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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
PROJETO DE FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE TENSÃO
CONTÍNUA AJUSTÁVEL
15V – 1A
BRUNO GUAREZI MENGARDA
GUSTAVO SIMAS DA SILVA
Florianópolis, Julho de 2014
BRUNO GUAREZI MENGARDA
GUSTAVO SIMAS DA SILVA
PROJETO DE FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE TENSÃO
CONTÍNUA AJUSTÁVEL
Florianópolis
2014
Trabalho apresentado ao professor João
Goulart Júnior, ministrador da disciplina
de Eletrônica Analógica I pertencente à
5ª fase do curso técnico integrado de
Eletrônica.
“O gênio é aquele que tem uma grande paciência”
Thomas Edison
1. Resumo e Método
Neste trabalho é apresentado o protótipo de uma fonte de alimentação de
tensão elétrica contínua e regulável de tens. A elaboração da fonte é destinada
à alimentação de pequenos equipamentos eletrônicos, como pequenos
aparelhos de som, carregamento de baterias ou acendimento de lâmpadas, que
exigem potência de até 15 W.
São desenvolvidas e listadas todas as etapas de construção da mesma,
desde esquemáticos prévios e simulações digitais na ferramenta eletrônica
utilizada (ISIS – Proteus 7.8 Profesional) até os testes de carga, sendo
esclarecidas de forma detalhada e sequencial. São apresentadas tabelas,
gráficos, figuras, equações e elementos adicionais nos momentos necessários
para o melhor entendimento.
Todo material retirado de fontes externas, ou seja, aquelas que não são
de propriedade dos autores deste trabalho são citadas e referenciadas ao final.
2. Abstract and Method
In this work is presented the prototype of a continuous and regulable
voltage power supply. The elaboration of the power supply is destined to the
electrical powering of little equipments, such as little stereo systems, battery
charging or lighting lamps, that demands potency up to 15W.
Are developed and listed all the power supply construction parts, from
earliest schematics to digital simulations on the electronic tool used (ISIS –
Proteus 7.8 Profesional) to charge tests, being informed in detailed and
sequential form. Are presented tabels, graphics, figures, equations and aditional
elements at the right moment for the better understanding.
All the material picked from external sources, ie, those which are not
property of the autors of this work are quoted and referenced at the end.
3. Sumário
1. Resumo e Método ....................................................................................... 4
2. Abstract and Method ................................................................................... 5
3. Sumário ....................................................................................................... 6
4. Índice de Figuras e Tabelas ........................................................................ 8
5. Índice de Equações ..................................................................................... 9
6. Simbologia e Unidades.............................................................................. 10
7. Índice de abreviaturas ............................................................................... 12
8. Finalidade e Utilidade ................................................................................ 13
9. Introdução e Observação .......................................................................... 14
10. O Projeto Inicial: especificações e definições............................................ 15
11. O Projeto teórico: conceitos e simulações digitais..................................... 16
11.1 Tensão Alternada e Sinal senoidal: bases teóricas ......................... 16
11.2 Estrutura de proteção contra sobre tensão: fusível e varistor.......... 18
11.3 Transformação................................................................................. 19
11.3.1 Usos e teoria............................................................................. 19
11.3.2 Perdas e Soluções .................................................................... 19
11.3.3 Testes básicos e constatação................................................... 20
11.4 Retificação....................................................................................... 20
11.4.1 A tensão retificada: onda completa e equação ......................... 20
11.4.2 Diodos retificadores .................................................................. 21
11.5 Estabilização da tensão................................................................... 22
11.5.1 O capacitor e a nova forma de curva ........................................ 22
11.5.2 O novo valor de tensão ............................................................. 23
11.6 Sinalização: estados ligado e desligado .......................................... 23
11.7 Proteção contra superação do limite de carga: relé e SCR ............. 24
11.8 Etapa de controle da tensão: LM e potenciômetro .......................... 25
11.9 Sinalização de alcance de corrente específica................................ 27
12. O Projeto prático: montagem digital e física .............................................. 28
12.1 Matriz de contatos ........................................................................... 28
12.2 Montagem digital: Altium Designer, esquemático e roteamento...... 29
12.3 Transferência térmica, furos e corrosão .......................................... 30
13. Design e Ergonomia .................................................................................. 31
14. Teste de carga: tabela e gráficos .............................................................. 33
15. Dificuldades e Soluções ............................................................................ 35
16. Resultados e Conclusões.......................................................................... 37
17. Referências ............................................................................................... 38
4. Índice de Figuras e Tabelas
Figura 1 - Esquemático prévio do projeto ........................................................ 15
Figura 2 - Esquemático do projeto ajustado a partir da etapa de retificação ... 15
Figura 3 - Sinal de Tensão Alternada Senoidal................................................ 16
Figura 4 - Estrutura de proteção contra sobre tensão...................................... 18
Figura 5 - Curva de corrente sobre tensão; varistor e resistor. ........................ 18
Figura 6 - Onda completa retificada................................................................. 20
Figura 7 - Etapa de retificação ......................................................................... 21
Figura 8 - Gráfico de estabilização proporcionada pelo capacitor.................... 22
Figura 9 - Capacitor e LED de sinalização ON/OFF ........................................ 23
Figura 10 - Estrutura de proteção: relé e SCR................................................. 24
Figura 11 - Estrutura de controle de tensão com LM317T............................... 25
Figura 12 - Sinalização de corrente determinada............................................. 27
Figura 13 - Montagem em matriz de contatos.................................................. 28
Figura 14 - Roteamento da placa Bottom Layer e Top Overlay ....................... 29
Figura 15 - Montagem virtual em 3D................................................................ 30
Figura 16 - Bottom Layer da PCB .................................................................... 30
Figura 17 - Parte interna do gabinete............................................................... 31
Figura 18 - Gabinete parte frontal e lateral ...................................................... 32
Figura 19 - Parte traseira da caixa metálica..................................................... 32
Tabela 1 - Teste de carga ................................................................................ 33
Gráfico 1 - Desvio percentual de Vf sem ajuste ............................................... 34
Gráfico 2 - Tensão Vf em função da corrente Ic......................................... 34
5. Índice de Equações
Equação 1 – Tensão alternada senoidal da rede elétrica de Florianópolis ...... 17
Equação 2 - Tensão eficaz de um sinal senoidal............................................. 17
Equação 3 - Velocidade angular de um sinal senoidal..................................... 17
Equação 4 - Relação de transformador ........................................................... 19
Equação 5 - Valor médio de uma senóide ....................................................... 21
Equação 6 - Tensão de saída do regulador ..................................................... 26
6. Simbologia e Unidades1
Adj – Terminal de ajuste de tensão do regulador;
C – Capacitância (farad – F);
CA – Corrente alternada;
CC – Corrente contínua;
f – Frequência (hertz – Hz);
I – Corrente Elétrica (ampère – A);
IL – Corrente na resistência de carga;
Iprim – Corrente no enrolamento primário do transformador;
Isec – Corrente no enrolamento secundário do transformador;
l – comprimento (metro – m);
L – Indutância (henry – H);
Np – Número de espiras no enrolamento primário do transformador;
Ns – Número de espiras no enrolamento secundário do transformador;
P – Potência Ativa (watt – W);
PL – Potência ativa da carga;
R – Resistência Elétrica (ohm - Ω);
T – Período (segundo – s);
t – Tempo (segundo - s);
T° - temperatura (grau Celsius - °C);
V – Tensão Elétrica ou Diferença de Potencial Elétrico ou DDP (volt – V);
VC – Tensão no Capacitor;
VCC – Tensão após etapa de retificação;
VD – Tensão no Diodo;
Vef – Tensão eficaz;
Vin – Tensão no terminal de entrada do regulador;
1 As unidades estão de acordo com as usadas em aula não sendo obrigatoriamente as
mesmas das normas do Sistema Internacional de Unidades (SI)
VL – Tensão na resistência de carga;
Vmed – Tensão média;
Vout – Tensão no terminal de saída do regulador;
Vp – Tensão de pico;
Vpp – Tensão de pico a pico;
Vprim – Tensão no enrolamento primário do transformador;
Vrev – Tensão reversa máxima do diodo;
Vsec – Tensão no enrolamento secundário do transformador;
𝛚 - Velocidade angular (radiano por segundo – rad/s);
7. Índice de abreviaturas
BUZ12 – Buzzer;
C#– Capacitor;
D# – Diodo;
DRL – Diodo Roda-Livre (Free-Wheeling);
Fus – Fusível;
GND – Terminal ou nó Terra (Ground);
LED – Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz);
LM – Regulador LM317T;
PB# - Botão táctil (Push-button);
PCI – Placa de circuito impresso (Printed Circuit Board – PCB)
Pot-high – Potenciômetro de ajuste grosso;
Pot-low – Potenciômetro de ajuste fino
Q# – Transistor;
R# – Resistor;
RS# – Resistor sensor;
SCR – (Silicon Controlled Rectifier) Tiristor Retificador Controlado de Silício;
Sw# – Chave;
TR#; Transformador;
VR# – Varistor ou VDR (Voltage Dependent Resistor).
2 O hashtag (#) simboliza o número do componente, no caso onde aparece R1, por exemplo,
faz referência ao resistor 1.
8. Finalidade e Utilidade
Este projeto, que primariamente foi desenvolvido como trabalho da
disciplina de Eletrônica 1 (Eletrônica Analógica) do curso técnico de Eletrônica,
tem como finalidade a alimentação de pequenos equipamentos eletrônicos.
Também é destinado a servir de fonte para próximos projetos do curso
que venham a exigir potência máxima de 15 W (potência máxima especificada
da fonte), tendo o limite de 1 A. Sendo assim, foi planejada e aplicada a
possibilidade de controle da tensão de saída (máxima de 15V), visando que a
maioria dos pequenos aparelhos requerem tensão de 12V.
9. Introdução e Observação
Quando se lida com eletrônica percebe-se as nuances que os dispositivos
eletrônicos apresentam em termos de alimentação elétrica. Celulares, por
exemplo, funcionam com baixa potência e com tensão contínua, no entanto cada
fabricante possui a sua especificação: alguns trabalham com baterias de 5V e
corrente de 250mA, outros com 3,7V e corrente de 300mA. Caso sejam
comparados dois celulares diferentes é possível que ambos trabalhem com a
mesma potência, porém com correntes e tensões distintas.
E com essas diferenças vem a necessidade de algo que consiga suprir o
que é demandado.
Uma fonte de tensão contínua é uma das alternativas para o problema,
desde que seja capaz de entregar o que lhe é exigido tendo o mínimo de erros
possível, sendo o mais ideal que consiga. Com isso emerge outra questão: não
somente é preciso cumprir uma função, mas sim cumpri-la da melhor forma
possível.
A fonte de tensão apresentada neste trabalho foi planejada para que
forneça o que é requerido de maneira estável. Foram incorporadas estruturas
para que tal estabilidade exista, além de outras objetivando a proteção para que
não haja danos, sejam estes aos componentes internos da fonte, ao aparelho
que está sendo alimentado ou até mesmo ao usuário.
Observa-se que certos sistemas de proteção foram incorporados pelos
autores do projeto, como as de sobre tensão e sobre corrente, contudo, alguns
componentes, como o transformador e o regulador de tensão utilizado (LM317T),
já possuem estruturas contra superaquecimento (dissipador de calor) e
isolamento elétrico.
10. O Projeto Inicial: especificações e definições
Primeiramente foi estabelecido que o projeto deveria ser de simples,
porém eficiente, funcionamento. Discutiram-se as especificações e foram
procurados transformadores de marcas confiáveis que atendessem as
características determinadas, sempre relevando tanto a questão técnica quanto
a econômica. O esquemático prévio do projeto da fonte foi definido, e é
exatamente o que aparece na Figura 1.
Como é possível verificar no título, o esquemático representa uma fonte
ajustável, variando de 0V a 30V, com corrente de até 3A.
Figura 1 - Esquemático prévio do projeto. VirtuaTec. Disponível em:
http://virtuatec-eletronica.blogspot.com.br/2013/08/fonte-de-0v-30v-por-3a.html.
Figura 2 - Esquemático do projeto ajustado a partir da etapa de retificação
Avaliou-se bem todos os elementos do projeto prévio, discutiu-se sobre a
finalidade do mesmo e chegou-se a resposta de que tanto a tensão quanto a
corrente não necessitariam de tal nível, por isso poderiam ser menores, já que
objetiva a alimentação de eletrônicos de até 12V e outros projetos de bancada.
Com isso ajustou-se, como a figura 2 apresenta.
11. O Projeto teórico: conceitos e simulações digitais
Uma observação: a simulação digital foi realizada na ferramenta
eletrônica mais utilizada na instituição, o ISIS Proteus 7.8 Profesional, que possui
uma vasta biblioteca de componentes e oferece diversas opções para a
customização das características de cada elemento, porém não simula a queima
de componentes ou outros problemas reais.
11.1 Tensão Alternada e Sinal senoidal: bases teóricas
A energia elétrica que é utilizada e transformada através do circuito
estudado é derivada de prévias transformações realizadas ao longo de
subestações e transformadores de potências durante todo o percurso desde o
gerador nas usinas até as instalações elétricas domiciliares. A energia alcança
os terminais das tomadas atualmente presentes na maioria das edificações em
forma de tensão alternada (também denominada de CA) como demonstra a
figura 3.
A tensão tem o comportamento de primeiramente elevar-se ao valor de
pico positivo (VP) que representa a altitude da onda. Em seguida rebaixa-se ao
valor nulo, inverte a polaridade e alcança o valor de pico negativo. Então retorna
ao valor de 0V.
A tensão da rede elétrica de Florianópolis é dada através da seguinte
equação:
Figura 3 - Sinal de Tensão Alternada Senoidal. Extraído de ManoelPesqueira.
Disponível em:
http://manoel.pesqueira.ifpe.edu.br/cefet/anterior/2007.1/magnetismo/tensaoca/tensao
ca.html
𝑣(𝑡) = 220√2𝑠𝑒𝑛(377𝑡)
Equação 1 – Tensão alternada senoidal da rede elétrica de Florianópolis
Sendo:
220 o valor de tensão eficaz (VEF) que é a tensão que seria fornecida por uma
fonte CC (tensão contínua) a mesma carga é, por sua vez, (de maneira
simplificada) dado pela seguinte equação:
𝑉𝐸𝐹 =
𝑉𝑃
√2
3
Equação 2 - Tensão eficaz de um sinal senoidal
377 a velocidade angular (𝛚) do sinal, que é derivado da equação:
𝜔 = 2𝜋𝑓
Equação 3 - Velocidade angular de um sinal senoidal
A frequência da rede florianopolitana é de 60Hz, o que, pelos cálculos, a
velocidade angular corresponde a 377 rad/s.
O valor médio (VMED) é determinado pela “área total sob a curva, dividido
pelo período da forma de onda” (MUSSOI, 2013). Como a forma de onda vista é
simétrica, ou seja, o semiciclo positivo é exatamente igual ao semiciclo negativo,
dá-se o VMED como igual a zero.
O valor de pico a pico é dado pela diferença entre os valores de pico
positivo e negativo, no caso: 311 - (-311) = 622V. Como a onda analisada é
simétrica, temos que o valor de pico a pico é igual a duas vezes o valor de pico.
Observa-se, no entanto, que estas são representações de um sinal
senoidal ideal, o que não necessariamente pode vir a ser realidade, devido a
diversos fatores, como a exigência de potência da carga, perdas nos condutores,
ruídos, entre outros.
3 Na equação foram suprimidos os cálculos matemáticos mais complexos como derivadas e
integrais e apresentada apenas a equação em sua forma final para a facilitação e objetividade
11.2 Estrutura de proteção contra sobre tensão: fusível e varistor
A estrutura de proteção contra sobre tensão apresenta-se como clássica
pois é a mais utilizada pelos técnicos ao confeccionarem fontes de alimentação.
Na figura 4 é possível observar o esquema que funcionará com a
participação de dois componentes fundamentais.
Caso haja um surto de tensão maior do que 250V na fonte representada
na ilustração por V1, o varistor (VR1), que atua como um resistor variável de
acordo com a tensão aplicada em seus terminais (quanto maior a tensão, menor
a resistência) exigirá uma maior corrente de V1. Com esse acréscimo de
corrente, o fusível, que para o projeto foi calculado em 250mA, sofrerá efeito
Joule, aquecerá o seu filamento e o romperá, interrompendo a conexão da fonte
alternada com o resto do circuito.
As curvas da figura 5 representam melhor o comportamento de um VDR
e de um resistor, respectivamente. Nota-se que, enquanto um resistor comum
respeita a linearidade da Lei de Ohm, o varistor possui uma equação exponencial
(que não será exibida neste trabalho por questões de complexidade teórica).
Figura 4 - Estrutura de proteção contra sobre tensão
Figura 5 - Curva de corrente sobre tensão; varistor e resistor. Extraído de IvanBechtold.
Disponível em: http://ivanbechtold.paginas.ufsc.br/files/2014/03/exp02_curvas-
caract_resistores.pdf.
11.3 Transformação
11.3.1 Usos e teoria
O transformador é a parte fundamental para a redução da tensão. Ele é o
componente que realizará a transformação do valor da tensão elétrica que chega
às tomadas para a DDP desejada no circuito.
Esta ação de redução é dada através da reação eletromagnética entre os
indutores do trafo e a proporcionalidade de espiras nos enrolamentos do mesmo.
A quantidade de espiras está ligada ao fluxo magnético que, por sua vez, está
diretamente relacionada com a tensão autoinduzida na segunda parte do
transformador.
Entre as espiras a relação é: a divisão do número de espiras do primário
pelo secundário é proporcional à divisão da tensão do primário pelo secundário,
como demonstra a equação 4.
𝑉𝑝
𝑉𝑠
=
𝑁𝑝
𝑁𝑠
=
𝐼𝑠
𝐼𝑝
= 𝑎
Equação 4 - Relação de transformador
Sendo “a” a constante de transformação, podendo variar de transformador
para transformador.
Percebe-se que há uma relação inversa entre a corrente e a tensão. Isto
devido à conservação da potência. Enquanto a diferença de potencial elétrico do
primário é alta, sua corrente possui baixo valor, ocorrendo exatamente o inverso
no secundário do trafo. Como, após o rebaixamento, a corrente é maior,
consequentemente os condutores possuem menor resistência, maior bitola e
menor comprimento (apesar de manterem a mesma resistividade por serem do
mesmo material: cobre).
Outra observação é que tanto a tensão autoinduzida no secundário e a
indutância das bobinas que compõem o transformador dependem da frequência
em que opera o sistema. Como 60Hz situa-se numa faixa em que é considerada
intermediária para o circuito (aproximadamente entre 40Hz e 5kHz), a operação
ocorre sem problemas significativos, como as reações indutiva ou capacitiva.
11.3.2 Perdas e Soluções
Quantos aos problemas, é possível citar as perdas: por Efeito Joule, aos
condutores dos enrolamentos que sofrem aquecimento e dissipam calor; por
magnetismo, quando o fluxo magnético do primário não é totalmente repassado
ao secundário; por correntes de Foucault.
Entretanto o próprio fabricante prevê os prováveis problemas e os previne
anteriormente. Quanto às perdas magnéticas há o melhor acoplamento ao
aplicar um núcleo ferromagnético, evitando a dispersão das linhas de campo e
aproveitando o máximo do fluxo. As correntes parasitas são evitadas com o uso
de diversas lâminas de ferro isoladas entre si, proporcionando assim a
dificuldade de condução. Já o problema de aquecimento deve ser de
responsabilidade do usuário, e pode ser mitigado com a incorporação de um
sistema de refrigeração através de dissipadores de calor, ventiladores ou
líquidos, por exemplo.
11.3.3 Testes básicos e constatação
O trafo utilizado foi um abaixador de alimentação com tap central
220V/15+15V 1A da M&M Garça Transformadores. Nele foram realizados
somente testes básicos de verificação da funcionalidade do rebaixamento.
Ao serem aplicados 220VEF nos terminais de entrada (vermelho e preto)
com auxílio de um multímetro digital observou-se a tensão entre um terminal de
saída e o tap central (preto e verde) e entre os dois extremos terminais de saída
(verde e verde). Os valores exibidos foram de aproximadamente 16,0V e 32,2V,
respectivamente, o que mostra-se eficiente e bom por ser mais do que o
prometido. Com estes dados conclui-se que o fabricante optou por acrescentar
uma margem de tensão, sendo superior ao que especifica, sabendo que,
dependendo da carga, possa acontecer a queda de VCC, como será visto mais
adiante.
Ainda com o multímetro, foram analisadas as resistências do primário e
do secundário, obtendo-se, respectivamente, 184Ω e 4Ω. Esta medida serve
para reafirmar a constatação de que não há proporcionalidade entre as
resistências dos enrolamentos, mas sim entre as impedâncias, já que está-se
lidando com números complexos e fasores.
11.4 Retificação
11.4.1 A tensão retificada: onda completa e equação
Após a etapa de transformação da tensão há a etapa de retificação. Neste
momento há a alteração do sinal senoidal, que passa de alternado para contínuo.
No projeto foi-se utilizado sistema de retificação de onda completa, na qual tanto
o semiciclo positivo quanto o negativo são retificados.
Na figura 6 vê-se uma simples representação de como aparenta o sinal
após a retificação.
Com
Figura 6 - Onda completa retificada. Retirado de Museu das Comunicações.
Disponível em:
http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/moreinfo/2_16_0
_DiodeLab.html.
Com esta nova forma, o sinal possui novas propriedades, não tendo agora
o valor médio como nulo. Com isto há uma nova equação para o valor médio:
𝑉 𝑚𝑒𝑑 =
2𝑉𝑝
𝜋
= 0,637 ∗ 𝑉𝑝
Equação 5 - Valor médio de uma senóide
Realizando-se os cálculos (não contando a queda de tensão nos diodos
ou perdas em nenhum outro componente do circuito) obtém-se o VMED = 13,51V.
11.4.2 Diodos retificadores
Os componentes eletrônicos que possuem a função de retificar uma
senóide são os diodos, que comportam-se “idealmente como circuito aberto
quando polarizados inversamente (potencial maior no cátodo em relação ao
ânodo) e curto-circuito quando polarizados diretamente (potencial maior no
ânodo em relação ao cátodo)” (COELHO, 2012). Entretanto, mesmo polarizados
diretamente e permitindo a condução, todo diodo realiza uma queda de tensão
que, geralmente, é igual a 0,7V.
A figura 7 representa os diodos num esquemático do simulador de
circuitos eletrônicos digital Proteus:
Os diodos manipulados foram os de modelo 1N5408, que, em teoria,
suportam tensão reversa de até 1000V e corrente média de até 3A.
TR1 representa o transformador que, como já foi dito anteriormente, é
utilizado com o tap central sendo aterrado.
Figura 7 - Etapa de retificação
11.5 Estabilização da tensão
11.5.1 O capacitor e a nova forma de curva
A forma de onda da tensão após passar pela etapa anterior já apresenta-
se contínua. Porém ainda mantém-se pulsante, o que não é o recomendado para
a alimentação de equipamentos CC. Por conseguinte há a necessidade de
manutenção de um único valor de tensão, de uma estabilização.
E a estabilização da tensão já retificada pelos 1N5408 é de
responsabilidade dos capacitores.
Os capacitores (também chamados de condensadores) são “componentes
eletrônicos que têm a propriedade intrínseca de armazenar energia sob a forma
de campo elétrico” (BOYLESTAD, 2003). De mesmo modo, eles comportam-se
sendo contrários à variação de tensão em seus terminais. Então, quando a
DDPE retificada estiver iniciando a sua queda, os capacitores atuarão suprindo
a necessidade do circuito ao fornecer energia, descarregando-se.
Constata-se que a forma de onda passará de pulsante (figura 6) para quase
estabilizada (figura 8)
Nota-se que há uma estabilização significativa do potencial elétrico.
Todavia considera-se a leve queda ocorrida. Esta queda é denominada de ripple.
Quanto maior a capacitância do capacitor, melhor será a sua estabilização
proporcionada.
A regra usual para projetos de fonte são 2200µF para o primeiro ampère
mais 1000µF para cada ampère a mais que a fonte será capaz de fornecer. Neste
projeto optou-se por manter uma margem de segurança neste quesito, então
utilizou-se um capacitor de 4700µF e 25V, o que é o bastante para apresentar
um bom resultado.
Figura 8 - Gráfico de estabilização proporcionada pelo capacitor. Retirado de Museu
das Comunicações.
11.5.2 O novo valor de tensão
Agora, após a ação do capacitor, através do gráfico anterior afirma-se que
há um novo valor para a tensão disponibilizada a partir deste momento para o
circuito.
Considerando que o capacitor atua idealmente, ou seja, que consegue
estabilizar a tensão perfeitamente, mantendo o gráfico uma linha reta, calcula-
se que o novo valor contínuo (VCC) é dado pelo valor de pico. Fazendo uso da
equação 2 têm-se: VCC = 21,21V. Fazendo a redução da queda de tensão no
diodo têm-se: VCC – VD = 21,21 – 0,7 = 20,51V.
Então afirma-se que este é o valor máximo que VCC pode assumir caso haja
o funcionamento correto do circuito.
11.6 Sinalização: estados ligado e desligado
A noção de que há corrente elétrica sendo passada pela resistência de
carga4 não é o suficiente para saber se a fonte está ligada. Então, para a melhor
visualização de que o equipamento está ligado, basta acrescentar um elemento
que sinalize os estados (ligado ou desligado – ON/OFF), seja ele sonoro ou
visual. Optou-se pela simples inserção de um LED difuso de cor verde (D3)
associado em série com um resistor de 1000Ω (R2) que estará acionado quando
houver diferença de potencial elétrico entre seus terminais. A figura 9 demonstra
esquematicamente a associação.
Pelos cálculos para conhecer a corrente máxima que percorrerá o ramo
que possui R2 e D3, faz-se a Lei de Ohm:
VCC
𝑅2
= 𝑖 𝐷3 sendo iD3 a corrente do ramo.
4 Quando se diz resistência de carga, refere-se a qualquer componente ou dispositivo que
esteja conectado nos terminais de saída (output) da fonte.
Figura 9 - Capacitor e LED de sinalização ON/OFF
Então:
20,51
1000
= 0,02051 𝐴. 20,51mA será a corrente máxima iD3 caso VCC
mantenha-se constante.
Observa-se que um LED difuso comum alcança seu brilho máximo tendo
uma queda de tensão de 3V e corrente de 20mA, conclui-se que os cálculos
respeitam estas características básicas.
11.7 Proteção contra superação do limite de carga: relé e SCR
A superação do limite de corrente elétrica na resistência de carga (RL) é um
problema, pois pode danificar tanto a fonte quanto a própria RL. Como proteção
contra este tipo de evento há algumas opções. Existe a proteção com
transistores, fusíveis ou relés, por exemplo. A optada para o projeto foi a
estrutura com o relé e o tiristor SCR.
O relé é um componente que
apresenta uma reação
eletromagnética; enquanto não
estiver sendo percorrido por corrente
ele mantém fechado o terminal
normalmente fechado (NF) e aberto o
normalmente aberto (NA). Quando
sua bobina estiver sendo percorrida
por uma corrente ela gerará um
campo eletromagnético que realizará
a atração da chave do relé, abrindo o
NF e fechando o NA.
No entanto, caso o relé fosse
conectado direto no VCC e no terra
(GND), sua reação já seria acionada.
Com isso aparece o SCR.
O tiristor SCR (Silicon
Controlled Rectifier) é um
componente que somente permite a
passagem de corrente no sentido do
ânodo para o cátodo (como um
diodo), mas isto apenas quando
houver um pulso elétrico em seu
terceiro terminal (Gate). Este pulso
será efetuado quando houver uma
DDP de aproximadamente 0,6V entre o cátodo e o gate.
No caso, o ideal seria aplicar um resistor de precisão entre os terminais
cátodo e gate do SCR, sendo a corrente que enviará o pulso elétrico determinada
pela resistência deste resistor (R4). Foi-se disposto, então, um resistor de 0,6Ω,
Figura 10 - Estrutura de proteção: relé e SCR
que terá a tensão de 0,6V (necessária para acionar o tiristor) quando houver uma
corrente de 1A (especificada da fonte).
A figura 10 ilustra este esquema.
Já no terminal NA, foi-se inserido novos elementos sinalizadores. O buzzer
(BUZ1) emitirá um sinal sonoro que geralmente alcança 80dB, enquanto o LED
alertará com a cor vermelha, por ser cor chamativa e muitas vezes indicada para
casos de alerta.
11.8 Etapa de controle da tensão: LM e potenciômetro
Pode-se dizer que após a etapa anterior já tem-se uma fonte de
alimentação CC simples, porém eficiente. No entanto, para oferecer uma opção
ao usuário, escolheu-se a aplicação de uma estrutura capaz de controlar a
tensão de saída (VOUT). Uma das alternativas para esta finalidade é o
componente regulador LM317. A figura 11 representa esquematicamente o que
será dito:
Ele é um dispositivo que altera o potencial elétrico no terminal de saída
(pino 2 – VO) de acordo com a diferença entre a tensão do pino 1 (pino de ajuste
– ADJ) e o GND. O terminal 3 (entrada de corrente – VI) serve como referência
para a VOUT, pois a DDP de saída dá-se pela seguinte equação simplificada:
Figura 11 - Estrutura de controle de tensão com LM317T
𝑉𝑜𝑢𝑡 ≅ 𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑖𝑜
Equação 6 - Tensão de saída do regulador
Sendo VIO a queda de tensão do regulador (diferença de potencial entre o
pino 3 e 2). Como VIN não muda e foi calculado, a nova equação é: VOUT = 20,51
- VIO.
Ao terminal de ajuste são conectados resistores. Caso estes sejam
resistores fixos, isto quer dizer, que não ofereçam qualquer alteração
significativa em suas resistências ôhmicas, seja através da rotação de um cursor,
modificação na temperatura, luminosidade, etc., VOUT será fixo. Caso a
resistência mude, consequentemente haverá a alteração da corrente e do
potencial elétrico do pino de ajuste em relação ao terra e a DDPE de saída
variará, já que VIN é estável. Para o projeto aplicou-se um potenciômetro de 5kΩ.
Releva-se, ainda, a necessidade de outros elementos fundamentais para o
bom funcionamento do LM. É instruído que exista um resistor que conecte os
terminais 2 e 1 para realizar o divisor de tensão entre este e o potenciômetro. E
segundo o fabricante internacional ON Semiconductor a disposição de dois
capacitores eletrolíticos de 0,1µF (C3, conectado em paralelo com o pino VIN) e
1,0µF (C2, conectado em paralelo com VOUT) apesar de não serem necessários
em todas as situações, melhoram a estabilidade e a resposta antes e
posteriormente à ação do LM.
Outro capacitor, desta vez não indicado pelo fabricante, mas sim visto e
aconselhado pela experiência de técnicos, é o de 10µF (C4) que é conectado
em paralelo com o potenciômetro para evitar ruídos nos mesmos.
Os diodos semicondutores foram acrescentados por questão de
precaução. Mais especificamente eles têm a utilidade de evitar que a energia
armazenada nos capacitores seja descarregada diretamente através do LM317T
(U1), o que pode ocasionar problemas. D5 faz a condução da corrente de
descarregamento de C4 em direção a D4, que faz a condução também da
corrente saída de C2. Os diodos usados nesta parte foram os 1N4002, que
possuem VREV máxima de 100V e corrente máxima de até 1A.
Ainda quanto ao regulador, consideram-se outras questões. Aqui estão
listadas algumas observações sobre o mesmo:
 Para funcionar corretamente tem uma VOUT mínima de 1,25V.
 O LM317T atua bem até 1,5A e 37V de corrente e tensão de output,
respectivamente.
 Necessita de um bom sistema de dissipação de calor pois, neste
projeto, apresenta potência de até 19W, sendo a pior situação
quando VOUT é mínima com a IL máxima. Com isto, acoplou-se um
dissipador de calor metálico.
11.9 Sinalização de alcance de corrente específica
Outra estrutura inserida como elemento útil
adicional foi a de sinalização de alcance de
corrente específica na resistência de carga.
Como atuadores está a visualização óptica
(um LED comum de alto-brilho de cor amarela),
as resistências de sinalização (R6, R7 e R8) e um
transistor NPN.
Na 12ª figura, IL é proveniente do lado
inferior direito (tendo RL omitido da imagem) e
obrigatoriamente ultrapassa o ramo com o
resistor R7. O transistor Q1 possui a propriedade
de permitir a circulação de eletricidade do coletor
para o emissor desde que haja uma corrente em
sua base (ou uma queda de tensão entre base-
emissor, de modo aproximado, de 0,8V). Vê-se
então que o responsável por esta queda de
potencial será, primariamente, o resistor de 2,47Ω
e, segundo os cálculos acionará o LED
sinalizador aos 400mA.
Além disto, outros resistores foram
disponibilizados para que haja a sinalização do
LED em diferentes níveis de corrente. Esta opção
fica por conta dos botões tácteis (push-buttons –
PB1 e PB2). Pelos cálculos temos: quando PB1
estiver acionado, a corrente de sinalização será
em torno de 550mA; quando PB2 estiver fechado,
o LED sinalizará em 650mA; já no momento em
que os dois push-buttons estiverem realizando a
conexão, haverá o acendimento do LED-
SINALIZA quando IL for cerca de 880mA.
Algumas considerações:
 Os resistores utilizados foram de potência, pois, segundo os
cálculos, dissipam até 1W cada.
 O transistor utilizado foi o NPN BC548 que tem baixa potência (em
torno de 625mW) e suporta temperatura de até 150°C, não havendo
necessidade de colocação de um dissipador de calor.
 PB1 e PB2 são botões tácteis de 6 terminais tipo HH.
Figura 12 - Sinalização de corrente determinada
12. O Projeto prático: montagem digital e física
12.1 Matriz de contatos
A montagem em matriz de
contatos visa o teste prévio tanto do
circuito quanto dos componentes. É
realizada sem a presença do
transformador, dos elementos da
estrutura de proteção prévia ao
secundário (varistor e fusível) ou
dos diodos retificadores e sem os
dissipadores de calor.
A montagem foi de fácil
execução, porém apresentou
problemas mesmo no começo. O
projeto em protoboard iniciou seu
funcionamento correto apenas
depois que alguns erros de
posicionamento nos fios foram
corrigidos.
Realizaram-se os testes,
então, em CC, com a energia
disponibilizada de uma outra fonte.
Na figura ao lado aparecem ligados os LED’s ON/OFF (verde difuso), de
carga (verde de alto-brilho ao fundo) e o de sinalização (amarelo difuso, abaixo).
Constatou-se que as estruturas com o LM317T e com o BC548 funcionaram
perfeitamente, apesar de ser fundamental a troca do resistor R7 por outro de
maior valor ôhmico, já que deste modo não é preciso uma corrente de 400mA
para acioná-lo (isto para proteção da protoboard, porque geralmente suportam,
no máximo, meio ampère).
Figura 13 - Montagem em matriz de contatos
12.2 Montagem digital: Altium Designer, esquemático e roteamento
A montagem digital foi realizada no software virtual especializado em
circuitos eletrônicos Altium Designer versão 14.1. As regras de roteamento foram
seguidas do Tutorial Programa Trainee R2R 2012, com a espessura das trilhas
de no mínimo 30 mil e no máximo 60 mil. Procurou-se evitar o uso de jumpers,
com isso os componentes foram dispostos de modo a terem trilhas curtas e
ocupando um espaço relativamente compacto.
O software Altium também disponibiliza a visualização em 3D da PCI (placa
de circuito impresso). Quanto a esta visualização, objetivou-se inserir o máximo
de componentes em três dimensões possível, pois o programa não possui todos
os modelos em 3D.
Os downloads dos modelos .step foram retirados do site: 3D Content
Central, que possui uma vasta biblioteca de modelos, proporcionados
gratuitamente. No entanto salienta-se que não somente os fabricantes têm a
permissão de envio dos modelos, mas também os próprios usuários, o que
resulta na possibilidade de componentes incorretos, com dimensões e/ou
acoplamentos distintos dos reais.
Figura 14 - Roteamento da placa Bottom Layer e Top Overlay
A figura a seguir demonstra a visualização em três dimensões da PCB.
12.3 Transferência térmica, furos e corrosão
A próxima etapa da confecção seria
o início da parte física: a impressão e a
transferência para a placa.
A impressão mais recomendada
pelos técnicos experientes é pelo método
de jato de tinta (inkjet) feito em um papel
especial, um papel de fotografia, mais
especificamente o papel Glossy 180g. Ao
lado a figura 16 demonstra a impressão
da Bottom Layer (camada de baixo).
Após isto, há a passagem do papel
para a placa de fenolite que foi
disponibilizada pela instituição. O
método prático é a transferência através
do processo térmico, com auxílio de um
ferro de passar, onde ocorre a plotagem.
A corrosão é efetuada com o líquido
percloreto de ferro, demorando entre trinta minutos a uma hora, dependendo do
estado do líquido e de sua eficiência.
Figura 15 - Montagem virtual em 3D
Figura 16 - Bottom Layer da PCB
A placa teve dimensões aproximadas de 10x9cm (comprimento e largura,
respectivamente), tendo os furos menores com 1mm de diâmetro e os maiores
com 3mm.
13. Design e Ergonomia
Para a proteção e cobertura da placa de circuito impresso já soldada, foi-se
utilizado um gabinete metálico disponibilizado pela instituição, gabinete tal
proveniente de uma outra fonte de alimentação usada em computadores (fonte
de 500W).
Foram realizadas alterações na estrutura do objeto, tal como a furação para
a inserção dos suportes para LED’s e bornes de saída positivo (vermelho) e
negativo (preto), seguindo os padrões de cores mais recomendados, com furos
de 5mm de diâmetro. Alguns furos já presentes na caixa apresentaram-se úteis,
e foram aproveitados, como o espaço onde antes havia a saída de cabos para
conexão, agora há o potenciômetro. Certos componentes mantiveram-se
intactos, como o plug de conexão 220V, a chave seletora 220V/110V e a chave
gangorra ON/OFF. Além destes, os próprios espaços para a aeração e
ventilação prevaleceram. O ventilador (cooler), vindo juntamente com o gabinete,
não foi reaproveitado por questões de espaço e não por ser considerado sem
utilidade, mas sim desnecessário para um projeto de baixa potência, sendo os
dissipadores metálicos e as frestas para entrada e saída de ar suficientes para
a refrigeração.
A figura 16 mostra a parte interna do gabinete de dimensões aproximadas
de 15x14x8cm (comprimento x largura x altura) com os furos e a disposição final
da placa.
Figura 17 - Parte interna do gabinete
Outros quesitos importantes são os pés de sustentação: colocaram-se
quatro pés circulares nos quatro cantos da caixa, que tanto servem para suporte
do equipamento, quanto para estabilização e isolamento da superfície em que
se apoia. Releva-se, mais uma vez a reutilização de objetos: os pés são
soquetes para lâmpadas fluorescentes, tipo “cebolinha”, que foram cortados e
pintados para a melhor aparência.
Apesar de o gabinete já ter sido recebido na cor escura, uma nova camada
de tinta preta foi aplicada com spray para tentar retocar qualquer arranhão ou
falha na pintura do mesmo. A cor “black noir” oferece um aspecto de discrição e
simplicidade, o desejado para o projeto.
Figura 18 - Gabinete parte frontal e lateral
Figura 19 - Parte traseira da caixa metálica
Os furos, tanto do soquetes dos LED’s e dos bornes foram feitos com um
afastamento de 2cm horizontalmente e 1,5cm verticalmente das bordas, para
proporcionar melhor ergonomia na operação com cabos e boa visualização das
luzes.
14. Teste de carga: tabela e gráficos
Os testes de carga servem para testar a qualidade do fornecimento de
energia da fonte, tendo a tensão em função da corrente. Esta eficiência é medida
através da variação da resistência de carga e consequentemente da corrente
elétrica de saída para cada valor fixo de potencial elétrico determinado, tendo
que forçar a VF definida quando necessário.
Para esta fonte utilizou-se os valores de 3V, 9V, 12V e 15V. Os resultados
estão listados abaixo.
Ic
Definida Vf Ic Vf ajustada Vf vazia Ic Vf (%) Ic (%) Vf (%) Ic (%)
200 2,20 200 3 3,8 200 26,66667 0 0 0
500 1,6 500 3 4,4 600 46,66667 0 0 20
800 1,1 800 3 5,2 900 63,33333 0 0 12,5
1000 0,8 1000 1,8 20,5 1000 73,33333 0 40 0
200 8,3 200 9 10 200 7,777778 0 0 0
500 7,5 500 9 10,7 600 16,66667 0 0 20
800 6,1 800 9 12,5 1100 32,22222 0 0 37,5
1000 6,8 1000 8,2 14,5 1300 24,44444 0 8,888889 30
200 11,3 200 12 12,7 200 5,833333 0 0 0
500 10,8 500 12 13,6 600 10 0 0 20
800 10,2 800 11,4 15,7 800 15 0 5 0
1000 9,7 1000 9,9 16,5 1000 19,16667 0 17,5 0
200 14,2 200 15 15,8 200 5,333333 0 0 0
500 13,6 500 13,9 17 300 9,333333 0 7,333333 40
800 11,5 800 11,6 20,5 800 23,33333 0 22,66667 0
1000 10,1 1000 10,1 20,5 1000 32,66667 0 32,66667 0
9V
12V
15V
Vf definida Medidas sem ajuste Medidas com ajuste Quedas sem ajuste Quedas com ajuste
3V
Tabela 1 - Teste de carga
Verifica-se que houve maior desvio percentual do valor de tensão definido
da fonte em função do valor real quedado sobre a resistência de carga durante
3V e 1A, sendo aproximadamente de 73% de queda sem ajuste e 40% mesmo
com ajuste. Este fato dá-se pela dificuldade do regulador de tensão LM, como
foi dito anteriormente, sendo este o pior caso para este componente, dissipando
maior calor.
Calculou-se também que a média aritmética de desvio porcentual de VF
sem ajuste foi em torno de 25,74%, com ajuste de 8,38%, enquanto a média do
desvio de IC sem ser ajustado foi de 0% e após ser ajustado de 11,25%, pois a
corrente aumenta com o forçamento da tensão definida.
Abaixo o gráfico ilustrando estes dados:
Gráfico 1 - Desvio percentual de Vf sem ajuste
Observa-se que algo inesperado é a diminuição do desvio percentual na
linha de 9V entre 800mA e 1A, pois a linha de tendência é ascender com o
aumento de carga (aumento de corrente).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 200 400 600 800 1000 1200
Desvio (%)
Ic (mA)
Desvio percentual de Vf sem ajuste
3V
9V
12V
15V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Vf (V)
Ic (mA)
Tensão Vf em função da corrente Ic
3V
9V
12V
15V
Gráfico 2 - Tensão Vf em função da corrente Ic
15. Dificuldades e Soluções
Entre as dificuldades experienciadas listam-se:
1. A falta de componentes específicos em lojas especializadas da capital,
sendo difícil encontrar alguns como o potenciômetro de ajuste fino
(500Ω), o tiristor SCR 2N6565, o porta-fusível circular, os conectores
modu e hastes molex.
2. O problema com o líquido percloreto de ferro em corroer parte da placa
de fenolite, pois o mesmo, quando a PCI foi posta para a corrosão, já
apresentava-se ineficiente, denso e muito usado, adquirindo uma
coloração esverdeada (característica de resíduos em excesso).
3. A não transferência total da impressão da bottom layer do papel Glossy
para a placa de fenolite, resultando em imperfeições e falhas de
plotagem.
4. A falta de espaço adequado para a fixação do transformador.
5. A verificação de funcionamento incorreto do regulador LM317T após ser
soldado, não oferecendo variação, disponibilizando somente um valor
fixo de tensão, o VCC próprio da fonte: 20,51V.
6. A falta de furo adequado à colocação do porta-fusível.
7. A ausência de brocas de tamanho certo, apropriadas para a furação dos
suportes para LED’s e dos bornes de saída.
8. A falta de acoplamento (footprint) correto do relé, além de seu
acionamento automático tendo sido soldado, apesar de ter funcionado
corretamente nos testes de protoboard.
9. A não sinalização de proximidade do limite de corrente (a estrutura com
o transistor BC548).
Entre as soluções encontradas estão:
1. Com a falta de um potenciômetro linear, porque somente encontrou-se
potenciômetro logarítmicos (trimpots) o que não se adequaria ao
trabalho, optou-se pela retirada da possibilidade de ajuste fino, deixando
apenas o ajuste grosso com o RV3 (5kΩ). Quanto ao SCR escolheu-se
um de outro modelo, o TIC116D, que altera algumas características
quanto ao 2N6565. Já os conectores modu e hastes molex não foram
encontrados substitutos, tendo que soldar fios conectados aos terminais
dos componentes que precisavam dos modu’s diretamente nas barras
de pino. O porta-fusível circular foi substituído por um de menor
tamanho e retangular.
2. Falando-se do percloreto, o problema foi resolvido com a substituição
do líquido corrosivo, aplicando a placa em outro reservatório mais
eficiente e novo, que promoveu a rapidez na corrosão.
3. Utilizou-se uma caneta hidrográfica marca CD para a correção das
falhas de impressão, reforçando em preto os locais onde a transferência
mostrou-se errada e falha.
4. Quanto a quarta dificuldade, solucionou-se fixando o trafo na lateral do
gabinete, visto que toda a superfície estava sendo ocupada pela PCB.
5. A próxima questão foi resolvida com a análise de trilha por trilha, ligação
por ligação da bottom layer. Encontraram-se trilhas desgastadas, que
foram estanhadas para a melhor condução e locais em que havia
conexões onde não deveriam haver, provocando curto-circuito. Soldou-
se novamente e então resolveu-se o problema.
6. Mesmo sem o furo, colocou-se o porta-fusível num canto da caixa,
isolado, para que não ficasse exposto do lado de fora ou entrasse em
contato com outro condutor.
7. Usaram-se brocas de menor diâmetro para os furos dos suportes de
LED e bornes vermelho e preto, realizando a operação da furadeira em
movimentos ondulatórios para o alargamento dos furos.
8. Para os problemas 8 e 9 não foram achadas resoluções, mesmo com a
verificação minuciosa de um possível curto ou “mau-contato”.
16. Resultados e Conclusões
Pode-se concluir que o projeto da fonte possibilitou que fossem colocados
em prática os conhecimentos adquiridos em sala de uma maneira simples e de
fácil compreensão através da montagem de um projeto de média complexidade,
porém de grande utilidade para o dia-a-dia de um técnico em eletrônica.
Apesar de apresentar um alto desvio percentual entre a tensão definida que
deveria ser oferecida e a real que é medida, verificou-se que a fonte apresenta
um rendimento relativamente bom na operação de até 600mA em qualquer
tensão definida. As piores situações, como era esperado, são aquelas em que a
fonte disponibiliza baixa tensão (abaixo de 5V) e corrente mais alta (acima de
600mA), o que ocasiona a maior dissipação de calor no regulador LM317T (indo
até 14W)
Observou-se também que, embora tenha sido especificada para até 15V, o
VCC de 20,51V pode ser alcançado facilmente, porém não é recomendado que
ultrapasse os 15V.
Mesmo com o não funcionamento do relé e da estrutura de sinalização de
proximidade de corrente limite, o restante da fonte funcionou de modo eficiente,
como os LED’s ON/OFF e de simulação de voltímetro, bem como o botão
liga/desliga e chave de escolha110/220V.
17. Referências
Fontes de Tensão. BRAGA, Newton C. Disponível em:
http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/livros-nacionais/453-fontes-de-
alimentacao. Acesso em 6 jul. 2014.
MUSSOI, Fernando L. R. (2013). Sinais senoidais: tensão e corrente alternadas.
6. Ed. Florianópolis: Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), 226p.
Curso Prático de Eletrônica Geral. Burgos Eletrônica. Disponível em:
http://www.burgoseletronica.net/apostilas/apostila%20de%20eletronica%20gera
l.pdf. Acesso em 6 jul. 2014.
SolidWorks: 3D Content Central. Disponível em
http://www.3dcontentcentral.com/. Acesso em jun. 2014.
SOUSA, Mayara de, SCHWARZ, Leandro. Tutorial Altium: Projeto de placas de
circuito impresso. R2R Programa Trainee. 2012, Florianópolis.
BOYLESTAD, R. L. Introductory circuit analysis. 10 ed. 2003. USA: Prentice Hall
How does a capacitor work? MCreavy. Disponível em:
http://mccreavy.com/1837/how-does-a-capacitor-work. Acesso em: 9 jul. 2014.
Datasheet Catalog. Disponível em: http://www.datasheetcatalog.com/. Acesso
em 25 jun. 2014.
Diodos Semicondutores: Disponível em:
http://www.angelfire.com/ok/raphaelm/eltanal.html. Acesso em 7 jul. 2014.
Fonte de 0V a 30V por 3A. VirtuaTec. Disponível em: http://virtuatec-
eletronica.blogspot.com.br/2013/08/fonte-de-0v-30v-por-3a.html. Acesso em 10
jun. 2014.
Tensão CA. ManoelPesqueira. Disponível em:
http://manoel.pesqueira.ifpe.edu.br/cefet/anterior/2007.1/magnetismo/tensaoca/
tensaoca.html. Acesso em 6 jul. 2014.
Relatório Técnico. IFSC. Disponível em:
http://www.ifsc.edu.br/images/stories/file/PRPPG/ai/modelos_de_relatorios/mod
elo_de_relatorio_tecnico.pdf. Acesso em 6 jul. 2014.
Varistor as a Protective Device. Electronics Project Design. Disponível em:
http://www.electronics-project-design.com/Varistor.html. Acesso em 9 jul. 2014.
Museu das Comunicações: Laboratório de Diodos. Disponível em:
http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/moreinfo/2_1
6_0_DiodeLab.html. Acesso em 7 jul. 2014.
IvanBechtold-UFSC. Disponível em:
http://ivanbechtold.paginas.ufsc.br/files/2014/03/exp02_curvas-
caract_resistores.pdf. Acesso em 7 jul. 2014.

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  • 1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA PROJETO DE FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE TENSÃO CONTÍNUA AJUSTÁVEL 15V – 1A BRUNO GUAREZI MENGARDA GUSTAVO SIMAS DA SILVA Florianópolis, Julho de 2014
  • 2. BRUNO GUAREZI MENGARDA GUSTAVO SIMAS DA SILVA PROJETO DE FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE TENSÃO CONTÍNUA AJUSTÁVEL Florianópolis 2014 Trabalho apresentado ao professor João Goulart Júnior, ministrador da disciplina de Eletrônica Analógica I pertencente à 5ª fase do curso técnico integrado de Eletrônica.
  • 3. “O gênio é aquele que tem uma grande paciência” Thomas Edison
  • 4. 1. Resumo e Método Neste trabalho é apresentado o protótipo de uma fonte de alimentação de tensão elétrica contínua e regulável de tens. A elaboração da fonte é destinada à alimentação de pequenos equipamentos eletrônicos, como pequenos aparelhos de som, carregamento de baterias ou acendimento de lâmpadas, que exigem potência de até 15 W. São desenvolvidas e listadas todas as etapas de construção da mesma, desde esquemáticos prévios e simulações digitais na ferramenta eletrônica utilizada (ISIS – Proteus 7.8 Profesional) até os testes de carga, sendo esclarecidas de forma detalhada e sequencial. São apresentadas tabelas, gráficos, figuras, equações e elementos adicionais nos momentos necessários para o melhor entendimento. Todo material retirado de fontes externas, ou seja, aquelas que não são de propriedade dos autores deste trabalho são citadas e referenciadas ao final.
  • 5. 2. Abstract and Method In this work is presented the prototype of a continuous and regulable voltage power supply. The elaboration of the power supply is destined to the electrical powering of little equipments, such as little stereo systems, battery charging or lighting lamps, that demands potency up to 15W. Are developed and listed all the power supply construction parts, from earliest schematics to digital simulations on the electronic tool used (ISIS – Proteus 7.8 Profesional) to charge tests, being informed in detailed and sequential form. Are presented tabels, graphics, figures, equations and aditional elements at the right moment for the better understanding. All the material picked from external sources, ie, those which are not property of the autors of this work are quoted and referenced at the end.
  • 6. 3. Sumário 1. Resumo e Método ....................................................................................... 4 2. Abstract and Method ................................................................................... 5 3. Sumário ....................................................................................................... 6 4. Índice de Figuras e Tabelas ........................................................................ 8 5. Índice de Equações ..................................................................................... 9 6. Simbologia e Unidades.............................................................................. 10 7. Índice de abreviaturas ............................................................................... 12 8. Finalidade e Utilidade ................................................................................ 13 9. Introdução e Observação .......................................................................... 14 10. O Projeto Inicial: especificações e definições............................................ 15 11. O Projeto teórico: conceitos e simulações digitais..................................... 16 11.1 Tensão Alternada e Sinal senoidal: bases teóricas ......................... 16 11.2 Estrutura de proteção contra sobre tensão: fusível e varistor.......... 18 11.3 Transformação................................................................................. 19 11.3.1 Usos e teoria............................................................................. 19 11.3.2 Perdas e Soluções .................................................................... 19 11.3.3 Testes básicos e constatação................................................... 20 11.4 Retificação....................................................................................... 20 11.4.1 A tensão retificada: onda completa e equação ......................... 20 11.4.2 Diodos retificadores .................................................................. 21 11.5 Estabilização da tensão................................................................... 22 11.5.1 O capacitor e a nova forma de curva ........................................ 22 11.5.2 O novo valor de tensão ............................................................. 23 11.6 Sinalização: estados ligado e desligado .......................................... 23 11.7 Proteção contra superação do limite de carga: relé e SCR ............. 24 11.8 Etapa de controle da tensão: LM e potenciômetro .......................... 25 11.9 Sinalização de alcance de corrente específica................................ 27 12. O Projeto prático: montagem digital e física .............................................. 28 12.1 Matriz de contatos ........................................................................... 28 12.2 Montagem digital: Altium Designer, esquemático e roteamento...... 29 12.3 Transferência térmica, furos e corrosão .......................................... 30 13. Design e Ergonomia .................................................................................. 31 14. Teste de carga: tabela e gráficos .............................................................. 33
  • 7. 15. Dificuldades e Soluções ............................................................................ 35 16. Resultados e Conclusões.......................................................................... 37 17. Referências ............................................................................................... 38
  • 8. 4. Índice de Figuras e Tabelas Figura 1 - Esquemático prévio do projeto ........................................................ 15 Figura 2 - Esquemático do projeto ajustado a partir da etapa de retificação ... 15 Figura 3 - Sinal de Tensão Alternada Senoidal................................................ 16 Figura 4 - Estrutura de proteção contra sobre tensão...................................... 18 Figura 5 - Curva de corrente sobre tensão; varistor e resistor. ........................ 18 Figura 6 - Onda completa retificada................................................................. 20 Figura 7 - Etapa de retificação ......................................................................... 21 Figura 8 - Gráfico de estabilização proporcionada pelo capacitor.................... 22 Figura 9 - Capacitor e LED de sinalização ON/OFF ........................................ 23 Figura 10 - Estrutura de proteção: relé e SCR................................................. 24 Figura 11 - Estrutura de controle de tensão com LM317T............................... 25 Figura 12 - Sinalização de corrente determinada............................................. 27 Figura 13 - Montagem em matriz de contatos.................................................. 28 Figura 14 - Roteamento da placa Bottom Layer e Top Overlay ....................... 29 Figura 15 - Montagem virtual em 3D................................................................ 30 Figura 16 - Bottom Layer da PCB .................................................................... 30 Figura 17 - Parte interna do gabinete............................................................... 31 Figura 18 - Gabinete parte frontal e lateral ...................................................... 32 Figura 19 - Parte traseira da caixa metálica..................................................... 32 Tabela 1 - Teste de carga ................................................................................ 33 Gráfico 1 - Desvio percentual de Vf sem ajuste ............................................... 34 Gráfico 2 - Tensão Vf em função da corrente Ic......................................... 34
  • 9. 5. Índice de Equações Equação 1 – Tensão alternada senoidal da rede elétrica de Florianópolis ...... 17 Equação 2 - Tensão eficaz de um sinal senoidal............................................. 17 Equação 3 - Velocidade angular de um sinal senoidal..................................... 17 Equação 4 - Relação de transformador ........................................................... 19 Equação 5 - Valor médio de uma senóide ....................................................... 21 Equação 6 - Tensão de saída do regulador ..................................................... 26
  • 10. 6. Simbologia e Unidades1 Adj – Terminal de ajuste de tensão do regulador; C – Capacitância (farad – F); CA – Corrente alternada; CC – Corrente contínua; f – Frequência (hertz – Hz); I – Corrente Elétrica (ampère – A); IL – Corrente na resistência de carga; Iprim – Corrente no enrolamento primário do transformador; Isec – Corrente no enrolamento secundário do transformador; l – comprimento (metro – m); L – Indutância (henry – H); Np – Número de espiras no enrolamento primário do transformador; Ns – Número de espiras no enrolamento secundário do transformador; P – Potência Ativa (watt – W); PL – Potência ativa da carga; R – Resistência Elétrica (ohm - Ω); T – Período (segundo – s); t – Tempo (segundo - s); T° - temperatura (grau Celsius - °C); V – Tensão Elétrica ou Diferença de Potencial Elétrico ou DDP (volt – V); VC – Tensão no Capacitor; VCC – Tensão após etapa de retificação; VD – Tensão no Diodo; Vef – Tensão eficaz; Vin – Tensão no terminal de entrada do regulador; 1 As unidades estão de acordo com as usadas em aula não sendo obrigatoriamente as mesmas das normas do Sistema Internacional de Unidades (SI)
  • 11. VL – Tensão na resistência de carga; Vmed – Tensão média; Vout – Tensão no terminal de saída do regulador; Vp – Tensão de pico; Vpp – Tensão de pico a pico; Vprim – Tensão no enrolamento primário do transformador; Vrev – Tensão reversa máxima do diodo; Vsec – Tensão no enrolamento secundário do transformador; 𝛚 - Velocidade angular (radiano por segundo – rad/s);
  • 12. 7. Índice de abreviaturas BUZ12 – Buzzer; C#– Capacitor; D# – Diodo; DRL – Diodo Roda-Livre (Free-Wheeling); Fus – Fusível; GND – Terminal ou nó Terra (Ground); LED – Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz); LM – Regulador LM317T; PB# - Botão táctil (Push-button); PCI – Placa de circuito impresso (Printed Circuit Board – PCB) Pot-high – Potenciômetro de ajuste grosso; Pot-low – Potenciômetro de ajuste fino Q# – Transistor; R# – Resistor; RS# – Resistor sensor; SCR – (Silicon Controlled Rectifier) Tiristor Retificador Controlado de Silício; Sw# – Chave; TR#; Transformador; VR# – Varistor ou VDR (Voltage Dependent Resistor). 2 O hashtag (#) simboliza o número do componente, no caso onde aparece R1, por exemplo, faz referência ao resistor 1.
  • 13. 8. Finalidade e Utilidade Este projeto, que primariamente foi desenvolvido como trabalho da disciplina de Eletrônica 1 (Eletrônica Analógica) do curso técnico de Eletrônica, tem como finalidade a alimentação de pequenos equipamentos eletrônicos. Também é destinado a servir de fonte para próximos projetos do curso que venham a exigir potência máxima de 15 W (potência máxima especificada da fonte), tendo o limite de 1 A. Sendo assim, foi planejada e aplicada a possibilidade de controle da tensão de saída (máxima de 15V), visando que a maioria dos pequenos aparelhos requerem tensão de 12V.
  • 14. 9. Introdução e Observação Quando se lida com eletrônica percebe-se as nuances que os dispositivos eletrônicos apresentam em termos de alimentação elétrica. Celulares, por exemplo, funcionam com baixa potência e com tensão contínua, no entanto cada fabricante possui a sua especificação: alguns trabalham com baterias de 5V e corrente de 250mA, outros com 3,7V e corrente de 300mA. Caso sejam comparados dois celulares diferentes é possível que ambos trabalhem com a mesma potência, porém com correntes e tensões distintas. E com essas diferenças vem a necessidade de algo que consiga suprir o que é demandado. Uma fonte de tensão contínua é uma das alternativas para o problema, desde que seja capaz de entregar o que lhe é exigido tendo o mínimo de erros possível, sendo o mais ideal que consiga. Com isso emerge outra questão: não somente é preciso cumprir uma função, mas sim cumpri-la da melhor forma possível. A fonte de tensão apresentada neste trabalho foi planejada para que forneça o que é requerido de maneira estável. Foram incorporadas estruturas para que tal estabilidade exista, além de outras objetivando a proteção para que não haja danos, sejam estes aos componentes internos da fonte, ao aparelho que está sendo alimentado ou até mesmo ao usuário. Observa-se que certos sistemas de proteção foram incorporados pelos autores do projeto, como as de sobre tensão e sobre corrente, contudo, alguns componentes, como o transformador e o regulador de tensão utilizado (LM317T), já possuem estruturas contra superaquecimento (dissipador de calor) e isolamento elétrico.
  • 15. 10. O Projeto Inicial: especificações e definições Primeiramente foi estabelecido que o projeto deveria ser de simples, porém eficiente, funcionamento. Discutiram-se as especificações e foram procurados transformadores de marcas confiáveis que atendessem as características determinadas, sempre relevando tanto a questão técnica quanto a econômica. O esquemático prévio do projeto da fonte foi definido, e é exatamente o que aparece na Figura 1. Como é possível verificar no título, o esquemático representa uma fonte ajustável, variando de 0V a 30V, com corrente de até 3A. Figura 1 - Esquemático prévio do projeto. VirtuaTec. Disponível em: http://virtuatec-eletronica.blogspot.com.br/2013/08/fonte-de-0v-30v-por-3a.html. Figura 2 - Esquemático do projeto ajustado a partir da etapa de retificação
  • 16. Avaliou-se bem todos os elementos do projeto prévio, discutiu-se sobre a finalidade do mesmo e chegou-se a resposta de que tanto a tensão quanto a corrente não necessitariam de tal nível, por isso poderiam ser menores, já que objetiva a alimentação de eletrônicos de até 12V e outros projetos de bancada. Com isso ajustou-se, como a figura 2 apresenta. 11. O Projeto teórico: conceitos e simulações digitais Uma observação: a simulação digital foi realizada na ferramenta eletrônica mais utilizada na instituição, o ISIS Proteus 7.8 Profesional, que possui uma vasta biblioteca de componentes e oferece diversas opções para a customização das características de cada elemento, porém não simula a queima de componentes ou outros problemas reais. 11.1 Tensão Alternada e Sinal senoidal: bases teóricas A energia elétrica que é utilizada e transformada através do circuito estudado é derivada de prévias transformações realizadas ao longo de subestações e transformadores de potências durante todo o percurso desde o gerador nas usinas até as instalações elétricas domiciliares. A energia alcança os terminais das tomadas atualmente presentes na maioria das edificações em forma de tensão alternada (também denominada de CA) como demonstra a figura 3. A tensão tem o comportamento de primeiramente elevar-se ao valor de pico positivo (VP) que representa a altitude da onda. Em seguida rebaixa-se ao valor nulo, inverte a polaridade e alcança o valor de pico negativo. Então retorna ao valor de 0V. A tensão da rede elétrica de Florianópolis é dada através da seguinte equação: Figura 3 - Sinal de Tensão Alternada Senoidal. Extraído de ManoelPesqueira. Disponível em: http://manoel.pesqueira.ifpe.edu.br/cefet/anterior/2007.1/magnetismo/tensaoca/tensao ca.html
  • 17. 𝑣(𝑡) = 220√2𝑠𝑒𝑛(377𝑡) Equação 1 – Tensão alternada senoidal da rede elétrica de Florianópolis Sendo: 220 o valor de tensão eficaz (VEF) que é a tensão que seria fornecida por uma fonte CC (tensão contínua) a mesma carga é, por sua vez, (de maneira simplificada) dado pela seguinte equação: 𝑉𝐸𝐹 = 𝑉𝑃 √2 3 Equação 2 - Tensão eficaz de um sinal senoidal 377 a velocidade angular (𝛚) do sinal, que é derivado da equação: 𝜔 = 2𝜋𝑓 Equação 3 - Velocidade angular de um sinal senoidal A frequência da rede florianopolitana é de 60Hz, o que, pelos cálculos, a velocidade angular corresponde a 377 rad/s. O valor médio (VMED) é determinado pela “área total sob a curva, dividido pelo período da forma de onda” (MUSSOI, 2013). Como a forma de onda vista é simétrica, ou seja, o semiciclo positivo é exatamente igual ao semiciclo negativo, dá-se o VMED como igual a zero. O valor de pico a pico é dado pela diferença entre os valores de pico positivo e negativo, no caso: 311 - (-311) = 622V. Como a onda analisada é simétrica, temos que o valor de pico a pico é igual a duas vezes o valor de pico. Observa-se, no entanto, que estas são representações de um sinal senoidal ideal, o que não necessariamente pode vir a ser realidade, devido a diversos fatores, como a exigência de potência da carga, perdas nos condutores, ruídos, entre outros. 3 Na equação foram suprimidos os cálculos matemáticos mais complexos como derivadas e integrais e apresentada apenas a equação em sua forma final para a facilitação e objetividade
  • 18. 11.2 Estrutura de proteção contra sobre tensão: fusível e varistor A estrutura de proteção contra sobre tensão apresenta-se como clássica pois é a mais utilizada pelos técnicos ao confeccionarem fontes de alimentação. Na figura 4 é possível observar o esquema que funcionará com a participação de dois componentes fundamentais. Caso haja um surto de tensão maior do que 250V na fonte representada na ilustração por V1, o varistor (VR1), que atua como um resistor variável de acordo com a tensão aplicada em seus terminais (quanto maior a tensão, menor a resistência) exigirá uma maior corrente de V1. Com esse acréscimo de corrente, o fusível, que para o projeto foi calculado em 250mA, sofrerá efeito Joule, aquecerá o seu filamento e o romperá, interrompendo a conexão da fonte alternada com o resto do circuito. As curvas da figura 5 representam melhor o comportamento de um VDR e de um resistor, respectivamente. Nota-se que, enquanto um resistor comum respeita a linearidade da Lei de Ohm, o varistor possui uma equação exponencial (que não será exibida neste trabalho por questões de complexidade teórica). Figura 4 - Estrutura de proteção contra sobre tensão Figura 5 - Curva de corrente sobre tensão; varistor e resistor. Extraído de IvanBechtold. Disponível em: http://ivanbechtold.paginas.ufsc.br/files/2014/03/exp02_curvas- caract_resistores.pdf.
  • 19. 11.3 Transformação 11.3.1 Usos e teoria O transformador é a parte fundamental para a redução da tensão. Ele é o componente que realizará a transformação do valor da tensão elétrica que chega às tomadas para a DDP desejada no circuito. Esta ação de redução é dada através da reação eletromagnética entre os indutores do trafo e a proporcionalidade de espiras nos enrolamentos do mesmo. A quantidade de espiras está ligada ao fluxo magnético que, por sua vez, está diretamente relacionada com a tensão autoinduzida na segunda parte do transformador. Entre as espiras a relação é: a divisão do número de espiras do primário pelo secundário é proporcional à divisão da tensão do primário pelo secundário, como demonstra a equação 4. 𝑉𝑝 𝑉𝑠 = 𝑁𝑝 𝑁𝑠 = 𝐼𝑠 𝐼𝑝 = 𝑎 Equação 4 - Relação de transformador Sendo “a” a constante de transformação, podendo variar de transformador para transformador. Percebe-se que há uma relação inversa entre a corrente e a tensão. Isto devido à conservação da potência. Enquanto a diferença de potencial elétrico do primário é alta, sua corrente possui baixo valor, ocorrendo exatamente o inverso no secundário do trafo. Como, após o rebaixamento, a corrente é maior, consequentemente os condutores possuem menor resistência, maior bitola e menor comprimento (apesar de manterem a mesma resistividade por serem do mesmo material: cobre). Outra observação é que tanto a tensão autoinduzida no secundário e a indutância das bobinas que compõem o transformador dependem da frequência em que opera o sistema. Como 60Hz situa-se numa faixa em que é considerada intermediária para o circuito (aproximadamente entre 40Hz e 5kHz), a operação ocorre sem problemas significativos, como as reações indutiva ou capacitiva. 11.3.2 Perdas e Soluções Quantos aos problemas, é possível citar as perdas: por Efeito Joule, aos condutores dos enrolamentos que sofrem aquecimento e dissipam calor; por magnetismo, quando o fluxo magnético do primário não é totalmente repassado ao secundário; por correntes de Foucault. Entretanto o próprio fabricante prevê os prováveis problemas e os previne anteriormente. Quanto às perdas magnéticas há o melhor acoplamento ao aplicar um núcleo ferromagnético, evitando a dispersão das linhas de campo e aproveitando o máximo do fluxo. As correntes parasitas são evitadas com o uso de diversas lâminas de ferro isoladas entre si, proporcionando assim a dificuldade de condução. Já o problema de aquecimento deve ser de
  • 20. responsabilidade do usuário, e pode ser mitigado com a incorporação de um sistema de refrigeração através de dissipadores de calor, ventiladores ou líquidos, por exemplo. 11.3.3 Testes básicos e constatação O trafo utilizado foi um abaixador de alimentação com tap central 220V/15+15V 1A da M&M Garça Transformadores. Nele foram realizados somente testes básicos de verificação da funcionalidade do rebaixamento. Ao serem aplicados 220VEF nos terminais de entrada (vermelho e preto) com auxílio de um multímetro digital observou-se a tensão entre um terminal de saída e o tap central (preto e verde) e entre os dois extremos terminais de saída (verde e verde). Os valores exibidos foram de aproximadamente 16,0V e 32,2V, respectivamente, o que mostra-se eficiente e bom por ser mais do que o prometido. Com estes dados conclui-se que o fabricante optou por acrescentar uma margem de tensão, sendo superior ao que especifica, sabendo que, dependendo da carga, possa acontecer a queda de VCC, como será visto mais adiante. Ainda com o multímetro, foram analisadas as resistências do primário e do secundário, obtendo-se, respectivamente, 184Ω e 4Ω. Esta medida serve para reafirmar a constatação de que não há proporcionalidade entre as resistências dos enrolamentos, mas sim entre as impedâncias, já que está-se lidando com números complexos e fasores. 11.4 Retificação 11.4.1 A tensão retificada: onda completa e equação Após a etapa de transformação da tensão há a etapa de retificação. Neste momento há a alteração do sinal senoidal, que passa de alternado para contínuo. No projeto foi-se utilizado sistema de retificação de onda completa, na qual tanto o semiciclo positivo quanto o negativo são retificados. Na figura 6 vê-se uma simples representação de como aparenta o sinal após a retificação. Com Figura 6 - Onda completa retificada. Retirado de Museu das Comunicações. Disponível em: http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/moreinfo/2_16_0 _DiodeLab.html.
  • 21. Com esta nova forma, o sinal possui novas propriedades, não tendo agora o valor médio como nulo. Com isto há uma nova equação para o valor médio: 𝑉 𝑚𝑒𝑑 = 2𝑉𝑝 𝜋 = 0,637 ∗ 𝑉𝑝 Equação 5 - Valor médio de uma senóide Realizando-se os cálculos (não contando a queda de tensão nos diodos ou perdas em nenhum outro componente do circuito) obtém-se o VMED = 13,51V. 11.4.2 Diodos retificadores Os componentes eletrônicos que possuem a função de retificar uma senóide são os diodos, que comportam-se “idealmente como circuito aberto quando polarizados inversamente (potencial maior no cátodo em relação ao ânodo) e curto-circuito quando polarizados diretamente (potencial maior no ânodo em relação ao cátodo)” (COELHO, 2012). Entretanto, mesmo polarizados diretamente e permitindo a condução, todo diodo realiza uma queda de tensão que, geralmente, é igual a 0,7V. A figura 7 representa os diodos num esquemático do simulador de circuitos eletrônicos digital Proteus: Os diodos manipulados foram os de modelo 1N5408, que, em teoria, suportam tensão reversa de até 1000V e corrente média de até 3A. TR1 representa o transformador que, como já foi dito anteriormente, é utilizado com o tap central sendo aterrado. Figura 7 - Etapa de retificação
  • 22. 11.5 Estabilização da tensão 11.5.1 O capacitor e a nova forma de curva A forma de onda da tensão após passar pela etapa anterior já apresenta- se contínua. Porém ainda mantém-se pulsante, o que não é o recomendado para a alimentação de equipamentos CC. Por conseguinte há a necessidade de manutenção de um único valor de tensão, de uma estabilização. E a estabilização da tensão já retificada pelos 1N5408 é de responsabilidade dos capacitores. Os capacitores (também chamados de condensadores) são “componentes eletrônicos que têm a propriedade intrínseca de armazenar energia sob a forma de campo elétrico” (BOYLESTAD, 2003). De mesmo modo, eles comportam-se sendo contrários à variação de tensão em seus terminais. Então, quando a DDPE retificada estiver iniciando a sua queda, os capacitores atuarão suprindo a necessidade do circuito ao fornecer energia, descarregando-se. Constata-se que a forma de onda passará de pulsante (figura 6) para quase estabilizada (figura 8) Nota-se que há uma estabilização significativa do potencial elétrico. Todavia considera-se a leve queda ocorrida. Esta queda é denominada de ripple. Quanto maior a capacitância do capacitor, melhor será a sua estabilização proporcionada. A regra usual para projetos de fonte são 2200µF para o primeiro ampère mais 1000µF para cada ampère a mais que a fonte será capaz de fornecer. Neste projeto optou-se por manter uma margem de segurança neste quesito, então utilizou-se um capacitor de 4700µF e 25V, o que é o bastante para apresentar um bom resultado. Figura 8 - Gráfico de estabilização proporcionada pelo capacitor. Retirado de Museu das Comunicações.
  • 23. 11.5.2 O novo valor de tensão Agora, após a ação do capacitor, através do gráfico anterior afirma-se que há um novo valor para a tensão disponibilizada a partir deste momento para o circuito. Considerando que o capacitor atua idealmente, ou seja, que consegue estabilizar a tensão perfeitamente, mantendo o gráfico uma linha reta, calcula- se que o novo valor contínuo (VCC) é dado pelo valor de pico. Fazendo uso da equação 2 têm-se: VCC = 21,21V. Fazendo a redução da queda de tensão no diodo têm-se: VCC – VD = 21,21 – 0,7 = 20,51V. Então afirma-se que este é o valor máximo que VCC pode assumir caso haja o funcionamento correto do circuito. 11.6 Sinalização: estados ligado e desligado A noção de que há corrente elétrica sendo passada pela resistência de carga4 não é o suficiente para saber se a fonte está ligada. Então, para a melhor visualização de que o equipamento está ligado, basta acrescentar um elemento que sinalize os estados (ligado ou desligado – ON/OFF), seja ele sonoro ou visual. Optou-se pela simples inserção de um LED difuso de cor verde (D3) associado em série com um resistor de 1000Ω (R2) que estará acionado quando houver diferença de potencial elétrico entre seus terminais. A figura 9 demonstra esquematicamente a associação. Pelos cálculos para conhecer a corrente máxima que percorrerá o ramo que possui R2 e D3, faz-se a Lei de Ohm: VCC 𝑅2 = 𝑖 𝐷3 sendo iD3 a corrente do ramo. 4 Quando se diz resistência de carga, refere-se a qualquer componente ou dispositivo que esteja conectado nos terminais de saída (output) da fonte. Figura 9 - Capacitor e LED de sinalização ON/OFF
  • 24. Então: 20,51 1000 = 0,02051 𝐴. 20,51mA será a corrente máxima iD3 caso VCC mantenha-se constante. Observa-se que um LED difuso comum alcança seu brilho máximo tendo uma queda de tensão de 3V e corrente de 20mA, conclui-se que os cálculos respeitam estas características básicas. 11.7 Proteção contra superação do limite de carga: relé e SCR A superação do limite de corrente elétrica na resistência de carga (RL) é um problema, pois pode danificar tanto a fonte quanto a própria RL. Como proteção contra este tipo de evento há algumas opções. Existe a proteção com transistores, fusíveis ou relés, por exemplo. A optada para o projeto foi a estrutura com o relé e o tiristor SCR. O relé é um componente que apresenta uma reação eletromagnética; enquanto não estiver sendo percorrido por corrente ele mantém fechado o terminal normalmente fechado (NF) e aberto o normalmente aberto (NA). Quando sua bobina estiver sendo percorrida por uma corrente ela gerará um campo eletromagnético que realizará a atração da chave do relé, abrindo o NF e fechando o NA. No entanto, caso o relé fosse conectado direto no VCC e no terra (GND), sua reação já seria acionada. Com isso aparece o SCR. O tiristor SCR (Silicon Controlled Rectifier) é um componente que somente permite a passagem de corrente no sentido do ânodo para o cátodo (como um diodo), mas isto apenas quando houver um pulso elétrico em seu terceiro terminal (Gate). Este pulso será efetuado quando houver uma DDP de aproximadamente 0,6V entre o cátodo e o gate. No caso, o ideal seria aplicar um resistor de precisão entre os terminais cátodo e gate do SCR, sendo a corrente que enviará o pulso elétrico determinada pela resistência deste resistor (R4). Foi-se disposto, então, um resistor de 0,6Ω, Figura 10 - Estrutura de proteção: relé e SCR
  • 25. que terá a tensão de 0,6V (necessária para acionar o tiristor) quando houver uma corrente de 1A (especificada da fonte). A figura 10 ilustra este esquema. Já no terminal NA, foi-se inserido novos elementos sinalizadores. O buzzer (BUZ1) emitirá um sinal sonoro que geralmente alcança 80dB, enquanto o LED alertará com a cor vermelha, por ser cor chamativa e muitas vezes indicada para casos de alerta. 11.8 Etapa de controle da tensão: LM e potenciômetro Pode-se dizer que após a etapa anterior já tem-se uma fonte de alimentação CC simples, porém eficiente. No entanto, para oferecer uma opção ao usuário, escolheu-se a aplicação de uma estrutura capaz de controlar a tensão de saída (VOUT). Uma das alternativas para esta finalidade é o componente regulador LM317. A figura 11 representa esquematicamente o que será dito: Ele é um dispositivo que altera o potencial elétrico no terminal de saída (pino 2 – VO) de acordo com a diferença entre a tensão do pino 1 (pino de ajuste – ADJ) e o GND. O terminal 3 (entrada de corrente – VI) serve como referência para a VOUT, pois a DDP de saída dá-se pela seguinte equação simplificada: Figura 11 - Estrutura de controle de tensão com LM317T
  • 26. 𝑉𝑜𝑢𝑡 ≅ 𝑉𝑖𝑛 − 𝑉𝑖𝑜 Equação 6 - Tensão de saída do regulador Sendo VIO a queda de tensão do regulador (diferença de potencial entre o pino 3 e 2). Como VIN não muda e foi calculado, a nova equação é: VOUT = 20,51 - VIO. Ao terminal de ajuste são conectados resistores. Caso estes sejam resistores fixos, isto quer dizer, que não ofereçam qualquer alteração significativa em suas resistências ôhmicas, seja através da rotação de um cursor, modificação na temperatura, luminosidade, etc., VOUT será fixo. Caso a resistência mude, consequentemente haverá a alteração da corrente e do potencial elétrico do pino de ajuste em relação ao terra e a DDPE de saída variará, já que VIN é estável. Para o projeto aplicou-se um potenciômetro de 5kΩ. Releva-se, ainda, a necessidade de outros elementos fundamentais para o bom funcionamento do LM. É instruído que exista um resistor que conecte os terminais 2 e 1 para realizar o divisor de tensão entre este e o potenciômetro. E segundo o fabricante internacional ON Semiconductor a disposição de dois capacitores eletrolíticos de 0,1µF (C3, conectado em paralelo com o pino VIN) e 1,0µF (C2, conectado em paralelo com VOUT) apesar de não serem necessários em todas as situações, melhoram a estabilidade e a resposta antes e posteriormente à ação do LM. Outro capacitor, desta vez não indicado pelo fabricante, mas sim visto e aconselhado pela experiência de técnicos, é o de 10µF (C4) que é conectado em paralelo com o potenciômetro para evitar ruídos nos mesmos. Os diodos semicondutores foram acrescentados por questão de precaução. Mais especificamente eles têm a utilidade de evitar que a energia armazenada nos capacitores seja descarregada diretamente através do LM317T (U1), o que pode ocasionar problemas. D5 faz a condução da corrente de descarregamento de C4 em direção a D4, que faz a condução também da corrente saída de C2. Os diodos usados nesta parte foram os 1N4002, que possuem VREV máxima de 100V e corrente máxima de até 1A. Ainda quanto ao regulador, consideram-se outras questões. Aqui estão listadas algumas observações sobre o mesmo:  Para funcionar corretamente tem uma VOUT mínima de 1,25V.  O LM317T atua bem até 1,5A e 37V de corrente e tensão de output, respectivamente.  Necessita de um bom sistema de dissipação de calor pois, neste projeto, apresenta potência de até 19W, sendo a pior situação quando VOUT é mínima com a IL máxima. Com isto, acoplou-se um dissipador de calor metálico.
  • 27. 11.9 Sinalização de alcance de corrente específica Outra estrutura inserida como elemento útil adicional foi a de sinalização de alcance de corrente específica na resistência de carga. Como atuadores está a visualização óptica (um LED comum de alto-brilho de cor amarela), as resistências de sinalização (R6, R7 e R8) e um transistor NPN. Na 12ª figura, IL é proveniente do lado inferior direito (tendo RL omitido da imagem) e obrigatoriamente ultrapassa o ramo com o resistor R7. O transistor Q1 possui a propriedade de permitir a circulação de eletricidade do coletor para o emissor desde que haja uma corrente em sua base (ou uma queda de tensão entre base- emissor, de modo aproximado, de 0,8V). Vê-se então que o responsável por esta queda de potencial será, primariamente, o resistor de 2,47Ω e, segundo os cálculos acionará o LED sinalizador aos 400mA. Além disto, outros resistores foram disponibilizados para que haja a sinalização do LED em diferentes níveis de corrente. Esta opção fica por conta dos botões tácteis (push-buttons – PB1 e PB2). Pelos cálculos temos: quando PB1 estiver acionado, a corrente de sinalização será em torno de 550mA; quando PB2 estiver fechado, o LED sinalizará em 650mA; já no momento em que os dois push-buttons estiverem realizando a conexão, haverá o acendimento do LED- SINALIZA quando IL for cerca de 880mA. Algumas considerações:  Os resistores utilizados foram de potência, pois, segundo os cálculos, dissipam até 1W cada.  O transistor utilizado foi o NPN BC548 que tem baixa potência (em torno de 625mW) e suporta temperatura de até 150°C, não havendo necessidade de colocação de um dissipador de calor.  PB1 e PB2 são botões tácteis de 6 terminais tipo HH. Figura 12 - Sinalização de corrente determinada
  • 28. 12. O Projeto prático: montagem digital e física 12.1 Matriz de contatos A montagem em matriz de contatos visa o teste prévio tanto do circuito quanto dos componentes. É realizada sem a presença do transformador, dos elementos da estrutura de proteção prévia ao secundário (varistor e fusível) ou dos diodos retificadores e sem os dissipadores de calor. A montagem foi de fácil execução, porém apresentou problemas mesmo no começo. O projeto em protoboard iniciou seu funcionamento correto apenas depois que alguns erros de posicionamento nos fios foram corrigidos. Realizaram-se os testes, então, em CC, com a energia disponibilizada de uma outra fonte. Na figura ao lado aparecem ligados os LED’s ON/OFF (verde difuso), de carga (verde de alto-brilho ao fundo) e o de sinalização (amarelo difuso, abaixo). Constatou-se que as estruturas com o LM317T e com o BC548 funcionaram perfeitamente, apesar de ser fundamental a troca do resistor R7 por outro de maior valor ôhmico, já que deste modo não é preciso uma corrente de 400mA para acioná-lo (isto para proteção da protoboard, porque geralmente suportam, no máximo, meio ampère). Figura 13 - Montagem em matriz de contatos
  • 29. 12.2 Montagem digital: Altium Designer, esquemático e roteamento A montagem digital foi realizada no software virtual especializado em circuitos eletrônicos Altium Designer versão 14.1. As regras de roteamento foram seguidas do Tutorial Programa Trainee R2R 2012, com a espessura das trilhas de no mínimo 30 mil e no máximo 60 mil. Procurou-se evitar o uso de jumpers, com isso os componentes foram dispostos de modo a terem trilhas curtas e ocupando um espaço relativamente compacto. O software Altium também disponibiliza a visualização em 3D da PCI (placa de circuito impresso). Quanto a esta visualização, objetivou-se inserir o máximo de componentes em três dimensões possível, pois o programa não possui todos os modelos em 3D. Os downloads dos modelos .step foram retirados do site: 3D Content Central, que possui uma vasta biblioteca de modelos, proporcionados gratuitamente. No entanto salienta-se que não somente os fabricantes têm a permissão de envio dos modelos, mas também os próprios usuários, o que resulta na possibilidade de componentes incorretos, com dimensões e/ou acoplamentos distintos dos reais. Figura 14 - Roteamento da placa Bottom Layer e Top Overlay
  • 30. A figura a seguir demonstra a visualização em três dimensões da PCB. 12.3 Transferência térmica, furos e corrosão A próxima etapa da confecção seria o início da parte física: a impressão e a transferência para a placa. A impressão mais recomendada pelos técnicos experientes é pelo método de jato de tinta (inkjet) feito em um papel especial, um papel de fotografia, mais especificamente o papel Glossy 180g. Ao lado a figura 16 demonstra a impressão da Bottom Layer (camada de baixo). Após isto, há a passagem do papel para a placa de fenolite que foi disponibilizada pela instituição. O método prático é a transferência através do processo térmico, com auxílio de um ferro de passar, onde ocorre a plotagem. A corrosão é efetuada com o líquido percloreto de ferro, demorando entre trinta minutos a uma hora, dependendo do estado do líquido e de sua eficiência. Figura 15 - Montagem virtual em 3D Figura 16 - Bottom Layer da PCB
  • 31. A placa teve dimensões aproximadas de 10x9cm (comprimento e largura, respectivamente), tendo os furos menores com 1mm de diâmetro e os maiores com 3mm. 13. Design e Ergonomia Para a proteção e cobertura da placa de circuito impresso já soldada, foi-se utilizado um gabinete metálico disponibilizado pela instituição, gabinete tal proveniente de uma outra fonte de alimentação usada em computadores (fonte de 500W). Foram realizadas alterações na estrutura do objeto, tal como a furação para a inserção dos suportes para LED’s e bornes de saída positivo (vermelho) e negativo (preto), seguindo os padrões de cores mais recomendados, com furos de 5mm de diâmetro. Alguns furos já presentes na caixa apresentaram-se úteis, e foram aproveitados, como o espaço onde antes havia a saída de cabos para conexão, agora há o potenciômetro. Certos componentes mantiveram-se intactos, como o plug de conexão 220V, a chave seletora 220V/110V e a chave gangorra ON/OFF. Além destes, os próprios espaços para a aeração e ventilação prevaleceram. O ventilador (cooler), vindo juntamente com o gabinete, não foi reaproveitado por questões de espaço e não por ser considerado sem utilidade, mas sim desnecessário para um projeto de baixa potência, sendo os dissipadores metálicos e as frestas para entrada e saída de ar suficientes para a refrigeração. A figura 16 mostra a parte interna do gabinete de dimensões aproximadas de 15x14x8cm (comprimento x largura x altura) com os furos e a disposição final da placa. Figura 17 - Parte interna do gabinete
  • 32. Outros quesitos importantes são os pés de sustentação: colocaram-se quatro pés circulares nos quatro cantos da caixa, que tanto servem para suporte do equipamento, quanto para estabilização e isolamento da superfície em que se apoia. Releva-se, mais uma vez a reutilização de objetos: os pés são soquetes para lâmpadas fluorescentes, tipo “cebolinha”, que foram cortados e pintados para a melhor aparência. Apesar de o gabinete já ter sido recebido na cor escura, uma nova camada de tinta preta foi aplicada com spray para tentar retocar qualquer arranhão ou falha na pintura do mesmo. A cor “black noir” oferece um aspecto de discrição e simplicidade, o desejado para o projeto. Figura 18 - Gabinete parte frontal e lateral Figura 19 - Parte traseira da caixa metálica
  • 33. Os furos, tanto do soquetes dos LED’s e dos bornes foram feitos com um afastamento de 2cm horizontalmente e 1,5cm verticalmente das bordas, para proporcionar melhor ergonomia na operação com cabos e boa visualização das luzes. 14. Teste de carga: tabela e gráficos Os testes de carga servem para testar a qualidade do fornecimento de energia da fonte, tendo a tensão em função da corrente. Esta eficiência é medida através da variação da resistência de carga e consequentemente da corrente elétrica de saída para cada valor fixo de potencial elétrico determinado, tendo que forçar a VF definida quando necessário. Para esta fonte utilizou-se os valores de 3V, 9V, 12V e 15V. Os resultados estão listados abaixo. Ic Definida Vf Ic Vf ajustada Vf vazia Ic Vf (%) Ic (%) Vf (%) Ic (%) 200 2,20 200 3 3,8 200 26,66667 0 0 0 500 1,6 500 3 4,4 600 46,66667 0 0 20 800 1,1 800 3 5,2 900 63,33333 0 0 12,5 1000 0,8 1000 1,8 20,5 1000 73,33333 0 40 0 200 8,3 200 9 10 200 7,777778 0 0 0 500 7,5 500 9 10,7 600 16,66667 0 0 20 800 6,1 800 9 12,5 1100 32,22222 0 0 37,5 1000 6,8 1000 8,2 14,5 1300 24,44444 0 8,888889 30 200 11,3 200 12 12,7 200 5,833333 0 0 0 500 10,8 500 12 13,6 600 10 0 0 20 800 10,2 800 11,4 15,7 800 15 0 5 0 1000 9,7 1000 9,9 16,5 1000 19,16667 0 17,5 0 200 14,2 200 15 15,8 200 5,333333 0 0 0 500 13,6 500 13,9 17 300 9,333333 0 7,333333 40 800 11,5 800 11,6 20,5 800 23,33333 0 22,66667 0 1000 10,1 1000 10,1 20,5 1000 32,66667 0 32,66667 0 9V 12V 15V Vf definida Medidas sem ajuste Medidas com ajuste Quedas sem ajuste Quedas com ajuste 3V Tabela 1 - Teste de carga Verifica-se que houve maior desvio percentual do valor de tensão definido da fonte em função do valor real quedado sobre a resistência de carga durante 3V e 1A, sendo aproximadamente de 73% de queda sem ajuste e 40% mesmo com ajuste. Este fato dá-se pela dificuldade do regulador de tensão LM, como foi dito anteriormente, sendo este o pior caso para este componente, dissipando maior calor.
  • 34. Calculou-se também que a média aritmética de desvio porcentual de VF sem ajuste foi em torno de 25,74%, com ajuste de 8,38%, enquanto a média do desvio de IC sem ser ajustado foi de 0% e após ser ajustado de 11,25%, pois a corrente aumenta com o forçamento da tensão definida. Abaixo o gráfico ilustrando estes dados: Gráfico 1 - Desvio percentual de Vf sem ajuste Observa-se que algo inesperado é a diminuição do desvio percentual na linha de 9V entre 800mA e 1A, pois a linha de tendência é ascender com o aumento de carga (aumento de corrente). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 200 400 600 800 1000 1200 Desvio (%) Ic (mA) Desvio percentual de Vf sem ajuste 3V 9V 12V 15V 0 2 4 6 8 10 12 14 16 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Vf (V) Ic (mA) Tensão Vf em função da corrente Ic 3V 9V 12V 15V Gráfico 2 - Tensão Vf em função da corrente Ic
  • 35. 15. Dificuldades e Soluções Entre as dificuldades experienciadas listam-se: 1. A falta de componentes específicos em lojas especializadas da capital, sendo difícil encontrar alguns como o potenciômetro de ajuste fino (500Ω), o tiristor SCR 2N6565, o porta-fusível circular, os conectores modu e hastes molex. 2. O problema com o líquido percloreto de ferro em corroer parte da placa de fenolite, pois o mesmo, quando a PCI foi posta para a corrosão, já apresentava-se ineficiente, denso e muito usado, adquirindo uma coloração esverdeada (característica de resíduos em excesso). 3. A não transferência total da impressão da bottom layer do papel Glossy para a placa de fenolite, resultando em imperfeições e falhas de plotagem. 4. A falta de espaço adequado para a fixação do transformador. 5. A verificação de funcionamento incorreto do regulador LM317T após ser soldado, não oferecendo variação, disponibilizando somente um valor fixo de tensão, o VCC próprio da fonte: 20,51V. 6. A falta de furo adequado à colocação do porta-fusível. 7. A ausência de brocas de tamanho certo, apropriadas para a furação dos suportes para LED’s e dos bornes de saída. 8. A falta de acoplamento (footprint) correto do relé, além de seu acionamento automático tendo sido soldado, apesar de ter funcionado corretamente nos testes de protoboard. 9. A não sinalização de proximidade do limite de corrente (a estrutura com o transistor BC548). Entre as soluções encontradas estão: 1. Com a falta de um potenciômetro linear, porque somente encontrou-se potenciômetro logarítmicos (trimpots) o que não se adequaria ao trabalho, optou-se pela retirada da possibilidade de ajuste fino, deixando apenas o ajuste grosso com o RV3 (5kΩ). Quanto ao SCR escolheu-se um de outro modelo, o TIC116D, que altera algumas características quanto ao 2N6565. Já os conectores modu e hastes molex não foram encontrados substitutos, tendo que soldar fios conectados aos terminais dos componentes que precisavam dos modu’s diretamente nas barras de pino. O porta-fusível circular foi substituído por um de menor tamanho e retangular. 2. Falando-se do percloreto, o problema foi resolvido com a substituição do líquido corrosivo, aplicando a placa em outro reservatório mais eficiente e novo, que promoveu a rapidez na corrosão. 3. Utilizou-se uma caneta hidrográfica marca CD para a correção das falhas de impressão, reforçando em preto os locais onde a transferência mostrou-se errada e falha.
  • 36. 4. Quanto a quarta dificuldade, solucionou-se fixando o trafo na lateral do gabinete, visto que toda a superfície estava sendo ocupada pela PCB. 5. A próxima questão foi resolvida com a análise de trilha por trilha, ligação por ligação da bottom layer. Encontraram-se trilhas desgastadas, que foram estanhadas para a melhor condução e locais em que havia conexões onde não deveriam haver, provocando curto-circuito. Soldou- se novamente e então resolveu-se o problema. 6. Mesmo sem o furo, colocou-se o porta-fusível num canto da caixa, isolado, para que não ficasse exposto do lado de fora ou entrasse em contato com outro condutor. 7. Usaram-se brocas de menor diâmetro para os furos dos suportes de LED e bornes vermelho e preto, realizando a operação da furadeira em movimentos ondulatórios para o alargamento dos furos. 8. Para os problemas 8 e 9 não foram achadas resoluções, mesmo com a verificação minuciosa de um possível curto ou “mau-contato”.
  • 37. 16. Resultados e Conclusões Pode-se concluir que o projeto da fonte possibilitou que fossem colocados em prática os conhecimentos adquiridos em sala de uma maneira simples e de fácil compreensão através da montagem de um projeto de média complexidade, porém de grande utilidade para o dia-a-dia de um técnico em eletrônica. Apesar de apresentar um alto desvio percentual entre a tensão definida que deveria ser oferecida e a real que é medida, verificou-se que a fonte apresenta um rendimento relativamente bom na operação de até 600mA em qualquer tensão definida. As piores situações, como era esperado, são aquelas em que a fonte disponibiliza baixa tensão (abaixo de 5V) e corrente mais alta (acima de 600mA), o que ocasiona a maior dissipação de calor no regulador LM317T (indo até 14W) Observou-se também que, embora tenha sido especificada para até 15V, o VCC de 20,51V pode ser alcançado facilmente, porém não é recomendado que ultrapasse os 15V. Mesmo com o não funcionamento do relé e da estrutura de sinalização de proximidade de corrente limite, o restante da fonte funcionou de modo eficiente, como os LED’s ON/OFF e de simulação de voltímetro, bem como o botão liga/desliga e chave de escolha110/220V.
  • 38. 17. Referências Fontes de Tensão. BRAGA, Newton C. Disponível em: http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/livros-nacionais/453-fontes-de- alimentacao. Acesso em 6 jul. 2014. MUSSOI, Fernando L. R. (2013). Sinais senoidais: tensão e corrente alternadas. 6. Ed. Florianópolis: Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), 226p. Curso Prático de Eletrônica Geral. Burgos Eletrônica. Disponível em: http://www.burgoseletronica.net/apostilas/apostila%20de%20eletronica%20gera l.pdf. Acesso em 6 jul. 2014. SolidWorks: 3D Content Central. Disponível em http://www.3dcontentcentral.com/. Acesso em jun. 2014. SOUSA, Mayara de, SCHWARZ, Leandro. Tutorial Altium: Projeto de placas de circuito impresso. R2R Programa Trainee. 2012, Florianópolis. BOYLESTAD, R. L. Introductory circuit analysis. 10 ed. 2003. USA: Prentice Hall How does a capacitor work? MCreavy. Disponível em: http://mccreavy.com/1837/how-does-a-capacitor-work. Acesso em: 9 jul. 2014. Datasheet Catalog. Disponível em: http://www.datasheetcatalog.com/. Acesso em 25 jun. 2014. Diodos Semicondutores: Disponível em: http://www.angelfire.com/ok/raphaelm/eltanal.html. Acesso em 7 jul. 2014. Fonte de 0V a 30V por 3A. VirtuaTec. Disponível em: http://virtuatec- eletronica.blogspot.com.br/2013/08/fonte-de-0v-30v-por-3a.html. Acesso em 10 jun. 2014.
  • 39. Tensão CA. ManoelPesqueira. Disponível em: http://manoel.pesqueira.ifpe.edu.br/cefet/anterior/2007.1/magnetismo/tensaoca/ tensaoca.html. Acesso em 6 jul. 2014. Relatório Técnico. IFSC. Disponível em: http://www.ifsc.edu.br/images/stories/file/PRPPG/ai/modelos_de_relatorios/mod elo_de_relatorio_tecnico.pdf. Acesso em 6 jul. 2014. Varistor as a Protective Device. Electronics Project Design. Disponível em: http://www.electronics-project-design.com/Varistor.html. Acesso em 9 jul. 2014. Museu das Comunicações: Laboratório de Diodos. Disponível em: http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/moreinfo/2_1 6_0_DiodeLab.html. Acesso em 7 jul. 2014. IvanBechtold-UFSC. Disponível em: http://ivanbechtold.paginas.ufsc.br/files/2014/03/exp02_curvas- caract_resistores.pdf. Acesso em 7 jul. 2014.