Este documento apresenta informações sobre a revista científica "Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia", incluindo o conselho editorial, diretoria da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, instruções para autores e normas para submissão e estruturação de artigos.
3. ISSN 0103-5355
brazilian
neurosurgery
Arquivos Brasileiros
de NEUROCIRURGIA
Órgão oficial: sociedade Brasileira de Neurocirurgia e sociedades de Neurocirurgia de Língua portuguesa
Presidente do Conselho Editorial
Editor Executivo
Editores Eméritos
Manoel Jacobsen Teixeira
Eberval Gadelha Figueiredo
Milton Shibata
Gilberto Machado de Almeida
Albedi Bastos
João Cândido Araújo
Marcos Barbosa
Arnaldo Arruda
João Paulo Farias
Marcos Masini
Atos Alves de Sousa
Jorge Luiz Kraemer
Mário Gilberto Siqueira
Benedicto Oscar Colli
José Alberto Gonçalves
Nelson Pires Ferreira
Carlos Telles
José Alberto Landeiro
Carlos Umberto Pereira
José Carlos Esteves Veiga
Eduardo Vellutini
José Carlos Lynch Araújo
Ernesto Carvalho
José Marcus Rotta
Evandro de Oliveira
José Perez Rial
Fernando Menezes Braga
Jose Weber V. de Faria
Francisco Carlos de Andrade
Luis Alencar Biurrum Borba
Hélio Rubens Machado
Manoel Jacobsen Teixeira
Hildo Azevedo
Marco Antonio Zanini
Conselho Editorial
Belém, PA
Fortaleza, CE
Belo Horizonte, MG
Ribeirão Preto, SP
Rio de Janeiro, RJ
Aracaju, SE
São Paulo, SP
Porto, Portugal
São Paulo, SP
São Paulo, SP
Sorocaba, SP
Ribeirão Preto, SP
Recife, PE
Curitiba, PR
Lisboa, Portugal
Porto Alegre, RS
João Pessoa, PB
Rio de Janeiro, RJ
São Paulo, SP
Rio de Janeiro, RJ
São Paulo, SP
São Paulo, SP
Uberlândia, MG
Curitiba, PR
Coimbra, Portugal
Brasília, DF
São Paulo, SP
Porto Alegre, RS
Pedro Garcia Lopes
Londrina, PR
Ricardo Vieira Botelho
São Paulo, SP
Roberto Gabarra
Botucatu, SP
Sebastião Gusmão
Belo Horizonte, MG
Sérgio Cavalheiro
São Paulo, SP
Sergio Pinheiro Ottoni
Vitória, ES
Waldemar Marques
Lisboa, Portugal
São Paulo, SP
Botucatu, SP
Editorial Board
André G. Machado
Kumar Kakarla
Ricardo Hanel
Antonio de Salles
Michael Lawton
Robert F. Spetzler
Beatriz Lopes
Nobuo Hashimoto
Rungsak Siwanuwatn
Clement Hamani
Oliver Bozinov
Volker Sonntag
Daniel Prevedello
Paolo Cappabianca
Yasunori Fujimoto
Felipe Albuquerque
Peter Black
Jorge Mura
Peter Nakaji
USA
USA
USA
USA
USA
USA
Chile
USA
USA
Japan
Switerzeland
Italy
USA
USA
USA
USA
Tailand
USA
Japan
4. sociedade Brasileira de Neurocirurgia
Diretoria (2012-2014)
Presidente
Diretor de Formação Neurocirúrgica
Sebastião Nataniel Silva Gusmão
Benedicto Oscar Colli
Vice-Presidente
Diretor de Relações Institucionais
Jair Leopoldo Raso
Cid Célio Jayme Carvalhaes
Secretário-Geral
Diretor de Políticas
Aluizio Augusto Arantes Jr.
Luiz Carlos de Alencastro
Tesoureira
Diretor de Divulgação de Projetos
Marise A. Fernandes Audi
Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini
Primeiro Secretário
Diretor de Recursos Financeiros
Carlos Batista A. de Souza Filho
Jânio Nogueira
Secretário Executivo
Diretor de Departamentos
Sérgio Listik
José Fernando Guedes Corrêa
Conselho Deliberativo
Diretor de Patrimônio
Paulo Henrique Pires de Aguiar
Presidente
Cid Célio J. Carvalhaes
Secretário
Osmar Moraes
Conselheiros
Albert Vicente B. Brasil
Aluízio Augusto Arantes Jr.
Atos Alves de Sousa
Benjamim Pessoa Vale
Cid Célio J. Carvalhaes
Carlos R. Telles Ribeiro
Djacir Gurgel de Figueiredo
Evandro P. L. de Oliveira
Jânio Nogueira
José Carlos Saleme
Jorge L. Kraemer
Kúnio Suzuki
Luis Alencar B. Borba
Luis Renato G. de Oliveira Mello
Osmar Moraes
Paulo Andrade de Mello
Diretor de Representantes Regionais
Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro
Diretor de Diretrizes
Ricardo Vieira Botelho
Diretor de Formação Neurocirúrgica Online
Fernando Campos Gomes Pinto
Presidente Anterior
José Marcus Rotta
Presidente Eleito 2014-2016
Modesto Cerioni Jr.
Presidente do Congresso de 2014
Luis Alencar B. Borba
Presidente Eleito - Congresso 2016
Kúnio Suzuki
Secretaria Permanente
Rua Abílio Soares, 233 – cj. 143 – Paraíso
04005-001 – São Paulo – SP
Telefax: (11) 3051-6075
Home page: www.sbn.com.br
E-mail: arquivosbrasileiros@sbn.com.br
5. Instruções para os autores
Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia, publicação científica
oficial da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e das Sociedades
de Neurocirurgia de Língua Portuguesa, destina-se a publicar
trabalhos científicos na área de neurocirurgia e ciências afins, inéditos
e exclusivos. Serão publicados trabalhos redigidos em português, com
resumo em inglês, ou redigidos em inglês, com resumo em português.
Os artigos submetidos serão classificados em uma das categorias
abaixo:
• Artigos originais: resultantes de pesquisa clínica, epidemiológica
ou experimental. Resumos de teses e dissertações.
• Artigos de revisão: sínteses de revisão e atualização sobre
temas específicos, com análise crítica e conclusões. As
bases de dados e o período abrangido na revisão deverão ser
especificados.
• Relatos de caso: apresentação, análise e discussão de casos
que apresentem interesse relevante.
• Notas técnicas: notas sobre técnica operatória e/ou
instrumental cirúrgico.
• Artigos diversos: são incluídos nesta categoria assuntos
relacionados à história da neurocirurgia, ao exercício
profissional, à ética médica e outros julgados pertinentes aos
objetivos da revista.
• Cartas ao editor: críticas e comentários, apresentados de forma
resumida, ética e educativa, sobre matérias publicadas nesta
revista. O direito à réplica é assegurado aos autores da matéria
em questão. As cartas, quando consideradas como aceitáveis
e pertinentes, serão publicadas com a réplica dos autores.
Normas gerais para publicação
• Os artigos para publicação deverão ser enviados ao Editor, no
endereço eletrônico arquivosbrasileiros@sbn.com.br.
• Todos os artigos serão submetidos à avaliação de, pelo menos,
dois membros do Corpo Editorial.
• Serão aceitos apenas os artigos não publicados previamente.
Os artigos, ou parte deles, submetidos à publicação em
Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia não deverão ser
submetidos, concomitantemente, a outra publicação científica.
• Compete ao Corpo Editorial recusar artigos e sugerir ou adotar
modificações para melhorar a clareza e a estrutura do texto e
manter a uniformidade conforme o estilo da revista.
• Os direitos autorais de artigos publicados nesta revista
pertencerão exclusivamente a Arquivos Brasileiros de
Neurocirurgia. É interditada a reprodução de artigos ou
ilustrações publicadas nesta revista sem o consentimento prévio
do Editor.
Normas para submeter os artigos à publicação
Os autores devem enviar os seguintes arquivos:
1. Carta ao Editor (Word – Microsoft Office) explicitando que o
artigo não foi previamente publicado no todo ou em parte ou
submetido concomitantemente a outro periódico.
2. Manuscrito (Word – Microsoft Office).
3. Figuras (Tiff), enviadas em arquivos individuais para cada
ilustração.
4. Tabelas, quadros e gráficos (Word – Microsoft Office),
enviados em arquivos individuais.
Normas para a estrutura dos artigos
Os artigos devem ser estruturados com todos os itens relacionados
a seguir e paginados na sequência apresentada:
1. Página-título: título do artigo em português e em inglês;
nome completo de todos os autores; títulos universitários
ou profissionais dos autores principais (máximo de dois
títulos por autor); nomes das instituições onde o trabalho
foi realizado; título abreviado do artigo, para ser utilizado
no rodapé das páginas; nome, endereço completo, e-mail e
telefone do autor responsável pelas correspondências com
o Editor.
2. Resumo: para artigos originais, deverá ser estruturado,
utilizando cerca de 250 palavras, descrevendo objetivo,
métodos, principais resultados e conclusões; para Revisões,
Atualizações, Notas Técnicas e Relato de Caso o resumo
não deverá ser estruturado; abaixo do resumo, indicar até
seis palavras-chave, com base no DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde), publicado pela Bireme e disponível
em http://decs.bvs.br.
3.
Abstract: título do trabalho em inglês; versão correta do
resumo para o inglês; indicar key-words compatíveis com as
palavras-chave, também disponíveis no endereço eletrônico
anteriormente mencionado.
4. Texto principal: introdução; casuística ou material e
métodos; resultados; discussão; conclusão; agradecimentos.
5. Referências: numerar as referências de forma consecutiva
de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela
primeira vez no texto, utilizando-se números arábicos
sobrescritos. Utilizar o padrão de Vancouver; listar todos
os nomes até seis autores, utilizando “et al.” após o sexto;
as referências relacionadas devem, obrigatoriamente, ter
os respectivos números de chamada indicados de forma
sobrescrita, em local apropriado do texto principal; no
texto, quando houver citação de nomes de autores, utilizar
“et al.” para mais de dois autores; dados não publicados
ou comunicações pessoais devem ser citados, como tal,
entre parênteses, no texto e não devem ser relacionados
nas referências; utilizar abreviatura adotada pelo Index
Medicus para os nomes das revistas; siga os exemplos de
formatação das referências (observar, em cada exemplo, a
pontuação, a sequência dos dados, o uso de maiúsculas e o
espaçamento):
Artigo de revista
Agner C, Misra M, Dujovny M, Kherli P, Alp MS, Ausman JI.
Experiência clínica com oximetria cerebral transcraniana. Arq
Bras Neurocir. 1997;16(1):77-85.
Capítulo de livro
Peerless SJ, Hernesniemi JA, Drake CG. Surgical management
of terminal basilar and posterior cerebral artery aneurysms. In:
Schmideck HH, Sweet WH, editors. Operative neurosurgical
techniques. 3rd ed. Philadelphia: WB Saunders; 1995. p. 1071-86.
Livro considerado como todo (quando não há colaboradores
de capítulos)
Melzack R. The puzzle of pain. New York: Basic Books Inc
Publishers; 1973.
6. Tese e dissertação
Pimenta CAM. Aspectos culturais, afetivos e terapêuticos
relacionados à dor no câncer. [tese]. São Paulo: Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo; 1995.
Anais e outras publicações de congressos
Corrêa CF. Tratamento da dor oncológica. In: Corrêa CF,
Pimenta CAM, Shibata MK, editores. Arquivos do 7º Congresso
Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor; 2005 outubro 1922; São Paulo, Brasil. São Paulo: Segmento Farma. p. 110-20.
Artigo disponível em formato eletrônico
International Committee of Medial Journal Editors. Uniform
requirements for manuscripts submitted to biomedical journals.
Writing and editing for biomedical publication. Updated October
2007. Disponível em: http://www.icmje.org. Acessado em: 2008
(Jun 12).
6. Endereço para correspondência: colocar, após a última
referência, nome e endereço completos do autor que deverá
receber as correspondências enviadas pelos leitores.
7. Tabelas e quadros: devem estar numerados em algarismos
arábicos na sequência de aparecimento no texto; devem estar
editados em espaço duplo, utilizando folhas separadas para
cada tabela ou quadro; o título deve ser colocado centrado
e acima; notas explicativas e legendas das abreviaturas
utilizadas devem ser colocadas abaixo; apresentar apenas
tabelas e quadros essenciais; tabelas e quadros editados em
programas de computador deverão ser incluídos no disquete,
em arquivo independente do texto, indicando o nome e a
versão do programa utilizado; caso contrário, deverão ser
apresentados impressos em papel branco, utilizando tinta
preta e com qualidade gráfica adequada.
8. Figuras: elaboradas no formato TIF; a resolução mínima
aceitável é de 300 dpi (largura de 7,5 ou 15 cm).
9. Legendas das figuras: numerar as figuras, em algarismos
arábicos, na sequência de aparecimento no texto; editar as
respectivas legendas, em espaço duplo, utilizando folha
separada; identificar, na legenda, a figura e os eventuais
símbolos (setas, letras etc.) assinalados; legendas de
fotomicrografias devem, obrigatoriamente, conter dados
de magnificação e coloração; reprodução de ilustração já
publicada deve ser acompanhada da autorização, por escrito,
dos autores e dos editores da publicação original e esse fato
deve ser assinalado na legenda.
10. Outras informações: provas da edição serão enviadas aos
autores, em casos especiais ou quando solicitadas, e, nessas
circunstâncias, devem ser devolvidas, no máximo, em cinco
dias; exceto para unidades de medida, abreviaturas devem
ser evitadas; abreviatura utilizada pela primeira vez no texto
principal deve ser expressa entre parênteses e precedida
pela forma extensa que vai representar; evite utilizar nomes
comerciais de medicamentos; os artigos não poderão apresentar
dados ou ilustrações que possam identificar um doente; estudo
realizado em seres humanos deve obedecer aos padrões éticos,
ter o consentimento dos pacientes e a aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa da instituição onde foi realizado; os
autores serão os únicos responsáveis pelas opiniões e conceitos
contidos nos artigos publicados, bem como pela exatidão das
referências bibliográficas apresentadas; quando apropriados,
ao final do artigo publicado, serão acrescentados comentários
sobre a matéria. Esses comentários serão redigidos por alguém
indicado pela Junta Editorial.
7. Volume 32 | Número 2 | 2013
59
Vômitos em traumatismo cranioencefálico leve na infância
Vomiting in mild traumatic brain injury during childhood
Carlos Umberto Pereira, Alyne Andrade Lima
63
Pulsed radiofrequency on dorsal root ganglia for chronic pain
Radiofrequência pulsada no gânglio da raiz dorsal para tratamento de dor crônica
Luis Fernando Moura da Silva Junior, Daniel Benzecry de Almeida, Laura Moeller, Renato Endler Iachinski, Lucas Alves Aurich,
Ricardo Ramina
69
Hidrocefalia: relação entre o conhecimento do cuidador e sequelas motoras
Hydrocephalus: relation to the knowledge of familial caregiver’s and child neuropshycomotors sequels
Débora Moura da Paixão Oliveira, Carlos Umberto Pereira, Záira Moura da Paixão Freitas, Aidåa Carla Santana de Melo Costa
74
Alterações neuroendócrinas em pacientes com traumatismo cranioencefálico
Neuroendocrine disorders in traumatic brain injury patients
Leonardo de Moura Sousa Júnior, Iuri Santana Neville, Djalma Felipe da Silva Menendez, Malebranche Berardo Carneiro da Cunha
Neto, Rafael Loch Batista, Eberval Gadelha Figueiredo, Almir Ferreira de Andrade, Manoel Jacobsen Teixeira
80
Glutamate and post-traumatic cerebral excitoxicity as possible
therapeutic targets – A literature review
Glutamato e excitotoxicidade cerebral pós-traumática como
possíveis alvos terapêuticos – Revisão da literatura
José Luís Alves, Anabela Mota Pinto
86
A técnica de clip-wrap: uma revisão de literatura
The clip-wrap technique: a literature review
Daniella Brito Rodrigues, Eberval Gadelha Figueiredo, Maria Luana Carvalho Viegas, Saulo Araújo Teixeira, Manoel Jacobsen Teixeira
90
Gliomas de ínsula: considerações clínico-radiológicas, decisão anestésica e aspectos cirúrgicos
Insular gliomas: clinic-radiological considerations, anesthetic decision and surgical aspects
Carlo Emanuel Petitto, Eberval Gadelha Figeiredo, Clemar Correia da Silva, Hector Cabrera Navarro, Manoel Jacobsen Teixeira
98
Lipoma intracraniano – Revisão da literatura
Intracranial lipoma – Review of literature
Carlos Umberto Pereira, Antonio Carlos Azevedo Silveira, Alberto Silva Barreto, Allan Valadão de Oliveira Britto, Breno José Alencar
Pires Barbosa
105
Mielopatia por deficiência de cobre
Cupper deficiency myelopathy
José Maria Carri, Alejandro Agustín Carri
110
Endoscopic third ventriculostomy may have long term efficacy in low birth weight preterm newborns
Terceiro-ventriculostomia endoscópica pode ter eficácia em longo
prazo em pacientes pré-termos e de baixo peso
Matheus Fernandes de Oliveira, Koshiro Nishikuni, José Marcus Rotta
8. 114
Terson’s syndrome: neurosurgical considerations on the subject
of a rare case with ophthalmological sequelae
Síndrome de Terson: considerações neurocirúrgicas a propósito
de um raro caso com sequelas oftalmológicas
Bruno Lourenço Costa, Filipe Mira Ferreira, Augusto Barbosa, José Lozano Lopes, Armando Lopes
118
Dissecting aneurysm of the distal superior cerebellar artery –
Case report and assessment of endovascular treatment
Aneurisma dissecante da artéria cerebelar superior distal – Relato
de caso e avaliação do tratamento endovascular
Arquimedes Cavalcante Cardoso, Eduardo Leitão de Almeida Lima, Thiago Mendes Barbosa
122
Parkinsonismo induzido por trazodona durante o tratamento
de hérnia discal lombar: relato de caso
Trazodone induced parkinsonism during lumbar disc herniation treatment: case report
Marco de Agassiz Almeida Vasques
125
Supratentorial primary neuroectodermal tumor (PNET) inside
the third ventricle in adult: an rare case report
Tumor neuroectodérmico primário (PNET) supratentorial no terceiro
ventrículo em adulto: um raro relato de caso
Tiago de Paiva Cavalcante, Siegfried Pimenta Kuehnitzsch, George Santos dos Passos, José Eduardo Souza Dias Júnior,
Tobias Engel Ayer Botrel, Emerson Oliveira Barbosa
130 Errata
9. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia
Rua Abílio Soares, 233 – cj. 143 – 04005-006 – São Paulo – SP
Telefax: (11) 3051-6075
Este periódico está catalogado no ISDS sob o
o
n- ISSN – 0103-5355 e indexado na Base de Dados Lilacs.
É publicado, trimestralmente, nos meses de março, junho, setembro e dezembro.
São interditadas a republicação de trabalhos e a reprodução de ilustrações publicadas em
Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia, a não ser quando autorizadas pelo Editor, devendo,
nesses casos, ser acompanhadas da indicação de origem.
Pedidos de assinaturas ou de anúncios devem ser dirigidos à
Secretaria Geral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
Assinatura para o exterior: US$ 35,00.
10. Rua Anseriz, 27, Campo Belo – 04618-050 – São Paulo, SP. Fone: 11 3093-3300 • www.segmentofarma.com.br • segmentofarma@segmentofarma.com.br
Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente financeira: Andréa Rangel Comunicações médicas: Cristiana Bravo Gerentes de negócios: Luciene Cervantes e Philipp Santos
Coordenadora comercial: Andrea Figueiro Gerente editorial: Cristiane Mezzari Coordenadora editorial: Sandra Regina Santana Assistente editorial: Camila Mesquita Designer: Flávio Santana Revisoras: Glair
Picolo Coimbra e Sandra Gasques Produtor gráfico: Fabio Rangel Cód. da publicação: 14889.6.13
11. Arq Bras Neurocir 32(2): 59-62, 2013
Vômitos em traumatismo
cranioencefálico leve na infância
Carlos Umberto Pereira1, Alyne Andrade Lima2
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Urgência de Sergipe Governador João
Alves Filho (HUSE), Aracaju, SE, Brasil.
RESUMO
Objetivo: O presente trabalho visa identificar o significado do vômito em crianças com traumatismo
cranioencefálico (TCE) leve. Métodos: O presente trabalho foi prospectivo e descritivo em 88 pacientes
com idade abaixo de 16 anos, atendidos no setor de urgência do HUSE (Aracaju-Sergipe). Foram
analisados idade, gênero, causas do trauma, quadro neurológico, exames complementares e conduta.
Resultados: Foram analisados 88 pacientes. O gênero M 74/F 14 casos. A média das idades foi de 5,5
anos. As causas do TCE foram: queda acidental (62 casos), seguida de acidente de trânsito (10 casos),
queda de bicicleta (9 casos), maus-tratos (2 casos) e desconhecido (5 casos). A média de episódios de
vômitos foi de dois. Outras queixas foram cefaleia e sonolência. Raios x simples de crânio realizados
em 84 casos demonstraram fratura linear em dois e afundamento craniano em um. TC realizada em
88 pacientes revelou hematoma extradural (1), hematoma subdural (1), hemorragia subaracnóidea (1)
e contusão temporal (1). Tratamento cirúrgico foi instituído em dois casos. Não houve relação entre
o número de episódios de vômitos e achados de imagem. Achados anormais do exame de raios x
simples associados com vômitos e sonolência foram preditores de lesão cerebral. Não houve óbito.
Conclusão: O conhecimento do significado de vômito em TCE leve na infância é imprescindível para
evitar a realização desnecessária de exames de imagem que acarretam riscos biológicos e custos
adicionais. Não encontramos relação entre vômitos e lesão cerebral em crianças com TCE leve. Ausência
de vômitos em crianças com TCE leve não exclui ausência de lesão cerebral.
PALAVRAS-CHAVE
Vômitos, traumatismos craniocerebrais, criança, prognóstico.
ABSTRACT
Vomiting in mild traumatic brain injury during childhood
Objective: This present study aims to show the real importance of vomiting post-traumatic in children
who had mild head trauma. Methods: A prospective and descriptive study off 88 patients from birth
to 16 years with minor head injury who were presented to as emergency service in the HUSE (AracajuSergipe). Characteristics studied were age, sex, mechanisms of injury, site of impact, neurological on
arrival, exams and treatment. Results: Eighty eight patients presented vomiting post traumatic as the
most important symptom and this was the study group. Gender male74/female 14 cases. The average
age was 5,5 years. Most injuries were caused by a fall (63 cases). The mechanism of injury was a fall
in 62, involvement in a road traffic accident in 10, bicycle crash in 9, abuse in 2 and unknown in 5. The
average of episodes of vomiting were two. Other complaints were headache and somnolence. A simple
skull x-ray performed in 84 cases demonstrated a linear fracture in two and compound fracture of skull
in one. CT performed in 88 patients revealed one extradural hematoma, one subdural hematoma, one
subarachnoid hemorrhage and one temporal contusion. Surgical treatment was instituted in two cases.
There was no finds compared between the number of episodes of vomiting and imaging findings.
Abnormal findings on simple x-ray associated with vomiting and somnolence were predictors of brain
damage. There was no death. Conclusion: The knowledge of the significance of vomiting in mild head
trauma in children is essential to avoid performing unnecessary imaging tests that carries biological risks
and additional costs. There was no compared between brain injury and vomiting in children with mild head
injuries. No vomiting in children with mild head trauma doesn’t exclude the absence of brain damage.
KEYWORDS
Vomiting, craniocerebral trauma, child, prognosis.
1 Professor doutor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS), médico do Serviço de Neurocirurgia do Hospital
de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE), Aracaju, SE, Brasil.
2 Acadêmica de Medicina da UFS, Aracaju, SE, Brasil.
12. Arq Bras Neurocir 32(2): 59-62, 2013
Introdução
Pacientes e métodos
Entende-se por traumatismo cranioencefálico
(TCE) qualquer agressão de origem traumática que
provoque lesão anatômica ou comprometimento
funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus vasos. O TCE é responsável por 75% a
97% dos óbitos devidos a traumatismo em crianças,
tornando-se, assim, um desafio da saúde pública na
infância e adolescência.1 A incidência de casos nos
Estados Unidos é de 600.000 atendimentos por ano
em departamentos de emergência, 95.000 internações
e 7.000 óbitos.2
Em sua maioria, os casos de TCE em unidades de
emergência são leves, porém podem causar lesões graves.2 As principais causas de TCE leve na infância são
motivadas por quedas de própria altura, seguidas por
quedas de bicicleta e acidentes de trânsito.3-5 No TCE
leve, apenas um número reduzido de casos requer exames de imagens.6 Os principais critérios de indicação
para realização de tomografia computadorizada (TC)
são: escore na escala de coma de Glasgow (ECG) menor
ou igual a 12, perda de consciência e vômito.6 Vômito
pós-TCE (VPTCE) tem sido associado com fratura
craniana e hematoma intracraniano.7,8 Porém, ainda não
está claro se o vômito é um fator de risco independente
para lesões intracranianas.9
Alguns autores sugerem, em casos de vômitos e
cefaleia pós-TCE, a realização de TC e internação para
observação, por provável lesão cerebral.7,10 Nee et al.11
demonstraram que a presença de VPTCE aumenta em
quatro vezes o risco de fratura de crânio em pacientes
alertas, sem diferenças entre crianças e adultos. Outros
autores defendem que o vômito como sintoma isolado
não predispõe a riscos de lesão cerebral grave.4,5,12
Ainda se verificou que não havia diferenças quanto ao
prognóstico entre pacientes que apresentavam ou não
vômitos.12 Apesar de todas as controvérsias, é consenso
entre os autores que o número de episódios de vômito
não aumenta a predisposição à lesão intracraniana,
assim um simples episódio não seria mais importante
que vários.5,10,12
Os autores apresentam sua experiência com crianças, vítimas de traumatismo cranioencefálico leve, e
discutem sobre a presença de vômitos e sua associação
com o prognóstico do paciente. A presença de vômitos
em pacientes com TCE leve em alguns serviços é um
dos requisitos usados pelos médicos para indicação
de TC. O estudo sobre a influência desse sinal no
prognóstico e lesão nos pacientes é de fundamental
importância, pois seleciona os principais casos que
realmente necessitam do exame, reduzindo, assim,
o uso de radiação em crianças e também os custos
hospitalares.
O presente trabalho foi prospectivo e descritivo. Foram estudados 88 pacientes abaixo de 16 anos de idade,
vítimas de traumatismo cranioencefálico leve, atendidos
na Unidade de Emergência do Hospital de Urgências
de Sergipe (HUSE), apresentando vômitos e cefaleia.
Em nosso estudo, consideramos com TCE leve
crianças que se apresentavam com história de diminuição da consciência, amnésia ou desorientação e com
escore na ECG entre 14 e 15.
Elas foram analisadas quanto a idade, gênero, causas
do trauma, quadro clínico, exame neurológico, exames
complementares, conduta e tratamento.
60
Resultados
Foram estudados 88 pacientes, sendo 74 do sexo
masculino e 14 do sexo feminino. A média das idades foi
de 5,5 anos. As principais causas foram: queda acidental/
altura, com 62 casos, seguida de acidentes de trânsito
(10 casos), queda de bicicleta (9 casos), maus-tratos (2
casos) e desconhecido (5 casos). A média de episódios
de vômito foi dois, com variação de 1 a 7 episódios.
O exame de raios x simples de crânio foi realizado
em 84 casos, revelando fratura linear em dois casos e
afundamento craniano em outro caso. A TC foi realizada em todos os pacientes e revelou hematoma extradural
(1 caso), hematoma subdural (1 caso), hemorragia
subaracnóidea (1 caso), contusão cerebral (1 caso) e
afundamento craniano (1 caso). Dois pacientes foram
submetidos à intervenção cirúrgica. Não houve óbito.
Discussão
De acordo com o Mild Trauma Brain Injury Committee of the Head Injury Interdisciplinary Special Interest
Group of the American Congress of Rehabilitation Medicine, TCE leve é qualquer trauma ou disfunção cerebral
que leve a, no mínimo, um desses sintomas: perda de
consciência por 30 segundos ou menos, perda de memória imediatamente antes ou depois do acidente, que
não exceda 24 horas, e alteração do estado mental com
escore na ECG após 30 minutos de 13 a 15.13
O sexo masculino foi o mais acometido, com 84% e
16% do sexo feminino. As principais causas de TCE leve
na infância foram similares às demonstradas por outros
autores,14,15 assim como foram idênticos os sintomas de
TCE leve na infância: vômitos, sonolência e cefaleia.15
Vômitos em TCE leve na infância
Pereira CU, Lima AA
13. Arq Bras Neurocir 32(2): 59-62, 2013
VPTCE são mais comuns em crianças por causa
do comprometimento vestibular transitório e podem
iniciar-se imediatamente ou horas após o trauma, ocorrendo em episódios únicos ou múltiplos.16 O mecanismo
exato dos VPTCE é controverso, mas é provável que as
forças de impulso sejam mais importantes que o próprio
impacto.11 Assim, enquanto fraturas seriam causadas por
forças de contato, náuseas e vômitos seriam decorrentes
do movimento do trauma. Provavelmente, uma força
cinética grande para causar fratura de crânio também
seria responsável pela movimentação do crânio e consequente presença de vômito, porém o contrário não
ocorre.17 Portanto, a associação entre os dois sinais é
frequente, mas não exata, sendo maior em adultos.18
Em nosso trabalho não foi observada relação entre o
número de episódios de VPTCE e lesão intracraniana
na infância, fato esse observado na literatura médica.11,19
A literatura médica demonstra a associação entre
vômito, bradicardia, hipertensão arterial sistêmica e
alterações pupilares durante hipertensão intracraniana
ocasionada por TCE, sendo o vômito provavelmente
devido a um edema, distorção ou isquemia do tronco
cerebral.20 Vários autores têm relacionado VPTCE a
fatores familiares como história de cefaleia e enjoos.21,22
Se a cefaleia for do tipo enxaqueca, a probabilidade de
VPTCE está aumentada.5,23 Quando mais de um desses
fatores está presente, a probabilidade de vômito é de
100%.23
A literatura tem relacionado a presença de vômitos
com fratura craniana. É importante lembrar que a associação entre fraturas cranianas e lesões intracranianas
não é tão forte quanto em adultos.18 Estudos mostram
que a ocorrência de VPTCE é um fator independente
associado com maior incidência de fratura craniana em
pacientes alertas.11 No presente trabalho não houve evidências concretas de tal associação, observando-se que
o vômito não é um fator isolado de risco para pacientes
vítimas de TCE leve.
A TC em TCE leve na infância tem indicação quando existem critérios clínicos associados a vômito, e não
como sintoma isolado. Evita-se, dessa forma, que sejam
realizados exames desnecessários, que em muitos casos
necessitam de sedação, provocam danos biológicos
e aumentam os gastos hospitalares.24 Por outro lado,
um bom entendimento sobre o significado do VPTCE
também se faz necessário quanto à conduta adequada a
ser seguida em relação ao paciente vítima do TCE, para
que sejam evitadas lesões não diagnosticadas.
A literatura médica tem demonstrado a relação
entre vômito, idade e local do trauma na criança. Existe
maior suscetibilidade a VPTCE em crianças abaixo de 2
anos de idade, observando-se maior incidência quando
o trauma ocorre em região occipital.12 É importante
atentar para o possível envolvimento do transporte dos
pacientes até o hospital como possível causa adicional
Vômitos em TCE leve na infância
Pereira CU, Lima AA
dos VPTCE. Em nosso estudo, observou-se que crianças
menores de 2 anos de idade estão mais predispostas
a apresentar vômitos, assim como traumas na região
occipital.
A presença de náuseas e vômitos, além de cefaleia
intensa, diminuição transitória do nível de consciência, amnésia anterógrada e crises convulsivas, é uma
das indicações para a realização da TC.25 A escolha do
exame ideal para cada tipo de trauma é essencial para
o diagnóstico de possíveis lesões. O vômito tem sido
critério adotado por alguns estudos como o New Orleans
Criteria (NOC) e o Canadian CT Head Rule (CCHR)
para a realização de TC em TCE leve.6,19 O NOC apresenta o vômito, com dois ou mais episódios, como
fator de alto risco para realização de TC; já o CCHR
não especifica a quantidade de episódios de vômitos.19
Porém, a especificidade desse sintoma na predição de
lesão intracraniana é baixa, especialmente em crianças
abaixo de 3 anos de idade.26
Alguns autores relacionam a presença de VPTCE
como fator de risco de lesão intracraniana em pacientes
com nível de consciência preservado.27,28 Nosso trabalho
está de acordo com outros autores para os quais episódio de vômito isolado pós-TCE não é fator de risco
independente.4,12,21,22
A incidência de achados positivos em TC realizada
em pacientes com TCE leve é abaixo de 10%, e menos de
1% necessita de intervenção cirúrgica.29,30 Nosso estudo
ratifica a literatura, com apenas 1,25% dos 1.160 casos
de TCE leve necessitando de intervenção cirúrgica,
confirmando o fato de que o TCE leve, apesar de ser
o trauma mais comum, não é o mais perigoso. Porém,
mesmo em menor percentual, os casos com necessidade
de intervenção devem ser diagnosticados rapidamente,
para que haja tratamento ideal, pois o tempo entre o
diagnóstico e o tratamento é essencial para o prognóstico do paciente. A maioria das crianças com TCE leve,
escore na ECG de 15 e exame neurológico normal pode
ser liberada para o lar, mas com orientação para, em
caso de piora, retornar ao hospital.31
Conclusão
No presente estudo não houve relação entre vômitos
e lesão cerebral em crianças com TCE leve. Da mesma
forma, não foi verificada relação entre o número de
episódios de vômitos e os achados de imagem. A ausência de vômitos em crianças pós-TCE leve não exclui
a ausência de lesão cerebral. Os preditores de lesão
cerebral verificados em nosso trabalho foram achados
anormais de radiografia de crânio associados a vômitos
e sonolência.
61
14. Arq Bras Neurocir 32(2): 59-62, 2013
Conflito de interesses
Não houve conflito de interesses na realização deste
trabalho.
17.
18.
19.
Referências
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
62
Guerra SD, Jannuzzi MA, Moura AD. [Pediatric head injury].
J Pediatr (Rio J). 1999;75(Suppl 2):S279-93.
Schutzman SA, Greenes DS. Pediatric minor head trauma.
Ann Emerg Med. 2001;37(1):65-74.
Jennett B. The problem of mild head injury. Practitioner.
1978;221(1321):77-82.
Leonidas JC, Ting W, Binkiewicz A, Vaz R, Scott RM, Pauker
SG. Mild head trauma in children: When is a roentgenogram
necessary. Pediatrics. 1982;69(2):139-43.
Brown FD, Brown J, Beattie TF. Why do children vomit after
minor head injury? J Accid Emerg Med. 2000;17(4):268-71.
Livingston DH, Lavery RF, Passannante MR, Skurnick
JH, Baker S, Fabian TC, et al. Emergency department
discharge of patients with a negative cranial computed
tomography scan after minimal head injury. Ann Surg.
2000;232(1):126-32.
Masters SJ, McClean PM, Arcarese JS, Brown RF, Campbell
JA, Freed HA, et al. Skull x-ray examinations after head
trauma. Recommendations by a multidisciplinary panel and
validation study. N Engl J Med.1987;316(2):84-91.
Duus BR, Boesen T, Kruse KV, Nielsen KB. Prognostic signs
in the evaluation of patients with minor head injury. Br J
Surg. 1993;80(8):988-91.
Jones JJ, Jeffreys RV. Relative risk of alternative
admission policies for patients with head injuries. Lancet.
1981;2(8251):850-3.
Lee ST, Liu TN, Wong CW, Yeh YS, Tzaan WC. Relative risk
of deterioration after mild closed head injury. Acta Neurochir
(Wien). 1995;135(3-4):136-40.
Nee PA, Hadfield JM, Yates DW, Faragher EB. Significance
of vomiting after head injury. J Neurol Neurosurg Psychiatry.
1999;66(4):470-3.
Ando S, Otani M, Moritake K. Clinical analysis of posttraumatic vomiting. Acta Neurochir (Wien). 1992;119(14):97-100.
Mild Traumatic Brain Injury Committee of the Head Injury
Interdisciplinary Special Interest Group of the American
Congress of Rehabilitation Medicine. J Head Trauma
Rehabil. 1993;8:86-7.
Graham CA, O’Toole SJ, Haddock G. Neonatal head
injuries. J Accid Emerg Med. 2000;17(5):334-6.
Macedo KC. Características clínicas e epidemiológicas de
crianças e adolescentes com traumatismo cranioencefálico
leve e análise de fatores associados à fratura de crânio
e lesão intracraniana [dissertação]. Belo Horizonte:
Universidade Federal de Minas Gerais; 2006.
Diament A, Cypel S. Neurologia infantil. 3ª ed. São Paulo:
Atheneu; 1996.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
Gennarelli TA. Mechanisms and pathophysiology of cerebral
concussion. J Head Trauma Rehabil. 1986;1:23-9.
Shane SA, Fuchs SM. Skull fractures in infants and
predictors of associated intracranial injury. Pediatr Emerg
Care. 1997;13(3):198-203.
Stiell IG, Clement CM, Rowe BH, Schull MJ, Brison R, Cass
D, et al. Comparison of the Canadian CT Head Rule and
the New Orleans Criteria in patients with minor head injury.
JAMA. 2005;294(12):1511-8.
Thompson RK, Malina S. Dynamic axial brain-stem
distortion as a mechanism explaining the cardiorespiratory
changes in increased intracranial pressure. J Neurosurg.
1959;16:664-75.
Dunning J, Batchelor J, Stratford-Smith P, Teece S, Browne
J, Sharpin C, et al. A meta-analysis of variables that predict
significant intracranial injury in minor head trauma. Arch Dis
Child. 2004;89(7):653-9.
Da Dalt L, Andreola B, Facchin P, Gregolin M, Vianello A,
Battistella PA. Characteristics of children with vomiting
after minor head trauma: a case-control study. J Pediatr.
2007;150(3):274-8.
Jan MM, Camfield PR, Gordon K, Camfield CS. Vomiting
after mild head injury is related to migraine. J Pediatr.
1997;130(1):134-7.
Lückhoff C, Starr M. Minor head injuries in children
– an approach to management. Aust Fam Physician.
2010;39(5):284-7.
Haydel MJ, Preston CA, Mills TJ, Luber S, Blaudeau
E, DeBlieux PM. Indications for computed tomography
in patients with minor head injury. N Engl J Med.
2000;343(2):100-5.
Oman JA, Cooper RJ, Holmes JF, Viccellio P, Nyce A, Ross
SE, et al. Performance of a decision rule to predict need
for computed tomography among children with blunt head
trauma. Pediatrics. 2006;117(2):e238-46.
Chan KH, Yue CP, Mann KS. The risk of intracranial
complications in pediatric head injury. Results of multivariate
analysis. Childs Nerv Syst. 1990;6(1):27-9.
Hugenholtz H, Izukawa D, Shear P, Li M, Ventureyra EC.
Vomiting in children following head injury. Childs Nerv Syst.
1987;3(5):266-70.
Jeret JS, Mandell M, Anziska B, Lipitz M, Vilceus AP, Ware
JA, et al. Clinical predictors of abnormality disclosed
by computed tomography after mild head trauma.
Neurosurgery. 1993;32(1):9-15.
Miller EC, Holmes JF, Derlet RW. Utilizing clinical factors
to reduce head CT scan ordering for minor head trauma
patients. J Emerg Med. 1997;15(4):453-7.
Vilke GM, Chan TC, Guss DA. Use of a complete
neurological examination to screen for significant
intracranial abnormalities in minor head injury. Am J Emerg
Med. 2000;18(2):159-63.
Endereço para correspondência
Carlos Umberto Pereira
Av. Augusto Maynard, 245/404, Bairro São José
49015-380 – Aracaju, SE, Brasil
E-mail: umberto@infonet.com.br
Vômitos em TCE leve na infância
Pereira CU, Lima AA
15. Arq Bras Neurocir 32(2): 63-8, 2013
Pulsed radiofrequency on dorsal
root ganglia for chronic pain
Luis Fernando Moura da Silva Junior1, Daniel Benzecry de Almeida2, Laura
Moeller3, Renato Endler Iachinski4, Lucas Alves Aurich5, Ricardo Ramina6
Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), Curitiba, PR, Brazil.
ABSTRACT
Objective: Evaluate clinical outcome of dorsal root ganglia (DRG) pulsed radiofrequency (PRF) treatment
in neuropathic pain of patients with radiculopathy regarding improvement of pain and degree of patients’
satisfaction. Method: Forty-five procedures in cervical and lumbossacral spine. Data collected by phone
call interviews (independent researcher). Evaluation done after one month and at minimum three months
follow-up. Analyzed data included objective and subjective improvement, and degree of satisfaction.
Results: Outcome much better in 31%, 36% better, 24% unchanged, 9% worse. At initial evaluation,
relief was rated: 24% excellent, 16% good, 27% moderate, 33% poor. At late evaluation, 27% excellent,
18% good, 7% moderate, 49% poor. Degree of satisfaction was high (82% of patients reported they
certainly or probably would repeat the procedure). Conclusion: PRF was effective and safe in selected
patients. Most patients were satisfied and would repeat/recommend the procedure.
KEYWORDS
Pain, pain intractable, ganglia spinal, radiculopathy.
RESUMO
Radiofrequência pulsada no gânglio da raiz dorsal para tratamento de dor crônica
Objetivo: Avaliar a evolução clínica do tratamento com radiofrequência pulsada (RFP) de gânglio da
raiz dorsal (GRD) na dor neuropática em pacientes com radiculopatia, considerando melhora da dor
e grau de satisfação dos pacientes. Método: Quarenta e cinco procedimentos na coluna cervical e
lombossacra. Os dados foram coletados por meio de entrevistas telefônicas (pesquisador independente).
Avaliação inicial feita após um mês e final no mínimo de três meses de acompanhamento. Dados
analisados incluíram melhora objetiva, subjetiva e o grau de satisfação. Resultados: Evolução “muito
melhor” em 31%, “melhor” em 36%, “inalterado” em 24%, “pior” em 9%. Na avaliação inicial: 24%
“excelente”, 16% “bom”, 27% “moderada”, 33% “pobre”. Na avaliação final, 27% “ xcelente”, 18%
e
“bom”, 7% “moderada”, 49% “pobre”. O grau de satisfação foi elevado (82% dos pacientes relataram
que certamente ou provavelmente repetiriam o procedimento). Conclusão: RFP foi eficaz e segura em
pacientes selecionados. A maioria dos pacientes ficou satisfeita e repetiu/recomendou o procedimento.
PALAVRAS-CHAVE
Dor, dor intratável, gânglios espinais, radiculopatia.
1
2
3
4
5
6
Neurosurgeon, Neurosurgical Department, Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), Curitiba, PR, Brazil.
Neurosurgeon, director of Pain Management Group, INC, Curitiba, PR, Brazil.
Rheumatologist, Pain Management Group, INC, Curitiba, PR, Brazil.
Neurologist, INC, Curitiba, PR, Brazil.
Neurosurgery resident, Neurosurgical Department, INC, Curitiba, PR, Brazil
Neurosurgeon, chairman of Neurosurgical Department, INC, Curitiba, PR, Brazil.
16. Arq Bras Neurocir 32(2): 63-8, 2013
Introduction
Chronic pain syndrome is a major health problem
affecting 2%-40% of the adult population significantly
decreasing the quality of life and causing economic
losses.1,2 Back pain is one of the most common medical
conditions, affecting 54%-80% of individuals during
their lifetime, whether nociceptive or neuropathic.3
Neuropathic pain is related to an injury or dysfunction
of the central or peripheral nervous system.4 In spinal
diseases the occurrence of anatomical or functional root
disturbances is common.
The number of surgical procedures to the spine is
increasing, however, they don’t seem to decrease the
incidence of chronic pain symptoms nor improve the
quality of life of those surgically treated, even after
multiple surgeries.5 Although many types of drugs have
been used for conservative treatment of chronic pain,
the majority of patients were unable to significantly
control their pain.
Minimally invasive procedures, such as radiofrequency (RF) and pulsed radiofrequency are a valuable
therapy and have been studied worldwide.6 While
conventional radiofrequency uses a high temperature
ablation, causing thermal damage to the neural structures, pulsed radiofrequency has been shown to cause
minimal neural injury and can be used in peripheral
nerves, roots and dorsal root ganglia, without major
damage. Most initial studies show a possible neuromodulatory effect following the application of pulsed
radiofrequency to the dorsal root ganglia (DRG).7 It has,
therefore, been an attractive option for the treatment of
refractory neuropathic pain, especially in patients with
associated root lesions.
The goal of this study was to review the clinical
results of pulsed radiofrequency treatment of DRG in
patients with neuropathic pain in one or multiple radicular levels. The authors analyzed the degree of pain
control and also evaluated the level of satisfaction with
this treatment.
Methods
Patients
The authors analyzed patients submitted to pulsed
radiofrequency of the DRG for the treatment of chronic
pain due to osteoarthrosis with radicular compression
or failed back syndrome with radicular pain. All patients
suffered from neuropathic pain that was refractory
despite conservative treatment. The level of the DRG
to be treated was determined based on clinical history,
64
physical examinations and imaging in most cases, particularly in patients with postoperative radiculopathy. In
those patients where a specific level could not be clearly
defined, a diagnostic block was performed.
Forty-five procedures were performed at the Department of Pain Management, at the Instituto de
Neurologia de Curitiba, from December 2006 to April
2010. From this group, 32 were women and 13 were
men with ages ranging from 32 to 82 (mean 56.4 years).
In 40 cases the target was a lumbosacral DRG and in 5
cases cervical.
Technique
The procedure was performed under fluoroscopic
guidance using the Sluijter technique8 to reach the
target. To achieve perfect needle positioning, paresthesias along the expected dermatome should be elicited
below a 0.5 V (50 Hz) stimulation threshold. Whenever
possible, low impedance (below 400 mA Ohms) was
maintained and, whenever needed, 1 ml of saline was
injected.
Pulsed radiofrequency was applied using the following parameters: 2 cycles per second, 20 ms each.
All procedures were performed using the RFG 1-B
Radiofrequency Generator Cosman model. From
December 2006 to January 2009, the time of exposure
to pulsed radiofrequency was 4 minutes. However,
after February 2009, the RF exposure time increased
to 10 minutes.
The procedure was performed under local anes
thesia plus sedation with low doses of midazolam and
fentanyl, enough to decrease the anxiety level, but enabling the patient to fully cooperate with the medical
team to achieve correct physiological localization. Du
ring the radiofrequency treatment, an anesthesiologist
monitored the patients’ vital signs. After the procedure,
the patients would remain in the hospital for one day, for
pain evaluation, even though no major side effects were
expected. In addition, acetaminophen was prescribed
along with an opioid on an as-needed basis.
The patients were instructed to avoid the use of antiinflammatory drugs or steroids for 15 days. If treatment
were required in more than one level, they were realized
in one procedure.
Outcome measures
The data were collected via two phone interviews
performed by an independent researcher. The initial
evaluation was performed after one month and a late
evaluation was performed after a minimum three
months. Pain status was provided by the patient using percentages from 0% to 100 (0% = no change,
Pulsed radiofrequency in DRG for chronic pain
Silva Junior LFM et al.
17. Initial
35%
Cervical
General
25%
15%
25%
25%
Late
20% 0%
40%
20%
40%
48%
Late
20%
40%
Moderate
20%
18%
27%
20%
Poor
40%
7%
33%
0%
27%
16%
60%
24%
80%
Good
100%
Excellent
Figure 2 – Patients’ degree of pain improvement (objective).
Lumbosacral
The subjective evaluation considered patients’ opi
nion on improvement of pain, as showed in Figure 1,
with best results in cervical group. The objective evaluation considered patients’ degree of pain improvement is
showed in Figure 2 and also was better in cervical group.
Finally, the satisfaction of patients, showed in Figu
re 3, was better in cervical group, but also positively
relevant in all groups.
There were no complications related to the procedure. No patient had pain worsening or paresthesias.
No significant hematoma or infection was observed.
8% 15%
52%
Initial
Cervical
Results
Late
Initial
General
and 100% = complete resolution of pain). At the initial and late evaluations, the pain control status were
classified on a scale of: 0% to 19% poor, 20% to 49%
moderate, 50% to 69% good, and 70% to 100% excellent. The late evaluation was realized at a mean time
of 20.37 months.
The subjective improvement in pain was additionally
classified by the patient in general terms such as: much
better, better, unchanged or worse.
Moreover, the patients were asked to rate their
degree of satisfaction with the treatment outcome. The
two questions were: “If you could go back in time, would
you like to repeat the procedure?” and “Would you
recommend the same procedure to a family member or
friend?” Answers were classified as: certainly would repeat/recommend; probably would repeat/recommend;
probably would not repeat/recommend; and certainly
would not repeat/recommend.
Lumbosacral
Arq Bras Neurocir 32(2): 63-8, 2013
20%
8%
Recommend
Repeat
64%
2% 22%
58%
Recommend 0% 20%
80%
Repeat 0% 20%
80%
Recommend
7%
Repeat
20%
2%
0%
22%
66%
60%
20%
40%
Certainly would not
60%
80%
Probably would not
Probably would
100%
Certainly would
Figure 3 – Subjective evaluation of the results.
Lumbosacral
25%
38%
28%
Discussion
Cervical
General
0%
20%
20%
60%
24%
20%
Worse
36%
40%
Unchanged
31%
60%
Better
80%
100%
Much better
Figure 1 – Patients’ opinion on improvement of pain (subjective).
Pulsed radiofrequency in DRG for chronic pain
Silva Junior LFM et al.
The use of RF in clinical practice started in the
1950’s, when Rosomoff et al.9 used this technique to
induce spinothalamic lesions during chordotomies.
At that time, many authors showed interest in its more
predictable thermocoagulation effect, especially in the
surgical treatment of trigeminal neuralgia and other
painful conditions. With the evolution of RF generators
and electrodes, this technique became widespread in the
neurosurgical armamentarium.
Pulsed RF became popular after the published series of Slappendel et al.,10 in 1997, which analyzed two
groups of patients with cervicobrachial pain. One group
65
18. Arq Bras Neurocir 32(2): 63-8, 2013
was treated using cervical spine RF at 67° C and the
other with a maximum of 40° C. The results were similar
in both groups. Although it could be interpreted as if RF
was similar to a placebo, the researchers found that both
groups obtained a clear benefit in pain improvement.
With these observations, it was suggested that many
major RF effects could be the result of something else
rather than thermal neural ablation.
In patients with neuropathic pain syndromes, and
especially when the target was the dorsal root, conventional RF could induce deafferentation.11 With the
advent of pulsed RF, major neural structures could be
targeted. Considering the importance of DRG as a major
region in pain modulation, some authors have studied
its role in interventional treatment.
With the advent of pulsed radiofrequency, the question focused on what could influence pain control in a
typical radiofrequency procedure besides the thermoablation.12 Early publications suggested that a beneficial
effect was also attributable to neural tissue exposure to
electrical stimuli and not only to thermal damage. Initial
studies in animals and further investigation in human
patients presumed a neurobiological phenomenon
changing the transmission on pain stimuli, defining
pulsed RF as neuromodulatory method.13
Higuchi et al.,14 in 2001, analyzed the results of
rats treated with conventional radiofrequency, pulsed
radiofrequency or sham applied at the DRG after hemilaminectomy. Immunohistochemical analysis showed
an increase of c-Fos immunoreactive neurons on the
dorsal root and the spinal cord, especially in superficial
laminae (I, II and V). This was found mostly ipsilaterally
to the stimulation site and, in a lesser extent, contralaterally, suggesting the occurrence of cellular changes not
related to the thermal action itself, but caused by a possible inhibitory activation of interneurons. Van Zundert
and Cahana,15 in 2005, also studied rats treated with
pulsed radiofrequency after laminectomy and found
similar results after seven days.
More recently, Podhajsky et al.16 observed some
anatomopathologic alterations on the nerve rootlet
and in the spinal cord in rats that underwent pulsed
or conventional RF on DRG. They showed that in
the pulsed RF group, there was no visible histologic
lesions under optical microscopy examination. Some
subclinical changes such as endoneural edema, fibroblasts activation and collagen deposition were observed,
which could be related to the activation of a modulatory
system.
Another explanation to the analgesic effect of pulsed
RF on neuropathic pain is the possible inhibition of
neuronal activity, as observed by Cahana et al.,17 in 2003.
These authors showed that in cultures of hipoccampal
cells, exposure to RF promoted neuronal inhibition at
synaptic transmission level.
66
Structural changes in neurons undergoing pulsed
radiofrequency seem to be minimal. In 2009, Protasoni
et al.18 studied early morphological changes following pulsed radiofrequency under optic and electron
microscopy of DRG in order to observe ablative or
neuromodulatory signs.
Erdine et al.19 researched the effects of pulsed radiofrequency on the axonal ultrastructure of the sciatic
nerve. Contrary to what was observed in the sham
group, the study showed morphologic and mithocondrial membrane changes, microfilaments and microtubules rupture and rearrangement, mainly in C-fibers
than in A-delta and A-beta fibers, within the specimens
of the pulsed radiofrequency group.
In the present series, the authors used percentage
values to evaluate pain intensity instead of analyzing
any decrease in visual or numeric scales. This was due
to the preference of most of the patients evaluated. Some
authors agree that there is a good relationship between
the percentage pain reduction and the evaluation using
numeric rating scale,20,21 while some papers suggest a
more consistent relationship between the percent change
in pain intensity and the clinically important changes.22
The first study with clinical use of pulsed radiofrequency was published by Sluijter et al.,23 in 1998. In their
prospective, but not controlled study, 60 patients were
evaluated after treatment with radiofrequency, 36 pulsed
and 24 continuous, with a temperature limit of 42°C. At
6 weeks evaluation, 86% of the patients from the pulsed
group and 12% from the continuous group showed
improvement of more than 50% using the GPE scale.
In another prospective, non-controlled study on
pulsed radiofrequency (with 28 patients) published
by Shabat et al.,24 no anesthetic test block was done,
where the correct root level was determined by clinical
examination and imaging exams. In addition to pulsed
radiofrequency sessions, patients also underwent other
treatments. Three months following the procedure, 82%
of patients had improved VAS (visual analogic scale) by
more than 30%, and 68% of them had achieved a similar
benefit after 1 year.
In our study, the cervical subgroup had improvements of more than 50% in 40% of cases in the early
evaluation, and 80% in the late evaluation. These results
after pulsed radiofrequency were significantly better in
cervical than in lumbosacral group.
A prospective, randomized, double-blinded study
of 23 patients with chronic cervicobrachialgia using
pulsed radiofrequency was published by Van Zundert
et al.25 In their sample, 11 patients underwent pulsed
radiofrequency and 12 were in the sham group. At
3-month-evaluation, 9 patients of the radiofrequency
group showed improvements of more than 50%, while
in the sham group, only 3 patients. These results were
statistically significant (p < 0,05).
Pulsed radiofrequency in DRG for chronic pain
Silva Junior LFM et al.
19. Arq Bras Neurocir 32(2): 63-8, 2013
Van Zundert et al.,26 published another paper on this
subject in 2003. It was a retrospective study in chronic
single level cervicobrachialgia, with 18 patients. Using
the GPE rating scale, 72% of patients experienced
improvements of more than 50% in 2 months, 56%
maintained this improvement at 3 to 11 months and 33%
for periods exceeding one year. The authors conclude,
therefore, that treatment with pulsed radiofrequency
in the cervical DRG provides satisfactory pain relief in
the long term, in most patients with radicular cervicobrachialgia.
Chao et al.27 published a study in 2008 of 154 patients with cervical radicular (49 cases) or lumbar (116
cases) pain derived from disc herniation or the failure
of previous treatment. In the initial evaluation at 1 week,
53.06% of the cervical group had pain relief exceeding
50%. At 3 months follow-up, 44.83% had improved.
In our study, at the lumbosacral spine, 40% of patients improved by more than 50% at initial evaluation
and 40% maintained this improvement in late evaluation. Teixeira et al.11 published a retrospective series of
13 patients with radicular pain due to disc herniation.
In all cases there was an indication for surgery but
the patients were treated with pulsed RF instead. The
decision on the root level to be treated was based only
on clinical examination and imaging. In this series, 9
patients had motor or sensory deficit related to the root
involved. In the evaluation after 1 year, 92% of these
patients showed improvement (up to 5 points) in the
Pain numerical scale, and surgery was no longer indicated. In all cases, a complete resolution of the initial
neurological deficits was observed.
In our study, the authors analyzed the degree of
satisfaction with the pulsed radiofrequency treatment,
as well as the results. Most patients were satisfied, 67%
had at least mild improvements, based on a subjective
response. It is worth noting that, regardless of the improvement rate, 82% stated that they would undergo
the procedure again as initially proposed. Furthermore,
87% of patients said that they would recommend the
procedure to a friend or a relative.
Further considerations should be made about our
study, which cannot be evaluated statistically. The first is
that we included the most refractory patients, including
some with more than two spine operations. In cervical
group patients are usually referenced to Pain Group
early in treatment than in lumbosacral. So they suffered
less time with the pain and underwent few procedures
when compared to lumbosacral. Although we could
not evaluate this group of patients separately (due to
the small number of cases), based on this data, their
outcome seemed to be worse.
The study included older patients with spinal stenosis that could not be treated surgically due to clinical
issues; most of them had multiple compressions, and
Pulsed radiofrequency in DRG for chronic pain
Silva Junior LFM et al.
the results of such cases were poor and not statistically
relevant.
In the interview, the authors found that some lumbar level patients were not satisfied with the procedure
because of residual low back pain, despite having had
a marked improvement in their painful neuropathic
symptoms and being advertised of the aim of treatment
previously to the procedure.
Additionally, it’s not clear that longer radiofrequency
exposure leads to better results. Further studies should
be undertaken to answer these questions.
Conclusion
In our study, pulsed radiofrequency was safe, no
complications were seen and achieved satisfactory improvement in neuropathic pain. Better results were found
in cervical neuropathic pain than in or lumbossacral
region. Most patients were satisfied after the treatment
and would repeat or recommend the procedure if indicated. Further studies with longer follow up are needed.
Disclosures
The authors have nothing to disclose.
References
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Breivik H, Collett B, Ventafridda V, Cohen R, Gallacher D.
Survey of chronic pain in Europe: prevalence, impact on
daily life, and treatment. Eur J Pain. 2006;10(4):287-333.
Blyth FM. Chronic pain – is it a public health problem? Pain.
2008;137(3):465-6.
Manchikanti L, Singh V, Datta S, Cohen SP, Hirsch JA;
American Society of Interventional Pain Physicians.
Comprehensive review of epidemiology, scope, and impact
of spinal pain. Pain Physician. 2009;12(4):E35-70.
Bouhassira D, Lantéri-Minet M, Attal N, Laurent B, Touboul C.
Prevalence of chronic pain with neuropathic characteristics
in the general population. Pain. 2008;136(3):380-7.
Babu MA, Coumans JV, Carter BS, Taylor WR, Kasper EM,
Roitberg BZ, et al. A review of lumbar spinal instrumentation:
evidence and controversy. J Neurol Neurosurg Psychiatry.
2011;82(9):948-51.
Chua NH, Vissers KC, Sluijter ME. Pulsed radiofrequency
treatment in interventional pain management: mechanisms
and potential indications – a review. Acta Neurochir (Wien).
2011;153(4):763-71.
Malik K, Benzon HT. Radiofrequency applications to
dorsal root ganglia: a literature review. Anesthesiology.
2008;109(3):527-42.
67
20. Arq Bras Neurocir 32(2): 63-8, 2013
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
68
Sluijter ME. Radiofrequency: a review of radiofrequency
procedures in the lumbar region. Amsterdam: FlivoPress;
2001.
Rosomoff HL, Brown CJ, Sheptak P. Percutaneous
radiofrequency cervical cordotomy: technique. J Neurosurg.
1965;23(6):639-44.
Slappendel R, Crul BJ, Braak GJ, Geurts JW, Booij LH,
Voerman VF, et al. The efficacy of radiofrequency lesioning
of the cervical spinal dorsal root ganglion in a double blinded
randomized study: no difference between 40 degrees C and
67 degrees C treatments. Pain. 1997;73(2):159-63.
Teixeira A, Grandinson M, Sluijter ME. Pulsed radiofrequency
for radicular pain due to a herniated intervertebral disc – an
initial report. Pain Pract. 2005;5(2):111-5.
Gallagher RM. Pulsed radiofrequency treatment: what is
the evidence of its effectiveness and should it be used in
clinical practice? Pain Med. 2006;7(5):408-10.
Cahana A, Van Zundert J, Macrea L, van Kleef M, Sluijter
M. Pulsed radiofrequency: current clinical and biological
literature available. Pain Med. 2006;7(5):411-23.
Higuchi Y, Nashold BS Jr, Sluijter M, Cosman E, Pearlstein
RD. Exposure of the dorsal root ganglion in rats to pulsed
radiofrequency currents activates dorsal horn lamina I and
II neurons. Neurosurgery. 2002;50(4):850-5.
Van Zundert J, Cahana A. Pulsed radiofrequency in chronic
pain management: looking for the best use of electrical
current. Pain Pract. 2005;5(2):74-6.
Podhajsky RJ, Sekiguchi Y, Kikuchi S, Myers RR. The
histologic effects of pulsed and continuous radiofrequency
lesions at 42 degrees C to rat dorsal root ganglion and
sciatic nerve. Spine (Phila Pa 1976). 2005;30(9):1008-13.
Cahana A, Vutskits L, Muller D. Acute differential modulation
of synaptic transmission and cell survival during exposure
to pulsed and continuous radiofrequency energy. J Pain.
2003;4(4):197-202.
Protasoni M, Reguzzoni M, Sangiorgi S, Reverberi C,
Borsani E, Rodella LF, et al. Pulsed radiofrequency
effects on the lumbar ganglion of the rat dorsal root: a
morphological light and transmission electron microscopy
study at acute stage. Eur Spine J. 2009;18(4):473-8.
Erdine S, Bilir A, Cosman ER, Cosman ER Jr. Ultrastructural
changes in axons following exposure to pulsed
radiofrequency fields. Pain Pract. 2009;9(6):407-17.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
Cepeda MS, Africano JM, Polo R, Alcala R, Carr DB. What
decline in pain intensity is meaningful to patients with acute
pain? Pain. 2003;105(1-2):151-7.
Cepeda MS, Africano JM, Polo R, Alcala R, Carr DB.
Agreement between percentage pain reductions calculated
from numeric rating scores of pain intensity and those
reported by patients with acute or cancer pain. Pain.
2003;106(3):439-42.
Farrar JT, Polomano RC, Berlin JA, Strom BL. A comparison
of change in the 0-10 numeric rating scale to a pain
relief scale and global medication performance scale in
a short-term clinical trial of breakthrough pain intensity.
Anesthesiology. 2010;112(6):1464-72.
Sluijter ME, Cosman ER, Rittman WB, Van Kleef M. The
effects of pulsed radiofrequency fields applied to the
dorsal root ganglion: A preliminary report. Pain Clin.
1998;11:109-17.
Shabat S, Pevsner Y, Folman Y, Gepstein R. Pulsed
radiofrequency in the treatment of patients with chronic
neuropathic spinal pain. Minim Invasive Neurosurg.
2006;49(3):147-9.
Van Zundert J, Patijn J, Kessels A, Lamé I, van Suijlekom
H, van Kleef M. Pulsed radiofrequency adjacent to the
cervical dorsal root ganglion in chronic cervical radicular
pain: a double blind sham controlled randomized clinical
trial. Pain. 2007;127(1-2):173-82.
Van Zundert J, Lamé IE, de Louw A, Jansen J, Kessels
F, Patijn J, et al. Percutaneous pulsed radiofrequency
treatment of the cervical dorsal root ganglion in the
treatment of chronic cervical pain syndromes: a clinical
audit. Neuromodulation. 2003;6(1):6-14.
Chao SC, Lee HT, Kao TH, Yang MY, Tsuei YS, Shen
CC, et al. Percutaneous pulsed radiofrequency in the
treatment of cervical and lumbar radicular pain. Surg Neurol.
2008;70(1):59-65.
Correspondence address
Luis Fernando Moura da Silva Jr.
Rua Jeremias Maciel Perretto, 300, Ecoville
81210-310 – Curitiba, PR, Brazil
Phone: +55 41 3028-8580
E-mail: luisfernando@inc-neuro.com.br
Pulsed radiofrequency in DRG for chronic pain
Silva Junior LFM et al.
21. Arq Bras Neurocir 32(2): 69-73, 2013
Hidrocefalia: relação entre o
conhecimento do cuidador
e sequelas motoras
Débora Moura da Paixão Oliveira1, Carlos Umberto Pereira2,
Záira Moura da Paixão Freitas1, Aida Carla Santana de Melo Costa3
Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil.
RESUMO
Objetivo: Verificar se o conhecimento do cuidador está relacionado ou não à presença de sequelas
motoras na criança. Métodos: Estudo descritivo, exploratório, sob abordagem quantitativa, utilizando
a técnica da entrevista padronizada, com cuidadores atendidos no ambulatório de um hospital
universitário da cidade de Aracaju. Resultados: A amostra foi composta por 54 crianças e seus
cuidadores. A média da idade do cuidador foi de 27,3 ± 7 anos, com predomínio absoluto do gênero
feminino. O conhecimento foi significativamente maior em cuidadores de crianças com sequelas (P =
0,003). Conclusão: A escolaridade do cuidador foi significativa para maior conhecimento. Cuidadoras
de crianças com sequelas motoras apresentam maior conhecimento sobre aspectos importantes da
hidrocefalia.
PALAVRAS-CHAVE
Hidrocefalia, cuidadores, família, criança.
ABSTRACT
Hydrocephalus: relation to the knowledge of familial caregiver’s and child neuropshycomotors
sequels
Objective: To verify caregivers’ knowledge about hydrocephalus treatment and complications, as
well as verify the relation to the caregiver’s knowledge and the presence of child sequels. Methods:
Descriptive and quantitative study, using a standardized interview technique. The survey was performed
with caregivers at Aracaju University Hospital. Results: Fifty-four caregivers answered the interview.
The mean age was 27.3 ± 7 years, with absolute predominance of females. The education level of the
caregiver had a significant effect on the knowledge about complications, surgery and the shunt objectives.
The knowledge about complications and surgery was significantly bigger in caregivers of children with
sequels (P = 0.003). Conclusion: The education level of the caregiver had a positive correlation to on
increased knowledge. Caregivers of children with sequels were related to on increased knowledge
about important aspects on hydrocephalus.
KEYWORDS
Hydrocephalus, caregivers, family, child.
1 Enfermeira, mestre, doutoranda em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil.
2 Neurocirurgião, professor adjunto doutor do Departamento de Medicina da UFS, Aracaju, SE, Brasil.
3 Fisioterapeuta, mestre, doutoranda em Ciências da Saúde na UFS, Aracaju, SE, Brasil.
22. Arq Bras Neurocir 32(2): 69-73, 2013
Introdução
A hidrocefalia é uma situação patológica de dilatação dos ventrículos cerebrais por acúmulo excessivo
de líquido cefalorraquidiano (LCR) em virtude do
desequilíbrio entre a produção e a absorção liquórica.1-3
O tratamento da hidrocefalia consiste em reduzir a
quantidade de líquido no cérebro por meio da drenagem
do LCR do ventrículo lateral para um compartimento
extracraniano, o peritônio ou átrio do coração, a fim
de diminuir a pressão intracraniana.4-6 No entanto,
alguns autores acreditam que o implante do sistema de
derivação ventrículo-peritoneal (DVP), em sua maioria,
leva a uma melhora dos sinais e sintomas causados pela
hidrocefalia, porém não cura a hidrocefalia e o dano ao
tecido cerebral permanece.5,7,8
A literatura menciona que o uso de drenagens
liquóricas valvuladas representou grande avanço, com
acentuada diminuição da mortalidade e morbidade,
contudo a DVP pode resultar em altas taxas de morbidade e mortalidade em consequência do mau funcionamento do sistema.9 O índice de infecção do sistema
de drenagem varia entre 2% e 15%, principalmente em
razão de problemas frequentes tais como complicações
funcionais, não funcionais ou infecciosas.1,7,8,10-14
O nível da gravidade das manifestações clínicas
apresentadas pela criança determinará a intensidade de
cuidados que deverão ser destinados a ela.15 A criança
com hidrocefalia demanda cuidados específicos, com
o objetivo de evitar complicações. Alguns cuidados
são específicos da equipe de saúde, outros, porém, são
realizados no domicílio pelo cuidador.16
Os cuidados realizados por essas famílias têm a
finalidade de preservar a vida de seus membros, promovendo o controle da doença e a prevenção das possíveis
sequelas.17,18 Dedicar-se ao cuidado demanda, muitas
vezes, a execução de tarefas complexas, sendo necessário que o cuidador principal esteja preparado para
esse fim.19 É de fundamental importância que a família
esteja orientada quanto a possíveis complicações para
poder cooperar e orientar as suas crianças a aceitarem
as possíveis limitações.16,20
O objetivo do estudo foi verificar se o conhecimento do cuidador está relacionado ou não à presença de
sequelas motoras na criança.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, descritivo, sob
abordagem quantitativa, desenvolvido no Ambulatório
de Neurocirurgia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe em Aracaju, Brasil, no período
70
de novembro de 2007 a agosto de 2008. A amostra foi
não probabilística, do tipo acidental, composta por 54
crianças com hidrocefalia e seus cuidadores.
Para verificar sequela motora, utilizou-se a escala de
avaliação do tônus de Durigon, validada no Brasil; ela
analisa a reação muscular ao alongamento, variando de
1 a 19 graus, sendo grau 1 para hipotonia, grau 2 para
tônus normal e de 3 a 10 graus para aumento progressivo
da hipertonia. Esse sistema de avaliação e classificação,
adotado por Durigon et al.,21 foi baseado em fundamentos neurofisiológicos associados à observação clínica.
Todas as crianças foram avaliadas por exame físico
realizado por um neurocirurgião e um fisioterapeuta.
Definiu-se a presença de sequelas em crianças com
déficit motor, hipotonia ou hipertonia.
Com os cuidadores, utilizou-se a técnica de entrevista padronizada, abordando nível educacional dos
cuidadores e questões sobre conhecimentos do tratamento e complicações da hidrocefalia.
Considerou-se acerto para conhecimento sobre
o tratamento a resposta “cirurgia ou implantação de
válvula”. Considerou-se acerto para conhecimento
sobre complicações a resposta “infecção ou obstrução
da válvula”.
Neste estudo foi considerado como cuidador principal o cuidador exclusivamente familiar, não remunerado, responsável pelo cuidado domiciliar, que permanece
a maior parte do tempo com a criança.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da
Universidade Federal de Sergipe, com número de identificação 0126.0.107.000-07. Os cuidadores aceitaram
participar do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, garantindo os aspectos éticos
previstos na Portaria nº 196/96, do Conselho Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde.
Para análise estatística, foram utilizados os testes
Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher.
Resultados
A idade das crianças variou de três 2 a 120 meses
(média de 33,1 ± 2,3 meses). Todas as crianças (54/54)
foram submetidas a tratamento cirúrgico (DVP). O
número de cirurgias variou entre uma e sete cirurgias
(média de 1,39 ± 1). As sequelas estiveram presentes
em 32 crianças (59,3%). Verificou-se que a presença de
sequelas esteve significativamente associada (P < 0,01)
ao número de cirurgias a que a criança foi submetida
(Tabela 1).
A idade do cuidador variou entre 18 a 52 anos
(média de 27, 3 ± 7 anos). O gênero dos cuidadores foi
predominantemente feminino (54/54).
Hidrocefalia: conhecimento e sequela motora
Oliveira DMP et al.
23. Arq Bras Neurocir 32(2): 69-73, 2013
120,0%
Tabela 1 – Proporção de presença de sequelas
neuropsicomotoras em relação ao número de cirurgias
Sequelas
Nº de cirurgias
P
2
(N = 10)
>3
(N = 7)
Sim
17
(45,9%)
8 (80,0%)
7
(100,0%)
32
(59,3%)
Não
20
(54,1%)
2 (20,0%)
0 (0%)
22
(40,7%)
100,0%
Total
54
Χ2 =
9,311
P < 0,01
80,0%
Porcentagem
1
(N = 37)
60,0%
40,0%
No que se refere ao grau de instrução, 13 (24,0%)
cursaram menos de quatro anos de estudo, 19 (35,0%),
entre quatro e oito anos e 18 (33,3%), mais de oito anos
de estudo.
A análise do conhecimento do cuidador sobre o
tratamento da hidrocefalia mostrou que 34 cuidadoras
(63,0%) sabem a finalidade da realização da cirurgia
e 29 (53,7%) conhecem as complicações cirúrgicas da
hidrocefalia. Verificou-se proporção significativa (P
= 0,05) de maior conhecimento sobre o tratamento e
complicações da hidrocefalia entre as cuidadoras com
mais de oito anos de estudo (Figura 1).
100,0%
90,0%
80,0%
20,0%
0,0%
Suficiente
Insuficiente
Conhecimentos
Ausências de sequelas
Sequelas
Figura 2 – Conhecimentos dos cuidadores sobre complicações da
hidrocefalia em relação à presença de sequelas motoras
na criança.
O conhecimento sobre o tratamento da hidrocefalia
também foi significativamente maior (P = 0,02) entre
24 (70,6%) cuidadoras de crianças que apresentaram
sequelas motoras e menor entre aquelas 8 (40,0%) cujas
crianças não apresentaram tal condição (Figura 3).
Porcentagem
70,0%
60,0%
120,0%
50,0%
40,0%
100,0%
30,0%
20,0%
0,0%
< 4 anos
estudo
4 a 8 anos
estudo
Conhecimento insuficiente
> 8 anos
estudo
Conhecimento suficiente
Figura 1 – Conhecimento das cuidadoras sobre complicações da
hidrocefalia em relação à escolaridade.
Verificou-se maior proporção de conhecimento
entre seis cuidadoras cujas crianças foram submetidas
a mais de três cirurgias (85,7%), no entanto não houve
diferença estatística entre maior conhecimento e número de cirurgias realizadas (P = 0,3).
No que se refere à presença de sequelas motoras
na criança, observou-se maior conhecimento sobre
complicações cirúrgicas entre cuidadoras de crianças
com sequelas motoras (P = 0,05). A proporção de complicações foi de 72,4% em crianças cujos cuidadores
tiveram conhecimentos suficientes sobre complicações
cirúrgicas e de 44,0% em crianças cujos cuidadores
apresentaram conhecimentos insuficientes (Figura 2).
Hidrocefalia: conhecimento e sequela motora
Oliveira DMP et al.
Porcentagem
80,0%
10,0%
60,0%
40,0%
20,0%
0,0%
Suficiente
Conhecimentos
Ausência de sequelas
Insuficiente
Sequelas
Figura 3 – Conhecimento dos cuidadores sobre complicações em
relação à presença de sequelas motoras na criança.
Discussão
Os sistemas de derivação ventricular ainda são os
procedimentos de escolha para controlar a hidrocefalia.
Estima-se que nos Estados Unidos sejam realizadas
anualmente cerca de 50.000 cirurgias de derivação
71
24. Arq Bras Neurocir 32(2): 69-73, 2013
ventrículo-peritoneal.14 Entretanto, o índice de infecção do sistema de drenagem tem influência negativa
no desenvolvimento intelectual e motor dos pacientes,
exercendo grande influência sobre a morbidade, mortalidade e qualidade de vida dos pacientes.4,11,22-24
Estudos demonstraram que ao longo da vida aproximadamente 30% a 40% das crianças operadas vão
requerer no mínimo uma revisão da derivação durante
o primeiro ano de vida, 15% a 20% necessitarão de várias
revisões e 85% necessitarão no mínimo de uma revisão
durante os primeiros 10 anos.1,10,25
Todas as crianças da amostra foram submetidas a
sistemas DVP. A média do número de cirurgias verificada neste estudo foi compatível com a registrada na
literatura. Estudos demonstram uma média de 1,47 a 2,5
procedimentos cirúrgicos por paciente.13,26
Os achados mostraram uma relação significativa
entre o número de cirurgias e a presença de sequelas. O
número de trocas do sistema devido a complicações é
determinante em relação aos distúrbios psicomotores.25
Uma investigação envolvendo 114 crianças portadoras
de hidrocefalia congênita e 44 com hidrocefalia associada à mielomeningocele também encontrou uma
correlação significativa entre o número de revisões de
DVP e a função motora.27 Alguns autores ressaltaram
que crianças submetidas a mais de duas cirurgias têm
grandes chances de desenvolver complicações.13,25
A proporção de sequelas encontrada na amostra
foi maior do que a registrada na literatura. Jucá et al.26
verificaram que 40% das crianças tinham algum grau de
retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. O estudo
de Kliemann e Rosemberg14 observou distúrbios motores graves em 34,3% de sua amostra. Platenkamp et al.28
encontraram disfunção motora em 30% dos pacientes
portadores de hidrocefalia.
Na caracterização dos cuidadores em relação ao
gênero, observou-se a predominância do gênero feminino. Em todo o mundo, o cuidado leigo é prestado,
na maioria das situações, por pessoas com algum grau
de parentesco, geralmente do gênero feminino, com
proximidade física ou afetiva com o doente.18 É comum
afirmar que compete à mulher a tarefa de cuidar da
casa, dos filhos ou dos idosos, uma vez que cuidar exige
paciência e renúncia.
No que se refere ao grau de instrução, observou-se bom índice de alfabetização entre as entrevistadas,
porém a escolaridade média localiza-se em maior proporção entre cuidadoras que cursaram de quatro a oito
anos de estudo. Os resultados encontrados por outro
estudo também demonstram um padrão de escolaridade
mínima, semelhante a essa casuística.29
A análise do conhecimento dos cuidadores sobre o
tratamento e as complicações cirúrgicas da hidrocefalia mostrou que existe bom conhecimento sobre esses
aspectos. O conhecimento foi maior entre cuidadoras
72
que cursaram mais de oito anos de estudo. Outros
estudos observaram que o nível de escolaridade foi
significativamente associado com altos níveis de conhecimento.29,30 Cuidadores com maior conhecimento
sobre complicações da derivação poderiam reconhecer
mais facilmente a falha da derivação do que aqueles que
não tiveram conhecimento bastante.31
O conhecimento dessa amostra sobre as complicações da hidrocefalia demonstrou maior conhecimento
entre cuidadoras de crianças com sequelas motoras.
O estudo corrobora os achados de Yilmaz et al.,31 que
observaram que o conhecimento foi maior entre os
pais cujas crianças apresentaram alguma complicação.
Os autores observaram, ainda, que o conhecimento de
sinais e sintomas da hidrocefalia foi maior entre os pais
cujas crianças foram submetidas a revisões frequentes.
Quando se relacionou o conhecimento sobre a finalidade da cirurgia com o número de cirurgias a que
a criança foi submetida, apesar da maior proporção de
conhecimento entre as cuidadoras cujas crianças foram
submetidas a mais de três cirurgias, não houve diferença estatística entre maior conhecimento e número de
cirurgias realizadas.
Esses resultados diferem dos achados de Kirk et al.,15
que realizaram uma investigação com pais de crianças
portadoras de hidrocefalia utilizando pré-teste e um
pós-teste realizado duas a três semanas após a cirurgia.
O resultado revelou uma mudança estatística significativa nas contagens do pré e do pós-teste para os pais
cujas crianças tinham sido submetidas à cirurgia de
derivação, demonstrando maior conhecimento após a
realização da cirurgia.
Este estudo observou cuidadoras com pouca escolaridade, prestando cuidados a crianças com hidrocefalia,
entretanto, apesar da baixa escolaridade, se observou
maior conhecimento sobre complicações cirúrgicas e
tratamento da hidrocefalia entre cuidadoras de crianças
com sequelas motoras.
O estudo chama a atenção para a importância das
orientações fornecidas aos cuidadores. Outros estudos
podem ser realizados a fim de investigar se o conhecimento dos cuidadores está associado ou não a sequelas
e fontes de informação dos cuidadores.
Conclusão
A presença de sequelas motoras esteve significativamente associada ao número de cirurgias a que a criança
foi submetida.
A escolaridade do cuidador teve efeito significativo
para maior conhecimento sobre tratamento e complicações cirúrgicas da hidrocefalia.
Hidrocefalia: conhecimento e sequela motora
Oliveira DMP et al.
25. Arq Bras Neurocir 32(2): 69-73, 2013
Cuidadoras de crianças com sequelas motoras
apresentam maior conhecimento sobre o tratamento e
complicações cirúrgicas do que aquelas que não apresentaram tal condição.
17.
18.
19.
Conflito de interesses
20.
Os autores declaram não haver conflito de interesses
na realização deste trabalho.
21.
22.
Referências
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
de Aquino HB, Carelli EF, Borges Neto AG, Pereira
CU. Nonfunctional abdominal complications of the
distal catheter on the treatment of hydrocephalus: an
inflammatory hypothesis? Experience with six cases. Childs
Nerv Syst. 2006;22(10):1225-30.
Del Bigio MR. Pathophysiologic consequences of
hydrocephalus. Neurosurg Clin N Am. 2001;12(4):639-49.
Paes N. Hidrocefalia. In: Pereira CU. Neurocirurgia
pediátrica. Rio de Janeiro: Revinter; 2000. p. 11-7.
Duhaime AC. Evaluation and management of shunt
infections in children with hydrocephalus. Clin Pediatr
(Phila). 2006;45(8):705-13.
Garton HJ. Cerebrospinal fluid diversion procedures. J
Neuroophthalmol. 2004;24:103-5.
Zhong Y, Bellamkonda RV. Biomaterials for the central
nervous system. J R Soc Interface. 2008;5(26):957-75.
Gupta N, Park J, Solomon C, Kranz DA, Wrensch M, Wu
YW. Long-term outcomes in patients with treated childhood
hydrocephalus. J Neurosurg. 2007;106(Suppl 5):334-9.
Puget S. [The cerebrospinal fluid shunt]. Arch Pediatr.
2005;12(2):224-7.
Pereira CU. Complicações abdominais de derivações
ventrículo peritoneal. In: Pereira CU. Neurocirurgia
pediátrica. Rio de Janeiro: Revinter; 2000. p. 49-56.
Drake JM, Kestle JR, Tuli S. CSF shunts 50 years on – past,
present and future. Childs Nerv Syst. 2000;16(10-11):800-4.
Frey L, Hauser WA. Epidemiology of neural tube defects.
Epilepsia. 2003;44(Suppl 3):4-13.
Shah SS, Hall M, Slonim AD, Hornig GW, Berry JG, Sharma
V. A multicenter study of factors influencing cerebrospinal
fluid shunt survival in infants and children. Neurosurgery.
2008;62(5):1095-102.
Kulkarni AV, Drake JM, Lamberti-Pasculli M. Cerebrospinal
fluid shunt infection: a prospective study of risk factors. J
Neurosurg. 2001;94(2):195-201.
Kliemann SE, Rosemberg S. [Shunted hydrocephalus in
childhood: an epidemiological study of 243 consecutive
observations]. Arq Neuropsiquiatr. 2005;63(2B):494-501.
Kirk EA, White C, Freeman S. Effects of a nursing education
intervention on parents’ knowledge of hydrocephalus and
shunts. J Neurosci Nurs. 1992;24(2):99-103.
Oliveira DMP. Assistência de enfermagem à criança com
hidrocefalia. In: Pereira CU. Neurocirurgia pediátrica. Rio
de Janeiro: Revinter; 2000. p. 57-60.
Hidrocefalia: conhecimento e sequela motora
Oliveira DMP et al.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
Gallo AM, Hadley EK, Angst DB, Knafl KA, Smith CA.
Parents’ concerns about issues related to their children’s
genetic conditions. J Spec Pediatr Nurs. 2008;13(1):4-14.
Lackey NR, Gates MF. Adults’ recollections of their
experiences as young caregivers of family members with
chronic physical illnesses. J Adv Nurs. 2001;34(3):320-8.
Fialho AVM, Soares E. Refletindo sobre o cuidado
domiciliar, a partir da prática. Esc Anna Nery Rev Enferm.
2001;5(3):289-94.
Hunt CK. Concepts in caregiver research. J Nurs Scholarsh.
2003;35(1):27-32.
Durigon OFS, Sá CSS, Sitta LV. Validação de um protocolo
de avaliação do tono muscular e atividades funcionais
para crianças com paralisia cerebral. Rev Neuroci.
2004;12(2):87-93.
Kulkarni AV, Rabin D, Drake JM. An instrument to measure
the health status in children with hydrocephalus: the
Hydrocephalus Outcome Questionnaire. J Neurosurg.
2004;101(Suppl 2):134-40.
Kulkarni AV, Drake JM, Rabin D, Dirks PB, Humphreys
RP, Rutka JT. Measuring the health status of children
with hydrocephalus by using a new outcome measure. J
Neurosurg. 2004;101(Suppl 2):141-6.
Whitehead WE, Kestle JR. The treatment of cerebrospinal
fluid shunt infections. Results from a practice survey of
the American Society of Pediatric Neurosurgeons. Pediatr
Neurosurg. 2001;35(4):205-10.
Steinbok P, Irvine B, Cochrane DD, Irwin BJ. Longterm outcome and complications of children born with
meningomyelocele. Childs Nerv Syst. 1992;8(2):92-6.
Jucá CEB, Lins Neto A, Oliveira RS, Machado HR.
Tratamento de hidrocefalia com derivação ventrículoperitoneal: análise de 150 casos consecutivos no Hospital
das Clínicas de Ribeirão Preto. Acta Cir Bras. 2002;17(1):5963.
Persson EK, Hagberg G, Uvebrant P. Disabilities in children
with hydrocephalus – a population-based study of children
aged between four and twelve years. Neuropediatrics.
2006;37(6):330-6.
Platenkamp M, Hanlo PW, Fischer K, Gooskens RH.
Outcome in pediatric hydrocephalus: a comparison
between previously used outcome measures and the
hydrocephalus outcome questionnaire. J Neurosurg.
2007;107(Suppl 1):26-31.
Pedro KS, Marcon SS. Perfil e vivência dos cuidadores
informais de doentes crônicos assistidos pelo NEPAAF –
Núcleo de estudos, pesquisa, assistência e apoio à família.
Brazilian J Nurs [online]. 2007;6. Disponível em: <www.uff.
br/objnursing>. Acesso em: 15 abr. 2011.
Parimi N, Pereira LMP, Prabhakar P. Caregivers’ practices,
knowledge and beliefs of antibiotics in pediatric upper
respiratory tract infections in Trinidad and Tobago: a crosssectional study. BMC Fam Pract. [online]. 2004;5:1-8.
Disponível em: <http://www.biomedcentral.com>. Acesso
em: nov. 2011.
Yilmaz G, Ersahin Y, Turhan T. A Survey in parents of the
patients with shunted hydrocephalus. J Neurol Sci Turk.
2006;23:303-6.
Endereço para correspondência
Débora Moura da Paixão Oliveira
Av. Augusto Maynard, 245, ap. 404, Bairro São José
49015-380 – Aracaju, SE, Brasil
Telefone: (79) 9987-3209
E-mail: debora_aju@yahoo.com.br
73
26. Arq Bras Neurocir 32(2): 74-9, 2013
Alterações neuroendócrinas
em pacientes com traumatismo
cranioencefálico
Leonardo de Moura Sousa Júnior1, Iuri Santana Neville1, Djalma Felipe da Silva
Menendez1, Malebranche Berardo Carneiro da Cunha Neto2, Rafael Loch Batista2,
Eberval Gadelha Figueiredo3, Almir Ferreira de Andrade4, Manoel Jacobsen Teixeira5
Departamento de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(HC-FMUSP), São Paulo, Brasil.
RESUMO
O traumatismo cranioencefálico (TCE) corresponde a uma das principais causas de morte em adultos
jovens. Alguns pacientes com TCE podem ser vítimas de várias alterações hormonais decorrentes
do trauma. Algumas são facilmente reconhecíveis, como diabetes insipidus, enquanto outras podem
passar despercebidas inicialmente, como a deficiência do hormônio do crescimento (GH). As alterações
neuroendócrinas após a ocorrência de trauma podem cursar com deficiências da hipófise anterior,
da posterior ou de ambas, acometer apenas um eixo hormonal ou vários e, ainda, ser transitórias ou
permanentes. A grande maioria dos pacientes que apresentam disfunção neuroendócrina foi vítima
de traumas considerados moderados ou graves pela escala de Glasgow. No entanto, a maioria dos
estudos não evidenciou relação entre a gravidade da lesão e a ocorrência de alteração hipofisária pósTCE. As deficiências hipofisárias devem ser tratadas precocemente, uma vez que déficits hormonais
hipofisários dificultam a recuperação dos pacientes traumatizados, constituindo-se em fator de pior
prognóstico. Apesar da frequência com que ocorrem os TCE, existem poucos estudos a respeito das
complicações neuroendócrinas decorrentes.
PALAVRAS-CHAVE
Traumatismos craniocerebrais, hipófise, hipopituitarismo.
ABSTRACT
Neuroendocrine disorders in traumatic brain injury patients
Traumatic brain injury (TBI) is one of the main causes of death in young adults. Some cases of TBI
could lead to the development of easily recognizable diabetes insipidus. In other cases it can lead to
alterations in the endocrine axis that are more difficult to notice at the beginning and that can occur
together with other hormone deficiencies. The majority of patients with neuroendrocrine dysfunction
were TBI victims with a Glasgow Coma Scale scores of 3-13 (moderate and severe trauma). However,
previous studies did not show correlationships between the severity of injury and pan-hypopituitarism
after TBI. The pituitary disorders have to be treated as soon as possible because it makes the recovery
of TBI patients more difficult and lead to a worse prognosis. Despite the number of studies about TBI,
actually there are only a few studies concerning the secondary neuroendocrine complications.
KEYWORDS
Craniocerebral trauma, pituitary gland, hypopituitarism.
1 Médico-residente de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo,
SP, Brasil.
2 Médico neuroendocrinologista do Departamento de Neurocirurgia do Instituto de Psiquiatria (IPq) da FMUSP, São Paulo, SP, Brasil.
3 Supervisor da Divisão de Neurocirurgia do HC-FMUSP, São Paulo, SP, Brasil.
4 Diretor técnico do Pronto-Socorro de Neurocirurgia do HC-FMUSP, São Paulo, SP, Brasil.
5 Professor titular do Departamento de Neurocirurgia do HC-FMUSP, São Paulo, SP, Brasil.
27. Arq Bras Neurocir 32(2): 74-9, 2013
Introdução
O traumatismo cranioencefálico (TCE) corresponde
a uma das principais causas de morte em adultos jovens.
É caracterizado por qualquer agressão que acarrete lesão
anatômica ou comprometimento funcional do crânio e/
ou estruturas internas.1-3 O TCE ocorre mais frequentemente em indivíduos entre 15 e 24 anos, em crianças
com menos de 5 anos; homens apresentam risco duas
vezes maior do que mulheres.
A glândula hipófise, por sua localização anatômica,
pode ser facilmente atingida em casos de TCE, especialmente nos casos mais graves. Essa glândula possui
aproximadamente 1 cm de diâmetro e pesa cerca de 1 g.
Situa-se na sela turca, na base do cérebro, e conecta-se
ao hipotálamo pelo pedículo ou haste hipofisária. Pode
ser dividida em adeno-hipófise, ou hipófise anterior,
e neuro-hipófise, ou hipófise posterior. A anterior
deriva-se de uma invaginação embrionária do epitélio
faríngeo, enquanto a posterior origina-se de uma protuberância do tecido neural hipotalâmico.4
• A hipófise anterior possui diferentes tipos de
células, que são especializadas em sintetizar
hormônios específicos:
• Somatrotofos hormônio do crescimento
humano (GH)
• Corticocotrofos adrenocorticotropina
(ACTH)
• Tireotrofos hormônio tireoestimulante
(TSH)
• Gonadotrofos hormônio luteinizante (LH)
e hormônio folículo-estimulante (FSH)
• Lactrotofos prolactina (PRL)
Cerca de 30% a 40% das células da hipófise anterior
são constituídas de somatrotofos, enquanto 20%, de
corticotrofos. Os outros tipos de células constituem,
cada um, cerca de 3% a 5% do total. A hipófise anterior
possui grande quantidade de sinusoides entre as células
glandulares. O sangue que penetra nesses sinusoides
passa inicialmente na parte inferior do hipotálamo e
mantém seu trajeto para a adeno-hipófise por meio
de pequenos vasos porta-hipotalâmico-hipofisários.
Por meio desse sistema, hormônios hipotalâmicos influenciam a secreção dos hormônios hipofisários, seja
estimulando ou inibindo sua liberação.
• Hormônio de liberação de tireotropina (TRH):
promove liberação do hormônio tireoestimulante.
• Hormônio de liberação de corticotropina
(CRH): promove liberação de corticotropina.
• Hormônio de liberação do hormônio do
crescimento (GHRH): promove liberação do
hormônio do crescimento.
• Hormônio de inibição do hormônio do
crescimento (GHIH), também denominado
Alterações neuroendócrinas em TCE
Sousa Júnior LM et al.
somatostatina: inibe a liberação do hormônio
do crescimento.
• Hormônio de liberação das gonadrotopinas
(GnRH): promove a liberação dos hormônios
gonadrotópicos – LH e FSH.
• Hormônio de inibição de prolactina (PIH):
inibe a secreção da prolactina.
A localização anatômica da glândula hipófise colabora para a sua predisposição ao trauma. Entre os
mecanismos de lesão hipofisária, podem ser citados:
compressão da glândula e/ou edema com compressão
dos núcleos hipotalâmicos, fratura craniana com lesão
concomitante das estruturas adjacentes, hemorragias,
aumento da pressão intracraniana, hipóxia ou lesões
diretas ao hipotálamo, haste hipofisária ou hipófise.
Assim sendo, dependendo da agressão, os vasos do
sistema porta-hipotalâmico-hipofisário podem ser
afetados, causando isquemia da adeno-hipófise. Também pode ser observada hiperprolactinemia, já que as
lesões traumáticas podem acometer a contrarregulação
desse hormônio, produzida pela secreção hipotalâmica
de dopamina.5
Apesar da frequência com que ocorrem os TCE,
existem poucos estudos a respeito das complicações
neuroendócrinas secundárias.
Assim sendo, procuramos revisar dados publicados
a respeito da ocorrência de alterações neuroendócrinas
em pacientes vítimas de TCE.
Metodologia
Este artigo constituiu-se de revisão de literatura
sobre distúrbios neuroendócrinos em pacientes com
TCE. Foram revisados estudos disponíveis sobre esse
tema publicados até janeiro de 2012.
Resultados
Foram revisadas 22 publicações relacionadas à
temática estudada, as quais identificaram a presença
de disfunção neuroendócrina em pacientes vítimas de
TCE. No entanto, verificamos grande variação entre os
trabalhos sobre a prevalência dessas alterações.
Alguns estudos encontraram prevalência de até
100% de alterações do eixo gonadal, enquanto outros
evidenciaram apenas 42% de alteração neuroendócrina.
Estudos de autópsia mostraram que até 86% dos
pacientes que morrem agudamente por TCE apresentam
75
28. Arq Bras Neurocir 32(2): 74-9, 2013
evidências de lesões hemorrágicas no hipotálamo, na
hipófise ou na haste hipofisária.
No entanto, a metodologia para se identificarem as
disfunções hormonais pós-TCE foram muito discrepantes entre os estudos, o que pode explicar, ao menos em
parte, as diferentes prevalências encontradas.
Discussão
O TCE corresponde a uma das principais causas
de morte em adultos jovens. Sabe-se, no entanto, que a
real incidência de traumatismos é subestimada, tanto
pela não assistência médica aos casos leves quanto pela
evolução desfavorável dos traumatismos severos antes
mesmo do socorro médico.
Pacientes com TCE podem ser estratificados em
níveis de gravidade segundo alguns critérios. TCE leve:
pacientes admitidos com nível de consciência de 13 a 15
pontos na ECG. A incidência do TCE leve gira em torno
de 300.000 casos novos por ano nos Estados Unidos,
sendo ainda considerado um número subestimado, e
tais pacientes permanecem internados de 52% a 72%.
TCE grave: pacientes admitidos com nível de cons
ciência de 3 a 9 pontos na ECG após 6 horas do TCE.1-3
Boa parte dos pacientes com TCE moderado/grave,
após medidas iniciais, pode ser vítima de fatores agravantes que inicialmente podem passar despercebidas
como relato de deficiências hormonais em variadas
combinações.
Tanto deficiências neuro-hipofisárias quanto
adeno-hipofisárias podem estar presentes, e o tempo
decorrente entre o TCE e suas repercussões clínicas
pode ser bem variado. Algumas deficiências hormonais permanecem anos sem serem reconhecidas. O
profissional de saúde deve estar atento a tal condição,
pois não raramente nem o paciente se recorda mais do
evento traumático prévio, e cuidadosa anamnese pode
recuperar essa importante informação.
O hipopituitarismo pode ser subclínico, sendo apenas diagnosticado após exames hormonais, ou apresentar sintomas como amenorreia, infertilidade, disfunções
eréteis, astenia, alterações psíquicas, intolerância ao frio
(devida ao hipotireoidismo central), hipotensão (devida
ao hipocortisolismo central) e galactorreia (devida à
hiperprolactinemia).6,7
O estado de coma dificulta o diagnóstico pós-traumático, e muitos médicos associam as deficiências
pós-traumáticas a síndromes pós-concussionais. No
entanto, deficiências dos hormônios adrenais, bem
como dos hormônios tireoidianos, contribuem para o
estado comatoso.
Em geral, as primeiras deficiências hormonais a surgirem nos casos de hipopituitarismo pós-TCE são as do
76
GH e das gonadotropinas, provavelmente decorrentes da
posição anatômica das células somatotrópicas e gonadotrópicas na hipófise e sua relação com a vascularização,
que pode ser facilmente afetada logo após o trauma.
Segundo Benvenga et al.,6 o eixo gonadotrófico é
o mais acometido pelo trauma: quase 100% dos casos
apresentaram deficiências de FSH e LH. Deficiências
de TSH e ACTH estavam presentes em quase 50% dos
casos. As deficiências de GH (refletidas na diminuição
de IGF-1) e PRL estavam presentes em aproximadamente 23% dos casos.
A criança possui maior propensão ao TCE comparada aos adultos, em razão de suas características
anatômicas: maior relação cabeça-corpo e menor
espessura do crânio, por exemplo.8 Também existem
poucos trabalhos a respeito de alterações neuroendócrinas em crianças vítimas de TCE. Niederland et al.9
publicaram um estudo com 26 crianças (17 meninos
e 9 meninas) vítimas de TCE, submetidas a testes de
estímulos hormonais para avaliação de suas funções
hipofisárias, por um período de três anos após o evento
traumático. O trabalho revelou que 23/26 pacientes não
apresentavam sequelas neurológicas, porém 60% das
crianças avaliadas apresentaram alguma deficiência
neuroendócrina.8-10
Tanriverdi et al.11 verificaram que nas dosagens imediatas pós-trauma, em 41,6% dos pacientes ocorreram
deficiência gonadotrófica (LH e FSH), em 20,4%, deficiência de GH, em 12% encontram-se níveis elevados
de prolactina, em 9,8%, deficiência de ACTH, em 5,8%,
deficiência de TSH, enquanto 51,9% apresentaram a
síndrome do T3 baixo (T4 livre normal e níveis baixos
de T3 livre). Descreveu-se uma correlação positiva entre
os níveis de testosterona livre e os valores da escala de
coma de Glasgow, enquanto os níveis de prolactina foram negativamente relacionados à mesma escala. Numa
avaliação 12 meses após o trauma cranioencefálico,
os mesmos autores relatam que 32,7% dos pacientes
apresentaram deficiência somatotrófica (níveis séricos
de hormônio de crescimento menores ou iguais a 10
mg/l), testados pela administração de GHRH (fator
liberador de hormônio de crescimento) e GHRP-6
(peptídeo liberador de hormônio de crescimento). A
deficiência corticotrófica foi encontrada em 25% dos
pacientes com níveis basais de cortisol abaixo de 7 mg/dl.
A deficiência gonadotrófica foi observada em 7,7% dos
pacientes e foi associada à moderada hiperprolactinemia. Sob estímulo de TRH (fator hipotalâmico liberador
de TSH), 5,8% dos pacientes não responderam ao teste,
sendo considerados deficientes em TSH. Após um ano
de evolução, os pacientes avaliados por Tanriverdi et
al.11 não apresentaram alterações significativas nos eixos
corticotrófico e somatotrófico comparados aos dados
obtidos pós-trauma, e o eixo gonadotrófico mostrou
recuperação.
Alterações neuroendócrinas em TCE
Sousa Júnior LM et al.