Este documento discute os sistemas musicais utilizados por Almeida Prado em suas fases de Síntese e Pós-Moderna, focando no conceito de "novo sistema" entre o tonal e atonal, no transtonalismo e no ecletismo total como síntese de sistemas. O texto analisa declarações do compositor sobre seus princípios composicionais e busca extrair conceitos-chave para construir uma ferramenta analítica que contemple sua poética musical.
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)Wilson Avilla
O documento discute a origem histórica do conceito de escalabilidade, traçando paralelos com a escala musical. A escala foi sistematizada primeiramente na China há milhares de anos e se baseava em intervalos harmônicos como a quinta justa. Culturas como a indiana também desenvolveram escalas musicais ligadas a conceitos cósmicos. Os gregos, influenciados pelos egípcios, estabeleceram as bases teóricas ocidentais, com Pitágoras relacionando matematicamente os comprimentos de cordas e alturas sonor
O documento discute a escala dominante diminuta e sua aplicação na análise de obras de Mozart e Chopin. A escala é percebida em fragmentos musicais dos compositores e fornece uma explicação harmônica concisa para progressões consideradas instáveis. Além disso, defende que a análise musical deve considerar aspectos materiais da execução e que escalas da teoria popular carregam cultura de combinações de notas.
Este documento discute a teologia das rosas e orquídeas, explicando que quanto mais espinhos uma rosa tem, mais bela ela é, e que orquídeas plantadas em troncos velhos e pobres tendem a ser mais belas. A cor das rosas representa diferentes aspectos do amor e da sensibilidade humana.
Este documento analisa a "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos através da perspectiva da assinatura e do narcisismo. Ele argumenta que o poema expressa a indiferença à moral da assinatura e canta sobre a experiência moderna de estímulos múltiplos, forçando-nos a ouvir nossa própria voz. A assinatura de Álvaro de Campos captura tanto o primitivismo quanto a sofisticação do canto humano.
Influências da Poética de Aristóteles em PoeMariana Klafke
O documento discute a influência da Poética de Aristóteles no ensaio "Filosofia da Composição" de Edgar Allan Poe. Umberto Eco aponta semelhanças entre as visões de Poe e Aristóteles sobre arte, seus objetivos e validade. Trechos do ensaio de Poe demonstram como ele foi influenciado pelas ideias aristotélicas sobre composição poética e efeito, apesar de não citar diretamente Aristóteles.
1) O documento apresenta três poemas de autores e estilos diferentes: o primeiro é de Raimundo Correia e descreve a nudez feminina de forma erótica; o segundo é de Francisca Júlia e é considerado parnasiano pela estrutura e temática; o terceiro é de Olavo Bilac e também é parnasiano apesar de apresentar um lirismo romântico.
O autor critica a abordagem da ciência moderna que trata os objetos como meras variáveis para manipulação, ignorando sua opacidade. Ele argumenta que a ciência deve reconhecer que suas construções se baseiam em um mundo existente, em vez de reivindicar autonomia total. A filosofia também deve evitar reduzir o pensamento a mera operação cega, e reconhecer que o conhecimento surge de nosso contato com o mundo.
A gênese musical do conceito de escalabilidade (2)Wilson Avilla
O documento discute a origem histórica do conceito de escalabilidade, traçando paralelos com a escala musical. A escala foi sistematizada primeiramente na China há milhares de anos e se baseava em intervalos harmônicos como a quinta justa. Culturas como a indiana também desenvolveram escalas musicais ligadas a conceitos cósmicos. Os gregos, influenciados pelos egípcios, estabeleceram as bases teóricas ocidentais, com Pitágoras relacionando matematicamente os comprimentos de cordas e alturas sonor
O documento discute a escala dominante diminuta e sua aplicação na análise de obras de Mozart e Chopin. A escala é percebida em fragmentos musicais dos compositores e fornece uma explicação harmônica concisa para progressões consideradas instáveis. Além disso, defende que a análise musical deve considerar aspectos materiais da execução e que escalas da teoria popular carregam cultura de combinações de notas.
Este documento discute a teologia das rosas e orquídeas, explicando que quanto mais espinhos uma rosa tem, mais bela ela é, e que orquídeas plantadas em troncos velhos e pobres tendem a ser mais belas. A cor das rosas representa diferentes aspectos do amor e da sensibilidade humana.
Este documento analisa a "Ode Triunfal" de Álvaro de Campos através da perspectiva da assinatura e do narcisismo. Ele argumenta que o poema expressa a indiferença à moral da assinatura e canta sobre a experiência moderna de estímulos múltiplos, forçando-nos a ouvir nossa própria voz. A assinatura de Álvaro de Campos captura tanto o primitivismo quanto a sofisticação do canto humano.
Influências da Poética de Aristóteles em PoeMariana Klafke
O documento discute a influência da Poética de Aristóteles no ensaio "Filosofia da Composição" de Edgar Allan Poe. Umberto Eco aponta semelhanças entre as visões de Poe e Aristóteles sobre arte, seus objetivos e validade. Trechos do ensaio de Poe demonstram como ele foi influenciado pelas ideias aristotélicas sobre composição poética e efeito, apesar de não citar diretamente Aristóteles.
1) O documento apresenta três poemas de autores e estilos diferentes: o primeiro é de Raimundo Correia e descreve a nudez feminina de forma erótica; o segundo é de Francisca Júlia e é considerado parnasiano pela estrutura e temática; o terceiro é de Olavo Bilac e também é parnasiano apesar de apresentar um lirismo romântico.
O autor critica a abordagem da ciência moderna que trata os objetos como meras variáveis para manipulação, ignorando sua opacidade. Ele argumenta que a ciência deve reconhecer que suas construções se baseiam em um mundo existente, em vez de reivindicar autonomia total. A filosofia também deve evitar reduzir o pensamento a mera operação cega, e reconhecer que o conhecimento surge de nosso contato com o mundo.
Pequeno ensaio para Luís Athouguia - de Prof. Carlos-Antero Ferreiraathouguia
Luís Athouguia inaugura uma nova exposição em Vila do Conde chamada "Cenografias com Feitiço". A mostra apresenta obras abstratas que exploram formas e cores de maneira magistral. Os títulos enigmáticos das pinturas convidam o público a descobrir o universo singular e poético da criatividade de Athouguia.
René Descartes foi um filósofo, matemático e físico francês do século XVII considerado fundador da filosofia moderna. Suas obras mais importantes incluem Discurso do Método, Meditações e Regras para a Direção do Espírito. Immanuel Kant foi um filósofo alemão do século XVIII que desenvolveu a filosofia crítica. Sua obra principal foi a Crítica da Razão Pura. Aristóteles foi um filósofo grego antigo que estudou uma ampla gama de assuntos
A representação da mulher amada na poesia de Camões surge tanto em redondilhas quanto em sonetos. A mulher nem sempre é idealizada, podendo ser individualizada e do mundo dos sentidos. Segundo o modelo renascentista, a mulher apresenta cabelo louro, olhos azuis, pele branca e qualidades psicológicas refletidas em sua beleza exterior. A lírica camoniana recria modelos já existentes no retrato da mulher amada.
1. O documento apresenta um dicionário de imagens, símbolos, mitos, termos e conceitos do filósofo francês Gaston Bachelard.
2. A obra de Bachelard é dividida em duas partes, sendo a primeira parte biográfica e a segunda contendo os verbetes do dicionário.
3. O dicionário tem como objetivo fornecer resumos concisos em no máximo 3 frases sobre cada entrada para apresentar as principais informações e conceitos bachelardianos de forma acessível.
O documento discute tratados de música da Antiguidade e resumi os pontos principais de Aristides Quintiliano e sua obra De Musica. Primeiramente, apresenta a concepção de alma como central para entendimento da música e seu efeito. Segundo, discute as críticas de autores como o Papiro de Hibeh, Filodemo e Sexto Empírico à teoria da relação entre música e características morais ou afetivas. Terceiramente, destaca a distinção entre música e poesia defendida por Filodemo.
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]mafia888
Este documento apresenta um prefácio para o livro "Polishop" de José Carlos Barros. Resume o livro como explorando um universo de perdas, desencontros e impossibilidades através de uma poesia que questiona as aparências e revela as imperfeições do mundo. Apresenta também alguns poemas do livro que ilustram esses temas.
A concepção intervalar na poética pós-ruptura: uma análise da Sonata n. 3 de ...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este documento discute a concepção intervalar na poética pós-ruptura de Almeida Prado, analisando especificamente a Sonata n.o 3. O autor demonstra como Prado desenvolveu um espaço "entre" sistemas musicais, chamado transtonalismo, utilizando mecanismos intervalares. A análise da Sonata mostra como esses intervalos característicos ocorrem nas fases Pós-Tonal, Síntese e Pós-Moderna de Prado.
A(s) Musicologia(s) na Atualidade Brasileira: o Jogo do Saber e seus ParadoxosEDSON HANSEN SANT ' ANA
1) O documento discute os desafios atuais da(s) Musicologia(s) no Brasil e propõe novas abordagens metodológicas.
2) Questiona se a Musicologia brasileira ainda se baseia em modelos teóricos estrangeiros em vez de questões e problemas locais.
3) Defende uma abordagem "bottom-up", começando por estudos de caso empíricos em vez de teorias predeterminadas.
Este documento discute as definições de harmonia e função harmônica ao longo da história da teoria musical. Apresenta as principais teorias sobre o assunto, incluindo a revolução trazida por Rameau que introduziu a noção de acordes funcionando dentro de uma tonalidade, e as teorias subsequentes dos graus e funcionalismo de Riemann.
Expressividade intervalar como conceituação desenvolvida a partir de considerações de Almeida Prado. Uma ampliação dessas considerações em busca de formar um corpus de entendimento da ordem dos materiais construídos a partir da lógica de intervalos. O intervalo recursivo entendido também como marca indelével no aspecto de conferir unidade e coesão da peça.
O documento fornece uma breve história do conceito de harmonia na música ocidental ao longo dos séculos, desde a tradição pitagórica até o século XVIII. Também apresenta definições de harmonia ao longo do tempo e destaca o trabalho fundamental de Jean-Philippe Rameau no século XVIII para estabelecer a moderna ciência da harmonia.
O documento discute as principais contribuições da semiótica para o estudo do sentido na música entre 1990-2010, abordando questões metodológicas e conceituais. Analisa o trabalho de semioticistas como Ruwet, Nattiez e Tarasti e como eles aplicaram métodos como análise paradigmática e modelos inspirados em Greimas para entender a significação musical. Também discute precursores como Schenker, Kurth e Meyer que anteciparam abordagens semióticas na música.
Esta tese aborda três problemas da teoria musical usando ferramentas matemáticas: (1) a enumeração e classificação dos tipos de acordes possíveis numa escala bem temperada, (2) a generalização do ciclo de quintas numa escala para construir escalas genéricas, (3) o temperamento de escalas à luz da teoria das frações contínuas.
O documento discute a harmonia funcional e tradicional no Brasil. O autor aborda como os conceitos de harmonia foram introduzidos no país e como manuais populares as vezes misturam essas abordagens. Ele também analisa o uso inicial de cifras em partituras para banjo nas orquestras de dança americanas na década de 1920 e como isso pode ter influenciado o uso de cifras no Brasil.
O documento discute a teoria harmônica de Hugo Riemann e como ela foi reestruturada pelo teórico neo-riemanniano David Kopp. Riemann analisou as relações entre os acordes com base nos intervalos entre as fundamentais, considerando o dualismo entre acordes maiores e menores. Kopp estruturou um Sistema de Transformações Cromáticas que reorganizou a abordagem de Riemann para análise musical.
1. O documento discute os sistemas de cifragem de acordes desde o Renascimento, incluindo a contribuição de Zarlino e o desenvolvimento do baixo contínuo.
2. Explica os sistemas de análise harmônica gradual de Weber e funcional de Riemann e a cifragem de acordes da música popular.
3. Fornece exemplos de cifragem de tríades, tétrades e pêntades segundo diferentes sistemas.
Este artigo apresenta debates entre teoria da música, análise musical e nova musicologia. Discute-se como as disciplinas se definem e estabelecem relações de poder. Também são abordadas alternativas analíticas como considerar a "voz" da música e aspectos técnicos e ideológicos das obras. Conclui-se que as disciplinas compartilham pressupostos sobre a materialidade da música e que um diálogo crítico entre elas é importante.
Este documento discute a percepção da forma musical como um processo. Apresenta diferentes teorias históricas que entendem a forma como resultado da sucessão de segmentos musicais, cada um com uma função formal específica. Também discute a teoria das funções formais de William Caplin, que considera progressões harmônicas como determinantes da forma. Por fim, exemplifica a análise de uma obra de Haydn usando esta abordagem.
Poesias pós-modernas: concretismo, Poesia Práxis e Poema-ProcessoDjeisci Maldaner
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Concretismo, Poesia Práxis e Poema Processo. O Concretismo surgiu nos anos 1950 focado em geometrismo e racionalismo nas artes. A Poesia Práxis foi proposta por Mário Chamie em 1961 como dinâmica e passível de manipulação pelo leitor. Já o Poema Processo dos anos 1960/70 rejeitava o uso de palavras e empregava símbolos visuais.
Este documento apresenta uma entrevista com o compositor e educador Paulo Costa Lima sobre a pedagogia da teoria e análise musical. Paulo Lima argumenta que a análise musical pode ser vista como um "feito composicional" ou uma forma de "escrever música", e que isso pode ajudar a construir pontes entre a didática da composição e da análise musical. Ele também discute como a experiência musical, teoria, análise e composição estão interligadas e não devem ser vistas como compartimentos isolados.
O documento discute as noções de arcaico e fantasma em relação às categorias de tempo e espaço. O arcaico desloca a percepção linear de tempo e espaço, enquanto o fantasma desarticula a identidade do presente, revelando sua não-contemporaneidade. A produção artística contemporânea é analisada como locus de apresentificação destes conceitos, revelando passados recalcados por meio de superfícies espelhadas e superpostas.
A tendência da teoria e análise ao direcionamento crítico na nova musicologia...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este artigo discute autores que tem estabelecido contribuições significativas quanto ao
direcionamento da teoria e da análise musical no cenário contemporâneo da musicologia brasileira
em direção à crítica musical. Discorre sobre o desafio de transcender a compreensão da
composição musical atual e cânon teórico em direção à aplicabilidade da análise musical embasada
em teoria crítica capaz de superar aspectos tecnicistas em direção à utopia e à inovação na
metodologia musicológica e seus resultados como produto de conhecimento contextualizado.
Pequeno ensaio para Luís Athouguia - de Prof. Carlos-Antero Ferreiraathouguia
Luís Athouguia inaugura uma nova exposição em Vila do Conde chamada "Cenografias com Feitiço". A mostra apresenta obras abstratas que exploram formas e cores de maneira magistral. Os títulos enigmáticos das pinturas convidam o público a descobrir o universo singular e poético da criatividade de Athouguia.
René Descartes foi um filósofo, matemático e físico francês do século XVII considerado fundador da filosofia moderna. Suas obras mais importantes incluem Discurso do Método, Meditações e Regras para a Direção do Espírito. Immanuel Kant foi um filósofo alemão do século XVIII que desenvolveu a filosofia crítica. Sua obra principal foi a Crítica da Razão Pura. Aristóteles foi um filósofo grego antigo que estudou uma ampla gama de assuntos
A representação da mulher amada na poesia de Camões surge tanto em redondilhas quanto em sonetos. A mulher nem sempre é idealizada, podendo ser individualizada e do mundo dos sentidos. Segundo o modelo renascentista, a mulher apresenta cabelo louro, olhos azuis, pele branca e qualidades psicológicas refletidas em sua beleza exterior. A lírica camoniana recria modelos já existentes no retrato da mulher amada.
1. O documento apresenta um dicionário de imagens, símbolos, mitos, termos e conceitos do filósofo francês Gaston Bachelard.
2. A obra de Bachelard é dividida em duas partes, sendo a primeira parte biográfica e a segunda contendo os verbetes do dicionário.
3. O dicionário tem como objetivo fornecer resumos concisos em no máximo 3 frases sobre cada entrada para apresentar as principais informações e conceitos bachelardianos de forma acessível.
O documento discute tratados de música da Antiguidade e resumi os pontos principais de Aristides Quintiliano e sua obra De Musica. Primeiramente, apresenta a concepção de alma como central para entendimento da música e seu efeito. Segundo, discute as críticas de autores como o Papiro de Hibeh, Filodemo e Sexto Empírico à teoria da relação entre música e características morais ou afetivas. Terceiramente, destaca a distinção entre música e poesia defendida por Filodemo.
Polishop (livro de poesia) - Tiago Nené [pt]mafia888
Este documento apresenta um prefácio para o livro "Polishop" de José Carlos Barros. Resume o livro como explorando um universo de perdas, desencontros e impossibilidades através de uma poesia que questiona as aparências e revela as imperfeições do mundo. Apresenta também alguns poemas do livro que ilustram esses temas.
A concepção intervalar na poética pós-ruptura: uma análise da Sonata n. 3 de ...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este documento discute a concepção intervalar na poética pós-ruptura de Almeida Prado, analisando especificamente a Sonata n.o 3. O autor demonstra como Prado desenvolveu um espaço "entre" sistemas musicais, chamado transtonalismo, utilizando mecanismos intervalares. A análise da Sonata mostra como esses intervalos característicos ocorrem nas fases Pós-Tonal, Síntese e Pós-Moderna de Prado.
A(s) Musicologia(s) na Atualidade Brasileira: o Jogo do Saber e seus ParadoxosEDSON HANSEN SANT ' ANA
1) O documento discute os desafios atuais da(s) Musicologia(s) no Brasil e propõe novas abordagens metodológicas.
2) Questiona se a Musicologia brasileira ainda se baseia em modelos teóricos estrangeiros em vez de questões e problemas locais.
3) Defende uma abordagem "bottom-up", começando por estudos de caso empíricos em vez de teorias predeterminadas.
Este documento discute as definições de harmonia e função harmônica ao longo da história da teoria musical. Apresenta as principais teorias sobre o assunto, incluindo a revolução trazida por Rameau que introduziu a noção de acordes funcionando dentro de uma tonalidade, e as teorias subsequentes dos graus e funcionalismo de Riemann.
Expressividade intervalar como conceituação desenvolvida a partir de considerações de Almeida Prado. Uma ampliação dessas considerações em busca de formar um corpus de entendimento da ordem dos materiais construídos a partir da lógica de intervalos. O intervalo recursivo entendido também como marca indelével no aspecto de conferir unidade e coesão da peça.
O documento fornece uma breve história do conceito de harmonia na música ocidental ao longo dos séculos, desde a tradição pitagórica até o século XVIII. Também apresenta definições de harmonia ao longo do tempo e destaca o trabalho fundamental de Jean-Philippe Rameau no século XVIII para estabelecer a moderna ciência da harmonia.
O documento discute as principais contribuições da semiótica para o estudo do sentido na música entre 1990-2010, abordando questões metodológicas e conceituais. Analisa o trabalho de semioticistas como Ruwet, Nattiez e Tarasti e como eles aplicaram métodos como análise paradigmática e modelos inspirados em Greimas para entender a significação musical. Também discute precursores como Schenker, Kurth e Meyer que anteciparam abordagens semióticas na música.
Esta tese aborda três problemas da teoria musical usando ferramentas matemáticas: (1) a enumeração e classificação dos tipos de acordes possíveis numa escala bem temperada, (2) a generalização do ciclo de quintas numa escala para construir escalas genéricas, (3) o temperamento de escalas à luz da teoria das frações contínuas.
O documento discute a harmonia funcional e tradicional no Brasil. O autor aborda como os conceitos de harmonia foram introduzidos no país e como manuais populares as vezes misturam essas abordagens. Ele também analisa o uso inicial de cifras em partituras para banjo nas orquestras de dança americanas na década de 1920 e como isso pode ter influenciado o uso de cifras no Brasil.
O documento discute a teoria harmônica de Hugo Riemann e como ela foi reestruturada pelo teórico neo-riemanniano David Kopp. Riemann analisou as relações entre os acordes com base nos intervalos entre as fundamentais, considerando o dualismo entre acordes maiores e menores. Kopp estruturou um Sistema de Transformações Cromáticas que reorganizou a abordagem de Riemann para análise musical.
1. O documento discute os sistemas de cifragem de acordes desde o Renascimento, incluindo a contribuição de Zarlino e o desenvolvimento do baixo contínuo.
2. Explica os sistemas de análise harmônica gradual de Weber e funcional de Riemann e a cifragem de acordes da música popular.
3. Fornece exemplos de cifragem de tríades, tétrades e pêntades segundo diferentes sistemas.
Este artigo apresenta debates entre teoria da música, análise musical e nova musicologia. Discute-se como as disciplinas se definem e estabelecem relações de poder. Também são abordadas alternativas analíticas como considerar a "voz" da música e aspectos técnicos e ideológicos das obras. Conclui-se que as disciplinas compartilham pressupostos sobre a materialidade da música e que um diálogo crítico entre elas é importante.
Este documento discute a percepção da forma musical como um processo. Apresenta diferentes teorias históricas que entendem a forma como resultado da sucessão de segmentos musicais, cada um com uma função formal específica. Também discute a teoria das funções formais de William Caplin, que considera progressões harmônicas como determinantes da forma. Por fim, exemplifica a análise de uma obra de Haydn usando esta abordagem.
Poesias pós-modernas: concretismo, Poesia Práxis e Poema-ProcessoDjeisci Maldaner
O documento descreve três movimentos literários brasileiros: Concretismo, Poesia Práxis e Poema Processo. O Concretismo surgiu nos anos 1950 focado em geometrismo e racionalismo nas artes. A Poesia Práxis foi proposta por Mário Chamie em 1961 como dinâmica e passível de manipulação pelo leitor. Já o Poema Processo dos anos 1960/70 rejeitava o uso de palavras e empregava símbolos visuais.
Este documento apresenta uma entrevista com o compositor e educador Paulo Costa Lima sobre a pedagogia da teoria e análise musical. Paulo Lima argumenta que a análise musical pode ser vista como um "feito composicional" ou uma forma de "escrever música", e que isso pode ajudar a construir pontes entre a didática da composição e da análise musical. Ele também discute como a experiência musical, teoria, análise e composição estão interligadas e não devem ser vistas como compartimentos isolados.
O documento discute as noções de arcaico e fantasma em relação às categorias de tempo e espaço. O arcaico desloca a percepção linear de tempo e espaço, enquanto o fantasma desarticula a identidade do presente, revelando sua não-contemporaneidade. A produção artística contemporânea é analisada como locus de apresentificação destes conceitos, revelando passados recalcados por meio de superfícies espelhadas e superpostas.
A tendência da teoria e análise ao direcionamento crítico na nova musicologia...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este artigo discute autores que tem estabelecido contribuições significativas quanto ao
direcionamento da teoria e da análise musical no cenário contemporâneo da musicologia brasileira
em direção à crítica musical. Discorre sobre o desafio de transcender a compreensão da
composição musical atual e cânon teórico em direção à aplicabilidade da análise musical embasada
em teoria crítica capaz de superar aspectos tecnicistas em direção à utopia e à inovação na
metodologia musicológica e seus resultados como produto de conhecimento contextualizado.
O documento discute as relações entre tempo e espaço na arte contemporânea, especialmente no contexto brasileiro. Aborda como noções de arcaico e fantasma desafiam noções lineares de tempo e espaço, apresentando múltiplos tempos e espaços simultâneos. Também analisa como produções artísticas brasileiras revelam um "lócus do interstício e de presentificação do arcaico", onde manifestações culturais outras são atualizadas.
Poesilúdio nº 4 de Almeida Prado: dimensões de tempo e altura como ferramenta...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este artigo analisa o Poesilúdio no 4 de Almeida Prado, demonstrando como o compositor manipula o tempo e a altura de forma a expandir e subverter a noção tradicional de forma musical. A análise mostra como esses elementos são contraídos e expandidos de acordo com uma lógica que não exclui o diálogo com a teoria tonal, mas que reutiliza esses conceitos para estruturar seu gesto musical atonal.
1) O documento discute contribuições dos estudos etnomusicológicos e musicais para o estudo acadêmico do jazz, cobrindo a história da etnomusicologia e perspectivas teóricas.
2) É dividido em duas partes, primeiro revisando estudos musicais e depois descrevendo características do jazz que apontam para seus aspectos normativos e convencionais.
3) A etnomusicologia forneceu novas abordagens antropológicas para o estudo da música popular e do jazz.
1) O livro analisa a relação entre poesia, música e voz na canção, reunindo ensaios de diferentes áreas do conhecimento.
2) Dois ensaios destacam a importância de se compreender a canção como performance, questionando abordagens tradicionais e redimensionando o papel da voz.
3) Mário de Andrade buscou compreender a canção de forma interdisciplinar e a partir da origem comum da fala e do canto no grito primitivo.
Semelhante a SISTEMAS MUSICAIS EM ALMEIDA PRADO: nas fases Síntese e Pós Moderna (20)
1. O documento apresenta a edição número 2 do ano 3 do boletim TeMA Informativo, com seções sobre entrevistas, eventos em destaque, fotos de eventos e resumos de livros e artigos.
2. Na seção de entrevistas, o presidente da TeMA entrevista Alessandro Santoro sobre as comemorações do centenário de nascimento do compositor Cláudio Santoro no Brasil em 2019, incluindo gravações, livros e eventos.
3. O editor-chefe agradece a equipe editorial e colaboradores pelo trabalho
Este boletim apresenta: 1) Uma entrevista com Pauxy Gentil-Nunes sobre o próximo congresso da TeMA no Rio de Janeiro, as atividades do PPGM-UFRJ e do grupo de pesquisa MusMat; 2) Informações sobre a chamada para submissões da revista Musica Theorica; 3) Fotos do encontro da TeMA em João Pessoa e atividades de pesquisa de associados.
This document summarizes the latest issue of the TeMA newsletter. It discusses an interview with music theorist Michael Klein on intertextuality and narrativity in music analysis, highlights of an upcoming TeMA conference in João Pessoa, Brazil, and summaries of recent publications in music theory and analysis from Brazil and abroad.
Este documento apresenta uma entrevista com Maria Lúcia Pascoal, uma importante pesquisadora brasileira da teoria e análise musical. Ela discute sua trajetória como pianista e como se tornou uma das pioneiras no ensino e aplicação de métodos analíticos no Brasil. Ela também fala sobre suas contribuições para a formação de gerações de pesquisadores e sobre a importância dos festivais de música para o desenvolvimento de sua carreira.
Este documento apresenta o número 1 do ano 2 do TeMA Informativo. Contém uma entrevista com o compositor Celso Loureiro Chaves, resumos de livros e artigos sobre teoria e análise musical, e registros fotográficos do III Simpósio Villa-Lobos.
O documento apresenta um resumo do terceiro número do boletim TeMA informativo. Contém uma entrevista com o compositor Ricardo Tacuchian sobre sua carreira e visão sobre música, anúncios de eventos acadêmicos, fotos do congresso da TeMA e resumos de livros e artigos sobre teoria e análise musical.
O documento apresenta o primeiro número do TeMA informativo, um boletim informativo da Associação Brasileira de Teoria e Análise Musical (TeMA). O boletim terá periodicidade quadrimestral e objetiva integrar e comunicar entre os associados da TeMA e a comunidade do campo teórico-analítico da música no Brasil. O boletim conterá entrevistas, resumos de publicações, registros fotográficos de eventos, divulgações de lançamentos e outras informações relevantes.
GESTO E IMAGEM NO ENSINO COLETIVO DE FLAUTA DOCE: CONTEÚDOS MÚLTIPLOS NA DISC...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este texto discorre sobre o ensino de flauta doce cujo método anteriormente foi concebido para as séries iniciais do ensino fundamental. Em geral, essa prática aconteceu em cursos que se desenvolveram em um período de 12 a 18 meses em diversas instituições e projetos de ensino sob contextos socioescolares diferentes. A posteriori, percebeu-se que os conceitos e as reflexões dessa prática poderiam ser ampliados e desenvolvidos para as faixas etárias da infância à juventude. Como referencial teórico, propus considerações a partir de Keith Swanwick (1979, 1994), Howard Gardner (1975, 1985, [1994]), e por último, algumas interpretações de autores sobre o conceito de sujeito social de Jean Piaget (1973), tangenciando algumas contribuições da psicologia genética do autor.
A metodologia se atrelou a suportes visuais para concatenar
conteúdos teóricos e experienciais em quatro tópicos de práticas contínuas na disciplina - História da Arte, rítmica, gêneros musicais e flauta doce - estas se dariam in loco a partir da realidade e dos desafios em salas de aulas compostas por jovens do ensino médio tecnológico integrado em um campus do Instituto Federal do Mato Grosso, que, em hipótese, poderia dar-se em qualquer dos campi dos Institutos Federais brasileiros.
Por uma análise pela composição: a concepção intervalar de Almeida Prado nas ...EDSON HANSEN SANT ' ANA
Este documento discute a concepção intervalar de Almeida Prado em Cartas Celestes I. O autor propõe uma análise musical baseada na composição que identifique os intervalos característicos utilizados e sua função expressiva. A análise deve considerar o contexto histórico e a poética do compositor para compreender plenamente a obra.
O documento discute a educação musical como experiência e cultura. Defende que o educador musical deve ensinar sobre o que é comum entre os alunos, considerando seus interesses musicais compartilhados. A educação musical é vista como um processo contínuo de aprendizagem mútua entre mestre e discípulo, mediado pela experiência musical.
Composição de Edson Hansen Sant ' Ana
Peça Dodecafônica para dois pianos
(UNICAMP 03/dezembro/1992 - Limeira - Campinas - SP).
Peça Dodecafônica para dois pianos
Educação Musical no Brasil: professor generalista ou professor de músicaEDSON HANSEN SANT ' ANA
1) O documento discute os diferentes atores que participam do ensino de música no Brasil, incluindo educadores musicais, professores generalistas e músicos.
2) Há debates sobre se apenas educadores musicais deveriam ensinar música ou se outros profissionais também poderiam desempenhar esse papel.
3) O documento explora a história do ensino de música no Brasil e os desafios atuais para garantir educação musical de qualidade para todos.
A empresa anunciou um novo produto que combina hardware e software para fornecer uma solução completa para clientes. O produto oferece recursos avançados de inteligência artificial e aprendizado de máquina para automatizar tarefas complexas. Analistas esperam que o produto tenha um grande impacto no mercado e gere receita significativa para a empresa no próximo ano fiscal.
SISTEMAS MUSICAIS EM ALMEIDA PRADO: nas fases Síntese e Pós Moderna
1. SISTEMAS MUSICAIS EM ALMEIDA PRADO:
nas fases Síntese e Pós Moderna
Edson Hansen Sant'Ana
Universidade de Brasília
edhansen_2000@hotmail.com
Este trabalho surgiu de uma preocupação por uma abordagem analítica que leve a um
entendimento possível da obra do ponto de vista estético ou poético, como distinguiria Pareyson
(1984). Busca uma expansão do processo analítico por uma interpretação crítica conceitual dos
dados materiais no contexto dos sistemas musicais, em direção ao sentido da poética composicional.
Este trabalho surgiu, sobretudo, de uma inquietação pela busca de uma ferramenta analítica que
reflita o pensamento da obra, uma abordagem analítica cujos parâmetros estejam intimamente
relacionados com as questões da Poética da composição tal qual enunciadas por Almeida Prado.
Nos trabalhos sobre a obra de Almeida Prado nota-se uma tendência predominante para
abordagens que visam resolver questões da performance e interpretação musical, resultando, muitas
vezes, numa análise descritiva que tange mais os dados materiais do que ao referencial teórico. O
trabalho de MOREIRA (2002) se destaca pela postura predominantemente analítica. Entretanto, a
ferramenta analítica da “teoria dos conjuntos” adotada pela especialista, ressente-se justamente de
uma maior proximidade com questões da Poética.
Para tanto, faz-se necessário um estudo preparatório relativo às inúmeras conceituações que
Almeida Prado teceu a respeito de sua obra e técnica composicional. O presente trabalho busca
sistematizar os enunciados do compositor que visam explicar os seus princípios composicionais.
Busca extrair de tais declarações os conceitos-chaves que possam nortear a construção de uma
ferramenta analítica que contemple sua poética. Almeja-se que essa ferramenta tenha parâmetros
que possam ser traduzidos tecnicamente.
Um “Novo Sistema”: entre o Tonal e o Atonal
O compositor estabelece o terreno sistêmico localizado “entre” os sistemas herdados
historicamente, o tonal e o atonal. Tal terreno sistêmico não apenas permite transitar entre os
2. demais sistemas, mas depende desse fluxo. Sua re-visitação ao tonal se dá numa outra ordem de
construção, sob grande liberdade de criação e autonomia.
A música contemporânea, que neste século se dividiu em múltiplos caminhos estéticos, viu-se de
repente com uma responsabilidade de coerência e explicação lógica. Era me oferecida então a chance
de organizar um sistema capaz de abarcar várias situações sonoras, colocando-as juntas, criando um
mínimo de unidade. Esse pluralismo, tão rico de possibilidades, teria que ser parte do Novo Sistema.
(ALMEIDA PRADO, 1985, p. 541)
O autor diz que as “Cartas Celestes” está entre o sistema tonal e entre o sistema atonal, esse
estar ‘entre’ ocupa uma lacuna que é chamada de “novo sistema”. É nesse espaço ‘entre’ que o
compositor diz atuar criando um ‘modus’ de composição. Um “novo sistema” que se apodera de
uma indefinição, um espaço justamente ‘entre’ o tonal e o atonal, mas que salienta o ‘trânsito’ que
pratica entre tais sistemas.
Quanto aos sistemas tonal e atonal/serial, Almeida Prado diz que o “seu discurso como
compositor não é tonal - Beethoven e nem serial - Schoenberg. Ele diz: “uma fusão desses dois
sistemas” [...] Esse estar no “novo sistema” [...] “trabalha com mecanismos intervalares e não se
subordina às regras de qualquer sistema” (NADAI, 2007, p. 25).
Transtonalismo
O compositor explica que esse “novo sistema” se articula pelo sistema de ressonância dos
harmônicos superiores e inferiores. “O meu sistema seria então, uma tentativa de colocar juntos as
experiências atonais com o uso racional dos Harmônicos Superiores e Inferiores, criando Zonas de
Percepção da Ressonância.(ALMEIDA PRADO, 1985, p.559).
O conceito de “zonas de ressonância”, oriundo da série harmônica, é um construto que está
relacionado historicamente com o sistema tonal, foi re-apropriado por Almeida Prado a partir do
conceito do “acorde de Messiaen” como uma janela de possibilidades de superação das dicotomias
entre tonal e o atonal. Tal acorde conjuga a sobreposição de duas estruturas; ambas iniciam-se
conceitualmente na nota centro (nota comum) de onde partem uma lógica intervalar superior
(acorde maior: com 7a. menor, 9.ª maior, uma 11.ª aumentada e uma 14.ª bequadralizada e a 15.ª);
e uma estrutura inferior que inicia-se nesta mesma nota comum, que baseia-se numa série
harmônica invertida com notas que possuem uma relação intervalar de quatro saltos de terças ( a
partir da nota comum em direção ao grave). A extremidade desses quatro jogos de intervalos de
terças inversas a partir da nota central forma uma 9.ª maior abaixo (um acorde maior começando
3. com esse 4.º intervalo a partir da nota central: acorde maior com 7.ª menor mais 9.ª maior – a qual é
a nota central). A partir do 1.º intervalo da base (em direção a região grave) desenha-se o restante da
estrutura inferior em uma escala no modo Lócrio (que parte de uma oitava abaixo da nota comum -
nota central).
ALMEIDA PRADO declara que o transtonalismo prevê a combinação dos materiais que
vem da lógica do sistema das ressonâncias. As estruturas sonoras são expandidas pela utilização de
procedimentos e técnicas que são oriundos dos outros sistemas. Assim todo proceder, como os
materiais musicais são aglutinados ao transtonalismo. Essa associação de processos cumpre a
exigência do novo sistema que é “entre” e que é esse espaço, um terreno hábil para o trânsito e
combinação fluente dessas regras e normativas; a fusão ou gradação das normativas determinam
novas cores, mas mútua coexistência desses sistemas. O resultado é um grande alcance
composicional por ampla mutação, variabilidade e multiplicidade.
ALMEIDA PRADO afirma que o seu transtonalismo vai de 1973 a 1983, e que a partir de
1983 começa seu pós-modernismo que dá abertura a uma poética de “ecletismo total” (GROSSO
1997, p.194; apud ASSIS, 1997, p.7; apud GUIGUE e PINHEIRO, 2001, p. 4). Mesmo que o
compositor tenha declarado que a partir de então se abriu para uma fase eclética, ainda é marcante o
transtonalismo nos Poesilúdios, obra que, segundo o próprio compositor, inaugura a sua quarta fase
(entrevista de ALMEIDA PRADO, 2002, apud MOREIRA 2004, p. 74).
“Em minha tese (PRADO, 1985), tentei racionalizar um pouco. O transtonal refere-se a uma
mistura de serial, com atonal, e com tonal”. O conceito transtonal aplica-se à utilização de notas que
pertençam às ressonâncias de uma nota de um acorde fundamental (PERSICHETTI, 1985). “O
transtonalismo como sistema de organização das alturas encontra um dos seus fundamentos no
acorde de ressonância de Messiaen, que se baseia no emprego da série harmônica”. [...] “Preferimos
descrever o transtonalismo como um sistema predominantemente atonal de organização acrônica
das alturas, que absorve e amplia o princípio do baixo fundamental herdado de Rameau
[GUBERNIKOFF 1999], e as relações baseadas na série harmônica, incluindo, sem restrição, as
construções forjadas a partir dos primeiros harmônicos — os que formam as tríades perfeitas”
(GUIGUE & PINHEIRO, 2001, p. 4).
Almeida Prado quando fala de seu transtonalismo diz que não criou “nenhum sistema para
que outros possam imitar – como o ‘sistema serial’ de Schoenberg. Assim ele diz que não existe
uma normativa ortodoxa, mas sim possibilidades livres. Trata-se de uma síntese, uma mistura de
4. ordem livre do que é tonal, atonal e serial. “O transtonal é aquilo que parece ser tonal, que tens ares
de tonal, mas que não tem as regras do tonal, é o uso livre das ressonâncias, com alguns harmônicos
usados de maneira consciente e outros como notas invasoras” (ALMEIDA PRADO, 2002; apud
MOREIRA, 2002, p.63). Ele diz como que tais estruturas lineares ou verticais fossem formadas
dentro da idéia de “esculpir” dentro do conceito instrumental da ressonância.
O “Ecletismo Total”: uma Síntese de Sistemas
Se num primeiro plano de compreensão pode-se entender cada sistema como contendo suas
regras e normativas, e assim “cada um dos sistemas (modal, tonal, atonal, pós-serial, etc.) opera em
função de determinadas relações que se formam a partir de suas estruturas de referência” (GAZIRI,
1993, p. 8); a proposição do “ecletismo total” é uma postura de partilhar, de aproximar sistemas
diferentes, e criar uma zona de troca, de convergência. Vai além do espaço e das normativas do
próprio transtonalismo. A visão e ação abarcante sobre os três sistemas são resultantes reas dessa
poética que expressa materialmente a síntese dos sistemas.
“Esse pluralismo, tão rico em possibilidades teria que ser parte do novo sistema”
(ALMEIDA PRADO, 1985, p.541) “[...] O transtonal refere-se a uma mistura [...]” (ALMEIDA
PRADO, 2002; apud MOREIRA, 2002, p.63). As retóricas baseadas ou que tramitam entre esses
sistemas, são aplicadas de maneira livre e que indicam trânsito fluente sem separações estanques;
sendo o próprio espaço para tal trânsito uma característica importante do “novo sistema”. Os dois
sistemas – o tonal e o atonal – convivem com a lógica de ressonâncias superiores e inferiores desse
novo sistema.
“Após a “6.ª Carta Celeste”, composta em 1982, (...) resolvi fazer colagens claramente
visíveis nos “Poesilúdios”. Uma total ausência de querer ser coerente, um assumir o
incoerente. É uma fase nova em relação às anteriores, embora tenha coisas das outras. O que
nasceu com os “Poesilúdios” foi uma atitude de maior liberdade” (ALMEIDA PRADO,
2002; MOREIRA, 2002, p. 47)
Almeida Prado continua a afirmar que com os “Poesilúdios” existe a abertura de uma nova
fase. Uma atitude de maior liberdade. Poderá ser que a crítica possa atribuir a esta obra a
classificação de uma composição de transição estilística, mas de fato nela verifica-se uma gama de
multiplicidade e variabilidade dos materiais, sistemas e conceitos:
5. “interligação de texturas não necessariamente coerentes: um material modal pode ser
seguido por um ‘cluster’ (parecem que não deviam estar juntos, mas estão: citações,
releituras, divagações e uma incoerência assumidamente onírica, surreal). Isso é o Pós-
Moderno na pintura e no cinema também” (ALMEIDA PRADO, 2002; apud MOREIRA,
2002, 59).
No percurso da pesquisa bibliográfica se ocorreu um deparar com parte de um texto de que
consegue expressar a visão pós-moderna do compositor. Tal aplicação textual consegue traduzir
uma ligação técnica-filosófica com o perfil de pensamento que é enunciado na composição de
Almeida Prado, nas fases - “síntese” e “pós-moderna”. As palavras de DELEUZE e GUATARI
tangenciam o espírito da poética do compositor e podem ajudar nessa busca de delinear uma teoria
técnica-estética.
“Colocando em variação contínua todos os componentes, a música se torna, ela mesma, um
sistema sobrelinear, um rizoma ao invés de uma árvore, e fica a serviço de um continuum
cósmico virtual, do qual até mesmo os buracos, os silêncios, as rupturas, os cortes fazem
parte. De tal forma que o importante não seja certamente um pseudocorte entre o sistema
tonal e uma música atonal; esta, ao contrário, rompendo com o sistema tonal, não faz senão
levar o temperamento até suas conseqüências extremas (entretanto, nenhum vienense se
dedicou a isso). O essencial é quase o movimento inverso: a efervescência que afeta o
próprio sistema tonal, em um longo período dos séculos XIX e XX, e que dissolve o
temperamento, amplia o cromatismo, conservando ainda um tonal relativo, reinventa novas
modalidades, conduz o maior e o menor para uma nova mescla, e ganha a cada vez domínios
de variação contínua para esta ou aquela variável. Essa efervescência passa para o primeiro
plano, se faz ouvir por si mesma, e faz ouvir, por seu material molecular assim trabalhado, as
forças não sonoras do cosmos que sempre agitavam a música — um pouco de Tempo em
estado puro, um grão de Intensidade absoluta... Tonal, modal, atonal não significam mais
quase nada. Não existe senão a música para ser a arte como cosmos, e traçar as linhas
virtuais da variação infinita” (DELEUZE & GUATARI, 1980, Vol 2, 33).
Conclusões
A trajetória deste estudo pretendeu abranger e elucidar três grandes contemplações temáticas
da teorização dos sistemas musicais que o compositor manipula e faz conviver em seu ‘modus de
composição’. É interesse deste também trazer para perto destas discussões técnicas-conceituais o
entendimento da filosofia e Poética do compositor (entendendo Poética como Pareyson propõe – o
qual a define como a conjuntura das normativas de uma arte, aqui as normativas da composição de
Almeida Prado principalmente nas últimas duas fases : “síntese” e “pós-modernas” (1984)).
Das contemplações aqui abordadas, o essencial ao final é compreender o “entre” como uma
postura/espaço que busca ser o terreno pra a implantação do “novo sistema”. O transtonalismo que
é a gênese e a sistematização que ocupa o “entre” - constitui-se como um sistema coerente com
6. regras próprias e se conecta então com os demais sistemas. Ainda assim, somando-se a postura de
ordem poética do “ecletismo total” que compreende o arco geral que possibilita convivência plena
entre os sistemas - tonal, atonal e o próprio transtonalismo.
O ‘novo sistema’ de Almeida Prado carrega paradoxos, descontinuidades, contrastes,
opostos, dubiedade e outras contradições que podem ser aparentemente desestabilizadoras, mas
quando essas forças colocadas no cenário criativo de sua composição estabelecem-se como energias
renovadoras, que dinamizam a obra quanto à poética pós-moderna. Tais forças paradoxalmente
estabelecem a energia para que haja unidade.
Bibliografia
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Novos Sons”.1985.6v. 576p. Doutorado. Universidade Estadual de Campinas.
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tradução de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Claúdia Leão - São Paulo: Editora 34, 1995 100
p.
GUIGUE, Didier; PINHEIRO, Fabíola de Oliveira Fernandes. “Dos Momentos e do tempo –
estratégias de articulação formal nos Momentos de Almeida Prado” Música de Câmera de
Almeida Prado”. Universidade Federal da Paraíba. Paraíba, 18p.Disponível na World Wide
Web:
<http://www.cchla.ufpb.br/gmt/hp/pags_pessoais/didier/DGDownloads/DGAP1.PDF>.
Acessado em: 03 Outubro 2008.
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da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música - ANPPOM - Ano 10, n.
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YANSEN, Carlos Alberto Silva. Almeida Prado: Estudos para Piano, aspectos Técnico-
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