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Brenda Jackson
            Tiamat World                                                       Westmoreland 16




                           Brenda Jackson
                        Jeito Westmoreland
                                      Westmoreland 16
                                      www.BAIXELIVRO.com

Numa noite Dillon conhece a mulher mais linda que já viu em toda a sua vida e só de ouví-la sente
                                 um frio correr por sua barriga.
 Pamela é uma mulher comprometida e para Dillon esse é um verdadeiro Tabu, ela parece estar
                 totalmente fora de lugar e não pertencer a Gamble, Wyoming,
                Então, por que será que ele não consegue parar de pensar nela?
                  E por que diabos ele está tão ansioso para vê-la novamente?
Ele não tem como negar a forte atração que sente por ela, e percebe que NADA é suficiente para
                    impedí-lo de ser dominado por essa paixão avassaladora.



                                     REVISÃO EM INGLES
                            Envio do Arquivo: Valeria Fratini Costa
                                     Tradução Mec.: Gisa
                                  Revisão Inicial: Ana Mota
                                    Revisão Final: Adriboa
                                      Formatação: Byba
                                Logo e Arte: Suzana Pandora
                                        Tiamat - World




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Comentário Ana Mota: Hmm, não gostei... típica estória em que a mocinha se sacrifica pela
família... o mocinho quer descobrir sobre a vida do bisavô... sinceramente, só um milionário
entediado mesmo para gastar tempo e dinheiro para fazer isso... Agora, quanto ao
'jeito westmoreland' de fazer aquilo, as meninas devem gostar rsrsrs

Comentário Adriboa: Até a ½ do livro não há ninguém que Soca ou Martela, não há nem
mesmo quem receba o impacto da Marreta, mas isso não te impede de subir pelas
paredes somente com a descrição dos olhares que esse Nego Lazareeento dá.
Dizem que uma mulher não pode se considerar realmente beijada se ainda não provou
dos Beiços diMel de um desses Westmoreland FDP. Eu ainda não tive a sorte de
provar esse Prazer diVerdade, mas te garanto que só de provar os Beiços diMel
diPapel desse Nego Lazareeento, minhas entranhas se contorceram de uma tal
maneira que até agora eu estou tentando desatar os nós e encontrar as pontas
pra poder dizer onde começa o Intestino Delgado e onde termina o Intestino
GROSSO!



      Querido leitor,
      Quando eu introduzi os Westmorelands com a história de Delaney quase oito anos
atrás, nunca pensei que eu iria além das doze histórias que incluíram Delaney e seus onze
irmãos e primos. Então eu apresentei o Tio Corey e tive que familiarizar com os trigêmeos
que ele nunca soube que existia. Doze livros então se tornaram quinze.
      E não, eu ainda não acabei!
      Encontre os Westmorelands de Denver, Colorado, que são primos perdidos há muito
tempo do nosso grupo de Atlanta. Os homens são todos quentes e as mulheres teimosas.
      Eles são totalmente Westmorelands, e espero que você se divirta lendo suas histórias
e vendo enquanto eles acham o verdadeiro amor eterno.
      O mais velho do clã de Denver é Dillon, um homem que já tentou o casamento antes,
e descobriu que isso não era para ele, não tendo nenhuma intenção de tentá-lo novamente.
Pelo menos esse era o seu intento antes de se encontrar com Pamela Novak.
      Ele então descobre que continuar solteiro não é mais uma opção, mas ele tem que
enfrentar numerosos desafios antes de poder torná-la sua. Mas este Westmoreland de
Denver não deixará nada ficar em seu caminho - nem mesmo o noivo de Pamela.
      Obrigada por fazer dos Westmorelands uma família muito especial, e eu espero
ansiosa trazer para você mais livros de desejo ardente, amor e paixão infinitas.
      Boa Leitura!

     Brenda Jackson



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                      Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos.
                                                                         —Provérbios 4:26.




                           “Para meu marido, o amor da minha vida
                            e meu melhor amigo, Sr. Gerald Jackson.
                Para todos os que gostam de ler um romance da Brenda Jackson,
                                       este é para você!”.




     Prólogo



      —Eu sei o quanto significa para você descobrir tudo a respeito do passado do seu avô, e te
desejo o melhor nessa cruzada. Se precisar de qualquer coisa, você, seus irmãos e seus primos
devem saber que os Westmorelands de Atlanta estão aqui. Nos chame a qualquer hora que
precisar.
      Dillon Westmoreland bebeu toda a taça de vinho antes de seus olhos se encontrarem com
os olhos do homem mais velho. Ele conheceu James Westmoreland apenas onze meses atrás. Ele
chegou de Denver, Colorado, com seus filhos e sobrinhos, informando serem da família e eles
tinham toda a documentação para provar.
      —Obrigado, senhor, Dillon disse. Sua chegada inesperada ao Rancho Shady Tree havia
respondido a muitas perguntas, mas tinha criado outras tantas. Depois de anos pensando que não
tinham nenhum parente vivo fora os de Denver, era bom saber que havia outros, que em nenhum
momento hesitaram em considerá-los como sendo um deles.
      Dillon deu uma olhada rápida ao redor da festa de casamento do primo Reggie e sua esposa
Olivia. Dillon e todos os outros Westmorelands do clã de Denver, conheceram oficialmente Reggie
e todos os outros Westmorelands do clã de Atlanta em uma grande reunião familiar a alguns
meses atrás.
      Só foi necessário um olhar para saber que eles eram realmente parentes. As feições, a
aparência e o corpo eram praticamente os mesmos. Ninguém ficou surpreso uma vez que seus
bisavôs, Reginald e Raphael eram gêmeos idênticos.
      Dillon agora conhecia a história de como o seu bisavô, Raphael Westmoreland, se separou
da família aos vinte e dois anos de idade. Ele deixou Atlanta, Geórgia, com a esposa do pastor da


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cidade. Foi considerado um ato desprezível e Raphael imediatamente ficou conhecido como a
ovelha negra da família Westmoreland, e nunca mais eles ouviram falar dele novamente.
      Muitos apostavam que ele tinha morrido antes de completar vinte e cinco anos, devido aos
anúncios de recompensa por ter roubado a esposa de outro homem. Poucos sabiam que Raphael
chegou a Denver, casou e teve um filho que lhe deu dois netos, que por sua vez o abençoaram
com quinze bisnetos.
      Dillon se orgulhava em dizer, aos trinta e seis anos, que era o bisneto mais velho de Raphael.
Isso deixava o legado dos Westmoreland do clã de Denver diretamente sobre os seus ombros.
      Não foi fácil, mas ele fez o melhor para guiar a sua família. E ele não se deu mal. Todos os
quinze eram muito bem sucedidos nos seus destinos, até mesmo os três que ainda estavam na
faculdade. Mas era realmente difícil dizer o mesmo a respeito de Bane, seu irmão mais novo, ele
teve vários problemas ocasionais com a justiça, levando Dillon à delegacia de polícia muito mais do
que ele gostaria.
      —Você ainda está determinado a descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu com
o seu bisavô e com suas outras esposas, se é que houve mesmo outras esposas? James
Westmoreland perguntou a ele.
      —Sim, senhor. Eu pretendo fazer isso ainda esse ano, talvez em Novembro, vou tirar uns
dias de férias na empresa e viajarei pra Wyoming, disse Dillon.
      Através das pesquisas da genealogia de James Westmoreland, ele conseguiu descobrir e
encontrar a família de Dillon. Agora estava nas mãos dos Westmorelands do clã de Denver
encontrar as respostas para todas as perguntas que ainda assombravam a sua linhagem. Essa era
uma das razões pela qual a viagem para Wyoming era tão importante para ele.
      —Certo, Dillon, tio James já abusou muito da sua paciência.
      Dillon não conseguiu evitar e riu quando o primo Dare Westmoreland falou e saiu andando.
Se havia alguma dúvida de que os Westmorelands do clã de Atlanta e os do clã de Denver eram
realmente parentes, tudo o que tinham que fazer era compará-lo a Dare. Suas feições eram tão
parecidas que eles podiam muito bem passar por irmãos ao invés de primos.
      —Eu não me importo, disse sinceramente. —Eu estou me divertindo muito.
      —Bem, não se divirta demais, Dare respondeu com um grande sorriso.
      —Assim que Reggie e Olivia saírem para a lua de mel, iremos para a casa do Chase para uma
partida de pôquer. Dillon ergueu uma sobrancelha.
      — A última vez que joguei pôquer com vocês, quase perdi as calças, disse incapaz de
esconder o sorriso.
      Dare deu-lhe um belo tapa nas costas.
      —Tudo o que eu posso dizer a você Dillon, é: seja bem-vindo à família.



     Capítulo 1




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       —Você perdeu o juízo Pam? Não importa o que você diga, nós não iremos deixar você fazer
isso. Você já desistiu de tanto por nós. Nós apenas não podemos.
       Pamela Novak sorriu enquanto dava uma rápida olhada por sobre os ombros e via os três
rostos familiares com o cenho franzido para ela e depressa decidiu que seria melhor dar toda a sua
atenção à elas. Secando as mãos em uma toalha, ela se afastou da pia para enfrentá-las.
       Se perguntou o que precisava fazer para que suas irmãs entendessem que ela tinha que
fazer o que tinha que fazer. Não apenas para o benefício próprio mais principalmente pelo delas.
Fletcher a estava pressionando a casar-se com ele no Natal e eles já estavam na primeira semana
de novembro. Até agora eles não tinham marcado uma data, mas ele falava sobre isso todas as
vezes que a via. Ele já tinha deixado bem claro que não queria um compromisso longo e,
considerando tudo, um compromisso longo também não seria do interesse dela.
       Ela mordiscou o lábio inferior, tentando pensar em uma rápida estratégia que fosse efetiva.
Se ela pudesse convencer sua irmã Jillian da importância do que estava por fazer, então Paige e
Nadia acabariam aceitando. Mas convencer Jillian era o problema, ela não gostava de Fletcher.
       —E o que a faz pensar que eu estou sendo forçada a fazer a fazer algo contra a minha
vontade, em vez de algo que eu queira fazer? Pamela finalmente decidiu perguntar às três.
       Claro, foi Jillian quem primeiro começou a falar. Jill, como era chamada pela maioria das
pessoas em Gamble, Wyoming, aos dezessete anos era sênior no segundo grau e era bem
esquentadinha. Também era rápida como um chicote. O maior sonho de Pam era que Jill partisse
de Gamble, no próximo outono, para frequentar a Universidade de Wyoming em Laramie, e seguir
o sonho de um dia se tornar uma neurocirurgiã.
       E Paige com quinze e Nadia treze logo estariam prontas a seguir seus passos. Pam queria ter
certeza de ter os fundos necessários para a faculdade quando essa hora chegasse. Ela também
queria ter a certeza de que se suas irmãs algum dia ainda quisessem voltar para Gamble, de que
elas tivessem uma casa aqui esperando por elas. Ao aceitar a proposta de casamento de Fletcher,
Pam estava certa de que todas essas coisas se tornariam possíveis.
       —Você está sacrificando a sua felicidade, Pam. Nós não somos estúpidas. Que mulher em
seu juízo perfeito gostaria de se casar com um imbecil como Fletcher Mallard? Jill disse
corajosamente.
       Pam teve que lutar para manter o rosto impassível quando disse:
       —Ele não é um imbecil, na verdade Fletcher é um homem bastante agradável.
       —Só quando ele não está sendo obtuso e arrogante, o que acontece na maior parte do
tempo. Ele já acha que pode mandar nas coisas por aqui. Nós estamos indo muito bem sem ele, foi
à resposta amarga de Jill. E após um respiro fundo continuou a dizer:
       —Nós não nos importamos de perder essa casa e não daremos a mínima se não pudermos ir
para a faculdade. Nós nos recusamos a deixar você se casar com aquele homem pra proteger o
que você vê como um futuro brilhante pra nós. Falando de futuro, você deveria voltar para a
Califórnia e trabalhar em um filme de verdade em vez de passar seu tempo dando aulas na escola
de teatro. Você é formada em teatro, Pam. Seu sonho sempre foi ser uma atriz. É sua paixão. Você
não deveria ter que desistir disso por nós.


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       Pam inalou profundamente. Ela já tinha passado por isso antes com as suas irmãs. O
problema era que elas sabiam demais sobre a situação, algo que ela desejava que não tivesse
acontecido. Infelizmente para ela, elas estavam em casa no dia em que Lester Gadling, o advogado
do pai delas, a visitou para dar as más notícias e elas escutaram tudo.
       —Mas eu não estou na Califórnia. E estou feliz por estar aqui em Gamble e trabalhar como
professora em uma escola de atores, dando a outros a mesma oportunidade que eu recebi, ela
disse o oposto do que sentia. Ela parou por um segundo e então disse:
       —Escutem mocinhas, eu tomei essa decisão porque amo vocês.
       —E nós amamos você também Pammie. Nadia respondeu.
       —Mas nós não podemos deixar que você desista de sua chance de um dia encontrar um cara
legal e...
       —Fletcher é um cara legal, ela disse. Porém, tudo o que ela recebeu como resposta por seus
esforços foram três pares de olhos se revirando.
       —Não, ele não é, Paige falou mais alto.
       —Eu estava no banco um dia quando ele deu uma bronca em um dos caixas por fazê-lo
esperar na fila por tanto tempo. Ele pensa que é muita coisa só porque possui uma rede de
supermercados.
       —Está certo, você viu o seu lado ruim apenas uma vez, Pam disse.
       —No fundo ele é uma pessoa amável e está disposto a nos ajudar, não é?
       —Sim, mas olhe o que ele vai conseguir: a nossa casa e a mulher solteira mais bonita de
Gamble. Jill assinalou.
       —Uma mulher solteira que já não é tão jovem assim e que fará trinta em apenas alguns
meses. Você não acha que já na hora de eu me casar?
       —Sim, mas não com ele, Jill implorou.
       —Qualquer um, menos ele.
       Pam deu uma olhada rápida no relógio da cozinha. Fletcher vinha para jantar e chegaria a
qualquer momento, ela precisava ter certeza de que as irmãs deixariam esse assunto para trás.
Elas agora tinham que aceitar que ela era uma mulher comprometida e que seguiria em frente.
       Ela, entre todas as pessoas, sabia que Fletcher tinha suas falhas e que às vezes podia ser
arrogante, mas ela podia lidar com isso. O que ela se recusava a lidar era deixar suas irmãs
perderem a única casa que conheceram e uma chance de realizar seus sonhos de frequentarem a
faculdade que sempre desejaram.
       Ela não pôde evitar de se perguntou o que o pai dela tinha pensado ao fazer uma segunda
hipoteca na casa, uma hipoteca cujo pagamento completo era esperado dentro de um ano após
sua morte. Não tinha nenhuma maneira de que ela pudesse encontrar um milhão de dólares.
       E Fletcher, no papel de amigo, fez uma oferta que ela não podia recusar. Não seria um
casamento de amor, ele estava completamente ciente disso. Ela porém concordou em cumprir
suas obrigações de esposa. Um dia ele ia querer filhos e ela também. E Pam estava determinada a
tirar o maior proveito do casamento e ser uma boa esposa para ele.
       —Quero que as três me façam uma promessa, ela finalmente disse às irmãs.


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      —Que tipo de promessa? Jill perguntou, erguendo uma sobrancelha com suspeita.
      —Quero que vocês me prometam que farão tudo o que eu pedir em relação ao meu
compromisso com Fletcher. Que vocês me farão feliz ao apoiar o meu casamento com ele.
      —Mas você será realmente feliz, Pammie? Paige perguntou com uma expressão que disse
que ela realmente queria saber a resposta.
      Não, ela não estaria realmente feliz, mas as irmãs não precisavam saber isso, Pam pensou.
Elas nunca deveriam saber a extensão do sacrifício dela. Com essa decisão em mente, Pam ergueu
o queixo olhando as três nos olhos e disse uma mentira que sabia que valeria a pena no final.
      —Sim, ela disse com um sorriso falso congelando os seus lábios.
      —Eu serei muito feliz e quero me casar com Fletcher. Agora me prometam.
      Jill, Paige e Nadia hesitaram apenas por um minuto e então simultaneamente disseram:
      — Nós prometemos.
      —Que bom.
      Quando Pam voltou-se para a pia, as três meninas trocaram olhares e sorriram. Seus dedos
estavam cruzados as costas enquanto elas faziam a promessa.

                                                 ***

      Era provavelmente falta de consideração da parte dele aparecer sem ligar antes, Dillon
pensou, enquanto entrava na longa rua que marcava como Domicílio Novak.
      Ele chegou cedo naquela mesma manhã a Gamble, Wyoming, tendo um único objetivo em
mente. O que teria acontecido às outras quatro esposas do bisavô, aquelas que ele teve antes de
se casar com a bisavó de Dillon, Gemma?
      De acordo com a pesquisa genealógica que James Westmoreland fez, Gamble foi o primeiro
lugar que Raphael ficou depois de deixar Atlanta, e um homem com o nome de Jay Novak foi seu
sócio em uma empresa de laticínios.
      Dillon teria ligado, mas não conseguiu sinal no celular. Roy Davis, o homem que possuía o
único hotel em Gamble explicou que era porque Gamble estava em uma área tão rural que
conseguir um bom sinal era quase impossível. Dillon agitou a cabeça. Era absurdo que nos dias de
hoje existisse uma cidade em que não se podia conseguir um sinal de celular decente quando se
precisava dele.
      Finalmente ele conseguiu o sinal e chamou ao seu secretário pra verificar as pendências no
escritório. Nada que o surpreendesse uma vez que tudo estava sob controle, ele contratou as
pessoas certas para ter certeza de que sua empresa imobiliária de um bilhão de dólares
continuasse a ser um sucesso estando ele lá ou não.

      Dillon estacionou o carro atrás de outro carro, do outro lado da calçada e deu uma rápida
olhada para a enorme casa vitoriana com telhado de telha. O projeto era bem parecido com a casa
dele em Denver e se perguntou se isso era uma coincidência.
      De acordo com o que ouviu, quatro irmãs ocupavam a casa e a mais velha se chamava


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Pamela Novak. Ele entendia que a Sra. Novak teve uma carreira de atriz com altos e baixos na
Califórnia e tinha voltado para Gamble com a morte do pai. Ela agora dava aulas de teatro na
escola onde uma antiga professora deixou o cargo recentemente ocupado por ela.
      Quando Dillon saiu do carro alugado, alongou as pernas. Como a maioria dos
Westmorelands ele era alto, e por causa de sua altura ele sempre gostou de jogar basquete. E já
estava pronto para começar uma carreira na NBA1 quando soube da queda do avião que levou
para sempre as vidas de seus pais, de sua tia e do seu tio, deixando quatorze jovens
Westmorelands aos seus cuidados.
      Não foi fácil e Tammi, sua namorada da faculdade, declarou que ficaria ao seu lado não
importando o que acontecesse. Menos de seis meses depois do casamento ela fugiu e voltou para
sua casa, bradando aos quatro ventos que não poderia viver no rancho com um bando de pagãos.
      Isso aconteceu logo depois que ela falhou ao tentar convencê-lo a colocar seu irmão mais
novo Bane, que tinha oito anos na época; seus primos de dez anos os gêmeos Adrian e Aiden e
Bailey com sete, pra adoção porque eles sempre estavam aprontando algo de errado.
      Ele entendia que a maior parte das travessuras deles eram mais para chamar sua atenção,
por eles terem perdido aos pais. Tammi, porém não conseguiu ver por esse lado e quis acabar com
o casamento. O lado bom do divórcio é que ele percebeu que deveria permanecer solteiro e, já
que ele era o cabeça da família, deveria permanecer assim.
      Outro lado bom em decorrência do divórcio era que os Westmorelands mais novos, todos
com exceção de Bane, se sentiram culpados por Tammi partir e melhoraram o comportamento.
Agora os gêmeos e Bailey estavam na faculdade. Quanto a Bane… ainda era Bane.
      —O Senhor está perdido?
      Dillon deu meia volta e examinou dois pares de olhos castanhos escuros a alguns metros de
distância. Gêmeas? Não, mas elas poderiam muito bem passar por tal. Mas, agora ele podia ver
que uma das adolescentes era mais ou menos uma cabeça mais alta do que a outra.
      —Então, está ou não?
      Ele sorriu. Evidentemente ele não falou rápido o suficiente para se adaptar a elas.
      —Não, eu não estou perdido se aqui for à casa dos Novaks. A mais alta das duas disse:
      —Eu sou uma Novak. Nós duas somos. Dillon riu.
      —Então acho que estou no lugar certo.
      —Quem você quer ver?
      —Quero ver Pamela Novak.
      A mais nova das duas concordou com a cabeça.
      —Ela é nossa irmã. Está em casa conversando com ele.
      Dillon ergueu uma sobrancelha. Ele não tinha nenhuma ideia de quem era ‘ele’ e pelo modo
desagradável como foi dito, ele realmente não estava certo de que queria descobrir.


1
 NBA (National Basketball Association) - uma das principais liga de basquetebol do mundo, localizada na América do
Norte. Foi criada em 1946 sob o nome de BAA (Basketball Association of America). Em 1949, se fundiu com a NBL
(National Basketball League) e foi renomeada NBA.



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      —Se ela estiver ocupada, posso voltar mais tarde, ele disse, recuando em direção ao carro.
      —Sim, porque ele poderia ficar com raiva se pensasse que você veio para ver Pammie, a
mais velha disse.
      Um olhar de travesso brilhou em seus olhos enquanto as duas meninas trocavam olhares e
sorriam. E então, gritaram o mais alto possível
      —Pammie tem um homem aqui procurando por você!
      Dillon se debruçou contra o carro com os braços cruzados sobre o tórax, sabendo que tinha
sido pego em uma armadilha, e as duas adolescentes estavam se divertindo às suas custas. Ele não
estava certo do que pensar até que a porta da casa se abriu.
      Naquele momento ele literalmente se esqueceu de respirar. Uma mulher extremamente
bonita saiu. Não importava o fato de que ela esta de cenho franzindo. A única coisa que importava
era que ela era uma mulher magnífica, definitivamente a espécime mais bonita que ele já viu
respirar.
      Ela não tinha mais do que um metro e setenta, era esbelta e as curvas nos lugares certos,
usava uma calça jeans. O cabelo preto comprido fluía ao redor dos seus ombros, tinha uma pele
marrom médio que combinava com o resto de suas feições. A cor dos olhos era o mesmo marrom
escuro das duas pirralhas, e ela tinha um nariz erguido que ficava perfeito no rosto. Ela era
definitivamente uma beleza. Uma beleza com cabelo da cor de corvo que o deixou ofegante.
      —Aqui é propriedade particular. Em que posso ajudá-lo?
      Ele olhou para o homem grande que estava logo atrás dela na entrada e que fez a pergunta
em um tom alto e nervoso. Ele encarava Dillon como se sua presença o aborrecesse muito.
      Dillon depressa percebeu que esse deveria ser o ‘ele’ a que as meninas tinham se referido, e
estava para abrir a boca para falar quando a mais velha das duas meninas disse:
      —Não, você não pode ajudar porque ele não veio te ver, Fletcher. Ele veio ver a Pammie.
      Uma cara feia toldou o rosto do homem ao mesmo tempo em que um sorriso aparecia nos
lábios da adolescente. Não era difícil ver que ela estava deliberadamente tentando irritá-lo.
      —Paige e Nadia, vocês não deveriam estar lá em cima fazendo suas lições? A magnífica
mulher perguntou as duas antes de dar um olhar curioso para Dillon. Diferente de seu amigo, ela
tinha um sorriso brilhante e o rosto alegre.
      —Pamela Novak? Ele se ouviu perguntando, tentando levar ar aos pulmões. Ele já viu
mulheres bonitas antes, mas essa tinha algo que mexia com o lado macho que havia dentro dele.
      —Sim, ela disse ainda sorrindo enquanto descia os degraus na direção dele. Ele se afastou
do carro e começou a se mover em direção a ela também.
      —Espere um minuto, Pamela, o homem grande gritou.
      —Você não conhece este homem, não deveria ser tão gentil e agradável com estranhos.
      —Talvez você devesse seguir o exemplo dela, Fletcher.
      Uma voz que Dillon não tinha ouvido antes falou mais alto entrando na briga. Ele deu uma
olhada rápida para trás do homem enorme e viu uma jovem mulher, provavelmente com uns
dezessete ou dezoito anos saindo na porta. Outra irmã ele imaginou devido às semelhanças em
suas feições.


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      Pamela Novak continuou a caminhar e quando parou na frente de Dillon, estendeu a mão.
      —Sim, sou Pamela Novak, e você é…?
      Ele aceitou a sua mão e imediatamente sentiu um calor que começou a fluir por todo o seu
corpo. Sentiu então um frio no fundo do estômago que começou a descer. Até mesmo a visão de
seu anel de compromisso não foram suficientes para parar as sensações que o estavam
engolfando.
      Ele observou o movimento de sua boca, fascinado com seus lábios e pensando que eles
tinham um bonito formato. Ele sentiu o estômago apertar quando ergueu o olhar dos lábios e
encontrou os seus olhos.
      —Sou Dillon Westmoreland.
      Ele viu sua sobrancelha se erguer rapidamente, embora ela mantivesse o mesmo sorriso. Ele
podia dizer que ela estava procurando em sua memória como, quando e onde ela se recordava do
sobrenome. Ele decidiu ajudá-la.
      —Soube que o meu bisavô, Raphael Westmoreland, foi sócio nos negócios do seu bisavô, Jay
Winston Novak.
      O sorriso nos lábios se transformou em um riso total.
      —Oh, sim, Raphael Westmoreland. O ladrão de esposas.
      Ele não pôde parar o espasmo dos lábios e sorriu.
      —Sim, eu já ouvi a respeito. De fato, essa é a razão pela qual eu estou aqui. Eu...
      —O que ele quer Pamela?
      Dillon podia dizer pelo endurecer dos ombros de Pamela Novak que ela desejou que o
homem enorme ficasse quieto pelo menos uma vez.
      —Ele é seu noivo? Ele não pôde evitar e perguntou.
      Ela encontrou o seu olhar e o estudou por um momento antes de dizer:
      —Sim.
      Ela então inclinou a cabeça e a girou por sobre o ombro.
      —Esse é Dillon Westmoreland. Nossos bisavôs foram sócios então eu o considero um amigo
da família.
      Ela depressa se voltou para Dillon, presentou-o com outro sorriso e sussurrou:
      —Você sabe que eu digo isso livremente considerando a reputação do seu bisavô.
      Agora era a vez de Dillon rir.
      —A razão de eu estar aqui é para descobrir tudo o que puder sobre essa reputação já que só
recentemente descobri que ele tinha uma e...
      —O que ele quer Pamela?
      Antes que ela pudesse responder a mais nova das adolescentes abusadas disse:
      —Nós já te falamos. Ele quer Pammie.
      A carranca do homem enorme se aprofundou e Dillon soube que a jovem não queria dizer
isso no modo como soou, mas basicamente falou a verdade. Ele estava atraído por Pamela Novak.
Invadir o território de outro homem era o estilo de Raphael Westmoreland, mas não o dele.
Porém, naquele momento Dillon não sentiu nenhuma culpa pelos pensamentos que passavam por


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sua cabeça, especialmente porque aparentemente a mulher estava comprometida com um
imbecil. Mas isso era da conta dela, não dele.
      O homem desceu os degraus e foi em direção a eles e Dillon conseguiu julgá-lo rapidamente.
Ele usava terno e sapatos de couro preto caros. A camisa e a gravata também não pareciam
baratas, o que significava que ele, de algum modo, era um bem sucedido homem de negócios.
      Quando ele parou na sua frente, Dillon estendeu sua mão ao homem.
      —Sou Dillon Westmoreland, e como a Sra. Novak disse, um amigo da família. A razão por eu
estar aqui, ele decidiu adicionar, é que estou pesquisando a história da minha família.
      O homem balançou a mão dele.
      —Sou Fletcher Mallard, noivo de Pamela, ele falou como se precisasse mostrar que ela
pertencia a ele.
      Dillon deu um passo largo e pensou que muita coisa pode ser dito sobre um homem apenas
pela maneira do seu aperto de mão, e este homem tinha todos os seus sinais falando. Ele deu um
aperto de mão que frequentemente costumava mostrar força e poder. Um homem confiante não
precisaria de tal tática. Este homem era inseguro.
      Mallard olhou para Dillon ceticamente.
      —E o que você quer saber?
      O sorriso saiu dos lábios de Pamela Novak e ela realmente encarou o noivo.
      —Não há nenhuma razão para você perguntar isso a ele, Fletcher. O Sr. Westmoreland é um
amigo da família e isso é tudo que importa agora.
      Como se as palavras dela determinassem tudo, ela voltou-se para Dillon com um sorriso.
      —Por favor Sr. Westmoreland, junte-se a nós no jantar e então você poderá nos dizer como
poderemos ajudá-lo com as informações sobre a história da sua família.
      Teria sido tão fácil e menos complicado se ele tivesse recusado, mas havia algo em Fletcher
Mallard que deixou Dillon sinceramente irritado e o forçou a aceitar o convite.
      —Obrigado, Sra. Novak, eu adoraria ficar para o jantar.



     Capítulo 2



       Pam soube que foi um erro convidar Dillon Westmoreland para jantar no momento em que
ele se acomodou à mesa. Ela queria poder dizer que Fletcher estava agindo de forma incomum,
mas ela já tinha visto ele se comportar desta maneira antes, quando outro homem demonstrou
estar interesse por ela.
       Mas o mais estranho era que Dillon não tinha realmente demonstrado nenhum interesse por
ela, ela não conseguia entender o por que de Fletcher estar sendo tão territorial. A menos que ele
tivesse percebido o interesse dela em Dillon.
       Ela descartou de sua mente tal absurdo. Ela não estava interessada em Dillon, estava
meramente curiosa. Que mulher não ficaria interessada em um homem como Dillon


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Westmoreland. Ele tinha pelo menos um metro e noventa, suas feições eram da cor do café, com
um rosto angular que ostentava uma mandíbula firme, um par de covinhas atraente, lábios cheios
e os olhos mais escuros que ela já viu em um homem. Ela estava comprometida, mas não estava
cega. E quando ele se sentou à mesa para se juntar a eles para o jantar, sua presença era tão
poderosamente masculina de um jeito que a distraía. Ela deu uma rápida olhada ao redor da mesa
e não pôde evitar de notar o fascínio de suas irmãs por ele, também.
       —Então Westmoreland, de onde você é?
       Sentiu sua espinha se enrijeceu ao ouvir a pergunta de Fletcher. Ela não tinha convidado
Dillon para jantar para ele ser interrogado, mas ela sabia que Fletcher não ficaria satisfeito até que
conseguisse algumas respostas. Ela também sabia que assim que as conseguisse, ele também não
ficaria contente.
       —Eu sou de Denver, respondeu Dillon.
       Fletcher estava pronto pra fazer outra pergunta quando Dillon rebateu com um soco.
       —E você é de onde Mallard?
       A pergunta claramente pegou Fletcher de surpresa. Ele tinha um modo de tentar intimidar
as pessoas, mas ela tinha a sensação de que Dillon Westmoreland era um homem que não poderia
ser intimidado.
       —Sou de Laramie, Fletcher disse brincalhão.
       —E me mudei para a cidade mais ou menos a cinco anos atrás para abrir um supermercado.
Foi o meu primeiro. Desde então eu abri mais de vinte em outras cidades desde Wyoming até
Montana. Minha meta é ter um Supermercado Mallard em cada estado da união nos próximos
cinco anos.
       Pam não pôde evitar e sorriu interiormente. Se Fletcher pensava que aquele anúncio
conseguiria uma reação de Dillon, então ele estava completamente enganado. Dillon não mostrou
qualquer sinal de que estava ao menos impressionado.
       —Onde você ficará enquanto está na cidade? Fletcher perguntou, se servindo de purê de
batatas.
       —No Hotel River’s Edge.
       —Ótimo lugar para ficar mais sem televisão a cabo, Jill disse, sorrindo.
       Pam viu quando Dillon facilmente devolveu o sorriso a Jill.
       —Eu posso passar sem ela. Não assisto muita televisão.
       —E o que é que você faz? Fletcher perguntou com uma voz que Pam achava tão fria quanto
o chá gelado que ela estava bebendo.
       Ela viu Dillon dar a Fletcher um sorriso que não alcançou aos seus olhos quando ele disse:
       —Estou no ramo imobiliário.
       —Oh, então você vende casas, Fletcher disse como se essa ocupação fosse abaixo da dele.
       —Não exatamente, Dillon disse agradavelmente.
       —Eu possuo uma Empresa Imobiliária. Você já pode ter ouvido falar dela, Blue Ridge Gestão
de Terrenos.
       Pam viu a surpresa iluminar os olhos de Fletcher antes dele dizer.


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      — Sim, já ouvi falar.
      Ela teve que conter uma risada porque ela tinha certeza de que ele já tinha ouvido falar.
Quem não tinha? A Companhia Blue Ridge Gestão de Terrenos era uma corporação de um bilhão
de dólares mais conhecida nos Mountain States2, ela ocupava um lugar mais alto na lista das 500
Fortunas do que os Supermercados Mallard.
      Vendo que Fletcher ficou momentaneamente sem fala, ela começou a dizer:
      —Sr. Westmoreland, você disse...
      —Só Dillon.
      Seu olhar se encontrou com o dela e ela viu um sorriso amigável espreitando nas
profundidades escuras dos seus olhos. Seu coração começou a bater acelerado no peito.
      —Sim, claro, ela disse depressa.
      —E eu sou Pam.
      Depois de tomar um gole do chá, ela continuou.
      —Dillon, você disse que veio até aqui para pesquisar a história da sua família?
      —Sim, ele disse ainda a encarando.
      —Meus pais e meus avôs sempre contavam a mim e aos meus irmãos e primos que não
tínhamos nenhum parente vivo, e que o meu bisavô Raphael Westmoreland era filho único. Você
deve imaginar minha surpresa quando um dia do nada, um homem com seus dois filhos e três
sobrinhos apareceram na minha casa dizendo serem da minha família.
      Intrigada com a história, Pam colocou o garfo no prato e deu a ele sua total atenção.
      —Como eles te encontraram?
      —Através de uma busca genealógica. O homem mais velho, James Westmoreland, sabia que
seu avô Reginald Westmoreland tinha um irmão gêmeo idêntico. Descobriu que seu irmão gêmeo
era o meu bisavô Raphael que saiu de casa aos vinte e dois anos, e que eles nunca mais eles
tinham ouviram falar dele novamente.
      A família de fato tinha presumido que ele havia morrido. Eles não tinham ideia de que ele
casou e se estabeleceu em Denver, e que teve um filho que lhe deu dois netos e um batalhão de
bisnetos, na realidade somos quinze e eu sou o mais velho dos quinze bisnetos.
      —Uau, deve ter sido um choque para você descobrir que tinha outros parentes quando
achava que não tinha nenhum, Jill se agarrava a cada a palavra de Dillon, e perguntou:
      —O que a sua esposa o que acha disso tudo?
      Pam viu Dillon sorrir e soube que ele não desconhecia o propósito da pergunta. Jill queria
saber se ele era casado. Pam odiava admitir que também estava curiosa. Ele não usava uma
aliança, mas isso não queria dizer nada.
      —Ela não tem nada a dizer por que eu não sou casado, Dillon respondeu suavemente.
      —Pelo menos não sou mais. Estou divorciado há quase dez anos.
      Pam deu uma olhada rápida para Jill e rezou para a irmã ter a decência de não perguntar o

2
 A região de Mountain States se localiza ao Oeste dos Estados Unidos, abrange os estados do Colorado, Idaho,
Montana, Nevada, Utah e Wyoming.



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que foi que aconteceu para o final do casamento dele.
       Fletcher, odiando o fato de não ser mais o centro das atenções, falou alto com voz negativa
e autoritária.
       —Para mim isso parece loucura. Por que você se importaria com um bando de gente que
aparece na sua casa do nada dizendo ser seus parentes ou, melhor ainda, por que você gostaria de
descobrir toda a história de sua família? Você deveria viver no presente e não no passado.
       Pam podia dizer que Dillon estava lutando para segurar o seu temperamento, e o tom foi
notavelmente contido quando respondeu finalmente.
       —Você tem família, Fletcher?
       Novamente, pela expressão de Fletcher, era óbvio perceber que ele não gostava de ser a
pessoa que fosse o alvo das perguntas.
       —Não, sou filho único. Meus pais são falecidos e também não tinham irmãos. No momento
sou o único Mallard vivo. Ele deu uma olhada rápida para Pam e sorriu.
       —Claro que isso mudará assim que Pamela e eu nos casarmos.
       Dillon balançou a cabeça devagar.
       —Mas até que isso mude não espero que você entenda o que significa ter uma família. Eu já
sei. Os Westmorelands adoram sua família e, depois de encontrar meus outros parentes, meu
único arrependimento é não os ter conhecido antes.
       Ele lhe deu uma olhada rápida e, por um segundo, ela segurou seu olhar firme. Ela sentiu
algo. Havia entre eles uma conexão que eles estavam tentando ignorar. Ela olhou para o prato e
continuou a comer.
       Nadia perguntou a ele sobre os seus irmãos, e de um jeito fácil e confortável de quem tem
confiança em si mesmo e de quem sabe quem é, ele começou a dizer a ela tudo o que ela queria
saber. Mesmo sem querer, Dillon estava cativando a todos… com exceção de Fletcher.
       —Quanto tempo você planeja ficar na cidade? Fletcher rudemente cortou a conversa entre
Dillon e suas irmãs. Dillon olhou para Fletcher.
       —Até que eu tenha respostas a todas as perguntas sobre Raphael Westmoreland.
       —Isso pode levar muito, disse Fletcher.
       Dillon sorriu, mas Pam sabia que era apenas por causa de Fletcher e que ele não era sincero.
        —Eu tenho muito tempo.
       Ela viu Fletcher abrir a boca para fazer outra declaração e ela o cortou.
       —Dillon, eu acho que sou capaz de te ajudar com isso. Tenho todos os registros dos antigos
negócios do meu bisavô assim como seu diário pessoal, tudo está no sótão. Se você quiser nos
visitar amanhã, subir e procurar por lá será bem-vindo para fazer isso.
       —Obrigado, ele disse, sorrindo.
       —Terei muito prazer em aceitar a sua oferta.

                                                  ***

     —Não quero você se encontrando sozinha com esse homem Pamela, convidá-lo a vir aqui


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amanhã enquanto as suas irmãs estão na escola não foi uma boa ideia. E amanhã eu viajarei para
visitar as minhas lojas em Laramie.
       Pam deu uma olhada rápida para Fletcher enquanto caminhava para a porta. Ele estava
chateado e ela sabia disso. Na realidade ela não tinha nenhuma dúvida sobre isso, uma vez que
todos na mesa de jantar perceberam já que ele não escondia suas emoções.
       —Então, ele continuou, amanhã falarei com ele e direi que você retirou o convite.
       As palavras de Fletcher a fizeram parar no meio do caminho a apenas alguns passos da porta
da sala de estar. Ela olhou fixamente para ele, certa de que havia perdido algo, como um pedaço
vital da conversa em algum lugar no meio do caminho.
       —Desculpe, o que foi que você disse?
       —Eu disse que você deve concordar que não deve ficar sozinha com o Westmoreland, falarei
a ele que você retirou o convite para amanhã.
       Ela fez uma carranca.
       —Eu não concordaria com tal tolice. O convite que fiz a Dillon Westmoreland continua de
pé, Fletcher. Você está sendo controlador e territorial e não há nenhuma razão para isso.
       Ela viu um músculo cerrar na mandíbula dele, indicando que ele estava bravo.
       —Você é uma mulher atraente, Pamela e o Westmoreland já percebeu isso, disse.
       —E o que isso quer dizer? Eu concordei em me casar com você, mas isso não quer dizer que
você é meu dono. Se você tem outra ideia a respeito desse compromisso, então...
       —Claro que eu não estou pensando nada. Estou apenas tentando cuidar de você, isso é
tudo. Você confia demais nas pessoas.
       O olhar dele percorreu o corpo dela antes de retornar ao rosto.
       —Acho que é você que está pensando, ele disse.
       Ela ergueu o queixo.
       —Claro que eu estou pensando. Concordei em me casar com você para poder salvar o minha
propriedade. Agradeço por você ter vindo em meu auxilio, mas você merece mais do que isso. E
por essa razão que eu vou fazer uma nova visita a Lester Gadling esta semana. Quero que ele volte
a olhar aqueles documentos. É difícil de acreditar que papai não fez acordos para saldar a hipoteca
caso alguma coisa viesse a acontecer a ele.
       Fletcher esperou por um momento, então disse.
       —Se isso é o que você realmente quer, então eu concordo que você deva voltar a procurar
Gadling já que ele era o advogado do seu pai, e pergunte a ele sobre isso. Mas não se preocupe
com o que eu mereço. Eu quero você como minha esposa e isso me tornará um homem feliz.
       Pamela não disse nada. Ela e Fletcher não estavam entrando no casamento sob falsas
suposições. Ele sabia que ela não era apaixonada por ele.
       Ela refletiu por alguns momentos. Ela saiu de casa, depois de se formar no segundo grau,
pois ganhou uma bolsa de estudos integral na Universidade de Teatro da Califórnia do Sul. E foi
durante o seu segundo ano de estudos que sua madrasta Alma morreu. O pai se casou com ela
quando Pam tinha dez anos, e Alma foi maravilhosa com ela, pois preencheu todo o vazio que
ficou depois que ela perdeu a mãe.


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       Ela cogitou em sair da faculdade e voltar para casa, mas o pai não queria nem ouvir falar
disso. Ele estava inflexível sobre ela ficar na escola e insistiu que ele poderia sozinho cuidar de
suas irmãs, embora Nadia tivesse apenas três anos na época, a mesma idade que ela tinha quando
havia perdido a própria mãe.
       —Pamela?
       Pam piscou ao perceber que Fletcher estava chamado o seu nome.
       —Desculpe Fletcher. Estava lembrando os bons momentos quando Papai e Alma ainda eram
vivos.
       —Você terá muitos momentos felizes assim que nos casarmos, Pamela, ele disse, ao esticar
e pegar a sua mão.
       —Sei que você não me ama agora, mas estou certo que você acabará me amando. Apenas
pense em todas as coisas que eu posso te dar.
       Ela ergueu o queixo.
       —Eu não estou pedindo que você me dê todas essas coisas, Fletcher. As únicas coisas que eu
quero é o que você me prometeu, é ter a certeza de que minhas irmãs ficarão com a propriedade
e com a nossa casa, e que todas elas irão para a faculdade.
       —Eu te prometi tudo isso. E prometo muito mais se você me deixar, ele disse em um tom
baixo e frustrado.
       Ela não disse nada por um longo momento e soube que o silêncio estava provavelmente
dando nos nervos dele, mas ela não pode evitar.
       —Eu não quero mais nada Fletcher então, por favor, apenas deixe como está.
       Pam conheceu Fletcher há quatro anos atrás em uma de suas viagens para visitar a família
em Gamble. Depois disso sempre que ela vinha à cidade, ele perguntava se ela queria sair com ele.
       Depois que o seu pai morreu e ela voltou para casa, ele começou a telefonar para ela
regularmente, ela sempre falou para ele que a amizade era a única coisa que poderia existir entre
eles. No momento, ele parecia satisfeito com isso.
       Então Lester Gadling a visitou e soltou a notícia bombástica que mudou toda a sua vida para
sempre. Fletcher foi a casa dela naquela noite e ela acabou contando a ele o que havia acontecido.
Ele a escutou atentamente e apresentou a ela o que achava ser uma boa solução. Ela se casava
com ele e todos os seus problemas financeiros acabariam.
       No início, ela achou que ele tinha enlouquecido, certa que ele tinha perdido a noção dos
sentidos. Mas quanto mais ela pensava nisso, mais aceitável ficava a sua ideia. Tudo o que ela teria
que fazer era se casar com ele e ele cuidaria que seu rancho fosse salvo e faria uma poupança para
as suas irmãs para quando chegasse a hora de irem a faculdade, assim tudo já estaria organizado.
       A princípio ela não aceitou a oferta, determinada a resolver seus problemas sem a ajuda de
Fletcher. Ela foi a muitos bancos para tentar conseguir um empréstimo, mas em todos eles ela
levou um sonoro não. Ela apenas aceitou a proposta de Fletcher quando viu que não tinha outra
alternativa.
       Olhando rápido para o relógio, ela disse: —Está ficando tarde.
       —Certo. Tenha cuidado com o Westmoreland. Ele tem algo que eu não confio.


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      —Como já te disse Fletcher, ficarei bem.
      Ele concordou com a cabeça antes de se inclinar para mais perto e dar um beijo rápido nos
lábios dela. Como sempre, ela esperou o sangue correr rápido e furiosamente em suas veias e o
fogo se derramar em seu interior, mas como sempre, nada aconteceu. Nenhuma sensação, nem
uma única faísca.
      Por meses ela ignorou o fato de que não estava fisicamente atraída pelo homem com o qual
iria se casar. Ela não se preocupou com isso até esta noite quando descobriu que estava
fisicamente atraída por outro homem. E o nome desse homem era Dillon Westmoreland.

                                                   ***

       Dillon descansou o corpo na enorme banheira cheia com água morna. O hotel não tinha
muitos luxos à oferecer, mas ele tinha que admitir que essa banheira o fazia esquecer de todos os
outros. Não existiam por aí muitas banheiras que pudessem acomodar confortavelmente um
homem da sua altura.
       Ele fechou os olhos e se esticou, pensando que nunca tinha realmente relaxado em uma
banheira antes. Fazia tempo desde que ele conseguiu se sentar em uma sem se preocupar em ser
incomodado por algum membro da família precisando de sua ajuda ou conselho.
       Família.
       Maldição, ele já sentia falta deles. Ele não estava preocupado com a família que deixou em
Denver, já que os deixou sob os comandos de Ramsey. Ele e Ramsey eram separados por sete
meses de idade e eram mais como irmãos do que como primos. Para falar a verdade, Ramsey era
seu melhor amigo. Sempre foi e sempre será.
       Ele mal podia esperar pra começar a fuçar nas informações sobre Raphael. Ele poderia ter
contratado uma agência para fazer essa busca para ele, mas isso era algo que ele realmente queria
fazer. Ele sentia que devia isso à sua família. Se havia algo no passado do bisavô, ele se sentia no
dever de descobrir. Fosse bom ou ruim.
       Dillon moveu o corpo, mas manteve os olhos fechados enquanto pensava que hoje à noite
ele tinha conhecido a mulher mais bonita que já tinha visto em sua vida. Uma mulher que parecia
totalmente fora de lugar em Gamble, Wyoming. Uma mulher que apenas com a voz podia mexer
em algo bem fundo dentro dele.
       Uma mulher que já estava comprometida.
       Não havia como negar que ele se sentia atraído por ela, mas desejá-la era um tabu. Então
por que ele estava pensando nela agora? E por que diabo ele estava tão ávido para vê-la
novamente amanhã?
       Ele inalou profundamente se perguntando como Fletcher Mallard podia ter tanta sorte. Era
fácil ver que o homem era um imbecil, um chato de galocha. Mas Fletcher não era da conta dele,
assim como o compromisso que ela tinha com ele também não. Dillon estava em Gamble apenas
por uma razão. Ele estava lá para descobrir tudo o que pudesse sobre Raphael, e não para invadir
a propriedade de outro homem.


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         Ele tinha que se lembrar disso.




         Capítulo 3



      Olhando para fora da janela Pam viu o carro de Dillon no momento em que ele parou em
frente a sua casa. Ela tomou um gole do seu café enquanto o via, agradecendo ao fato da janela
ser projetada de modo que desse a ela a visão de alguém estava chegando. Ela sabia que seu
bisavô deliberadamente construiu a casa desse jeito para ter vantagens sobre qualquer pessoa
que chegasse sem seu conhecimento.
      Hoje ela estava fazendo uso total dessa vantagem.
      Depois que ele parou o carro, ela viu quanto ele abriu a porta e saiu. Ele ficou parado por um
momento estudando a casa, dando a ela uma ótima oportunidade de estudá-lo.
      Ele era alto, ela já tinha notado isso na noite anterior. Mas ontem à noite ela não teve tempo
para analisá-lo completamente. Ela não pôde evitar e apreciou tudo o que via agora. Ombros
largos. Abdômen firme. Tórax musculoso. Coxas firmes. Ele estava usando uma calça jeans e uma
camisa azul que mostrava braços fortes, e um chapéu Stetson3 preto na cabeça.
      Ela suspirou profundamente pensando que convidá-lo para voltar hoje poderia não ter sido
uma boa ideia afinal de contas, exatamente como Fletcher disse. Ela deu uma rápida olhada para
abaixo na mão que segurava a xícara de café e não pôde evitar de notar o anel de diamante no
dedo que Fletcher tinha colocou a uma semana atrás.
      Certo, ela era uma mulher comprometida e se casaria com um sujeito agradável em alguns
meses. Mas comprometida ou casada, não significava que ela não pudesse reparar em um belo
homem quando visse um. Além disso, sua melhor amiga de faculdade Iris Michaels, a mandaria
pro inferno se ela não verificasse pessoalmente e depois lhe contasse todos os detalhes sórdidos.
      Ela piscou quanto quase queimou a língua com um gole de café quente quando Dillon olhou
diretamente para ela, no que ela sempre tinha considerado como sendo sua janela secreta. Como
ele sabia sobre a visão lateral? Para qualquer outro parecia ser uma parede plana na sombra de
uma enorme árvore de carvalho.
      Só tinha uma maneira de descobrir. Ela empurrou a cadeira para longe da mesa e ficou de
pé. Enquanto saia da cozinha em direção à sala de estar, decidiu que talvez fosse melhor ele não
saber que ela estava sentada ali assistindo ele chegar.
      Ela abriu lentamente a porta e aproveitou a oportunidade de continuar a vê-lo um pouco
mais sem ser vista, quando ele teve a atenção desviada para um rebanho de gansos no céu.

3
    Stetson - marca de chapéu com aba larga e coroa alta, parte do equipamento de um caubói.



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Enquanto ele estudava os gansos, ela o estudou novamente, analisando o ângulo do seu rosto
enquanto a cabeça estava ligeiramente jogada para trás. Ele estava de pé com suas pernas abertas
e as mãos nos bolsos. Havia algo naquela posição, aquela pose em particular especialmente nele,
que fazia com que ela quisesse apenas ficar lá olhando ele.
      Durante cinco anos ela morou em Los Angeles, lá era cheio de homens de caírem o queixo e
de virarem o estômago, muitos dos quais de algumas das mais famosas agências de modelo do
mundo. Mas nenhum se comparava ao homem que estava em pé no meio do seu jardim. As
feições eram distintas, ossos faciais afilados, mandíbula firme e lábios cheios. O cabelo sob o
Stetson estava cortado rente a cabeça.
      Um minuto depois, possivelmente dois quando de repente ele voltou sua cabeça e olhou na
direção dela, ela foi pega de surpresa e em flagrante, ela se sentiu imediatamente envolvida por
seu intenso olhar. Ela era incapaz de fazer qualquer coisa exceto corresponder fixamente a esse
olhar enquanto se perguntava o porquê de estar correspondendo. Por que seus sentidos e seu
corpo inteiro correspondiam dessa maneira a ele? Isso não era nada bom, ela pensou.
      Pelo menos era isso o que sua mente dizia a ela, mas o seu bom senso ainda não tinha
chegado nesse estágio. Estava presa e cativa pelo par de olhos mais escuros que ela já viu.
      E em algum lugar, não muito longe, ela ouviu o barulho do escapamento de um carro, e o
barulho foi na hora exata. Só assim ela pôde desviar o olhar para longe dele e examinar através do
extenso jardim.
      Depois de respirar fundo ela voltou-se e olhou para ele, lutando contra os mesmo
sentimentos que a fizeram perder o controle antes, e colocando um sorriso no rosto disse.
      —Bom dia, Dillon.
      Ela não estava apenas sem ar, e soube durante naquele breve momento quando o olhar dele
a segurou que algo tinha acontecido. Do mesmo jeito que tinha acontecido na noite anterior. Ela
não sabia exatamente o que mais sabia que tinha acontecido. Ela também sabia que deveria fingir
que não tinha acontecido nada.
      —Bonito dia, não é? Ela acrescentou.
      —Sim, é, ele disse, se voltando para andar na direção dela. Virgem Maria! Ela pensou,
engolindo em seco. Os passos largos do homem eram precisos, confiantes e deliberadamente
masculinos. Ele tinha um jeito muito sensual de andar, e o que era muito perturbador nele era que
parecia tão natural quanto o sol nascer pela manhã.
      Ele parou na frente dela e encontrou o seu olhar fugazmente antes de olhar rapidamente
para o sol. O olhar então retornou a ela.
      —Mas pode chover mais tarde.
      Ela balançou a cabeça concordando.
      —Sim, pode. Ela sabia que eles estavam tentando voltar a ter sincronia e diminuir a
intensidade do que acontecia entre eles.
      —Espero que não ter vindo muito cedo, ele disse com uma voz grossa e rouca,
interrompendo os pensamentos dela.
      —Não, tudo bem. Eu estava tomando café. Você gostaria de se juntar a mim?


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       Com um encolher ultra-sexy nos seus ombros fortes, ele sorriu enquanto tirava o chapéu.
       —Hmm, não sei. Sinto que já estou tomando muito do seu tempo.
       —Não tem problema. Além disso, você quer saber sobre Raphael, não é?
       —Sim. Há algo que você possa me falar além do fato dele ter sido companheiro do seu
bisavô e ter fugido com a sua bisavó, Portia Novak?
       Pam riu enquanto o levava pela casa em direção à cozinha.
       —Portia não era minha bisavó, ela corrigiu.
       —Alguns anos depois que ela fugiu, ele encontrou a minha bisavó e eles se casaram.
       Quando ele se sentou à mesa, ela disse:
       —Estou certo de que você já ouviu algumas histórias sobre Raphael e Portia. Ela prosseguiu
enquanto colocava café na xícara.
       —Não, na realidade, não ouvi. Eu sempre soube que a minha bisavó Gemma era a única
esposa do meu bisavô. Foi só depois que os meus parentes Westmoreland do clã de Atlanta
apareceram e explicaram como nós éramos parentes que eu descobri sobre Portia Novak e as
outras.
       Pam ergueu uma sobrancelha. —Há outras?
       Ele movimentou a cabeça. —Sim, Gemma foi a sua quinta esposa.
       Dillon estava mais do que curioso sobre o que tinha acontecido com a esposa do pastor, uma
mulher com o nome de Lila Elms. Embora ela já fosse legalmente casada com o pastor, ela e
Raphael fingiram serem casados antes dele trocá-la por Portia, a esposa de Jay Novak?
       E então o que aconteceu a Clarice, a esposa número três? E Isabelle, a esposa número
quatro? Os nomes de todas as quatro mulheres estavam conectados a Raphael de alguma
maneira. Se o que eles descobriram até agora era verdade, Raphael tinha se envolvido com as
quatro mulheres antes de completar trinta e dois anos, e todas ou tinham sido casadas antes ou
eram noivas de outro homem. Parecia que a reputação de Raphael como ladrão de esposas era
lendária.
       Dillon tomou um gole de café, decidindo não informá-la no momento que todas as outras,
assim como Portia, eram mulheres que pertenceram legalmente ou não a outros homens. Mas ele
diria o nome de uma que ele já tinha ouvido falar.
       —Minha meta é descobrir o que aconteceu a Lila Elms.
       —A esposa do pastor?
       Então, ela tinha ouvido falar sobre Lila.
       —Sim. Ele tomou outro gole e então perguntou:
       —Como você sabe tanto sobre isso?
       Ela riu enquanto se sentava à mesa com ele depois de encher a própria xícara de café.
       —Minha avó. Quando garotinha, eu passava horas e horas na varanda debulhando ervilhas,
e a vovó vivia me contando as histórias da família. Mas o assunto não esclarecia muito respeito de
a luz à Portia. Por alguma razão, qualquer conversa sobre ela era tabu. Era Jay que queria dessa
maneira e minha bisavó apenas respeitou os seus desejos.
       Dillon concordou com a cabeça, tentando se concentrar no que estava dizendo e não no


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movimento dos seus lábios se separando suavemente cada vez que ela tomava um gole de café.
Como o seu lábio inferior abria e como o superior se ajustava perfeitamente em torno da borda da
xícara.
      Ele sentiu as entranhas se apertarem e tomou um gole do seu café. Quando ele se voltou no
jardim e percebeu que ela olhando fixamente para ele, ele não tentou especular o que estava se
passando na mente dela. Ele não queria nem cogitar a possibilidade de que fosse próximo do que
se passava na cabeça dele.
      O olhar dela o tocou profundamente, de um jeito que ele duvidou de que ela tivesse
consciência. Ele sentia que algo dentro de Pamela Novak gritava por ele de um modo primitivo, e
isso não era nada bom. Desde o seu divórcio, ele saiu várias vezes. Mas, para falar a verdade, ele
chegou ao ponto de sair apenas com mulheres que, assim como ele, não estavam interessadas em
qualquer relacionamento a longo prazo. Todas essas mulheres eram livres, leves e soltas.
      —Você está pronto para subir para ao sótão?
      Sua pergunta parou o rumo dos seus pensamentos e ele deu uma rápida olhada nela e
imediatamente se arrependeu e desejou não ter feito isso. Cada músculo do seu corpo se
enfraqueceu, ao mesmo tempo em que a intensidade do momento o fez reter a respiração por
longos minutos. Estava na hora de admitir. Isso era química sexual.
      Ele ouviu falar sobre isso mais nunca tinha realmente experimentado. Ele já se sentiu atraído
por outras mulheres antes, mas nunca foi além da atração. O que ele estava começando a sentir
era algo maior do que uma mera atração.
      Havia vibrações primitivas que ele não estava apenas emitindo mais também recebendo.
Isso significava que Pamela Novak estava afinada com o que estava acontecendo entre eles,
embora ela pudesse escolher fingir o contrário. Claro, ele entendia a relutância dela em
reconhecer tal coisa. Afinal, ela era uma mulher comprometida. E não parecia o tipo de pessoa
que deliberadamente seria infiel ao noivo.
      Mas ainda assim…
      —Sim, estou pronto, ele disse finalmente.
      —Mas primeiro quero esclarecer uma coisa. Ele assistiu aos lábios dela tremerem
nervosamente antes dela colocar a xícara na mesa e encontrar o seu olhar. Ele ficou tenso,
tentando ignorar as sensações que reviravam seu ser todas as vezes que seus olhos se
encontravam.
      —Esclarecer sobre o quê?
      Ele estava muito ocupado olhando seus lábios para dar qualquer atenção às palavras que
saiam deles. Ele lutou contra o desejo de contornar seus lábios com a ponta dos seus dedos.
      Ele limpou a garganta.
      —Sobre ontem à noite. Eu apareci aqui sem ligar. Acho que posso ter confundido o seu
noivo, lamento ter feito isso. Não era minha intenção causar qualquer problema entre vocês.
      Ele olhou quanto ela dava um feminino encolher de ombros.
      —Você não causou problema algum. Não se preocupe com isso. Ela então ficou de pé.
      —Acho que nós devíamos subir ao sótão e ver o que temos por lá. Há um baú que contém


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muitos registros dos negócios do meu bisavô.
      Dillon concordou com a cabeça. Ela respondeu à pergunta dele, e na mesma respiração,
sabiamente mudou de assunto, deixando-o ciente de que sua relação com Fletcher Mallard não
era para ser discutida.
      Ele empurrou a cadeira para trás e então ficou de pé.
      —Estou pronto, apenas me mostre o caminho.
      Ela fez e ele não pôde evitar de apreciar ao belo traseiro que ia a sua frente enquanto ele a
seguia.

                                                ***

       Com suas pernas longas, Dillon não levou muito tempo para alcançá-la, Pamela pensou. Não
que ela estivesse tentando deixá-lo para trás. Mas por alguns momentos ela precisou se segurar. O
homem tinha um jeito que a fazia não conseguir pensar direito.
       Ele permaneceu mudo enquanto ela o levava para cima, ela não pôde evitar e olhou o seu
rosto de perfil. O que ele tinha que a afetava de um jeito que Fletcher não conseguia? A batida do
seu coração acelerou quando ela notou que ele subia os degraus com uma sensualidade inerente
que fazia com que os seus nervos gritassem.
       Quando eles alcançaram o piso superior ele se moveu ligeiramente à frente dela, como se
soubesse para onde estava indo.
       —Se eu não soubesse, juraria que você já esteve aqui antes, ela disse enquanto eles
continuavam a caminhar em direção ao final do corredor que os levaria a escada do sótão.
       Ele deu uma rápida olhada para ela e sorriu.
       —Isso pode soar loucura mais essa casa é bem parecida com a minha em Denver. Foi
construída pelo seu bisavô?
       —Sim.
       —Então isso explica tudo, já que a casa em que eu moro foi construída por Raphael. Acho
que ele gostou do projeto, e quando decidiu construir a própria casa, a fez parecida com esta.
       —Isso explica como você sabe a respeito da nossa janela secreta.
       Ela se arrependeu de falar no mesmo momento em que as palavras saíram dos seus lábios.
Ela tinha acabado de admitir que o estava espionando pela janela quando ele chegou.
       —Sim, foi assim que eu soube. Eu tenho a minha janela no mesmo lugar.
       —Entendo.
       Mas, de um certa maneira ela não entendia, o que a fazia ficar tão ávida quanto Dillon para
descobrir tudo sobre Raphael.
       Ela continuou caminhou e ele se juntou a ela. Quando eles alcançaram a porta que levava ao
sótão, ela a abriu. Julgando pela expressão do seu rosto, era como se ele já tivesse vivido a mesma
cena antes, e isso a deixou determinada a descobrir por que a casa dele era uma réplica da sua.
       Diferente dos outros degraus da casa, os do sótão eram estreitos e Dillon se moveu de lado
para que ela subisse à frente dele. Ela podia sentir o calor do olhar dele em suas costas. Ela ficou


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tentada a olhar por cima do ombro mais sabia que não seria a coisa certa a fazer. Então fez outra
coisa e começou a conversar com ele.
      Ela acabou com o silêncio dizendo
      — No jantar você mencionou que era o mais velho dos quinze bisnetos de Raphael. Ela deu
uma breve olhada por sobre o ombro.
      —Sim, e por vários anos eu fui o tutor legal de dez deles.
      Pamela voltou-se tão rapidamente que se estivesse em uma escada provavelmente teria
perdido o equilíbrio.
      —Tutor de dez deles?
      Quando ele concordou com a cabeça, ela piscou assombrada.
      —Como isso aconteceu?
      Ela andou para o lado quando ele a alcançou, notando que ainda assim não havia muito
espaço entre eles, mas ela estava tão ávida para ouvir sua resposta que não fez mais nenhum
movimento para retroceder.
      —Num final de semana meus pais, minha tia e meu tio decidiram sair juntos e foram visitar
uns amigos da minha mãe na Louisiana. No caminho de volta para Denver, o avião teve um
problema no motor e caiu, matando todo mundo a bordo.
      —Oh, que terrível.
      —Sim, foi. Meus pais tinham sete filhos e meus tios oito. Eu era o mais velho com vinte e
um. Meu irmão Micah tinha dezenove e Jason tinha dezoito. Meus outros irmãos, Riley, Stern,
Canyon e Brisbane, tinham todos menos de dezesseis anos.
      Ele apoiou o quadril contra a grade dos degraus e continuou.
      —Meu primo Ramsey tinha vinte, seu irmão Zane dezenove e Derringer dezoito. Meus
outros primos Megan, Gemma, os gêmeos Adrian e Aiden, e o mais jovem, Bailey, também
estavam todos com menos de dezesseis anos.
      Ela também se debruçou contra a grade para encará-lo, ainda cheia de perguntas.
      —E o conselho tutelar não criou nenhum problema por você ser responsável por tantos
menores?
      —Não, todo mundo sabia que os Westmorelands queriam ficar juntos. Além disso, ele disse
rindo, ninguém por perto queria ser o responsável por Bane.
      —Bane?
      —Sim. É diminutivo para Brisbane. Ele é o meu irmão mais novo e adora aprontar. Ele tinha
apenas oito anos quando os meus pais morreram e ele sentiu muito a morte deles.
      —Que idade ele tem agora?
      —Vinte e dois e ainda é bem irritadinho. Queria que houvesse outra coisa que atraísse a sua
atenção e o seu interesse além de certa mulher em Denver.
      Pam concordou com a cabeça. Ela não pôde evitar se perguntar também se havia alguma
mulher em Denver que tinha o interesse de Dillon.
      —Todos vocês ainda moram perto uns dos outros? Ela perguntou.
      —Sim, vovô Raphael comprou muita terra nos anos trinta. Quando cada Westmoreland


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alcança a idade de vinte e cinco anos, recebe uma área de quarenta hectares de terra, e é por isso
que todos nós vivemos próximos um dos outros. Sendo o primo mais velho, herdei a casa da
família onde todo mundo se reúne na maior parte do tempo. Ele então perguntou a ela.
      —Que idade você tinha quando seu bisavô morreu?
      —Ele morreu antes que eu nascesse, mas sempre ouvi muito coisa sobre ele. E quanto a
Raphael? Que idade você tinha quando ele morreu?
      —Ele morreu antes que eu nascesse também. Minha bisavó viveu até meus dois anos, então
eu também não me lembro muito bem dela. Mas lembro dos meus avôs, vovô Stern e vovó Paula.
      Vovô Stern é quem realmente costumava contar histórias sobre Raphael, mas ele nunca
mencionava qualquer coisa sobre antigas esposas ou outros irmãos. De fato, ele pensava que
Raphael era filho único. E eu me pergunto o quanto ele realmente sabia a respeito do próprio pai.
      Pam pausou por um momento e então disse:
      —A maioria das famílias guardam segredos.
      —Sim, como Raphael fugir com a esposa de um pastor, ele disse.
      —E você acha que Raphael eventualmente se casou com ela?
      —Também não tenho certeza sobre isso, Dillon respondeu.
      —Já que ela estava legalmente casada com o pastor, não vejo como um casamento entre
eles possa ter acontecido, e é por isso que estou curioso sobre o que aconteceu depois que eles
fugiram da Geórgia.
      —Mas o nome dela assim como o de Portia, são mostrados como antigas esposas nos
documentos que você encontrou?
       Ela perguntou, tentando compreender o tipo de vida que o seu bisavô poderia ter levado.
      —Dois dos meus primos de Atlanta, Quade e Cole, possuem uma empresa de segurança e
fizeram uma investigação profunda desde o começo do século XX. Descobriram que as ações das
antigas terras de Raphael listam quatro diferentes mulheres como sendo suas esposas. Até agora
nós conhecemos apenas duas delas: a esposa do pastor e Portia Novak, que já era legalmente
casada. Podemos presumir que Raphael vivia com elas simulando serem casados.
      Ele ficou em silêncio por um momento e então com uma rápida olhada ao redor perguntou:
      —Você vem aqui com que frequência?
      A pergunta fez com que ela percebesse que eles estavam a muito tempo em pé e muito
próximos um do outro, ela então se moveu em direção à porta do sótão.
      —Não tão frequentemente quanto eu costumava vir antes. Eu voltei a Gamble no ano
passado quando o meu pai morreu. Como você, eu sou a filha mais velha e queria tomar conta das
minhas irmãs. Sou a tutora legal delas.
      Dillon concordou, ela andou e abriu a porta do sótão. Ele notou o modo como ela havia
interagido com as irmãs no jantar da noite anterior. Era óbvio que elas eram próximas.
      —O baú do meu bisavô está ali. Sei que ele e o seu bisavô eram sócios em negócios muito
lucrativos para a época. Sei que aí também tem registros dessas transações, assim como alguns
dos pertences de Raphael. Parece que ele fez uma saída relâmpago quando partiu de Gamble.
      Dillon deu uma olhada nela.


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      —Você tem alguma coisa que pertenceu a Raphael?
      —Sim, ela disse se movendo em direção ao baú.
      —Eu me esqueci de mencionar no jantar de ontem à noite.
      Ele entendeu a razão dela não ter dito antes. Seu noivo provavelmente diria alguma coisa
sobre isso. Era óbvio que o homem podia criar confusão por nada.
      Em vez de segui-la imediatamente para o baú, Dillon parou por um momento e ficou vendo
ela caminhar. Seu olhar estava fixo nela. A possibilidade de que uns poucos pertences do seu
bisavô pudessem estar dentro daquele baú o intrigou. Mas ela o intrigava ainda mais.
      Ela usando uma calça jeans e uma bonita blusa rosa que lhe acrescentava um toque super
feminino. Ele não pôde evitar de notar suas curvas sedutoras que se vislumbrava na calça jeans.
Caminhar atrás dela para subir os degraus até o sótão tinha sido um inferno. Ele estava certo que
o suor tinha brotado em na testa a cada passo que ela dava.
      Quando ela viu que ele não a estava seguindo, ela se voltou e deu-lhe um olhar intrigado.
      —Você está bem?
      Não, ele não estava nada bem. Uma parte do seu cérebro estava tentando convencê-lo
disso, embora ela fosse uma mulher comprometida ela ainda não era casada então ela ainda
estava disponível. Mas outra parte dele, a que olhava para o anel em seu dedo, sabia que fazer
qualquer movimento seria passar do limite. Mas inferno, ele estava tentado.
      Ela segurou o seu olhar, e ele percebeu naquele momento que ele ainda não havia dado
uma resposta a ela.
      —Sim, eu estou bem. Apenas me sinto oprimido. Se ela suspeitasse ser a razão disso.
      —Entendo como você se sente. Concordo com o que você disse ontem à noite no jantar. A
minha família também é muito importante para mim. Embora você nunca o tenha conhecido quer
saber tudo o quanto puder sobre o seu bisavô. Acho admirável isso de sua parte.
      Ela deu uma olhada rápida para o baú e então se voltou para ele.
      —Eu só espero que você não pense que vai descobrir tudo que há para saber sobre o seu
bisavô em apenas um dia, Dillon. Depois que você abrir aquele baú poderá surgir mais e mais
perguntas, e você terá que buscar mais respostas.
      —E se eu precisar voltar aqui?
      Ele perguntou, sabendo que ela sabia onde ele estava querendo chegar.
      —Você é bem-vindo pra voltar a hora que quiser.
      O olhar dele segurou o dela intensamente ao perguntar:
      —Fletcher concordará com isso? Como disse antes, não quero causar nenhum problema
entre vocês.
      —Não haverá problema algum. Agora, você não vai abrir o baú? Há anos tenho curiosidade e
vontade de fazer isso, mas era proibida de fazê-lo e por isso ele estava fora dos meus limites. Os
lábios dele se franziram nos cantos.
      —Mas uma vez admito ter descumprido as ordens e bisbilhotei por aqui. Naquela época, eu
não vi nada que mantivesse o meu interesse.
      Dillon sorriu enquanto cruzava em direção a ela. Como na casa dele, o sótão era enorme.


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Quando menino, o sótão tinha sido um de seus lugares favoritos para se esconder quando ele
queria ficar algum tempo sozinho.
      Este quarto estava cheio de caixas e baús, mas eles estavam organizados, não se parecia em
nada com o sótão da sua casa. E ainda tinha aquela única e pequena janela retangular que
permitia que apenas que entrasse luz do sol suficiente para iluminar o local.
      Ajoelhando, ele tirou uma chave que estava ao lado do baú e começou a colocá-la na
fechadura. Momentos mais tarde ele ergueu a tampa. Havia muitos documentos, livros de
contabilidade, algumas camisas de trabalho que haviam envelhecido com o tempo, uma garrafa de
vinho, uma bússola e um diário de aparência esfarrapada.
      Ele deu uma rápida olhada para Pam.
      —Se importa se eu der uma olhada nisso?
      —Não, não me importo. De fato, há uma carta dentro.
      Ele ergueu uma sobrancelha enquanto abria o diário e, viu que uma carta cujo envelope
estava amarelado, logo na frente. O nome no envelope ainda estava legível. Dizia simplesmente
Westmoreland. Ele deu uma olhada rápida de volta para ela.
      —Como eu disse antes, apesar do baú estar fora dos meus limites, eu não pude evitar e
bisbilhotei uma vez. Foi assim que eu soube da carta.
      Dillon não pôde esconder um sorriso enquanto abria a carta selada que dizia:
      —Quem quer que fique com os pertences de Raphael só precisa saber que ele era um
homem bom e decente e eu não o culpo por partir levando Portia com ele.
      Tinha sido assinada pelo bisavô de Pam, Jay. Dillon pôs a carta de volta no envelope e deu
uma olhada rápida para Pam.
      —Isso tudo é muito confuso pra mim. Você acha que pode me dar alguma luz?
      Ela agitou a cabeça.
      —Não, me desculpe. Mas um homem que não tem qualquer hostilidade contra o homem
que roubou a sua esposa é realmente estranho. Talvez Raphael tenha feito um favor a Jay caso ele
não quisesse mais se manter casado com ela. Mas esta teoria está realmente se enfraquecendo a
cada dia. A esposa de um homem pertence a ele, e Portia tinha sido a esposa de Jay.
      —E quanto a Lila Elms?
      Ela encolheu os ombros.
      —Não sei dizer nada sobre ela, exceto que eles devem ter se separado entre Atlanta e aqui,
eu sempre ouvi dizer que quando Raphael chegou a Gamble, que ele era que um homem solteiro.
      Ela deu uma rápida olhada no relógio.
      —Preciso fazer algumas ligações, então vou deixá-lo sozinho por algum tempo. Fique por
aqui o tempo que quiser, e se você precisar de mim, estarei no andar de baixo na cozinha.
      —Certo. Ela foi em direção à porta do sótão.
      —Pamela? Ela deu uma olhada rápida para trás.
      —Sim?Ele sorriu.
      —Obrigado. Ela sorriu de volta.
      —Não precisa agradecer.


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                                                  ***

      Dillon soltou uma profunda respiração no momento em que Pam partiu, fechando a porta
do sótão atrás de si. Pamela Novak era uma tentação que era melhor ele deixar para lá. O tempo
todo que ela esteve no sótão, ele tentou manter uma conversa, qualquer coisa que acalmasse o
desejo excessivo que corria por suas veias.
      O que ela tinha que arrepiava os seus sentidos todas as vezes que ela estava a três metros
dele? E que fazia um sem número de sensações não mencionadas e indefinidas correrem por ele?
Tinha difícil manter a compostura e controle quando estava ao lado dela.
      Talvez o seu dilema tivesse a ver com a compreensão dela por ele precisar descobrir a
estória da própria família, seu desejo de saber tanto quanto pudesse sobre Raphael
Westmoreland. Apesar de alguns de seus irmãos e primos não entenderam o que o movia, ainda
assim o apoiavam. Ele apreciava isso, mas suporte e compreensão eram duas coisas diferentes.
      Porém, ele tinha a sensação de que Pamela o entendia. Ela não só entendia como estava
disposta a ajudá-lo da maneira que pudesse, ainda que isso significasse deixar o seu noivo furioso.
      Decidindo que ele precisava fazer o que tinha se decidido a fazer quando veio a Gamble, ele
puxou uma cadeira de um canto e a colocou na frente do baú. Pegou o diário de Jay Novak, e
começou a ler.



     Capítulo 4



      Pam deu uma rápida olhada para o relógio na parede da cozinha. Dillon já estava no sótão a
mais de uma hora e ela não podia evitar e se perguntar como as coisas estavam indo. Mais de uma
vez ela pensou em subir e descobrir, mas decidiu não fazer isso. Em vez disso, ela se ocupou
examinando os scripts para as novas peças que os alunos tinham escrito.
      O toque do telefone interrompeu seus pensamentos e ela teve a sensação de saber quem
era sem nem ao menos precisar olhar ao identificador de chamadas. Suspirando profundamente,
ela atendeu ao telefone.
      — Alô?
      —Como você está, Pamela? É o Fletcher.
      —Estou bem, Fletcher. Como estão as coisas em Laramie?
      —Tudo bem, mas recebi um telefonema e vou ter que ir até Montana para checar uma loja.
Uma grande nevasca causou o corte de energia que durou alguns dias, e muitos dos produtos que
estavam sendo refrigerados estragaram.
      —Sinto muito ouvir isso.
      —Eu também. Isso significa que voarei para Montana para me encontrar com o
representante da companhia de seguro. Isso pode levar alguns dias, por isso não poderei voltar


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até o fim da semana.
      Ela podia mentir e dizer que sentia muito em ouvir isso, mas ela realmente não sentia. Ela
sabia que os dois precisavam de espaço e esse era o modo dela conseguir isso. Desde o dia em que
ela havia concordado em se casar com ele que ele a visitava praticamente todos os dias.
      —Você poderia me deixar feliz e vir até aqui passar um tempo comigo. —
      As palavras dele se intrometeram em seus pensamentos. Os dois ainda não tinham dormido
juntos. Embora ele tivesse tocado no assunto várias vezes, ela procurava evitava o assunto.
      —Obrigada pelo convite, mas tenho muito a fazer. Além disso, preciso ficar por aqui por
causa das minhas irmãs.
      Ela não tinha que vê-lo para saber que sua mandíbula estava agora mesmo provavelmente
apertada com raiva. Essa não era a primeira vez que ele tentava levá-la para uma viagem com ele
desde que eles se comprometeram. Por um momento ele não disse nada e quando falou ela não
ficou surpresa pela mudança de assunto.
      — O Westmoreland apareceu hoje por ai? Onde ele está?
      Ela não tinha nenhuma razão para mentir.
      —Sim, apareceu. De fato, ele ainda está aqui no sótão mexendo em algumas coisas.
      —Por que ele não pode pegar as coisas e levar para o hotel?
      O tom de Fletcher, assim como suas palavras, a aborreceram.
      —Não vi nenhuma razão para ele levar coisa alguma para o hotel. Lamento que você tenha
evidentemente um problema com isso.
      —Estou apenas cuidando de você, Pamela, ele disse depois de uma breve pausa.
      —É que eu sinto que você ainda não o conhece o suficiente para ficar sozinha com ele.
      —Acho que você deve encarar como mau julgamento da minha parte Fletcher. Adeus.
      Sem esperar que ele falasse mais alguma coisa, ela desligou o telefone. Ele bufaria por
algumas horas e mais tarde ligaria de volta e se desculparia assim que percebesse como ele havia
agido de forma controladora.
      Pam foi para a mesa e pegou os documentos mais uma vez, determinada a dobrar Fletcher e
sua atitude mais tarde. Ela concordou em se casar com ele e ela se casaria, não perder a casa da
família e o futuro de suas irmãs eram tudo para ela.

                                                   ***

      Dillon fechou o diário e ficou em pé para esticar as pernas. Ele estava acostumado a se vestir
de terno todos os dias, em vez da calça jeans e uma camisa casual. Aquela manhã ele verificou
com Ted Boston, seu gerente de negócios, como as coisas estavam na empresa Imobiliária, sem
surpresas Ted tinha tudo sob controle.
      Dillon tinha transformado a empresa em uma companhia de um bilhão de dólares com
trabalho duro e contratando as pessoas certas para trabalhar para ele.
      Ele deu uma olhada no relógio, achando difícil acreditar que já tinham se passado duas
horas. Ele olhou para o diário. Pelo menos parte de sua curiosidade tinha sido saciada sobre o que


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tinha acontecido a Lila a esposa do pastor da Geórgia.
      De acordo com o que Raphael tinha confidenciado a Jay, o velho pastor abusou de sua jovem
esposa. Os membros da igreja fingiam não ver o que acontecia por trás das portas do casal, e que
era apenas da conta deles, especialmente quando envolvia um pastor.
      Evidentemente, Raphael não via isso dessa maneira. Ele arquitetou um plano para salvar Lila
das garras do pastor abusivo, um plano que a família dele não apoiou. Depois de levar Lila do
Texas, Raphael foi seu protetor na pequena cidade de Copperhead, Texas, próxima a Austin.
      Raphael sempre foi somente o seu protetor, nunca foi o seu amante, e antes de partir
comprou um pequeno pedaço de terra e a presenteou para que ela pudesse ter um novo começo.
      Dillon sorriu, pensando que, pelo menos no caso de Lila, Raphael foi um salvador de esposas
e não um ladrão. Dada a situação da mulher, Dillon acreditou que teria feito a mesma coisa. Ele
descobriu que quando a questão era o sexo oposto, os homens Westmoreland tinham esta
sensação inveterada de proteção. Ele apenas lamentava que Raphael tivesse cortado os laços com
toda a família.
      No momento o estômago de Dillon começou a roncar, lembrando que ele não tinha comido
nada desde o café da manhã e já era tarde. Estava na hora de voltar para o hotel.

                                                   ***

      Pam ficou estava concentrada lendo um dos scripts de seus alunos quando de repente sentiu
sensações enrolarem dentro do seu estômago ao mesmo tempo em que arrepios começavam a
correr por seus braços.
      Ela deu uma olhada rápida para cima e encontrou o olhar de Dillon enquanto ele entrava na
cozinha. Ela se perguntou como o próprio corpo conhecia a presença dele antes da própria mente.
E por que agora as sensações que contorciam seu estômago agora se intensificaram.
      Ela decidiu falar antes que ele tivesse a chance de fazer isso, sem estar certa das sensações
combinadas com a voz terrivelmente rouca e sensual brincando com os sentidos dela.
      —Como foram as coisas? Descobriu qualquer coisa sobre o seu bisavô que você não sabia?
      Ela perguntou, desejando que ele não tivesse percebido a tensão em sua voz.
      Ele sorriu, e o efeito daquele sorriso foi tão ruim quanto se ele tivesse falado. Ele tinha um
sorriso com covinhas que mostrava lindos dentes brancos.
      —Sim. Pelo menos, graças ao diário do seu bisavô, eu pude resolver o mistério de Lila, a
mulher número um.
      —Eles se casaram eventualmente? Ela perguntou curiosa.
      —Não, pelo o que eu li, o pastor, marido de Lila, era um homem violento e Lila buscou a
ajuda de Raphael para escapar da situação. Ele a levou até Copperhead, Texas, ficando por perto
para ajudá-la a se estabelecer com uma nova identidade e então partiu.
      Pam assentiu com a cabeça.
      —Isso explica por que ele não era casado quando chegou aqui em Gamble.
      —Sim, mas não explica por que fugiu com a esposa do seu bisavô. E até agora nada do que


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eu li explica isso, mas eu ainda não consegui ler o diário inteiro. Nem mesmo a metade. Jay
divagava e falava sobre os negócios de laticínios e como estava indo. Mas do que eu já li até agora,
parece que ele e Raphael eram próximos, o que não explica como meu bisavô poderia tê-lo traído
do modo que o fez.
      Pam não disse nada por um momento e então ela perguntou.
      — Então, você vai dar uma pausa antes de continuar?
      —Não, está ficando tarde e acho que não será uma boa ideia estar por aqui quando o seu
noivo chegar à noite. Eu já fiquei aqui hoje, e agradeço por você me dar a chance de ler o diário.
      —Você será sempre bem-vindo. E antes que ela pudesse pensar melhor disse
      —Gostaria de te convidar para o jantar. Estou certa de que minhas irmãs adorariam ouvir o
que você descobriu hoje. Acho que você atraiu o interesse delas no jantar de ontem à noite e elas
veem a história como um pequeno mistério de família que precisa ser desvendado. De um jeito ou
de outro, todo mundo já ouviu falar de Raphael Westmoreland e como ele fugiu com a primeira
esposa do meu bisavô. Dillon se debruçou no gabinete da cozinha.
      —Fico surpreso que por ninguém na sua família teve curiosidade suficiente para descobrir o
que realmente aconteceu. Pam encolheu os ombros.
      —Acho que você precisa entender que algumas mulheres pensam como a minha bisavó.
Tenho certeza que ela não se importou que sua parente tenha fugido com outro homem, quanto
menos a família falasse sobre Portia, melhor.
      Ela balançou a cabeça e olhou para ele.
      —Então você aceitará o convite e ficará para jantar?
      As palavras de Pam se intrometeram nos pensamentos dele e ele olhou para ela, segurando
o olhar dela por um momento.
      —E quanto a Fletcher? Como ele vai lidar comigo sentando na sua mesa de jantar por duas
noites seguidas?
      Ele assistiu enquanto ela mordia nervosamente o lábio inferior e então erguia o queixo.
      —Não há nada de errado eu convidar alguém que considero um amigo da família para o
jantar. Além disso, Fletcher estará viajando por alguns dias.
      Ele movimentou a cabeça, considerando as palavras dela e decidiu não ler qualquer coisa
nelas. Era um convite para jantar, nada mais. Contanto que ele se lembrasse de que ela era uma
mulher comprometida, tudo ia ficar bem.
      O único problema era que quanto mais ele a via, mais ele queria estar ao seu lado, e mais ele
se sentia atraído por ela. E quanto mais ele se sentia atraído por ela, isso ele podia admitir, sendo
honrado ou não, ele a queria.
      Ele engoliu em seco e intencionalmente olhou para fora da janela, precisava quebrar o
contato com o olhar da Pam. O que ele tinha admitido interiormente não era bom, mas ele estava
sendo honrado consigo mesmo. Isso significava que assim que ele pudesse descobrir todas as
respostas que queria sobre Raphael, ele esperava que nos próximos dias, ele retornaria para casa.
      Ele deu uma rápida olhada ao redor dela, encontrando seu olhar, e sentiu o puxão da
atração, e se embora ela nunca admitisse isso para ninguém, nem para si mesma, ele sabia que


                                                                                                    30
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era mútuo. Ele sabia que devia perguntar se podia levar o diário para o hotel e passar os próximos
dias lendo-o, fora de tal proximidade íntima com ela e esta química sexual incomum que ele sentia
sempre que eles estavam próximos um do outro. Mas por alguma razão ele não podia.
       —Se você está certa do convite, então, sim, eu adoraria me juntar a você e as suas irmãs
para jantar.

                                                  ***

        —E você está certa de que ele vai voltar para o jantar, Pammie? Perguntou Nadia com a voz
excitada enquanto ajudava a irmã mais velha a colocar a mesa.
        Pam ergueu uma sobrancelha. Ela não se lembrava da última vez que Nadia ou Paige tinham
ficado tão excitadas por alguém ir jantar com elas, menos ainda um homem. A primeira vez que
ela convidou Fletcher, elas quase haviam boicotado o jantar até que ela teve uma dura e longa
conversa sobre os modos dos Novak.
        —Sim, ele disse que voltaria para o hotel para trocar de roupa e depois voltaria.
        —Você não acha que ele é muito bonito, Pam? Paige perguntou cantando.
        Pam se voltou, depois de colocar o último prato na mesa, e enfrentou as três irmãs. Embora
Jill não tivesse dado voz a sua excitação, Pam sabia que ela estava lá, ela podia ver claramente em
seu rosto.
        A única coisa que ela não queria era que as irmãs pensassem que a presença de Dillon no
jantar tinha alguma coisa a ver com o compromisso dela com Fletcher. Ela sabia o que elas
estavam tentando fazer, e estava na hora dela ter certeza de que elas entendiam que isso não
estava dando certo.
        —Sim, ele é bonito, Paige, assim como Fletcher. Mas eu não vou me casar com um homem
por causa de sua aparência. Eu não sou tão vaidosa e espero que as três também não sejam. Para
ser muito clara, o que as três estão fazendo não está dando certo, eu me casarei com o Fletcher.
Jill sorriu.
        —Nós não temos nenhuma ideia do que você está falando, Pam.
        Pam revirou os olhos e estava para repreendê-las quando o som da campainha a impediu.
        —Chegou nosso convidado, eu espero quero que vocês se comportem, e, por favor,
mantenham em mente que eu estou comprometida com o Fletcher.
        Jill fez uma careta e então disse:
        — Por favor, não nos lembre.

                                                  ***

      —Nós estamos contentes por você ter descoberto algo sobre o seu bisavô hoje, Dillon. Nadia
disse, sorrindo.
      Dillon não pôde evitar e retribuiu o sorriso, pensando que ela o lembrava muito sua prima
Bailey quando ela tinha a mesma idade de Nadia. Ela possuía uma inocência, mas ao mesmo


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  • 1. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Brenda Jackson Jeito Westmoreland Westmoreland 16 www.BAIXELIVRO.com Numa noite Dillon conhece a mulher mais linda que já viu em toda a sua vida e só de ouví-la sente um frio correr por sua barriga. Pamela é uma mulher comprometida e para Dillon esse é um verdadeiro Tabu, ela parece estar totalmente fora de lugar e não pertencer a Gamble, Wyoming, Então, por que será que ele não consegue parar de pensar nela? E por que diabos ele está tão ansioso para vê-la novamente? Ele não tem como negar a forte atração que sente por ela, e percebe que NADA é suficiente para impedí-lo de ser dominado por essa paixão avassaladora. REVISÃO EM INGLES Envio do Arquivo: Valeria Fratini Costa Tradução Mec.: Gisa Revisão Inicial: Ana Mota Revisão Final: Adriboa Formatação: Byba Logo e Arte: Suzana Pandora Tiamat - World 1
  • 2. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Comentário Ana Mota: Hmm, não gostei... típica estória em que a mocinha se sacrifica pela família... o mocinho quer descobrir sobre a vida do bisavô... sinceramente, só um milionário entediado mesmo para gastar tempo e dinheiro para fazer isso... Agora, quanto ao 'jeito westmoreland' de fazer aquilo, as meninas devem gostar rsrsrs Comentário Adriboa: Até a ½ do livro não há ninguém que Soca ou Martela, não há nem mesmo quem receba o impacto da Marreta, mas isso não te impede de subir pelas paredes somente com a descrição dos olhares que esse Nego Lazareeento dá. Dizem que uma mulher não pode se considerar realmente beijada se ainda não provou dos Beiços diMel de um desses Westmoreland FDP. Eu ainda não tive a sorte de provar esse Prazer diVerdade, mas te garanto que só de provar os Beiços diMel diPapel desse Nego Lazareeento, minhas entranhas se contorceram de uma tal maneira que até agora eu estou tentando desatar os nós e encontrar as pontas pra poder dizer onde começa o Intestino Delgado e onde termina o Intestino GROSSO! Querido leitor, Quando eu introduzi os Westmorelands com a história de Delaney quase oito anos atrás, nunca pensei que eu iria além das doze histórias que incluíram Delaney e seus onze irmãos e primos. Então eu apresentei o Tio Corey e tive que familiarizar com os trigêmeos que ele nunca soube que existia. Doze livros então se tornaram quinze. E não, eu ainda não acabei! Encontre os Westmorelands de Denver, Colorado, que são primos perdidos há muito tempo do nosso grupo de Atlanta. Os homens são todos quentes e as mulheres teimosas. Eles são totalmente Westmorelands, e espero que você se divirta lendo suas histórias e vendo enquanto eles acham o verdadeiro amor eterno. O mais velho do clã de Denver é Dillon, um homem que já tentou o casamento antes, e descobriu que isso não era para ele, não tendo nenhuma intenção de tentá-lo novamente. Pelo menos esse era o seu intento antes de se encontrar com Pamela Novak. Ele então descobre que continuar solteiro não é mais uma opção, mas ele tem que enfrentar numerosos desafios antes de poder torná-la sua. Mas este Westmoreland de Denver não deixará nada ficar em seu caminho - nem mesmo o noivo de Pamela. Obrigada por fazer dos Westmorelands uma família muito especial, e eu espero ansiosa trazer para você mais livros de desejo ardente, amor e paixão infinitas. Boa Leitura! Brenda Jackson 2
  • 3. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos. —Provérbios 4:26. “Para meu marido, o amor da minha vida e meu melhor amigo, Sr. Gerald Jackson. Para todos os que gostam de ler um romance da Brenda Jackson, este é para você!”. Prólogo —Eu sei o quanto significa para você descobrir tudo a respeito do passado do seu avô, e te desejo o melhor nessa cruzada. Se precisar de qualquer coisa, você, seus irmãos e seus primos devem saber que os Westmorelands de Atlanta estão aqui. Nos chame a qualquer hora que precisar. Dillon Westmoreland bebeu toda a taça de vinho antes de seus olhos se encontrarem com os olhos do homem mais velho. Ele conheceu James Westmoreland apenas onze meses atrás. Ele chegou de Denver, Colorado, com seus filhos e sobrinhos, informando serem da família e eles tinham toda a documentação para provar. —Obrigado, senhor, Dillon disse. Sua chegada inesperada ao Rancho Shady Tree havia respondido a muitas perguntas, mas tinha criado outras tantas. Depois de anos pensando que não tinham nenhum parente vivo fora os de Denver, era bom saber que havia outros, que em nenhum momento hesitaram em considerá-los como sendo um deles. Dillon deu uma olhada rápida ao redor da festa de casamento do primo Reggie e sua esposa Olivia. Dillon e todos os outros Westmorelands do clã de Denver, conheceram oficialmente Reggie e todos os outros Westmorelands do clã de Atlanta em uma grande reunião familiar a alguns meses atrás. Só foi necessário um olhar para saber que eles eram realmente parentes. As feições, a aparência e o corpo eram praticamente os mesmos. Ninguém ficou surpreso uma vez que seus bisavôs, Reginald e Raphael eram gêmeos idênticos. Dillon agora conhecia a história de como o seu bisavô, Raphael Westmoreland, se separou da família aos vinte e dois anos de idade. Ele deixou Atlanta, Geórgia, com a esposa do pastor da 3
  • 4. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 cidade. Foi considerado um ato desprezível e Raphael imediatamente ficou conhecido como a ovelha negra da família Westmoreland, e nunca mais eles ouviram falar dele novamente. Muitos apostavam que ele tinha morrido antes de completar vinte e cinco anos, devido aos anúncios de recompensa por ter roubado a esposa de outro homem. Poucos sabiam que Raphael chegou a Denver, casou e teve um filho que lhe deu dois netos, que por sua vez o abençoaram com quinze bisnetos. Dillon se orgulhava em dizer, aos trinta e seis anos, que era o bisneto mais velho de Raphael. Isso deixava o legado dos Westmoreland do clã de Denver diretamente sobre os seus ombros. Não foi fácil, mas ele fez o melhor para guiar a sua família. E ele não se deu mal. Todos os quinze eram muito bem sucedidos nos seus destinos, até mesmo os três que ainda estavam na faculdade. Mas era realmente difícil dizer o mesmo a respeito de Bane, seu irmão mais novo, ele teve vários problemas ocasionais com a justiça, levando Dillon à delegacia de polícia muito mais do que ele gostaria. —Você ainda está determinado a descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu com o seu bisavô e com suas outras esposas, se é que houve mesmo outras esposas? James Westmoreland perguntou a ele. —Sim, senhor. Eu pretendo fazer isso ainda esse ano, talvez em Novembro, vou tirar uns dias de férias na empresa e viajarei pra Wyoming, disse Dillon. Através das pesquisas da genealogia de James Westmoreland, ele conseguiu descobrir e encontrar a família de Dillon. Agora estava nas mãos dos Westmorelands do clã de Denver encontrar as respostas para todas as perguntas que ainda assombravam a sua linhagem. Essa era uma das razões pela qual a viagem para Wyoming era tão importante para ele. —Certo, Dillon, tio James já abusou muito da sua paciência. Dillon não conseguiu evitar e riu quando o primo Dare Westmoreland falou e saiu andando. Se havia alguma dúvida de que os Westmorelands do clã de Atlanta e os do clã de Denver eram realmente parentes, tudo o que tinham que fazer era compará-lo a Dare. Suas feições eram tão parecidas que eles podiam muito bem passar por irmãos ao invés de primos. —Eu não me importo, disse sinceramente. —Eu estou me divertindo muito. —Bem, não se divirta demais, Dare respondeu com um grande sorriso. —Assim que Reggie e Olivia saírem para a lua de mel, iremos para a casa do Chase para uma partida de pôquer. Dillon ergueu uma sobrancelha. — A última vez que joguei pôquer com vocês, quase perdi as calças, disse incapaz de esconder o sorriso. Dare deu-lhe um belo tapa nas costas. —Tudo o que eu posso dizer a você Dillon, é: seja bem-vindo à família. Capítulo 1 4
  • 5. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 —Você perdeu o juízo Pam? Não importa o que você diga, nós não iremos deixar você fazer isso. Você já desistiu de tanto por nós. Nós apenas não podemos. Pamela Novak sorriu enquanto dava uma rápida olhada por sobre os ombros e via os três rostos familiares com o cenho franzido para ela e depressa decidiu que seria melhor dar toda a sua atenção à elas. Secando as mãos em uma toalha, ela se afastou da pia para enfrentá-las. Se perguntou o que precisava fazer para que suas irmãs entendessem que ela tinha que fazer o que tinha que fazer. Não apenas para o benefício próprio mais principalmente pelo delas. Fletcher a estava pressionando a casar-se com ele no Natal e eles já estavam na primeira semana de novembro. Até agora eles não tinham marcado uma data, mas ele falava sobre isso todas as vezes que a via. Ele já tinha deixado bem claro que não queria um compromisso longo e, considerando tudo, um compromisso longo também não seria do interesse dela. Ela mordiscou o lábio inferior, tentando pensar em uma rápida estratégia que fosse efetiva. Se ela pudesse convencer sua irmã Jillian da importância do que estava por fazer, então Paige e Nadia acabariam aceitando. Mas convencer Jillian era o problema, ela não gostava de Fletcher. —E o que a faz pensar que eu estou sendo forçada a fazer a fazer algo contra a minha vontade, em vez de algo que eu queira fazer? Pamela finalmente decidiu perguntar às três. Claro, foi Jillian quem primeiro começou a falar. Jill, como era chamada pela maioria das pessoas em Gamble, Wyoming, aos dezessete anos era sênior no segundo grau e era bem esquentadinha. Também era rápida como um chicote. O maior sonho de Pam era que Jill partisse de Gamble, no próximo outono, para frequentar a Universidade de Wyoming em Laramie, e seguir o sonho de um dia se tornar uma neurocirurgiã. E Paige com quinze e Nadia treze logo estariam prontas a seguir seus passos. Pam queria ter certeza de ter os fundos necessários para a faculdade quando essa hora chegasse. Ela também queria ter a certeza de que se suas irmãs algum dia ainda quisessem voltar para Gamble, de que elas tivessem uma casa aqui esperando por elas. Ao aceitar a proposta de casamento de Fletcher, Pam estava certa de que todas essas coisas se tornariam possíveis. —Você está sacrificando a sua felicidade, Pam. Nós não somos estúpidas. Que mulher em seu juízo perfeito gostaria de se casar com um imbecil como Fletcher Mallard? Jill disse corajosamente. Pam teve que lutar para manter o rosto impassível quando disse: —Ele não é um imbecil, na verdade Fletcher é um homem bastante agradável. —Só quando ele não está sendo obtuso e arrogante, o que acontece na maior parte do tempo. Ele já acha que pode mandar nas coisas por aqui. Nós estamos indo muito bem sem ele, foi à resposta amarga de Jill. E após um respiro fundo continuou a dizer: —Nós não nos importamos de perder essa casa e não daremos a mínima se não pudermos ir para a faculdade. Nós nos recusamos a deixar você se casar com aquele homem pra proteger o que você vê como um futuro brilhante pra nós. Falando de futuro, você deveria voltar para a Califórnia e trabalhar em um filme de verdade em vez de passar seu tempo dando aulas na escola de teatro. Você é formada em teatro, Pam. Seu sonho sempre foi ser uma atriz. É sua paixão. Você não deveria ter que desistir disso por nós. 5
  • 6. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Pam inalou profundamente. Ela já tinha passado por isso antes com as suas irmãs. O problema era que elas sabiam demais sobre a situação, algo que ela desejava que não tivesse acontecido. Infelizmente para ela, elas estavam em casa no dia em que Lester Gadling, o advogado do pai delas, a visitou para dar as más notícias e elas escutaram tudo. —Mas eu não estou na Califórnia. E estou feliz por estar aqui em Gamble e trabalhar como professora em uma escola de atores, dando a outros a mesma oportunidade que eu recebi, ela disse o oposto do que sentia. Ela parou por um segundo e então disse: —Escutem mocinhas, eu tomei essa decisão porque amo vocês. —E nós amamos você também Pammie. Nadia respondeu. —Mas nós não podemos deixar que você desista de sua chance de um dia encontrar um cara legal e... —Fletcher é um cara legal, ela disse. Porém, tudo o que ela recebeu como resposta por seus esforços foram três pares de olhos se revirando. —Não, ele não é, Paige falou mais alto. —Eu estava no banco um dia quando ele deu uma bronca em um dos caixas por fazê-lo esperar na fila por tanto tempo. Ele pensa que é muita coisa só porque possui uma rede de supermercados. —Está certo, você viu o seu lado ruim apenas uma vez, Pam disse. —No fundo ele é uma pessoa amável e está disposto a nos ajudar, não é? —Sim, mas olhe o que ele vai conseguir: a nossa casa e a mulher solteira mais bonita de Gamble. Jill assinalou. —Uma mulher solteira que já não é tão jovem assim e que fará trinta em apenas alguns meses. Você não acha que já na hora de eu me casar? —Sim, mas não com ele, Jill implorou. —Qualquer um, menos ele. Pam deu uma olhada rápida no relógio da cozinha. Fletcher vinha para jantar e chegaria a qualquer momento, ela precisava ter certeza de que as irmãs deixariam esse assunto para trás. Elas agora tinham que aceitar que ela era uma mulher comprometida e que seguiria em frente. Ela, entre todas as pessoas, sabia que Fletcher tinha suas falhas e que às vezes podia ser arrogante, mas ela podia lidar com isso. O que ela se recusava a lidar era deixar suas irmãs perderem a única casa que conheceram e uma chance de realizar seus sonhos de frequentarem a faculdade que sempre desejaram. Ela não pôde evitar de se perguntou o que o pai dela tinha pensado ao fazer uma segunda hipoteca na casa, uma hipoteca cujo pagamento completo era esperado dentro de um ano após sua morte. Não tinha nenhuma maneira de que ela pudesse encontrar um milhão de dólares. E Fletcher, no papel de amigo, fez uma oferta que ela não podia recusar. Não seria um casamento de amor, ele estava completamente ciente disso. Ela porém concordou em cumprir suas obrigações de esposa. Um dia ele ia querer filhos e ela também. E Pam estava determinada a tirar o maior proveito do casamento e ser uma boa esposa para ele. —Quero que as três me façam uma promessa, ela finalmente disse às irmãs. 6
  • 7. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 —Que tipo de promessa? Jill perguntou, erguendo uma sobrancelha com suspeita. —Quero que vocês me prometam que farão tudo o que eu pedir em relação ao meu compromisso com Fletcher. Que vocês me farão feliz ao apoiar o meu casamento com ele. —Mas você será realmente feliz, Pammie? Paige perguntou com uma expressão que disse que ela realmente queria saber a resposta. Não, ela não estaria realmente feliz, mas as irmãs não precisavam saber isso, Pam pensou. Elas nunca deveriam saber a extensão do sacrifício dela. Com essa decisão em mente, Pam ergueu o queixo olhando as três nos olhos e disse uma mentira que sabia que valeria a pena no final. —Sim, ela disse com um sorriso falso congelando os seus lábios. —Eu serei muito feliz e quero me casar com Fletcher. Agora me prometam. Jill, Paige e Nadia hesitaram apenas por um minuto e então simultaneamente disseram: — Nós prometemos. —Que bom. Quando Pam voltou-se para a pia, as três meninas trocaram olhares e sorriram. Seus dedos estavam cruzados as costas enquanto elas faziam a promessa. *** Era provavelmente falta de consideração da parte dele aparecer sem ligar antes, Dillon pensou, enquanto entrava na longa rua que marcava como Domicílio Novak. Ele chegou cedo naquela mesma manhã a Gamble, Wyoming, tendo um único objetivo em mente. O que teria acontecido às outras quatro esposas do bisavô, aquelas que ele teve antes de se casar com a bisavó de Dillon, Gemma? De acordo com a pesquisa genealógica que James Westmoreland fez, Gamble foi o primeiro lugar que Raphael ficou depois de deixar Atlanta, e um homem com o nome de Jay Novak foi seu sócio em uma empresa de laticínios. Dillon teria ligado, mas não conseguiu sinal no celular. Roy Davis, o homem que possuía o único hotel em Gamble explicou que era porque Gamble estava em uma área tão rural que conseguir um bom sinal era quase impossível. Dillon agitou a cabeça. Era absurdo que nos dias de hoje existisse uma cidade em que não se podia conseguir um sinal de celular decente quando se precisava dele. Finalmente ele conseguiu o sinal e chamou ao seu secretário pra verificar as pendências no escritório. Nada que o surpreendesse uma vez que tudo estava sob controle, ele contratou as pessoas certas para ter certeza de que sua empresa imobiliária de um bilhão de dólares continuasse a ser um sucesso estando ele lá ou não. Dillon estacionou o carro atrás de outro carro, do outro lado da calçada e deu uma rápida olhada para a enorme casa vitoriana com telhado de telha. O projeto era bem parecido com a casa dele em Denver e se perguntou se isso era uma coincidência. De acordo com o que ouviu, quatro irmãs ocupavam a casa e a mais velha se chamava 7
  • 8. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Pamela Novak. Ele entendia que a Sra. Novak teve uma carreira de atriz com altos e baixos na Califórnia e tinha voltado para Gamble com a morte do pai. Ela agora dava aulas de teatro na escola onde uma antiga professora deixou o cargo recentemente ocupado por ela. Quando Dillon saiu do carro alugado, alongou as pernas. Como a maioria dos Westmorelands ele era alto, e por causa de sua altura ele sempre gostou de jogar basquete. E já estava pronto para começar uma carreira na NBA1 quando soube da queda do avião que levou para sempre as vidas de seus pais, de sua tia e do seu tio, deixando quatorze jovens Westmorelands aos seus cuidados. Não foi fácil e Tammi, sua namorada da faculdade, declarou que ficaria ao seu lado não importando o que acontecesse. Menos de seis meses depois do casamento ela fugiu e voltou para sua casa, bradando aos quatro ventos que não poderia viver no rancho com um bando de pagãos. Isso aconteceu logo depois que ela falhou ao tentar convencê-lo a colocar seu irmão mais novo Bane, que tinha oito anos na época; seus primos de dez anos os gêmeos Adrian e Aiden e Bailey com sete, pra adoção porque eles sempre estavam aprontando algo de errado. Ele entendia que a maior parte das travessuras deles eram mais para chamar sua atenção, por eles terem perdido aos pais. Tammi, porém não conseguiu ver por esse lado e quis acabar com o casamento. O lado bom do divórcio é que ele percebeu que deveria permanecer solteiro e, já que ele era o cabeça da família, deveria permanecer assim. Outro lado bom em decorrência do divórcio era que os Westmorelands mais novos, todos com exceção de Bane, se sentiram culpados por Tammi partir e melhoraram o comportamento. Agora os gêmeos e Bailey estavam na faculdade. Quanto a Bane… ainda era Bane. —O Senhor está perdido? Dillon deu meia volta e examinou dois pares de olhos castanhos escuros a alguns metros de distância. Gêmeas? Não, mas elas poderiam muito bem passar por tal. Mas, agora ele podia ver que uma das adolescentes era mais ou menos uma cabeça mais alta do que a outra. —Então, está ou não? Ele sorriu. Evidentemente ele não falou rápido o suficiente para se adaptar a elas. —Não, eu não estou perdido se aqui for à casa dos Novaks. A mais alta das duas disse: —Eu sou uma Novak. Nós duas somos. Dillon riu. —Então acho que estou no lugar certo. —Quem você quer ver? —Quero ver Pamela Novak. A mais nova das duas concordou com a cabeça. —Ela é nossa irmã. Está em casa conversando com ele. Dillon ergueu uma sobrancelha. Ele não tinha nenhuma ideia de quem era ‘ele’ e pelo modo desagradável como foi dito, ele realmente não estava certo de que queria descobrir. 1 NBA (National Basketball Association) - uma das principais liga de basquetebol do mundo, localizada na América do Norte. Foi criada em 1946 sob o nome de BAA (Basketball Association of America). Em 1949, se fundiu com a NBL (National Basketball League) e foi renomeada NBA. 8
  • 9. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 —Se ela estiver ocupada, posso voltar mais tarde, ele disse, recuando em direção ao carro. —Sim, porque ele poderia ficar com raiva se pensasse que você veio para ver Pammie, a mais velha disse. Um olhar de travesso brilhou em seus olhos enquanto as duas meninas trocavam olhares e sorriam. E então, gritaram o mais alto possível —Pammie tem um homem aqui procurando por você! Dillon se debruçou contra o carro com os braços cruzados sobre o tórax, sabendo que tinha sido pego em uma armadilha, e as duas adolescentes estavam se divertindo às suas custas. Ele não estava certo do que pensar até que a porta da casa se abriu. Naquele momento ele literalmente se esqueceu de respirar. Uma mulher extremamente bonita saiu. Não importava o fato de que ela esta de cenho franzindo. A única coisa que importava era que ela era uma mulher magnífica, definitivamente a espécime mais bonita que ele já viu respirar. Ela não tinha mais do que um metro e setenta, era esbelta e as curvas nos lugares certos, usava uma calça jeans. O cabelo preto comprido fluía ao redor dos seus ombros, tinha uma pele marrom médio que combinava com o resto de suas feições. A cor dos olhos era o mesmo marrom escuro das duas pirralhas, e ela tinha um nariz erguido que ficava perfeito no rosto. Ela era definitivamente uma beleza. Uma beleza com cabelo da cor de corvo que o deixou ofegante. —Aqui é propriedade particular. Em que posso ajudá-lo? Ele olhou para o homem grande que estava logo atrás dela na entrada e que fez a pergunta em um tom alto e nervoso. Ele encarava Dillon como se sua presença o aborrecesse muito. Dillon depressa percebeu que esse deveria ser o ‘ele’ a que as meninas tinham se referido, e estava para abrir a boca para falar quando a mais velha das duas meninas disse: —Não, você não pode ajudar porque ele não veio te ver, Fletcher. Ele veio ver a Pammie. Uma cara feia toldou o rosto do homem ao mesmo tempo em que um sorriso aparecia nos lábios da adolescente. Não era difícil ver que ela estava deliberadamente tentando irritá-lo. —Paige e Nadia, vocês não deveriam estar lá em cima fazendo suas lições? A magnífica mulher perguntou as duas antes de dar um olhar curioso para Dillon. Diferente de seu amigo, ela tinha um sorriso brilhante e o rosto alegre. —Pamela Novak? Ele se ouviu perguntando, tentando levar ar aos pulmões. Ele já viu mulheres bonitas antes, mas essa tinha algo que mexia com o lado macho que havia dentro dele. —Sim, ela disse ainda sorrindo enquanto descia os degraus na direção dele. Ele se afastou do carro e começou a se mover em direção a ela também. —Espere um minuto, Pamela, o homem grande gritou. —Você não conhece este homem, não deveria ser tão gentil e agradável com estranhos. —Talvez você devesse seguir o exemplo dela, Fletcher. Uma voz que Dillon não tinha ouvido antes falou mais alto entrando na briga. Ele deu uma olhada rápida para trás do homem enorme e viu uma jovem mulher, provavelmente com uns dezessete ou dezoito anos saindo na porta. Outra irmã ele imaginou devido às semelhanças em suas feições. 9
  • 10. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Pamela Novak continuou a caminhar e quando parou na frente de Dillon, estendeu a mão. —Sim, sou Pamela Novak, e você é…? Ele aceitou a sua mão e imediatamente sentiu um calor que começou a fluir por todo o seu corpo. Sentiu então um frio no fundo do estômago que começou a descer. Até mesmo a visão de seu anel de compromisso não foram suficientes para parar as sensações que o estavam engolfando. Ele observou o movimento de sua boca, fascinado com seus lábios e pensando que eles tinham um bonito formato. Ele sentiu o estômago apertar quando ergueu o olhar dos lábios e encontrou os seus olhos. —Sou Dillon Westmoreland. Ele viu sua sobrancelha se erguer rapidamente, embora ela mantivesse o mesmo sorriso. Ele podia dizer que ela estava procurando em sua memória como, quando e onde ela se recordava do sobrenome. Ele decidiu ajudá-la. —Soube que o meu bisavô, Raphael Westmoreland, foi sócio nos negócios do seu bisavô, Jay Winston Novak. O sorriso nos lábios se transformou em um riso total. —Oh, sim, Raphael Westmoreland. O ladrão de esposas. Ele não pôde parar o espasmo dos lábios e sorriu. —Sim, eu já ouvi a respeito. De fato, essa é a razão pela qual eu estou aqui. Eu... —O que ele quer Pamela? Dillon podia dizer pelo endurecer dos ombros de Pamela Novak que ela desejou que o homem enorme ficasse quieto pelo menos uma vez. —Ele é seu noivo? Ele não pôde evitar e perguntou. Ela encontrou o seu olhar e o estudou por um momento antes de dizer: —Sim. Ela então inclinou a cabeça e a girou por sobre o ombro. —Esse é Dillon Westmoreland. Nossos bisavôs foram sócios então eu o considero um amigo da família. Ela depressa se voltou para Dillon, presentou-o com outro sorriso e sussurrou: —Você sabe que eu digo isso livremente considerando a reputação do seu bisavô. Agora era a vez de Dillon rir. —A razão de eu estar aqui é para descobrir tudo o que puder sobre essa reputação já que só recentemente descobri que ele tinha uma e... —O que ele quer Pamela? Antes que ela pudesse responder a mais nova das adolescentes abusadas disse: —Nós já te falamos. Ele quer Pammie. A carranca do homem enorme se aprofundou e Dillon soube que a jovem não queria dizer isso no modo como soou, mas basicamente falou a verdade. Ele estava atraído por Pamela Novak. Invadir o território de outro homem era o estilo de Raphael Westmoreland, mas não o dele. Porém, naquele momento Dillon não sentiu nenhuma culpa pelos pensamentos que passavam por 10
  • 11. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 sua cabeça, especialmente porque aparentemente a mulher estava comprometida com um imbecil. Mas isso era da conta dela, não dele. O homem desceu os degraus e foi em direção a eles e Dillon conseguiu julgá-lo rapidamente. Ele usava terno e sapatos de couro preto caros. A camisa e a gravata também não pareciam baratas, o que significava que ele, de algum modo, era um bem sucedido homem de negócios. Quando ele parou na sua frente, Dillon estendeu sua mão ao homem. —Sou Dillon Westmoreland, e como a Sra. Novak disse, um amigo da família. A razão por eu estar aqui, ele decidiu adicionar, é que estou pesquisando a história da minha família. O homem balançou a mão dele. —Sou Fletcher Mallard, noivo de Pamela, ele falou como se precisasse mostrar que ela pertencia a ele. Dillon deu um passo largo e pensou que muita coisa pode ser dito sobre um homem apenas pela maneira do seu aperto de mão, e este homem tinha todos os seus sinais falando. Ele deu um aperto de mão que frequentemente costumava mostrar força e poder. Um homem confiante não precisaria de tal tática. Este homem era inseguro. Mallard olhou para Dillon ceticamente. —E o que você quer saber? O sorriso saiu dos lábios de Pamela Novak e ela realmente encarou o noivo. —Não há nenhuma razão para você perguntar isso a ele, Fletcher. O Sr. Westmoreland é um amigo da família e isso é tudo que importa agora. Como se as palavras dela determinassem tudo, ela voltou-se para Dillon com um sorriso. —Por favor Sr. Westmoreland, junte-se a nós no jantar e então você poderá nos dizer como poderemos ajudá-lo com as informações sobre a história da sua família. Teria sido tão fácil e menos complicado se ele tivesse recusado, mas havia algo em Fletcher Mallard que deixou Dillon sinceramente irritado e o forçou a aceitar o convite. —Obrigado, Sra. Novak, eu adoraria ficar para o jantar. Capítulo 2 Pam soube que foi um erro convidar Dillon Westmoreland para jantar no momento em que ele se acomodou à mesa. Ela queria poder dizer que Fletcher estava agindo de forma incomum, mas ela já tinha visto ele se comportar desta maneira antes, quando outro homem demonstrou estar interesse por ela. Mas o mais estranho era que Dillon não tinha realmente demonstrado nenhum interesse por ela, ela não conseguia entender o por que de Fletcher estar sendo tão territorial. A menos que ele tivesse percebido o interesse dela em Dillon. Ela descartou de sua mente tal absurdo. Ela não estava interessada em Dillon, estava meramente curiosa. Que mulher não ficaria interessada em um homem como Dillon 11
  • 12. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Westmoreland. Ele tinha pelo menos um metro e noventa, suas feições eram da cor do café, com um rosto angular que ostentava uma mandíbula firme, um par de covinhas atraente, lábios cheios e os olhos mais escuros que ela já viu em um homem. Ela estava comprometida, mas não estava cega. E quando ele se sentou à mesa para se juntar a eles para o jantar, sua presença era tão poderosamente masculina de um jeito que a distraía. Ela deu uma rápida olhada ao redor da mesa e não pôde evitar de notar o fascínio de suas irmãs por ele, também. —Então Westmoreland, de onde você é? Sentiu sua espinha se enrijeceu ao ouvir a pergunta de Fletcher. Ela não tinha convidado Dillon para jantar para ele ser interrogado, mas ela sabia que Fletcher não ficaria satisfeito até que conseguisse algumas respostas. Ela também sabia que assim que as conseguisse, ele também não ficaria contente. —Eu sou de Denver, respondeu Dillon. Fletcher estava pronto pra fazer outra pergunta quando Dillon rebateu com um soco. —E você é de onde Mallard? A pergunta claramente pegou Fletcher de surpresa. Ele tinha um modo de tentar intimidar as pessoas, mas ela tinha a sensação de que Dillon Westmoreland era um homem que não poderia ser intimidado. —Sou de Laramie, Fletcher disse brincalhão. —E me mudei para a cidade mais ou menos a cinco anos atrás para abrir um supermercado. Foi o meu primeiro. Desde então eu abri mais de vinte em outras cidades desde Wyoming até Montana. Minha meta é ter um Supermercado Mallard em cada estado da união nos próximos cinco anos. Pam não pôde evitar e sorriu interiormente. Se Fletcher pensava que aquele anúncio conseguiria uma reação de Dillon, então ele estava completamente enganado. Dillon não mostrou qualquer sinal de que estava ao menos impressionado. —Onde você ficará enquanto está na cidade? Fletcher perguntou, se servindo de purê de batatas. —No Hotel River’s Edge. —Ótimo lugar para ficar mais sem televisão a cabo, Jill disse, sorrindo. Pam viu quando Dillon facilmente devolveu o sorriso a Jill. —Eu posso passar sem ela. Não assisto muita televisão. —E o que é que você faz? Fletcher perguntou com uma voz que Pam achava tão fria quanto o chá gelado que ela estava bebendo. Ela viu Dillon dar a Fletcher um sorriso que não alcançou aos seus olhos quando ele disse: —Estou no ramo imobiliário. —Oh, então você vende casas, Fletcher disse como se essa ocupação fosse abaixo da dele. —Não exatamente, Dillon disse agradavelmente. —Eu possuo uma Empresa Imobiliária. Você já pode ter ouvido falar dela, Blue Ridge Gestão de Terrenos. Pam viu a surpresa iluminar os olhos de Fletcher antes dele dizer. 12
  • 13. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 — Sim, já ouvi falar. Ela teve que conter uma risada porque ela tinha certeza de que ele já tinha ouvido falar. Quem não tinha? A Companhia Blue Ridge Gestão de Terrenos era uma corporação de um bilhão de dólares mais conhecida nos Mountain States2, ela ocupava um lugar mais alto na lista das 500 Fortunas do que os Supermercados Mallard. Vendo que Fletcher ficou momentaneamente sem fala, ela começou a dizer: —Sr. Westmoreland, você disse... —Só Dillon. Seu olhar se encontrou com o dela e ela viu um sorriso amigável espreitando nas profundidades escuras dos seus olhos. Seu coração começou a bater acelerado no peito. —Sim, claro, ela disse depressa. —E eu sou Pam. Depois de tomar um gole do chá, ela continuou. —Dillon, você disse que veio até aqui para pesquisar a história da sua família? —Sim, ele disse ainda a encarando. —Meus pais e meus avôs sempre contavam a mim e aos meus irmãos e primos que não tínhamos nenhum parente vivo, e que o meu bisavô Raphael Westmoreland era filho único. Você deve imaginar minha surpresa quando um dia do nada, um homem com seus dois filhos e três sobrinhos apareceram na minha casa dizendo serem da minha família. Intrigada com a história, Pam colocou o garfo no prato e deu a ele sua total atenção. —Como eles te encontraram? —Através de uma busca genealógica. O homem mais velho, James Westmoreland, sabia que seu avô Reginald Westmoreland tinha um irmão gêmeo idêntico. Descobriu que seu irmão gêmeo era o meu bisavô Raphael que saiu de casa aos vinte e dois anos, e que eles nunca mais eles tinham ouviram falar dele novamente. A família de fato tinha presumido que ele havia morrido. Eles não tinham ideia de que ele casou e se estabeleceu em Denver, e que teve um filho que lhe deu dois netos e um batalhão de bisnetos, na realidade somos quinze e eu sou o mais velho dos quinze bisnetos. —Uau, deve ter sido um choque para você descobrir que tinha outros parentes quando achava que não tinha nenhum, Jill se agarrava a cada a palavra de Dillon, e perguntou: —O que a sua esposa o que acha disso tudo? Pam viu Dillon sorrir e soube que ele não desconhecia o propósito da pergunta. Jill queria saber se ele era casado. Pam odiava admitir que também estava curiosa. Ele não usava uma aliança, mas isso não queria dizer nada. —Ela não tem nada a dizer por que eu não sou casado, Dillon respondeu suavemente. —Pelo menos não sou mais. Estou divorciado há quase dez anos. Pam deu uma olhada rápida para Jill e rezou para a irmã ter a decência de não perguntar o 2 A região de Mountain States se localiza ao Oeste dos Estados Unidos, abrange os estados do Colorado, Idaho, Montana, Nevada, Utah e Wyoming. 13
  • 14. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 que foi que aconteceu para o final do casamento dele. Fletcher, odiando o fato de não ser mais o centro das atenções, falou alto com voz negativa e autoritária. —Para mim isso parece loucura. Por que você se importaria com um bando de gente que aparece na sua casa do nada dizendo ser seus parentes ou, melhor ainda, por que você gostaria de descobrir toda a história de sua família? Você deveria viver no presente e não no passado. Pam podia dizer que Dillon estava lutando para segurar o seu temperamento, e o tom foi notavelmente contido quando respondeu finalmente. —Você tem família, Fletcher? Novamente, pela expressão de Fletcher, era óbvio perceber que ele não gostava de ser a pessoa que fosse o alvo das perguntas. —Não, sou filho único. Meus pais são falecidos e também não tinham irmãos. No momento sou o único Mallard vivo. Ele deu uma olhada rápida para Pam e sorriu. —Claro que isso mudará assim que Pamela e eu nos casarmos. Dillon balançou a cabeça devagar. —Mas até que isso mude não espero que você entenda o que significa ter uma família. Eu já sei. Os Westmorelands adoram sua família e, depois de encontrar meus outros parentes, meu único arrependimento é não os ter conhecido antes. Ele lhe deu uma olhada rápida e, por um segundo, ela segurou seu olhar firme. Ela sentiu algo. Havia entre eles uma conexão que eles estavam tentando ignorar. Ela olhou para o prato e continuou a comer. Nadia perguntou a ele sobre os seus irmãos, e de um jeito fácil e confortável de quem tem confiança em si mesmo e de quem sabe quem é, ele começou a dizer a ela tudo o que ela queria saber. Mesmo sem querer, Dillon estava cativando a todos… com exceção de Fletcher. —Quanto tempo você planeja ficar na cidade? Fletcher rudemente cortou a conversa entre Dillon e suas irmãs. Dillon olhou para Fletcher. —Até que eu tenha respostas a todas as perguntas sobre Raphael Westmoreland. —Isso pode levar muito, disse Fletcher. Dillon sorriu, mas Pam sabia que era apenas por causa de Fletcher e que ele não era sincero. —Eu tenho muito tempo. Ela viu Fletcher abrir a boca para fazer outra declaração e ela o cortou. —Dillon, eu acho que sou capaz de te ajudar com isso. Tenho todos os registros dos antigos negócios do meu bisavô assim como seu diário pessoal, tudo está no sótão. Se você quiser nos visitar amanhã, subir e procurar por lá será bem-vindo para fazer isso. —Obrigado, ele disse, sorrindo. —Terei muito prazer em aceitar a sua oferta. *** —Não quero você se encontrando sozinha com esse homem Pamela, convidá-lo a vir aqui 14
  • 15. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 amanhã enquanto as suas irmãs estão na escola não foi uma boa ideia. E amanhã eu viajarei para visitar as minhas lojas em Laramie. Pam deu uma olhada rápida para Fletcher enquanto caminhava para a porta. Ele estava chateado e ela sabia disso. Na realidade ela não tinha nenhuma dúvida sobre isso, uma vez que todos na mesa de jantar perceberam já que ele não escondia suas emoções. —Então, ele continuou, amanhã falarei com ele e direi que você retirou o convite. As palavras de Fletcher a fizeram parar no meio do caminho a apenas alguns passos da porta da sala de estar. Ela olhou fixamente para ele, certa de que havia perdido algo, como um pedaço vital da conversa em algum lugar no meio do caminho. —Desculpe, o que foi que você disse? —Eu disse que você deve concordar que não deve ficar sozinha com o Westmoreland, falarei a ele que você retirou o convite para amanhã. Ela fez uma carranca. —Eu não concordaria com tal tolice. O convite que fiz a Dillon Westmoreland continua de pé, Fletcher. Você está sendo controlador e territorial e não há nenhuma razão para isso. Ela viu um músculo cerrar na mandíbula dele, indicando que ele estava bravo. —Você é uma mulher atraente, Pamela e o Westmoreland já percebeu isso, disse. —E o que isso quer dizer? Eu concordei em me casar com você, mas isso não quer dizer que você é meu dono. Se você tem outra ideia a respeito desse compromisso, então... —Claro que eu não estou pensando nada. Estou apenas tentando cuidar de você, isso é tudo. Você confia demais nas pessoas. O olhar dele percorreu o corpo dela antes de retornar ao rosto. —Acho que é você que está pensando, ele disse. Ela ergueu o queixo. —Claro que eu estou pensando. Concordei em me casar com você para poder salvar o minha propriedade. Agradeço por você ter vindo em meu auxilio, mas você merece mais do que isso. E por essa razão que eu vou fazer uma nova visita a Lester Gadling esta semana. Quero que ele volte a olhar aqueles documentos. É difícil de acreditar que papai não fez acordos para saldar a hipoteca caso alguma coisa viesse a acontecer a ele. Fletcher esperou por um momento, então disse. —Se isso é o que você realmente quer, então eu concordo que você deva voltar a procurar Gadling já que ele era o advogado do seu pai, e pergunte a ele sobre isso. Mas não se preocupe com o que eu mereço. Eu quero você como minha esposa e isso me tornará um homem feliz. Pamela não disse nada. Ela e Fletcher não estavam entrando no casamento sob falsas suposições. Ele sabia que ela não era apaixonada por ele. Ela refletiu por alguns momentos. Ela saiu de casa, depois de se formar no segundo grau, pois ganhou uma bolsa de estudos integral na Universidade de Teatro da Califórnia do Sul. E foi durante o seu segundo ano de estudos que sua madrasta Alma morreu. O pai se casou com ela quando Pam tinha dez anos, e Alma foi maravilhosa com ela, pois preencheu todo o vazio que ficou depois que ela perdeu a mãe. 15
  • 16. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Ela cogitou em sair da faculdade e voltar para casa, mas o pai não queria nem ouvir falar disso. Ele estava inflexível sobre ela ficar na escola e insistiu que ele poderia sozinho cuidar de suas irmãs, embora Nadia tivesse apenas três anos na época, a mesma idade que ela tinha quando havia perdido a própria mãe. —Pamela? Pam piscou ao perceber que Fletcher estava chamado o seu nome. —Desculpe Fletcher. Estava lembrando os bons momentos quando Papai e Alma ainda eram vivos. —Você terá muitos momentos felizes assim que nos casarmos, Pamela, ele disse, ao esticar e pegar a sua mão. —Sei que você não me ama agora, mas estou certo que você acabará me amando. Apenas pense em todas as coisas que eu posso te dar. Ela ergueu o queixo. —Eu não estou pedindo que você me dê todas essas coisas, Fletcher. As únicas coisas que eu quero é o que você me prometeu, é ter a certeza de que minhas irmãs ficarão com a propriedade e com a nossa casa, e que todas elas irão para a faculdade. —Eu te prometi tudo isso. E prometo muito mais se você me deixar, ele disse em um tom baixo e frustrado. Ela não disse nada por um longo momento e soube que o silêncio estava provavelmente dando nos nervos dele, mas ela não pode evitar. —Eu não quero mais nada Fletcher então, por favor, apenas deixe como está. Pam conheceu Fletcher há quatro anos atrás em uma de suas viagens para visitar a família em Gamble. Depois disso sempre que ela vinha à cidade, ele perguntava se ela queria sair com ele. Depois que o seu pai morreu e ela voltou para casa, ele começou a telefonar para ela regularmente, ela sempre falou para ele que a amizade era a única coisa que poderia existir entre eles. No momento, ele parecia satisfeito com isso. Então Lester Gadling a visitou e soltou a notícia bombástica que mudou toda a sua vida para sempre. Fletcher foi a casa dela naquela noite e ela acabou contando a ele o que havia acontecido. Ele a escutou atentamente e apresentou a ela o que achava ser uma boa solução. Ela se casava com ele e todos os seus problemas financeiros acabariam. No início, ela achou que ele tinha enlouquecido, certa que ele tinha perdido a noção dos sentidos. Mas quanto mais ela pensava nisso, mais aceitável ficava a sua ideia. Tudo o que ela teria que fazer era se casar com ele e ele cuidaria que seu rancho fosse salvo e faria uma poupança para as suas irmãs para quando chegasse a hora de irem a faculdade, assim tudo já estaria organizado. A princípio ela não aceitou a oferta, determinada a resolver seus problemas sem a ajuda de Fletcher. Ela foi a muitos bancos para tentar conseguir um empréstimo, mas em todos eles ela levou um sonoro não. Ela apenas aceitou a proposta de Fletcher quando viu que não tinha outra alternativa. Olhando rápido para o relógio, ela disse: —Está ficando tarde. —Certo. Tenha cuidado com o Westmoreland. Ele tem algo que eu não confio. 16
  • 17. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 —Como já te disse Fletcher, ficarei bem. Ele concordou com a cabeça antes de se inclinar para mais perto e dar um beijo rápido nos lábios dela. Como sempre, ela esperou o sangue correr rápido e furiosamente em suas veias e o fogo se derramar em seu interior, mas como sempre, nada aconteceu. Nenhuma sensação, nem uma única faísca. Por meses ela ignorou o fato de que não estava fisicamente atraída pelo homem com o qual iria se casar. Ela não se preocupou com isso até esta noite quando descobriu que estava fisicamente atraída por outro homem. E o nome desse homem era Dillon Westmoreland. *** Dillon descansou o corpo na enorme banheira cheia com água morna. O hotel não tinha muitos luxos à oferecer, mas ele tinha que admitir que essa banheira o fazia esquecer de todos os outros. Não existiam por aí muitas banheiras que pudessem acomodar confortavelmente um homem da sua altura. Ele fechou os olhos e se esticou, pensando que nunca tinha realmente relaxado em uma banheira antes. Fazia tempo desde que ele conseguiu se sentar em uma sem se preocupar em ser incomodado por algum membro da família precisando de sua ajuda ou conselho. Família. Maldição, ele já sentia falta deles. Ele não estava preocupado com a família que deixou em Denver, já que os deixou sob os comandos de Ramsey. Ele e Ramsey eram separados por sete meses de idade e eram mais como irmãos do que como primos. Para falar a verdade, Ramsey era seu melhor amigo. Sempre foi e sempre será. Ele mal podia esperar pra começar a fuçar nas informações sobre Raphael. Ele poderia ter contratado uma agência para fazer essa busca para ele, mas isso era algo que ele realmente queria fazer. Ele sentia que devia isso à sua família. Se havia algo no passado do bisavô, ele se sentia no dever de descobrir. Fosse bom ou ruim. Dillon moveu o corpo, mas manteve os olhos fechados enquanto pensava que hoje à noite ele tinha conhecido a mulher mais bonita que já tinha visto em sua vida. Uma mulher que parecia totalmente fora de lugar em Gamble, Wyoming. Uma mulher que apenas com a voz podia mexer em algo bem fundo dentro dele. Uma mulher que já estava comprometida. Não havia como negar que ele se sentia atraído por ela, mas desejá-la era um tabu. Então por que ele estava pensando nela agora? E por que diabo ele estava tão ávido para vê-la novamente amanhã? Ele inalou profundamente se perguntando como Fletcher Mallard podia ter tanta sorte. Era fácil ver que o homem era um imbecil, um chato de galocha. Mas Fletcher não era da conta dele, assim como o compromisso que ela tinha com ele também não. Dillon estava em Gamble apenas por uma razão. Ele estava lá para descobrir tudo o que pudesse sobre Raphael, e não para invadir a propriedade de outro homem. 17
  • 18. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Ele tinha que se lembrar disso. Capítulo 3 Olhando para fora da janela Pam viu o carro de Dillon no momento em que ele parou em frente a sua casa. Ela tomou um gole do seu café enquanto o via, agradecendo ao fato da janela ser projetada de modo que desse a ela a visão de alguém estava chegando. Ela sabia que seu bisavô deliberadamente construiu a casa desse jeito para ter vantagens sobre qualquer pessoa que chegasse sem seu conhecimento. Hoje ela estava fazendo uso total dessa vantagem. Depois que ele parou o carro, ela viu quanto ele abriu a porta e saiu. Ele ficou parado por um momento estudando a casa, dando a ela uma ótima oportunidade de estudá-lo. Ele era alto, ela já tinha notado isso na noite anterior. Mas ontem à noite ela não teve tempo para analisá-lo completamente. Ela não pôde evitar e apreciou tudo o que via agora. Ombros largos. Abdômen firme. Tórax musculoso. Coxas firmes. Ele estava usando uma calça jeans e uma camisa azul que mostrava braços fortes, e um chapéu Stetson3 preto na cabeça. Ela suspirou profundamente pensando que convidá-lo para voltar hoje poderia não ter sido uma boa ideia afinal de contas, exatamente como Fletcher disse. Ela deu uma rápida olhada para abaixo na mão que segurava a xícara de café e não pôde evitar de notar o anel de diamante no dedo que Fletcher tinha colocou a uma semana atrás. Certo, ela era uma mulher comprometida e se casaria com um sujeito agradável em alguns meses. Mas comprometida ou casada, não significava que ela não pudesse reparar em um belo homem quando visse um. Além disso, sua melhor amiga de faculdade Iris Michaels, a mandaria pro inferno se ela não verificasse pessoalmente e depois lhe contasse todos os detalhes sórdidos. Ela piscou quanto quase queimou a língua com um gole de café quente quando Dillon olhou diretamente para ela, no que ela sempre tinha considerado como sendo sua janela secreta. Como ele sabia sobre a visão lateral? Para qualquer outro parecia ser uma parede plana na sombra de uma enorme árvore de carvalho. Só tinha uma maneira de descobrir. Ela empurrou a cadeira para longe da mesa e ficou de pé. Enquanto saia da cozinha em direção à sala de estar, decidiu que talvez fosse melhor ele não saber que ela estava sentada ali assistindo ele chegar. Ela abriu lentamente a porta e aproveitou a oportunidade de continuar a vê-lo um pouco mais sem ser vista, quando ele teve a atenção desviada para um rebanho de gansos no céu. 3 Stetson - marca de chapéu com aba larga e coroa alta, parte do equipamento de um caubói. 18
  • 19. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Enquanto ele estudava os gansos, ela o estudou novamente, analisando o ângulo do seu rosto enquanto a cabeça estava ligeiramente jogada para trás. Ele estava de pé com suas pernas abertas e as mãos nos bolsos. Havia algo naquela posição, aquela pose em particular especialmente nele, que fazia com que ela quisesse apenas ficar lá olhando ele. Durante cinco anos ela morou em Los Angeles, lá era cheio de homens de caírem o queixo e de virarem o estômago, muitos dos quais de algumas das mais famosas agências de modelo do mundo. Mas nenhum se comparava ao homem que estava em pé no meio do seu jardim. As feições eram distintas, ossos faciais afilados, mandíbula firme e lábios cheios. O cabelo sob o Stetson estava cortado rente a cabeça. Um minuto depois, possivelmente dois quando de repente ele voltou sua cabeça e olhou na direção dela, ela foi pega de surpresa e em flagrante, ela se sentiu imediatamente envolvida por seu intenso olhar. Ela era incapaz de fazer qualquer coisa exceto corresponder fixamente a esse olhar enquanto se perguntava o porquê de estar correspondendo. Por que seus sentidos e seu corpo inteiro correspondiam dessa maneira a ele? Isso não era nada bom, ela pensou. Pelo menos era isso o que sua mente dizia a ela, mas o seu bom senso ainda não tinha chegado nesse estágio. Estava presa e cativa pelo par de olhos mais escuros que ela já viu. E em algum lugar, não muito longe, ela ouviu o barulho do escapamento de um carro, e o barulho foi na hora exata. Só assim ela pôde desviar o olhar para longe dele e examinar através do extenso jardim. Depois de respirar fundo ela voltou-se e olhou para ele, lutando contra os mesmo sentimentos que a fizeram perder o controle antes, e colocando um sorriso no rosto disse. —Bom dia, Dillon. Ela não estava apenas sem ar, e soube durante naquele breve momento quando o olhar dele a segurou que algo tinha acontecido. Do mesmo jeito que tinha acontecido na noite anterior. Ela não sabia exatamente o que mais sabia que tinha acontecido. Ela também sabia que deveria fingir que não tinha acontecido nada. —Bonito dia, não é? Ela acrescentou. —Sim, é, ele disse, se voltando para andar na direção dela. Virgem Maria! Ela pensou, engolindo em seco. Os passos largos do homem eram precisos, confiantes e deliberadamente masculinos. Ele tinha um jeito muito sensual de andar, e o que era muito perturbador nele era que parecia tão natural quanto o sol nascer pela manhã. Ele parou na frente dela e encontrou o seu olhar fugazmente antes de olhar rapidamente para o sol. O olhar então retornou a ela. —Mas pode chover mais tarde. Ela balançou a cabeça concordando. —Sim, pode. Ela sabia que eles estavam tentando voltar a ter sincronia e diminuir a intensidade do que acontecia entre eles. —Espero que não ter vindo muito cedo, ele disse com uma voz grossa e rouca, interrompendo os pensamentos dela. —Não, tudo bem. Eu estava tomando café. Você gostaria de se juntar a mim? 19
  • 20. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Com um encolher ultra-sexy nos seus ombros fortes, ele sorriu enquanto tirava o chapéu. —Hmm, não sei. Sinto que já estou tomando muito do seu tempo. —Não tem problema. Além disso, você quer saber sobre Raphael, não é? —Sim. Há algo que você possa me falar além do fato dele ter sido companheiro do seu bisavô e ter fugido com a sua bisavó, Portia Novak? Pam riu enquanto o levava pela casa em direção à cozinha. —Portia não era minha bisavó, ela corrigiu. —Alguns anos depois que ela fugiu, ele encontrou a minha bisavó e eles se casaram. Quando ele se sentou à mesa, ela disse: —Estou certo de que você já ouviu algumas histórias sobre Raphael e Portia. Ela prosseguiu enquanto colocava café na xícara. —Não, na realidade, não ouvi. Eu sempre soube que a minha bisavó Gemma era a única esposa do meu bisavô. Foi só depois que os meus parentes Westmoreland do clã de Atlanta apareceram e explicaram como nós éramos parentes que eu descobri sobre Portia Novak e as outras. Pam ergueu uma sobrancelha. —Há outras? Ele movimentou a cabeça. —Sim, Gemma foi a sua quinta esposa. Dillon estava mais do que curioso sobre o que tinha acontecido com a esposa do pastor, uma mulher com o nome de Lila Elms. Embora ela já fosse legalmente casada com o pastor, ela e Raphael fingiram serem casados antes dele trocá-la por Portia, a esposa de Jay Novak? E então o que aconteceu a Clarice, a esposa número três? E Isabelle, a esposa número quatro? Os nomes de todas as quatro mulheres estavam conectados a Raphael de alguma maneira. Se o que eles descobriram até agora era verdade, Raphael tinha se envolvido com as quatro mulheres antes de completar trinta e dois anos, e todas ou tinham sido casadas antes ou eram noivas de outro homem. Parecia que a reputação de Raphael como ladrão de esposas era lendária. Dillon tomou um gole de café, decidindo não informá-la no momento que todas as outras, assim como Portia, eram mulheres que pertenceram legalmente ou não a outros homens. Mas ele diria o nome de uma que ele já tinha ouvido falar. —Minha meta é descobrir o que aconteceu a Lila Elms. —A esposa do pastor? Então, ela tinha ouvido falar sobre Lila. —Sim. Ele tomou outro gole e então perguntou: —Como você sabe tanto sobre isso? Ela riu enquanto se sentava à mesa com ele depois de encher a própria xícara de café. —Minha avó. Quando garotinha, eu passava horas e horas na varanda debulhando ervilhas, e a vovó vivia me contando as histórias da família. Mas o assunto não esclarecia muito respeito de a luz à Portia. Por alguma razão, qualquer conversa sobre ela era tabu. Era Jay que queria dessa maneira e minha bisavó apenas respeitou os seus desejos. Dillon concordou com a cabeça, tentando se concentrar no que estava dizendo e não no 20
  • 21. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 movimento dos seus lábios se separando suavemente cada vez que ela tomava um gole de café. Como o seu lábio inferior abria e como o superior se ajustava perfeitamente em torno da borda da xícara. Ele sentiu as entranhas se apertarem e tomou um gole do seu café. Quando ele se voltou no jardim e percebeu que ela olhando fixamente para ele, ele não tentou especular o que estava se passando na mente dela. Ele não queria nem cogitar a possibilidade de que fosse próximo do que se passava na cabeça dele. O olhar dela o tocou profundamente, de um jeito que ele duvidou de que ela tivesse consciência. Ele sentia que algo dentro de Pamela Novak gritava por ele de um modo primitivo, e isso não era nada bom. Desde o seu divórcio, ele saiu várias vezes. Mas, para falar a verdade, ele chegou ao ponto de sair apenas com mulheres que, assim como ele, não estavam interessadas em qualquer relacionamento a longo prazo. Todas essas mulheres eram livres, leves e soltas. —Você está pronto para subir para ao sótão? Sua pergunta parou o rumo dos seus pensamentos e ele deu uma rápida olhada nela e imediatamente se arrependeu e desejou não ter feito isso. Cada músculo do seu corpo se enfraqueceu, ao mesmo tempo em que a intensidade do momento o fez reter a respiração por longos minutos. Estava na hora de admitir. Isso era química sexual. Ele ouviu falar sobre isso mais nunca tinha realmente experimentado. Ele já se sentiu atraído por outras mulheres antes, mas nunca foi além da atração. O que ele estava começando a sentir era algo maior do que uma mera atração. Havia vibrações primitivas que ele não estava apenas emitindo mais também recebendo. Isso significava que Pamela Novak estava afinada com o que estava acontecendo entre eles, embora ela pudesse escolher fingir o contrário. Claro, ele entendia a relutância dela em reconhecer tal coisa. Afinal, ela era uma mulher comprometida. E não parecia o tipo de pessoa que deliberadamente seria infiel ao noivo. Mas ainda assim… —Sim, estou pronto, ele disse finalmente. —Mas primeiro quero esclarecer uma coisa. Ele assistiu aos lábios dela tremerem nervosamente antes dela colocar a xícara na mesa e encontrar o seu olhar. Ele ficou tenso, tentando ignorar as sensações que reviravam seu ser todas as vezes que seus olhos se encontravam. —Esclarecer sobre o quê? Ele estava muito ocupado olhando seus lábios para dar qualquer atenção às palavras que saiam deles. Ele lutou contra o desejo de contornar seus lábios com a ponta dos seus dedos. Ele limpou a garganta. —Sobre ontem à noite. Eu apareci aqui sem ligar. Acho que posso ter confundido o seu noivo, lamento ter feito isso. Não era minha intenção causar qualquer problema entre vocês. Ele olhou quanto ela dava um feminino encolher de ombros. —Você não causou problema algum. Não se preocupe com isso. Ela então ficou de pé. —Acho que nós devíamos subir ao sótão e ver o que temos por lá. Há um baú que contém 21
  • 22. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 muitos registros dos negócios do meu bisavô. Dillon concordou com a cabeça. Ela respondeu à pergunta dele, e na mesma respiração, sabiamente mudou de assunto, deixando-o ciente de que sua relação com Fletcher Mallard não era para ser discutida. Ele empurrou a cadeira para trás e então ficou de pé. —Estou pronto, apenas me mostre o caminho. Ela fez e ele não pôde evitar de apreciar ao belo traseiro que ia a sua frente enquanto ele a seguia. *** Com suas pernas longas, Dillon não levou muito tempo para alcançá-la, Pamela pensou. Não que ela estivesse tentando deixá-lo para trás. Mas por alguns momentos ela precisou se segurar. O homem tinha um jeito que a fazia não conseguir pensar direito. Ele permaneceu mudo enquanto ela o levava para cima, ela não pôde evitar e olhou o seu rosto de perfil. O que ele tinha que a afetava de um jeito que Fletcher não conseguia? A batida do seu coração acelerou quando ela notou que ele subia os degraus com uma sensualidade inerente que fazia com que os seus nervos gritassem. Quando eles alcançaram o piso superior ele se moveu ligeiramente à frente dela, como se soubesse para onde estava indo. —Se eu não soubesse, juraria que você já esteve aqui antes, ela disse enquanto eles continuavam a caminhar em direção ao final do corredor que os levaria a escada do sótão. Ele deu uma rápida olhada para ela e sorriu. —Isso pode soar loucura mais essa casa é bem parecida com a minha em Denver. Foi construída pelo seu bisavô? —Sim. —Então isso explica tudo, já que a casa em que eu moro foi construída por Raphael. Acho que ele gostou do projeto, e quando decidiu construir a própria casa, a fez parecida com esta. —Isso explica como você sabe a respeito da nossa janela secreta. Ela se arrependeu de falar no mesmo momento em que as palavras saíram dos seus lábios. Ela tinha acabado de admitir que o estava espionando pela janela quando ele chegou. —Sim, foi assim que eu soube. Eu tenho a minha janela no mesmo lugar. —Entendo. Mas, de um certa maneira ela não entendia, o que a fazia ficar tão ávida quanto Dillon para descobrir tudo sobre Raphael. Ela continuou caminhou e ele se juntou a ela. Quando eles alcançaram a porta que levava ao sótão, ela a abriu. Julgando pela expressão do seu rosto, era como se ele já tivesse vivido a mesma cena antes, e isso a deixou determinada a descobrir por que a casa dele era uma réplica da sua. Diferente dos outros degraus da casa, os do sótão eram estreitos e Dillon se moveu de lado para que ela subisse à frente dele. Ela podia sentir o calor do olhar dele em suas costas. Ela ficou 22
  • 23. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 tentada a olhar por cima do ombro mais sabia que não seria a coisa certa a fazer. Então fez outra coisa e começou a conversar com ele. Ela acabou com o silêncio dizendo — No jantar você mencionou que era o mais velho dos quinze bisnetos de Raphael. Ela deu uma breve olhada por sobre o ombro. —Sim, e por vários anos eu fui o tutor legal de dez deles. Pamela voltou-se tão rapidamente que se estivesse em uma escada provavelmente teria perdido o equilíbrio. —Tutor de dez deles? Quando ele concordou com a cabeça, ela piscou assombrada. —Como isso aconteceu? Ela andou para o lado quando ele a alcançou, notando que ainda assim não havia muito espaço entre eles, mas ela estava tão ávida para ouvir sua resposta que não fez mais nenhum movimento para retroceder. —Num final de semana meus pais, minha tia e meu tio decidiram sair juntos e foram visitar uns amigos da minha mãe na Louisiana. No caminho de volta para Denver, o avião teve um problema no motor e caiu, matando todo mundo a bordo. —Oh, que terrível. —Sim, foi. Meus pais tinham sete filhos e meus tios oito. Eu era o mais velho com vinte e um. Meu irmão Micah tinha dezenove e Jason tinha dezoito. Meus outros irmãos, Riley, Stern, Canyon e Brisbane, tinham todos menos de dezesseis anos. Ele apoiou o quadril contra a grade dos degraus e continuou. —Meu primo Ramsey tinha vinte, seu irmão Zane dezenove e Derringer dezoito. Meus outros primos Megan, Gemma, os gêmeos Adrian e Aiden, e o mais jovem, Bailey, também estavam todos com menos de dezesseis anos. Ela também se debruçou contra a grade para encará-lo, ainda cheia de perguntas. —E o conselho tutelar não criou nenhum problema por você ser responsável por tantos menores? —Não, todo mundo sabia que os Westmorelands queriam ficar juntos. Além disso, ele disse rindo, ninguém por perto queria ser o responsável por Bane. —Bane? —Sim. É diminutivo para Brisbane. Ele é o meu irmão mais novo e adora aprontar. Ele tinha apenas oito anos quando os meus pais morreram e ele sentiu muito a morte deles. —Que idade ele tem agora? —Vinte e dois e ainda é bem irritadinho. Queria que houvesse outra coisa que atraísse a sua atenção e o seu interesse além de certa mulher em Denver. Pam concordou com a cabeça. Ela não pôde evitar se perguntar também se havia alguma mulher em Denver que tinha o interesse de Dillon. —Todos vocês ainda moram perto uns dos outros? Ela perguntou. —Sim, vovô Raphael comprou muita terra nos anos trinta. Quando cada Westmoreland 23
  • 24. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 alcança a idade de vinte e cinco anos, recebe uma área de quarenta hectares de terra, e é por isso que todos nós vivemos próximos um dos outros. Sendo o primo mais velho, herdei a casa da família onde todo mundo se reúne na maior parte do tempo. Ele então perguntou a ela. —Que idade você tinha quando seu bisavô morreu? —Ele morreu antes que eu nascesse, mas sempre ouvi muito coisa sobre ele. E quanto a Raphael? Que idade você tinha quando ele morreu? —Ele morreu antes que eu nascesse também. Minha bisavó viveu até meus dois anos, então eu também não me lembro muito bem dela. Mas lembro dos meus avôs, vovô Stern e vovó Paula. Vovô Stern é quem realmente costumava contar histórias sobre Raphael, mas ele nunca mencionava qualquer coisa sobre antigas esposas ou outros irmãos. De fato, ele pensava que Raphael era filho único. E eu me pergunto o quanto ele realmente sabia a respeito do próprio pai. Pam pausou por um momento e então disse: —A maioria das famílias guardam segredos. —Sim, como Raphael fugir com a esposa de um pastor, ele disse. —E você acha que Raphael eventualmente se casou com ela? —Também não tenho certeza sobre isso, Dillon respondeu. —Já que ela estava legalmente casada com o pastor, não vejo como um casamento entre eles possa ter acontecido, e é por isso que estou curioso sobre o que aconteceu depois que eles fugiram da Geórgia. —Mas o nome dela assim como o de Portia, são mostrados como antigas esposas nos documentos que você encontrou? Ela perguntou, tentando compreender o tipo de vida que o seu bisavô poderia ter levado. —Dois dos meus primos de Atlanta, Quade e Cole, possuem uma empresa de segurança e fizeram uma investigação profunda desde o começo do século XX. Descobriram que as ações das antigas terras de Raphael listam quatro diferentes mulheres como sendo suas esposas. Até agora nós conhecemos apenas duas delas: a esposa do pastor e Portia Novak, que já era legalmente casada. Podemos presumir que Raphael vivia com elas simulando serem casados. Ele ficou em silêncio por um momento e então com uma rápida olhada ao redor perguntou: —Você vem aqui com que frequência? A pergunta fez com que ela percebesse que eles estavam a muito tempo em pé e muito próximos um do outro, ela então se moveu em direção à porta do sótão. —Não tão frequentemente quanto eu costumava vir antes. Eu voltei a Gamble no ano passado quando o meu pai morreu. Como você, eu sou a filha mais velha e queria tomar conta das minhas irmãs. Sou a tutora legal delas. Dillon concordou, ela andou e abriu a porta do sótão. Ele notou o modo como ela havia interagido com as irmãs no jantar da noite anterior. Era óbvio que elas eram próximas. —O baú do meu bisavô está ali. Sei que ele e o seu bisavô eram sócios em negócios muito lucrativos para a época. Sei que aí também tem registros dessas transações, assim como alguns dos pertences de Raphael. Parece que ele fez uma saída relâmpago quando partiu de Gamble. Dillon deu uma olhada nela. 24
  • 25. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 —Você tem alguma coisa que pertenceu a Raphael? —Sim, ela disse se movendo em direção ao baú. —Eu me esqueci de mencionar no jantar de ontem à noite. Ele entendeu a razão dela não ter dito antes. Seu noivo provavelmente diria alguma coisa sobre isso. Era óbvio que o homem podia criar confusão por nada. Em vez de segui-la imediatamente para o baú, Dillon parou por um momento e ficou vendo ela caminhar. Seu olhar estava fixo nela. A possibilidade de que uns poucos pertences do seu bisavô pudessem estar dentro daquele baú o intrigou. Mas ela o intrigava ainda mais. Ela usando uma calça jeans e uma bonita blusa rosa que lhe acrescentava um toque super feminino. Ele não pôde evitar de notar suas curvas sedutoras que se vislumbrava na calça jeans. Caminhar atrás dela para subir os degraus até o sótão tinha sido um inferno. Ele estava certo que o suor tinha brotado em na testa a cada passo que ela dava. Quando ela viu que ele não a estava seguindo, ela se voltou e deu-lhe um olhar intrigado. —Você está bem? Não, ele não estava nada bem. Uma parte do seu cérebro estava tentando convencê-lo disso, embora ela fosse uma mulher comprometida ela ainda não era casada então ela ainda estava disponível. Mas outra parte dele, a que olhava para o anel em seu dedo, sabia que fazer qualquer movimento seria passar do limite. Mas inferno, ele estava tentado. Ela segurou o seu olhar, e ele percebeu naquele momento que ele ainda não havia dado uma resposta a ela. —Sim, eu estou bem. Apenas me sinto oprimido. Se ela suspeitasse ser a razão disso. —Entendo como você se sente. Concordo com o que você disse ontem à noite no jantar. A minha família também é muito importante para mim. Embora você nunca o tenha conhecido quer saber tudo o quanto puder sobre o seu bisavô. Acho admirável isso de sua parte. Ela deu uma olhada rápida para o baú e então se voltou para ele. —Eu só espero que você não pense que vai descobrir tudo que há para saber sobre o seu bisavô em apenas um dia, Dillon. Depois que você abrir aquele baú poderá surgir mais e mais perguntas, e você terá que buscar mais respostas. —E se eu precisar voltar aqui? Ele perguntou, sabendo que ela sabia onde ele estava querendo chegar. —Você é bem-vindo pra voltar a hora que quiser. O olhar dele segurou o dela intensamente ao perguntar: —Fletcher concordará com isso? Como disse antes, não quero causar nenhum problema entre vocês. —Não haverá problema algum. Agora, você não vai abrir o baú? Há anos tenho curiosidade e vontade de fazer isso, mas era proibida de fazê-lo e por isso ele estava fora dos meus limites. Os lábios dele se franziram nos cantos. —Mas uma vez admito ter descumprido as ordens e bisbilhotei por aqui. Naquela época, eu não vi nada que mantivesse o meu interesse. Dillon sorriu enquanto cruzava em direção a ela. Como na casa dele, o sótão era enorme. 25
  • 26. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 Quando menino, o sótão tinha sido um de seus lugares favoritos para se esconder quando ele queria ficar algum tempo sozinho. Este quarto estava cheio de caixas e baús, mas eles estavam organizados, não se parecia em nada com o sótão da sua casa. E ainda tinha aquela única e pequena janela retangular que permitia que apenas que entrasse luz do sol suficiente para iluminar o local. Ajoelhando, ele tirou uma chave que estava ao lado do baú e começou a colocá-la na fechadura. Momentos mais tarde ele ergueu a tampa. Havia muitos documentos, livros de contabilidade, algumas camisas de trabalho que haviam envelhecido com o tempo, uma garrafa de vinho, uma bússola e um diário de aparência esfarrapada. Ele deu uma rápida olhada para Pam. —Se importa se eu der uma olhada nisso? —Não, não me importo. De fato, há uma carta dentro. Ele ergueu uma sobrancelha enquanto abria o diário e, viu que uma carta cujo envelope estava amarelado, logo na frente. O nome no envelope ainda estava legível. Dizia simplesmente Westmoreland. Ele deu uma olhada rápida de volta para ela. —Como eu disse antes, apesar do baú estar fora dos meus limites, eu não pude evitar e bisbilhotei uma vez. Foi assim que eu soube da carta. Dillon não pôde esconder um sorriso enquanto abria a carta selada que dizia: —Quem quer que fique com os pertences de Raphael só precisa saber que ele era um homem bom e decente e eu não o culpo por partir levando Portia com ele. Tinha sido assinada pelo bisavô de Pam, Jay. Dillon pôs a carta de volta no envelope e deu uma olhada rápida para Pam. —Isso tudo é muito confuso pra mim. Você acha que pode me dar alguma luz? Ela agitou a cabeça. —Não, me desculpe. Mas um homem que não tem qualquer hostilidade contra o homem que roubou a sua esposa é realmente estranho. Talvez Raphael tenha feito um favor a Jay caso ele não quisesse mais se manter casado com ela. Mas esta teoria está realmente se enfraquecendo a cada dia. A esposa de um homem pertence a ele, e Portia tinha sido a esposa de Jay. —E quanto a Lila Elms? Ela encolheu os ombros. —Não sei dizer nada sobre ela, exceto que eles devem ter se separado entre Atlanta e aqui, eu sempre ouvi dizer que quando Raphael chegou a Gamble, que ele era que um homem solteiro. Ela deu uma rápida olhada no relógio. —Preciso fazer algumas ligações, então vou deixá-lo sozinho por algum tempo. Fique por aqui o tempo que quiser, e se você precisar de mim, estarei no andar de baixo na cozinha. —Certo. Ela foi em direção à porta do sótão. —Pamela? Ela deu uma olhada rápida para trás. —Sim?Ele sorriu. —Obrigado. Ela sorriu de volta. —Não precisa agradecer. 26
  • 27. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 *** Dillon soltou uma profunda respiração no momento em que Pam partiu, fechando a porta do sótão atrás de si. Pamela Novak era uma tentação que era melhor ele deixar para lá. O tempo todo que ela esteve no sótão, ele tentou manter uma conversa, qualquer coisa que acalmasse o desejo excessivo que corria por suas veias. O que ela tinha que arrepiava os seus sentidos todas as vezes que ela estava a três metros dele? E que fazia um sem número de sensações não mencionadas e indefinidas correrem por ele? Tinha difícil manter a compostura e controle quando estava ao lado dela. Talvez o seu dilema tivesse a ver com a compreensão dela por ele precisar descobrir a estória da própria família, seu desejo de saber tanto quanto pudesse sobre Raphael Westmoreland. Apesar de alguns de seus irmãos e primos não entenderam o que o movia, ainda assim o apoiavam. Ele apreciava isso, mas suporte e compreensão eram duas coisas diferentes. Porém, ele tinha a sensação de que Pamela o entendia. Ela não só entendia como estava disposta a ajudá-lo da maneira que pudesse, ainda que isso significasse deixar o seu noivo furioso. Decidindo que ele precisava fazer o que tinha se decidido a fazer quando veio a Gamble, ele puxou uma cadeira de um canto e a colocou na frente do baú. Pegou o diário de Jay Novak, e começou a ler. Capítulo 4 Pam deu uma rápida olhada para o relógio na parede da cozinha. Dillon já estava no sótão a mais de uma hora e ela não podia evitar e se perguntar como as coisas estavam indo. Mais de uma vez ela pensou em subir e descobrir, mas decidiu não fazer isso. Em vez disso, ela se ocupou examinando os scripts para as novas peças que os alunos tinham escrito. O toque do telefone interrompeu seus pensamentos e ela teve a sensação de saber quem era sem nem ao menos precisar olhar ao identificador de chamadas. Suspirando profundamente, ela atendeu ao telefone. — Alô? —Como você está, Pamela? É o Fletcher. —Estou bem, Fletcher. Como estão as coisas em Laramie? —Tudo bem, mas recebi um telefonema e vou ter que ir até Montana para checar uma loja. Uma grande nevasca causou o corte de energia que durou alguns dias, e muitos dos produtos que estavam sendo refrigerados estragaram. —Sinto muito ouvir isso. —Eu também. Isso significa que voarei para Montana para me encontrar com o representante da companhia de seguro. Isso pode levar alguns dias, por isso não poderei voltar 27
  • 28. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 até o fim da semana. Ela podia mentir e dizer que sentia muito em ouvir isso, mas ela realmente não sentia. Ela sabia que os dois precisavam de espaço e esse era o modo dela conseguir isso. Desde o dia em que ela havia concordado em se casar com ele que ele a visitava praticamente todos os dias. —Você poderia me deixar feliz e vir até aqui passar um tempo comigo. — As palavras dele se intrometeram em seus pensamentos. Os dois ainda não tinham dormido juntos. Embora ele tivesse tocado no assunto várias vezes, ela procurava evitava o assunto. —Obrigada pelo convite, mas tenho muito a fazer. Além disso, preciso ficar por aqui por causa das minhas irmãs. Ela não tinha que vê-lo para saber que sua mandíbula estava agora mesmo provavelmente apertada com raiva. Essa não era a primeira vez que ele tentava levá-la para uma viagem com ele desde que eles se comprometeram. Por um momento ele não disse nada e quando falou ela não ficou surpresa pela mudança de assunto. — O Westmoreland apareceu hoje por ai? Onde ele está? Ela não tinha nenhuma razão para mentir. —Sim, apareceu. De fato, ele ainda está aqui no sótão mexendo em algumas coisas. —Por que ele não pode pegar as coisas e levar para o hotel? O tom de Fletcher, assim como suas palavras, a aborreceram. —Não vi nenhuma razão para ele levar coisa alguma para o hotel. Lamento que você tenha evidentemente um problema com isso. —Estou apenas cuidando de você, Pamela, ele disse depois de uma breve pausa. —É que eu sinto que você ainda não o conhece o suficiente para ficar sozinha com ele. —Acho que você deve encarar como mau julgamento da minha parte Fletcher. Adeus. Sem esperar que ele falasse mais alguma coisa, ela desligou o telefone. Ele bufaria por algumas horas e mais tarde ligaria de volta e se desculparia assim que percebesse como ele havia agido de forma controladora. Pam foi para a mesa e pegou os documentos mais uma vez, determinada a dobrar Fletcher e sua atitude mais tarde. Ela concordou em se casar com ele e ela se casaria, não perder a casa da família e o futuro de suas irmãs eram tudo para ela. *** Dillon fechou o diário e ficou em pé para esticar as pernas. Ele estava acostumado a se vestir de terno todos os dias, em vez da calça jeans e uma camisa casual. Aquela manhã ele verificou com Ted Boston, seu gerente de negócios, como as coisas estavam na empresa Imobiliária, sem surpresas Ted tinha tudo sob controle. Dillon tinha transformado a empresa em uma companhia de um bilhão de dólares com trabalho duro e contratando as pessoas certas para trabalhar para ele. Ele deu uma olhada no relógio, achando difícil acreditar que já tinham se passado duas horas. Ele olhou para o diário. Pelo menos parte de sua curiosidade tinha sido saciada sobre o que 28
  • 29. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 tinha acontecido a Lila a esposa do pastor da Geórgia. De acordo com o que Raphael tinha confidenciado a Jay, o velho pastor abusou de sua jovem esposa. Os membros da igreja fingiam não ver o que acontecia por trás das portas do casal, e que era apenas da conta deles, especialmente quando envolvia um pastor. Evidentemente, Raphael não via isso dessa maneira. Ele arquitetou um plano para salvar Lila das garras do pastor abusivo, um plano que a família dele não apoiou. Depois de levar Lila do Texas, Raphael foi seu protetor na pequena cidade de Copperhead, Texas, próxima a Austin. Raphael sempre foi somente o seu protetor, nunca foi o seu amante, e antes de partir comprou um pequeno pedaço de terra e a presenteou para que ela pudesse ter um novo começo. Dillon sorriu, pensando que, pelo menos no caso de Lila, Raphael foi um salvador de esposas e não um ladrão. Dada a situação da mulher, Dillon acreditou que teria feito a mesma coisa. Ele descobriu que quando a questão era o sexo oposto, os homens Westmoreland tinham esta sensação inveterada de proteção. Ele apenas lamentava que Raphael tivesse cortado os laços com toda a família. No momento o estômago de Dillon começou a roncar, lembrando que ele não tinha comido nada desde o café da manhã e já era tarde. Estava na hora de voltar para o hotel. *** Pam ficou estava concentrada lendo um dos scripts de seus alunos quando de repente sentiu sensações enrolarem dentro do seu estômago ao mesmo tempo em que arrepios começavam a correr por seus braços. Ela deu uma olhada rápida para cima e encontrou o olhar de Dillon enquanto ele entrava na cozinha. Ela se perguntou como o próprio corpo conhecia a presença dele antes da própria mente. E por que agora as sensações que contorciam seu estômago agora se intensificaram. Ela decidiu falar antes que ele tivesse a chance de fazer isso, sem estar certa das sensações combinadas com a voz terrivelmente rouca e sensual brincando com os sentidos dela. —Como foram as coisas? Descobriu qualquer coisa sobre o seu bisavô que você não sabia? Ela perguntou, desejando que ele não tivesse percebido a tensão em sua voz. Ele sorriu, e o efeito daquele sorriso foi tão ruim quanto se ele tivesse falado. Ele tinha um sorriso com covinhas que mostrava lindos dentes brancos. —Sim. Pelo menos, graças ao diário do seu bisavô, eu pude resolver o mistério de Lila, a mulher número um. —Eles se casaram eventualmente? Ela perguntou curiosa. —Não, pelo o que eu li, o pastor, marido de Lila, era um homem violento e Lila buscou a ajuda de Raphael para escapar da situação. Ele a levou até Copperhead, Texas, ficando por perto para ajudá-la a se estabelecer com uma nova identidade e então partiu. Pam assentiu com a cabeça. —Isso explica por que ele não era casado quando chegou aqui em Gamble. —Sim, mas não explica por que fugiu com a esposa do seu bisavô. E até agora nada do que 29
  • 30. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 eu li explica isso, mas eu ainda não consegui ler o diário inteiro. Nem mesmo a metade. Jay divagava e falava sobre os negócios de laticínios e como estava indo. Mas do que eu já li até agora, parece que ele e Raphael eram próximos, o que não explica como meu bisavô poderia tê-lo traído do modo que o fez. Pam não disse nada por um momento e então ela perguntou. — Então, você vai dar uma pausa antes de continuar? —Não, está ficando tarde e acho que não será uma boa ideia estar por aqui quando o seu noivo chegar à noite. Eu já fiquei aqui hoje, e agradeço por você me dar a chance de ler o diário. —Você será sempre bem-vindo. E antes que ela pudesse pensar melhor disse —Gostaria de te convidar para o jantar. Estou certa de que minhas irmãs adorariam ouvir o que você descobriu hoje. Acho que você atraiu o interesse delas no jantar de ontem à noite e elas veem a história como um pequeno mistério de família que precisa ser desvendado. De um jeito ou de outro, todo mundo já ouviu falar de Raphael Westmoreland e como ele fugiu com a primeira esposa do meu bisavô. Dillon se debruçou no gabinete da cozinha. —Fico surpreso que por ninguém na sua família teve curiosidade suficiente para descobrir o que realmente aconteceu. Pam encolheu os ombros. —Acho que você precisa entender que algumas mulheres pensam como a minha bisavó. Tenho certeza que ela não se importou que sua parente tenha fugido com outro homem, quanto menos a família falasse sobre Portia, melhor. Ela balançou a cabeça e olhou para ele. —Então você aceitará o convite e ficará para jantar? As palavras de Pam se intrometeram nos pensamentos dele e ele olhou para ela, segurando o olhar dela por um momento. —E quanto a Fletcher? Como ele vai lidar comigo sentando na sua mesa de jantar por duas noites seguidas? Ele assistiu enquanto ela mordia nervosamente o lábio inferior e então erguia o queixo. —Não há nada de errado eu convidar alguém que considero um amigo da família para o jantar. Além disso, Fletcher estará viajando por alguns dias. Ele movimentou a cabeça, considerando as palavras dela e decidiu não ler qualquer coisa nelas. Era um convite para jantar, nada mais. Contanto que ele se lembrasse de que ela era uma mulher comprometida, tudo ia ficar bem. O único problema era que quanto mais ele a via, mais ele queria estar ao seu lado, e mais ele se sentia atraído por ela. E quanto mais ele se sentia atraído por ela, isso ele podia admitir, sendo honrado ou não, ele a queria. Ele engoliu em seco e intencionalmente olhou para fora da janela, precisava quebrar o contato com o olhar da Pam. O que ele tinha admitido interiormente não era bom, mas ele estava sendo honrado consigo mesmo. Isso significava que assim que ele pudesse descobrir todas as respostas que queria sobre Raphael, ele esperava que nos próximos dias, ele retornaria para casa. Ele deu uma rápida olhada ao redor dela, encontrando seu olhar, e sentiu o puxão da atração, e se embora ela nunca admitisse isso para ninguém, nem para si mesma, ele sabia que 30
  • 31. Brenda Jackson Tiamat World Westmoreland 16 era mútuo. Ele sabia que devia perguntar se podia levar o diário para o hotel e passar os próximos dias lendo-o, fora de tal proximidade íntima com ela e esta química sexual incomum que ele sentia sempre que eles estavam próximos um do outro. Mas por alguma razão ele não podia. —Se você está certa do convite, então, sim, eu adoraria me juntar a você e as suas irmãs para jantar. *** —E você está certa de que ele vai voltar para o jantar, Pammie? Perguntou Nadia com a voz excitada enquanto ajudava a irmã mais velha a colocar a mesa. Pam ergueu uma sobrancelha. Ela não se lembrava da última vez que Nadia ou Paige tinham ficado tão excitadas por alguém ir jantar com elas, menos ainda um homem. A primeira vez que ela convidou Fletcher, elas quase haviam boicotado o jantar até que ela teve uma dura e longa conversa sobre os modos dos Novak. —Sim, ele disse que voltaria para o hotel para trocar de roupa e depois voltaria. —Você não acha que ele é muito bonito, Pam? Paige perguntou cantando. Pam se voltou, depois de colocar o último prato na mesa, e enfrentou as três irmãs. Embora Jill não tivesse dado voz a sua excitação, Pam sabia que ela estava lá, ela podia ver claramente em seu rosto. A única coisa que ela não queria era que as irmãs pensassem que a presença de Dillon no jantar tinha alguma coisa a ver com o compromisso dela com Fletcher. Ela sabia o que elas estavam tentando fazer, e estava na hora dela ter certeza de que elas entendiam que isso não estava dando certo. —Sim, ele é bonito, Paige, assim como Fletcher. Mas eu não vou me casar com um homem por causa de sua aparência. Eu não sou tão vaidosa e espero que as três também não sejam. Para ser muito clara, o que as três estão fazendo não está dando certo, eu me casarei com o Fletcher. Jill sorriu. —Nós não temos nenhuma ideia do que você está falando, Pam. Pam revirou os olhos e estava para repreendê-las quando o som da campainha a impediu. —Chegou nosso convidado, eu espero quero que vocês se comportem, e, por favor, mantenham em mente que eu estou comprometida com o Fletcher. Jill fez uma careta e então disse: — Por favor, não nos lembre. *** —Nós estamos contentes por você ter descoberto algo sobre o seu bisavô hoje, Dillon. Nadia disse, sorrindo. Dillon não pôde evitar e retribuiu o sorriso, pensando que ela o lembrava muito sua prima Bailey quando ela tinha a mesma idade de Nadia. Ela possuía uma inocência, mas ao mesmo 31