3. São Tomé e Príncipe é um estado insular
localizado no Golfo da Guiné, composto por duas
ilhas principais (São Tomé e Príncipe) e várias
ilhotas, num total de 964 km², com cerca de 160
mil habitantes. Como estado insular, não tem
fronteiras terrestres mas situa-se relativamente
próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial,
Camarões e Nigéria.
A Capital é São Tomé.
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram
desabitadas até 1470, quando os navegadores
portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as
descobriram. Este território foi, então, uma
colónia de Portugal desde o século XV até à sua
independência que sucedeu em 1975. É um dos
membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa.
Introdução
4. As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram
supostamente (tese maioritária) desabitadas até
1470, quando os navegadores portugueses João de
Santarém , Pêro Escobar e João de Paiva as
descobriram e baptizaram. Foram colonizadas e
administradas pelos portugueses. A cana-de-açúcar
foi introduzida nas ilhas no século XV, mas a
concorrência brasileira e as constantes rebeliões
locais levaram a cultura agrícola ao declínio no
século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira
tornou as ilhas entrepostos de escravos. A produção
de pimenta e a exportação de madeiras eram, já no
séc. XVI, a principal fonte de receitas de S. Tomé.
A agricultura só foi estimulada no arquipélago no
século XIX, com o cultivo de cacau e café, quando o
ciclo do açúcar estava no auge, com mais de 180
mecanismos a funcionar.
5. Durante estes dois séculos do Ciclo do Cacau, criaram-se estruturas
administrativas complexas. Elas eram compostas por vários
serviços públicos, tendo à sua frente um chefe de serviço. As
decisões por este tomadas tinham de ser sancionadas pelo
Governador da Colónia, que para legislar, se apoiava num Conselho
de Governo e numa Assembleia Legislativa.
Numa das várias revoltas internas nas ilhas, um escravo chamado
Amador, considerado herói nacional, controlou cerca de dois terços
da ilha de São Tomé.
Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das
forças armadas, até que com a luta armada nos outros territórios
sob o seu domínio, se criou um Comando Independente. Fora da sua
alçada encontrava-se a Direcção-geral de Segurança (DGS).
O Governador deslocava-se periodicamente a Lisboa, para informar
o governo colonial e dele trazer instruções.
6. Na Ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o
administrador do Concelho com largas atribuições. A
colónia achava-se dividida em dois concelhos, o de São
Tomé e o do Príncipe, e em várias freguesias.
Em 1960, surge um grupo nacionalista opositor ao domínio
português. Em 1972, o grupo dá origem ao Movimento de
Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), de orientação
marxista. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de
controlo de Portugal, o arquipélago é descolonizado.
A 12 de Julho de 1975 nasce a República Democrática de S.
Tomé e Príncipe mas as primeiras eleições livres só se
realizaram 16 anos depois.
Após a independência, foi implantado um regime socialista
de partido único sob a alçada do MLSTP.
7. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura
económica do país. Em 1990, adopta-se uma nova constituição,
que institui o pluripartidarismo.
No ano seguinte, as eleições legislativas apresentam o Partido de
Convergência Democrática - Grupo de Reflexão (PCD-GR)
como grande vencedor, ao conquistar a maioria das cadeiras. A
eleição para presidente contou com a participação de Miguel
Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde
1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995,
é instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a
participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de
1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social
Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou
possível ao partido indicar o primeiro-ministro.
8. As ilhas de São Tomé e do Príncipe ficam
situadas junto à linha do Equador e a cerca
de 300 km da costa Ocidental de África. O
arquipélago situa-se no Golfo da Guiné,
sob o Equador e é constituído por 2 ilhas e
diversos ilhéus de pequena dimensão,
entre os quais o ilhéu das Rolas, das
Cabras e Sete Pedras em S, Tomé e o ilhéu
Bombom, Boné, Pedra da Galé, Tinhosas e
Mosteiros no Príncipe. Todo o arquipélago
está inserido no rifle da linha vulcânica
dos Camarões, estendendo-se por 1001
km2 de território montanhoso.
Os países mais próximos são a Nigéria, os
Camarões, a Guiné-Equatorial e o Gabão.
9. No folclore santomense é de destacar o
teatro: a sobrevivência de dois autos
renascentistas (século XVI): " A Tragédia do
Marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos
Magno", denominado localmente de
"Tchiloli" e o "São Lourenço" (por ser
representado no dia deste santo) e que é
idêntico aos "Autos de Floripes" que ainda
hoje é representado na aldeia das Neves,
perto de Viana do Castelo.
A Cena Lusófona editou um livro, Floripes
Negra, em que Augusto Baptista, ensaísta e
fotógrafo, faz um levantamento sobre as
origens do "Auto da Floripes" e as suas
ligações com Portugal.
10. A taxa de alfabetização é elevada.
O Português é a língua oficial mas convive com os dialectos
locais como o fôrro (crioulo), o angular, o lunguye e o
crioulo de Cabo Verde.
O prato tradicional é o Calulu, à base de frango, óleo de
palma e legumes. Os pratos de Cabo Verde e Portugal
também são habituais e a comida é quase sempre
acompanhada de fruta pão.
11. As manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas
têm origem nos mais variados credos, pois se atendermos ao
número de indivíduos de várias origens, vindos para São Tomé e
Príncipe, facilmente se encontra a explicação deste facto.
Distinguem-se contudo, duas tendências religiosas acentuadas:
a animista e a católica, sendo as correntes existentes: a católica
romana, a evangélica e a adventista de 7º dia.
12. As excelentes condições climatéricas e uma natureza generosa
favorecem a produção agrícola.
A pesca tem grande tradição e é praticada de forma artesanal.
Por ali passam atuns, golfinhos, espadartes, barracudas, merlins
e tubarões.
O Turismo está cada vez mais desenvolvido e explorado pois
existem belíssimos hotéis, praias paradisíacas, paisagens
luxuriantes, vegetação exuberante, cascatas, macacos,
tartarugas e papagaios, frutas exóticas e uma população
hospitaleira.
Economia
13. Curiosidades
S. Tomé também é designada como a ILHA CHOCOLATE.
O cacau tornou-se um fenómeno social nas cortes europeias e
para fazer face à procura deste produto os reis europeus
introduziram progressivamente a cultura em todas as colónias
ultramarinas. Os portugueses foram os primeiros a fazê-lo no
continente africano, na ilha do Príncipe e mais tarde em S. Tomé.
As grandes roças (fazendas) de cacau que entretanto se
construíram permitiram a este arquipélago ocupar a posição de
primeiro produtor mundial de cacau. Foi daí que nasceu o nome
de ILHA CHOCOLATE.
14. As amêndoas do cacau são recolhidas para se extraírem os
grãos frescos que depois são fermentados e secos. Estas
operações provocam alterações químicas que desenvolvem o
aroma do chocolate. Os grãos secos é que são depois
exportados para o resto do mundo. Alguns grãos são torrados,
misturados, moídos e refinados em S. Tomé para se fazer um
pasta deliciosa chamada “chocolate santomé”.
Existem algumas roças que podem ser visitadas pelos turistas.
Curiosidades
15. Informações Complementares
Os habitantes são de origem variada, portugueses e
nativos do Golfo da Guiné, de Angola, de Moçambique e
de Cabo Verde. A esperança de vida é de cerca de 62
anos.
O Clima é equatorial, com uma estação fresca de Junho
a Agosto e uma quente de Setembro a Maio. Os raios
solares incidem a 90º.
A vacina da febre amarela e malária são obrigatórias.
A moeda oficial é a Dobra, sem cotação internacional
mas o Euro e o Dólar são as moedas aceites.
16. Actualmente S. Tomé e Príncipe continua a ser um rico arquipélago e um país
rico. Rico de gente afável, de paisagens de cortar a respiração, de animais
fantásticos, de praias a perder de vista, de tradições e de cultura, parecendo um
verdadeiro paraíso terrestre.
17. BIBLIOGRAFIA
São Tomé e Príncipe – A Sul, o Paraíso
Air Luxor Edition
Geographica – DINA Livro
Anuário Mundial 2006 – Expresso
Wikipédia