Esta edição comemorativa de 10 anos da Rádio J-Hero traz uma entrevista com a jornalista e pesquisadora Sandra Monte, que fala sobre a "era de ouro dos animês no Brasil" e as dificuldades em catalogar quais animações eram exibidas na TV nas décadas passadas. Ela ainda comenta sobre o papel da Rede Manchete na popularização dos animês e sua opinião sobre o anime Cavaleiros do Zodíaco.
4. 4 -JHERO MaGazine
Edição 01 - Ano 01
Novembro 2018
Especial
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jefferson Saylon de Souza (Saylon
Kaguya)
REDAÇÃO
Dirlyane Ferreira (Kushina)
Igor Lunei (Lunei)
Jefferson Saylon de Souza (Saylon
Kaguya)
Jesianne Delfino (Musa-sama)
Kenny Desavoy (Kenny MD)
Stéfany Christina (Fany-Chan)
Uberlan Rosa de Faria (Tsukasa-kun)
DIAGRAMAÇÃO E TRATAMENTO DE
IMAGENS
Stéfany Christina (Fany-Chan)
PRODUZIDO POR:
Dez anos não é para qualquer
um, ainda mais quando estamos
falando de uma rádio online
voltada para um segmento como
o da J-Hero. Mas não viemos aqui
para falar de dificuldade e sim
enaltecer toda a história que está
por trás desses anos, tanto de
colaboradores como de ouvintes/
leitores.
Por conta disso, a Redação
dessa rádio maravilhosa decidiu
fazer esse projeto. E para
abrilhantar mais ainda nossa
produção, convidamos amigos e
antigos redatores que deixaram a
sua marca no site e agora deixará
também nesta revista.
Alguns dos textos adaptamos de
materiais já publicados lá no site,
por que muitos possuem temas
que são válidos até hoje e, por
isso, valem a pena serem lidos de
novo... :v
Bem, vou parar de falar por
aqui para não estragar a surpresa,
no entanto, quero deixar bem
claro que a revista ficou linda
(modéstia a parte) e se deliciem
com todo o conteúdo.
Até mais... O/
Fany-Chan
Oi da redação
5. 5
Namie Amuro – What a Feeling
(12.03.2008)
Se a aposentadoria
da Namie Amuro do ano
passado para cá rendeu
milhões em vendas de
discos e lotou shows
numa turnê de despedida,
consagrando-a como uma
das maiores cantoras
japonesas de todos os
tempos, as coisas não lhe
eram tão favoráveis assim
durante boa parte da
década passada.
Após uma série de
polêmicas em sua vida
pessoal, foi preciso que ela
modificasse sua imagem
ao público, voltasse a ser a
queridinha da nação. Levou
tempo, mas rolou.
E o single “60s 70s
80s”, triple-a-side em
colaboração com uma linha
de cosméticos da Vidal
Sassoon, foi a coroação
final, reinventando
sucessos dessas três
décadas e, junto disso, sua
carreira.
Para os 80s, a faixa
escolhida foi “What
a Feeling”, da Irene
Cara, tema do filme
“Flashdance”.
No entanto, o resultado
em nada se assemelhou
com a inspiração, fitando
com o produtor Mondo
Grosso um futurismo
cujo bpm é ainda mais
rebolativo que o original.
Quase 300 mil cópias
vendidas ao todo.
Hatsune Miku - World is Mine
(31.05.2008)
Não sei se alguém
previa o sucesso que
vocaloids fariam entre o
final da década passada e
o início dessa, mas é certo
que “World is Mine”, da
Hatsune Miku, foi uma das
músicas responsáveis por
isso.
Anos se passaram,
toda a marca evoluiu,
rolou turnê mundial com
hologramas, diferentes
regravações, a Hatsune se
tornou a waifu de todo um
nicho e figura reproduzível
por cosplayers, desenhistas
etc.
O embrião de tudo, no
entanto, foi naquele áudio
no NicoNico, 10 anos atrás.
Ikimono Gakari – Blue Bird
(09.07.2008)
Vai ser difícil surgir um
anime com tanto apelo
ao mercado fonográfico
H
á 10 anos, o nicho brasileiro de fãs da cultura Pop asiática viu o
nascimento da Rádio J-Hero! Em suas diferentes versões, formações
de equipe e layouts, a estação online foi plataforma de divulgação
entre entusiastas do cancioneiro oriental radiofônico, com destaques
para vários artistas em seus respectivos auges às épocas.
E das milhares de faixas tocadas nessa década de existência, 10 bem
especiais aos consumidores dessa leva também comemoram 10 anos de
existência em 2018.
Separadas entre Japão e Coreia do Sul, confiram algumas delas – com suas
respectivas histórias por trás.
2008 em 10 músicas
Por Igor Lunei
5
6. 6 -JHERO MaGazine
quanto “Naruto” foi. Cada
nova faixa selecionada
para sua soundtrack,
temporada a temporada,
era um evento ao
mercado.
Dentre as mais
emblemáticas está “Blue
Bird”, do grupo Ikimono
Gakari. 29 semanas nas
paradas musicais, quase
90 mil cópias vendidas só
em 2008.
Koda Kumi – Taboo (08.10.2008)
Koda Kumi vivia um de
seus melhores momentos
em 2008. Conseguindo
fazer, de maneira
orgânica, a transição
de uma imagem mais
recatada, adolescente,
para o furacão sensual
mundialmente conhecido,
“Taboo” foi a cereja no bolo
de tal período.
Num híbrido
esquisitamente envolvente
de R&B com Dance
Eletrônico, ela debochou
do conservadorismo
nipônico em letra e
clipe, brincando com
diferentes tabus sexuais
(homossexualidade,
bissexualidade, voyeurismo
etc.) que as pessoas
preferem esconder.
O resultado foi o topo
das paradas musicais
japonesas, com quase 70
mil cópias vendidas.
Tommy Heavenly6 - Paper Moon
(10.12.2008)
Ainda outra animesong
emblemática. Talvez não
para a cena Pop japa
como um todo, mas para
o coração desse que vos
escreve.
“Paper Moon” resumiu
não só o que foi o desenho
de “Soul Eater”, mas o
que é a Tommy Heavenly6
como um todo: uma
bobagem Pop que pega
referências góticas e
adiciona o máximo de
glitter aceitável à saúde
dos envolvidos.
Divertido demais.
Uhm Jung Hwa - D.I.S.C.O
(01.07.2008)
Enquanto o J-Pop já ia
a todo vapor há décadas,
tem mais ou menos uns 10
anos mesmo que o K-Pop
começou a esquentar
de verdade, com uma
melhoria considerável nas
gravações em estúdio e
uma porção de artistas de
alto apelo surgindo.
Em contrapartida, um
dos maiores nomes da
música sul-coreana “de
antigamente”, antes das
várias ondas hallyu, Uhm
Jung Hwa, soltou o que
seria seu último trabalho
grande em muito tempo.
“D.I.S.C.O” foi feito em
colaboração com vários
nomes da gravadora YG
Entertainment, tendo na
faixa título a participação
do BIGBANG T.O.P. Um
belo número voltado para
as pistas que fez as vezes
de despedida da diva-mór
de solistas até seu retorno
em 2016.
Lee Hyori – U-Go-Girl (16.07.2008)
6 -JHERO Magazine
7. 7
Nesse período de
transição, tivemos também
um dos auges de outra
grande diva do K-Pop.
“U-Go-Girl” colocou
a Lee Hyori como um
parâmetro a ser alcançado
por outras idols. Música
bubblegum contagiante e
frequentemente revisitada
por outros artistas,
videoclipe sinônimo do
que é “Pop”, brincando
com marcas, produtos,
cenários, figurinos e
interpretações.
Um marco.
IU – Lost Child (23.09.2008)
Se hoje a IU pode ser
considerada a maior solista
da Coreia do Sul após anos
e anos vendendo a imagem
de “irmã mais nova” do
público (e depois jogar isso
água abaixo em 2015, com
ela negando tal persona
em “23” para ganhar ainda
mais poder), seu debut foi
ligeiramente complicado
em questão de aceitação.
O público parece não ter
entendido direito a ideia
sombria por trás de “Lost
Child”, com uma garota de
15 anos cantando sobre os
sentimentos quase suicidas
gerados pela dor de uma
separação.
Uma visão interessante
do passado, tendo em vista
tudo o que ocorreu depois.
TVXQ! – Mirotic (26.09.2008)
Outro lançamento
controverso de 10 anos
atrás, “Mirotic”, do TVXQ!,
acabou sendo censurada,
permitida apenas para
maiores de idade em sua
versão original de áudio e
álbum - cujo encarte trazia
imagens consideradas
demasiadamente sensuais
ao público geral.
No ano seguinte, a
gravadora relançou tudo
num repackage mais
“clean”, substituindo
trechos picantes da letra e
tudo mais.
De qualquer forma, não
foi o suficiente para barrar
esse de ser o maior release
sul-coreano de 2008,
com quase 500 mil cópias
vendidas ao todo.
Wonder Girls – Nobody
(30.09.2008)
Enquanto o sucesso
atual do BTS com o público
internacional, sobretudo
nos Estados Unidos, é
indiscutível, 10 anos
atrás as coisas não eram
tão fáceis para acts sul-
coreanos no ocidente.
Levando em conta
o quão precária era a
distribuição de músicas
pela internet à época,
com o YouTube apenas
engatinhando, é notável
que o Wonder Girls tenha
conseguido aparecer no
principal chart norte-
americano com a versão
em inglês de “Nobody”.
Rolou uma divulgação
em programas por lá,
uma turnê com os Jonas
Brothers mais tarde
e novos lançamentos
direcionados a tal público,
mas nada, de fato, chamou
tanta atenção quanto isso.
Um viral internacional
antes mesmo dessa
expressão se popularizar.
---
Igor Lunei é jornalista
formado pela UNESA, ex-
redator da Rádio J-Hero
e proprietário do site
Esquadrão Lunático.
7
8. 8 -JHERO MaGazine
Uma revista
comemorando os dez anos
de vida da Rádio J-Hero
não poderia deixar passar
batido o que conhecemos
como “A era de ouro dos
animês no Brasil” e tudo
o que deu início ao que
conhecemos atualmente
nessa área, não é mesmo?
Por isso, entramos em
contato com ninguém
menos do que a Jornalista
e Analista de Cultura,
Sandra Monte, para nos
contar um pouco sobre
suas impressões dessa
época. Você não sabe
quem é ela? Então fique
tranquilo jovem padawan,
eu explico em algumas
linhas...
Sandra Monte é
uma das principais
pesquisadoras de cultura
asiática, principalmente
animês, de nosso país,
num time que também
podemos listar Sonya
B. Luyten, Alexandre
Nagado, Cristiane A. Sato
e diversos outros. Ela é
formada em Jornalismo
pela Universidade Anhembi
Morumbi, participou
da disciplina “Leitura
Crítica de Histórias em
Quadrinhos” da Escola de
Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo.
É autora do livro “A
Presença do Animê na TV
Brasileira” (obrigatório
para as estantes otakus) e
possui um site, atualmente
paralisado, chamado
Papo de Budega. No seu
currículo ainda podemos
encontrar algumas
reportagens para o site
Herói e outros sites e
revistas sobre animações
japonesas.
Agora devidamente
apresentada, vamos à
nossa entrevista cheia de
conhecimento e diversão.
JH - Para o seu livro
“A Presença do Animê
na TV Brasileira”,
você fez uma extensa
pesquisa para enumerar
os primeiros animês
que foram exibidos
aqui no Brasil. No
entanto, esbarrou na
dificuldade de saber
quais animações eram
apresentadas nos
programas infantis
das emissoras. Na sua
opinião, porque não
listavam as animações
dos programas?
Sandra Monte - A
dificuldade foi enorme.
Foram semanas e semanas
de buscas em jornais da
época. O que me parecia
é que simplesmente,
ninguém tinha ideia que
algum dia, alguém se
interessaria em obter esta
informação. Não somente
de animes, a programação
da televisão no geral
mesmo...
JH - E você acha que
existe a possibilidade
de um animê ter sido
exibido até mesmo
antes de “O Oitavo
Homem”, que você
listou como o primeiro,
por conta disso? Por
quê?
Sandra Monte - Existe
sim. Justamente porque
não parecia haver interesse
ou ideia de que fazer um
catálogo das coisas era
importante, já que muitos
programas tinham nome
do patrocinador e não
necessariamente o nome
dos desenhos. De fato,
apesar do ódio que muito
otaku nutre pela Globo, a
emissora parecia dar certa
atenção a este tipo de
informação.
JH - Indo um pouco
mais a frente no tempo,
você considera a Rede
Manchete a responsável
pelo sucesso dos animês
no Brasil? Por quê?
Sandra Monte - Mais
ou menos, a emissora se
tornou responsável quando
viu que estava tento
audiência e investiu. Talvez
outra emissora não tivesse
se importado tanto.
JH - Muitos sabem
que a explosão das
animações japonesas
por aqui foi com o
animê Cavaleiros do
Zodíaco e em seu livro
você explica os motivos
de ter sido exatamente
este. Agora, gostaria de
saber se você já assistiu
à animação e qual a sua
opinião sobre o mesmo.
Sandra Monte -
Bem, eu sou da geração
Manchete. Assisti aos
animes na época, primeiras
Páginas Amarelas – Sandra Monte
Por Fany-Chan
8 -JHERO Magazine
9. 9
exibições. Eu sou um
arquivo vivo, aproveitem!
hahahaha A versão clássica
de CDZ continua muito
boa, apesar dos furos de
roteiro. E veja, quando falo
de animação, estou falando
em especial da parte
técnica. É surreal ver que
um anime produzido em
1986, 87, 88 é visualmente
melhor do que um "Alma
de Ouro" ou "Omega".
Deveria ser o contrário,
né?
JH - Você acha que
Cavaleiros do Zodíaco
teria o mesmo sucesso
que teve se tivesse
sido lançado em outro
momento?
Sandra Monte - Esta
é uma pergunta difícil.
Depende de qual teria sido
o outro momento...
JH - E se não
tivesse sido o CDZ,
qual animação, na
sua opinião, teria
conseguido fazer as
pessoas se interessarem
por animações
japonesas?
Sandra Monte -
Segundo outros países da
América, Ranma 1/2, que
fazia sucesso nos EUA e
México. Dragon Ball seria
um caso a se pensar,
porque apesar de CDZ ter
violência, os personagens
eram visualmente bonitos.
Não sei se isso é coisa
de mulher, ou se faria
diferença.
JH - Em relação à
década em que mais
vimos animês nas TVs
daqui, você acha que
as emissoras souberam
utilizar a diversidade
dos títulos japoneses?
Por quê?
Sandra Monte -
Não souberam, porque
demoraram anos até os
diretores de programação
entenderem que os
japoneses faziam e fazem
animes para públicos
específicos. Aqui imperava
a ideia de que desenho
animado era só para
criança.
JH - E o que você
acha que foi o principal
motivo de tantos animês
terem dado certo em
terras brasileiras?
Sandra Monte - Escrevi
isso no livro e continuo
batendo na mesma tecla:
a continuidade. Nós
gostamos de histórias,
gostamos de histórias
longas. Pô a gente curte
novela, seja brasileira ou
mexicana, atualmente
gostamos de seriados
americanos com traços
de continuidade. Então,
imagine naqueles anos que
você tinha que continuar
vendo o desenho para
saber o final...
JH - E na sua visão,
o que fez os animês
saírem das grades
infantis das redes? Má
administração ou falta
de conhecimento em
torno do produto que
transmitiam?
Sandra Monte - Hoje,
a coisa vai para além
dos animes. São todos
os tipos de animação.
Houve em um momento
da História que foi falta de
conhecimento do que eram
os animes. Daí, quando
se passou a conhecer,
a sociedade mudou e
as crianças largaram os
desenhos animados, os
adolescentes viam na
internet e os adultos
ou pararam ou viam na
internet também.
JH - Você acha
que podemos viver
novamente uma
época onde os animês
são transmitidos em
programas infantis ou
em outros horários da
forma que foi nos anos
2000?
Sandra Monte - Não
acho. A Sociedade mudou
demais... Desculpa aí o
pessimismo. Mas, é isso.
JH - E o que você
acha desse “vício”
que muitos brasileiros
adquiriram de
acompanhar animações
japonesas?
Sandra Monte - Eu não
sei como alguém continua
viciado em animes. As
produções estão muito
meia boca. Acho que
envelheci e não vejo bons
roteiros. Não poucos
os títulos bons. Mas,
sempre tem o mas, acho
que sempre é possível
encontrar bons títulos.
Bastaria a galera sair
da mesmice, ou, eu que
estou emburrada mesmo.
Hahahaha
---
Stéfany Christina (Fany-
Chan) é Jornalista formada
pelo UNIPAM e atual
Assistente de Redação da
Rádio J-Hero.
9
10. 10 -JHERO MaGazine
"V
aleu Paizão!" é
nas palavras da
ex-Dj Ainarie
(The Face of
Voive) que todos na Rádio
J-Hero e no Brasil inteiro
agradeceram no dia 1º
de setembro de 2016 o
radialista Eduardo Miranda,
ex-diretor de Cinema da
extinta Rede Manchete, por
ter intervido e contribuído
para a criação de uma das
maiores fanbases otaku no
mundo.
Numa noite especial de
1° de setembro de 2016
os otakus celebraram os
22 anos da estreia de Os
Cavaleiros do Zodíaco
na TV Brasileira em um
especial de duas horas
comandado pelo ex-DJ
Ichinose (Overdose Geek)
e também a participação
de do DJ Edward (Miojo
com Shoujo). Os três
foram os responsáveis
por um Free Time das
22h-00h com o homem
que foi condecorado com a
alcunha de "Pai dos Animes
no Brasil", daí as palavras
de abertura desta matéria.
Em um bate-papo
descontraído (com direito
a muitas risadas) Eduardo
Miranda respondeu um
turbilhão de perguntas
vindas dos ouvintes,
o PAi dos animes no brasil
Confira a matéria especial de aniversário de CDZ no Brasil
por Saylon Kaguya com colaboração de Kenny MD
11. 11
dos apresentadores e da
Redação J-Hero sobre
sua relação com o anime
inspirado na obra de
Masami Kurumada e com
o universo otaku de modo
geral.
Essa matéria,
originalmente publicado
na Cápsula J-Hero, traz
agora um destaque com
os melhores momentos
desse programa especial
para quem perdeu ou quer
relembrar.
Começamos destacando
a pauta da noite que foi o
aniversário de 22 anos de
CDZ em terras tupiniquins.
No dia 01 de setembro de
1994 estreou às 18h na
extinta Rede Manchete do
Grupo Gloch uma série de
animação japonesa que
mudou o modo como o
público brasileiro de TV
enxergava as "sessões
animadas". A TV Manchete
vivia um momento de
crise, mesmo sendo uma
das grandes emissoras
da época, e precisava
de algo realmente bom
para emplacar e brigar
pela audiência com as
concorrentes Globo e SBT.
No que se trata de
produção audiovisual
japonesa o canal já
tinha certa tradição com
alguns tokusatsus, mas
faltava o algo a mais. Foi
onde Eduardo Miranda,
então diretor de Cinema
da emissora, recebeu a
proposta ousada de exibir
um anime apresentado por
um licenciador louco de
vontade de comercializar
seus produtos por aqui.
Eduardo sempre lembra
que é um trabalho difícil
decidir o que vai ou não
ao ar e achou melhor ver
do que se tratava “Os
Cavaleiros do Zodíaco”.
Purista, como ele mesmo
faz questão em dizer
ao longo da entrevista,
Eduardo Miranda destaca
os motivos que o levaram
a decidir apostar em CDZ:
"(...) era uma coisa
que falava de amizade,
de heróis mitológicos...
foi bem legal poder
dar o parecer artístico
consciente para que a
emissora abraçasse a
ideia e confiasse. Agora
lembrando que não
foi nada fácil. A minha
cabeça estava em jogo!
Se Cavaleiros não desse
certo a história teria sido
bem diferente, Mas graças
a Deus fãs maravilhosos
como vocês fizeram de
Cavaleiros - e fazem - o
sucesso que ele é".
Sobre o movimento
otaku no Brasil, Eduardo
Miranda destaca surpreso
sobre como a programação
da TV Manchete se
desmembrou em tantos
nuances na web e fora
dela:
"Às vezes eu fico
olhando umas coisas que
são frutos diretamente da
programação de Cavaleiros
e eu fico impressionado
como isso se enraizou,
criou ouvintes [se
referindo à rádio J-Hero],
possibilidades. Mesmo no
mundo da dublagem, como
os dubladores passaram
a ser celebridades, os
conjuntos musicais e os
programas, os eventos
- essa multiplicação de
eventos que tem pelo
Brasil a fora - eu fico muito
orgulhoso em ver que de
uma certa forma o meu
trabalho influenciou isso",
pontua.
Ao responder algumas
perguntas mais suaves
Eduardo brincou e riu
muito na companhia
de nossos DJs. Ao ser
questionado pelo DJ RX
(que estava como ouvinte)
sobre qual personagem de
tokusatsu tinha vontade de
ser, Eduardo Miranda não
hesitou em dizer Kamen
Rider RX, que ele diz
amar a mística em volta
do enredo e do próprio
personagem. A surpresa
fica quando o DJ Ichinose
Eduardo Miranda, ex-diretor
de Cinema da extinta Rede
Manchete.
"Se Cavaleiros
não desse certo
a história teria sido
bem diferente, Mas
graças a Deus fãs
maravilhosos como
vocês fizeram de
Cavaleiros - e fazem -
o sucesso que ele é"
12. 12 -JHERO MaGazine
faz a mesma pergunta,
mas para o universo dos
animes.
"De anime eu seria com
certeza Yusuke Urameshi
(risos) me identifico muito
com o Yusuke, acho ele
danado (...) ele é carioca
e não paulista [brincou ele
com o fato de ser carioca],
por isso, dei preferência
para que a dublagem fosse
daqui do Rio de Janeiro,
cheia de gíria. Ele é muito
bem concebido".
Sobre ainda continuar
trabalhando e assistindo
animes Eduardo é
categórico:
"Eu não paro! Até
porque isso faz parte dessa
parte de consultoria que
eu faço. Tem que estar
sempre atualizado, saber
o que está rolando de
bom só que infelizmente
para TV aberta está sendo
difícil porque ela não está
mais exibindo já que a
programação infantil foi
muito reduzida."
Sobre o título recebido
de o "Pai dos Animes no
Brasil" Eduardo Miranda se
diz muito feliz e honrado:
"Pra mim esse título
é muito mais do que
qualquer salário, qualquer
dinheiro que eu possa ter
recebido. Ele é... sei lá! É
difícil pra mim descrever
o que é receber um título
como esse. Claro, não vou
ser o falso modesto e dizer
que não o mereço. Claro,
tudo graças aquela outra
rádio que me concedeu
esse título há muito tempo
e agradeço muito a eles
porque foi ali que se
tornou viral, se tornou uma
coisa que um foi falando
pra outro e de repente
eu olhei no Google e meu
nome estava ligado a esse
título... Eu sou muito grato
a isso."
Questionado sobre
o fato de alguns do
movimento otaku
desejarem a criação de
um canal só para animes,
Eduardo Miranda dá seu
posicionamento como
conhecedor de Mídia e diz
que n]ao vê a possibilidade
de algo do tipo acontecer
ainda mais com o
momento dos canais de
streaming. Ele diz também
que as diferenças culturais
ainda são um empecilho:
"Eu esbarro ainda com
um problema em relação
a animes e tokusatsus que
é como o oriental pensa e
como o ocidental pensa.
Essas duas linguagens
geralmente batem de
frente. Existem coisas que
até hoje o oriental e o
ocidental não se entendem
(...) Lá são produtores que
estão fazendo produtos
para serem vendidos para
o mundo. Seria a mesma
coisa se fizéssemos algo
falando de samba e
pagode, funk e quisesse
que o Japão comprasse.
De repente alguns iam
gostar e outros não se
identificariam com isso",
explica.
Ao longo da conversa
Eduardo revelou várias
coisas sobre sua vida
profissional e destacou
a gratidão que tem pelo
público otaku de todo o
Brasil. A Rádio J-Hero é
que tem que agradecer
ao Eduardo Miranda por
sua genialidade e pela
entrevista.
Para você que quer
curtir um pouco mais
sobre CDZ e as histórias
de Eduardo Miranda
nós encerramos essa
matéria indicando o web
documentário "A Força do
Pégaso no Brasil" onde
ele conta muitas outras
situações, clique aqui para
vê-lo e escute novamente
a entrevista aqui.
Obrigado Eduardo!
---
Essa matéria foi
originalmente publicada no
site da Rádio J-Hero.
Jefferson Saylon (Kaguya)
é o atual Redator Chefe da
Redação da Rádio J-Hero e
Kenny MD é ex-Redator Chefe
da Redação.
"Às vezes eu fico
olhando umas
coisas que são
frutos diretamente
da programação de
Cavaleiros e eu fico
impressionado como
isso se enraizou"
13. 13
U
ns dizem Animes,
outros Animês.
Mas pra mim o que
importa mesmo
não é a pronúncia, mas
sim o fator empolgação
e diversão. Mas porque
digo isso. Bom, um tempo
desses me deparei com
a pergunta: "O que você
vê de tão empolgante
nestes desenhos animados
japoneses hein?".
Essa pergunta me fez
rir e me levou a respondê-
la aqui. Esta pergunta me
foi feita por alguns amigos
e colegas de trabalho e
aproveito este espaço
para responder “O que
vejo de tão empolgante
nos animes”. Sem mais
delongas, vamos lá!
Ao longo destes anos
que venho acompanhando
os animes, venho
descobrindo que eles
não são bem assim como
muitos pensam por aí
não. Eles têm assuntos
com temas fortes,
conteúdo adulto e que em
nada lembram os ditos
"desenhos animados". E se
você tem curiosidade e se
interessa por este universo
muitas vezes controverso e
interpretativo, apresento-
lhes o caminho que eu
trilhei, um caminho legal
para que você desfrute e
descubra comigo o que de
tão empolgante eu vejo
neste animes.
High Scholl Of the Dead
Este anime dispensa
muito comentário. Eu
indico para aqueles que
gostam do apocalipse
zumbi. Ele conta a história
de um grupo de jovens
estudantes que se veem
presos em uma escola no
meio de um apocalipse
zumbi. Este é um bom
anime pra você começar a
trilhar...
Tudo começa em
uma manhã comum,
onde as coisas corriam
aparentemente normal
como devem ser. É quando
do telhado o jovem Komuo
Takashi, personagem
O QUE VEJO DE TÃO
EMPOLGANTE NOS ANIMES?
Por Tsukasa-Kun
14. 14 -JHERO MaGazine
principal na trama, observa
um acontecimento bizarro
nos portões do colégio: um
homem começa a causar
uma tremenda confusão e
quando um dos professores
o tenta expulsar do portão,
acaba sendo mordido pelo
tal homem e é aí que tudo
começa. O professor se
torna o primeiro zumbi do
colégio. Ele simplesmente
começa a morder os outros
e em pouco tempo a escola
e os poucos estudantes
que sobrevivem se
deparam com uma horda
de comedores de carne.
Hehehe.
A história começa com a
velha trama já conhecida
de todos. Zumbis
invadindo uma escola,
contaminando outros,
alguns poucos tentando
sobreviver ao caos, mas
no decorrer da trama,
a série vai progredindo,
introduzindo outras
questões relacionadas com
o colapso da sociedade,
os sobreviventes que
se tornam perigosos,
incluindo uma possível
destruição dos códigos
morais humanos. Mais um
anime que recomendo para
os fãs do gênero.
Ao No Exorcist
Conhecido no ocidente
como Blue Exorcist, é uma
série de mangá escrito e
ilustrado pelo mangaká
Kasue Kato. Recebeu
uma adaptação em anime
com 25 episódios pelo
estúdio A-1 Pictures em
2001. O mundo em Ao
No Exorcist consiste em
duas dimensões, adjuntas
uma a outra como um
espelho em seu reflexo.
Uma é o mundo onde nós
os humanos vivemos.
Assiah. Outra é o mundo
dos demônios Gehenma.
Originalmente uma
verdadeira viagem entre
os mundos, ou mesmo
um contato entre eles, é
impossível. Entretanto,
qualquer demônio é capaz
de passar a dimensão
de Assiah através da
possessão dos humanos.
Ainda assim, durante
toda a trama que envolve
este anime, existem
demônios vagando entre
os humanos e só quem
pode ver é quem já teve
um contato direto com
um demônio de qualquer
nível. Em contrapartida,
existem aqueles chamados
de exorcistas, que são
pessoas que são treinadas
para enfrentar e destruir
estes demônios que agem
de maneira prejudicial ao
mundo dos humanos. Com
mais de dois mil anos de
existência, esse grupo
possui diversas filiais em
todo o mundo, estando
secretamente sob comando
do próprio vaticano
e agindo de maneira
subterfugiosa às massas.
Satã é o deus dos
demônios em Gehema e
um ser de poder ilimitado.
Há, contudo, uma única
coisa que ele possui:
um corpo no mundo dos
humanos capaz de abrigá-
lo. Por essa razão, ele
criou Okumura Rin, seu
filho gerado por uma
humana. Rin tem um
irmão gêmeo. Okumura
Yukio, muito inteligente
e a princípio acredita-se
que ele não tem nenhum
poder demoníaco o que
muda mais tarde, e ele
desde pequeno sempre
soube sobre os demônios
diferentes de Rin, e
prometeu proteger o seu
irmão acima de tudo e
por conta disso se torna
exorcista com apenas 15
anos.
Mas não está nos planos
de Rin ser manipulado
por seu pai. Ele é um
jovem rapaz humano que
leva uma vida normal
em Assiah, até o dia em
que descobre ser um
híbrido meio humano,
meio demônio, filho de
Satã. Agora, no intuito de
não machucar ou matar
mais pessoas, ele planeja
tornar-se um exorcista a
fim de destruir seu próprio
15. 15
pai, Satã.
Um excelente anime
pra quem gosta do gênero
terror...
Swort Art OnLine
Este e um pouco mais
leve, mas nem por isso
deixa de ser empolgante,
sendo um dos favoritos
na opinião da maioria dos
fãs de animes. A trama se
passa no ano de 2022 onde
a tecnologia e altamente
avançada com um sistema
de realidade virtual criado
para os games controlados
pelo Nerve Gear, um
capacete que estimula
os cinco sentidos através
do cérebro e o primeiro
deles é o SAO que é um
VRMORG (um RPG em
realidade virtual).
Tudo começa com o
lançamento oficial do
SAO e todo esse mundo
de realidade virtual que
começa numa boa, até
que todos acabam ficando
presos dentro da realidade
criada pelo jogo. E pior,
sem a opção de sair ou
qualquer botão do gênero,
fazendo com que os gears
não possam ser retirados
por estarem ligados ao
cérebro de seus usuários.
Se forem removidos,
causam danos imediatos
ao usuário. Assim tudo
muda e a pequena
realidade virtual se torna
a mais pura realidade em
um verdadeiro jogo de
sobrevivência. Um anime
realmente muito bom que
me proporcionou muita
diversão.
Mirai Nikki
E este meus amigos(as)
sem dúvidas é o mais
inteligente de todos que eu
já assisti. E olha que tenho
uma vasta animeteca.
Imagine se você pudesse
se tornar um deus e ter
absolutamente tudo o que
você sempre quis. Seria
o máximo não é mesmo?
Mas, como nem tudo
nesta vida vem assim tão
fácil... para conseguir este
feito, você tem de matar
pessoas em uma espécie
de competição bizarra. E
agora? O que você faria.
É exatamente em torno
disso que o anime Mirai
Nikki, ou simplesmente O
Diário do Futuro gira. Não
vou comentar muito para
não correr o risco de dar
nenhum spoiler. Mas este
anime eu recomendo e
muito.
E e isso pessoal, é
por enredos como estes
apresentados aqui, que
eu acho o universo dos
animes muito empolgante
e repleto de diversão
e personagens muito
carismãticos. E tenho
orgulho, dos meus 38 anos
poder dizer que assisto sim
animes e curto demais. Um
forte abraço a todos e ate
o próximo encontro.
---
Esse texto foi publicado
originamente no site da Rádio
J-Hero.
Uberlan Rosa de Faria
(Tsukasa-kun) é redator da
Rádio J-Hero.
16. 16 -JHERO MaGazine
E
m 2016, para
comemorar o final
do #MêsShoujo em
minhas colunas,
falei de um assunto
que é de importante
conhecimento para todos,
sejam amantes de shoujo
ou haters. Afinal para odiar
tem que ter conhecimento
de causa não acham?
Conhece aquele anime
chamado Toradora?
Então... Ele não é shoujo,
isso mesmo! Você foi
enganado a vida toda (ou
não).
Todas as obras da
Clamp são shoujo? Não!
Aliás o Chobits que voltou
na época pela JBC, não
é shoujo, é seinen (essa
me pegou de surpresa).
Então afinal, o que é
shoujo? O que é essa tal
de demografia que está no
título?
A Tia Musa explica... Ou
vai pelo menos tentar...
(me corrijam se eu estiver
errada... D:)
O que é Demografia?
A demografia, muito
citada em algumas
matérias, na verdade
refere-se ao gênero
demográfico dos
mangás/animes. Como a
demografia é uma área
da ciência geográfica
que estuda a dinâmica
populacional humana, o
gênero demográfico se
foca em histórias/obras
especificas para um grupo
populacional. Alguns
exemplos conhecidos são:
shounen, seinen, shoujo,
josei, etc. Temos também
o gênero demográfico
kodomo, porém não me
focarei nele.
Shounen: Garotos
Shoujo é só para garotas?
entenda o que é demografia, shoujo e gênero em animes ou mangás
Por Musa-sama
17. 17
jovens / adolescentes –
Foco mais infanto-juvenil,
trazendo temas procurados
por eles, como aventura,
lutas e ação. Ex: One
Piece;
Seinen: Homens adultos
– Foco mais maduro, com
assuntos mais realistas,
explorando de maneira
mais “adulta” os temas do
shounen: aventura, luta e
ação. Ex: Gantz;
Shoujo: Garotas jovens
/ adolescentes - Foco mais
infanto-juvenil, trazendo
temas procurados por
elas, como romance,
aventura, cotidiano e
relacionamentos. Ex: Red
River – Shinohana Chie;
Josei: Mulheres adultas
– Foco mais maduro, com
assuntos mais realistas,
explorando de maneira
mais “adulta” os temas do
shoujo: relacionamento,
cotidiano e romance. Ex:
Usagi Drop;
No Japão as revistas
são especializadas em
demografias, por isso
independente do assunto
que a obra tiver, se
estiver em uma revista
especializada de shoujo,
será shoujo, mesmo que o
assunto não tenha nada a
ver com os temas que citei
acima.
Devido a maioria
das obras de revistas
especializadas shoujo
tratarem romance criou-
se a ideia que tudo que é
romance é shoujo, e tudo
que é shoujo tem romance,
mas isto está errado,
pois como expliquei: a
demografia de gênero do
mangá vem da revista o
qual foi publicada e nem
sempre eles seguem à
risca a ideia geral de tema
para cada revista.
Afinal, algumas vezes
o mangaká procura uma
revista especializada
em um gênero, mas é
encaminhado para outra,
pois a editora considerou
que a história seria mais
relevante para aquele
gênero demográfico em
específico.
E dessas ideias saem
algumas loucuras como
K-On! sendo Seinen
(publicado na revista
Manga Time Kirara).
É bem mais fácil
entender isso quando
pegamos um tema como
exemplo. Veja abaixo:
Tema: Romance Escolar
Shoujo – Ex: Ao Haru
18. 18 -JHERO MaGazine
Ride – Revista Bessatsu
Margaret;
Shounen – Ex: Toradora
– Revista Dengeki Daioh;
Ambos possuem como
tema o romance escolar,
porém por estarem em
demografias diferentes,
possuem gêneros
diferentes. O primeiro
é mais focado para o
público jovem feminino e
o segundo para o público
jovem masculino, porém
isso não impede que
um público diferente do
público-alvo possa ler e
apreciar a obra. Somos
livres para ler o que
quisermos.
E só pra avisar, tanto
shoujo quanto shounen
pode ter ecchi, só vai ser
explorado o ponto de vista
e fetiche do público alvo.
Gostei da brincadeira.
Então, vamos mais um
exemplo:
Tema: Terror
Josei – Ex: Petshop of
Horrors – Revista Missy
Comics DX;
Seinen – Ex: Another –
Revista Kadokawa Shoten;
Moral da História:
Qualquer tema que seja,
você consegue encontrar
algo semelhante nas
diferentes demografias,
pois a demografia não
limita o assunto que será
tratado, apenas foca
em um público-alvo em
especial e desse enfoque
que surge o gênero que
chamaremos Mangá
Shoujo, Shounen, Josei ou
Seinen.
Por isso nem todo
romance será shoujo e
nem todo o shoujo terá
romance escolar bobinho.
Quer um exemplo? Temos
a mangaká Shinohara
Chie, conhecida como a
rainha dos mangás shoujos
de terror, todas as obras
dela possuem um suspense
na medida certa.
Alguns exemplos de
mangás da Chie-sensei
são Mizu ni Sumu Hana
(Romance of Darkness),
Akatsuki ni Tatsu Lion e
Ryouko no Shinreijikenbo.
Todas as histórias são
envoltas de mistério,
Mizu ni possui seres
sobrenaturais, mistério,
drama e lutas. Akatsuki
já vem com morte,
conspiração e aventura.
Enquanto Ryouko conta
com fantasmas, suspense
e morte, bem história de
terror mesmo.
Abaixo algumas editoras
e suas revistas shoujos
conhecidas:
Shueisha: Ribon, Ribon
Original, Cobalt, Cookie,
Cookie BOX, Margaret,
Bessatsu Margaret,
The Margaret e Deluxe
Margaret;
Kodansha: Nakayoshi,
Aria, Shōjo Friend,
Bessatsu Friend, Dessert e
The Dessert;
Shogakukan: Ciao,
Chu Chu, Shōjo Comic,
Betsucomi, Petit Comic,
Cheese! e Pochette;
Shoujo é só para garotas?
Sei que ouvir isso de
uma garota não dá muita
moral para comentar,
porém shoujo não é algo
apenas para mulheres,
muitos otakus homens
já se deram conta existe
muita qualidade e boas
histórias entre as obras
desta demografia, é só
saber procurar algo do
seu agrado. E shoujos que
falam de romance escolar
não são melhores ou piores
que um mangá shounen
com o mesmo assunto ou
qualquer outro assunto!
Cada um visa agradar
um público-alvo e dá
pra conciliar ambos os
gostos. No final, isso é o
que realmente importa,
saber conciliar e respeitar
tanto o fã incondicional de
shoujo, quanto aqueles
que preferem não assistir
este tipo específico de
demografia. Viver é aceitar
as diferenças, seja no
nosso mundo otaku ou em
qualquer outra área!
Espero que tenham
gostado da matéria,
aprendido nem que seja
um pouco e melhorado
um pouco a visão sobre o
mundo shoujo (tão lindo).
Continuem aproveitando
a Rádio J-Hero e seu
conteúdo! (<3)
----
Este texto foi
originalmente publicado no
site da Rádio J-Hero.
Jesianne Delfino (Musa-
sama) é formada em Turismo
pela Univesidade Federal de
Pampa e foi Redatora Chefe
da Redação da Rádio J-Hero.
23. 23
Mais otaku do que nunca!
o consumo de animês nos últimos dez anos no Brasil
D
ois grupos de
otakus são afetados
pelas dinâmicas do
tempo. O primeiro
é formado por aqueles que
estão em plena atividade
nos dias de hoje. Esse
é um grupo que assina
serviços de streaming e
vê animê na internet de
forma legalizada. Noutro
momento também vê
alguma coisa do gênero
na TV aberta e também
no cinema, quando
ações promocionais são
elaboradas por integrantes
desse mercado em nosso
país.
O segundo grupo,
bem mais complexo por
reunir elementos de duas
décadas distintas (até
mesmo três!), conta com
diferentes maneiras de
consumo do principal
produto do fandom – o
animê – transitando
entre o legal/oficial e o
ilegal/alternativo, o fácil
e o difícil (em termos
brandos).
Entre esses grupos,
num período quase que
de transição, nasce no
Brasil uma rádio virtual
que dialoga com ambos
os lados. Uma rádio que
reúne tanto os mais
experientes como os
iniciantes na Cultura Pop
Japonesa. Uma rádio que
é “Do seu jeito! Do seu
gosto!”.
A Rádio J-Hero, assim
como algumas de suas
concorrentes, aproveita-
se da formação de onda
de consumo de animês
no Brasil para formar seu
público cativo e alegre.
Tal processo, no entanto,
é pautado pelo ciclo
de modificações que o
mercado de televisão e
a internet teve que se
adequar. Obviamente isso
afetou também a forma
como a distribuição e o
consumo de animê foi
executado em nosso país.
No ano de 2008 –
quando a Rádio J-Hero
surge – o Sistema
Brasileiro de Televisão
(SBT) dava mais uma
cartada na tentativa de
manter o seu público
infantil interessado. Não
que “Bom Dia & Cia.” e o
restante da programação
voltada para as crianças
fosse um tiro no pé. Na
verdade, ainda hoje Sílvio
Santos aposta nesse
tipo de conteúdo como
ferramenta de fidelização
da faixa etária à emissora.
A questão é que no
ano anterior o SBT havia
exibido a animação Naruto,
um sucesso no Japão e
entre alguns fãs brasileiros
que consumiam via DVD
alternativos e internet. O
certo é que as aventuras
do ninja loiro com um
demônio de nove caudas
em seu corpo deram um
gás interessante para a
emissora dos Abravanel.
Passado um ano, era
necessário apostar numa
nova marca de sucesso
no Japão. O escolhido foi
One Piece. Foi aí que o
SBT – e a TV Aberta como
um todo – sofreu um duro
golpe que se refletiria nos
anos seguintes em sua
relação com as animações
japonesas. Cortes e
adaptações na versão que
foi exibida no ocidente
caíram no desagrado dos
fãs mais experientes e que
já acompanhavam Monkey
D. Luffy e seu bando
através das fansubs (visto
que o animê é exibido no
Japão desde 1999).
por Saylon Kaguya
CAPA
24. 24 -JHERO MaGazine
Em entrevistas
anteriores concedidas a
sites e blogs focados em
cultura otaku no Brasil,
a representação da Toei
Animation no Brasil já
explicou que a versão
censurada feita pelos
americanos (4Kids) foi a
escolhida para ser exibida
no SBT devido ao horário
da transmissão – pela
manhã – e que o fato
de esta versão também
já estar dublada (e em
exibição no Cartoon
Network) ajudou na hora
de fechar o licenciamento.
Aqui temos um dos
motivos que levou a
animação japonesa ir
dando menos as caras
por aqui na TV aberta.
A mentalidade que
defende a tese “animê é
coisa de criança” sempre
acabou sendo levada em
consideração na hora de
se fechar os acordos de
exibição. Fora isso também
havia o fato de que
ninguém abriria horário no
seu prime-time para exibir
desenhos e correr o risco
de amargar as últimas
colocações junto aos
institutos de audiência.
O certo é que One
Piece não vingou – pelo
menos em sua versão na
TV aberta – e até entre
os fãs um debate havia
se instaurado a respeito.
A dublagem feita pelo
estúdio DPN Santos
teve muito comentários
negativos a respeito de
escolha de vozes e troca
de nomes. Vale destacar
que o estúdio fez seu
trabalho em cima da
versão da 4Kids e que
isso influenciou muito
os rumos da série por
aqui. No geral, apenas 52
episódios (que equivaliam
aos acontecimentos do
episódio 84 devido aos
cortes) foram dublados
e exibidos no Brasil. Isso
despertou nos otakus mais
experientes a seguinte
dúvida: Seria a dublagem
brasileira ainda eficiente na
animação japonesa?
Com muitas pessoas
acompanhando animês
através de fansubs na
internet – e ouvindo
as versões com áudio
original – era bem comum
fazer a comparação
entre os dois trabalhos
e se exigir que fossem
equivalentes. Já não se
consumia a dublagem
como nas décadas de 1980
e 1990. O público agora
conhecia a versão original
com antecedência e isso
influenciou muito na sua
recepção.
Mudanças também
aconteciam na TV Fechada.
Após um longo período
(2005-2007) sobre o
slogan “24 Horas Full
Anime” o canal Animax,
primeiro da América Latina
dedicado ao mercado
japonês de animação,
abandonava suas raízes
e passava a investir em
produções ocidentais como
séries e reality shows.
Criadas em cima das bases
de outro canal famoso, o
Locomotion, as atrações
do Animax deram as caras
no Brasil inicialmente
como um bloco dentro
da programação da Rede
Bandeirantes (2000) e
Rede Record (2001).
Após seu período áureo
dedicado aos animês, a
emissora – pertencente
ao grupo Sony – mudou
seu slogan para “TV
Extraordinária” em 2008
e começou a dar menos
espaço gradativamente
através dos anos
aos animês até sua
descontinuidade em 2011
quando tornou-se o canal
Sony Spin.
Entre os destaques do
Animax em sua segunda
fase se pode citar Death
Note, Bleach, Fate/
Stay Night (versão do
Estúdio DEEN), Basilisk
25. 25
e Samurai X. Sua última
animação japonesa,
ainda como Animax, foi o
shoujo Nodame Cantabile
estreando em março de
2011.
Os animês ainda
figuraram na programação
do Sony Spin até 5 de
maio de 2012, quando
a emissora encerrou
finalmente sua longa
parceria com o estúdio
GONZO e a Aniplex, que
junto com Sony eram os
principais financiadores
do Animax. As últimas
animações japonesas
inéditas que seriam
exibidas até esta data
seriam a segunda
temporada de Bleach
e Fullmetal Alchemist
Brotherhood.
O ano de 2008 havia
sido bastante difícil para
os otakus. Nesse período
o canal Play TV encerrava
a sua primeira exibição de
Os Cavaleiros do Zodíaco e
dava fim ao Otacraze, seu
principal bloco focado nos
animês dentro da grade.
Após isso a emissora ainda
exibiria Yu Yu Hakusho e
Monster Rancher antes de
migrar da TV Aberta para a
TV Fechada.
Seis anos depois o Play
TV retomava seu papel
como disseminador da
animação japonesa no
Brasil ao exibir Death Note
e Bleach, antes exibidos
no Animax. No ano de
2015 a emissora passou
a exibir Yu-Gi-Oh! e foi
a responsável por exibir
de forma inédita Naruto
Shippuden em uma versão
dublada. Já em 2018, o
Play TV apresentou de
forma inédita na TV a saga
dos Arrancars do animê
Bleach e após abril do
mesmo ano anunciou o
fim das transmissões de
animê por força de fim de
contrato sem dar previsão
de retorno.
Antes de chegarmos
ao ponto de virada da
animação japonesa no
Brasil falta destacar a
trajetória dos dois últimos
baluartes que ainda restam
ser aqui elencados: a Rede
Globo e a Rede TV.
Mais uma vez 2008 se
mostrou como um ano
terrível. Na TV Globinho
era o último ano de
Geovanna Tominaga à
frente da atração. Isso
após um “retorno” triunfal
à grade semanal depois
de ter ficado recluso aos
sábados para dar vez ao
último suspiro de vida
de Xuxa Meneghel na
emissora dos Marinho.
Sem animês entre as
atrações o público teve
que se contentar com a
produção da Nickelodeon,
Avatar: A Lenda de
Aang (Avatar: The Last
Airbender), que não
decepcionou e cativou a
massa.
No ano seguinte os
otakus – e o público em
geral – ainda puderam
contar com Yu-Gi-
Oh! GX, Bakugan e a
versão americanizada do
tokusatsu Kamen Rider: O
Cavaleiro Dragão. Daí em
diante não tivemos
“nada de novo
debaixo do sol”
no tocante ao que
vinha do Japão e o
próprio programa foi
jogado de escanteio
devido a estreia
do Encontro com
Fátima Bernardes
em 2012, quando
voltou a ser exibido
somente aos
sábados, e teve sua
descontinuidade em
2015 com a estreia
do matinal É de
Casa.
A Rede TV será lembrada
como a esperança de
muitos otakus que viveram
o pós-2008. Chamada
por alguns como “A Rede
Manchete dos anos 2000”,
a emissora dos grupos
Dallevo & Carvalho, tratou
de tornar a animação
japonesa como um
produto atrativo para
crianças e adolescentes
numa mecânica de
retroalimentação do
conteúdo sempre
reprisando animês antes
exibidos na TV aberta
e dando espaço para
exibição daqueles que
ficam no ambiente da TV
Fechada.
Atrações como Yu-
Gi-Oh! GX e Pokémon
foram as mais exibidas na
programação que contou
também com Fullmetal
Alchemist, Hunter x Hunter
e Inazuma Eleven (Super
Onze), Digimon Frontier e
o tokustastu Ryukendo.
Desde aquela época
o fã da Rádio J-Hero
viveu essas e outras
situações envolvendo o
consumo de animê no
Brasil, encontrando na
webrádio um refúgio para
o diálogo e manutenção do
fandom. Reunindo na sua
programação elementos
26. 26 -JHERO MaGazine
agora não mais estranhos
como as animesongs e
o J-Pop, além de trazer
informações atualizadas
sobre o mundo dos animês
no Japão e também no
Brasil, a J-Hero chegou aos
seus dez anos justamente
por saber lhe dar com
essas mudanças, saber
lhe dar com o crescimento
dos otakus daquela época
e surgimentos de novo fãs
com o passar dos anos.
Nesse ínterim o consumo
de animês mudou mais
uma vez. Para quem ficava
cada vez mais imerso na
web assistindo através de
fansubs novos métodos
de reunir o discurso do
politicamente correto com
a paixão pela animação. O
mais rentável e popular do
momento são os serviços
de streaming on-demand.
Dois anos antes de a
Rádio J-Hero ser criada
- na cidade de Berkeley,
Califórnia (EUA) - quando
um grupo de fãs da
Universidade da Califórnia
se reuniu para montar uma
start-up com intenções de
transmitir o conteúdo de
animês e shows musicais
com conteúdo hospedado
produzido por fãs (fansubs)
em muitos casos. De
natureza comercial, o
serviço rapidamente
chamou a atenção dos
grandes grupos de mídia
do Japão como Bandai
e Funimation que logo
trataram de buscar
resguardar os direitos de
distribuição e licença de
seus produtos.
O Crunchyroll
rapidamente se organizou
para atender às demandas
e expandiu seus serviços
para o mundo inteiro.
Em 2012 a empresa da
Hime-chan (sua mascote
oficial) desembarcou
no Brasil renovando o
conceito de consumo
de animês ao ofertar a
exibição dos animês de
forma simultânea ao que
é exibido no Japão. Essa
aproximação despertou
mais uma vez o interesse
de novos públicos ao
fenômeno do animê
chegando também a galgar
nos espaços em outros
serviços de streaming
como a Netflix e o Prime
Video da Amazon.
Segundo Yuri Petnys,
Gerente de Mercado de
Língua Portuguesa da
Crunchyroll, o serviço de
streaming vê o Brasil como
um de seus mercados
mais atraentes. Ele conta
de forma breve sua
participação na empresa:
“O Brasil - mesmo
sendo um país só - tem
uma população bastante
grande e um histórico
bastante forte de anime,
foi o segundo mercado
escolhido. Eu estou com
a Crunchyroll desde
2012, só que na época
era apenas um tradutor,
apenas membros da
equipe de localização.
Desde 2015 eu trabalho
também como gerente de
mercado e o que eu vejo
é que o Brasil não só é
um dos mercados mais
fortes como também tem
um franco crescimento,
não só o Brasil como todo
o mercado internacional
ele cresce bastante, mas
o Brasil é um crescimento
bastante expressivo
mesmo sendo um mercado
mais desenvolvido.
O fato da gente estar
sempre conseguindo fazer
novos tipos de entradas
desse mercado seja
com animês dublados
na TV, seja com filmes,
seja até mesmo com a
participação em eventos,
ações promocionais e tudo
mais, mostra a força do fã
brasileiro e a importância
dele para a Crunchyroll
americana como um
todo”, relatou Yuri ao
destacar que o fã de animê
tem papel nas escolhas
comerciais que a empresa
toma.
Por motivos contratuais
Yuri Petnys não revela em
números a quantidade de
assinantes que a empresa
já conseguiu somar em
seus pouco mais de seis
anos em terras brasileiras,
mas garante que há uma
O Crunchyroll Brasil como um novo horizonte no consumo de animês
“O fato da gente estar
sempre conseguindo fazer
novos tipos de entradas
desse mercado [...] mostra
a força do fã brasileiro e
a importância dele para a
Crunchyroll americana como
um todo”
Yuri Petnys, Gerente de
Mercado de Língua Portuguesa
da Crunchyroll. Foto: Arquivo
Pessoal.
26 -JHERO Magazine
27. 27
forte aceitação do serviço
junto do público local.
Ele lembra que o idioma
português é o terceiro
com maior destaque na
empresa, que atua com
outros idiomas como russo,
alemão, italiano, francês e
árabe.
“A língua portuguesa
é terceira maior língua,
depois de inglês e
espanhol, também pelo
fato do espanhol ser
uma língua muito mais
populosa e toda América
Latina tem um histórico
bastante forte de animê. O
português ele é a terceira
língua mais falada e o
Brasil ele é um dos top 5
países com maior presença
na Crunchyroll. Todas
as decisões de alto nível
são feitas pelos Estados
Unidos, mas obviamente
o expertise local de cada
um dos gerentes de região
ele é levado bastante em
conta”, detalha o Gerente
de Mercado do Crunchyroll
Brasil.
A relação construída
entre o serviço de
streaming e a região leva
muito em consideração
o aspecto dos contratos
com os licenciadores.
Yuri é categórico ao
afirmar que para além das
transmissões simultâneas,
toda e qualquer atividade
exercida pela empresa
em qualquer território
possui certa autonomia
compartilhada pelos
gerentes comerciais locais.
É o caso das ações de
dublagem e parcerias
com canais de TV. Desde
2017 o Crunchyroll Brasil
passou a fazer dublagem
de animações japonesas
que integram seu catálogo.
A empresa já conta
com dez dublagens no
momento, algumas delas
disponíveis para usuários
do serviço e outras
exibidas semanalmente no
programa Crunchyroll TV
na grade da Rede Brasil.
Yuri afirma que a
produção de material em
idioma local é uma ação de
mercado oriunda da sede
nos Estados Unidos, mas
que a escolha de quais
animações serão dubladas
parte das gerencias locais,
que recebem um pacote de
produtos licenciados para
dublagem e selecionam
aqueles que se adequam
com mais facilidade às
propostas de consumo de
seus assinantes.
“Quando eles [Estados
Unidos] falam ‘Vamos
dublar animês!’ eles
perguntam para nós ‘Olha
nós temos as opções.
Quais que fazem mais
sentido ou menos sentido
para região de vocês?’ ou
‘Nós vamos colocar animê
na TV brasileira. O que
você acha que faz sentido
para o seu público?’
ou ‘Nós vamos colocar
os filmes do cinema.
Quais são as cidades
que fazem mais sentido
para vocês?’. Então quer
dizer, todas as decisões
são tomadas a nível
global, o licenciamento
especificamente, pois nós
temos um escritório em
Shibuya,Tóquio, que cuida
de todas as questões de
licenciamento. Quando o
animê licenciado eles que
cuidam de tudo isso. Nossa
expertise é importante
quanto a decisão de
licenciar para tal ou tal
região”, explicou.
O representante do
Crunchyroll Brasil ainda
comentou a respeito da
concorrência e como isso
afeta na presença/ausência
de um ou outro título no
catálogo do serviço de
streaming.
“Se a gente não
consegue trazer para
certas regiões, certas
línguas ou mesmo certos
títulos não é porque
a gente não quis. É
porque surgiram outros
problemas. Por exemplo,
a Netflix aparece oferece
mais dinheiro. Amazon
aparece oferece mais
dinheiro. Mas tirando esses
casos a gente sempre letra
toda tem o maior número
de títulos da temporada
possível para o
“O português é a terceira
língua mais falada e o
Brasil ele é um dos top 5
países com maior presença
na Crunchyroll.”
28. 28 -JHERO MaGazine
maior número de regiões
possível”, comentou Yuri.
Sobre o programa de
TV da Crunchyroll na Rede
Brasil, Yuri Petnys fala do
desafio que foi dar forma
ao projeto. Ele lembra que
para muitas emissoras de
TV esse era um modelo de
negócios já ultrapassado
e que não faz mais tanto
sentido. Yuri afirma que
a decisão de ter um
programa em TV aberta
não partiu dos Estados
Unidos, mas de uma
avaliação local.
Segundo ele, esse é um
modelo que na verdade
ainda faz muito sentido
para o cenário brasileiro.
Yuri confessa, no entanto,
que tudo só foi possível
graças a sinalização
positiva por parte da
emissora de TV.
“Não é porque a gente
colocou apenas porque
queria. Se não surgisse a
oportunidade a gente não
teria feito um mau negócio
só para colocar. A questão
é que, do meu ponto
de vista como alguém
que está no mercado há
alguns anos - mas que
não estava no mercado na
época em que Naruto, One
Piece, Sakura Cardcaptors
estavam na TV aberta
e tinha esse boom de
animação japonesa - eles
pararam de passar na
TV porque o modelo de
negócio parou de fazer
tanto sentido. Quando
você coloca um programa
na TV você tem diversas
taxas para pagar: taxa
para a Ancine, taxa para os
licenciantes - no caso de
séries licenciadas como são
animês - e esse dinheiro
tem que voltar de alguma
forma. Televisão funciona
a base de publicidade.
Quando o programa é
exibido o anunciante vai
ter sua propaganda e isso
passa a fazer sentido.
Quando você passa para
a TV Fechada o modelo
muda, mas basicamente
continua parecido. Você
precisa de audiência para
os canais e os programas
fazerem sentidos para os
anunciantes. Quando você
fala de TV Aberta e fala
que não pode mais fazer
propaganda para criança
isso matou muita gente. A
questão é: não é porque
não tem mais animê
no Brasil que não teria
audiência e o público não
estaria mais ansioso por
isso.”, argumentou Yuri.
É necessário aqui
lembrar também que
antes do Crunchyroll TV, a
Rede Brasil já havia feito
incursões pelo segmento
da animação japonesa ao
licenciar Os Cavaleiros do
Zodíaco e Dragon Ball Z.
Yuri defende que isso foi
o certo a ser feito, pois
mesmo sem publicidade
a emissora ganhou com
a simpatia do público que
migrou sua audiência
inspirado pelo frenesi
promovido pela nostalgia
das séries.
Yuri Petnys conclui seu
raciocínio respondendo
a pergunta de interesse
de muitos avaliadores
do mercado de TV. Para
ele, o Crunchyroll TV
vem obtendo resultados
positivos, pois estaria
influenciando diretamente
no aumento do número de
assinantes no Brasil.
“Pelo simples fato
de estar colocando a
Crunchyroll e os animês na
TV Aberta a gente ganha
exposição. Obviamente
a gente ganha porque
conseguimos fazer
com que mais pessoas
consumam animê de um
modo geral, então mesmo
que a pessoa não associe
inicialmente a Crunchyroll
aos animês, elas vão se
interessar vão procurar
assistir mais e aí acabar
caindo num fórum, num
site de notícias, canal de
YouTube onde alguém
vai falar que o animê que
a pessoa procura está
na Crunchyroll ou será
lançado lá. Simplesmente
pelo fato de estarmos
fomentando o consumo
de animês no Brasil, e
pelo fato de a gente estar
associando os animês com
a nossa marca esse bloco
já faz sentido”, conclui Yuri
Petnys ao fazer a defesa do
Crunchyroll TV.
Para o bem ou para o
mal, a marca Crunchyroll
já é nome present na boca
dos otakus brasileiros
onde quer que seja a
discussão - no mundo
virtual ou no real - e assim
como outros serviços de
streaming vem moldando
a prática de consumo dos
fãs fornecendo além do
conteúdo o relacionamento
mais intenso entre marcas
e consumidores ao
defender a ideia de uma
manutenção politicamente
correta da indústria do
entretenimento que se faz
uso como escapismo ou
simplesmente como meio
de diversão.
-----
Jefferson Saylon (Kaguya) é
Redator-Chefe e Administrador
de Redes
Sociais da Rádio J-Hero.
Radialista formado em
Comunicação Social (UFMA) com
atuação nos campos de
Mídias Sonoras e Cibercultura.
“A questão é: não é
porque não tem mais
animê no Brasil que não
teria audiência e o público
não estaria mais ansioso
por isso”
28 -JHERO Magazine
30. 30 -JHERO MaGazine
A
indústria dos
videogames hoje
é uma das que
mais arrecada
dinheiro depois do cinema.
A grande razão disso é a
evolução que os consoles
e jogos tiveram ao longo
do tempo com uma ajuda
bem significativa da
tecnologia. Tecnologia essa
que está em constante
mutação, oferecendo aos
gamers novas experiências
– estéticas e sensoriais
- e, de certo modo,
reinventando a forma de
jogar videogame. Faremos
um breve panorama dos
últimos anos na indústria
dos games e o impacto
que alguns jogos tiveram
para o aperfeiçoamento
do produto audiovisual
videogame.
O ano era 2005 e
estamos na instaurada
sétima geração de consoles
que vai do ano 2005 até
o ano de 2011. Consoles
como o Playstation 3, Xbox
360, Nintendo Wii estavam
a todo vapor de produção
de jogos e na briga para
ganhar os corações dos
fãs. Quem ganhou essa
guerra? A Nintendo
ganhou, ao menos em
termos de vendas com
o Nintendo Wii. Foram
mais de 100 milhões de
unidades vendidas em
todo o mundo. O jogo de
maior sucesso foi o “Wii
Sports” (2006) com mais
de 82 milhões de cópias
vendidas, estando também
na lista dos cinco jogos
mais vendidos da história.
Com a proposta de unir a
família e amigos na sala de
estar para uma divertida
partida, jogabilidade
simples e o auxilio dos
controles de movimento
o “Wii Sports” reinou
soberano.
No segundo lugar dessa
briga fica o Playstation 3,
console da Sony lançado
em 2006, com mais de
86 milhões de unidades
vendidas. O carro-chefe do
console foi o jogo “Grand
Theft Auto V” (2013),
comumente conhecido
como “GTA V”. Vendeu
mais de 80 milhões de
cópias e está, também,
na lista dos games mais
vendidos da história. Longe
de ser um jogo simples,
“GTA V” é um marco para
toda franquia da “Rockstar
Games” porque aprimora
todas as mecânicas
dos jogos anteriores –
visualmente principalmente
- e coloca três personagens
jogáveis cada um com
uma perspectiva diferente.
O feito foi realmente
admirável e o game ficou
em segundo colocado para
o melhor jogo do ano de
2013.
E o terceiro lugar
dessa guerra de consoles
ficou com o Xbox 360. A
Microsoft entrou para o
ramo de games na geração
anterior com o “Xbox”.
Em termos de números
o Xbox 360 não teve
grandes feitos como os
concorrentes tiveram, mas
A guerra de consoles
Sony, Nintendo ou Microsoft?
Imagem:
Promobit.
31. 31
permanece na briga. Aos
moldes do Nintendo Wii,
o 360 adicionou jogos por
sensor de movimentos não
necessitando exatamente
de um controle. Essa
tecnologia de sensor de
movimento usada no
console é conhecida com
“Kinect”. O Xbox 360 teve
a marca de 84 milhões de
unidades vendidas e o seu
jogo mais vendido foi o
“Kinect Adventures” (2010)
com um pouco mais de 20
milhões de cópias. Jogo
com a proposta parecida
com que o Nintendo Wii já
havia feito anos antes.
A oitava geração
começa oficialmente
com o lançamento do
Nintendo Wii U (2012).
Aqui a empresa Nintendo
teve uma baixa enorme
porque o console não
foi compreendido pelo
público e foi visto apenas
com uma extensão do
seu anterior. Grande
parte disso é devido ao
Wii U não ter um jogo
impactante. Além disso,
o console contava com o
“Gamepad”, uma espécie
de “Tablet” que o tornava
portátil. Talvez a ideia não
tenha sido bem elaborada
já que o Gamepad não
interferia muito e todos os
acessórios do Wii poderiam
ser usados agora no novo
console. Isso se reflete
nas vendas, o Wii U foi o
console menos vendido
da história da Nintendo
com apenas cerca de
13,5 milhões de unidades
vendidas, decretando
assim a morte precoce do
console. O game de grande
destaque talvez tenha sido
o “Mario Kart 8” (2014). A
franquia já consagrada de
corrida do Mario vendeu
pouco mais de Oito
milhões de cópias.
Quem também não
teve números altos,
relacionados à geração
anterior, foi o “Xbox
One” (2013). É apenas o
terceiro console lançado
pela empresa Microsoft
e vendeu cerca de 30
milhões de unidades,
podendo aumentar
esse número já que o
console ainda não foi
descontinuado. Além de
toda a capacidade de
processamento de dados,
oferecendo ao usuário
uma qualidade gráfica e
de áudio impressionante,
a ”caixa” da Microsoft não
chegou nem perto do seu
maior rival, o Playstation 4.
Não teve para ninguém
nessa guerra de consoles
na oitava geração. O
console da Sony Caiu na
graça dos gamers que
receberam muito bem o
“Playstation 4” (2013).
Até agora já foram
vendidas cerca de 82
milhões de unidades. O
grande diferencial para
os concorrentes está
na biblioteca de jogos
exclusivos da marca. A
Sony soube trabalhar
para entregar ao público
jogos impecáveis e dignos
de notas, fazendo esses
jogos ficarem apenas no
Playstation 4. O grande
exclusivo do Playstation
4, God Of War (2018) fez
história ao vender, em três
dias, cerca de 3,1 milhões
de cópias. A saga de
Kratos chegou derrubando
barreiras e foi sucesso de
críticas e aclamado pelo
público.
Depois do fracasso
do Wii U, a Nintendo,
colocou no mercado um
console realmente de
peso, O Nintendo Switch,
trazendo novidades bem
interessantes. O console
Hibrido, agora sim com
ideias novas, chegou e
fez milhares de fãs irem
correndo comprar o novo
produto da Nintendo.
O Switch é totalmente
diferente dos concorrentes
pela portabilidade,
podendo ser jogado como
um videogame portátil
ou ser jogado direto pela
TV e já vendeu até hoje
mais de 20 milhões de
unidades. O jogo carro-
chefe do Switch foi o
espetacular “Super Mario
Odyssey” (2017), provando
que apesar da mesma
historinha do Bowser com
a Princesa Peach e o Mario,
a jogabilidade sempre
se transforma e são
realmente originais. Prova
disso? Mais de 11 milhões
de cópias vendidas.
A guerra de consoles
está longe de ser
prejudicial, uma vez que
nós, jogadores e amantes
de videogames, sempre
ganhamos com isso. Longe
de nós escolhermos uma
empresa para ser fiel,
mas cabe a cada gamer
escolher o que melhor o
console pode oferecer.
Temos em mãos produtos
de entretenimento
riquíssimos de conteúdos,
de histórias, de visual
e audiovisual. Produtos
extremamente bem feitos
e seria até um pecado
escolher apenas um.
32. 32 -JHERO MaGazine
G
u Family Book
é um drama de
época (Sageuk) do
gênero: "Fantasia,
Drama, Épico e Romance".
Sim, tudo isso junto e
misturado.
Gu Family Book também
é conhecido pelos nomes
Ancient Medical Book, The
Writings of Nine Houses,
Book of The House of Gu e
Kang Chi, The Beginning.
Eu conheci esse Drama
(foi o primeiro que assisti)
completamente sem
querer. Simplesmente
apareceu um vídeo
na minha página de
recomendações no
YouTube pelo nome de
KangChi, The Beginning
e que tinha uma música
simplesmente linda. Depois
de algumas pesquisas na
internet consegui chegar
ao nome oficial e encontrei
a série para download toda
legendada em português.
Gu Family Book foi ao
ar de 08 de abril até 25
de junho de 2013, com
um total de 24 episódios,
exibido pela MBC. Os
protagonistas da série são
Lee Seung Gi como Choi
Kang Chi e Bae Suzy, do
Miss A, como Dam Yeo
Wool.
A série é dividida em 2
grandes fases e vou falar
sobre cada uma delas.
Logo no começo os
dois protagonistas não
aparecem na série. É
o momento no qual se
desenvolvem as bases da
história.
A história começa com
uma jovem moça, Yoon
Seo Hwa (Lee Yeon Hee),
sendo entregue em uma
"casa gisaeng" (espécie
de casa de prostituição ou
coisa assim) junto com
o seu irmão mais novo e
sua ama de companhia.
Por se recusar a entrar na
casa a jovem é deixada de
roupas íntimas amarrada
na árvore da vergonha.
Na floresta muito
próxima dali um ser
místico, Gu Wol Ryung
(Choi Jin Hyuk), guardião
das montanhas observa
tudo que acontece com
ela. Ele se compadece da
situação daquela pobre
garota, mas se controla
para não ajudá-la, já que
é proibido para os seres
místicos envolverem-
se nos problemas dos
humanos.
Depois de 3 dias
amarrada na "árvore da
vergonha" sem água ou
comida, Seo Hwa acaba
por desmaiar ali. Nesse
momento ela é levada para
dentro da casa sem que
Wol Ryung possa fazer
nada.
Algumas reviravoltas
acontecem depois
que Seo Hwa é levada
para dentro da "Casa
Gisaeng" (morram de
curiosidade até assistirem
GU Family Book
Conheça esse maravilhoso drama coreano
Por Kushina
Aviso: haverá uma dose razoável de spoilers nessa matéria. Nada que
prejudique a história (obviamente não vou contar o final u_u), mas só um
pouquinho para dar mais vontade de assistir!
33. 33
muahahaha!).
O que realmente importa
é que, em determinado
momento, Seo Hwa foge
da casa e vai procurar
refúgio dentro da floresta,
da qual Wol Ryung é o
místico guardião.
O belo Gumiho salva a
donzela do perigo em uma
cena de tirar o fôlego.
Depois de salvar a
moça, Wol Ryung, leva-a
para o alto da montanha,
para um local onde os pés
humanos, sem auxílio, não
podem chegar, e faz de
tudo para agradá-la e fazê-
la sorrir.
A partir do momento do
salvamento de Seo Hwa,
a música que embala os
momentos românticos do
casal passa a ser My Eden
da Yisabel.
Muitas cenas realmente
fofas acontecem nesse
meio tempo, entre os
dois. Seo Hwa acaba se
apaixonado por Wol Ryung
e os dois se casam na
montanha e vivem felizes
lá.
Entretanto, Wol Ryung
não foi capaz de revelar
para Seo Hwa a sua
verdadeira natureza de ser
místico. Ele decide abrir
mão da sua imortalidade
para se tornar humano
e viver feliz ao lado da
primeira mulher que fez
seu coração disparar, em
mais de 1000 anos de
vida.
Mas as coisas não vão
acontecer bem assim...
Enfim, exatamente o que
acontece vocês terão que
assistir para descobrir.
O que importa é que Seo
Hwa se descobre grávida
de Wol Ryung e acaba
tendo o lindo bebê na
montanha onde viveu com
seu amado.
Esse bebê, filho de Seo
Hwa e Wol Ryung, é Choi
Kang Chi, interpretado pelo
meu divo Lee Seung Gi. O
bebê é encontrado no rio
por uma família de bom
coração e criado por eles.
No momento que o bebê
é encontrado e recebe o
seu nome a primeira fase
da série se encerra e rola
aquele pulo maroto de 18
anos.
Como fica
extremamente óbvio por
quem são seus pais, Kang
Chi é metade humano e
metade ser místico. Seus
poderes são suprimidos
por uma pulseira mágica,
colocada nele ainda bebê
por um grande amigo de
seu pai, So Jung (Kim Hee-
Won).
Após o pulinho de
muitos anos na história,
aí sim vemos a linda
Bae Suzy (que deve ter
treinado muito mesmo,
porque estava ótima nas
cenas de luta) e o meu
divo Lee Seung Gi, dando
vida à Yeo Wool e Kang
Chi, respectivamente.
Kang Chi é um jovem de
muito bom coração, que
sempre busca ajudar as
outras pessoas do seu
vilarejo e tem um amor
verdadeiro pela família
que o adotou. Ele é um
pouquinho brigão e sempre
repete a mesma frase
quando provocado: "Você
quer morrer?".
Oppa
apreciation
34. 34 -JHERO MaGazine
É bem engraçado.
Yeo Wool é a filha de um
chefe de artes marciais, e,
por isso, sabe lutar muito
bem usando espadas,
arco e flecha e até com
luta corporal. É uma moça
doce que sonha com o
amor verdadeiro, mas tem
medo de não encontrar
um homem que a aceite
como ela é. Busca sempre
ajudar os outros e é muito
corajosa.
O maior objetivo das
personagens nessa
segunda fase é conseguir
colocar um fim nas más
ações daquele mesmo
vilão, responsável por
destruir a vida e a família
de Yoon Seo Hwa anos
antes e que continuou a
praticar crimes nesse meio
tempo.
Jo Kwang Woong é
simplesmente o vilão
mais nojento, desprezível,
detestável e tudo o mais
que se possa imaginar. Ele
nunca está satisfeito com o
que tem. É extremamente
ganancioso e não tem
nenhuma noção do que
significa ser moral. É o
vilão principal da história
do primeiro ao último
capítulo.
Há alguns personagens
fora desse núcleo principal
que realmente precisam
ganhar algum destaque
por aqui.
Park Moo Sol é um homem
de muito bom coração. Ele
quem encontrou o bebê
Kang Chi no rio e o criou
como se fosse seu filho e
tem profundo amor pelo
rapaz. É conhecido na
vila por suas boas ações,
sua compaixão e por
ajudar aos que precisam.
É o dono da Pousada
Centenária, local mais
importante da segunda
fase da série.
Servo Choi o servo
principal da Pousada
Centenária. Ele quem deu
seu sobrenome ao pequeno
bebê encontrado no rio.
Tem verdadeiro amor de
pai por Kang Chi, que é
plenamente correspondido.
Passa a ter cada vez mais
importância no decorrer da
trama.
Park Tae Seo é o filho
legítimo de Park Moo Sol.
É um personagem um
pouquinho contraditório.
Hora ele é bom, hora é
ruim. Hora você ama,
hora você odeia... meio
que impossível de definir.
Mas, na minha opinião,
ele é essencialmente
bom, mas nem sempre é
muito inteligente em suas
escolhas.
Park Chung Jo é a filha
de Park Moo Sol. Logo
no começo da segunda
fase dá para notar que
ela tem sentimentos por
Kang Chi e ele por ela,
mas a moça rejeita esse
sentimento e está noiva
de outro homem. É uma
personagem que realmente
tem uma grande mudança
ao longo da história.
Gon é meio que um
guarda-costas da Yeo
Wool. Está sempre junto
com ela e a protege. Dá
para notar que ele sente
alguma coisa por ela,
mas a moça parece não
perceber o interesse dele
35. 35
e o deixa na mais absoluta
friendzone. Ele vive
brigando com Kang Chi por
causa do ciúme que sente
de Yeo Wool.
Madame Chun é a gisaeng
chefe da casa para
onde Yoon Seo Hwa foi
mandada. Haverão muitos
desdobramentos e a Sra.
Chun nunca desaparece
da história, e depois
descobrimos alguns dos
mistérios que a cercam.
So Jung é um velho sábio
que foi um grande amigo
de Wol Ryung. Participa
ativamente de todas as
fases da série. Para ser
sincera ainda ficou em mim
um pouco de curiosidade
sobre a verdadeira
natureza dele.
Há muitos outros
personagens na história,
mas só quis destacar por
aqui os principais (talvez
tenham sido os que eu
gostei mais, nem sei. u_u).
A história é muito
profunda e, até certo
ponto, imprevisível. Você
nunca sabe o que esperar
do episódio seguinte. Só o
que posso dizer é que um
episódio é melhor do que o
outro.
É até muito claro,
por todos os cartazes e
tudo o mais, que Kang
Chi e Yeo Wool terão um
relacionamento. Os dois
participam de muitas cenas
realmente lindas, mas
eu não consigo decidir se
gosto mais do casal Wol
Ryung e Seo Hwa ou Kang
Chi e Yeo Wool.
Eu verdadeiramente me
decepcionei com o que
acontece com o Wol Ryung
e a Seo Hwa no começo
do K-Drama. Mas depois
eu entendi tudo o que
aconteceu e, por isso, não
sei de qual gostei mais.
E a música deles dois
é mais bonita que a do
casal principal, na minha
opinião.
Minha opinião sobre o
final do Drama: Tortura
demais um final daquele,
gente... Porque ele deixa
um gosto de quero mais. O
final praticamente te deixa
com a certeza de que vai
haver uma continuação,
mas isso é quase
impossível se tratando de
K-Dramas. D:
Uma coisa que não dá
para evitar de falar nesse
drama é a trilha sonora.
De todos os K-Dramas
que vi, Gu Family Book
é de longe o melhor em
termos de OST (Original
Sound Track). Mas sério, é
impossível dizer qual delas
é a melhor porque todas
são lindas.
Enfim, gente. Eu
falei demais porque
simplesmente amei esse
drama e é muito difícil
falar por alto de algo que
você verdadeiramente
se apaixonou. Espero
ter despertado em vocês
a vontade de assistir o
drama. Datteba nee!
---
Essa matéria foi
originalmente publicada no
site da Rádio J-Hero.
Dirlyane Ferreira (Kushina)
é redatora e ex-DJ da Rádio
J-Hero.
36. 36 -JHERO MaGazine
A
pesar de serem
consideradas
por alguns uma
forma de pirataria,
não podemos negar
que principalmente nos
primórdios dos animes aqui
no Brasil, eram as fansubs
que nutriam esse nicho
que hoje em dia possui
muito mais opções para
consumo. Afinal, quem
nunca se deparou com a
frase “Feito de fã para fã”?
Por conta dessa
importância em nossa
própria história como
nicho, conversamos o
atual proprietário da
Rede Sakura Animes,
Yakuma, para contar
um pouco da história de
uma das fansubs que
fizeram sucesso nessa
disponibilização de animes
legendados.
Confira:
JH - Você pode contar
um pouco da história da
Sakura e como surgiu
a ideia de criar uma
fansub?
Yakuma - O Sakura
surgiu pelas mãos da
fundadora Monica Queiroz
vulgo: “Sakura-chan” em
20 de junho de 2010,
como surgiu palavras
de nossa fundadora “O
Sakura Animes foi criado
na verdade pra ser um
site pessoal, minha idéia
original era apenas upar
alguns animes e postar
só pra me divertir, nunca
planejei o SA pra ser um
grande site”.
Após um período e a
maternidade da nossa
fundadora, ela se afastou.
Fiquei responsável em
manter a Rede Sakura
Animes daí para frente. Lá
se vão longos 6 anos.
Sobre a primeira vez
que a fansub foi criada
a idéia da Sakura-chan
era realizar traduções de
animes, mangás etc., de
projetos que não foram
traduzidos por fansubs aqui
no Brasil, principalmente
projetos “fofos”, a idéia
fundamental era esta, após
um longo período e saida
de muitos membros a
fansub se encerrou.
Ficamos fechados até
ano passado, onde algums
membros da staff tiveram
a iniciativa de reviver a
fansub e trazer novamente
traduções pela Sakura
Animes novamente, digo
no caso Akatsuki nosso
administrador da fansub,
atualmente trabalhamos
em parcerias e alguns
projetos, infelizmente
passamos por um período
offline há alguns meses
onde estamos criando um
novo site Sakura Animes,
em breve estará pronto,
porém o trabalho não para.
JH - Como é feito o
trabalho de vocês?
Yakuma - Eu, o
proprietário da Rede S.A.,
não participo diretamente
com a fansub nas etapas
dos projetos, porém para
responder esta pergunta
pedí o auxilio do Akatsuki
nosso administrador para
responder.
Akatsuki - Utilizamos o
processo de passo a passo
nos projetos Tradução
-> Revisão -> Timing ->
Typesetter -> K-Timer->
K-Maker -> Edição ->
Quality Checker ->
Encoder e Uploader, sendo
que foi estabelecido um
Feito de fã para fã
Por Fany-Chan
36 -JHERO MaGazine
37. 37
prazo para um processo
de um episodio ficar feito
em 1 semana, mas sempre
ocorrer imprevisto que
acaba ficando num prazo
um pouco maior.
Não postamos os
projetos diretamente no
site, pois estamos em
processo de atualização,
alguns projetos saem nos
parceiros.
JH - Vocês já
pensarem em serem um
speedsub?
Yakuma - Sinceramente
a meu ver não tenho
interesse em ser uma
speedsub, pois prefiro
demandar tempo para
revisão da tradução e
entrega de algo o mais
próximo possível do
correto, uma speedsub
possuem muito erro
de legenda e revisão
praticamente não existe
levando a frustração com
reupload com v2, v3 e
por ae vai, fora que a
concorrência hoje em dia
é enorme, como estamos
retornando não gosto
da idéia de competir
ou repetir traduções de
animes onde pelo menos
4 a 5 fansubs já estão
fazendo.
Meu administrador
acredita que temos
capacidade de ser uma
SpeedySub. Hoje em dia a
maior parte dos projetos
[das speedsubs] são Rips
da Crunchyroll, Netflix,
Daisuki, Crackle, Looke e
por aí vai sendo que tem o
tracker do Nyaa onde ele
disponibiliza os scripts e
episodios em pt-br e em
outras linguas quando são
rips desses sites então,
bastava você trocar a
fonte da legenda para
uma padrão que agente
fosse usar e depois fazer
o encoder em hardsub
(linguagem que alguns
podem não entender, mas
tudo bem, rs), seríamos
concorrentes de grandes
speedysubs atuais.
JH - A Sakura Animes
está no mercado desde
2010, sendo uma das
primeiras fansubs a
ganharem destaque
após a explosão de
animês nas emissoras
de TV brasileiras. Para
você, qual a importância
dos fansubs para os
otakus?
Yakuma - Muito
obrigado por lembrar
disso, acredito que não
são muitos que lembram
da época de ouro do
Sakura Animes, quando
surgimos poucos fansubs
existiam e quase nenhuma
informação a respeito,
resgatar este tempo é a
meta.
Sobre a importância
dos fansubs é simples
não tinhamos muito
onde correr para assistir
animações japonesas
se não as clássicas de
algumas emissoras, sou de
uma época anterior, com
a TV Manchete, nos anos
2000 a explosão foi maior
e com mais variedades
de gêneros, a curiosidade
fez muita gente buscar
outras coisas e a internet
vinha com força com
planos de internet a cabo
com boa velocidade já
proporcionava velocidade
de download, eu mesmo
conhecí outros gêneros
por DVDs piratas, porém
sabemos que a navegação,
velocidade de internet,
curiosidade culminou isso.
As Fansubs
simplesmente explodiu o
interesse por INFINITAS
opções de projetos,
materiais leituras para
todos os Otakus, as
feiras e Animes Friends
tinham mais materiais,
simplesmente não tem
como ignorar as fansubs
na expansão nacional da
cultura Otaku (animações,
leituras), contribuimos sim
para o lucro do mercado
que aumentou com outros
materiais relacionados,
você não compraria uma
camisa de Death Note se
não conhecesse, Serie
experimental Lain e outros,
nós expandimos ainda
mais, digamos assim.
Para resumir: As
Fansubs contribuiram para
a aceleração da explosão
da cultura Otaku.
JH - Em relação à
pirataria, você acha que
fansubs podem serem
enquadrados como uma
forma de pirataria?
Porque?
Yakuma - Não vou me
posicionar, existe legislação
é muito complexo, pois
tudo não só animes
(músicas, livros, sistema
operacional), apenas
sei que fansubs não
vendem e lucram com
isso, todo projeto é de
propriedade das pessoas
que traduziram, sites
e fansubs dificilmente
possuem o arquivo
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38. 38 -JHERO MaGazine
armazenado diretamente
nele, compartilhamos de fã
para fã, é isso.
JH - E o que você
acha das distribuidoras
ou editoras de mangás
pedirem a retirada
de alguns títulos de
fansubs ou fancans por
possuírem os direitos
autorais?
Yakuma - Acho normal
se eles sentem isso, vão
atrás, se nos buscarem
atenderemos.
Akatsuki - Esse
caso das distribuidoras
e editoras pedirem a
retirada de seus produtos
licenciados, creio por
mim, que por uma boa
compreensão nossa
devemos retirar esses
títulos dos sites e, assim,
avisando os usuarios
quando forem procurar tal
projeto deixar um aviso do
porque ele foi removido,
quase todos sites que
traduzem animes fazem
isso.
JH - Agora sobre
reencoders, o que você
acha do trabalho deles?
E você acha que há
espaço para eles no
mercado?
Yakuma - Claro que
sim acho muito válido o
trabalho afinal o Sakura
Animes a princípio é um
site de reencoder, depois
nos tornamos fansubs,
realizar o reencoder não é
algo tão facil no começo de
tudo em 2010 o formato
RMVB vinha com tudo,
muitos fansubs utilizavam
formatos grandes como
AVI, MKV, o site de
reencoder, convertiam
para formatos menores
isso ajudava pessoas
com baixa velocidade de
internet foi onde o Sakura
ganhou enorme público,
mantivemos e ainda temos
alguns projetos guardados
no formato rmvb, apesar
de estar em desuso e o
mp4 hj estar em diversos
tamanhos.
Quando tivemos a
queda do megaupload e
fechamento de Filesonic
e Fileserve, além de
mudança da politica de
sites como Mediafire,
Terabytes de informações
foram perdidas, muitas
fansubs fecharam
as portas, muitos
animes simplesmente
desapareceram sem
deixar rastro foi um
golpe enorme, os sites de
reencod tinham arquivos
armazenados em mais de
uma opção e servidor ou
mesmo no computador,
trazendo de volta arquivos
de fansubs que seriam
perdidos definitivamente,
nós mesmo fomos
buscados por algumas
subs, tinhamos parceria
com fansubs divulgando
o trabalho, até mesmo
alguns fansubs que não
disponibilizavam formatos
de tamanho compacto
indicavam nosso site, tudo
com respeito e parceria,
nunca removia crédito de
quem realizou a legenda
e fica nas páginas de
informação acho o correto
e o mínimo que deve
ser feito por um site de
reencod, remover ou
colocar marca d’água em
um projeto que a minha
fansub não traduziu é algo
desrespeitoso.
Sobre o mercado de
divulgação e manutenção
de arquivos sim há espaço,
sites de reencoders,
fansubs e scans, não
possuem espaço para
lucrar com isso afinal são
de fã para fã feito com
carinho para isso é o que
deve ser, no mercado já
temos canais fechados e
empresas que estão ae
para lucrar, elas só estão
lucrando hoje porque um
dia as fansubs abriram
as portas, abriram não,
escancararam as portas,
para eles chegarem e
encaixar como uma opção
do público que prefere
contribuir ativamente com
isso.
JH - Você quer deixar
alguma mensagem final
para nossos leitores?
Yakuma - Gostaria de
fechar dizendo que apesar
do site estar fechado
desde junho infelizmente
com o fechamento da
empresa levando nosso
dinheiro e pagamento que
realizamos, aproveitamos
isso, para trabalhar na
atualização do site que
tinha um Layout antigo
já em breve o Sakura
Animes retornará com
mais novidades aguardem
e obrigado!
---
Stéfany Christina (Fany-
Chan) é Jornalista formada
pelo Centro Universitário
de Patos de Minas e atual
Assistente de Redação da
Rádio J-Hero.
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Cantinho dos Heroes
Jhonny Alves dos Reis -
Chibi_Mari
"Como homenagem a
minha esposa fiz esta
ilustração dela no formato
chibi"
João Pedro Leite
"Esse personagem saiu da
minha cabeça, ainda não
sei o nome dele, apenas o
criei"
Thomaz
"Desenho muitos
personagens de Dragon
Ball, esse desenho me
inspira muito e desde
criança o desenho"
Genésio Camargo -
Ruri Hoshino/Martian
Successor Nadesiko!
"Desenhei ela por ser
ao mesmo tempo uma
personagem inteliente e
enigmática"
Vanessa Esponqueado
- Neon Genesis
Evangelion
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