador da
animação japonesa no
Brasil ao exibir Death Note
e Bleach, antes exibidos
no Animax. No ano de
2015 a emissora passou
a exibir Yu-Gi-Oh! e foi
a responsável por exibir
de forma inédita Naruto
Shippuden em uma versão
dublada. Já em 2018, o
Play TV apresentou de
forma inédita na TV a saga
dos Arrancars do animê
Bleach e após abril do
mesmo ano anunciou o
fim das transmissões de
animê por força de fim de
contrato sem dar previsão
de retorno.
Antes de chegarmos
ao ponto de virada da
animação japonesa no
Brasil falta destacar a
trajetória dos dois últimos
baluartes que ainda restam
ser aqui elencados: a Rede
Globo e a Rede TV.
Mais uma vez 2008 se
mostrou como um ano
terrível. Na TV Globinho
era o último ano de
Geovanna Tominaga à
frente da atração. Isso
após um “retorno” triunfal
à grade semanal depois
de ter ficado recluso aos
sábados para dar vez ao
último suspiro de vida
de Xuxa Meneghel na
emissora dos Marinho.
Sem animês entre as
atrações o público teve
que se contentar com a
produção da Nickelodeon,
Avatar: A Lenda de
Aang (Avatar: The Last
Airbender), que não
decepcionou e cativou a
massa.
No ano seguinte os
otakus – e o público em
geral – ainda puderam
contar com Yu-Gi-
Oh! GX, Bakugan e a
versão americanizada do
tokusatsu Kamen Rider: O
Cavaleiro Dragão. Daí em
diante não tivemos
“nada de novo
debaixo do sol”
no tocante ao que
vinha do Japão e o
próprio programa foi
jogado de escanteio
devido a estreia
do Encontro com
Fátima Bernardes
em 2012, quando
voltou a ser exibido
somente aos
sábados, e teve sua
descontinuidade em
2015 com a estreia
do matinal É de
Casa.
A Rede TV será lembrada
como a esperança de
muitos otakus que viveram
o pós-2008. Chamada
por alguns como “A Rede
Manchete dos anos 2000”,
a emissora dos grupos
Dallevo & Carvalho, tratou
de tornar a animação
japonesa como um
produto atrativo para
crianças e adolescentes
numa mecânica de
retroalimentação do
conteúdo sempre
reprisando animês antes
exibidos na TV aberta
e dando espaço para
exibição daqueles que
ficam no ambiente da TV
Fechada.
Atrações como Yu-
Gi-Oh! GX e Pokémon
foram as mais exibidas na
programação que contou
também com Fullmetal
Alchemist, Hunter x Hunter
e Inazuma Eleven (Super
Onze), Digimon Frontier e
o tokustastu Ryukendo.
Desde aquela época
o fã da Rádio J-Hero
viveu essas e outras
situações envolvendo o
consumo de animê no
Brasil, encontrando na
webrádio um refúgio para
o diálogo e manutenção do
fandom. Reunindo na sua
programação elementos
26 -JHERO MaGazine
agora não mais estranhos
como as animesongs e
o J-Pop, além de trazer
informações atualizadas
sobre o mundo dos animês
no Japão e também no
Brasil, a J-Hero chegou aos
seus dez anos justamente
por saber lhe dar com
essas mudanças, saber
lhe dar com o crescimento
dos otakus daquela época
e surgimentos de novo fãs
com o passar dos anos.
Nesse ínterim o consumo
de animês mudou mais
uma vez. Para quem ficava
cada vez mais imerso na
web assistindo através de
fansubs novos métodos
de reunir o discurso do
politicamente correto com
a paixão pela animação. O
mais rentável e popular do
momento são os serviços
de streaming on-demand.
Dois anos antes de a
Rádio J-Hero ser criada
- na cidade de Berkeley,
Califórnia (EUA) - quando
um grupo de fãs da
Universidade da Califórnia
se reuniu para montar uma
start-up com intenções de
transmitir o conteúdo de
animês e shows musicais
com conteúdo hospedado
produzido por fãs (fansubs)
em muitos casos. De
natureza comercial, o
serviço rapidamente
chamou a atenção dos
grandes grupos de mídia
do Japão como Bandai
e Funimation que logo
trataram de buscar
resguardar os direitos de
distribuição e licença de
seus produtos.
O Crunchyroll
rapidamente se organizou
para atender às demandas
e expandiu seus serviços
para o mundo inteiro.
Em 2012 a empresa da
Hime-chan (sua mascote
oficial) desembarcou
no Brasil renovando o
conceito de consumo
de animês ao ofertar a
exibição dos animês de
forma simultânea ao que
é exibido no Japão. Essa
aproximação despertou
mais uma vez o interesse
de novos públicos ao
fenômeno do animê
chegando também a galgar
nos espaços em outros
serviços de streaming
como a Netflix e o Prime
Video da Amazon.
Segundo Yuri Petnys,
Gerente de Mercado de
Língua Portuguesa da
Crunchyroll, o serviço de
streaming vê o Brasil como
um de seus mercados
mais atraentes. Ele conta
de forma breve sua
participação na empresa:
“O Brasil - mesmo
sendo um país só - tem
uma população bastante
grande e um histórico
bastante forte de anime,
foi o segundo mercado
escolhido. Eu estou com
a Crunchyroll desde
2012, só que na época
era apenas um tradutor,
apenas membros da
equipe de localização.
Desde 2015 eu trabalho
também como gerente de
mercado e o que eu vejo
é que o Brasil não só é
um dos mercados mais
fortes como também tem
um franco crescimento,
não só o Brasil como todo
o mercado internacional
ele cresce bastante, mas
o Brasil é um crescimento
bastante expressivo
mesmo sendo um mercado
mais desenvolvido.
O fato da gente estar
sempre conseguindo fazer
novos tipos de entradas
desse mercado seja
com animês dublados
na TV, seja com filmes,
seja até mesmo com a
participação em eventos,
ações promocionais e tudo
mais, mostra a força do fã
brasileiro e a importância
dele para a Crunchyroll
americana como um
todo”, relatou Yuri ao
destacar que o fã de animê
tem papel nas escolhas
comerciais que a empresa
toma.
Por motivos contratuais
Yuri Petnys não revela em
números a quantidade de
assinantes que a empresa
já conseguiu somar em
seus pouco mais de seis
anos em terras brasileiras,
mas garante que há uma
O Crunchyroll Brasil como um novo horizonte no consumo de animês
“O fato da gente estar
sempre conseguindo fazer
novos tipos de entradas
desse mercado [...] mostra
a força do fã brasileiro e
a importância dele para a
Crunchyroll americana como
um todo”
Yuri Petnys, Gerente de
Mercado de Língua Portuguesa
da Crunchyroll. Foto: Arquivo
Pessoal.
26 -JHERO Magazine
27
forte aceitação do serviço
junto do público local.
Ele lembra que o idioma
português é o terceiro
com maior destaque na
empresa, que atua com
outros idiomas como russo,
alemão, italiano, francês e
árabe.
“A língua portuguesa
é terceira maior língua,
depois de inglês e
espanhol, também pelo
fato do espanhol ser
uma língua muito mais
populosa e toda América
Latina tem um histórico
bastante forte de animê. O
português ele é a terceira
língua mais falada e o
Brasil ele é um dos top 5
países com maior presença
na Crunchyroll. Todas
as decisões de alto nível
são feitas pelos Estados
Unidos, mas obviamente
o expertise local de cada
um dos gerentes de região
ele é levado bastante em
conta”, detalha o Gerente
de Mercado do Crunchyroll
Brasil.
A relação construída
entre o serviço de
streaming e a região leva
muito em consideração
o aspecto dos contratos
com os licenciadores.
Yuri é categórico ao
afirmar que para além das
transmissões simultâneas,
toda e qualquer atividade
exercida pela empresa
em qualquer território
possui certa autonomia
compartilhada pelos
gerentes comerciais locais.
É o caso das ações de
dublagem e parcerias
com canais de TV. Desde
2017 o Crunchyroll Brasil
passou a fazer dublagem
de animações japonesas
que integram seu catálogo.
A empresa já conta
com dez dublagens no
momento, algumas delas
disponíveis para usuários
do serviço e outras
exibidas semanalmente no
programa Crunchyroll TV
na grade da Rede Brasil.
Yuri afirma que a
produção de material em
idioma local é uma ação de
mercado oriunda da sede
nos Estados Unidos, mas
que a escolha de quais
animações serão dubladas
parte das gerencias locais,
que recebem um pacote de
produtos licenciados para
dublagem e selecionam
aqueles que se adequam
com mais facilidade às
propostas de consumo de
seus assinantes.
“Quando eles [Estados
Unidos] falam ‘Vamos
dublar animês!’ eles
perguntam para nós ‘Olha
nós temos as opções.
Quais que fazem mais
sentido ou menos sentido
para região de vocês?’ ou
‘Nós vamos colocar animê
na TV brasileira. O que
você acha que faz sentido
para o seu público?’
ou ‘Nós vamos colocar
os filmes do cinema.
Quais são as cidades
que fazem mais sentido
para vocês?’. Então quer
dizer, todas as decisões
são tomadas a nível
global, o licenciamento
especificamente, pois nós
temos um escritório em
Shibuya,Tóquio, que cuida
de todas as questões de
licenciamento. Quando o
animê licenciado eles que
cuidam de tudo isso. Nossa
expertise é importante
quanto a decisão de
licenciar para tal ou tal
região”, explicou.
O representante do
Crunchyroll Brasil ainda
comentou a respeito da
concorrência e como isso
afeta na presença/ausência
de um ou outro título no
catálogo do serviço de
streaming.
“Se a gente não
consegue trazer para
certas regiões, certas
línguas ou mesmo certos
títulos não é porque
a gente não quis. É
porque surgiram outros
problemas. Por exemplo,
a Netflix aparece oferece
mais dinheiro. Amazon
aparece oferece mais
dinheiro. Mas tirando esses
casos a gente sempre letra
toda tem o maior número
de títulos da temporada
possível para o
“O português é a terceira
língua mais falada e o
Brasil ele é um dos top 5
países com maior presença
na Crunchyroll.”
28 -JHERO MaGazine
maior número de regiões
possível”, comentou Yuri.
Sobre o programa de
TV da Crunchyroll na Rede
Brasil, Yuri Petnys fala do
desafio que foi dar forma
ao projeto. Ele lembra que
para muitas emissoras de
TV esse era um modelo de
negócios já ultrapassado
e que não faz mais tanto
sentido. Yuri afirma que
a decisão de ter um
programa em TV aberta
não partiu dos Estados
Unidos, mas de uma
avaliação local.
Segundo ele, esse é um
modelo que na verdade
ainda faz muito sentido
para o cenário brasileiro.
Yuri confessa, no entanto,
que tudo só foi possível
graças a sinalização
positiva por parte da
emissora de TV.
“Não é porque a gente
colocou apenas porque
queria. Se não surgisse a
oportunidade a gente não
teria feito um mau negócio
só para colocar. A questão
é que, do meu ponto
de vista como alguém
que está no mercado há
alguns anos - mas que
não estava no mercado na
época em que Naruto, One
Piece, Sakura Cardcaptors
estavam na TV aberta
e tinha esse boom de
animação japonesa - eles
pararam de passar na
TV porque o modelo de
negócio parou de fazer
tanto sentido. Quando
você coloca um programa
na TV você tem diversas
taxas para pagar: taxa
para a Ancine, taxa para os
licenciantes - no caso de
séries licenciadas como são
animês - e esse dinheiro
tem que voltar de alguma
forma. Televisão funciona
a base de publicidade.
Quando o programa é
exibido o anunciante vai
ter sua propaganda e isso
passa a fazer sentido.
Quando você passa para
a TV Fechada o modelo
muda, mas basicamente
continua parecido. Você
precisa de audiência para
os canais e os programas
fazerem sentidos para os
anunciantes. Quando você
fala de TV Aberta e fala
que não pode mais fazer
propaganda para criança
isso matou muita gente. A
questão é: não é porque
não tem mais animê
no Brasil que não teria
audiência e o público não
estaria mais ansioso por
isso.”, argumentou Yuri.
É necessário aqui
lembrar também que
antes do Crunchyroll TV, a
Rede Brasil já havia feito
incursões pelo segmento
da animação japonesa ao
licenciar Os Cavaleiros do
Zodíaco e Dragon Ball Z.
Yuri defende que isso foi
o certo a ser feito, pois
mesmo sem publicidade
a emissora ganhou com
a simpatia do público que
migrou sua audiência
inspirado pelo frenesi
promovido pela nostalgia
das séries.
Yuri Petnys conclui seu
raciocínio respondendo
a pergunta de interesse
de muitos avaliadores
do mercado de TV. Para
ele, o Crunchyroll TV
vem obtendo resultados
positivos, pois estaria
influenciando diretamente
no aumento do número de
assinantes no Brasil.
“Pelo simples fato
de estar colocando a
Crunchyroll e os animês na
TV Aberta a gente ganha
exposição. Obviamente
a gente ganha porque
conseguimos fazer
com que mais pessoas
consumam animê de um
modo geral, então mesmo
que a pessoa não associe
inicialmente a Crunchyroll
aos animês, elas vão se
interessar vão procurar
assistir mais e aí acabar
caindo num fórum, num
site de notícias, canal de
YouTube onde alguém
vai falar que o animê que
a pessoa procura está
na Crunchyroll ou será
lançado lá. Simplesmente
pelo fato de estarmos
fomentando o consumo
de animês no Brasil, e
pelo fato de a gente estar
associando os animês com
a nossa marca esse bloco
já faz sentido”, conclui Yuri
Petnys ao fazer a defesa do
Crunchyroll TV.
Para o bem ou para o
mal, a marca Crunchyroll
já é nome present na boca
dos otakus brasileiros
onde quer que seja a
discussão - no mundo
virtual ou no real - e assim
como outros serviços de
streaming vem moldando
a prática de consumo dos
fãs fornecendo além do
conteúdo o relacionamento
mais intenso entre marcas
e consumidores ao
defender a ideia de uma
manutenção politicamente
correta da indústria do
entretenimento que se faz
uso como escapismo ou
simplesmente como meio
de diversão.
-----
Jefferson Saylon (Kaguya) é
Redator-Chefe e Administrador
de Redes
Sociais da Rádio J-Hero.
Radialista formado em
Comunicação Social (UFMA) com
atuação nos campos de
Mídias Sonoras e Cibercultura.
“A questão é: não é
porque não tem mais
animê no Brasil que não
teria audiência e o público
não estaria mais ansioso
por isso”
28 -JHERO Magazine
29
29
30 -JHERO MaGazine
A
indústria dos
videogames hoje
é uma das que
mais arrecada
dinheiro depois do cinema.
A grande razão disso é a
evolução que os consoles
e jogos tiveram ao longo
do tempo com uma ajuda
bem significativa da
tecnologia. Tecnologia essa
que está em constante
mutação, oferecendo aos
gamers novas experiências
– estéticas e sensoriais
- e, de certo modo,
reinventando a forma de
jogar videogame. Faremos
um breve panorama dos
últimos anos na indústria
dos games e o impacto
que alguns jogos tiveram
para o aperfeiçoamento
do produto audiovisual
videogame.
O ano era 2005 e
estamos na instaurada
sétima geração de consoles
que vai do ano 2005 até
o ano de 2011. Consoles
como o Playstation 3, Xbox
360, Nintendo Wii estavam
a todo vapor de produção
de jogos e na briga para
ganhar os corações dos
fãs. Quem ganhou essa
guerra? A Nintendo
ganhou, ao menos em
termos de vendas com
o Nintendo Wii. Foram
mais de 100 milhões de
unidades vendidas em
todo o mundo. O jogo de
maior sucesso foi o “Wii
Sports” (2006) com mais
de 82 milhões de cópias
vendidas, estando também
na lista dos cinco jogos
mais vendidos da história.
Com a proposta de unir a
família e amigos na sala de
estar para uma divertida
partida, jogabilidade
simples e o auxilio dos
controles de movimento
o “Wii Sports” reinou
soberano.
No segundo lugar dessa
briga fica o Playstation 3,
console da Sony lançado
em 2006, com mais de
86 milhões de unidades
vendidas. O carro-chefe do
console foi o jogo “Grand
Theft Auto V” (2013),
comumente conhecido
como “GTA V”. Vendeu
mais de 80 milhões de
cópias e está, também,
na lista dos games mais
vendidos da história. Longe
de ser um jogo simples,
“GTA V” é um marco para
toda franquia da “Rockstar
Games” porque aprimora
todas as mecânicas
dos jogos anteriores –
visualmente principalmente
- e coloca três personagens
jogáveis cada um com
uma perspectiva diferente.
O feito foi realmente
admirável e o game ficou
em segundo colocado para
o melhor jogo do ano de
2013.
E o terceiro lugar
dessa guerra de consoles
ficou com o Xbox 360. A
Microsoft entrou para o
ramo de games na geração
anterior com o “Xbox”.
Em termos de números
o Xbox 360 não teve
grandes feitos como os
concorrentes tiveram, mas
A guerra de consoles
Sony, Nintendo ou Microsoft?
Imagem:
Promobit.
31
permanece na briga. Aos
moldes do Nintendo Wii,
o 360 adicionou jogos por
sensor de movimentos não
necessitando exatamente
de um controle. Essa
tecnologia de sensor de
movimento usada no
console é conhecida com
“Kinect”. O Xbox 360 teve
a marca de 84 milhões de
unidades vendidas e o seu
jogo mais vendido foi o
“Kinect Adventures” (2010)
com um pouco mais de 20
milhões de cópias. Jogo
com a proposta parecida
com que o Nintendo Wii já
havia feito anos antes.
A oitava geração
começa oficialmente
com o lançamento do
Nintendo Wii U (2012).
Aqui a empresa Nintendo
teve uma baixa enorme
porque o console não
foi compreendido pelo
público e foi visto apenas
com uma extensão do
seu anterior. Grande
parte disso é devido ao
Wii U não ter um jogo
impactante. Além disso,
o console contava com o
“Gamepad”, uma espécie
de “Tablet” que o tornava
portátil. Talvez a ideia não
tenha sido bem elaborada
já que o Gamepad não
interferia muito e todos os
acessórios do Wii poderiam
ser usados agora no novo
console. Isso se reflete
nas vendas, o Wii U foi o
console menos vendido
da história da Nintendo
com apenas cerca de
13,5 milhões de unidades
vendidas, decretando
assim a morte precoce do
console. O game de grande
destaque talvez tenha sido
o “Mario Kart 8” (2014). A
franquia já consagrada de
corrida do Mario vendeu
pouco mais de Oito
milhões de cópias.
Quem também não
teve números altos,
relacionados à geração
anterior, foi o “Xbox
One” (2013). É apenas o
terceiro console lançado
pela empresa Microsoft
e vendeu cerca de 30
milhões de unidades,
podendo aumentar
esse número já que o
console ainda não foi
descontinuado. Além de
toda a capacidade de
processamento de dados,
oferecendo ao usuário
uma qualidade gráfica e
de áudio impressionante,
a ”caixa” da Microsoft não
chegou nem perto do seu
maior rival, o Playstation 4.
Não teve para ninguém
nessa guerra de consoles
na oitava geração. O
console da Sony Caiu na
graça dos gamers que
receberam muito bem o
“Playstation 4” (2013).
Até agora já foram
vendidas cerca de 82
milhões de unidades. O
grande diferencial para
os concorrentes está
na biblioteca de jogos
exclusivos da marca. A
Sony soube trabalhar
para entregar ao público
jogos impecáveis e dignos
de notas, fazendo esses
jogos ficarem apenas no
Playstation 4. O grande
exclusivo do Playstation
4, God Of War (2018) fez
história ao vender, em três
dias, cerca de 3,1 milhões
de cópias. A saga de
Kratos chegou derrubando
barreiras e foi sucesso de
críticas e aclamado pelo
público.
Depois do fracasso
do Wii U, a Nintendo,
colocou no mercado um
console realmente de
peso, O Nintendo Switch,
trazendo novidades bem
interessantes. O console
Hibrido, agora sim com
ideias novas, chegou e
fez milhares de fãs irem
correndo comprar o novo
produto da Nintendo.
O Switch é totalmente
diferente dos concorrentes
pela portabilidade,
podendo ser jogado como
um videogame portátil
ou ser jogado direto pela
TV e já vendeu até hoje
mais de 20 milhões de
unidades. O jogo carro-
chefe do Switch foi o
espetacular “Super Mario
Odyssey” (2017), provando
que apesar da mesma
historinha do Bowser com
a Princesa Peach e o Mario,
a jogabilidade sempre
se transforma e são
realmente originais. Prova
disso? Mais de 11 milhões
de cópias vendidas.
A guerra de consoles
está longe de ser
prejudicial, uma vez que
nós, jogadores e amantes
de videogames, sempre
ganhamos com isso. Longe
de nós escolhermos uma
empresa para ser fiel,
mas cabe a cada gamer
escolher o que melhor o
console pode oferecer.
Temos em mãos produtos
de entretenimento
riquíssimos de conteúdos,
de histórias, de visual
e audiovisual. Produtos
extremamente bem feitos
e seria até um pecado
escolher apenas um.
32 -JHERO MaGazine
G
u Family Book
é um drama de
época (Sageuk) do
gênero: "Fantasia,
Drama, Épico e Romance".
Sim, tudo isso junto e
misturado.
Gu Family Book também
é conhecido pelos nomes
Ancient Medical Book, The
Writings of Nine Houses,
Book of The House of Gu e
Kang Chi, The Beginning.
Eu conheci esse Drama
(foi o primeiro que assisti)
completamente sem
querer. Simplesmente
apareceu um vídeo
na minha página de
recomendações no
YouTube pelo nome de
KangChi, The Beginning
e que tinha uma música
simplesmente linda. Depois
de algumas pesquisas na
internet consegui chegar
ao nome oficial e encontrei
a série para download toda
legendada em português.
Gu Family Book foi ao
ar de 08 de abril até 25
de junho de 2013, com
um total de 24 episódios,
exibido pela MBC. Os
protagonistas da série são
Lee Seung Gi como Choi
Kang Chi e Bae Suzy, do
Miss A, como Dam Yeo
Wool.
A série é dividida em 2
grandes fases e vou falar
sobre cada uma delas.
Logo no começo os
dois protagonistas não
aparecem na série. É
o momento no qual se
desenvolvem as bases da
história.
A história começa com
uma jovem moça, Yoon
Seo Hwa (Lee Yeon Hee),
sendo entregue em uma
"casa gisaeng" (espécie
de casa de prostituição ou
coisa assim) junto com
o seu irmão mais novo e
sua ama de companhia.
Por se recusar a entrar na
casa a jovem é deixada de
roupas íntimas amarrada
na árvore da vergonha.
Na floresta muito
próxima dali um ser
místico, Gu Wol Ryung
(Choi Jin Hyuk), guardião
das montanhas observa
tudo que acontece com
ela. Ele se compadece da
situação daquela pobre
garota, mas se controla
para não ajudá-la, já que
é proibido para os seres
místicos envolverem-
se nos problemas dos
humanos.
Depois de 3 dias
amarrada na "árvore da
vergonha" sem água ou
comida, Seo Hwa acaba
por desmaiar ali. Nesse
momento ela é levada para
dentro da casa sem que
Wol Ryung possa fazer
nada.
Algumas reviravoltas
acontecem depois
que Seo Hwa é levada
para dentro da "Casa
Gisaeng" (morram de
curiosidade até assistirem
GU Family Book
Conheça esse maravilhoso drama coreano
Por Kushina
Aviso: haverá uma dose razoável de spoilers nessa matéria. Nada que
prejudique a história (obviamente não vou contar o final u_u), mas só um
pouquinho para dar mais vontade de assistir!
33
muahahaha!).
O que realmente importa
é que, em determinado
momento, Seo Hwa foge
da casa e vai procurar
refúgio dentro da floresta,
da qual Wol Ryung é o
místico guardião.
O belo Gumiho salva a
donzela do perigo em uma
cena de tirar o fôlego.
Depois de salvar a
moça, Wol Ryung, leva-a
para o alto da montanha,
para um local onde os pés
humanos, sem auxílio, não
podem chegar, e faz de
tudo para agradá-la e fazê-
la sorrir.
A partir do momento do
salvamento de Seo Hwa,
a música que embala os
momentos românticos do
casal passa a ser My Eden
da Yisabel.
Muitas cenas realmente
fofas acontecem nesse
meio tempo, entre os
dois. Seo Hwa acaba se
apaixonado por Wol Ryung
e os dois se casam na
montanha e vivem felizes
lá.
Entretanto, Wol Ryung
não foi capaz de revelar
para Seo Hwa a sua
verdadeira natureza de ser
místico. Ele decide abrir
mão da sua imortalidade
para se tornar humano
e viver feliz ao lado da
primeira mulher que fez
seu coração disparar, em
mais de 1000 anos de
vida.
Mas as coisas não vão
acontecer bem assim...
Enfim, exatamente o que
acontece vocês terão que
assistir para descobrir.
O que importa é que Seo
Hwa se descobre grávida
de Wol Ryung e acaba
tendo o lindo bebê na
montanha onde viveu com
seu amado.
Esse bebê, filho de Seo
Hwa e Wol Ryung, é Choi
Kang Chi, interpretado pelo
meu divo Lee Seung Gi. O
bebê é encontrado no rio
por uma família de bom
coração e criado por eles.
No momento que o bebê
é encontrado e recebe o
seu nome a primeira fase
da série se encerra e rola
aquele pulo maroto de 18
anos.
Como fica
extremamente óbvio por
quem são seus pais, Kang
Chi é metade humano e
metade ser místico. Seus
poderes são suprimidos
por uma pulseira mágica,
colocada nele ainda bebê
por um grande amigo de
seu pai, So Jung (Kim Hee-
Won).
Após o pulinho de
muitos anos na história,
aí sim vemos a linda
Bae Suzy (que deve ter
treinado muito mesmo,
porque estava ótima nas
cenas de luta) e o meu
divo Lee Seung Gi, dando
vida à Yeo Wool e Kang
Chi, respectivamente.
Kang Chi é um jovem de
muito bom coração, que
sempre busca ajudar as
outras pessoas do seu
vilarejo e tem um amor
verdadeiro pela família
que o adotou. Ele é um
pouquinho brigão e sempre
repete a mesma frase
quando provocado: "Você
quer morrer?".
Oppa
apreciation
34 -JHERO MaGazine
É bem engraçado.
Yeo Wool é a filha de um
chefe de artes marciais, e,
por isso, sabe lutar muito
bem usando espadas,
arco e flecha e até com
luta corporal. É uma moça
doce que sonha com o
amor verdadeiro, mas tem
medo de não encontrar
um homem que a aceite
como ela é. Busca sempre
ajudar os outros e é muito
corajosa.
O maior objetivo das
personagens nessa
segunda fase é conseguir
colocar um fim nas más
ações daquele mesmo
vilão, responsável por
destruir a vida e a família
de Yoon Seo Hwa anos
antes e que continuou a
praticar crimes nesse meio
tempo.
Jo Kwang Woong é
simplesmente o vilão
mais nojento, desprezível,
detestável e tudo o mais
que se possa imaginar. Ele
nunca está satisfeito com o
que tem. É extremamente
ganancioso e não tem
nenhuma noção do que
significa ser moral. É o
vilão principal da história
do primeiro ao último
capítulo.
Há alguns personagens
fora desse núcleo principal
que realmente precisam
ganhar algum destaque
por aqui.
Park Moo Sol é um homem
de muito bom coração. Ele
quem encontrou o bebê
Kang Chi no rio e o criou
como se fosse seu filho e
tem profundo amor pelo
rapaz. É conhecido na
vila por suas boas ações,
sua compaixão e por
ajudar aos que precisam.
É o dono da Pousada
Centenária, local mais
importante da segunda
fase da série.
Servo Choi o servo
principal da Pousada
Centenária. Ele quem deu
seu sobrenome ao pequeno
bebê encontrado no rio.
Tem verdadeiro amor de
pai por Kang Chi, que é
plenamente correspondido.
Passa a ter cada vez mais
importância no decorrer da
trama.
Park Tae Seo é o filho
legítimo de Park Moo Sol.
É um personagem um
pouquinho contraditório.
Hora ele é bom, hora é
ruim. Hora você ama,
hora você odeia... meio
que impossível de definir.
Mas, na minha opinião,
ele é essencialmente
bom, mas nem sempre é
muito inteligente em suas
escolhas.
Park Chung Jo é a filha
de Park Moo Sol. Logo
no começo da segunda
fase dá para notar que
ela tem sentimentos por
Kang Chi e ele por ela,
mas a moça rejeita esse
sentimento e está noiva
de outro homem. É uma
personagem que realmente
tem uma grande mudança
ao longo da história.
Gon é meio que um
guarda-costas da Yeo
Wool. Está sempre junto
com ela e a protege. Dá
para notar que ele sente
alguma coisa por ela,
mas a moça parece não
perceber o interesse dele
35
e o deixa na mais absoluta
friendzone. Ele vive
brigando com Kang Chi por
causa do ciúme que sente
de Yeo Wool.
Madame Chun é a gisaeng
chefe da casa para
onde Yoon Seo Hwa foi
mandada. Haverão muitos
desdobramentos e a Sra.
Chun nunca desaparece
da história, e depois
descobrimos alguns dos
mistérios que a cercam.
So Jung é um velho sábio
que foi um grande amigo
de Wol Ryung. Participa
ativamente de todas as
fases da série. Para ser
sincera ainda ficou em mim
um pouco de curiosidade
sobre a verdadeira
natureza dele.
Há muitos outros
personagens na história,
mas só quis destacar por
aqui os principais (talvez
tenham sido os que eu
gostei mais, nem sei. u_u).
A história é muito
profunda e, até certo
ponto, imprevisível. Você
nunca sabe o que esperar
do episódio seguinte. Só o
que posso dizer é que um
episódio é melhor do que o
outro.
É até muito claro,
por todos os cartazes e
tudo o mais, que Kang
Chi e Yeo Wool terão um
relacionamento. Os dois
participam de muitas cenas
realmente lindas, mas
eu não consigo decidir se
gosto mais do casal Wol
Ryung e Seo Hwa ou Kang
Chi e Yeo Wool.
Eu verdadeiramente me
decepcionei com o que
acontece com o Wol Ryung
e a Seo Hwa no começo
do K-Drama. Mas depois
eu entendi tudo o que
aconteceu e, por isso, não
sei de qual gostei mais.
E a música deles dois
é mais bonita que a do
casal principal, na minha
opinião.
Minha opinião sobre o
final do Drama: Tortura
demais um final daquele,
gente... Porque ele deixa
um gosto de quero mais. O
final praticamente te deixa
com a certeza de que vai
haver uma continuação,
mas isso é quase
impossível se tratando de
K-Dramas. D:
Uma coisa que não dá
para evitar de falar nesse
drama é a trilha sonora.
De todos os K-Dramas
que vi, Gu Family Book
é de longe o melhor em
termos de OST (Original
Sound Track). Mas sério, é
impossível dizer qual delas
é a melhor porque todas
são lindas.
Enfim, gente. Eu
falei demais porque
simplesmente amei esse
drama e é muito difícil
falar por alto de algo que
você verdadeiramente
se apaixonou. Espero
ter despertado em vocês
a vontade de assistir o
drama. Datteba nee!
---
Essa matéria foi
originalmente publicada no
site da Rádio J-Hero.
Dirlyane Ferreira (Kushina)
é redatora e ex-DJ da Rádio
J-Hero.
36 -JHERO MaGazine
A
pesar de serem
consideradas
por alguns uma
forma de pirataria,
não podemos negar
que principalmente nos
primórdios dos animes aqui
no Brasil, eram as fansubs
que nutriam esse nicho
que hoje em dia possui
muito mais opções para
consumo. Afinal, quem
nunca se deparou com a
frase “Feito de fã para fã”?
Por conta dessa
importância em nossa
própria história como
nicho, conversamos o
atual proprietário da
Rede Sakura Animes,
Yakuma, para contar
um pouco da história de
uma das fansubs que
fizeram sucesso nessa
disponibilização de animes
legendados.
Confira:
JH - Você pode contar
um pouco da história da
Sakura e como surgiu
a ideia de criar uma
fansub?
Yakuma - O Sakura
surgiu pelas mãos da
fundadora Monica Queiroz
vulgo: “Sakura-chan” em
20 de junho de 2010,
como surgiu palavras
de nossa fundadora “O
Sakura Animes foi criado
na verdade pra ser um
site pessoal, minha idéia
original era apenas upar
alguns animes e postar
só pra me divertir, nunca
planejei o SA pra ser um
grande site”.
Após um período e a
maternidade da nossa
fundadora, ela se afastou.
Fiquei responsável em
manter a Rede Sakura
Animes daí para frente. Lá
se vão longos 6 anos.
Sobre a primeira vez
que a fansub foi criada
a idéia da Sakura-chan
era realizar traduções de
animes, mangás etc., de
projetos que não foram
traduzidos por fansubs aqui
no Brasil, principalmente
projetos “fofos”, a idéia
fundamental era esta, após
um longo período e saida
de muitos membros a
fansub se encerrou.
Ficamos fechados até
ano passado, onde algums
membros da staff tiveram
a iniciativa de reviver a
fansub e trazer novamente
traduções pela Sakura
Animes novamente, digo
no caso Akatsuki nosso
administrador da fansub,
atualmente trabalhamos
em parcerias e alguns
projetos, infelizmente
passamos por um período
offline há alguns meses
onde estamos criando um
novo site Sakura Animes,
em breve estará pronto,
porém o trabalho não para.
JH - Como é feito o
trabalho de vocês?
Yakuma - Eu, o
proprietário da Rede S.A.,
não participo diretamente
com a fansub nas etapas
dos projetos, porém para
responder esta pergunta
pedí o auxilio do Akatsuki
nosso administrador para
responder.
Akatsuki - Utilizamos o
processo de passo a passo
nos projetos Tradução
-> Revisão -> Timing ->
Typesetter -> K-Timer->
K-Maker -> Edição ->
Quality Checker ->
Encoder e Uploader, sendo
que foi estabelecido um
Feito de fã para fã
Por Fany-Chan
36 -JHERO MaGazine
37
prazo para um processo
de um episodio ficar feito
em 1 semana, mas sempre
ocorrer imprevisto que
acaba ficando num prazo
um pouco maior.
Não postamos os
projetos diretamente no
site, pois estamos em
processo de atualização,
alguns projetos saem nos
parceiros.
JH - Vocês já
pensarem em serem um
speedsub?
Yakuma - Sinceramente
a meu ver não tenho
interesse em ser uma
speedsub, pois prefiro
demandar tempo para
revisão da tradução e
entrega de algo o mais
próximo possível do
correto, uma speedsub
possuem muito erro
de legenda e revisão
praticamente não existe
levando a frustração com
reupload com v2, v3 e
por ae vai, fora que a
concorrência hoje em dia
é enorme, como estamos
retornando não gosto
da idéia de competir
ou repetir traduções de
animes onde pelo menos
4 a 5 fansubs já estão
fazendo.
Meu administrador
acredita que temos
capacidade de ser uma
SpeedySub. Hoje em dia a
maior parte dos projetos
[das speedsubs] são Rips
da Crunchyroll, Netflix,
Daisuki, Crackle, Looke e
por aí vai sendo que tem o
tracker do Nyaa onde ele
disponibiliza os scripts e
episodios em pt-br e em
outras linguas quando são
rips desses sites então,
bastava você trocar a
fonte da legenda para
uma padrão que agente
fosse usar e depois fazer
o encoder em hardsub
(linguagem que alguns
podem não entender, mas
tudo bem, rs), seríamos
concorrentes de grandes
speedysubs atuais.
JH - A Sakura Animes
está no mercado desde
2010, sendo uma das
primeiras fansubs a
ganharem destaque
após a explosão de
animês nas emissoras
de TV brasileiras. Para
você, qual a importância
dos fansubs para os
otakus?
Yakuma - Muito
obrigado por lembrar
disso, acredito que não
são muitos que lembram
da época de ouro do
Sakura Animes, quando
surgimos poucos fansubs
existiam e quase nenhuma
informação a respeito,
resgatar este tempo é a
meta.
Sobre a importância
dos fansubs é simples
não tinhamos muito
onde correr para assistir
animações japonesas
se não as clássicas de
algumas emissoras, sou de
uma época anterior, com
a TV Manchete, nos anos
2000 a explosão foi maior
e com mais variedades
de gêneros, a curiosidade
fez muita gente buscar
outras coisas e a internet
vinha com força com
planos de internet a cabo
com boa velocidade já
proporcionava velocidade
de download, eu mesmo
conhecí outros gêneros
por DVDs piratas, porém
sabemos que a navegação,
velocidade de internet,
curiosidade culminou isso.
As Fansubs
simplesmente explodiu o
interesse por INFINITAS
opções de projetos,
materiais leituras para
todos os Otakus, as
feiras e Animes Friends
tinham mais materiais,
simplesmente não tem
como ignorar as fansubs
na expansão nacional da
cultura Otaku (animações,
leituras), contribuimos sim
para o lucro do mercado
que aumentou com outros
materiais relacionados,
você não compraria uma
camisa de Death Note se
não conhecesse, Serie
experimental Lain e outros,
nós expandimos ainda
mais, digamos assim.
Para resumir: As
Fansubs contribuiram para
a aceleração da explosão
da cultura Otaku.
JH - Em relação à
pirataria, você acha que
fansubs podem serem
enquadrados como uma
forma de pirataria?
Porque?
Yakuma - Não vou me
posicionar, existe legislação
é muito complexo, pois
tudo não só animes
(músicas, livros, sistema
operacional), apenas
sei que fansubs não
vendem e lucram com
isso, todo projeto é de
propriedade das pessoas
que traduziram, sites
e fansubs dificilmente
possuem o arquivo
37
38 -JHERO MaGazine
armazenado diretamente
nele, compartilhamos de fã
para fã, é isso.
JH - E o que você
acha das distribuidoras
ou editoras de mangás
pedirem a retirada
de alguns títulos de
fansubs ou fancans por
possuírem os direitos
autorais?
Yakuma - Acho normal
se eles sentem isso, vão
atrás, se nos buscarem
atenderemos.
Akatsuki - Esse
caso das distribuidoras
e editoras pedirem a
retirada de seus produtos
licenciados, creio por
mim, que por uma boa
compreensão nossa
devemos retirar esses
títulos dos sites e, assim,
avisando os usuarios
quando forem procurar tal
projeto deixar um aviso do
porque ele foi removido,
quase todos sites que
traduzem animes fazem
isso.
JH - Agora sobre
reencoders, o que você
acha do trabalho deles?
E você acha que há
espaço para eles no
mercado?
Yakuma - Claro que
sim acho muito válido o
trabalho afinal o Sakura
Animes a princípio é um
site de reencoder, depois
nos tornamos fansubs,
realizar o reencoder não é
algo tão facil no começo de
tudo em 2010 o formato
RMVB vinha com tudo,
muitos fansubs utilizavam
formatos grandes como
AVI, MKV, o site de
reencoder, convertiam
para formatos menores
isso ajudava pessoas
com baixa velocidade de
internet foi onde o Sakura
ganhou enorme público,
mantivemos e ainda temos
alguns projetos guardados
no formato rmvb, apesar
de estar em desuso e o
mp4 hj estar em diversos
tamanhos.
Quando tivemos a
queda do megaupload e
fechamento de Filesonic
e Fileserve, além de
mudança da politica de
sites como Mediafire,
Terabytes de informações
foram perdidas, muitas
fansubs fecharam
as portas, muitos
animes simplesmente
desapareceram sem
deixar rastro foi um
golpe enorme, os sites de
reencod tinham arquivos
armazenados em mais de
uma opção e servidor ou
mesmo no computador,
trazendo de volta arquivos
de fansubs que seriam
perdidos definitivamente,
nós mesmo fomos
buscados por algumas
subs, tinhamos parceria
com fansubs divulgando
o trabalho, até mesmo
alguns fansubs que não
disponibilizavam formatos
de tamanho compacto
indicavam nosso site, tudo
com respeito e parceria,
nunca removia crédito de
quem realizou a legenda
e fica nas páginas de
informação acho o correto
e o mínimo que deve
ser feito por um site de
reencod, remover ou
colocar marca d’água em
um projeto que a minha
fansub não traduziu é algo
desrespeitoso.
Sobre o mercado de
divulgação e manutenção
de arquivos sim há espaço,
sites de reencoders,
fansubs e scans, não
possuem espaço para
lucrar com isso afinal são
de fã para fã feito com
carinho para isso é o que
deve ser, no mercado já
temos canais fechados e
empresas que estão ae
para lucrar, elas só estão
lucrando hoje porque um
dia as fansubs abriram
as portas, abriram não,
escancararam as portas,
para eles chegarem e
encaixar como uma opção
do público que prefere
contribuir ativamente com
isso.
JH - Você quer deixar
alguma mensagem final
para nossos leitores?
Yakuma - Gostaria de
fechar dizendo que apesar
do site estar fechado
desde junho infelizmente
com o fechamento da
empresa levando nosso
dinheiro e pagamento que
realizamos, aproveitamos
isso, para trabalhar na
atualização do site que
tinha um Layout antigo
já em breve o Sakura
Animes retornará com
mais novidades aguardem
e obrigado!
---
Stéfany Christina (Fany-
Chan) é Jornalista formada
pelo Centro Universitário
de Patos de Minas e atual
Assistente de Redação da
Rádio J-Hero.
38 -JHERO MaGazine
39
Cantinho dos Heroes
Jhonny Alves dos Reis -
Chibi_Mari
"Como homenagem a
minha esposa fiz esta
ilustração dela no formato
chibi"
João Pedro Leite
"Esse personagem saiu da
minha cabeça, ainda não
sei o nome dele, apenas o
criei"
Thomaz
"Desenho muitos
personagens de Dragon
Ball, esse desenho me
inspira muito e desde
criança o desenho"
Genésio Camargo -
Ruri Hoshino/Martian
Successor Nadesiko!
"Desenhei ela por ser
ao mesmo tempo uma
personagem inteliente e
enigmática"
Vanessa Esponqueado
- Neon Genesis
Evangelion
Quer ver seus
desenhos aqui? Ou
nos deixar uma
mensagem?
Envie um e-mail
para redatores@
radiojhero.com.br
que colocaremos os
melhores para todo
mundo ver e deixar
essa revista cada vez
mais Do seu Jeito,
Do seu Gosto!
39
40 -JHERO MaGazine

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Revista 10 anos JHero

  • 1. 1
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  • 4. 4 -JHERO MaGazine Edição 01 - Ano 01 Novembro 2018 Especial DIRETOR DE REDAÇÃO Jefferson Saylon de Souza (Saylon Kaguya) REDAÇÃO Dirlyane Ferreira (Kushina) Igor Lunei (Lunei) Jefferson Saylon de Souza (Saylon Kaguya) Jesianne Delfino (Musa-sama) Kenny Desavoy (Kenny MD) Stéfany Christina (Fany-Chan) Uberlan Rosa de Faria (Tsukasa-kun) DIAGRAMAÇÃO E TRATAMENTO DE IMAGENS Stéfany Christina (Fany-Chan) PRODUZIDO POR: Dez anos não é para qualquer um, ainda mais quando estamos falando de uma rádio online voltada para um segmento como o da J-Hero. Mas não viemos aqui para falar de dificuldade e sim enaltecer toda a história que está por trás desses anos, tanto de colaboradores como de ouvintes/ leitores. Por conta disso, a Redação dessa rádio maravilhosa decidiu fazer esse projeto. E para abrilhantar mais ainda nossa produção, convidamos amigos e antigos redatores que deixaram a sua marca no site e agora deixará também nesta revista. Alguns dos textos adaptamos de materiais já publicados lá no site, por que muitos possuem temas que são válidos até hoje e, por isso, valem a pena serem lidos de novo... :v Bem, vou parar de falar por aqui para não estragar a surpresa, no entanto, quero deixar bem claro que a revista ficou linda (modéstia a parte) e se deliciem com todo o conteúdo. Até mais... O/ Fany-Chan Oi da redação
  • 5. 5 Namie Amuro – What a Feeling (12.03.2008) Se a aposentadoria da Namie Amuro do ano passado para cá rendeu milhões em vendas de discos e lotou shows numa turnê de despedida, consagrando-a como uma das maiores cantoras japonesas de todos os tempos, as coisas não lhe eram tão favoráveis assim durante boa parte da década passada. Após uma série de polêmicas em sua vida pessoal, foi preciso que ela modificasse sua imagem ao público, voltasse a ser a queridinha da nação. Levou tempo, mas rolou. E o single “60s 70s 80s”, triple-a-side em colaboração com uma linha de cosméticos da Vidal Sassoon, foi a coroação final, reinventando sucessos dessas três décadas e, junto disso, sua carreira. Para os 80s, a faixa escolhida foi “What a Feeling”, da Irene Cara, tema do filme “Flashdance”. No entanto, o resultado em nada se assemelhou com a inspiração, fitando com o produtor Mondo Grosso um futurismo cujo bpm é ainda mais rebolativo que o original. Quase 300 mil cópias vendidas ao todo. Hatsune Miku - World is Mine (31.05.2008) Não sei se alguém previa o sucesso que vocaloids fariam entre o final da década passada e o início dessa, mas é certo que “World is Mine”, da Hatsune Miku, foi uma das músicas responsáveis por isso. Anos se passaram, toda a marca evoluiu, rolou turnê mundial com hologramas, diferentes regravações, a Hatsune se tornou a waifu de todo um nicho e figura reproduzível por cosplayers, desenhistas etc. O embrião de tudo, no entanto, foi naquele áudio no NicoNico, 10 anos atrás. Ikimono Gakari – Blue Bird (09.07.2008) Vai ser difícil surgir um anime com tanto apelo ao mercado fonográfico H á 10 anos, o nicho brasileiro de fãs da cultura Pop asiática viu o nascimento da Rádio J-Hero! Em suas diferentes versões, formações de equipe e layouts, a estação online foi plataforma de divulgação entre entusiastas do cancioneiro oriental radiofônico, com destaques para vários artistas em seus respectivos auges às épocas. E das milhares de faixas tocadas nessa década de existência, 10 bem especiais aos consumidores dessa leva também comemoram 10 anos de existência em 2018. Separadas entre Japão e Coreia do Sul, confiram algumas delas – com suas respectivas histórias por trás. 2008 em 10 músicas Por Igor Lunei 5
  • 6. 6 -JHERO MaGazine quanto “Naruto” foi. Cada nova faixa selecionada para sua soundtrack, temporada a temporada, era um evento ao mercado. Dentre as mais emblemáticas está “Blue Bird”, do grupo Ikimono Gakari. 29 semanas nas paradas musicais, quase 90 mil cópias vendidas só em 2008. Koda Kumi – Taboo (08.10.2008) Koda Kumi vivia um de seus melhores momentos em 2008. Conseguindo fazer, de maneira orgânica, a transição de uma imagem mais recatada, adolescente, para o furacão sensual mundialmente conhecido, “Taboo” foi a cereja no bolo de tal período. Num híbrido esquisitamente envolvente de R&B com Dance Eletrônico, ela debochou do conservadorismo nipônico em letra e clipe, brincando com diferentes tabus sexuais (homossexualidade, bissexualidade, voyeurismo etc.) que as pessoas preferem esconder. O resultado foi o topo das paradas musicais japonesas, com quase 70 mil cópias vendidas. Tommy Heavenly6 - Paper Moon (10.12.2008) Ainda outra animesong emblemática. Talvez não para a cena Pop japa como um todo, mas para o coração desse que vos escreve. “Paper Moon” resumiu não só o que foi o desenho de “Soul Eater”, mas o que é a Tommy Heavenly6 como um todo: uma bobagem Pop que pega referências góticas e adiciona o máximo de glitter aceitável à saúde dos envolvidos. Divertido demais. Uhm Jung Hwa - D.I.S.C.O (01.07.2008) Enquanto o J-Pop já ia a todo vapor há décadas, tem mais ou menos uns 10 anos mesmo que o K-Pop começou a esquentar de verdade, com uma melhoria considerável nas gravações em estúdio e uma porção de artistas de alto apelo surgindo. Em contrapartida, um dos maiores nomes da música sul-coreana “de antigamente”, antes das várias ondas hallyu, Uhm Jung Hwa, soltou o que seria seu último trabalho grande em muito tempo. “D.I.S.C.O” foi feito em colaboração com vários nomes da gravadora YG Entertainment, tendo na faixa título a participação do BIGBANG T.O.P. Um belo número voltado para as pistas que fez as vezes de despedida da diva-mór de solistas até seu retorno em 2016. Lee Hyori – U-Go-Girl (16.07.2008) 6 -JHERO Magazine
  • 7. 7 Nesse período de transição, tivemos também um dos auges de outra grande diva do K-Pop. “U-Go-Girl” colocou a Lee Hyori como um parâmetro a ser alcançado por outras idols. Música bubblegum contagiante e frequentemente revisitada por outros artistas, videoclipe sinônimo do que é “Pop”, brincando com marcas, produtos, cenários, figurinos e interpretações. Um marco. IU – Lost Child (23.09.2008) Se hoje a IU pode ser considerada a maior solista da Coreia do Sul após anos e anos vendendo a imagem de “irmã mais nova” do público (e depois jogar isso água abaixo em 2015, com ela negando tal persona em “23” para ganhar ainda mais poder), seu debut foi ligeiramente complicado em questão de aceitação. O público parece não ter entendido direito a ideia sombria por trás de “Lost Child”, com uma garota de 15 anos cantando sobre os sentimentos quase suicidas gerados pela dor de uma separação. Uma visão interessante do passado, tendo em vista tudo o que ocorreu depois. TVXQ! – Mirotic (26.09.2008) Outro lançamento controverso de 10 anos atrás, “Mirotic”, do TVXQ!, acabou sendo censurada, permitida apenas para maiores de idade em sua versão original de áudio e álbum - cujo encarte trazia imagens consideradas demasiadamente sensuais ao público geral. No ano seguinte, a gravadora relançou tudo num repackage mais “clean”, substituindo trechos picantes da letra e tudo mais. De qualquer forma, não foi o suficiente para barrar esse de ser o maior release sul-coreano de 2008, com quase 500 mil cópias vendidas ao todo. Wonder Girls – Nobody (30.09.2008) Enquanto o sucesso atual do BTS com o público internacional, sobretudo nos Estados Unidos, é indiscutível, 10 anos atrás as coisas não eram tão fáceis para acts sul- coreanos no ocidente. Levando em conta o quão precária era a distribuição de músicas pela internet à época, com o YouTube apenas engatinhando, é notável que o Wonder Girls tenha conseguido aparecer no principal chart norte- americano com a versão em inglês de “Nobody”. Rolou uma divulgação em programas por lá, uma turnê com os Jonas Brothers mais tarde e novos lançamentos direcionados a tal público, mas nada, de fato, chamou tanta atenção quanto isso. Um viral internacional antes mesmo dessa expressão se popularizar. --- Igor Lunei é jornalista formado pela UNESA, ex- redator da Rádio J-Hero e proprietário do site Esquadrão Lunático. 7
  • 8. 8 -JHERO MaGazine Uma revista comemorando os dez anos de vida da Rádio J-Hero não poderia deixar passar batido o que conhecemos como “A era de ouro dos animês no Brasil” e tudo o que deu início ao que conhecemos atualmente nessa área, não é mesmo? Por isso, entramos em contato com ninguém menos do que a Jornalista e Analista de Cultura, Sandra Monte, para nos contar um pouco sobre suas impressões dessa época. Você não sabe quem é ela? Então fique tranquilo jovem padawan, eu explico em algumas linhas... Sandra Monte é uma das principais pesquisadoras de cultura asiática, principalmente animês, de nosso país, num time que também podemos listar Sonya B. Luyten, Alexandre Nagado, Cristiane A. Sato e diversos outros. Ela é formada em Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi, participou da disciplina “Leitura Crítica de Histórias em Quadrinhos” da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. É autora do livro “A Presença do Animê na TV Brasileira” (obrigatório para as estantes otakus) e possui um site, atualmente paralisado, chamado Papo de Budega. No seu currículo ainda podemos encontrar algumas reportagens para o site Herói e outros sites e revistas sobre animações japonesas. Agora devidamente apresentada, vamos à nossa entrevista cheia de conhecimento e diversão. JH - Para o seu livro “A Presença do Animê na TV Brasileira”, você fez uma extensa pesquisa para enumerar os primeiros animês que foram exibidos aqui no Brasil. No entanto, esbarrou na dificuldade de saber quais animações eram apresentadas nos programas infantis das emissoras. Na sua opinião, porque não listavam as animações dos programas? Sandra Monte - A dificuldade foi enorme. Foram semanas e semanas de buscas em jornais da época. O que me parecia é que simplesmente, ninguém tinha ideia que algum dia, alguém se interessaria em obter esta informação. Não somente de animes, a programação da televisão no geral mesmo... JH - E você acha que existe a possibilidade de um animê ter sido exibido até mesmo antes de “O Oitavo Homem”, que você listou como o primeiro, por conta disso? Por quê? Sandra Monte - Existe sim. Justamente porque não parecia haver interesse ou ideia de que fazer um catálogo das coisas era importante, já que muitos programas tinham nome do patrocinador e não necessariamente o nome dos desenhos. De fato, apesar do ódio que muito otaku nutre pela Globo, a emissora parecia dar certa atenção a este tipo de informação. JH - Indo um pouco mais a frente no tempo, você considera a Rede Manchete a responsável pelo sucesso dos animês no Brasil? Por quê? Sandra Monte - Mais ou menos, a emissora se tornou responsável quando viu que estava tento audiência e investiu. Talvez outra emissora não tivesse se importado tanto. JH - Muitos sabem que a explosão das animações japonesas por aqui foi com o animê Cavaleiros do Zodíaco e em seu livro você explica os motivos de ter sido exatamente este. Agora, gostaria de saber se você já assistiu à animação e qual a sua opinião sobre o mesmo. Sandra Monte - Bem, eu sou da geração Manchete. Assisti aos animes na época, primeiras Páginas Amarelas – Sandra Monte Por Fany-Chan 8 -JHERO Magazine
  • 9. 9 exibições. Eu sou um arquivo vivo, aproveitem! hahahaha A versão clássica de CDZ continua muito boa, apesar dos furos de roteiro. E veja, quando falo de animação, estou falando em especial da parte técnica. É surreal ver que um anime produzido em 1986, 87, 88 é visualmente melhor do que um "Alma de Ouro" ou "Omega". Deveria ser o contrário, né? JH - Você acha que Cavaleiros do Zodíaco teria o mesmo sucesso que teve se tivesse sido lançado em outro momento? Sandra Monte - Esta é uma pergunta difícil. Depende de qual teria sido o outro momento... JH - E se não tivesse sido o CDZ, qual animação, na sua opinião, teria conseguido fazer as pessoas se interessarem por animações japonesas? Sandra Monte - Segundo outros países da América, Ranma 1/2, que fazia sucesso nos EUA e México. Dragon Ball seria um caso a se pensar, porque apesar de CDZ ter violência, os personagens eram visualmente bonitos. Não sei se isso é coisa de mulher, ou se faria diferença. JH - Em relação à década em que mais vimos animês nas TVs daqui, você acha que as emissoras souberam utilizar a diversidade dos títulos japoneses? Por quê? Sandra Monte - Não souberam, porque demoraram anos até os diretores de programação entenderem que os japoneses faziam e fazem animes para públicos específicos. Aqui imperava a ideia de que desenho animado era só para criança. JH - E o que você acha que foi o principal motivo de tantos animês terem dado certo em terras brasileiras? Sandra Monte - Escrevi isso no livro e continuo batendo na mesma tecla: a continuidade. Nós gostamos de histórias, gostamos de histórias longas. Pô a gente curte novela, seja brasileira ou mexicana, atualmente gostamos de seriados americanos com traços de continuidade. Então, imagine naqueles anos que você tinha que continuar vendo o desenho para saber o final... JH - E na sua visão, o que fez os animês saírem das grades infantis das redes? Má administração ou falta de conhecimento em torno do produto que transmitiam? Sandra Monte - Hoje, a coisa vai para além dos animes. São todos os tipos de animação. Houve em um momento da História que foi falta de conhecimento do que eram os animes. Daí, quando se passou a conhecer, a sociedade mudou e as crianças largaram os desenhos animados, os adolescentes viam na internet e os adultos ou pararam ou viam na internet também. JH - Você acha que podemos viver novamente uma época onde os animês são transmitidos em programas infantis ou em outros horários da forma que foi nos anos 2000? Sandra Monte - Não acho. A Sociedade mudou demais... Desculpa aí o pessimismo. Mas, é isso. JH - E o que você acha desse “vício” que muitos brasileiros adquiriram de acompanhar animações japonesas? Sandra Monte - Eu não sei como alguém continua viciado em animes. As produções estão muito meia boca. Acho que envelheci e não vejo bons roteiros. Não poucos os títulos bons. Mas, sempre tem o mas, acho que sempre é possível encontrar bons títulos. Bastaria a galera sair da mesmice, ou, eu que estou emburrada mesmo. Hahahaha --- Stéfany Christina (Fany- Chan) é Jornalista formada pelo UNIPAM e atual Assistente de Redação da Rádio J-Hero. 9
  • 10. 10 -JHERO MaGazine "V aleu Paizão!" é nas palavras da ex-Dj Ainarie (The Face of Voive) que todos na Rádio J-Hero e no Brasil inteiro agradeceram no dia 1º de setembro de 2016 o radialista Eduardo Miranda, ex-diretor de Cinema da extinta Rede Manchete, por ter intervido e contribuído para a criação de uma das maiores fanbases otaku no mundo. Numa noite especial de 1° de setembro de 2016 os otakus celebraram os 22 anos da estreia de Os Cavaleiros do Zodíaco na TV Brasileira em um especial de duas horas comandado pelo ex-DJ Ichinose (Overdose Geek) e também a participação de do DJ Edward (Miojo com Shoujo). Os três foram os responsáveis por um Free Time das 22h-00h com o homem que foi condecorado com a alcunha de "Pai dos Animes no Brasil", daí as palavras de abertura desta matéria. Em um bate-papo descontraído (com direito a muitas risadas) Eduardo Miranda respondeu um turbilhão de perguntas vindas dos ouvintes, o PAi dos animes no brasil Confira a matéria especial de aniversário de CDZ no Brasil por Saylon Kaguya com colaboração de Kenny MD
  • 11. 11 dos apresentadores e da Redação J-Hero sobre sua relação com o anime inspirado na obra de Masami Kurumada e com o universo otaku de modo geral. Essa matéria, originalmente publicado na Cápsula J-Hero, traz agora um destaque com os melhores momentos desse programa especial para quem perdeu ou quer relembrar. Começamos destacando a pauta da noite que foi o aniversário de 22 anos de CDZ em terras tupiniquins. No dia 01 de setembro de 1994 estreou às 18h na extinta Rede Manchete do Grupo Gloch uma série de animação japonesa que mudou o modo como o público brasileiro de TV enxergava as "sessões animadas". A TV Manchete vivia um momento de crise, mesmo sendo uma das grandes emissoras da época, e precisava de algo realmente bom para emplacar e brigar pela audiência com as concorrentes Globo e SBT. No que se trata de produção audiovisual japonesa o canal já tinha certa tradição com alguns tokusatsus, mas faltava o algo a mais. Foi onde Eduardo Miranda, então diretor de Cinema da emissora, recebeu a proposta ousada de exibir um anime apresentado por um licenciador louco de vontade de comercializar seus produtos por aqui. Eduardo sempre lembra que é um trabalho difícil decidir o que vai ou não ao ar e achou melhor ver do que se tratava “Os Cavaleiros do Zodíaco”. Purista, como ele mesmo faz questão em dizer ao longo da entrevista, Eduardo Miranda destaca os motivos que o levaram a decidir apostar em CDZ: "(...) era uma coisa que falava de amizade, de heróis mitológicos... foi bem legal poder dar o parecer artístico consciente para que a emissora abraçasse a ideia e confiasse. Agora lembrando que não foi nada fácil. A minha cabeça estava em jogo! Se Cavaleiros não desse certo a história teria sido bem diferente, Mas graças a Deus fãs maravilhosos como vocês fizeram de Cavaleiros - e fazem - o sucesso que ele é". Sobre o movimento otaku no Brasil, Eduardo Miranda destaca surpreso sobre como a programação da TV Manchete se desmembrou em tantos nuances na web e fora dela: "Às vezes eu fico olhando umas coisas que são frutos diretamente da programação de Cavaleiros e eu fico impressionado como isso se enraizou, criou ouvintes [se referindo à rádio J-Hero], possibilidades. Mesmo no mundo da dublagem, como os dubladores passaram a ser celebridades, os conjuntos musicais e os programas, os eventos - essa multiplicação de eventos que tem pelo Brasil a fora - eu fico muito orgulhoso em ver que de uma certa forma o meu trabalho influenciou isso", pontua. Ao responder algumas perguntas mais suaves Eduardo brincou e riu muito na companhia de nossos DJs. Ao ser questionado pelo DJ RX (que estava como ouvinte) sobre qual personagem de tokusatsu tinha vontade de ser, Eduardo Miranda não hesitou em dizer Kamen Rider RX, que ele diz amar a mística em volta do enredo e do próprio personagem. A surpresa fica quando o DJ Ichinose Eduardo Miranda, ex-diretor de Cinema da extinta Rede Manchete. "Se Cavaleiros não desse certo a história teria sido bem diferente, Mas graças a Deus fãs maravilhosos como vocês fizeram de Cavaleiros - e fazem - o sucesso que ele é"
  • 12. 12 -JHERO MaGazine faz a mesma pergunta, mas para o universo dos animes. "De anime eu seria com certeza Yusuke Urameshi (risos) me identifico muito com o Yusuke, acho ele danado (...) ele é carioca e não paulista [brincou ele com o fato de ser carioca], por isso, dei preferência para que a dublagem fosse daqui do Rio de Janeiro, cheia de gíria. Ele é muito bem concebido". Sobre ainda continuar trabalhando e assistindo animes Eduardo é categórico: "Eu não paro! Até porque isso faz parte dessa parte de consultoria que eu faço. Tem que estar sempre atualizado, saber o que está rolando de bom só que infelizmente para TV aberta está sendo difícil porque ela não está mais exibindo já que a programação infantil foi muito reduzida." Sobre o título recebido de o "Pai dos Animes no Brasil" Eduardo Miranda se diz muito feliz e honrado: "Pra mim esse título é muito mais do que qualquer salário, qualquer dinheiro que eu possa ter recebido. Ele é... sei lá! É difícil pra mim descrever o que é receber um título como esse. Claro, não vou ser o falso modesto e dizer que não o mereço. Claro, tudo graças aquela outra rádio que me concedeu esse título há muito tempo e agradeço muito a eles porque foi ali que se tornou viral, se tornou uma coisa que um foi falando pra outro e de repente eu olhei no Google e meu nome estava ligado a esse título... Eu sou muito grato a isso." Questionado sobre o fato de alguns do movimento otaku desejarem a criação de um canal só para animes, Eduardo Miranda dá seu posicionamento como conhecedor de Mídia e diz que n]ao vê a possibilidade de algo do tipo acontecer ainda mais com o momento dos canais de streaming. Ele diz também que as diferenças culturais ainda são um empecilho: "Eu esbarro ainda com um problema em relação a animes e tokusatsus que é como o oriental pensa e como o ocidental pensa. Essas duas linguagens geralmente batem de frente. Existem coisas que até hoje o oriental e o ocidental não se entendem (...) Lá são produtores que estão fazendo produtos para serem vendidos para o mundo. Seria a mesma coisa se fizéssemos algo falando de samba e pagode, funk e quisesse que o Japão comprasse. De repente alguns iam gostar e outros não se identificariam com isso", explica. Ao longo da conversa Eduardo revelou várias coisas sobre sua vida profissional e destacou a gratidão que tem pelo público otaku de todo o Brasil. A Rádio J-Hero é que tem que agradecer ao Eduardo Miranda por sua genialidade e pela entrevista. Para você que quer curtir um pouco mais sobre CDZ e as histórias de Eduardo Miranda nós encerramos essa matéria indicando o web documentário "A Força do Pégaso no Brasil" onde ele conta muitas outras situações, clique aqui para vê-lo e escute novamente a entrevista aqui. Obrigado Eduardo! --- Essa matéria foi originalmente publicada no site da Rádio J-Hero. Jefferson Saylon (Kaguya) é o atual Redator Chefe da Redação da Rádio J-Hero e Kenny MD é ex-Redator Chefe da Redação. "Às vezes eu fico olhando umas coisas que são frutos diretamente da programação de Cavaleiros e eu fico impressionado como isso se enraizou"
  • 13. 13 U ns dizem Animes, outros Animês. Mas pra mim o que importa mesmo não é a pronúncia, mas sim o fator empolgação e diversão. Mas porque digo isso. Bom, um tempo desses me deparei com a pergunta: "O que você vê de tão empolgante nestes desenhos animados japoneses hein?". Essa pergunta me fez rir e me levou a respondê- la aqui. Esta pergunta me foi feita por alguns amigos e colegas de trabalho e aproveito este espaço para responder “O que vejo de tão empolgante nos animes”. Sem mais delongas, vamos lá! Ao longo destes anos que venho acompanhando os animes, venho descobrindo que eles não são bem assim como muitos pensam por aí não. Eles têm assuntos com temas fortes, conteúdo adulto e que em nada lembram os ditos "desenhos animados". E se você tem curiosidade e se interessa por este universo muitas vezes controverso e interpretativo, apresento- lhes o caminho que eu trilhei, um caminho legal para que você desfrute e descubra comigo o que de tão empolgante eu vejo neste animes. High Scholl Of the Dead Este anime dispensa muito comentário. Eu indico para aqueles que gostam do apocalipse zumbi. Ele conta a história de um grupo de jovens estudantes que se veem presos em uma escola no meio de um apocalipse zumbi. Este é um bom anime pra você começar a trilhar... Tudo começa em uma manhã comum, onde as coisas corriam aparentemente normal como devem ser. É quando do telhado o jovem Komuo Takashi, personagem O QUE VEJO DE TÃO EMPOLGANTE NOS ANIMES? Por Tsukasa-Kun
  • 14. 14 -JHERO MaGazine principal na trama, observa um acontecimento bizarro nos portões do colégio: um homem começa a causar uma tremenda confusão e quando um dos professores o tenta expulsar do portão, acaba sendo mordido pelo tal homem e é aí que tudo começa. O professor se torna o primeiro zumbi do colégio. Ele simplesmente começa a morder os outros e em pouco tempo a escola e os poucos estudantes que sobrevivem se deparam com uma horda de comedores de carne. Hehehe. A história começa com a velha trama já conhecida de todos. Zumbis invadindo uma escola, contaminando outros, alguns poucos tentando sobreviver ao caos, mas no decorrer da trama, a série vai progredindo, introduzindo outras questões relacionadas com o colapso da sociedade, os sobreviventes que se tornam perigosos, incluindo uma possível destruição dos códigos morais humanos. Mais um anime que recomendo para os fãs do gênero. Ao No Exorcist Conhecido no ocidente como Blue Exorcist, é uma série de mangá escrito e ilustrado pelo mangaká Kasue Kato. Recebeu uma adaptação em anime com 25 episódios pelo estúdio A-1 Pictures em 2001. O mundo em Ao No Exorcist consiste em duas dimensões, adjuntas uma a outra como um espelho em seu reflexo. Uma é o mundo onde nós os humanos vivemos. Assiah. Outra é o mundo dos demônios Gehenma. Originalmente uma verdadeira viagem entre os mundos, ou mesmo um contato entre eles, é impossível. Entretanto, qualquer demônio é capaz de passar a dimensão de Assiah através da possessão dos humanos. Ainda assim, durante toda a trama que envolve este anime, existem demônios vagando entre os humanos e só quem pode ver é quem já teve um contato direto com um demônio de qualquer nível. Em contrapartida, existem aqueles chamados de exorcistas, que são pessoas que são treinadas para enfrentar e destruir estes demônios que agem de maneira prejudicial ao mundo dos humanos. Com mais de dois mil anos de existência, esse grupo possui diversas filiais em todo o mundo, estando secretamente sob comando do próprio vaticano e agindo de maneira subterfugiosa às massas. Satã é o deus dos demônios em Gehema e um ser de poder ilimitado. Há, contudo, uma única coisa que ele possui: um corpo no mundo dos humanos capaz de abrigá- lo. Por essa razão, ele criou Okumura Rin, seu filho gerado por uma humana. Rin tem um irmão gêmeo. Okumura Yukio, muito inteligente e a princípio acredita-se que ele não tem nenhum poder demoníaco o que muda mais tarde, e ele desde pequeno sempre soube sobre os demônios diferentes de Rin, e prometeu proteger o seu irmão acima de tudo e por conta disso se torna exorcista com apenas 15 anos. Mas não está nos planos de Rin ser manipulado por seu pai. Ele é um jovem rapaz humano que leva uma vida normal em Assiah, até o dia em que descobre ser um híbrido meio humano, meio demônio, filho de Satã. Agora, no intuito de não machucar ou matar mais pessoas, ele planeja tornar-se um exorcista a fim de destruir seu próprio
  • 15. 15 pai, Satã. Um excelente anime pra quem gosta do gênero terror... Swort Art OnLine Este e um pouco mais leve, mas nem por isso deixa de ser empolgante, sendo um dos favoritos na opinião da maioria dos fãs de animes. A trama se passa no ano de 2022 onde a tecnologia e altamente avançada com um sistema de realidade virtual criado para os games controlados pelo Nerve Gear, um capacete que estimula os cinco sentidos através do cérebro e o primeiro deles é o SAO que é um VRMORG (um RPG em realidade virtual). Tudo começa com o lançamento oficial do SAO e todo esse mundo de realidade virtual que começa numa boa, até que todos acabam ficando presos dentro da realidade criada pelo jogo. E pior, sem a opção de sair ou qualquer botão do gênero, fazendo com que os gears não possam ser retirados por estarem ligados ao cérebro de seus usuários. Se forem removidos, causam danos imediatos ao usuário. Assim tudo muda e a pequena realidade virtual se torna a mais pura realidade em um verdadeiro jogo de sobrevivência. Um anime realmente muito bom que me proporcionou muita diversão. Mirai Nikki E este meus amigos(as) sem dúvidas é o mais inteligente de todos que eu já assisti. E olha que tenho uma vasta animeteca. Imagine se você pudesse se tornar um deus e ter absolutamente tudo o que você sempre quis. Seria o máximo não é mesmo? Mas, como nem tudo nesta vida vem assim tão fácil... para conseguir este feito, você tem de matar pessoas em uma espécie de competição bizarra. E agora? O que você faria. É exatamente em torno disso que o anime Mirai Nikki, ou simplesmente O Diário do Futuro gira. Não vou comentar muito para não correr o risco de dar nenhum spoiler. Mas este anime eu recomendo e muito. E e isso pessoal, é por enredos como estes apresentados aqui, que eu acho o universo dos animes muito empolgante e repleto de diversão e personagens muito carismãticos. E tenho orgulho, dos meus 38 anos poder dizer que assisto sim animes e curto demais. Um forte abraço a todos e ate o próximo encontro. --- Esse texto foi publicado originamente no site da Rádio J-Hero. Uberlan Rosa de Faria (Tsukasa-kun) é redator da Rádio J-Hero.
  • 16. 16 -JHERO MaGazine E m 2016, para comemorar o final do #MêsShoujo em minhas colunas, falei de um assunto que é de importante conhecimento para todos, sejam amantes de shoujo ou haters. Afinal para odiar tem que ter conhecimento de causa não acham? Conhece aquele anime chamado Toradora? Então... Ele não é shoujo, isso mesmo! Você foi enganado a vida toda (ou não). Todas as obras da Clamp são shoujo? Não! Aliás o Chobits que voltou na época pela JBC, não é shoujo, é seinen (essa me pegou de surpresa). Então afinal, o que é shoujo? O que é essa tal de demografia que está no título? A Tia Musa explica... Ou vai pelo menos tentar... (me corrijam se eu estiver errada... D:) O que é Demografia? A demografia, muito citada em algumas matérias, na verdade refere-se ao gênero demográfico dos mangás/animes. Como a demografia é uma área da ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional humana, o gênero demográfico se foca em histórias/obras especificas para um grupo populacional. Alguns exemplos conhecidos são: shounen, seinen, shoujo, josei, etc. Temos também o gênero demográfico kodomo, porém não me focarei nele. Shounen: Garotos Shoujo é só para garotas? entenda o que é demografia, shoujo e gênero em animes ou mangás Por Musa-sama
  • 17. 17 jovens / adolescentes – Foco mais infanto-juvenil, trazendo temas procurados por eles, como aventura, lutas e ação. Ex: One Piece; Seinen: Homens adultos – Foco mais maduro, com assuntos mais realistas, explorando de maneira mais “adulta” os temas do shounen: aventura, luta e ação. Ex: Gantz; Shoujo: Garotas jovens / adolescentes - Foco mais infanto-juvenil, trazendo temas procurados por elas, como romance, aventura, cotidiano e relacionamentos. Ex: Red River – Shinohana Chie; Josei: Mulheres adultas – Foco mais maduro, com assuntos mais realistas, explorando de maneira mais “adulta” os temas do shoujo: relacionamento, cotidiano e romance. Ex: Usagi Drop; No Japão as revistas são especializadas em demografias, por isso independente do assunto que a obra tiver, se estiver em uma revista especializada de shoujo, será shoujo, mesmo que o assunto não tenha nada a ver com os temas que citei acima. Devido a maioria das obras de revistas especializadas shoujo tratarem romance criou- se a ideia que tudo que é romance é shoujo, e tudo que é shoujo tem romance, mas isto está errado, pois como expliquei: a demografia de gênero do mangá vem da revista o qual foi publicada e nem sempre eles seguem à risca a ideia geral de tema para cada revista. Afinal, algumas vezes o mangaká procura uma revista especializada em um gênero, mas é encaminhado para outra, pois a editora considerou que a história seria mais relevante para aquele gênero demográfico em específico. E dessas ideias saem algumas loucuras como K-On! sendo Seinen (publicado na revista Manga Time Kirara). É bem mais fácil entender isso quando pegamos um tema como exemplo. Veja abaixo: Tema: Romance Escolar Shoujo – Ex: Ao Haru
  • 18. 18 -JHERO MaGazine Ride – Revista Bessatsu Margaret; Shounen – Ex: Toradora – Revista Dengeki Daioh; Ambos possuem como tema o romance escolar, porém por estarem em demografias diferentes, possuem gêneros diferentes. O primeiro é mais focado para o público jovem feminino e o segundo para o público jovem masculino, porém isso não impede que um público diferente do público-alvo possa ler e apreciar a obra. Somos livres para ler o que quisermos. E só pra avisar, tanto shoujo quanto shounen pode ter ecchi, só vai ser explorado o ponto de vista e fetiche do público alvo. Gostei da brincadeira. Então, vamos mais um exemplo: Tema: Terror Josei – Ex: Petshop of Horrors – Revista Missy Comics DX; Seinen – Ex: Another – Revista Kadokawa Shoten; Moral da História: Qualquer tema que seja, você consegue encontrar algo semelhante nas diferentes demografias, pois a demografia não limita o assunto que será tratado, apenas foca em um público-alvo em especial e desse enfoque que surge o gênero que chamaremos Mangá Shoujo, Shounen, Josei ou Seinen. Por isso nem todo romance será shoujo e nem todo o shoujo terá romance escolar bobinho. Quer um exemplo? Temos a mangaká Shinohara Chie, conhecida como a rainha dos mangás shoujos de terror, todas as obras dela possuem um suspense na medida certa. Alguns exemplos de mangás da Chie-sensei são Mizu ni Sumu Hana (Romance of Darkness), Akatsuki ni Tatsu Lion e Ryouko no Shinreijikenbo. Todas as histórias são envoltas de mistério, Mizu ni possui seres sobrenaturais, mistério, drama e lutas. Akatsuki já vem com morte, conspiração e aventura. Enquanto Ryouko conta com fantasmas, suspense e morte, bem história de terror mesmo. Abaixo algumas editoras e suas revistas shoujos conhecidas: Shueisha: Ribon, Ribon Original, Cobalt, Cookie, Cookie BOX, Margaret, Bessatsu Margaret, The Margaret e Deluxe Margaret; Kodansha: Nakayoshi, Aria, Shōjo Friend, Bessatsu Friend, Dessert e The Dessert; Shogakukan: Ciao, Chu Chu, Shōjo Comic, Betsucomi, Petit Comic, Cheese! e Pochette; Shoujo é só para garotas? Sei que ouvir isso de uma garota não dá muita moral para comentar, porém shoujo não é algo apenas para mulheres, muitos otakus homens já se deram conta existe muita qualidade e boas histórias entre as obras desta demografia, é só saber procurar algo do seu agrado. E shoujos que falam de romance escolar não são melhores ou piores que um mangá shounen com o mesmo assunto ou qualquer outro assunto! Cada um visa agradar um público-alvo e dá pra conciliar ambos os gostos. No final, isso é o que realmente importa, saber conciliar e respeitar tanto o fã incondicional de shoujo, quanto aqueles que preferem não assistir este tipo específico de demografia. Viver é aceitar as diferenças, seja no nosso mundo otaku ou em qualquer outra área! Espero que tenham gostado da matéria, aprendido nem que seja um pouco e melhorado um pouco a visão sobre o mundo shoujo (tão lindo). Continuem aproveitando a Rádio J-Hero e seu conteúdo! (<3) ---- Este texto foi originalmente publicado no site da Rádio J-Hero. Jesianne Delfino (Musa- sama) é formada em Turismo pela Univesidade Federal de Pampa e foi Redatora Chefe da Redação da Rádio J-Hero.
  • 19. 19 19
  • 21. 21
  • 22. 22 -JHERO MaGazine 22 -JHERO Magazine
  • 23. 23 Mais otaku do que nunca! o consumo de animês nos últimos dez anos no Brasil D ois grupos de otakus são afetados pelas dinâmicas do tempo. O primeiro é formado por aqueles que estão em plena atividade nos dias de hoje. Esse é um grupo que assina serviços de streaming e vê animê na internet de forma legalizada. Noutro momento também vê alguma coisa do gênero na TV aberta e também no cinema, quando ações promocionais são elaboradas por integrantes desse mercado em nosso país. O segundo grupo, bem mais complexo por reunir elementos de duas décadas distintas (até mesmo três!), conta com diferentes maneiras de consumo do principal produto do fandom – o animê – transitando entre o legal/oficial e o ilegal/alternativo, o fácil e o difícil (em termos brandos). Entre esses grupos, num período quase que de transição, nasce no Brasil uma rádio virtual que dialoga com ambos os lados. Uma rádio que reúne tanto os mais experientes como os iniciantes na Cultura Pop Japonesa. Uma rádio que é “Do seu jeito! Do seu gosto!”. A Rádio J-Hero, assim como algumas de suas concorrentes, aproveita- se da formação de onda de consumo de animês no Brasil para formar seu público cativo e alegre. Tal processo, no entanto, é pautado pelo ciclo de modificações que o mercado de televisão e a internet teve que se adequar. Obviamente isso afetou também a forma como a distribuição e o consumo de animê foi executado em nosso país. No ano de 2008 – quando a Rádio J-Hero surge – o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) dava mais uma cartada na tentativa de manter o seu público infantil interessado. Não que “Bom Dia & Cia.” e o restante da programação voltada para as crianças fosse um tiro no pé. Na verdade, ainda hoje Sílvio Santos aposta nesse tipo de conteúdo como ferramenta de fidelização da faixa etária à emissora. A questão é que no ano anterior o SBT havia exibido a animação Naruto, um sucesso no Japão e entre alguns fãs brasileiros que consumiam via DVD alternativos e internet. O certo é que as aventuras do ninja loiro com um demônio de nove caudas em seu corpo deram um gás interessante para a emissora dos Abravanel. Passado um ano, era necessário apostar numa nova marca de sucesso no Japão. O escolhido foi One Piece. Foi aí que o SBT – e a TV Aberta como um todo – sofreu um duro golpe que se refletiria nos anos seguintes em sua relação com as animações japonesas. Cortes e adaptações na versão que foi exibida no ocidente caíram no desagrado dos fãs mais experientes e que já acompanhavam Monkey D. Luffy e seu bando através das fansubs (visto que o animê é exibido no Japão desde 1999). por Saylon Kaguya CAPA
  • 24. 24 -JHERO MaGazine Em entrevistas anteriores concedidas a sites e blogs focados em cultura otaku no Brasil, a representação da Toei Animation no Brasil já explicou que a versão censurada feita pelos americanos (4Kids) foi a escolhida para ser exibida no SBT devido ao horário da transmissão – pela manhã – e que o fato de esta versão também já estar dublada (e em exibição no Cartoon Network) ajudou na hora de fechar o licenciamento. Aqui temos um dos motivos que levou a animação japonesa ir dando menos as caras por aqui na TV aberta. A mentalidade que defende a tese “animê é coisa de criança” sempre acabou sendo levada em consideração na hora de se fechar os acordos de exibição. Fora isso também havia o fato de que ninguém abriria horário no seu prime-time para exibir desenhos e correr o risco de amargar as últimas colocações junto aos institutos de audiência. O certo é que One Piece não vingou – pelo menos em sua versão na TV aberta – e até entre os fãs um debate havia se instaurado a respeito. A dublagem feita pelo estúdio DPN Santos teve muito comentários negativos a respeito de escolha de vozes e troca de nomes. Vale destacar que o estúdio fez seu trabalho em cima da versão da 4Kids e que isso influenciou muito os rumos da série por aqui. No geral, apenas 52 episódios (que equivaliam aos acontecimentos do episódio 84 devido aos cortes) foram dublados e exibidos no Brasil. Isso despertou nos otakus mais experientes a seguinte dúvida: Seria a dublagem brasileira ainda eficiente na animação japonesa? Com muitas pessoas acompanhando animês através de fansubs na internet – e ouvindo as versões com áudio original – era bem comum fazer a comparação entre os dois trabalhos e se exigir que fossem equivalentes. Já não se consumia a dublagem como nas décadas de 1980 e 1990. O público agora conhecia a versão original com antecedência e isso influenciou muito na sua recepção. Mudanças também aconteciam na TV Fechada. Após um longo período (2005-2007) sobre o slogan “24 Horas Full Anime” o canal Animax, primeiro da América Latina dedicado ao mercado japonês de animação, abandonava suas raízes e passava a investir em produções ocidentais como séries e reality shows. Criadas em cima das bases de outro canal famoso, o Locomotion, as atrações do Animax deram as caras no Brasil inicialmente como um bloco dentro da programação da Rede Bandeirantes (2000) e Rede Record (2001). Após seu período áureo dedicado aos animês, a emissora – pertencente ao grupo Sony – mudou seu slogan para “TV Extraordinária” em 2008 e começou a dar menos espaço gradativamente através dos anos aos animês até sua descontinuidade em 2011 quando tornou-se o canal Sony Spin. Entre os destaques do Animax em sua segunda fase se pode citar Death Note, Bleach, Fate/ Stay Night (versão do Estúdio DEEN), Basilisk
  • 25. 25 e Samurai X. Sua última animação japonesa, ainda como Animax, foi o shoujo Nodame Cantabile estreando em março de 2011. Os animês ainda figuraram na programação do Sony Spin até 5 de maio de 2012, quando a emissora encerrou finalmente sua longa parceria com o estúdio GONZO e a Aniplex, que junto com Sony eram os principais financiadores do Animax. As últimas animações japonesas inéditas que seriam exibidas até esta data seriam a segunda temporada de Bleach e Fullmetal Alchemist Brotherhood. O ano de 2008 havia sido bastante difícil para os otakus. Nesse período o canal Play TV encerrava a sua primeira exibição de Os Cavaleiros do Zodíaco e dava fim ao Otacraze, seu principal bloco focado nos animês dentro da grade. Após isso a emissora ainda exibiria Yu Yu Hakusho e Monster Rancher antes de migrar da TV Aberta para a TV Fechada. Seis anos depois o Play TV retomava seu papel como disseminador da animação japonesa no Brasil ao exibir Death Note e Bleach, antes exibidos no Animax. No ano de 2015 a emissora passou a exibir Yu-Gi-Oh! e foi a responsável por exibir de forma inédita Naruto Shippuden em uma versão dublada. Já em 2018, o Play TV apresentou de forma inédita na TV a saga dos Arrancars do animê Bleach e após abril do mesmo ano anunciou o fim das transmissões de animê por força de fim de contrato sem dar previsão de retorno. Antes de chegarmos ao ponto de virada da animação japonesa no Brasil falta destacar a trajetória dos dois últimos baluartes que ainda restam ser aqui elencados: a Rede Globo e a Rede TV. Mais uma vez 2008 se mostrou como um ano terrível. Na TV Globinho era o último ano de Geovanna Tominaga à frente da atração. Isso após um “retorno” triunfal à grade semanal depois de ter ficado recluso aos sábados para dar vez ao último suspiro de vida de Xuxa Meneghel na emissora dos Marinho. Sem animês entre as atrações o público teve que se contentar com a produção da Nickelodeon, Avatar: A Lenda de Aang (Avatar: The Last Airbender), que não decepcionou e cativou a massa. No ano seguinte os otakus – e o público em geral – ainda puderam contar com Yu-Gi- Oh! GX, Bakugan e a versão americanizada do tokusatsu Kamen Rider: O Cavaleiro Dragão. Daí em diante não tivemos “nada de novo debaixo do sol” no tocante ao que vinha do Japão e o próprio programa foi jogado de escanteio devido a estreia do Encontro com Fátima Bernardes em 2012, quando voltou a ser exibido somente aos sábados, e teve sua descontinuidade em 2015 com a estreia do matinal É de Casa. A Rede TV será lembrada como a esperança de muitos otakus que viveram o pós-2008. Chamada por alguns como “A Rede Manchete dos anos 2000”, a emissora dos grupos Dallevo & Carvalho, tratou de tornar a animação japonesa como um produto atrativo para crianças e adolescentes numa mecânica de retroalimentação do conteúdo sempre reprisando animês antes exibidos na TV aberta e dando espaço para exibição daqueles que ficam no ambiente da TV Fechada. Atrações como Yu- Gi-Oh! GX e Pokémon foram as mais exibidas na programação que contou também com Fullmetal Alchemist, Hunter x Hunter e Inazuma Eleven (Super Onze), Digimon Frontier e o tokustastu Ryukendo. Desde aquela época o fã da Rádio J-Hero viveu essas e outras situações envolvendo o consumo de animê no Brasil, encontrando na webrádio um refúgio para o diálogo e manutenção do fandom. Reunindo na sua programação elementos
  • 26. 26 -JHERO MaGazine agora não mais estranhos como as animesongs e o J-Pop, além de trazer informações atualizadas sobre o mundo dos animês no Japão e também no Brasil, a J-Hero chegou aos seus dez anos justamente por saber lhe dar com essas mudanças, saber lhe dar com o crescimento dos otakus daquela época e surgimentos de novo fãs com o passar dos anos. Nesse ínterim o consumo de animês mudou mais uma vez. Para quem ficava cada vez mais imerso na web assistindo através de fansubs novos métodos de reunir o discurso do politicamente correto com a paixão pela animação. O mais rentável e popular do momento são os serviços de streaming on-demand. Dois anos antes de a Rádio J-Hero ser criada - na cidade de Berkeley, Califórnia (EUA) - quando um grupo de fãs da Universidade da Califórnia se reuniu para montar uma start-up com intenções de transmitir o conteúdo de animês e shows musicais com conteúdo hospedado produzido por fãs (fansubs) em muitos casos. De natureza comercial, o serviço rapidamente chamou a atenção dos grandes grupos de mídia do Japão como Bandai e Funimation que logo trataram de buscar resguardar os direitos de distribuição e licença de seus produtos. O Crunchyroll rapidamente se organizou para atender às demandas e expandiu seus serviços para o mundo inteiro. Em 2012 a empresa da Hime-chan (sua mascote oficial) desembarcou no Brasil renovando o conceito de consumo de animês ao ofertar a exibição dos animês de forma simultânea ao que é exibido no Japão. Essa aproximação despertou mais uma vez o interesse de novos públicos ao fenômeno do animê chegando também a galgar nos espaços em outros serviços de streaming como a Netflix e o Prime Video da Amazon. Segundo Yuri Petnys, Gerente de Mercado de Língua Portuguesa da Crunchyroll, o serviço de streaming vê o Brasil como um de seus mercados mais atraentes. Ele conta de forma breve sua participação na empresa: “O Brasil - mesmo sendo um país só - tem uma população bastante grande e um histórico bastante forte de anime, foi o segundo mercado escolhido. Eu estou com a Crunchyroll desde 2012, só que na época era apenas um tradutor, apenas membros da equipe de localização. Desde 2015 eu trabalho também como gerente de mercado e o que eu vejo é que o Brasil não só é um dos mercados mais fortes como também tem um franco crescimento, não só o Brasil como todo o mercado internacional ele cresce bastante, mas o Brasil é um crescimento bastante expressivo mesmo sendo um mercado mais desenvolvido. O fato da gente estar sempre conseguindo fazer novos tipos de entradas desse mercado seja com animês dublados na TV, seja com filmes, seja até mesmo com a participação em eventos, ações promocionais e tudo mais, mostra a força do fã brasileiro e a importância dele para a Crunchyroll americana como um todo”, relatou Yuri ao destacar que o fã de animê tem papel nas escolhas comerciais que a empresa toma. Por motivos contratuais Yuri Petnys não revela em números a quantidade de assinantes que a empresa já conseguiu somar em seus pouco mais de seis anos em terras brasileiras, mas garante que há uma O Crunchyroll Brasil como um novo horizonte no consumo de animês “O fato da gente estar sempre conseguindo fazer novos tipos de entradas desse mercado [...] mostra a força do fã brasileiro e a importância dele para a Crunchyroll americana como um todo” Yuri Petnys, Gerente de Mercado de Língua Portuguesa da Crunchyroll. Foto: Arquivo Pessoal. 26 -JHERO Magazine
  • 27. 27 forte aceitação do serviço junto do público local. Ele lembra que o idioma português é o terceiro com maior destaque na empresa, que atua com outros idiomas como russo, alemão, italiano, francês e árabe. “A língua portuguesa é terceira maior língua, depois de inglês e espanhol, também pelo fato do espanhol ser uma língua muito mais populosa e toda América Latina tem um histórico bastante forte de animê. O português ele é a terceira língua mais falada e o Brasil ele é um dos top 5 países com maior presença na Crunchyroll. Todas as decisões de alto nível são feitas pelos Estados Unidos, mas obviamente o expertise local de cada um dos gerentes de região ele é levado bastante em conta”, detalha o Gerente de Mercado do Crunchyroll Brasil. A relação construída entre o serviço de streaming e a região leva muito em consideração o aspecto dos contratos com os licenciadores. Yuri é categórico ao afirmar que para além das transmissões simultâneas, toda e qualquer atividade exercida pela empresa em qualquer território possui certa autonomia compartilhada pelos gerentes comerciais locais. É o caso das ações de dublagem e parcerias com canais de TV. Desde 2017 o Crunchyroll Brasil passou a fazer dublagem de animações japonesas que integram seu catálogo. A empresa já conta com dez dublagens no momento, algumas delas disponíveis para usuários do serviço e outras exibidas semanalmente no programa Crunchyroll TV na grade da Rede Brasil. Yuri afirma que a produção de material em idioma local é uma ação de mercado oriunda da sede nos Estados Unidos, mas que a escolha de quais animações serão dubladas parte das gerencias locais, que recebem um pacote de produtos licenciados para dublagem e selecionam aqueles que se adequam com mais facilidade às propostas de consumo de seus assinantes. “Quando eles [Estados Unidos] falam ‘Vamos dublar animês!’ eles perguntam para nós ‘Olha nós temos as opções. Quais que fazem mais sentido ou menos sentido para região de vocês?’ ou ‘Nós vamos colocar animê na TV brasileira. O que você acha que faz sentido para o seu público?’ ou ‘Nós vamos colocar os filmes do cinema. Quais são as cidades que fazem mais sentido para vocês?’. Então quer dizer, todas as decisões são tomadas a nível global, o licenciamento especificamente, pois nós temos um escritório em Shibuya,Tóquio, que cuida de todas as questões de licenciamento. Quando o animê licenciado eles que cuidam de tudo isso. Nossa expertise é importante quanto a decisão de licenciar para tal ou tal região”, explicou. O representante do Crunchyroll Brasil ainda comentou a respeito da concorrência e como isso afeta na presença/ausência de um ou outro título no catálogo do serviço de streaming. “Se a gente não consegue trazer para certas regiões, certas línguas ou mesmo certos títulos não é porque a gente não quis. É porque surgiram outros problemas. Por exemplo, a Netflix aparece oferece mais dinheiro. Amazon aparece oferece mais dinheiro. Mas tirando esses casos a gente sempre letra toda tem o maior número de títulos da temporada possível para o “O português é a terceira língua mais falada e o Brasil ele é um dos top 5 países com maior presença na Crunchyroll.”
  • 28. 28 -JHERO MaGazine maior número de regiões possível”, comentou Yuri. Sobre o programa de TV da Crunchyroll na Rede Brasil, Yuri Petnys fala do desafio que foi dar forma ao projeto. Ele lembra que para muitas emissoras de TV esse era um modelo de negócios já ultrapassado e que não faz mais tanto sentido. Yuri afirma que a decisão de ter um programa em TV aberta não partiu dos Estados Unidos, mas de uma avaliação local. Segundo ele, esse é um modelo que na verdade ainda faz muito sentido para o cenário brasileiro. Yuri confessa, no entanto, que tudo só foi possível graças a sinalização positiva por parte da emissora de TV. “Não é porque a gente colocou apenas porque queria. Se não surgisse a oportunidade a gente não teria feito um mau negócio só para colocar. A questão é que, do meu ponto de vista como alguém que está no mercado há alguns anos - mas que não estava no mercado na época em que Naruto, One Piece, Sakura Cardcaptors estavam na TV aberta e tinha esse boom de animação japonesa - eles pararam de passar na TV porque o modelo de negócio parou de fazer tanto sentido. Quando você coloca um programa na TV você tem diversas taxas para pagar: taxa para a Ancine, taxa para os licenciantes - no caso de séries licenciadas como são animês - e esse dinheiro tem que voltar de alguma forma. Televisão funciona a base de publicidade. Quando o programa é exibido o anunciante vai ter sua propaganda e isso passa a fazer sentido. Quando você passa para a TV Fechada o modelo muda, mas basicamente continua parecido. Você precisa de audiência para os canais e os programas fazerem sentidos para os anunciantes. Quando você fala de TV Aberta e fala que não pode mais fazer propaganda para criança isso matou muita gente. A questão é: não é porque não tem mais animê no Brasil que não teria audiência e o público não estaria mais ansioso por isso.”, argumentou Yuri. É necessário aqui lembrar também que antes do Crunchyroll TV, a Rede Brasil já havia feito incursões pelo segmento da animação japonesa ao licenciar Os Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z. Yuri defende que isso foi o certo a ser feito, pois mesmo sem publicidade a emissora ganhou com a simpatia do público que migrou sua audiência inspirado pelo frenesi promovido pela nostalgia das séries. Yuri Petnys conclui seu raciocínio respondendo a pergunta de interesse de muitos avaliadores do mercado de TV. Para ele, o Crunchyroll TV vem obtendo resultados positivos, pois estaria influenciando diretamente no aumento do número de assinantes no Brasil. “Pelo simples fato de estar colocando a Crunchyroll e os animês na TV Aberta a gente ganha exposição. Obviamente a gente ganha porque conseguimos fazer com que mais pessoas consumam animê de um modo geral, então mesmo que a pessoa não associe inicialmente a Crunchyroll aos animês, elas vão se interessar vão procurar assistir mais e aí acabar caindo num fórum, num site de notícias, canal de YouTube onde alguém vai falar que o animê que a pessoa procura está na Crunchyroll ou será lançado lá. Simplesmente pelo fato de estarmos fomentando o consumo de animês no Brasil, e pelo fato de a gente estar associando os animês com a nossa marca esse bloco já faz sentido”, conclui Yuri Petnys ao fazer a defesa do Crunchyroll TV. Para o bem ou para o mal, a marca Crunchyroll já é nome present na boca dos otakus brasileiros onde quer que seja a discussão - no mundo virtual ou no real - e assim como outros serviços de streaming vem moldando a prática de consumo dos fãs fornecendo além do conteúdo o relacionamento mais intenso entre marcas e consumidores ao defender a ideia de uma manutenção politicamente correta da indústria do entretenimento que se faz uso como escapismo ou simplesmente como meio de diversão. ----- Jefferson Saylon (Kaguya) é Redator-Chefe e Administrador de Redes Sociais da Rádio J-Hero. Radialista formado em Comunicação Social (UFMA) com atuação nos campos de Mídias Sonoras e Cibercultura. “A questão é: não é porque não tem mais animê no Brasil que não teria audiência e o público não estaria mais ansioso por isso” 28 -JHERO Magazine
  • 29. 29 29
  • 30. 30 -JHERO MaGazine A indústria dos videogames hoje é uma das que mais arrecada dinheiro depois do cinema. A grande razão disso é a evolução que os consoles e jogos tiveram ao longo do tempo com uma ajuda bem significativa da tecnologia. Tecnologia essa que está em constante mutação, oferecendo aos gamers novas experiências – estéticas e sensoriais - e, de certo modo, reinventando a forma de jogar videogame. Faremos um breve panorama dos últimos anos na indústria dos games e o impacto que alguns jogos tiveram para o aperfeiçoamento do produto audiovisual videogame. O ano era 2005 e estamos na instaurada sétima geração de consoles que vai do ano 2005 até o ano de 2011. Consoles como o Playstation 3, Xbox 360, Nintendo Wii estavam a todo vapor de produção de jogos e na briga para ganhar os corações dos fãs. Quem ganhou essa guerra? A Nintendo ganhou, ao menos em termos de vendas com o Nintendo Wii. Foram mais de 100 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. O jogo de maior sucesso foi o “Wii Sports” (2006) com mais de 82 milhões de cópias vendidas, estando também na lista dos cinco jogos mais vendidos da história. Com a proposta de unir a família e amigos na sala de estar para uma divertida partida, jogabilidade simples e o auxilio dos controles de movimento o “Wii Sports” reinou soberano. No segundo lugar dessa briga fica o Playstation 3, console da Sony lançado em 2006, com mais de 86 milhões de unidades vendidas. O carro-chefe do console foi o jogo “Grand Theft Auto V” (2013), comumente conhecido como “GTA V”. Vendeu mais de 80 milhões de cópias e está, também, na lista dos games mais vendidos da história. Longe de ser um jogo simples, “GTA V” é um marco para toda franquia da “Rockstar Games” porque aprimora todas as mecânicas dos jogos anteriores – visualmente principalmente - e coloca três personagens jogáveis cada um com uma perspectiva diferente. O feito foi realmente admirável e o game ficou em segundo colocado para o melhor jogo do ano de 2013. E o terceiro lugar dessa guerra de consoles ficou com o Xbox 360. A Microsoft entrou para o ramo de games na geração anterior com o “Xbox”. Em termos de números o Xbox 360 não teve grandes feitos como os concorrentes tiveram, mas A guerra de consoles Sony, Nintendo ou Microsoft? Imagem: Promobit.
  • 31. 31 permanece na briga. Aos moldes do Nintendo Wii, o 360 adicionou jogos por sensor de movimentos não necessitando exatamente de um controle. Essa tecnologia de sensor de movimento usada no console é conhecida com “Kinect”. O Xbox 360 teve a marca de 84 milhões de unidades vendidas e o seu jogo mais vendido foi o “Kinect Adventures” (2010) com um pouco mais de 20 milhões de cópias. Jogo com a proposta parecida com que o Nintendo Wii já havia feito anos antes. A oitava geração começa oficialmente com o lançamento do Nintendo Wii U (2012). Aqui a empresa Nintendo teve uma baixa enorme porque o console não foi compreendido pelo público e foi visto apenas com uma extensão do seu anterior. Grande parte disso é devido ao Wii U não ter um jogo impactante. Além disso, o console contava com o “Gamepad”, uma espécie de “Tablet” que o tornava portátil. Talvez a ideia não tenha sido bem elaborada já que o Gamepad não interferia muito e todos os acessórios do Wii poderiam ser usados agora no novo console. Isso se reflete nas vendas, o Wii U foi o console menos vendido da história da Nintendo com apenas cerca de 13,5 milhões de unidades vendidas, decretando assim a morte precoce do console. O game de grande destaque talvez tenha sido o “Mario Kart 8” (2014). A franquia já consagrada de corrida do Mario vendeu pouco mais de Oito milhões de cópias. Quem também não teve números altos, relacionados à geração anterior, foi o “Xbox One” (2013). É apenas o terceiro console lançado pela empresa Microsoft e vendeu cerca de 30 milhões de unidades, podendo aumentar esse número já que o console ainda não foi descontinuado. Além de toda a capacidade de processamento de dados, oferecendo ao usuário uma qualidade gráfica e de áudio impressionante, a ”caixa” da Microsoft não chegou nem perto do seu maior rival, o Playstation 4. Não teve para ninguém nessa guerra de consoles na oitava geração. O console da Sony Caiu na graça dos gamers que receberam muito bem o “Playstation 4” (2013). Até agora já foram vendidas cerca de 82 milhões de unidades. O grande diferencial para os concorrentes está na biblioteca de jogos exclusivos da marca. A Sony soube trabalhar para entregar ao público jogos impecáveis e dignos de notas, fazendo esses jogos ficarem apenas no Playstation 4. O grande exclusivo do Playstation 4, God Of War (2018) fez história ao vender, em três dias, cerca de 3,1 milhões de cópias. A saga de Kratos chegou derrubando barreiras e foi sucesso de críticas e aclamado pelo público. Depois do fracasso do Wii U, a Nintendo, colocou no mercado um console realmente de peso, O Nintendo Switch, trazendo novidades bem interessantes. O console Hibrido, agora sim com ideias novas, chegou e fez milhares de fãs irem correndo comprar o novo produto da Nintendo. O Switch é totalmente diferente dos concorrentes pela portabilidade, podendo ser jogado como um videogame portátil ou ser jogado direto pela TV e já vendeu até hoje mais de 20 milhões de unidades. O jogo carro- chefe do Switch foi o espetacular “Super Mario Odyssey” (2017), provando que apesar da mesma historinha do Bowser com a Princesa Peach e o Mario, a jogabilidade sempre se transforma e são realmente originais. Prova disso? Mais de 11 milhões de cópias vendidas. A guerra de consoles está longe de ser prejudicial, uma vez que nós, jogadores e amantes de videogames, sempre ganhamos com isso. Longe de nós escolhermos uma empresa para ser fiel, mas cabe a cada gamer escolher o que melhor o console pode oferecer. Temos em mãos produtos de entretenimento riquíssimos de conteúdos, de histórias, de visual e audiovisual. Produtos extremamente bem feitos e seria até um pecado escolher apenas um.
  • 32. 32 -JHERO MaGazine G u Family Book é um drama de época (Sageuk) do gênero: "Fantasia, Drama, Épico e Romance". Sim, tudo isso junto e misturado. Gu Family Book também é conhecido pelos nomes Ancient Medical Book, The Writings of Nine Houses, Book of The House of Gu e Kang Chi, The Beginning. Eu conheci esse Drama (foi o primeiro que assisti) completamente sem querer. Simplesmente apareceu um vídeo na minha página de recomendações no YouTube pelo nome de KangChi, The Beginning e que tinha uma música simplesmente linda. Depois de algumas pesquisas na internet consegui chegar ao nome oficial e encontrei a série para download toda legendada em português. Gu Family Book foi ao ar de 08 de abril até 25 de junho de 2013, com um total de 24 episódios, exibido pela MBC. Os protagonistas da série são Lee Seung Gi como Choi Kang Chi e Bae Suzy, do Miss A, como Dam Yeo Wool. A série é dividida em 2 grandes fases e vou falar sobre cada uma delas. Logo no começo os dois protagonistas não aparecem na série. É o momento no qual se desenvolvem as bases da história. A história começa com uma jovem moça, Yoon Seo Hwa (Lee Yeon Hee), sendo entregue em uma "casa gisaeng" (espécie de casa de prostituição ou coisa assim) junto com o seu irmão mais novo e sua ama de companhia. Por se recusar a entrar na casa a jovem é deixada de roupas íntimas amarrada na árvore da vergonha. Na floresta muito próxima dali um ser místico, Gu Wol Ryung (Choi Jin Hyuk), guardião das montanhas observa tudo que acontece com ela. Ele se compadece da situação daquela pobre garota, mas se controla para não ajudá-la, já que é proibido para os seres místicos envolverem- se nos problemas dos humanos. Depois de 3 dias amarrada na "árvore da vergonha" sem água ou comida, Seo Hwa acaba por desmaiar ali. Nesse momento ela é levada para dentro da casa sem que Wol Ryung possa fazer nada. Algumas reviravoltas acontecem depois que Seo Hwa é levada para dentro da "Casa Gisaeng" (morram de curiosidade até assistirem GU Family Book Conheça esse maravilhoso drama coreano Por Kushina Aviso: haverá uma dose razoável de spoilers nessa matéria. Nada que prejudique a história (obviamente não vou contar o final u_u), mas só um pouquinho para dar mais vontade de assistir!
  • 33. 33 muahahaha!). O que realmente importa é que, em determinado momento, Seo Hwa foge da casa e vai procurar refúgio dentro da floresta, da qual Wol Ryung é o místico guardião. O belo Gumiho salva a donzela do perigo em uma cena de tirar o fôlego. Depois de salvar a moça, Wol Ryung, leva-a para o alto da montanha, para um local onde os pés humanos, sem auxílio, não podem chegar, e faz de tudo para agradá-la e fazê- la sorrir. A partir do momento do salvamento de Seo Hwa, a música que embala os momentos românticos do casal passa a ser My Eden da Yisabel. Muitas cenas realmente fofas acontecem nesse meio tempo, entre os dois. Seo Hwa acaba se apaixonado por Wol Ryung e os dois se casam na montanha e vivem felizes lá. Entretanto, Wol Ryung não foi capaz de revelar para Seo Hwa a sua verdadeira natureza de ser místico. Ele decide abrir mão da sua imortalidade para se tornar humano e viver feliz ao lado da primeira mulher que fez seu coração disparar, em mais de 1000 anos de vida. Mas as coisas não vão acontecer bem assim... Enfim, exatamente o que acontece vocês terão que assistir para descobrir. O que importa é que Seo Hwa se descobre grávida de Wol Ryung e acaba tendo o lindo bebê na montanha onde viveu com seu amado. Esse bebê, filho de Seo Hwa e Wol Ryung, é Choi Kang Chi, interpretado pelo meu divo Lee Seung Gi. O bebê é encontrado no rio por uma família de bom coração e criado por eles. No momento que o bebê é encontrado e recebe o seu nome a primeira fase da série se encerra e rola aquele pulo maroto de 18 anos. Como fica extremamente óbvio por quem são seus pais, Kang Chi é metade humano e metade ser místico. Seus poderes são suprimidos por uma pulseira mágica, colocada nele ainda bebê por um grande amigo de seu pai, So Jung (Kim Hee- Won). Após o pulinho de muitos anos na história, aí sim vemos a linda Bae Suzy (que deve ter treinado muito mesmo, porque estava ótima nas cenas de luta) e o meu divo Lee Seung Gi, dando vida à Yeo Wool e Kang Chi, respectivamente. Kang Chi é um jovem de muito bom coração, que sempre busca ajudar as outras pessoas do seu vilarejo e tem um amor verdadeiro pela família que o adotou. Ele é um pouquinho brigão e sempre repete a mesma frase quando provocado: "Você quer morrer?". Oppa apreciation
  • 34. 34 -JHERO MaGazine É bem engraçado. Yeo Wool é a filha de um chefe de artes marciais, e, por isso, sabe lutar muito bem usando espadas, arco e flecha e até com luta corporal. É uma moça doce que sonha com o amor verdadeiro, mas tem medo de não encontrar um homem que a aceite como ela é. Busca sempre ajudar os outros e é muito corajosa. O maior objetivo das personagens nessa segunda fase é conseguir colocar um fim nas más ações daquele mesmo vilão, responsável por destruir a vida e a família de Yoon Seo Hwa anos antes e que continuou a praticar crimes nesse meio tempo. Jo Kwang Woong é simplesmente o vilão mais nojento, desprezível, detestável e tudo o mais que se possa imaginar. Ele nunca está satisfeito com o que tem. É extremamente ganancioso e não tem nenhuma noção do que significa ser moral. É o vilão principal da história do primeiro ao último capítulo. Há alguns personagens fora desse núcleo principal que realmente precisam ganhar algum destaque por aqui. Park Moo Sol é um homem de muito bom coração. Ele quem encontrou o bebê Kang Chi no rio e o criou como se fosse seu filho e tem profundo amor pelo rapaz. É conhecido na vila por suas boas ações, sua compaixão e por ajudar aos que precisam. É o dono da Pousada Centenária, local mais importante da segunda fase da série. Servo Choi o servo principal da Pousada Centenária. Ele quem deu seu sobrenome ao pequeno bebê encontrado no rio. Tem verdadeiro amor de pai por Kang Chi, que é plenamente correspondido. Passa a ter cada vez mais importância no decorrer da trama. Park Tae Seo é o filho legítimo de Park Moo Sol. É um personagem um pouquinho contraditório. Hora ele é bom, hora é ruim. Hora você ama, hora você odeia... meio que impossível de definir. Mas, na minha opinião, ele é essencialmente bom, mas nem sempre é muito inteligente em suas escolhas. Park Chung Jo é a filha de Park Moo Sol. Logo no começo da segunda fase dá para notar que ela tem sentimentos por Kang Chi e ele por ela, mas a moça rejeita esse sentimento e está noiva de outro homem. É uma personagem que realmente tem uma grande mudança ao longo da história. Gon é meio que um guarda-costas da Yeo Wool. Está sempre junto com ela e a protege. Dá para notar que ele sente alguma coisa por ela, mas a moça parece não perceber o interesse dele
  • 35. 35 e o deixa na mais absoluta friendzone. Ele vive brigando com Kang Chi por causa do ciúme que sente de Yeo Wool. Madame Chun é a gisaeng chefe da casa para onde Yoon Seo Hwa foi mandada. Haverão muitos desdobramentos e a Sra. Chun nunca desaparece da história, e depois descobrimos alguns dos mistérios que a cercam. So Jung é um velho sábio que foi um grande amigo de Wol Ryung. Participa ativamente de todas as fases da série. Para ser sincera ainda ficou em mim um pouco de curiosidade sobre a verdadeira natureza dele. Há muitos outros personagens na história, mas só quis destacar por aqui os principais (talvez tenham sido os que eu gostei mais, nem sei. u_u). A história é muito profunda e, até certo ponto, imprevisível. Você nunca sabe o que esperar do episódio seguinte. Só o que posso dizer é que um episódio é melhor do que o outro. É até muito claro, por todos os cartazes e tudo o mais, que Kang Chi e Yeo Wool terão um relacionamento. Os dois participam de muitas cenas realmente lindas, mas eu não consigo decidir se gosto mais do casal Wol Ryung e Seo Hwa ou Kang Chi e Yeo Wool. Eu verdadeiramente me decepcionei com o que acontece com o Wol Ryung e a Seo Hwa no começo do K-Drama. Mas depois eu entendi tudo o que aconteceu e, por isso, não sei de qual gostei mais. E a música deles dois é mais bonita que a do casal principal, na minha opinião. Minha opinião sobre o final do Drama: Tortura demais um final daquele, gente... Porque ele deixa um gosto de quero mais. O final praticamente te deixa com a certeza de que vai haver uma continuação, mas isso é quase impossível se tratando de K-Dramas. D: Uma coisa que não dá para evitar de falar nesse drama é a trilha sonora. De todos os K-Dramas que vi, Gu Family Book é de longe o melhor em termos de OST (Original Sound Track). Mas sério, é impossível dizer qual delas é a melhor porque todas são lindas. Enfim, gente. Eu falei demais porque simplesmente amei esse drama e é muito difícil falar por alto de algo que você verdadeiramente se apaixonou. Espero ter despertado em vocês a vontade de assistir o drama. Datteba nee! --- Essa matéria foi originalmente publicada no site da Rádio J-Hero. Dirlyane Ferreira (Kushina) é redatora e ex-DJ da Rádio J-Hero.
  • 36. 36 -JHERO MaGazine A pesar de serem consideradas por alguns uma forma de pirataria, não podemos negar que principalmente nos primórdios dos animes aqui no Brasil, eram as fansubs que nutriam esse nicho que hoje em dia possui muito mais opções para consumo. Afinal, quem nunca se deparou com a frase “Feito de fã para fã”? Por conta dessa importância em nossa própria história como nicho, conversamos o atual proprietário da Rede Sakura Animes, Yakuma, para contar um pouco da história de uma das fansubs que fizeram sucesso nessa disponibilização de animes legendados. Confira: JH - Você pode contar um pouco da história da Sakura e como surgiu a ideia de criar uma fansub? Yakuma - O Sakura surgiu pelas mãos da fundadora Monica Queiroz vulgo: “Sakura-chan” em 20 de junho de 2010, como surgiu palavras de nossa fundadora “O Sakura Animes foi criado na verdade pra ser um site pessoal, minha idéia original era apenas upar alguns animes e postar só pra me divertir, nunca planejei o SA pra ser um grande site”. Após um período e a maternidade da nossa fundadora, ela se afastou. Fiquei responsável em manter a Rede Sakura Animes daí para frente. Lá se vão longos 6 anos. Sobre a primeira vez que a fansub foi criada a idéia da Sakura-chan era realizar traduções de animes, mangás etc., de projetos que não foram traduzidos por fansubs aqui no Brasil, principalmente projetos “fofos”, a idéia fundamental era esta, após um longo período e saida de muitos membros a fansub se encerrou. Ficamos fechados até ano passado, onde algums membros da staff tiveram a iniciativa de reviver a fansub e trazer novamente traduções pela Sakura Animes novamente, digo no caso Akatsuki nosso administrador da fansub, atualmente trabalhamos em parcerias e alguns projetos, infelizmente passamos por um período offline há alguns meses onde estamos criando um novo site Sakura Animes, em breve estará pronto, porém o trabalho não para. JH - Como é feito o trabalho de vocês? Yakuma - Eu, o proprietário da Rede S.A., não participo diretamente com a fansub nas etapas dos projetos, porém para responder esta pergunta pedí o auxilio do Akatsuki nosso administrador para responder. Akatsuki - Utilizamos o processo de passo a passo nos projetos Tradução -> Revisão -> Timing -> Typesetter -> K-Timer-> K-Maker -> Edição -> Quality Checker -> Encoder e Uploader, sendo que foi estabelecido um Feito de fã para fã Por Fany-Chan 36 -JHERO MaGazine
  • 37. 37 prazo para um processo de um episodio ficar feito em 1 semana, mas sempre ocorrer imprevisto que acaba ficando num prazo um pouco maior. Não postamos os projetos diretamente no site, pois estamos em processo de atualização, alguns projetos saem nos parceiros. JH - Vocês já pensarem em serem um speedsub? Yakuma - Sinceramente a meu ver não tenho interesse em ser uma speedsub, pois prefiro demandar tempo para revisão da tradução e entrega de algo o mais próximo possível do correto, uma speedsub possuem muito erro de legenda e revisão praticamente não existe levando a frustração com reupload com v2, v3 e por ae vai, fora que a concorrência hoje em dia é enorme, como estamos retornando não gosto da idéia de competir ou repetir traduções de animes onde pelo menos 4 a 5 fansubs já estão fazendo. Meu administrador acredita que temos capacidade de ser uma SpeedySub. Hoje em dia a maior parte dos projetos [das speedsubs] são Rips da Crunchyroll, Netflix, Daisuki, Crackle, Looke e por aí vai sendo que tem o tracker do Nyaa onde ele disponibiliza os scripts e episodios em pt-br e em outras linguas quando são rips desses sites então, bastava você trocar a fonte da legenda para uma padrão que agente fosse usar e depois fazer o encoder em hardsub (linguagem que alguns podem não entender, mas tudo bem, rs), seríamos concorrentes de grandes speedysubs atuais. JH - A Sakura Animes está no mercado desde 2010, sendo uma das primeiras fansubs a ganharem destaque após a explosão de animês nas emissoras de TV brasileiras. Para você, qual a importância dos fansubs para os otakus? Yakuma - Muito obrigado por lembrar disso, acredito que não são muitos que lembram da época de ouro do Sakura Animes, quando surgimos poucos fansubs existiam e quase nenhuma informação a respeito, resgatar este tempo é a meta. Sobre a importância dos fansubs é simples não tinhamos muito onde correr para assistir animações japonesas se não as clássicas de algumas emissoras, sou de uma época anterior, com a TV Manchete, nos anos 2000 a explosão foi maior e com mais variedades de gêneros, a curiosidade fez muita gente buscar outras coisas e a internet vinha com força com planos de internet a cabo com boa velocidade já proporcionava velocidade de download, eu mesmo conhecí outros gêneros por DVDs piratas, porém sabemos que a navegação, velocidade de internet, curiosidade culminou isso. As Fansubs simplesmente explodiu o interesse por INFINITAS opções de projetos, materiais leituras para todos os Otakus, as feiras e Animes Friends tinham mais materiais, simplesmente não tem como ignorar as fansubs na expansão nacional da cultura Otaku (animações, leituras), contribuimos sim para o lucro do mercado que aumentou com outros materiais relacionados, você não compraria uma camisa de Death Note se não conhecesse, Serie experimental Lain e outros, nós expandimos ainda mais, digamos assim. Para resumir: As Fansubs contribuiram para a aceleração da explosão da cultura Otaku. JH - Em relação à pirataria, você acha que fansubs podem serem enquadrados como uma forma de pirataria? Porque? Yakuma - Não vou me posicionar, existe legislação é muito complexo, pois tudo não só animes (músicas, livros, sistema operacional), apenas sei que fansubs não vendem e lucram com isso, todo projeto é de propriedade das pessoas que traduziram, sites e fansubs dificilmente possuem o arquivo 37
  • 38. 38 -JHERO MaGazine armazenado diretamente nele, compartilhamos de fã para fã, é isso. JH - E o que você acha das distribuidoras ou editoras de mangás pedirem a retirada de alguns títulos de fansubs ou fancans por possuírem os direitos autorais? Yakuma - Acho normal se eles sentem isso, vão atrás, se nos buscarem atenderemos. Akatsuki - Esse caso das distribuidoras e editoras pedirem a retirada de seus produtos licenciados, creio por mim, que por uma boa compreensão nossa devemos retirar esses títulos dos sites e, assim, avisando os usuarios quando forem procurar tal projeto deixar um aviso do porque ele foi removido, quase todos sites que traduzem animes fazem isso. JH - Agora sobre reencoders, o que você acha do trabalho deles? E você acha que há espaço para eles no mercado? Yakuma - Claro que sim acho muito válido o trabalho afinal o Sakura Animes a princípio é um site de reencoder, depois nos tornamos fansubs, realizar o reencoder não é algo tão facil no começo de tudo em 2010 o formato RMVB vinha com tudo, muitos fansubs utilizavam formatos grandes como AVI, MKV, o site de reencoder, convertiam para formatos menores isso ajudava pessoas com baixa velocidade de internet foi onde o Sakura ganhou enorme público, mantivemos e ainda temos alguns projetos guardados no formato rmvb, apesar de estar em desuso e o mp4 hj estar em diversos tamanhos. Quando tivemos a queda do megaupload e fechamento de Filesonic e Fileserve, além de mudança da politica de sites como Mediafire, Terabytes de informações foram perdidas, muitas fansubs fecharam as portas, muitos animes simplesmente desapareceram sem deixar rastro foi um golpe enorme, os sites de reencod tinham arquivos armazenados em mais de uma opção e servidor ou mesmo no computador, trazendo de volta arquivos de fansubs que seriam perdidos definitivamente, nós mesmo fomos buscados por algumas subs, tinhamos parceria com fansubs divulgando o trabalho, até mesmo alguns fansubs que não disponibilizavam formatos de tamanho compacto indicavam nosso site, tudo com respeito e parceria, nunca removia crédito de quem realizou a legenda e fica nas páginas de informação acho o correto e o mínimo que deve ser feito por um site de reencod, remover ou colocar marca d’água em um projeto que a minha fansub não traduziu é algo desrespeitoso. Sobre o mercado de divulgação e manutenção de arquivos sim há espaço, sites de reencoders, fansubs e scans, não possuem espaço para lucrar com isso afinal são de fã para fã feito com carinho para isso é o que deve ser, no mercado já temos canais fechados e empresas que estão ae para lucrar, elas só estão lucrando hoje porque um dia as fansubs abriram as portas, abriram não, escancararam as portas, para eles chegarem e encaixar como uma opção do público que prefere contribuir ativamente com isso. JH - Você quer deixar alguma mensagem final para nossos leitores? Yakuma - Gostaria de fechar dizendo que apesar do site estar fechado desde junho infelizmente com o fechamento da empresa levando nosso dinheiro e pagamento que realizamos, aproveitamos isso, para trabalhar na atualização do site que tinha um Layout antigo já em breve o Sakura Animes retornará com mais novidades aguardem e obrigado! --- Stéfany Christina (Fany- Chan) é Jornalista formada pelo Centro Universitário de Patos de Minas e atual Assistente de Redação da Rádio J-Hero. 38 -JHERO MaGazine
  • 39. 39 Cantinho dos Heroes Jhonny Alves dos Reis - Chibi_Mari "Como homenagem a minha esposa fiz esta ilustração dela no formato chibi" João Pedro Leite "Esse personagem saiu da minha cabeça, ainda não sei o nome dele, apenas o criei" Thomaz "Desenho muitos personagens de Dragon Ball, esse desenho me inspira muito e desde criança o desenho" Genésio Camargo - Ruri Hoshino/Martian Successor Nadesiko! "Desenhei ela por ser ao mesmo tempo uma personagem inteliente e enigmática" Vanessa Esponqueado - Neon Genesis Evangelion Quer ver seus desenhos aqui? Ou nos deixar uma mensagem? Envie um e-mail para redatores@ radiojhero.com.br que colocaremos os melhores para todo mundo ver e deixar essa revista cada vez mais Do seu Jeito, Do seu Gosto! 39