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Estas imagens e textos fazem parte da
“Agenda dos Sonhos”, produzida pelo grupo Voa Flor.

voaflor.com.br
O Voa Flor® transmite valores bíblicos a partir de trabalhos de imagem
e vídeo. Uma das propostas do grupo é trabalhar a partir de uma “matéria
prima” bem especial: crianças.
Não só porque são espontâneas, simples e encantadoras, mas porque de
fato elas têm muito a ensinar. Exemplo disso é sua rica capacidade de sonhar.
Parece que o pragmatismo da vida adulta ou mesmo as contingências da vida,
dificultam o ato de sonhar. Assim, algo que para as crianças é tão natural,
simples e puro, pode se tornar bastante complexo para um adulto.
Olha só o Davi, de 3 aninhos. Davi sonha “que o mundo seja igual ele é
agora. O mundo é bonito”. Mas basta olhar para uma agenda que vemos o
tempo passar. Basta olhar para trás para perceber que o mundo não é igual
àquele em que nascemos. Mas o Davi exprime seu sonho através de algo que
ele experimenta na realidade: um lar seguro que lhe proporciona encontrar o
belo nas coisas que vê.
Nesta agenda, de janeiro a dezembro os sonhos das crianças são
acompanhados de reflexões bíblicas produzidas por Samuel Scheffler e Valdir
Steuernagel, pessoas queridas que acompanham a caminhada do Voa Flor®. 
Que o precioso sonho do Davi – e dos demais
pequeninos – sirva como uma inspiração para você
planejar e concretizar seus sonhos em 2014.
	

Voa Flor®
Esta agenda está construída em torno dos sonhos de algumas das crianças que
participaram do vídeo de Natal que o VoaFlor proporcionou a todos nós. Ainda
dá para se lembrar do vídeo neste início de janeiro?
Esses sonhos, que nos acompanharão no decorrer deste ano, são diferentes
e singelos, pois todos saíram da boca e do coração de crianças de 2 a 5 anos de
idade. Sonhos como o da Malu, que quer simplesmente andar de foguete.
Sonhar é acreditar! Sonhar é esperar! Sonhar é ter confiança nos que vivem
ao nosso redor e ter esperança no futuro. Como cristãos, nós sabemos como isso
é necessário, possível e até real. É a realidade da esperança.
A fé cristã tem a marca da esperança e do sonho, e ambos estão enraizados
na consciência da presença e do amor de Deus . Nós sonhamos com uma nova
aurora e um novo tempo. O sonho que temos está alicerçado na confiança de
que o mesmo Deus que nos acompanhou ontem nos indica o rumo da vida hoje
e está preparando o nosso futuro. Um futuro no qual nenhuma criança passará
fome ou será maltratada. Um mundo no qual as crianças não precisarão chorar
de abandono e onde Deus estará olhando nos olhos de cada uma delas como
uma motivação para um sorriso de braços abertos.
“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima.
Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor . . .
Aquele que estava assentado no trono disse:
‘Estou fazendo novas todas as coisas!’”
Apocalipse 21:4-5
Muito legal este sonho do Ancelmo! Você lembra da história da
galinha dos ovos de ouro, que todos queriam para si e no final todos
ficaram sem nada?
Pois o Ancelmo também sonha com uma galinha – ou melhor,
muitas galinhas! Ele tem visão ‘empreendedora’: quer adquirir muitas
galinhas para elas darem muitos ovos! O mais legal, porém, é que
ele quer multiplicar as galinhas, não para ficar rico, mas para dividir
os ovos e matar a fome dos outros. Aliás, muitos dos sonhos que
você vai ver aqui – o da Jade, o do Noah, o do Arthur – têm a ver
com comida. Comida pode nos dar alegria, mas para muitos, não
ter comida pode significar a morte. Parece que o Ancelmo, mesmo
tão pequeno, sabe da força que a comida nos dá, não apenas como
nutrição mas como algo que proporciona alegria e esperança.
Este é o convite revolucionário de Deus: quem tem dois, reparte.
Este é o desejo de Deus, que não haja entre nós nenhuma pessoa
que passe fome, frio ou sede. E para isto Ele tem nos dado ‘muitas
galinhas,’ não é verdade? Não faltam galinhas nem ovos! Mas talvez
nos falte um coração infantil que olhe para aqueles que não têm
e que cresça querendo multiplicar suas galinhas e seus ovos para
alimentar aqueles que não têm.
O sonho do Ancelmo é um convite para que aprendamos a dividir.
Vamos fazer das nossas ‘galinhas’ uma oportunidade de compartilhar
os nossos ‘ovos’!
Não se esqueçam de fazer o bem
e de repartir com os outros o que vocês têm,
pois de tais sacrifícios Deus se agrada.
Hebreus 13:16
Neste mês queremos refletir com Noah, o pequeno fazendeiro.
Por que será que este menino urbano sonha ser um fazendeiro? O
sonho dele é ser uma pessoa da natureza a sobrevoar os campos
plantados e as matas repletas de animais.
As crianças nos ensinam a ter uma relação mais natural e menos
interesseira com a natureza. O Noah só quer sobrevoar os campos,
enquanto nós, adultos, queremos cavar buraco para achar o petróleo
que alimenta a nossa vida urbana.
As crianças nos ensinam a celebrar a natureza e a tratá-la com
cuidado e reverência. Elas nos ensinam que a natureza não é um objeto
para a mera exploração e consumo da nossa geração. As crianças
não têm essa necessidade que nós, os adultos, temos de afirmar uma
autonomia que “não precisa de Deus”. Não é verdade que as crianças
falam de Deus com a maior naturalidade e nos convidam para a
oração com confiança? As crianças parecem ter um jeito mais fácil
de ver Deus por trás dos campos de milho e das onças na floresta.
Será que o Noah não está querendo nos dizer
que Deus fez os céus e a terra, o mar e tudo o que
neles há, e mantém a sua fidelidade para sempre?
(Salmo 146:6).
A Yuli nos lembra que a arte é uma das mais belas formas de expressão
humana e que a dança é uma das mais belas expressões de alegria. A arte
e a dança são um pingo da imagem de Deus em nós mesmos. Ao dançar
movimentamos nosso corpo no ritmo da música e a música expressa a
melodia que movimenta a nossa dança.
Será que este é um sonho possível? Fazer da vida um palco onde
expressamos, com o nosso corpo, a alegria de viver? A vida pode, sim,
ser feliz, não só nos sonhos mais singelos da infância, mas na realidade do
nosso cotidiano. Mas parece que quando vamos ficando adultos deixamos de
dançar para marchar. Quem marcha, marcha igual: fazendo igual aos outros,
como robôs ou máquinas. Na dança somos embalados e nesse embalo vamos
produzindo os movimentos. Respeitando a vida como ela é. Chorando quando
tristes, sorrindo quando felizes, comemorando quando ganhamos e lamentando
quando perdemos.
A Yuli quer dançar – não uma vez, mas para sempre. A dança será seu jeito de
viver, no compasso da vida. Mas, e por que dançar? Para dar aos outros aquilo
que ela tem: o seu sorriso doce e meigo. “Um sorriso?!”, diriam muitos de nós,
esquecidos de que um dia já o tivemos, mas o escondemos no fundo da nossa vida
adulta e às vezes sofrida.
A Yuli, com seu sonho de criança, nos convida a dançar como celebração da vida
e a voltar a sorrir, presenteando e contagiando a todos com os dons que Deus nos
deu e com a alegria de expressar o amor do nosso Criador no palco de um mundo
carente de otimismo e esperança.
Encheste o meu coração de alegria,
alegria maior do que a daqueles que
têm fartura de trigo e de vinho.
Salmos 4:7
O sonho da Jade tem muitos “oooos” e ela só quer “mais pão de
queijo”. Assim é o sonho das crianças. Simples, ingênuo e loooongo! As
crianças, em condições de amparo e segurança, têm facilidade de sonhar,
de projetar um futuro de esperança e de acreditar... e só querer mais pão
de queijo. Já a minha voz adulta me diz que, com tantos “oooos”, a Jade
deveria pelo menos sonhar com uma máquina de fazer pão de queijo.
Mas Deus acredita na pequena Jade. Assim, tomando-a pela mão,
leva-a a ver o próprio sonho dele: um arco-íris. E ela, em resposta, lhe diz
simplesmente que também quer um. Então Deus lhe conta a história do arcoíris, que é uma história de promessa e de sonho. A promessa de que Deus
iria ter paciência com todos os nossos pesadelos e desencontros humanos e
insistir em acreditar nas pessoas e, especialmente, em amá-las. E, como um
selo deste sonho, Deus colocou nos céus um arco-íris, multicolorido como
muitos daqueles pirulitos que a Jade adora degustar. “Uuuaaaauuu!”,
exclama a menininha, fixando em Deus os olhinhos maravilhados. “Eu
quero entrar no teu sonho! Posso?” E juntos eles caminharam para dentro
da esperança de uma convivência humana fraterna e uma adoração alegre
ao próprio Deus.
Então disse Deus:
Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens
olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna
entre Deus e todos os seres vivos de todas as
espécies que vivem na terra.”
Gênesis 9:16
Este ano a Copa será em nosso país. Logo começaremos a ver os melhores
jogadores do mundo defendendo seus times em busca da conquista de mais um
mundial. Até o pequeno Pietro já é fascinado pelo esporte mais popular do mundo
e sonha com o seu time favorito. Imagina ele torcendo para o Barcelona e vibrando
como se ele mesmo fizesse aquele gol!
Mas, por que o Barcelona? O Pietro, com 2 anos, nem sabe que o Barcelona
é um time de grandes feitos e grandes conquistas que reúne alguns dos melhores
jogadores do mundo. Só sabe que cada gol produz um grito de alegria e de vitória
– e ele quer viver isso!
E se olharmos para a nossa vida como um grande espetáculo de futebol? A forma
como ‘jogamos’ vai arrancando explosões de alegria ou simplesmente enfurecendo
a torcida. Muita gente está lá torcendo pela nossa realização, não é verdade? Mas,
o que é realização, quando se trata da nossa vida? No futebol, realização é fazer o
gol, como sonha o pequeno Pietro. Mas, na vida, o que traz realização real não é
a fama nem as conquistas milionárias. O que seria “o gol” em nossa vida? É aquilo
que fazemos e é capaz de alegrar o coração de muitos. É a maneira como vivemos
e servimos uns aos outros. É jogar para a torcida e não para nós próprios; e quando
a torcida está feliz, nós ficamos felizes. No jogo da vida não jogamos sozinhos.
Qual é o seu time? A Bíblia nos diz que não vivemos por acaso, que a nossa
existência tem um propósito e que ao longo da vida somos convidados a fazer
parte do time “Fé em Deus”. Servir e amar o outro é a forma como podemos viver
o jogo da vida com dignidade e realização.
Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para
que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de
vocês, que está nos céus”.
Mateus 5:16
As crianças não são todas iguais, não é verdade? Algumas são ciumentas
e possessivas e têm grande dificuldade de compartilhar suas coisas. Mas o
Joaquim não é assim. Ele é “mão aberta”. Quer superpoderes para poder dar
aos seus amigos como presente de aniversário. Será que o Joaquim está nos
dizendo que “coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (Atos 20:35)?
É exatamente essa grande bondade doadora que Deus demonstrou. Aliás,
ele contaria ao menino que o seu sonho é possível. “Joaquim, sabe de uma
coisa? Eu não preciso de superpoderes para presentear meus amigos. Já fiz
isso uma vez, quando mandei o meu Filho para viver aqui com vocês. Jesus, o
meu Filho, abandonou os seus superpoderes para dar a si mesmo de presente
pra todo mundo e assim promover a grande festa da salvação.” Assim o
Joaquim poderia descobrir que ainda melhor do que ter superpoderes para
fazer uma grande festa é caminhar para uma criança sozinha e lhe dar um
abraço, encontrar uma criança com fome e lhe dar de comer, sentar com uma
criança triste e dar-lhe um sorriso. “Coisa simples, Joaquim, mas os adultos não
costumam fazer isso...”. Deus lhe diria que para fazer isso a gente precisa de
um tipo especial de superpoder que os cristãos chamam de “Espírito Santo”.
Isso significaria usar o “poder de ter” para ajudar os outros a terem um pouco
para viver melhor.
Suspeito que o Joaquim até já saiba disso, enquanto eu
preciso continuar escutando a voz de Deus me dizendo que
“coisa mais bem-aventurada é dar do que receber”.
Parece que a Priscila gosta de gente, não é verdade? Nas quatro pontas deste
mundo que não é mais redondo sempre caberia mais um tiquinho de gente!
Por que será que ela quer mais gente? Certamente para que haja mais crianças
para brincar e mais aniversários para ir.
Assim como a Priscila, todos nós precisamos de outras pessoas. Gente com
quem possamos nos relacionar, conversar e, por que não, brincar? Não fomos
feitos para viver sozinhos, e a Priscila parece que já descobriu isso, apesar de bem
pequena. Nós vamos crescendo e o nosso tempo vai como que escorrendo entre
os dedos, e sobra muito pouco tempo para relacionar-nos uns com os outros. As
demandas são tantas e vamos enchendo nossas agendas de tantas coisas que não
resta tempo para uma que é essencial: o relacionamento humano.
Será que o sonho da Pri não seria um alerta para todos nós? Uma advertência
para que, no decorrer da nossa vida, acumulemos mais pessoas, mais
relacionamentos do que carreiras, diplomas e dinheiro? Seria um lembrete para
que cultivemos “um coração quadrado” onde possa caber mais amor? Ou, como
o mundo da Priscila, para que coubesse mais gente?
O sonho da Priscila é um convite ao acolhimento e um desafio a não
esquecermos que nós mesmos fomos acolhidos pelo amor incondicional de Deus:
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.”
1 João 4:19
Vocês viram o sonho do Artur, de 5 anos? Aliás, que tal tirar
um tempinho para dar uma olhada nos sonhos que encabeçam
cada uma das meditações mensais desta agenda? As crianças
parecem sonhar com o que consideram importante para elas.
Sonham com o que elas gostam e ou gostariam de ter. E, não
raro, os seus sonhos dão margem à imaginação, como um
mundo feito de sorvete e muros de pirulito. As crianças não
têm dificuldade de sonhar e os adultos certamente precisam
cuidar para não matar nem enquadrar essa capacidade que os
pequenos têm de fazê-lo.
O povo de Deus tem uma tradição que os convida a sonhar
com a sua própria história e com o futuro que lhes é prometido
por Deus. Nessa tradição, pais e adultos referenciais contam
histórias às crianças. Muitas histórias. Histórias da própria
história delas: de onde elas vieram, costumes e tradições que
fazem parte da vida familiar, comunitária e cultual do seu povo,
histórias acerca do cuidado de Deus com a vida e a esperança
do seu povo. Assim, os adultos contam as histórias e as crianças
sonham um sonho numa agenda de vida. Vida para Deus e vida
para o outro. O livro de Provérbio diz isso da seguinte forma:
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando
envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Vamos fazer
isso com as nossas meninas e meninos?
Lembro de um dos meus filhos que, ao entrar na adolescência e
confrontar-se com os desafios dessa fase de vida, começou a dizer “eu quero
voltar”. Voltar a ser criança. Um sonho impossível, assim como é impossível
o sonho do Gabriel, que quer ser criança para sempre. O sonho do Gabriel é
certamente um sonho na contramão, pois a nossa cultura está cada vez mais
empurrando as crianças para serem adultas logo.
Não deixa de ser sintomático, no entanto, que Jesus empurra os adultos a
serem crianças. Ele nos diz que se quisermos entendê-lo e confiar nele, temos
de ser como crianças. Há uma intrigante história, registrada na Bíblia, em
que os seguidores de Jesus tentam afastar as crianças de perto dele, porque
achavam que os pequenos só estavam atrapalhando. Quando Jesus vê esta
cena, ele não se faz de rogado. Exorta os discípulos, chama as crianças e as
abraça, deixando claro para os adultos que o seu reino é assim: o abraço
corre solto, os pequenos são acolhidos e os adultos aprendem com elas o que
significa amar sem limites e confiar sem reservas.
Não deixe de ser criança, Gabriel, mesmo ao caminhar para a vida adulta!
Assim você ensinará um avô adulto como eu a não esquecer de ser criança.
“Se vocês não aceitarem o Reino de Deus com
a simplicidade de uma criança,
nunca entrarão nele.”
Marcos 10:15
O Felipe, tão pequeno, já percebeu que o mundo não é tão seguro
quando deveria ou poderia ser. Existem ameaças e sinais de morte
em todos os lugares. O clima de insegurança está à solta e os fortes
sempre têm mais chance. A natureza nos ensina e o Felipe já aprendeu
que a aranha cuida da sua casa. Mas o sonho dele é de autodefesa:
ele quer cuidar de quem cuida dele e da casa que os abriga. Por isso
quer ser uma aranha, e tem de ser uma aranha gigante. Porque, sendo
gigante, será maior que qualquer perigo e mais forte do que qualquer
outro animal.
E não é assim que deveria ser entre nós também? Precisamos
cuidar de quem amamos. Não é um trabalho simples e fácil para
a aranha. Fazer a teia requer tempo e dedicação. Será que não é
isso que o Felipe quer nos dizer, que para cuidar é preciso tempo e
dedicação? Quanto tempo e quanta dedicação nós, pais, temos dado
aos nossos filhos? Ou quanto tempo e dedicação os filhos têm dado
aos seus pais? As famílias estão correndo riscos, e talvez o
pequeno Felipe já tenha percebido isso convivendo com
seus amiguinhos na escola. Precisamos cuidar das nossas
casas, das nossas famílias; e para tecer essa teia de proteção
e segurança é preciso empenho, tempo e dedicação.
A Deborah, assim como a Yuli, quer dançar. Mas o incrível do sonho da
Deborah é que ela não quer apenas ser bailarina: quer ser uma cachorrinha
bailarina. Não é qualquer dança, nem só a melhor bailarina. Ela quer ser uma
cachorrinha que dança, e tem de ser ballet. O ballet é uma dança difícil e requer
muita disciplina. Mas não é assim também em nossa vida? Sonhamos acordados
com coisas que certamente serão muito difíceis de se realizar. Sonhos ousados
e quase impossíveis, como os que movem milhares de pessoas a jogar na mega
sena toda semana. Mas a Deborah quer apenas dançar, e dançar de um jeito
diferente. Dançar para alegrar o coração daqueles que assistem, para superar o
óbvio e o corriqueiro. Não seria este um desafio para cada um de nós, sair do
óbvio e do corriqueiro?
Veja a história do Natal, a mais bela história de todos os tempos. Nós
nos acostumamos com ela e achamos mais fácil acreditar em Papai Noel do
que nessa história de um Deus que se faz gente como nós para demonstrar o
seu amor. Difícil acreditar num Deus que nasce num cocho lá no interior da
Palestina! Se já é difícil imaginar uma cachorrinha dançando ballet, imagine
engolir essa de um Deus Criador do universo se fazendo humano e vivendo
aqui como qualquer um de nós! Mas “esse impossível” aconteceu e é por isso
que a nossa vida pode ir muito além do corriqueiro e tornar-se um testemunho
vivo desse milagre divino.
Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre
nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito
vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito,
que está junto do Pai, o tornou conhecido.
João 1:14 e 18
Textos:

Valdir Steuernagel e Samuel Scheffler
Pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil.
Comunidade do Redentor, Curitiba - PR.

Fotos:

Mariana Waculicz da Eyeland Photography

Projeto gráfico:

Mariana Kluppel da PratiqueDesign e Aline G.S. Scheffler
da Arte Final - desenhos, edições e criações

Ilustrações e Diagramação:

Aline G.S. Scheffler
da Arte Final - desenhos, edições e criações

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Os sonhos infantis que inspiram

  • 1. Estas imagens e textos fazem parte da “Agenda dos Sonhos”, produzida pelo grupo Voa Flor. voaflor.com.br
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  • 3. O Voa Flor® transmite valores bíblicos a partir de trabalhos de imagem e vídeo. Uma das propostas do grupo é trabalhar a partir de uma “matéria prima” bem especial: crianças. Não só porque são espontâneas, simples e encantadoras, mas porque de fato elas têm muito a ensinar. Exemplo disso é sua rica capacidade de sonhar. Parece que o pragmatismo da vida adulta ou mesmo as contingências da vida, dificultam o ato de sonhar. Assim, algo que para as crianças é tão natural, simples e puro, pode se tornar bastante complexo para um adulto. Olha só o Davi, de 3 aninhos. Davi sonha “que o mundo seja igual ele é agora. O mundo é bonito”. Mas basta olhar para uma agenda que vemos o tempo passar. Basta olhar para trás para perceber que o mundo não é igual àquele em que nascemos. Mas o Davi exprime seu sonho através de algo que ele experimenta na realidade: um lar seguro que lhe proporciona encontrar o belo nas coisas que vê. Nesta agenda, de janeiro a dezembro os sonhos das crianças são acompanhados de reflexões bíblicas produzidas por Samuel Scheffler e Valdir Steuernagel, pessoas queridas que acompanham a caminhada do Voa Flor®.  Que o precioso sonho do Davi – e dos demais pequeninos – sirva como uma inspiração para você planejar e concretizar seus sonhos em 2014. Voa Flor®
  • 4.
  • 5. Esta agenda está construída em torno dos sonhos de algumas das crianças que participaram do vídeo de Natal que o VoaFlor proporcionou a todos nós. Ainda dá para se lembrar do vídeo neste início de janeiro? Esses sonhos, que nos acompanharão no decorrer deste ano, são diferentes e singelos, pois todos saíram da boca e do coração de crianças de 2 a 5 anos de idade. Sonhos como o da Malu, que quer simplesmente andar de foguete. Sonhar é acreditar! Sonhar é esperar! Sonhar é ter confiança nos que vivem ao nosso redor e ter esperança no futuro. Como cristãos, nós sabemos como isso é necessário, possível e até real. É a realidade da esperança. A fé cristã tem a marca da esperança e do sonho, e ambos estão enraizados na consciência da presença e do amor de Deus . Nós sonhamos com uma nova aurora e um novo tempo. O sonho que temos está alicerçado na confiança de que o mesmo Deus que nos acompanhou ontem nos indica o rumo da vida hoje e está preparando o nosso futuro. Um futuro no qual nenhuma criança passará fome ou será maltratada. Um mundo no qual as crianças não precisarão chorar de abandono e onde Deus estará olhando nos olhos de cada uma delas como uma motivação para um sorriso de braços abertos. “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor . . . Aquele que estava assentado no trono disse: ‘Estou fazendo novas todas as coisas!’” Apocalipse 21:4-5
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  • 7. Muito legal este sonho do Ancelmo! Você lembra da história da galinha dos ovos de ouro, que todos queriam para si e no final todos ficaram sem nada? Pois o Ancelmo também sonha com uma galinha – ou melhor, muitas galinhas! Ele tem visão ‘empreendedora’: quer adquirir muitas galinhas para elas darem muitos ovos! O mais legal, porém, é que ele quer multiplicar as galinhas, não para ficar rico, mas para dividir os ovos e matar a fome dos outros. Aliás, muitos dos sonhos que você vai ver aqui – o da Jade, o do Noah, o do Arthur – têm a ver com comida. Comida pode nos dar alegria, mas para muitos, não ter comida pode significar a morte. Parece que o Ancelmo, mesmo tão pequeno, sabe da força que a comida nos dá, não apenas como nutrição mas como algo que proporciona alegria e esperança. Este é o convite revolucionário de Deus: quem tem dois, reparte. Este é o desejo de Deus, que não haja entre nós nenhuma pessoa que passe fome, frio ou sede. E para isto Ele tem nos dado ‘muitas galinhas,’ não é verdade? Não faltam galinhas nem ovos! Mas talvez nos falte um coração infantil que olhe para aqueles que não têm e que cresça querendo multiplicar suas galinhas e seus ovos para alimentar aqueles que não têm. O sonho do Ancelmo é um convite para que aprendamos a dividir. Vamos fazer das nossas ‘galinhas’ uma oportunidade de compartilhar os nossos ‘ovos’! Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada. Hebreus 13:16
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  • 9. Neste mês queremos refletir com Noah, o pequeno fazendeiro. Por que será que este menino urbano sonha ser um fazendeiro? O sonho dele é ser uma pessoa da natureza a sobrevoar os campos plantados e as matas repletas de animais. As crianças nos ensinam a ter uma relação mais natural e menos interesseira com a natureza. O Noah só quer sobrevoar os campos, enquanto nós, adultos, queremos cavar buraco para achar o petróleo que alimenta a nossa vida urbana. As crianças nos ensinam a celebrar a natureza e a tratá-la com cuidado e reverência. Elas nos ensinam que a natureza não é um objeto para a mera exploração e consumo da nossa geração. As crianças não têm essa necessidade que nós, os adultos, temos de afirmar uma autonomia que “não precisa de Deus”. Não é verdade que as crianças falam de Deus com a maior naturalidade e nos convidam para a oração com confiança? As crianças parecem ter um jeito mais fácil de ver Deus por trás dos campos de milho e das onças na floresta. Será que o Noah não está querendo nos dizer que Deus fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e mantém a sua fidelidade para sempre? (Salmo 146:6).
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  • 11. A Yuli nos lembra que a arte é uma das mais belas formas de expressão humana e que a dança é uma das mais belas expressões de alegria. A arte e a dança são um pingo da imagem de Deus em nós mesmos. Ao dançar movimentamos nosso corpo no ritmo da música e a música expressa a melodia que movimenta a nossa dança. Será que este é um sonho possível? Fazer da vida um palco onde expressamos, com o nosso corpo, a alegria de viver? A vida pode, sim, ser feliz, não só nos sonhos mais singelos da infância, mas na realidade do nosso cotidiano. Mas parece que quando vamos ficando adultos deixamos de dançar para marchar. Quem marcha, marcha igual: fazendo igual aos outros, como robôs ou máquinas. Na dança somos embalados e nesse embalo vamos produzindo os movimentos. Respeitando a vida como ela é. Chorando quando tristes, sorrindo quando felizes, comemorando quando ganhamos e lamentando quando perdemos. A Yuli quer dançar – não uma vez, mas para sempre. A dança será seu jeito de viver, no compasso da vida. Mas, e por que dançar? Para dar aos outros aquilo que ela tem: o seu sorriso doce e meigo. “Um sorriso?!”, diriam muitos de nós, esquecidos de que um dia já o tivemos, mas o escondemos no fundo da nossa vida adulta e às vezes sofrida. A Yuli, com seu sonho de criança, nos convida a dançar como celebração da vida e a voltar a sorrir, presenteando e contagiando a todos com os dons que Deus nos deu e com a alegria de expressar o amor do nosso Criador no palco de um mundo carente de otimismo e esperança. Encheste o meu coração de alegria, alegria maior do que a daqueles que têm fartura de trigo e de vinho. Salmos 4:7
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  • 13. O sonho da Jade tem muitos “oooos” e ela só quer “mais pão de queijo”. Assim é o sonho das crianças. Simples, ingênuo e loooongo! As crianças, em condições de amparo e segurança, têm facilidade de sonhar, de projetar um futuro de esperança e de acreditar... e só querer mais pão de queijo. Já a minha voz adulta me diz que, com tantos “oooos”, a Jade deveria pelo menos sonhar com uma máquina de fazer pão de queijo. Mas Deus acredita na pequena Jade. Assim, tomando-a pela mão, leva-a a ver o próprio sonho dele: um arco-íris. E ela, em resposta, lhe diz simplesmente que também quer um. Então Deus lhe conta a história do arcoíris, que é uma história de promessa e de sonho. A promessa de que Deus iria ter paciência com todos os nossos pesadelos e desencontros humanos e insistir em acreditar nas pessoas e, especialmente, em amá-las. E, como um selo deste sonho, Deus colocou nos céus um arco-íris, multicolorido como muitos daqueles pirulitos que a Jade adora degustar. “Uuuaaaauuu!”, exclama a menininha, fixando em Deus os olhinhos maravilhados. “Eu quero entrar no teu sonho! Posso?” E juntos eles caminharam para dentro da esperança de uma convivência humana fraterna e uma adoração alegre ao próprio Deus. Então disse Deus: Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na terra.” Gênesis 9:16
  • 14.
  • 15. Este ano a Copa será em nosso país. Logo começaremos a ver os melhores jogadores do mundo defendendo seus times em busca da conquista de mais um mundial. Até o pequeno Pietro já é fascinado pelo esporte mais popular do mundo e sonha com o seu time favorito. Imagina ele torcendo para o Barcelona e vibrando como se ele mesmo fizesse aquele gol! Mas, por que o Barcelona? O Pietro, com 2 anos, nem sabe que o Barcelona é um time de grandes feitos e grandes conquistas que reúne alguns dos melhores jogadores do mundo. Só sabe que cada gol produz um grito de alegria e de vitória – e ele quer viver isso! E se olharmos para a nossa vida como um grande espetáculo de futebol? A forma como ‘jogamos’ vai arrancando explosões de alegria ou simplesmente enfurecendo a torcida. Muita gente está lá torcendo pela nossa realização, não é verdade? Mas, o que é realização, quando se trata da nossa vida? No futebol, realização é fazer o gol, como sonha o pequeno Pietro. Mas, na vida, o que traz realização real não é a fama nem as conquistas milionárias. O que seria “o gol” em nossa vida? É aquilo que fazemos e é capaz de alegrar o coração de muitos. É a maneira como vivemos e servimos uns aos outros. É jogar para a torcida e não para nós próprios; e quando a torcida está feliz, nós ficamos felizes. No jogo da vida não jogamos sozinhos. Qual é o seu time? A Bíblia nos diz que não vivemos por acaso, que a nossa existência tem um propósito e que ao longo da vida somos convidados a fazer parte do time “Fé em Deus”. Servir e amar o outro é a forma como podemos viver o jogo da vida com dignidade e realização. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. Mateus 5:16
  • 16.
  • 17. As crianças não são todas iguais, não é verdade? Algumas são ciumentas e possessivas e têm grande dificuldade de compartilhar suas coisas. Mas o Joaquim não é assim. Ele é “mão aberta”. Quer superpoderes para poder dar aos seus amigos como presente de aniversário. Será que o Joaquim está nos dizendo que “coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (Atos 20:35)? É exatamente essa grande bondade doadora que Deus demonstrou. Aliás, ele contaria ao menino que o seu sonho é possível. “Joaquim, sabe de uma coisa? Eu não preciso de superpoderes para presentear meus amigos. Já fiz isso uma vez, quando mandei o meu Filho para viver aqui com vocês. Jesus, o meu Filho, abandonou os seus superpoderes para dar a si mesmo de presente pra todo mundo e assim promover a grande festa da salvação.” Assim o Joaquim poderia descobrir que ainda melhor do que ter superpoderes para fazer uma grande festa é caminhar para uma criança sozinha e lhe dar um abraço, encontrar uma criança com fome e lhe dar de comer, sentar com uma criança triste e dar-lhe um sorriso. “Coisa simples, Joaquim, mas os adultos não costumam fazer isso...”. Deus lhe diria que para fazer isso a gente precisa de um tipo especial de superpoder que os cristãos chamam de “Espírito Santo”. Isso significaria usar o “poder de ter” para ajudar os outros a terem um pouco para viver melhor. Suspeito que o Joaquim até já saiba disso, enquanto eu preciso continuar escutando a voz de Deus me dizendo que “coisa mais bem-aventurada é dar do que receber”.
  • 18.
  • 19. Parece que a Priscila gosta de gente, não é verdade? Nas quatro pontas deste mundo que não é mais redondo sempre caberia mais um tiquinho de gente! Por que será que ela quer mais gente? Certamente para que haja mais crianças para brincar e mais aniversários para ir. Assim como a Priscila, todos nós precisamos de outras pessoas. Gente com quem possamos nos relacionar, conversar e, por que não, brincar? Não fomos feitos para viver sozinhos, e a Priscila parece que já descobriu isso, apesar de bem pequena. Nós vamos crescendo e o nosso tempo vai como que escorrendo entre os dedos, e sobra muito pouco tempo para relacionar-nos uns com os outros. As demandas são tantas e vamos enchendo nossas agendas de tantas coisas que não resta tempo para uma que é essencial: o relacionamento humano. Será que o sonho da Pri não seria um alerta para todos nós? Uma advertência para que, no decorrer da nossa vida, acumulemos mais pessoas, mais relacionamentos do que carreiras, diplomas e dinheiro? Seria um lembrete para que cultivemos “um coração quadrado” onde possa caber mais amor? Ou, como o mundo da Priscila, para que coubesse mais gente? O sonho da Priscila é um convite ao acolhimento e um desafio a não esquecermos que nós mesmos fomos acolhidos pelo amor incondicional de Deus: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1 João 4:19
  • 20.
  • 21. Vocês viram o sonho do Artur, de 5 anos? Aliás, que tal tirar um tempinho para dar uma olhada nos sonhos que encabeçam cada uma das meditações mensais desta agenda? As crianças parecem sonhar com o que consideram importante para elas. Sonham com o que elas gostam e ou gostariam de ter. E, não raro, os seus sonhos dão margem à imaginação, como um mundo feito de sorvete e muros de pirulito. As crianças não têm dificuldade de sonhar e os adultos certamente precisam cuidar para não matar nem enquadrar essa capacidade que os pequenos têm de fazê-lo. O povo de Deus tem uma tradição que os convida a sonhar com a sua própria história e com o futuro que lhes é prometido por Deus. Nessa tradição, pais e adultos referenciais contam histórias às crianças. Muitas histórias. Histórias da própria história delas: de onde elas vieram, costumes e tradições que fazem parte da vida familiar, comunitária e cultual do seu povo, histórias acerca do cuidado de Deus com a vida e a esperança do seu povo. Assim, os adultos contam as histórias e as crianças sonham um sonho numa agenda de vida. Vida para Deus e vida para o outro. O livro de Provérbio diz isso da seguinte forma: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6). Vamos fazer isso com as nossas meninas e meninos?
  • 22.
  • 23. Lembro de um dos meus filhos que, ao entrar na adolescência e confrontar-se com os desafios dessa fase de vida, começou a dizer “eu quero voltar”. Voltar a ser criança. Um sonho impossível, assim como é impossível o sonho do Gabriel, que quer ser criança para sempre. O sonho do Gabriel é certamente um sonho na contramão, pois a nossa cultura está cada vez mais empurrando as crianças para serem adultas logo. Não deixa de ser sintomático, no entanto, que Jesus empurra os adultos a serem crianças. Ele nos diz que se quisermos entendê-lo e confiar nele, temos de ser como crianças. Há uma intrigante história, registrada na Bíblia, em que os seguidores de Jesus tentam afastar as crianças de perto dele, porque achavam que os pequenos só estavam atrapalhando. Quando Jesus vê esta cena, ele não se faz de rogado. Exorta os discípulos, chama as crianças e as abraça, deixando claro para os adultos que o seu reino é assim: o abraço corre solto, os pequenos são acolhidos e os adultos aprendem com elas o que significa amar sem limites e confiar sem reservas. Não deixe de ser criança, Gabriel, mesmo ao caminhar para a vida adulta! Assim você ensinará um avô adulto como eu a não esquecer de ser criança. “Se vocês não aceitarem o Reino de Deus com a simplicidade de uma criança, nunca entrarão nele.” Marcos 10:15
  • 24.
  • 25. O Felipe, tão pequeno, já percebeu que o mundo não é tão seguro quando deveria ou poderia ser. Existem ameaças e sinais de morte em todos os lugares. O clima de insegurança está à solta e os fortes sempre têm mais chance. A natureza nos ensina e o Felipe já aprendeu que a aranha cuida da sua casa. Mas o sonho dele é de autodefesa: ele quer cuidar de quem cuida dele e da casa que os abriga. Por isso quer ser uma aranha, e tem de ser uma aranha gigante. Porque, sendo gigante, será maior que qualquer perigo e mais forte do que qualquer outro animal. E não é assim que deveria ser entre nós também? Precisamos cuidar de quem amamos. Não é um trabalho simples e fácil para a aranha. Fazer a teia requer tempo e dedicação. Será que não é isso que o Felipe quer nos dizer, que para cuidar é preciso tempo e dedicação? Quanto tempo e quanta dedicação nós, pais, temos dado aos nossos filhos? Ou quanto tempo e dedicação os filhos têm dado aos seus pais? As famílias estão correndo riscos, e talvez o pequeno Felipe já tenha percebido isso convivendo com seus amiguinhos na escola. Precisamos cuidar das nossas casas, das nossas famílias; e para tecer essa teia de proteção e segurança é preciso empenho, tempo e dedicação.
  • 26.
  • 27. A Deborah, assim como a Yuli, quer dançar. Mas o incrível do sonho da Deborah é que ela não quer apenas ser bailarina: quer ser uma cachorrinha bailarina. Não é qualquer dança, nem só a melhor bailarina. Ela quer ser uma cachorrinha que dança, e tem de ser ballet. O ballet é uma dança difícil e requer muita disciplina. Mas não é assim também em nossa vida? Sonhamos acordados com coisas que certamente serão muito difíceis de se realizar. Sonhos ousados e quase impossíveis, como os que movem milhares de pessoas a jogar na mega sena toda semana. Mas a Deborah quer apenas dançar, e dançar de um jeito diferente. Dançar para alegrar o coração daqueles que assistem, para superar o óbvio e o corriqueiro. Não seria este um desafio para cada um de nós, sair do óbvio e do corriqueiro? Veja a história do Natal, a mais bela história de todos os tempos. Nós nos acostumamos com ela e achamos mais fácil acreditar em Papai Noel do que nessa história de um Deus que se faz gente como nós para demonstrar o seu amor. Difícil acreditar num Deus que nasce num cocho lá no interior da Palestina! Se já é difícil imaginar uma cachorrinha dançando ballet, imagine engolir essa de um Deus Criador do universo se fazendo humano e vivendo aqui como qualquer um de nós! Mas “esse impossível” aconteceu e é por isso que a nossa vida pode ir muito além do corriqueiro e tornar-se um testemunho vivo desse milagre divino. Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade. Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido. João 1:14 e 18
  • 28. Textos: Valdir Steuernagel e Samuel Scheffler Pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. Comunidade do Redentor, Curitiba - PR. Fotos: Mariana Waculicz da Eyeland Photography Projeto gráfico: Mariana Kluppel da PratiqueDesign e Aline G.S. Scheffler da Arte Final - desenhos, edições e criações Ilustrações e Diagramação: Aline G.S. Scheffler da Arte Final - desenhos, edições e criações