2. No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a
raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da
tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.
Quanto mais a hora for chegando, mais eu me
sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei
inquieta e agitada: descobrirei o preço da
felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento,
nunca saberei a hora de preparar o coração...
É preciso ritos.
3. - Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
É o que faz com que um dia seja diferente dos outros
dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores,
por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira
com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia
maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores
dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e
eu não teria férias!
Antoine de Saint-Exupéry, O pequeno príncipe
4. Ano Litúrgico
O ano litúrgico tem 2 dimensões:
Celebrativa – memorial
Pedagógica: quem tem finalidade de
preparar o coração, a vida, e nos
introduzir no mistério de Jesus;
5. O Ano Litúrgico “revela todo o mistério
de Cristo no decorrer do ano, desde a
encarnação e nascimento até à ascensão,
ao pentecostes e à expectativa da feliz
esperança da vinda do Senhor” (SC 102).
ENCARNAÇÃO
PAIXÃO
ASCENSÃO
ENVIO DO ESPÍRITO
VINDA GLORIOSA
7. Ciclo do Natal
Podemos dividi-lo em três etapas:
A 1ª, de preparação, de gestação - é
o tempo do Advento.
A 2ª, de chegada, de realização, é a
festa do Natal.
A 3ª, finalmente, de manifestação é
a festa da Epifania.
8. No ciclo do Natal, celebramos o
mistério pascal de Cristo em suas
primeiras manifestações.
Nele fazemos memória da vinda
salvífica do Senhor, da sua
manifestação na fragilidade de
nossa carne, na contingência e
contradições de nossa história,
enquanto aguarda mos seu novo
Natal, seu Reino, sua vinda definitiva
e gloriosa no fim dos tempos.
9. Como lemos no Guia Litúrgico Pastoral,
ciclo do Natal “é a comemoração do
nascimento do Senhor, em que celebramos
a ‘troca de dons entre o céu e a terra’,
pedindo que possamos ‘participar da
divindade daquele que uniu ao Pai a nossa
humanidade’.
Na Epifania, celebramos a manifestação de
Jesus Cristo, Filho de Deus, ‘luz para
iluminar todos os povos no caminho da
salvação”.
10. Advento
O Advento (do latim Adventus: "chegada", do
verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo
do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal.
Para os cristãos, é um tempo de preparação e
alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o
Nascimento de Jesus Cristo, vivem o
arrependimento e promovem a fraternidade e a
Paz.
11. Advento
O tempo do Advento começa com as primeiras
vésperas do I domingo do, terminando antes das
primeiras vésperas do Natal do Senhor.
12. Com quatro semanas antecedendo o Natal,
o Advento, próprio do Ocidente, tem sua
origem desde o século IV;
É um tempo que nos coloca em
permanente expectativa da vinda, da
manifestação de Deus e de seu Reino em
nossa realidade;
13. Advento
Este duplo sentido determina a organização do Advento:
- o Advento escatológico, que vai do primeiro domingo do
Advento ao dia 16 de dezembro e cuja liturgia nos inflama o
coração para a vinda final de Cristo;
- o Advento natalício, como preparação mais imediata para a
festa do Natal, do dia 17 ao dia 24 de dezembro, recordando a
primeira vinda do Filho Deus para o meio dos homens.
O tempo do Advento é o tempo litúrgico mais próprio para
veneração de Maria (Paulo VI, encíclica “Marialis cultus”).
Advento é um tempo de conversão e alegre expectativa.
14. Os textos bíblicos propostos para os domingos
deste tempo fazem emergir este duplo caráter
do Advento;
Assim, o primeiro domingo orienta para a vinda
final, o segundo e o terceiro chamam atenção
para a vinda cotidiana do Senhor, onde neste
terceiro se chama domingo da alegria; o
quarto domingo prepara-nos para o
nascimento de Cristo, ao mesmo tempo
apresentando seu sentido e sua história;
15. Também os textos eucológicos
(orações coletas, prefácios, etc.)
acentuam as vindas do Senhor,
seja na encarnação, seja na
parusia, como juiz e senhor, em
íntima relação entre si, como
expressão de um único mistério:
a Vinda do Senhor e seu Reino,
já iniciada mas, aguardando sua
plena realização, no final dos
tempos (cf. At 1,11).
16. Recordamos no Advento a grande
verdade de que nossa história, com
todos os seus dramas, contradições,
conquistas e retrocessos é o lugar da
atuação salvífica de Deus, para quem
nada é impossível: aterrar vales,
aplainar montanhas, fazer florir
desertos, fazer conviver leões e
cordeiros; transformar armas de
guerra em instrumentos de trabalho e
cultivo de vida.
18. Nesse período, conduzidos por grandes figuras
bíblicas, como Isaías, João Batista,
Maria, José, Isabel, Zacarias...
modelos dos pobres que esperam e confiam
nas promessas de Deus, entramos em ritmo
mais intenso de espera e esperança...
...de alegre e cuidadosa vigilância, como uma
noiva que se enfeita, ansiosa e feliz, para a
chegada de seu amado, como um
incansável vigia anseia pelo amanhecer,
como a terra seca deseja ardentemente a
chuva benfazeja para o germinar das
sementes.
19. De modo semelhante ao que ocorreu
com Maria, o Espírito nos
engravida da Palavra, fazendo
crescer em nós uma atitude de
humilde expectativa, de fé
comprometida com a força escondida
da vida, na certeza de um novo parto
da salvação em nosso tempo, ainda
tão marcado por decepções,
desesperanças e incertezas.
20. A mística do Advento nos move a cultivar uma
atitude nova diante da realidade humana e
cósmica, de desejo de felicidade plena, de
relações fraternas verdadeiras e fortalece
nossa vocação de testemunhas da
esperança, superando o pessimismo e
desencanto que nos possam abater.
Neste tempo, em que a religião do mercado
faz das festas natalinas, o grande sacramento
do lucro, somos convidados a proclamar
profeticamente que o Senhor está chegando
como libertador.
21. Não só nós, cristãos, mas toda a
humanidade e a criação inteira estão
em clima de Advento, de ansiosa espera.
Aguardam a manifestação cada vez mais
visível do Reino de Deus em que “justiça e
paz se abracem”, todos os povos culturas
desabrochem felizes e reconciliados e
toda “a terra se abra ao amor”.
22. Toda a celebração cristã é uma
contínua vinda do Senhor à nossa
vida pessoal, a nossa comunidade e
a nossa história.
Ele vem ao nosso encontro no
presente e no futuro, como veio no
passado.
Ele é caminheiro fiel na grande
peregrinação que fazemos rumo à
casa do Pai.
Ele é o Emanuel, o Deus-conosco
com quem descobrimos sempre de
novo quem somos, o que queremos
e para onde vamos.
24. O símbolo principal é a Eucaristia, o
sacramento da espera: “até que ele venha”.
A Palavra (o VERBO!). Advento é tempo
especial de escuta, de atenção, de “gravidez”
da Palavra: que o Verbo se faça carne em
nós! Todo o rito da Palavra merece destaque:
o uso do livro, Bíblia ou o Lecionário, levado
em procissão, beijado, incensado...;
25. O cuidado de preparar bem a proclamação
dos vários textos bíblicos, o canto do
salmo, ornando-os vivos, bem
compreendidos para serem bem
acolhidos pela comunidade. E mais: fazer
da proclamação um ato sacramental, pelo
qual o próprio Deus fale, convocando seu
povo à vivência de seu projeto; o silêncio
após cada leitura, após a homilia, para
“guardar no coração” a boa notícia e o
apelo amoroso de Deus.
26. A comunidade reunida para a oração, para a
escuta da Palavra e para a ação de graças é
sinal sacramental da espera e da chegada do
Senhor. Onde dois ou três estiverem reunidos,
o Senhor está presente (cf. Mt 18,20)! Os ritos
iniciais, constituindo a assembléia, o corpo vivo
do Senhor, com acolhida bem afetuosa às
pessoas, permitem reconhecer em cada uma
delas a presença do Senhor que chega entre
nós.
27. O Advento é tempo oportuno de aprofundar e
melhorar nossas relações e nossa convivência na
família, na comunidade, na vizinhança, como
sinal visível da chegada do Reino entre nós. A
esperança se reacende quando relações novas e
fraternas se estabelecem entre as pessoas.
“Cantar o Advento”! Os cantos e as músicas
têm papel importante, evocando os temas
bíblicos aprofundados, as experiências vividas,
os sentimentos de espera, de expectativa pela
vinda do Reino. O Hinário Litúrgico, 1°
fascículo, apresenta um bom repertório dos
cantos para este tempo.
28. Cantando os salmos e poemas dos profetas e
evangelistas de ontem e de hoje, resgatando
até, com novo sabor e vibração, as antigas
antífonas do “Ó’ com certeza
aprofundaremos a nossa fé, reacenderemos a
nossa esperança e prepararemos momentos
autênticos e gostosos de confraternização.”
(CNBB, Hinário Litúrgico, 10 fascículo, introdução).
O canto do Glória, antigo hino natalino é
omitido, ficando reservado para o tempo do
Natal.
29. O diretório litúrgico indica o roxo como
cor litúrgica deste tempo.
Porém, a cor rósea ou violácea e até
um roxo mais claro, indicada para o
terceiro domingo, tem sido usada por
muitas comunidades, em todo o
tempo do Advento: traz aos olhos e ao
coração, o sentido de uma alegre
espera, diferenciando do sentido mais
quaresmal do roxo.
30. A coroa do Advento, feita com
ramos verdes, com as quatro
velas que progressivamente se
acendem, com um rito
apropriado, no início da
celebração, retoma o costume
judaico de celebrar a vinda da
luz à humanidade dispersa pelos
quatro pontos cardeais,
expressa nossa prontidão e
abertura ao Senhor que vem e
quer nos encontrar acordados e
com nossas lâmpadas acesas.
31.
32. O Presépio sinal de nossa espera do
Senhor que vem.
Existe um diferença entre o presépio
decorativo (completo) e o presépio
litúrgico (vai se completando as peças ao
longo do tempo até o Natal);
S.Francisco de Assis, pensou no presépio
como instrumento catequético;
33. Entre os textos eucológicos (orações, prefácios...)
deste tempo, a aclamação litúrgica “Vem, Senhor
Jesus!” torna-se a grande súplica, o forte clamor
das comunidades, em preces, refrãos e antífonas.
O Missal Romano, p. 519, propõe uma bênção
própria para o Advento.
A novena de Natal, feita em grupos, há anos
realizada em todo o Brasil, é uma maneira de
intensificar a espera e alimentar a esperança da
libertação com cantos, orações, meditação da
Palavra, gestos de solidariedade e compromisso
com os mais pobres, montagem do presépio e
momentos de confraternização.
34. Neste sentido, a Novena preparada pela
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
uma feliz referência para este momento tão
valorizado pelas comunidades.
As celebrações de reconciliação e penitência
durante tempo do Advento possibilitam às
comunidades um caminho de conversão e
retomada do projeto de Jesus.
35.
36.
37. Ritmo diário: alternando manhã e tarde,
dia e noite, luz e trevas de manhã Laudes
celebra a ressurreição e véspera noite
celebra a morte.
Ritmo semanal domingo: alternando
trabalho e descanso, ação e celebração.
Ritmo anual: alternando o ciclo das
estações e a sucessão dos anos
comemora-se 2 grandes festas tempo
Pascal e Tempo do Natal.
38. OBSERVAÇÕES
No advento (como na quaresma) não se canta o Glória;
A cor litúrgica do tempo do Advento é o roxo (claro); para o
terceiro domingo (Gaudete) é permitido o uso da cor rosa;
Nunca coloca-se flores diante do altar, e as flores não devem
ofuscar o ambão;
Natal não é o aniversário de Jesus e sim o nascimento de Cristo;
O altar é mais importante que o presépio, mas este deve ter seu
lugar também;
Nas leituras lembre-se que é Cristo que fala;
39. Curso completo sobre os
sacramentos
4 Módulos intensivos (3 a 5
dias)
Módulo I - 14 a 17/12/2022 –
introdução aos sacramentos
Módulo II – 06 a 10/02/2023 -
Sacramentos da Iniciação cristã
Módulo III – 13 a 15/03/2023 -
Sacramentos de cura
Módulo IV – 17 a 19/04/2023 -
Sacramentos do serviço e da comunhão
40. Inscrição no curso inclui:
-Apostila para cada módulo
-Transmissão e gravação das
aulas
-Material das aulas (slides e
estudos dirigidos)
-Acompanhamento
pedagógico virtual
-Certificado + promoção
especial módulo I
41. Promoção especial =
ganhar o Curso sobre
Catecismo da Igreja
Católica
4 videoaulas + Apostila +
Slides + Certificado
42. -INSCRIÇÕES PARA O
MÓDULO I ATÉ 10/12
(Promoção especial só
para quem se inscrever até
dia 30/11)
- INVESTIMENTO Módulo I:
R$ 150,00
(3X R$ 50,00 no boleto
bancário ou PIX)
43. Vamos estudar a história,
formação, teologia dos
sacramentos
Sugestões pastorais e
catequéticas para o seu
serviço e recepção
Regulamentação canônica,
qual a disciplina de cada
sacramento