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ADMINISTRADOR DA ULCV


               “A Universidade Lusófona
            cumpre os seus compromissos”
                                                                 pag.5




                NHÔ BALTA
                   Revista Informativa N.º 0 de 20 de Junho de 2012

                            Frutos da Lusófona
ADIR
                                   no mercado
“Vale a pena sonhar”                de trabalho
                  pag. 6                                           pag. 2




                                                                  pag. 10



                                              CULTURA
                             Estudantes queixam-se de falta de apoios
                                                                      pag. 9
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                    ACTUALIDADE                P2



                            Frutos da Lusófona
           Frutos da Lusófona no
            mercado de trabalho    no mercado
                                                                                                    de trabalho




                                          A poucos meses de completar 5 anos de existência, a Universidade Lusó-
                                   fona de Cabo Verde já começa a ver alguns dos seus primeiros “pupilos” enqua-
                                   drados no mercado de trabalho. Alguns na carreira para a qual se licenciaram,
                                   outros em áreas afins.


                                      em Ciências da Comunicação,                                               do estive na instituição para tirar
             Paulo Rosário
                                      vertente jornalismo. Antes de                                             uma declaração. Conversei com
                                      terminar o seu curso, participou                                          alguns responsáveis de lá sobre
         Num mercado pequeno,         numa formação intensiva em jor-                                           a minha disposição de procurar
como o cabo-verdiano, onde a
                                      nalismo, feita pela Alfa Comuni-                                          qualquer emprego. Entreguei os
procura é sempre maior do que a
oferta, encontrar emprego cons-       cações. Uma formação que tinha                                            meus documentos e depois fui
titui a parte mais dura para os       como objectivo recrutar alguns                                            aceite para leccionar algumas
recém-formados. Lenilda Maocha        jovens jornalistas para o Jornal A                                        disciplinas”, revela o professor
licenciou-se em Gestão de             Nação.                                                                    cuja falta de experiência na área
Empresas Turística e Hoteleira e                                                                                foi um dos factores que dificultou
é um dos poucos discentes da                                                          Simone Dias               a sua integração com os alunos.
instituição que já estão enqua-       “Na verdade, até agora, não foi
drados no mercado de trabalho.                                              A “Cabo Verde Telecom” abriu        Para já, afirma que está sendo
                                      feita a selecção total, ainda esta-
                                      mos no estágio. A maioria está        um concurso em multimédia e eu      uma óptima experiência e não
                                      na redacção na cidade da Praia.       não pude concorrer. Eles esta-
                                      Acho que poderemos ficar, mas         vam a pedir licenciatura e não
                                      a decisão é da direcção que terá      pude me apresentar como tal
                                      de decidir o nosso futuro”, adian-    porque ainda não expus o meu
                                      ta Letícia Neves que, há mais de      projecto de fim de curso”, conta
                                      sete meses, está a trabalhar          a estudante que, até o momento
                                      como estagiária no referido jor-      trabalha numa das livrarias da
                                      nal.                                  cidade.


                                                                             Da Carteira à Secretária

                                                                                   Natural de Santo Antão,                Dirceu Rocha
         Lenilda Maocha
                                                                            Dirceu Rocha licenciou-se em
                                                                            Ciências da Comunicação – ver-      descarta a possibilidade de vir a
“Quando terminei o meu curso,                                               tente jornalismo. Determinado,      conciliar o jornalismo com a
continuei no meu trabalho, onde                                             assim que finalizou os estudos, o   docência.
já tinha alguma segurança.                                                  ex-estudante começou logo a
Entretanto tinha os meus planos                                             procura de emprego.                         Dos cerca de uma cente-
e já estava me preparando para                                                                                  na e meia de discentes que esti-
qualquer oportunidade melhor                                                        Meses depois começou a      veram no último ano de curso na
                                                 Letícia Neves
que me aparecesse”, conta a                                                 trabalhar como professor na Uni-    ULCV, 58 foram aprovados na
recém contratada do Hotel Don                                               versidade Lusófona, a mesma
                                                                                                                totalidade e, até o momento,
Paco onde trabalha na área de                                               onde tinha acabado de fazer a
comercial.                            Simone Dias também licenciou-         sua licenciatura e onde também      apenas 8 já defenderam o seu
                                      se em Ciências da Comunicação,        trabalha como assessor e secre-     trabalho final. Para este ano, a
 Outra que não teve de enfrentar      na vertente multimédia mas, até       tario da reitoria.                  universidade poderá colocar mais
o desemprego pós licenciatura         agora, não teve a mesma sorte                                             163 licenciados no mercado de
para encontrar trabalho na sua        que Letícia e Lenilda. “Tenho                “A oportunidade de traba-    trabalho.
                                      perdido algumas oportunidades.        lho na universidade surgiu quan-
área é Letícia Neves, licenciada
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                                    SOCIAL                  P3



        Talentos “ignorados” da
        Universidade Lusófona

     Muitos são os alunos que abrilhantam a Universidade Lusófona de Cabo
     Verde com as suas competências e paixões na e pela arte. No entanto,
     estes alunos encontram-se descontentes com a atitude da Universidade e
     acham que esta deveria dar mais importância e destaque a estas capaci-
     dades artísticas.



                                                                                                      Jorge Almeida      Tenisha Channel         Neu Lopes

                                          coro da sua escola nos Estados          arte. “Acredito que o que falta         vejada, festa, não querem saber
             Arilízia Rodrigues




D
                                          Unidos da América, fez parte do         aqui é o interesse da universida-       de     actividades   culturais”.   No
              e vários cantos do          projeto “Arte Agosto” como can-         de    em   si.”   Disse-nos   Jorge     entanto, todos são culpados por
              país chegam alunos          tora e, ultimamente concorreu           Almeida, aluno de Direito e músi-       esta indiferença uma vez que “
              para   vestir     uma       para    o    concurso     nacional      co.                                     tanto os alunos como a universi-
              universidade.       Pri-    “Talentu Strela”. Channel admite        Quando questionado se os alu-           dade, passando pela secretaria
meiramente a intenção é estu-             que “ a universidade deveria dar        nos também não deveriam tomar           estão num amadorismo total,
dar. Mas com o tempo descobre-            mais importância a estes porme-         a iniciativa de mostrar estes           não há profissionais aqui”.
se que por detrás das salas de            nores e, para além do ensino,           talentos e ajudar a universidade        No geral são jovens determina-
aulas há talentos e pessoas com           incentivar os jovens a serem            na sua divulgação, Jorge Almeida        dos, empenhados e corajosos. A
um histórico artístico já bem             mais criativos em relação a arte”.      explica que “ os alunos não             vontade e a paixão continuarão a
explorado ou por explorar.                                                        fazem nada porque estão decep-          falar mais alto. Independente-
Tenisha Channel, licencianda em           “ A música é um grande estímulo         cionados com a indiferença da           mente do apoio e da valorização
Multimédia é um destes talentos.          para    as   pessoas    estudarem.      universidade”.                          da universidade querem aperfei-
Tem uma paixão pela música                Seria   necessário     tomar   esta                                             çoar    os   seus    conhecimentos,
desde criança e uma aptidão               medida para incutir nos alunos          Já para Emanuel Lopes, aluno de         mas, sobretudo praticar aquilo
para desenhar. Fez parte da ban-          esta vontade de estar na univer-        4ºano de Multimédia e apaixona-         que consideram ser a sua paixão
da “ Fusion”, participou num              sidade. Enfim, há muitas coisas         do pela arte, os alunos estão           de nascença: a música.
                                          que se podiam fazer em torno da         muito relaxados “ querem só cer-



DESPORTO: Torneio de Futebolin
               Jeneviene Almeida         contou com dois jogos, uma em                                                  terminar a turma de Gestão de
                                         masculino e outro feminino. O          Já na segunda parte do jogo a           Empresas faz o primeiro golo
Na segunda jornada do torneiro           primeiro jogo foi disputado pela       turma de Gestão de Empresas             marcado pela Lidiane.
de fotebolim da Universidade do          equipa masculina onde a turma          usa outra tactica e reverteu o          A segunda parte a turma de
ISCEE, a equipa masculina da             de Gestão de Empresas jogava           jogo o que os leva a vitória por        Contabilidade continua a frente e
turma de Gestão de Empresas              contra a turma de Contabilidade.       nove bolas a 2 frente a turma de        Simone consegue mais dois
venceu por 9 bolas à 2 a turma           Nos primeiros minutos o jogo           Contabilidade.
                                                                                                                        golos, a turma de Gestão de
de Contabilidade, em masculi-            estava equilibrado, mas aos 15         A equipa feminina jogou 15
                                         minutos a turma de Gestão de           minutos cada lado por causa do          Empresas não desiste e faz um
nos. Já em feminino a equipa                                                                                            segundo golo marcado por Bia,
feminina da turma de Contabili-          Empresas marca o primeiro golo         atraso que tiveram mas mesmo
                                         pelo guarda-redes Hernâni. O           assim conseguiram ganhar                em seguida Yarine da turma de
dade venceu por 7 bolas à 2 a
turma de Gestão de Empresas.             jogo ganhou dinâmica e logo de         alguns pontos. A turma de Ges-          Contabilidade consegue mais 2
                                         seguida a turma de Contabilida-        tão de Empresas entrou come-            golos. O placar final a turma de
A segunda jornada do torneiro            de fez o empate, e o jogo contí-       çando a jogar mal, sofreram em          Contabilidade ganha por 7 bolas
de fotebolim da Universidade do          nua com um bom ritmo com a             10 minutos 4 golos marcados
                                                                                                                        a 2 a turma de Gestão de
Instituto Superior Ciências Eco-         equipa de Contabilidade a fazer        pela equipa adversária, faltando
                                         o 2-1.                                 1 minuto para a primeira parte          Empresas.
nomias e Empresariais, ISCEE,
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                          PONTOS DE VISTA            P4



ULCV                                                                             São Vicente: falta de ventos
Conhecimento em crescimento
                                                                                 de mudança

                                                                                 A
                                                                                           ilha de São Vicente vive
                                                                                          mergulhada numa crise
                                                                                          que passa tanto pela
                                                                                          falta de desenvolvimen-
                                                                                 to como pela atitude dos seus
                                                                                 habitantes. As evidências dessa é
                                                                                 a taxa de desemprego que asso-
                                                                                 la a ilha com a maior taxa do
                                                                                 país. Os líderes locais reclamam
                                                                                 do governo por falta de projectos
                                                                                 para ilha, “que clamam que José
                                                                                 Maria e companhia abandona-
                                                                                 ram”.

                                                                                 Odair Varela é crítico na situação
                                                                                 em que se encontra a ilha. Mas o
                                                                                 principal alvo de críticas é mes-
                                                                                 mo os universitários. Para ele
                                        cluir a licenciatura já se encon-        deveriam ser representantes da         b é m        Hernani Delgado




P
                Rogério Andrade
                                        tram de bem com a labuta diá-            massa critica com argumentos           por falta de liderança”, “não
        assaram 5 anos desde a        ria. Como é o caso de Odair                reivindicativos fazendo que suas       temos uma cultura de liderança”,
        abertura das portas da        Varela, que estuda o quarto ano            vozes fossem ouvidos de forma a        acrescenta. A falta de uma refe-
        ULCV, e os resultados         de ciências de comunicação, e              mobilizar as pessoas para o que        rência cria um vácuo na socieda-
        começam a ser notáveis.       trabalha num dos mais concei-              está acontecendo com esse              de ao mesmo tempo que cria
Prova disso é a conclusão das         tuados semanários do país, além            “brasilim”. Francisco Delgado          uma “desorientação geral”.
duas primeiras fornalhas de           de ser um dos mais influentes              acredita que São Vicente está
licenciados que ansiosos já           escritores da blogosfera cabo-             tornando uma cidade universitá-        O factor económico
espreitam o mercado de traba-         verdiana. Não indo muito longe,            ria ma mas “não parece que num
lho, que cada vez mais se torna       no dia 4 de Março foi apresenta-           curto espaço de tempo” vamos           A sociedade mindelense hoje
exigente. A conclusão das pós-        do uma curta-metragem no cen-              ter uma massa pensante para            está perdendo muito com a
graduações em gestão escolar          tro cultural do Mindelo, em que a          São Vicente. As críticas a essa,       “exportação de tudo para a
e supervisão pedagógicas minis-       turma de quarto ano de ciências            suposta, “futura massa crítica” é      Praia”. Com o nível de desem-
tradas na universidade lusófona       de comunicação, vertente multi-            que pecam pela falta de uma            prego preocupante, a maior do
de Cabo Verde são provas da           média brindou o público Minde-             reivindicativa.                        país, São Vicente esta vendo
incessante procura do conheci-        lense com uma obra de muito                                                       suas oportunidades diminuírem.
mento científico, que afigura         boa qualidade (Tu és um Portu-             Mas a população no geral não           Empresas locais estão a tentar a
como meta e desígnio da institui-     guês). Prova dada que esses alu-           foge as críticas destes alunos da      sua chance na em outros lugares
ção. Neste momento estão a ser        nos são capazes de desenvolver             universidade lusófona de cabo          já que a ilha está parada onde a
ministrados alguns mestrados          e conceber projetos multimédia,            verde. As palavras encontrada          economia há muito que não vê
em áreas sociais, que provam a        sinal claro de que a missão e os           por Steven Silva para classificar a    sinais de retoma. Para Francisco
vontade por parte da instituição      objectivos desse curso estão a             sociedade sanvicent ina é              a edilidade da ilha e o governo
em promover a pesquisa e o            ser cumpridos, o que evidencia             “descontra e positivista”. Como        não ajudam já que há projectos
conhecimento científico.              claramente que escolher a ULCV             explica não tem um ritmo próprio       em gaveta, fechados sem opor-
                                      para continuar os estudos é uma            e tudo é deixado ao “deus-dará”        tunidades para serem realizadas.
O reconhecimento por parte            escolha inteligente e acertada.            não importando em resolver os          “Tendo em conta que o governo
do público                                                                       seus problemas. “O dia para            passa muito tempo a falar do
O crescimento significativo de        Uma oferta única de ensino                 fazer nunca chega sendo” este          porto de águas profundas mas
estudantes que procuram a uni-        superior                                   os motivos pelo qual não conse-        quem já viu o projecto? Tem
versidade Lusófona de Cabo Ver-                                                  gue resolver os problemas mais         muitos projectos para são Vicen-
de, a fim de prosseguir com mais      Localizada em chã de cricket, a            urgentes.                              te e mas onde estão? ” Pergunta
uma etapa da vida académica           Universidade Lusófona é um
                                                                                                                        Francisco.
encontra uma variedade de             espaço único de ensino superior,           Mas Francisco já é programático
opções, que se resume em nove         uma instituição com uma visão              ao afirmar que além da própria         Soluções
licenciaturas desde ciências da       direccionada para a realidade do           apatia da sociedade ela é conse-
comunicação, direito, serviço         país. Uma instituição que articu-          quência de um partidarismo fer-        Odair não prevê uma melhoria
social, entre outras.                 la ensino e investigação num               voroso. “Enquanto a questão de         na situação. Mas a sua posição é
Muitos já são os casos de suces-      campus que procura sempre a                militância politica e partidariza-     que “quem for mais esperto
so de recém-formados, que já se       excelência numa visão de                   ção for tratada como a equipas         aproveita da situação”. Mas
integraram no mercado de traba-       “construir o futuro”.                      de futebol nos não vamos para          Francisco aleta para que seja
lho e, muitos, mesmo sem con-                                                    frente”. Esse fanatismo político é     tomada uma atitude positiva em
                                                                                 visto como algo que cega a men-        que cada um possa fazer a sua
                         Coordenação e Revisão: Ana Fernandes                    te e perturba e não deixa as pes-      parte para o benefício da ilha.
                         Edição e Design: Odair Varela
                                                                                 soas de verem a realidade como         Para Francisco se cada um fizer
                                                                                 ela é.                                 a sua parte ajudando a ilha da
                         Redacção: Arilízia Rodrigues - Hernâni Delgado -
                                                                                                                        sua maneira “as coisas iriam ser
                         Francisco Delgado - Jeneviene Almeida - Anderson        Para Odair a questão não é sim-        diferente”. Steven por seu lado
                         Andrade - Odair Varela - Lendira Cabral - Simone Lima   ples e afirma que a sociedade          apela a união de todos para
                         - Sibele Ferreira - Rito Afonso - Rogério Andrade -     não tem poder reivindicativo pela      ultrapassar “essa má fase”.
                         Bruna Goretty - Luizete Santos - Belinda Delgado        “ falta de conhecimento e tam-
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                     ACTUALIDADE                  P5


   ADMINISTRADOR DA ULCV:

   “A Universidade Lusófona cumpre seus compromissos”

                                        os seus compromissos.                fonte de rendimento da universi-    nos que atrasam o pagamento
                                        Porém, os alunos têm-se queixa-      dade, e que o seu comprimento       por   manifestas     dificuldades
                                        do com a falta de condições,         é determinante para a concreti-     financeiras, “Utilizamos a nego-
                                        nomeadamente a falta de mais         zação das metas que tem traça-      ciação, numa tentativa de nos
                                        laboratórios de informática e de     do para a melhoria das condi-       aproximarmos do universo do
                                        salas de multimédia devidamente      ções de ensino e aprendizagem.      aluno e dos problemas inerentes,
                                        equipados.     Questionado      ao   Mas há alguns alunos com propi-     para chegar a planos de paga-
                                        administrador se têm algum pro-      nas em atraso, com um valor         mento personalizados”. Ele diz




O
                                        jecto em vista, no sentido de        que varia durante o ano lectivo,    terem tido bons resultados.
               Administrador      da    minimizar essas lacunas, ele diz     em função da época dos exa-         Quanto aos alunos bolseiros com
              Universidade Lusó-        que a instituição tem alguns pro-    mes, “mas diria que o valor         propinas em atraso, o adminis-
              fona de Cabo Ver-         jectos, e que também está pre-       andará muito próximo dos 20%”.      trador diz que a universidade
              de,    Engenheiro         visto para breve alguns investi-     O administrador diz que em          ainda está em processo de análi-
Montenegro Fiúza, diz que ape-          mentos do grupo lusófona em          alguns casos, do não pagamento      se e negociação.
sar dos vários compromissos que         Cabo Verde                           das   propinas,   chegam   numa
qualquer instituição de ensino          Segundo Fiúza o pagamento das        negociação com os alunos, por-
tem, a escola tem honrado com           propinas dos alunos é a maior        que ele acredita que existem alu-          Simone Lima




FICASE controla verbas da formação
          A Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar,
          FICASE quer estar mais perto dos alunos a quem apoia
          com bolsas de Estudo.
                                                                             sidades das mudanças introduzi-     uma delegação própria iriam res-
                                                                             das.”                               ponder, de facto, as necessida-
                                                                             Alguma ignorância sobre a forma     des dos alunos bolseiros, que os
                                                                             como as bolsas são concedidas       procuram.”
                                                                             foi um dos temas fortes do          Alguns alunos estavam em sus-
                                                                             encontro.                           pense à entrada para o encontro.
                                                                             As novas regras que norteiam a      Rosa Ramos, do 3º ano de Ges-
                                                                             atribuição das bolsas de estudo     tão, na ULCV, foi exemplo dessa
                                                                             têm como novidade o pagamen-        preocupação.
                                                                             to direto das propinas dos alu-     “A FICASE custeia a 100% a
                                                                             nos, nas instituições onde estu-    minha propina, mas há um
                                                                             dam. Esta situação criou, nos       senão é que sou colaboradora da
                                                                             últimos tempos, algum mal-estar     Lusófona e como a universidade
                                                                             no seio da camada bolseira que      me dá 50% de desconto já não
                                                                             procurou a imprensa para con-       recebo o restante dinheiro. O
                                                                             testarem a prática. A finalidade    remanescente ajudava-me com
                                                                             da Ficase é cortar alguns des-      as fotocópias e outras necessida-
                                                                             vios, protagonizados por alguns     des do curso, por isso sinto que
                                                                             alunos que vinham recebendo os      fiquei prejudicada. Mas de certa
                                                                             valores das bolsas e recusavam a    forma foi uma iniciativa que cor-
                                                                             pagar as propinas.                  tou muitos abusos.
                                       “Estivemos muito tempo longe          Após a reunião, os alunos saíram    Os encontros de seguimento de
              Francisco Delgado        dos nossos beneficiários e isso       satisfeitos com os esclarecimen-    alunos bolseiros da FICASE acon-
                                       saldou-se em vários problemas.        tos, contudo apontaram algumas      teceram nas instituições de ensi-
                                       Agora com a fundição das diver-       deficiências funcionais da Funda-   no superior no Mindelo, nos dias
A decisão foi manifestada pela                                               ção.                                15 e 16 de março. A instituição
administradora executiva da Fun-       sas instituições em FICASE é
                                       possível filtrar muitas coisas.       Simone Lima defendeu a criação      prometeu realizar encontros
dação, Elisabete Ramos, por                                                  de uma representação funcional      similares com uma periodicidade
altura do 1º encontro com os           Vamos continuar a apoiar e
                                       garantir que a formação dos alu-      no Mindelo.                         maior e assim estar mais perto
bolseiros na Ilha de Vicente.                                                “Se procuras uma informação na      dos beneficiários. A fundação
Na reunião com os bolseiros na         nos decorra como o previsto.
                                       Algumas questões foram esclare-       delegação do ministério ninguém     apoia a formação em todos os
Universidade Lusófona de Cabo                                                sabe de coisa alguma. Nunca te      níveis de ensino existentes no
Verde e a responsável                  cidas e fico satisfeita que os alu-
                                       nos tenham percebido as neces-        informam como deve ser. Com         território nacional.
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                    DESPORTO                  P6


        ADIR

      “Vale a pena sonhar”
      Adir da Graça, é um jogador que milita no Sport Clube do
      Mindelense. Aluno do 2ºano do curso de Serviço Social, na
      Universidade Lusófona de Cabo Verde.




                 Anderson Andrade
                                     gui vencer nada na primeira épo-
JNB: Em que clube começou            ca mas na última época consegui
                                     fazer uma boa época. Ganhamos
a jogar? Como foi essa expe-
                                     o campeonato regional de São
riência?                             Vicente e o nacional. Era um
                                     sonho que tinha desde a criança
Adir: Na equipa F.C. Praia Bran-
                                     em ser campeão nacional e con-
ca, equipa onde tinha possibilida-   segui. Foi uma época brilhante
                                     para mim e para os meus cole-
des de jogar porque tinha ape-
                                     gas e não vou esquecer disso.
nas 16 anos. A equipa lá da
                                     É possível vencer essas com-
minha zona, o Ultramarina era
                                     petições novamente?
muito forte, tinha bons jogado-
                                     È possível mas respeitando os
res, experientes e mais velhos e
                                     nossos adversários, temos de ter     Vicente e o praticado em S.         juntos na Ultramarina. No pri-
eu não tinha possibilidade de lá
                                     os pés no chão. Hoje em dia o        Nicolau?                            meiro ano no Mindelense volta-
jogar. Estava no início da minha
                                     futebol está muito difícil. Com os   Há uma pequena diferença. Aqui      mos a jogar de novo. È bom,
carreira por isso queria começar
                                     avanços tecnológicos, as equipas     os jogadores têm maior motiva-      entendemos muito bem e senti
numa equipa com menos pata-
                                     já conseguem estudar o futebol       ção em jogar através de uma         feliz a jogar com o meu irmão.
mar e que podia jogar. Mas foi
                                     e analisar as outras equipas. Nós    ajuda em dinheiro como prémios
uma experiência boa.
                                     entramos em campo com serie-         de jogos e um salário mensal.       Em relação aos estudos. Con-

                                     dade e respeitando todas os          Essa   mensalidade    permite-me    segues conciliar futebol e os
Porquê optou por jogar em
                                     adversários   e   entramos    para   pagar o meu curso e desenrascar     estudos?
São Vicente e pelo Mindelen-
                                     vencer.                              dia a dia do que resta.             È difícil mas temos que lutar por-
se?
                                                                                                              que nada cai do céu. Faço muito
Antes jogava no F.C. da Praia
Branca e depois fui para a Ultra-    Durante esses anos a jogar           Quais são as suas metas?            sacrifício para lidar com o futebol
marina. Fui para tropa, onde                                              Chegar a selecção é uma             e os estudos e são coisa que eu
                                     no Mindelense, achas que já
joguei pelo Desportivo. Algumas
equipas das Praia viram-me           ganhastes a confiança dos            delas?                              gosto muito. Estou na universi-
jogar e gostaram do meu fute-                                             Sonho em jogar na selecção e        dade por causa do futebol… O
                                     adeptos?
bol. Regressei para São Nicolau
quando sai da tropa para depois      Sim. No primeiro ano tive algu-      preciso trabalhar ainda mais para   dinheiro que recebo é que paga
regressar a Praia para ir jogar                                           chegar lá um dia. Tinha o sonho     o meu curso. Se não tivesse vin-
                                     mas   dificuldades   porque   não
nos Travadores. Regressei de
novo para São Nicolau e encon-       conhecia o futebol praticado em      em ganhar o campeonato de           do para São Vicente e não esta-
tramos o Mindelense na fase de                                            Cabo Verde, consegui. Cabo Ver-     ria a estudar.
                                     São Vicente. Mas já na segunda
grupo. Eu e o meu irmão fizemos
um bom jogo contra o Mindelen-       época, tive mais oportunidades,      de tem grandes jogadores e
se e eles queriam que ingressás-                                          espero ter também uma oportu-
                                     consegui fazer uma boa época,
semos no plantel mindelense                                                                                   Clubes onde jogou: F.C.
para a época 2009/10. E desde        fruto de muito trabalho, porque      nidade como os que lá estão e
                                                                                                              Praia Branca, Ultramarina, Tra-
aí estou no Mindelense e foi mui-                                         ser chamado a selecção nacional.
                                     quero entrar para ganhar. Sinto                                          vadores, Mindelense e Despor-
to bom.
                                     muito acarinhado pelos adeptos,                                          tivo
Qual foi a sensação ao ter                                                Como é jogar com o seu
                                     sócios e colegas no Mindelense.                                          Palmares: 4 campeonatos de
vencido o campeonato de S.
Vicente e o nacional?                                                     irmão na mesma equipa?              São Nicolau, 1 campeonato de
Foi uma sensação diferente. Já                                            È uma coisa diferente. Já temos     S. Vicente, 1 campeonato
                                     Há alguma diferença entre o
tinha vencido quatro campeona-
                                                                          muito tempo a jogar, jogamos        Nacional de Futebol.
tos em São Nicolau pelo Ultrama-     futebol    praticado     em     S.
rina. Em São Vicente não conse-
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                       OPINIÃO                P7




Deverão os alunos avaliar o seu Professor?

                                     Por isso, algumas Direcções de       rios da qualidade (ou falta dela)    fazer com os Mestres e Doutores
                                     Universidades eliminaram a prá-      do seu estabelecimento de ensi-      com fraco desempenho dentro
                                     tica de avaliação do Professor       no.                                  da sala de aula e que eventual-
                                     por parte do aluno. Talvez por       Deverão os alunos no ensino          mente venham a ser avaliados
                                     não reconhecerem capacidades         superior avaliar o seu Professor?    de forma negativa? É bom lem-
                                     no estudante para esta tarefa,       Esta questão tem gerado alguma       brar que o Ministério do Ensino
                                     ou porque não sabem o que            polémica nos corredores das Uni-     Superior exige um certo número
                                     fazer com o resultado dessas         versidades. Se alguns defendem       de Mestres e Doutores dentro
                                     avaliações. Acredito que as          que o estudante tem o direito de     das Universidades. Então, qual a
                                     Direcções desejam aumentar o         avaliar o seu Professor, outros      solução a adoptar? Deixar os alu-
                                     nível de ensino/aprendizagem         contradizem dizendo que os alu-      nos avaliarem o Professor e não
                                     das suas instituições. Para isso     nos não têm a capacidade ou          fazer nada com os resultados ou
                                     precisam ter docentes bem cota-      maturidade para fazer uma ava-       eliminar a avaliação, pura e sim-
                                     dos e bem avaliados. Mas o que       liação válida.                       plesmente?
          Odair Varela               fazer com os Mestres e Doutores      O que pretende o estudante ao        Com a multiplicação de estabele-
                                     com fraco desempenho dentro          avaliar o Professor no final do      cimentos de ensino superior (e a




D
                                     da sala de aula e que eventual-      semestre ou ano lectivo? Será        trabalharem no mesmo horário),
          everão os alunos no        mente venham a ser avaliados         que essa avaliação é uma forma       a quantidade/qualidade de Mes-
          ensino superior avaliar    de forma negativa? É bom lem-        de expiação ou de vingança? No       tres e Doutores tende à escas-
          o seu Professor? Esta      brar que o Ministério do Ensino      caso de se tratar de um profes-      sez, pelo que as Universidades
          questão tem gerado         Superior exige um certo número       sor que demonstrou claras defi-      há muito que tomaram a sua
alguma polémica nos corredores       de Mestres e Doutores dentro         ciências na arte da docência,        posição. Nas instituições em que
das Universidades. Se alguns         das Universidades. Então, qual a     quais os benefícios reais para o     o Professor é avaliado, quem
defendem que o estudante tem o       solução a adoptar? Deixar os alu-    aluno que o avalia somente no        está mais sujeito a sofrer as con-
direito de avaliar o seu docente,    nos avaliarem o Professor e não      final do percurso? Qual a maturi-    sequências de uma má avalia-
outros contradizem dizendo que       fazer nada com os resultados ou      dade de um aluno que acaba de        ção, são quase sempre os Licen-
os alunos não têm a capacidade       eliminar a avaliação, pura e sim-    chegar do ensino secundário          ciados. Nas outras, finge-se que
ou maturidade para fazer uma         plesmente?                           para avaliar o seu professor? Há     tudo vai bem. Mas a avaliação
avaliação válida.                    Com a multiplicação de estabele-     quem defenda que o universitá-       não é somente pela negativa. Ela
O que pretende o estudante ao        cimentos de ensino superior (e a     rio deveria começar a apreciação     é o momento do aluno reconhe-
avaliar o Professor no final do      trabalharem no mesmo horário),       a partir do terceiro ano de curso,   cer o mérito do docente. Uma
semestre ou ano lectivo? Será        a quantidade/qualidade de Mes-       numa formação de quatro anos.        boa avaliação serve também de
que essa avaliação é uma forma       tres e Doutores tende à escas-       Só depois desse tempo, defen-        incentivo e de exemplo a ser
de expiação ou de vingança? No       sez, pelo que as Universidades       dem, ele terá adquirido a madu-      seguido na melhoria do desem-
caso de se tratar de um profes-      há muito que tomaram a sua           reza necessária para dizer se um     penho do Professor, melhorando
sor que demonstrou claras defi-      posição. Nas instituições em que     Professor está fazendo um bom        assim, a qualidade da educação
ciências na arte da docência,        o Professor é avaliado, quem         trabalho ou não.                     e do ensino ministrado.
quais os benefícios reais para o     está mais sujeito a sofrer as con-   Mas, terá o estudante conheci-       Por isso defendo que o Professor
aluno que o avalia somente no        sequências de uma má avalia-         mentos suficientes para julgar a     deve ser avaliado pelos alunos
final do percurso? Qual a maturi-    ção, são quase sempre os Licen-      prestação pedagógica e a quali-      universitários, de forma contí-
dade de um aluno que acaba de        ciados. Nas outras, finge-se que     dade profissional dos docentes?      nua, desde o primeiro ano e que
chegar do ensino secundário          tudo vai bem. Mas a avaliação        Realmente, um aluno que chega        o resultado dessas avaliações
para avaliar o seu professor? Há     não é somente pela negativa. Ela     do ensino secundário encontra        deva ser levado em conta. Não
quem defenda que o universitá-       é o momento do aluno reconhe-        na Universidade um sistema de        que uma avaliação negativa
rio deveria começar a apreciação     cer o mérito do docente. Uma         ensino/aprendizagem diferente.       levasse automaticamente ao des-
a partir do terceiro ano de curso,   boa avaliação serve também de        Este choque pode provocar uma        pedimento, mas que ela servisse
numa formação de quatro anos.        incentivo e de exemplo a ser         avaliação pela negativa pois não     para que o Professor e a Direc-
Só depois desse tempo, defen-        seguido na melhoria do desem-        está habituado com essas novas       ção repensassem as suas estra-
dem, ele terá adquirido a madu-      penho do Professor, melhorando       exigências. Neste caso, o juízo      tégias, modelos e metodologias.
reza necessária para dizer se um     assim, a qualidade da educação       estaria usando o ensino secundá-     Ao Professor dá-se a oportunida-
Professor está fazendo um bom        e do ensino ministrado.              rio como modelo de comparação,       de de conhecer os seus pontos
trabalho ou não.                     Por isso defendo que o Professor     o que estragaria os resultados.      fracos e melhorá-los e à Direcção
Mas, terá o estudante conheci-       deve ser avaliado pelos alunos       Então, a questão não é se os         a possibilidade de obter um feed
mentos suficientes para julgar a     universitários, de forma contí-      alunos deverão avaliar o Profes-     -back dos seus alunos/clientes
prestação pedagógica e a quali-      nua, desde o primeiro ano e que      sor, mas sim, se poderão avaliar.    que são os principais publicitá-
dade profissional dos docentes?      o resultado dessas avaliações        Por isso, algumas Direcções de       rios da qualidade (ou falta dela)
Realmente, um aluno que chega        deva ser levado em conta. Não        Universidades eliminaram a prá-      do seu estabelecimento de ensi-
do ensino secundário encontra        que uma avaliação negativa           tica de avaliação do Professor       no.
na Universidade um sistema de        levasse automaticamente ao des-      por parte do aluno. Talvez por
ensino/aprendizagem diferente.       pedimento, mas que ela servisse      não reconhecerem capacidades
Este choque pode provocar uma        para que o Professor e a Direc-      no estudante para esta tarefa,
avaliação pela negativa pois não     ção repensassem as suas estra-       ou porque não sabem o que
está habituado com essas novas       tégias, modelos e metodologias.      fazer com o resultado dessas
exigências. Neste caso, o juízo      Ao Professor dá-se a oportunida-     avaliações. Acredito que as
estaria usando o ensino secundá-     de de conhecer os seus pontos        Direcções desejam aumentar o
rio como modelo de comparação,       fracos e melhorá-los e à Direcção    nível de ensino/aprendizagem
o que estragaria os resultados.      a possibilidade de obter um feed     das suas instituições. Para isso
Então, a questão não é se os         -back dos seus alunos/clientes       precisam ter docentes bem cota-
alunos deverão avaliar o Profes-     que são os principais publicitá-     dos e bem avaliados. Mas o que
sor, mas sim, se poderão avaliar.
Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                       ACTUALIDADE                P8




      Universidades vão ser inspeccionadas
                             O Ministério da Educação Ciência e Inovação vai criar um serviço de
                             inspecção, para fiscalizar as instituições de ensino superior em Cabo
                             Verde. Em fase de criação o serviço inspectivo pretende dar melhor
                             qualidade ao ensino universitário.




                                                                              ser feito passo-a-passo, solida-
             Francisco Delgado          necessário fiscalizar inspecionan-
                                                                              mente, para não nos enganar-




N
                                        do.”
                                                                              mos.“
                este   âmbito,    o     O ministro defendeu que a ava-
                                                                              O ministério apresentou novos
                Ministério     quer     liar o ensino superior não pode
                                                                              projetos para as universidades.
                abarcar as diversas     continuar pelo “achismo”.
                                                                              Entre as quais o portal do conhe-
                áreas de formação       A futura fiscalização mereceu
                                                                              cimento Cabo Verde e a conver-
em terras crioulas. A ideia foi         reparos por parte de alguns dos
                                                                              são dos campus universitários
vincada pelo Ministro António           participantes da reunião. A reito-
                                                                              em praças digitais. Formatação
Correia e Silva por altura do 3º        ra da Universidade Lusófona, Iva                                           Neste âmbito, o Ministro e sua
                                                                              do ensino superior em Cabo ver-
encontro dos Dirigentes das ins-        Cabral, sente que a fiscalização                                           delegação analisaram com os
                                                                              de foi um dos objetivos da reu-
tituições de ensino superior, que       vai trazer benefícios ao ensino                                            responsáveis     da   Universidade
                                                                              nião, onde se discutiu o regime
aconteceu na Universidade Lusó-         superior.                                                                  Lusófona a provável atribuição
                                                                              jurídico de graus e diplomas con-
fona de Cabo Verde, no Mindelo.                “É necessário fiscalizar as                                         da licença definitiva de funciona-
                                                                              juntos. A lei vai permitir que as
“O governo age com as universi-         universidades!   Também      acho                                          mento.
                                                                              universidades tenham graus con-
dades em dois registos, Um de           necessário ter os pés assentes                                             Os encontros dos dirigentes Uni-
                                                                              juntos e organizar os cursos em
fomento e ajuda e outro de fis-         no chão, para sabermos o que as                                            versitários e o Ministério de edu-
                                                                              créditos, bem assim permitir a
calização. Estamos a trabalhar          universidades podem dar e o que                                            cação Ciência e Inovação, que
                                                                              integração nos planos de mobili-
no relançamento do ciclo de ava-        ainda não podem. Queremos que                                              acontecerá a cada 2 meses, a
                                                                              dade.
liação, mas só isso não chega. É        tudo seja muito bom, mas as                                                partir de agora serão descentrali-
                                                                              A Universidade anfitriã do encon-
necessário criar um serviço ins-        vezes a realidade do país não                                              zados aos diversos Concelhos do
                                                                              tro funciona, desde a sua cria-
petivo forte, abarcando as várias       permite passos largos. A constru-                                          país, que na verdade passam por
                                                                              ção, com uma licença provisória.
áreas de formação. Por isso é           ção das universidades tem que                                              São Vicente e Santiago.



BANDA E TUNA ACADÉMICAS
Dois elefantes brancos da ULCV
                                       A ideia de criar uma banda sur-       Entretanto, continuamos com o        como também a cultura estudan-
                                       giu no seio de um grupo de uni-       projecto da banda, mas este          til no Mindelo.
            Sibele Martins
                                       versitários com o objectivo de        também caiu por terra, quando        Segundo Emanuel Lopes, o pro-

“Confinada ao abandono”, assim         acompanhar um coral que deve-         nos consciencializamos do total      jecto “tinha tudo para dar certo.

ficou o projecto de criar uma          ria ter sido criado na mesma          descaso da escola perante a ini-     A banda já estava praticamente

banda musical e um coral na            altura, mas que também teve           ciativa”, revela Emanuel Lopes,      formada. Tínhamos um baixista,

Universidade Lusófona, quando          vida curta por falta de apoio da      um dos mentores dos dois pro-        um percussionista, um baterista

aos primeiros 11 meses de vida,        Universidade e pela fraca adesão      jectos.

deparou-se com os folhetos de          dos estudantes.                       O objectivo era dinamizar a

inscrições por completar e a           “A ideia do coral foi abandonada      música tradicional cabo-verdiana,

direcção   da     Universidade   de    a partir do momento em que nos        essencialmente a morna, com

“costas voltadas” para a iniciati-     foi dito que uma túnica já estava     adaptações e arranjos de vozes e

va.                                    a ser criada e que até já dispu-      instrumentos acústicos para pro-
                                       nham de professores de música.        jectar não só a cultura musical
Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                     DIVERSOS                P9




          Beleza: como cuidar das unhas
                                                 Nesta coluna, trouxemos algumas dicas e concelhos dados pelo esteticistadas mãos e
                                                 dos pés, Joe Obama, de 35 anos de idade, residente há cerca de 3 anos no país, na
                                                 ilha de s.vicente e de Nacionalidade Ganês.




                                                                                                                escova, molhada em água com
               Bruna Goretty
                                                                                                                sabão. Este, deve ser passado

As unhas são formadas por uma                                                                                   pela ponta dos dedos, na parte

proteína chamada queratina que                                                                                  de tras das unhas e nas ranhuras

também pode ser encontrada na                                                                                   laterais. Deve-se evitar escovas

pele e nos cabelos. Uma boa ali-                                                                                com cerdas duras, sendo que,

mentação é fortalece as unhas e                                                                                 podem raspar demasiado a pele

torne-as mais fortes e bonitas.                                                                                 e provocar erosões.

Por isso, faça uma dieta rica em                                                                                Quando for cortar às unhas, é

proteínas, cálcio e vitamina A. A                                                                               aconcelhável que seja depois do

falta de cálcio no organismo faz                                                                                banho. Aguarde um bocado até

com que as unhas fiquem fracas                                                                                  que elas fiquem secas e possam

e quebradiças. Alimentos como                                                                                   ser devidamente limadas com

carne, peixe, ovos, frutas, leite e                                                                             suavidade, de dentro para fora.

derivados,     legumes,   verduras,                                                                             Para as unhas dos pés, o cuida-
                                      dúvida, um cartão de visita. Não     De acordo com os especialistas,      do reside-se essencialmente nos
entre outros, devem ser incluídos
                                      há quem não repare nelas quan-       ela evita rupturas e deforma-        cortadas que, devem ser feitas
nessa dieta.
                                      do estão roídas e tenha uma má       ções, previne infecções e as pro-    uma vez por semana ou 15 em
Para esta primeira edição da
                                      impressão. Unhas bonitas e bem       tege das agressões químicas ou       15 dias.
revista Nhô Balta, damos-lhe a
                                      cuidadas atribuem conceitos de       mecânicas.                           No que diz respeito às cutículas,
conhecer Joe Obama, o homem
                                      higiene, beleza e segurança”,        Unhas sujas, além de dar mau         essas nunca devem ser arranca-
que cuida das unhas das Sanvi-
                                      aconcelha o esteticista que diz      aspecto à pessoa, também pode        das, já que podem provocar feri-
centinas. Com 35 anos de idade,
                                      ter muito orgulho na sua profis-     causar infecções. Por isso, a lim-   das e causar infecções. Para cor-
o esticista é ganês e vive há cer-
                                      são.                                 peza das mesmas deve ser perió-      tá-las sem se machucar, primeiro
ca de 3 anos em São Vicente e é
                                      O cuidado com as unhas é bas-        dica. A melhor maneira de ter        coloque-as em água morna com
um dos poucos homens no país
                                      tante importante para a estática     unhas limpas sempre é através        sabão por algum tempo, de
nessa profissão.
                                      e vai para além da alimentação.      da utilização de uma pequena         modo que fique moles.
“As unha são, sem sombra de




ULCV expande-se ainda mais
                                                        Belinda Delgado    2007, tendo a capacidade de          ça do presidente do grupo COO-
                                                                           acolher cerca de 1000 alunos.        FAC e do presidente da Assem-
                                                                                                                bleia Nacional, Doutor Aristides
                                      A Universidade Lusófona de cabo      A universidade comemorou as          Lima. É um grupo que se encon-
                                      verde, Baltasar Lopes da Silva,      suas três primeiras primaveras       tra aberta por vários países do
                                      numa parceria com a Câmara           no dia 16 de Novembro de 2009,       continente africano como Ango-
                                      Municipal de São Vicente, funcio-    com a atribuição de uma Bolsa        la, Guiné-Bissau, são Tomé e
                                      na, com a sua respetiva cedên-       de Mérito ao aluno Francisco         Príncipe, e outros.
                                      cia, no espaço onde eram as ins-     Delgado, do 3º ano de Ciências       Segundo o presidente do grupo
                                      talações do “Hotel 5 de Julho”.      da Comunicação por ser o             COOFAC, a universidade Lusófo-
                                      Abriu as suas portas na cidade       melhor aluno da universidade,        na é a maior grupo privado em
                                      do Mindelo em Setembro de            contando com a honrosa presen-       Portugal.
Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                    CULTURA                  P10



  Jovens universitários produzem curta “Tu és um Português”

   O sonho de produzir uma curta-metragem, escrever roteiro,
   filmar e contracenar tornou-se real para um grupo de alunos
   da Universidade Lusófona do quarto ano do curso de Ciên-
   cias da Comunicação, Vertente Multimédia. No período de 4
   meses conseguiram driblar as dificuldades, sobretudo a ques-
   tão financeira para apresentar ao público uma produção inédi-
   ta feita a base de uma adaptação do conto Tu és um Portu-
   guês de Eileen Barbosa.



                 Sibelle Ferreira   peculiares da ilha de São Vicen-




C
                                    te, ao som de sinfonias do com-
            riativos e com muito    positor e poeta Vasco Martins.
            talento, o grupo con-   Um trama que transporta o
            seguiu adaptar o fil-   público para uma história de
            me    às    condições   amor dividida entre os três per-
existentes e que segundo o reali-   sonagens principais do filme:
zador e guionista Neu Lopes         Diogo Bento – O Português -,
“não foram muitas”, para após a     Arilizia Rodrigues - Janice    e o
repetição de cenas conseguirem      ator e radialista Fonseca Soares
montar a curta de 30 minutos.       – o vizinho.
Uma experiência única para os
alunos que se dizem congratula-     Com as fracas condições finan-
dos com a oportunidade, surgida     ceiras, conseguiram reunir um
no âmbito da cadeira “Atelier de    número significativo de figuran-
                                                                          também contracenar. “Para mim
Realização e Produção Audiovi-      tes que foram preenchendo os                                              História
                                                                          foi uma novidade, nunca tinha
suais”.                             espaços que simbolizam as gen-                                            “Tu és um Português” conta a
                                                                          atuado antes no cinema. A expe-
                                    tes de São Vicente em seu                                                 história de um português que
                                                                          riência está sendo gratificante,
“Apesar das fracas condições        “marcante” quotidiano, indo das                                           vem a Cabo Verde e apaixona-se
                                                                          vou levá-la para sempre”, disse a
disponíveis conseguimos provar      conversas de café, às passeatas                                           pela cidade e pela personagem
                                                                          protagonista.
essencialmente para nós mes-        pela Rua de Lisboa e a praia da                                           principal: Janice. Um sentimento
mos, como futuros profissionais     Laginha.                                                                  que se desdobra num paradoxo
                                                                          Para o realizador da Curta, essa
deste país, que temos capacida-                                                                               entre ele e a protagonista, facto
                                                                          oficina é só o começo para os
de sobretudo, pelos improvisos e    Exibição do filme                                                         que acaba por separá-los, num
                                                                          projetos que ele pretende inte-
pela forma eficiente com que                                                                                  desencontro      de    sentimentos
                                                                          grar no futuro. “ Gostaria de ter
conseguimos contornar os vários     “Uma estreia de sucesso” foi                                              entre os dois. Tempos depois,
                                                                          a oportunidade de realizar pro-
obstáculos que nos foram surgin-    assim nomeada a exibição do                                               após uma luta infrutífera pela
                                                                          gramas televisivos e quem sabe
do pelo caminho”, conta Tenisha     filme que aconteceu esta quarta-                                          conquista de Janice, esta acaba
                                                                          um dia representar Cabo Verde
Channe, a continuista do filme.     feira, 04, no Centro Cultural do                                          por falecer. O português regres-
                                                                          em algum festival internacional”,
                                    Mindelo. Uma sala repleta de                                              sa a Portugal e tempos depois
                                                                          sonhos que se vão acumulando e
Processo de produção                gente que fez o realizador relem-                                         resolve   revisitar   Cabo   Verde.
                                                                          ganhando forma, para quem os
                                    brar as noites de cinema no                                               Para amenizar o sofrimento da
                                                                          desafios nunca param de cres-
As filmagens decorrem essencial-    extinto Eden Parque.                                                      perda, acaba por criar histórias
                                                                          cer, chegando a referir-se na
mente no “Café Portugal”, na                                                                                  fictícias, de amor, entre os dois,
                                                                          vontade que tem de um dia vir a
Rua de Lisboa, com passagens        Satisfeitos e visivelmente realiza-                                       mas que nunca chegaram a
                                                                          integrar uma equipa para a pro-
pelos vários contornos da cidade    dos, os alunos expressaram o                                              acontecer.
                                                                          dução de uma longa-metragem.
cosmopolita, traçando cenários      sentimento de produzir a curta e
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                          PERFIL                    P11




      Iva Cabral
      Magnífica Reitora da ULCV
                                                Conheça os gostos e segredos da Reitora da
                                                Universidade Lusófona de Cabo Verde. Em exclu-
                                                sivo para o NHÔ BALTA.




           Bruna Goretty                                                                                       Saudade: Meu pai, minha mãe,
                                                                                                               meu tio, das pessoas que eu




I
                                                                                                               amo e que desapareceram fisica-

        va Maria Ataide Vilhe-                                                                                 mente e que preservarei na

        na Cabral.                                                                                             minha memória para sempre.

        Actividade atual: Reito-                                                                               Uma alegria: De ver como é

        ra da Universidade Lusó-                                                                               que a Lusófona esta a avançar,

fona de Cabo verde, Baltasar                                                                                   pouco a pouco, porque não exis-

Lopes da Silva.                                                                                                tem milagres, com uma consa-

Aniversário: 13 de Abril.                                                                                      grada       equipa    de    professores

Signo: carneiro                                                                                                qualificados        que    aqui   estão.

Algo que ainda não fez e pre-                                                                                  (ninguém faz nada sozinho).

tende fazer: Escrever um livro,                                                                                Uma tristeza: É que ainda, a

de   preferência     romanceado                                                                                Guiné-bissau não ingressou no

sobre a minha própria vida.                                                                                    caminho certo e tenho esperança

O que mudaria na sua uni-                                                                                      que isto aconteça o mais rápido

versidade com o poder nas                                                                                      possível.

mãos:      Arranjava mais salas,                                                                               Um vício: fumar.

conseguir ter uma praça digital                                                                                Um medo: doença para mim e

já para o mês de Abril e gostaria                                                                              para aqueles que eu amo.

que os alunos fossem mais com-
                                     “gostaria que os alunos fossem mais                                       Um        arrependimento:            Na

preensíveis com certas coisas         compreensíveis em certas coisas”                                         minha idade, já tive muitos arre-

como o esforço que estamos a                                                                                   pendimentos.
                                     Nota    10: Aos progressos e          país, desde que quem os dirija,     Para relaxar não há nada
fazer no sentido de tentar aten-
                                     desenvolvimentos que o povo           seja qualificado na área.           melhor que: Ler um bom livro
der as inquietudes dos mesmos e
                                     Cabo-verdiano conseguiu até à         Ponto     fraco: Sou um pouco       policial.
dos professores.
                                     independência.                        mole, por vezes deixo-me levar      Uma frase ou uma mensa-
A qualidade mais atraente
                                     O que te aborrece: Falta de           pelas emoções, perdoo coisas        gem que gostaria de ter
nas pessoas: Lealdade, hones-
                                     lealdade, desonestidade, superfi-     que não deveria perdoar, sou um     escrito: o que mais me impres-
tidade, bondade e simplicidade,
                                     cialidade, e a arrogância (o con-     pouco indisciplinada no meu dia-    siona nos fracos é que eles preci-
não só com os meus amigos,
                                     trário daquilo que não gosto).        a-dia, com os horários etc.         sam humilhar os outros para se
mas com as pessoas com quem
                                     Qual   o   assunto     que      não   Um hobby: Investigar e ler.         sentirem fortes.
convivo.
                                     aguenta     mais:    Insultos    na   Um perfume: dolce & gabbana.        O que valeu a pena em sua
Uma pessoa que admira: O
                                     imprensa, quando se refere a          Um sonho: Que o meu filho ter-      vida: Deixar o meu cargo para ir
meu pai (Amílcar Cabral), Nelson
                                     dignidade das pessoas (o que          mine a sua formação académica       a luta (liberdade Nacional), de
Mandela, e o Barack Obama,
                                     virou moda em Cabo Verde).            na china e que tenha sucessos.      estar reformada e abraçar esse
apesar de estar encurralado no
                                     Programa preferido: Debates           Lugar inesquecível: Internato       desafio      aqui    na    Universidade
sistema.
                                     feitos na rádio ou televisão, quer    internacional   em   Ivanova   na   Lusófona.
Nota 0: A Crise, pela instabilida-
                                     sejam produzidas cá ou fora do        Rússia.
de que traz.
Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012                                                                                                 OPINIÃO              P12




 Cidade Universitária sem Espírito para tal
                                        comemora os seus cento e trinta           vez, mas, nem isso acontece            to mais que um espaço para a
                                        e três anos como tal, já com              aqui ou, se acontece é uma coisa       aprendizagem científica.
                                        várias universidades e institutos         muito tímida. Não que eu seja
                                        de ensino superior, alguns já             muito a favor das praxes mas, é        A universidade precisa ser, ao
                                        com mais de uma década, ainda             uma maneira de integrar o mais         mesmo tempo, a "síntese cultu-
                                        não se nota o espírito universitá-        rápido possível os novatos e fazê      ral" e a "análise científica" dos
                                        rio por parte dos alunos, esse tal        -los sentir esse tal espírito uni-     objectos de investigação. “A Uni-
                                        espírito que alimentou o surgi-           versitário.                            versidade deve se alimentar do
                                        mento das universidades no                                                       espírito que alimentou o seu nas-
                                        sec.13).                                  É incrível notar e lamentar que,       cimento, no séc.13: “educar para
                                                                                  entre as várias instituições de        a vida” e ter um sentido mais
                                        Numa cidade em que se almeja              ensino superior existentes na          colectivo. O compromisso das
                                        projectar como futura cidade              ilha, quase que não existe inter-      universidades é promover a
                                        universitária de Cabo Verde, ter          câmbio entre as mesmas. Parece         humanização integral entre pes-
          Rito Afonso                   universidades e não haver o               que o cabo-verdiano tem medo           soas, também entre as classes e
                                        espírito universitário significa que      de associar-se. O estabelecimen-       no nosso caso, entre o povo das




S
                                        algo anda mal ou que ainda há             to universitário tem que ser mui-      ilhas.
         e antigamente o cabo-          muito por fazer.
         verdiano teve a necessi-
         dade quase que obrigató-       Na universidade Lusófona de
         ria de sair fora do país       Cabo Verde onde eu estudo,
para se formar nas diversas             posso dizer que não há nada em
áreas, porque cabo verde não            relação ao espírito universitário.
tinha universidades ou institutos       Não há convivência, não há
de ensino superior, hoje a reali-       palestras nem encontros de estu-
dade é outra. É outra no que            dantes, a associação dos estu-
concerne a estabelecimentos uni-        dantes não existe ou não funcio-
versitários, mas o espírito univer-     na, enfim, existe o estabeleci-
sitário tarda em chegar.                mento onde os alunos vão assis-
                                        tir as aulas e regressam à casa.
A qualidade ou a falta dela no          Universidade é mais do que isso,
ensino superior em Cabo Verde é         ou não é?
muito debatida, mas não é nisso
que quero neste momento con-            A Lusófona já vai no seu quinto
centrar as minhas energias. Vou         ano, e, como acontece em todas
meditar sobre a ausência do             as universidades do mundo intei-
espírito universitário. A cidade do     ro são dadas “Boas-vindas” aos
Mindelo, que por esses dias             alunos que entram pela primeira




Universidades e os Medias
                                      comunicação reorganizam a                sobre outras universidades e até        é uma forma de levarem os alu-
                                      sociedade supõe-se que a uni-            sobre a sociedade em geral,             nos a terem uma noção do que
             Luizete Santos           versidade precisaria utilizar-se de      onde tem a sua rádio, jornal ou         acontece no mercado de traba-
                                      dispositivos para torna-la visível       até mesmo televisão, é bom ver          lho, das dificuldades que são




C
                                      e legítima perante o seu tempo.          como as universidades já não            encontradas quando se é jorna-
         omo sabemos, a vida de       Para tanto, sua produção e ofer-         ficam só a espera dos médias            lista, é uma forma de os prepa-
         uma Universidade tem         ta de informação deveriam                locais ou nacionais, mas que            rar para o mercado de trabalho.
         os seus altos e baixos.      seguir determinadas estratégias          também criam condições pró-
         Não é fácil manter a         de enunciação, de forma a                prias para retractarem as suas
posição que uma Universidade          garantir uma circulação adequa-          noticias.
conquista ao longo dos anos jun-      da na média bem como o reco-             É bom ver o trabalho desenvolvi-
to da sociedade em que está           nhecimento das mensagens pela            do por uma universidade, como
inserida, mas também com o            esfera da recepção, completando          forma de criar as suas próprias
mundo exterior.                       o ciclo comunicativo entre uni-          condições para transmitirem
Muitos são as notícias que dão a      versidade e sociedade.                   informações, e penso que deves-
conhecer alguma actividade que        Mas são muitas as universidades          se cada vez mais incentivar as
universidades estejam inseridas       que criam os seus próprios meios         universidades a desenvolverem
e mesmo protocolos que tenham         de comunicação, para divulgar            as suas capacidades a nível de
assinado, ou mesmo o contributo       informações relacionadas com a           criarem condições necessárias
de uma universidade em qual-          própria universidade, mas tam-           pra criarem os seus próprios
quer situação.                        bém retractando informações              órgãos de comunicação, porque
Numa época em que os meios de

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Revista Nhô Balta

  • 1. ADMINISTRADOR DA ULCV “A Universidade Lusófona cumpre os seus compromissos” pag.5 NHÔ BALTA Revista Informativa N.º 0 de 20 de Junho de 2012 Frutos da Lusófona ADIR no mercado “Vale a pena sonhar” de trabalho pag. 6 pag. 2 pag. 10 CULTURA Estudantes queixam-se de falta de apoios pag. 9
  • 2. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P2 Frutos da Lusófona Frutos da Lusófona no mercado de trabalho no mercado de trabalho A poucos meses de completar 5 anos de existência, a Universidade Lusó- fona de Cabo Verde já começa a ver alguns dos seus primeiros “pupilos” enqua- drados no mercado de trabalho. Alguns na carreira para a qual se licenciaram, outros em áreas afins. em Ciências da Comunicação, do estive na instituição para tirar Paulo Rosário vertente jornalismo. Antes de uma declaração. Conversei com terminar o seu curso, participou alguns responsáveis de lá sobre Num mercado pequeno, numa formação intensiva em jor- a minha disposição de procurar como o cabo-verdiano, onde a nalismo, feita pela Alfa Comuni- qualquer emprego. Entreguei os procura é sempre maior do que a oferta, encontrar emprego cons- cações. Uma formação que tinha meus documentos e depois fui titui a parte mais dura para os como objectivo recrutar alguns aceite para leccionar algumas recém-formados. Lenilda Maocha jovens jornalistas para o Jornal A disciplinas”, revela o professor licenciou-se em Gestão de Nação. cuja falta de experiência na área Empresas Turística e Hoteleira e foi um dos factores que dificultou é um dos poucos discentes da Simone Dias a sua integração com os alunos. instituição que já estão enqua- “Na verdade, até agora, não foi drados no mercado de trabalho. A “Cabo Verde Telecom” abriu Para já, afirma que está sendo feita a selecção total, ainda esta- mos no estágio. A maioria está um concurso em multimédia e eu uma óptima experiência e não na redacção na cidade da Praia. não pude concorrer. Eles esta- Acho que poderemos ficar, mas vam a pedir licenciatura e não a decisão é da direcção que terá pude me apresentar como tal de decidir o nosso futuro”, adian- porque ainda não expus o meu ta Letícia Neves que, há mais de projecto de fim de curso”, conta sete meses, está a trabalhar a estudante que, até o momento como estagiária no referido jor- trabalha numa das livrarias da nal. cidade. Da Carteira à Secretária Natural de Santo Antão, Dirceu Rocha Lenilda Maocha Dirceu Rocha licenciou-se em Ciências da Comunicação – ver- descarta a possibilidade de vir a “Quando terminei o meu curso, tente jornalismo. Determinado, conciliar o jornalismo com a continuei no meu trabalho, onde assim que finalizou os estudos, o docência. já tinha alguma segurança. ex-estudante começou logo a Entretanto tinha os meus planos procura de emprego. Dos cerca de uma cente- e já estava me preparando para na e meia de discentes que esti- qualquer oportunidade melhor Meses depois começou a veram no último ano de curso na Letícia Neves que me aparecesse”, conta a trabalhar como professor na Uni- ULCV, 58 foram aprovados na recém contratada do Hotel Don versidade Lusófona, a mesma totalidade e, até o momento, Paco onde trabalha na área de onde tinha acabado de fazer a comercial. Simone Dias também licenciou- sua licenciatura e onde também apenas 8 já defenderam o seu se em Ciências da Comunicação, trabalha como assessor e secre- trabalho final. Para este ano, a Outra que não teve de enfrentar na vertente multimédia mas, até tario da reitoria. universidade poderá colocar mais o desemprego pós licenciatura agora, não teve a mesma sorte 163 licenciados no mercado de para encontrar trabalho na sua que Letícia e Lenilda. “Tenho “A oportunidade de traba- trabalho. perdido algumas oportunidades. lho na universidade surgiu quan- área é Letícia Neves, licenciada
  • 3. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 SOCIAL P3 Talentos “ignorados” da Universidade Lusófona Muitos são os alunos que abrilhantam a Universidade Lusófona de Cabo Verde com as suas competências e paixões na e pela arte. No entanto, estes alunos encontram-se descontentes com a atitude da Universidade e acham que esta deveria dar mais importância e destaque a estas capaci- dades artísticas. Jorge Almeida Tenisha Channel Neu Lopes coro da sua escola nos Estados arte. “Acredito que o que falta vejada, festa, não querem saber Arilízia Rodrigues D Unidos da América, fez parte do aqui é o interesse da universida- de actividades culturais”. No e vários cantos do projeto “Arte Agosto” como can- de em si.” Disse-nos Jorge entanto, todos são culpados por país chegam alunos tora e, ultimamente concorreu Almeida, aluno de Direito e músi- esta indiferença uma vez que “ para vestir uma para o concurso nacional co. tanto os alunos como a universi- universidade. Pri- “Talentu Strela”. Channel admite Quando questionado se os alu- dade, passando pela secretaria meiramente a intenção é estu- que “ a universidade deveria dar nos também não deveriam tomar estão num amadorismo total, dar. Mas com o tempo descobre- mais importância a estes porme- a iniciativa de mostrar estes não há profissionais aqui”. se que por detrás das salas de nores e, para além do ensino, talentos e ajudar a universidade No geral são jovens determina- aulas há talentos e pessoas com incentivar os jovens a serem na sua divulgação, Jorge Almeida dos, empenhados e corajosos. A um histórico artístico já bem mais criativos em relação a arte”. explica que “ os alunos não vontade e a paixão continuarão a explorado ou por explorar. fazem nada porque estão decep- falar mais alto. Independente- Tenisha Channel, licencianda em “ A música é um grande estímulo cionados com a indiferença da mente do apoio e da valorização Multimédia é um destes talentos. para as pessoas estudarem. universidade”. da universidade querem aperfei- Tem uma paixão pela música Seria necessário tomar esta çoar os seus conhecimentos, desde criança e uma aptidão medida para incutir nos alunos Já para Emanuel Lopes, aluno de mas, sobretudo praticar aquilo para desenhar. Fez parte da ban- esta vontade de estar na univer- 4ºano de Multimédia e apaixona- que consideram ser a sua paixão da “ Fusion”, participou num sidade. Enfim, há muitas coisas do pela arte, os alunos estão de nascença: a música. que se podiam fazer em torno da muito relaxados “ querem só cer- DESPORTO: Torneio de Futebolin Jeneviene Almeida contou com dois jogos, uma em terminar a turma de Gestão de masculino e outro feminino. O Já na segunda parte do jogo a Empresas faz o primeiro golo Na segunda jornada do torneiro primeiro jogo foi disputado pela turma de Gestão de Empresas marcado pela Lidiane. de fotebolim da Universidade do equipa masculina onde a turma usa outra tactica e reverteu o A segunda parte a turma de ISCEE, a equipa masculina da de Gestão de Empresas jogava jogo o que os leva a vitória por Contabilidade continua a frente e turma de Gestão de Empresas contra a turma de Contabilidade. nove bolas a 2 frente a turma de Simone consegue mais dois venceu por 9 bolas à 2 a turma Nos primeiros minutos o jogo Contabilidade. golos, a turma de Gestão de de Contabilidade, em masculi- estava equilibrado, mas aos 15 A equipa feminina jogou 15 minutos a turma de Gestão de minutos cada lado por causa do Empresas não desiste e faz um nos. Já em feminino a equipa segundo golo marcado por Bia, feminina da turma de Contabili- Empresas marca o primeiro golo atraso que tiveram mas mesmo pelo guarda-redes Hernâni. O assim conseguiram ganhar em seguida Yarine da turma de dade venceu por 7 bolas à 2 a turma de Gestão de Empresas. jogo ganhou dinâmica e logo de alguns pontos. A turma de Ges- Contabilidade consegue mais 2 seguida a turma de Contabilida- tão de Empresas entrou come- golos. O placar final a turma de A segunda jornada do torneiro de fez o empate, e o jogo contí- çando a jogar mal, sofreram em Contabilidade ganha por 7 bolas de fotebolim da Universidade do nua com um bom ritmo com a 10 minutos 4 golos marcados a 2 a turma de Gestão de Instituto Superior Ciências Eco- equipa de Contabilidade a fazer pela equipa adversária, faltando o 2-1. 1 minuto para a primeira parte Empresas. nomias e Empresariais, ISCEE,
  • 4. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 PONTOS DE VISTA P4 ULCV São Vicente: falta de ventos Conhecimento em crescimento de mudança A ilha de São Vicente vive mergulhada numa crise que passa tanto pela falta de desenvolvimen- to como pela atitude dos seus habitantes. As evidências dessa é a taxa de desemprego que asso- la a ilha com a maior taxa do país. Os líderes locais reclamam do governo por falta de projectos para ilha, “que clamam que José Maria e companhia abandona- ram”. Odair Varela é crítico na situação em que se encontra a ilha. Mas o principal alvo de críticas é mes- mo os universitários. Para ele cluir a licenciatura já se encon- deveriam ser representantes da b é m Hernani Delgado P Rogério Andrade tram de bem com a labuta diá- massa critica com argumentos por falta de liderança”, “não assaram 5 anos desde a ria. Como é o caso de Odair reivindicativos fazendo que suas temos uma cultura de liderança”, abertura das portas da Varela, que estuda o quarto ano vozes fossem ouvidos de forma a acrescenta. A falta de uma refe- ULCV, e os resultados de ciências de comunicação, e mobilizar as pessoas para o que rência cria um vácuo na socieda- começam a ser notáveis. trabalha num dos mais concei- está acontecendo com esse de ao mesmo tempo que cria Prova disso é a conclusão das tuados semanários do país, além “brasilim”. Francisco Delgado uma “desorientação geral”. duas primeiras fornalhas de de ser um dos mais influentes acredita que São Vicente está licenciados que ansiosos já escritores da blogosfera cabo- tornando uma cidade universitá- O factor económico espreitam o mercado de traba- verdiana. Não indo muito longe, ria ma mas “não parece que num lho, que cada vez mais se torna no dia 4 de Março foi apresenta- curto espaço de tempo” vamos A sociedade mindelense hoje exigente. A conclusão das pós- do uma curta-metragem no cen- ter uma massa pensante para está perdendo muito com a graduações em gestão escolar tro cultural do Mindelo, em que a São Vicente. As críticas a essa, “exportação de tudo para a e supervisão pedagógicas minis- turma de quarto ano de ciências suposta, “futura massa crítica” é Praia”. Com o nível de desem- tradas na universidade lusófona de comunicação, vertente multi- que pecam pela falta de uma prego preocupante, a maior do de Cabo Verde são provas da média brindou o público Minde- reivindicativa. país, São Vicente esta vendo incessante procura do conheci- lense com uma obra de muito suas oportunidades diminuírem. mento científico, que afigura boa qualidade (Tu és um Portu- Mas a população no geral não Empresas locais estão a tentar a como meta e desígnio da institui- guês). Prova dada que esses alu- foge as críticas destes alunos da sua chance na em outros lugares ção. Neste momento estão a ser nos são capazes de desenvolver universidade lusófona de cabo já que a ilha está parada onde a ministrados alguns mestrados e conceber projetos multimédia, verde. As palavras encontrada economia há muito que não vê em áreas sociais, que provam a sinal claro de que a missão e os por Steven Silva para classificar a sinais de retoma. Para Francisco vontade por parte da instituição objectivos desse curso estão a sociedade sanvicent ina é a edilidade da ilha e o governo em promover a pesquisa e o ser cumpridos, o que evidencia “descontra e positivista”. Como não ajudam já que há projectos conhecimento científico. claramente que escolher a ULCV explica não tem um ritmo próprio em gaveta, fechados sem opor- para continuar os estudos é uma e tudo é deixado ao “deus-dará” tunidades para serem realizadas. O reconhecimento por parte escolha inteligente e acertada. não importando em resolver os “Tendo em conta que o governo do público seus problemas. “O dia para passa muito tempo a falar do O crescimento significativo de Uma oferta única de ensino fazer nunca chega sendo” este porto de águas profundas mas estudantes que procuram a uni- superior os motivos pelo qual não conse- quem já viu o projecto? Tem versidade Lusófona de Cabo Ver- gue resolver os problemas mais muitos projectos para são Vicen- de, a fim de prosseguir com mais Localizada em chã de cricket, a urgentes. te e mas onde estão? ” Pergunta uma etapa da vida académica Universidade Lusófona é um Francisco. encontra uma variedade de espaço único de ensino superior, Mas Francisco já é programático opções, que se resume em nove uma instituição com uma visão ao afirmar que além da própria Soluções licenciaturas desde ciências da direccionada para a realidade do apatia da sociedade ela é conse- comunicação, direito, serviço país. Uma instituição que articu- quência de um partidarismo fer- Odair não prevê uma melhoria social, entre outras. la ensino e investigação num voroso. “Enquanto a questão de na situação. Mas a sua posição é Muitos já são os casos de suces- campus que procura sempre a militância politica e partidariza- que “quem for mais esperto so de recém-formados, que já se excelência numa visão de ção for tratada como a equipas aproveita da situação”. Mas integraram no mercado de traba- “construir o futuro”. de futebol nos não vamos para Francisco aleta para que seja lho e, muitos, mesmo sem con- frente”. Esse fanatismo político é tomada uma atitude positiva em visto como algo que cega a men- que cada um possa fazer a sua Coordenação e Revisão: Ana Fernandes te e perturba e não deixa as pes- parte para o benefício da ilha. Edição e Design: Odair Varela soas de verem a realidade como Para Francisco se cada um fizer ela é. a sua parte ajudando a ilha da Redacção: Arilízia Rodrigues - Hernâni Delgado - sua maneira “as coisas iriam ser Francisco Delgado - Jeneviene Almeida - Anderson Para Odair a questão não é sim- diferente”. Steven por seu lado Andrade - Odair Varela - Lendira Cabral - Simone Lima ples e afirma que a sociedade apela a união de todos para - Sibele Ferreira - Rito Afonso - Rogério Andrade - não tem poder reivindicativo pela ultrapassar “essa má fase”. Bruna Goretty - Luizete Santos - Belinda Delgado “ falta de conhecimento e tam-
  • 5. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P5 ADMINISTRADOR DA ULCV: “A Universidade Lusófona cumpre seus compromissos” os seus compromissos. fonte de rendimento da universi- nos que atrasam o pagamento Porém, os alunos têm-se queixa- dade, e que o seu comprimento por manifestas dificuldades do com a falta de condições, é determinante para a concreti- financeiras, “Utilizamos a nego- nomeadamente a falta de mais zação das metas que tem traça- ciação, numa tentativa de nos laboratórios de informática e de do para a melhoria das condi- aproximarmos do universo do salas de multimédia devidamente ções de ensino e aprendizagem. aluno e dos problemas inerentes, equipados. Questionado ao Mas há alguns alunos com propi- para chegar a planos de paga- administrador se têm algum pro- nas em atraso, com um valor mento personalizados”. Ele diz O jecto em vista, no sentido de que varia durante o ano lectivo, terem tido bons resultados. Administrador da minimizar essas lacunas, ele diz em função da época dos exa- Quanto aos alunos bolseiros com Universidade Lusó- que a instituição tem alguns pro- mes, “mas diria que o valor propinas em atraso, o adminis- fona de Cabo Ver- jectos, e que também está pre- andará muito próximo dos 20%”. trador diz que a universidade de, Engenheiro visto para breve alguns investi- O administrador diz que em ainda está em processo de análi- Montenegro Fiúza, diz que ape- mentos do grupo lusófona em alguns casos, do não pagamento se e negociação. sar dos vários compromissos que Cabo Verde das propinas, chegam numa qualquer instituição de ensino Segundo Fiúza o pagamento das negociação com os alunos, por- tem, a escola tem honrado com propinas dos alunos é a maior que ele acredita que existem alu- Simone Lima FICASE controla verbas da formação A Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar, FICASE quer estar mais perto dos alunos a quem apoia com bolsas de Estudo. sidades das mudanças introduzi- uma delegação própria iriam res- das.” ponder, de facto, as necessida- Alguma ignorância sobre a forma des dos alunos bolseiros, que os como as bolsas são concedidas procuram.” foi um dos temas fortes do Alguns alunos estavam em sus- encontro. pense à entrada para o encontro. As novas regras que norteiam a Rosa Ramos, do 3º ano de Ges- atribuição das bolsas de estudo tão, na ULCV, foi exemplo dessa têm como novidade o pagamen- preocupação. to direto das propinas dos alu- “A FICASE custeia a 100% a nos, nas instituições onde estu- minha propina, mas há um dam. Esta situação criou, nos senão é que sou colaboradora da últimos tempos, algum mal-estar Lusófona e como a universidade no seio da camada bolseira que me dá 50% de desconto já não procurou a imprensa para con- recebo o restante dinheiro. O testarem a prática. A finalidade remanescente ajudava-me com da Ficase é cortar alguns des- as fotocópias e outras necessida- vios, protagonizados por alguns des do curso, por isso sinto que alunos que vinham recebendo os fiquei prejudicada. Mas de certa valores das bolsas e recusavam a forma foi uma iniciativa que cor- pagar as propinas. tou muitos abusos. “Estivemos muito tempo longe Após a reunião, os alunos saíram Os encontros de seguimento de Francisco Delgado dos nossos beneficiários e isso satisfeitos com os esclarecimen- alunos bolseiros da FICASE acon- saldou-se em vários problemas. tos, contudo apontaram algumas teceram nas instituições de ensi- Agora com a fundição das diver- deficiências funcionais da Funda- no superior no Mindelo, nos dias A decisão foi manifestada pela ção. 15 e 16 de março. A instituição administradora executiva da Fun- sas instituições em FICASE é possível filtrar muitas coisas. Simone Lima defendeu a criação prometeu realizar encontros dação, Elisabete Ramos, por de uma representação funcional similares com uma periodicidade altura do 1º encontro com os Vamos continuar a apoiar e garantir que a formação dos alu- no Mindelo. maior e assim estar mais perto bolseiros na Ilha de Vicente. “Se procuras uma informação na dos beneficiários. A fundação Na reunião com os bolseiros na nos decorra como o previsto. Algumas questões foram esclare- delegação do ministério ninguém apoia a formação em todos os Universidade Lusófona de Cabo sabe de coisa alguma. Nunca te níveis de ensino existentes no Verde e a responsável cidas e fico satisfeita que os alu- nos tenham percebido as neces- informam como deve ser. Com território nacional.
  • 6. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 DESPORTO P6 ADIR “Vale a pena sonhar” Adir da Graça, é um jogador que milita no Sport Clube do Mindelense. Aluno do 2ºano do curso de Serviço Social, na Universidade Lusófona de Cabo Verde. Anderson Andrade gui vencer nada na primeira épo- JNB: Em que clube começou ca mas na última época consegui fazer uma boa época. Ganhamos a jogar? Como foi essa expe- o campeonato regional de São riência? Vicente e o nacional. Era um sonho que tinha desde a criança Adir: Na equipa F.C. Praia Bran- em ser campeão nacional e con- ca, equipa onde tinha possibilida- segui. Foi uma época brilhante para mim e para os meus cole- des de jogar porque tinha ape- gas e não vou esquecer disso. nas 16 anos. A equipa lá da É possível vencer essas com- minha zona, o Ultramarina era petições novamente? muito forte, tinha bons jogado- È possível mas respeitando os res, experientes e mais velhos e nossos adversários, temos de ter Vicente e o praticado em S. juntos na Ultramarina. No pri- eu não tinha possibilidade de lá os pés no chão. Hoje em dia o Nicolau? meiro ano no Mindelense volta- jogar. Estava no início da minha futebol está muito difícil. Com os Há uma pequena diferença. Aqui mos a jogar de novo. È bom, carreira por isso queria começar avanços tecnológicos, as equipas os jogadores têm maior motiva- entendemos muito bem e senti numa equipa com menos pata- já conseguem estudar o futebol ção em jogar através de uma feliz a jogar com o meu irmão. mar e que podia jogar. Mas foi e analisar as outras equipas. Nós ajuda em dinheiro como prémios uma experiência boa. entramos em campo com serie- de jogos e um salário mensal. Em relação aos estudos. Con- dade e respeitando todas os Essa mensalidade permite-me segues conciliar futebol e os Porquê optou por jogar em adversários e entramos para pagar o meu curso e desenrascar estudos? São Vicente e pelo Mindelen- vencer. dia a dia do que resta. È difícil mas temos que lutar por- se? que nada cai do céu. Faço muito Antes jogava no F.C. da Praia Branca e depois fui para a Ultra- Durante esses anos a jogar Quais são as suas metas? sacrifício para lidar com o futebol marina. Fui para tropa, onde Chegar a selecção é uma e os estudos e são coisa que eu no Mindelense, achas que já joguei pelo Desportivo. Algumas equipas das Praia viram-me ganhastes a confiança dos delas? gosto muito. Estou na universi- jogar e gostaram do meu fute- Sonho em jogar na selecção e dade por causa do futebol… O adeptos? bol. Regressei para São Nicolau quando sai da tropa para depois Sim. No primeiro ano tive algu- preciso trabalhar ainda mais para dinheiro que recebo é que paga regressar a Praia para ir jogar chegar lá um dia. Tinha o sonho o meu curso. Se não tivesse vin- mas dificuldades porque não nos Travadores. Regressei de novo para São Nicolau e encon- conhecia o futebol praticado em em ganhar o campeonato de do para São Vicente e não esta- tramos o Mindelense na fase de Cabo Verde, consegui. Cabo Ver- ria a estudar. São Vicente. Mas já na segunda grupo. Eu e o meu irmão fizemos um bom jogo contra o Mindelen- época, tive mais oportunidades, de tem grandes jogadores e se e eles queriam que ingressás- espero ter também uma oportu- consegui fazer uma boa época, semos no plantel mindelense Clubes onde jogou: F.C. para a época 2009/10. E desde fruto de muito trabalho, porque nidade como os que lá estão e Praia Branca, Ultramarina, Tra- aí estou no Mindelense e foi mui- ser chamado a selecção nacional. quero entrar para ganhar. Sinto vadores, Mindelense e Despor- to bom. muito acarinhado pelos adeptos, tivo Qual foi a sensação ao ter Como é jogar com o seu sócios e colegas no Mindelense. Palmares: 4 campeonatos de vencido o campeonato de S. Vicente e o nacional? irmão na mesma equipa? São Nicolau, 1 campeonato de Foi uma sensação diferente. Já È uma coisa diferente. Já temos S. Vicente, 1 campeonato Há alguma diferença entre o tinha vencido quatro campeona- muito tempo a jogar, jogamos Nacional de Futebol. tos em São Nicolau pelo Ultrama- futebol praticado em S. rina. Em São Vicente não conse-
  • 7. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 OPINIÃO P7 Deverão os alunos avaliar o seu Professor? Por isso, algumas Direcções de rios da qualidade (ou falta dela) fazer com os Mestres e Doutores Universidades eliminaram a prá- do seu estabelecimento de ensi- com fraco desempenho dentro tica de avaliação do Professor no. da sala de aula e que eventual- por parte do aluno. Talvez por Deverão os alunos no ensino mente venham a ser avaliados não reconhecerem capacidades superior avaliar o seu Professor? de forma negativa? É bom lem- no estudante para esta tarefa, Esta questão tem gerado alguma brar que o Ministério do Ensino ou porque não sabem o que polémica nos corredores das Uni- Superior exige um certo número fazer com o resultado dessas versidades. Se alguns defendem de Mestres e Doutores dentro avaliações. Acredito que as que o estudante tem o direito de das Universidades. Então, qual a Direcções desejam aumentar o avaliar o seu Professor, outros solução a adoptar? Deixar os alu- nível de ensino/aprendizagem contradizem dizendo que os alu- nos avaliarem o Professor e não das suas instituições. Para isso nos não têm a capacidade ou fazer nada com os resultados ou precisam ter docentes bem cota- maturidade para fazer uma ava- eliminar a avaliação, pura e sim- dos e bem avaliados. Mas o que liação válida. plesmente? Odair Varela fazer com os Mestres e Doutores O que pretende o estudante ao Com a multiplicação de estabele- com fraco desempenho dentro avaliar o Professor no final do cimentos de ensino superior (e a D da sala de aula e que eventual- semestre ou ano lectivo? Será trabalharem no mesmo horário), everão os alunos no mente venham a ser avaliados que essa avaliação é uma forma a quantidade/qualidade de Mes- ensino superior avaliar de forma negativa? É bom lem- de expiação ou de vingança? No tres e Doutores tende à escas- o seu Professor? Esta brar que o Ministério do Ensino caso de se tratar de um profes- sez, pelo que as Universidades questão tem gerado Superior exige um certo número sor que demonstrou claras defi- há muito que tomaram a sua alguma polémica nos corredores de Mestres e Doutores dentro ciências na arte da docência, posição. Nas instituições em que das Universidades. Se alguns das Universidades. Então, qual a quais os benefícios reais para o o Professor é avaliado, quem defendem que o estudante tem o solução a adoptar? Deixar os alu- aluno que o avalia somente no está mais sujeito a sofrer as con- direito de avaliar o seu docente, nos avaliarem o Professor e não final do percurso? Qual a maturi- sequências de uma má avalia- outros contradizem dizendo que fazer nada com os resultados ou dade de um aluno que acaba de ção, são quase sempre os Licen- os alunos não têm a capacidade eliminar a avaliação, pura e sim- chegar do ensino secundário ciados. Nas outras, finge-se que ou maturidade para fazer uma plesmente? para avaliar o seu professor? Há tudo vai bem. Mas a avaliação avaliação válida. Com a multiplicação de estabele- quem defenda que o universitá- não é somente pela negativa. Ela O que pretende o estudante ao cimentos de ensino superior (e a rio deveria começar a apreciação é o momento do aluno reconhe- avaliar o Professor no final do trabalharem no mesmo horário), a partir do terceiro ano de curso, cer o mérito do docente. Uma semestre ou ano lectivo? Será a quantidade/qualidade de Mes- numa formação de quatro anos. boa avaliação serve também de que essa avaliação é uma forma tres e Doutores tende à escas- Só depois desse tempo, defen- incentivo e de exemplo a ser de expiação ou de vingança? No sez, pelo que as Universidades dem, ele terá adquirido a madu- seguido na melhoria do desem- caso de se tratar de um profes- há muito que tomaram a sua reza necessária para dizer se um penho do Professor, melhorando sor que demonstrou claras defi- posição. Nas instituições em que Professor está fazendo um bom assim, a qualidade da educação ciências na arte da docência, o Professor é avaliado, quem trabalho ou não. e do ensino ministrado. quais os benefícios reais para o está mais sujeito a sofrer as con- Mas, terá o estudante conheci- Por isso defendo que o Professor aluno que o avalia somente no sequências de uma má avalia- mentos suficientes para julgar a deve ser avaliado pelos alunos final do percurso? Qual a maturi- ção, são quase sempre os Licen- prestação pedagógica e a quali- universitários, de forma contí- dade de um aluno que acaba de ciados. Nas outras, finge-se que dade profissional dos docentes? nua, desde o primeiro ano e que chegar do ensino secundário tudo vai bem. Mas a avaliação Realmente, um aluno que chega o resultado dessas avaliações para avaliar o seu professor? Há não é somente pela negativa. Ela do ensino secundário encontra deva ser levado em conta. Não quem defenda que o universitá- é o momento do aluno reconhe- na Universidade um sistema de que uma avaliação negativa rio deveria começar a apreciação cer o mérito do docente. Uma ensino/aprendizagem diferente. levasse automaticamente ao des- a partir do terceiro ano de curso, boa avaliação serve também de Este choque pode provocar uma pedimento, mas que ela servisse numa formação de quatro anos. incentivo e de exemplo a ser avaliação pela negativa pois não para que o Professor e a Direc- Só depois desse tempo, defen- seguido na melhoria do desem- está habituado com essas novas ção repensassem as suas estra- dem, ele terá adquirido a madu- penho do Professor, melhorando exigências. Neste caso, o juízo tégias, modelos e metodologias. reza necessária para dizer se um assim, a qualidade da educação estaria usando o ensino secundá- Ao Professor dá-se a oportunida- Professor está fazendo um bom e do ensino ministrado. rio como modelo de comparação, de de conhecer os seus pontos trabalho ou não. Por isso defendo que o Professor o que estragaria os resultados. fracos e melhorá-los e à Direcção Mas, terá o estudante conheci- deve ser avaliado pelos alunos Então, a questão não é se os a possibilidade de obter um feed mentos suficientes para julgar a universitários, de forma contí- alunos deverão avaliar o Profes- -back dos seus alunos/clientes prestação pedagógica e a quali- nua, desde o primeiro ano e que sor, mas sim, se poderão avaliar. que são os principais publicitá- dade profissional dos docentes? o resultado dessas avaliações Por isso, algumas Direcções de rios da qualidade (ou falta dela) Realmente, um aluno que chega deva ser levado em conta. Não Universidades eliminaram a prá- do seu estabelecimento de ensi- do ensino secundário encontra que uma avaliação negativa tica de avaliação do Professor no. na Universidade um sistema de levasse automaticamente ao des- por parte do aluno. Talvez por ensino/aprendizagem diferente. pedimento, mas que ela servisse não reconhecerem capacidades Este choque pode provocar uma para que o Professor e a Direc- no estudante para esta tarefa, avaliação pela negativa pois não ção repensassem as suas estra- ou porque não sabem o que está habituado com essas novas tégias, modelos e metodologias. fazer com o resultado dessas exigências. Neste caso, o juízo Ao Professor dá-se a oportunida- avaliações. Acredito que as estaria usando o ensino secundá- de de conhecer os seus pontos Direcções desejam aumentar o rio como modelo de comparação, fracos e melhorá-los e à Direcção nível de ensino/aprendizagem o que estragaria os resultados. a possibilidade de obter um feed das suas instituições. Para isso Então, a questão não é se os -back dos seus alunos/clientes precisam ter docentes bem cota- alunos deverão avaliar o Profes- que são os principais publicitá- dos e bem avaliados. Mas o que sor, mas sim, se poderão avaliar.
  • 8. Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P8 Universidades vão ser inspeccionadas O Ministério da Educação Ciência e Inovação vai criar um serviço de inspecção, para fiscalizar as instituições de ensino superior em Cabo Verde. Em fase de criação o serviço inspectivo pretende dar melhor qualidade ao ensino universitário. ser feito passo-a-passo, solida- Francisco Delgado necessário fiscalizar inspecionan- mente, para não nos enganar- N do.” mos.“ este âmbito, o O ministro defendeu que a ava- O ministério apresentou novos Ministério quer liar o ensino superior não pode projetos para as universidades. abarcar as diversas continuar pelo “achismo”. Entre as quais o portal do conhe- áreas de formação A futura fiscalização mereceu cimento Cabo Verde e a conver- em terras crioulas. A ideia foi reparos por parte de alguns dos são dos campus universitários vincada pelo Ministro António participantes da reunião. A reito- em praças digitais. Formatação Correia e Silva por altura do 3º ra da Universidade Lusófona, Iva Neste âmbito, o Ministro e sua do ensino superior em Cabo ver- encontro dos Dirigentes das ins- Cabral, sente que a fiscalização delegação analisaram com os de foi um dos objetivos da reu- tituições de ensino superior, que vai trazer benefícios ao ensino responsáveis da Universidade nião, onde se discutiu o regime aconteceu na Universidade Lusó- superior. Lusófona a provável atribuição jurídico de graus e diplomas con- fona de Cabo Verde, no Mindelo. “É necessário fiscalizar as da licença definitiva de funciona- juntos. A lei vai permitir que as “O governo age com as universi- universidades! Também acho mento. universidades tenham graus con- dades em dois registos, Um de necessário ter os pés assentes Os encontros dos dirigentes Uni- juntos e organizar os cursos em fomento e ajuda e outro de fis- no chão, para sabermos o que as versitários e o Ministério de edu- créditos, bem assim permitir a calização. Estamos a trabalhar universidades podem dar e o que cação Ciência e Inovação, que integração nos planos de mobili- no relançamento do ciclo de ava- ainda não podem. Queremos que acontecerá a cada 2 meses, a dade. liação, mas só isso não chega. É tudo seja muito bom, mas as partir de agora serão descentrali- A Universidade anfitriã do encon- necessário criar um serviço ins- vezes a realidade do país não zados aos diversos Concelhos do tro funciona, desde a sua cria- petivo forte, abarcando as várias permite passos largos. A constru- país, que na verdade passam por ção, com uma licença provisória. áreas de formação. Por isso é ção das universidades tem que São Vicente e Santiago. BANDA E TUNA ACADÉMICAS Dois elefantes brancos da ULCV A ideia de criar uma banda sur- Entretanto, continuamos com o como também a cultura estudan- giu no seio de um grupo de uni- projecto da banda, mas este til no Mindelo. Sibele Martins versitários com o objectivo de também caiu por terra, quando Segundo Emanuel Lopes, o pro- “Confinada ao abandono”, assim acompanhar um coral que deve- nos consciencializamos do total jecto “tinha tudo para dar certo. ficou o projecto de criar uma ria ter sido criado na mesma descaso da escola perante a ini- A banda já estava praticamente banda musical e um coral na altura, mas que também teve ciativa”, revela Emanuel Lopes, formada. Tínhamos um baixista, Universidade Lusófona, quando vida curta por falta de apoio da um dos mentores dos dois pro- um percussionista, um baterista aos primeiros 11 meses de vida, Universidade e pela fraca adesão jectos. deparou-se com os folhetos de dos estudantes. O objectivo era dinamizar a inscrições por completar e a “A ideia do coral foi abandonada música tradicional cabo-verdiana, direcção da Universidade de a partir do momento em que nos essencialmente a morna, com “costas voltadas” para a iniciati- foi dito que uma túnica já estava adaptações e arranjos de vozes e va. a ser criada e que até já dispu- instrumentos acústicos para pro- nham de professores de música. jectar não só a cultura musical
  • 9. Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 DIVERSOS P9 Beleza: como cuidar das unhas Nesta coluna, trouxemos algumas dicas e concelhos dados pelo esteticistadas mãos e dos pés, Joe Obama, de 35 anos de idade, residente há cerca de 3 anos no país, na ilha de s.vicente e de Nacionalidade Ganês. escova, molhada em água com Bruna Goretty sabão. Este, deve ser passado As unhas são formadas por uma pela ponta dos dedos, na parte proteína chamada queratina que de tras das unhas e nas ranhuras também pode ser encontrada na laterais. Deve-se evitar escovas pele e nos cabelos. Uma boa ali- com cerdas duras, sendo que, mentação é fortalece as unhas e podem raspar demasiado a pele torne-as mais fortes e bonitas. e provocar erosões. Por isso, faça uma dieta rica em Quando for cortar às unhas, é proteínas, cálcio e vitamina A. A aconcelhável que seja depois do falta de cálcio no organismo faz banho. Aguarde um bocado até com que as unhas fiquem fracas que elas fiquem secas e possam e quebradiças. Alimentos como ser devidamente limadas com carne, peixe, ovos, frutas, leite e suavidade, de dentro para fora. derivados, legumes, verduras, Para as unhas dos pés, o cuida- dúvida, um cartão de visita. Não De acordo com os especialistas, do reside-se essencialmente nos entre outros, devem ser incluídos há quem não repare nelas quan- ela evita rupturas e deforma- cortadas que, devem ser feitas nessa dieta. do estão roídas e tenha uma má ções, previne infecções e as pro- uma vez por semana ou 15 em Para esta primeira edição da impressão. Unhas bonitas e bem tege das agressões químicas ou 15 dias. revista Nhô Balta, damos-lhe a cuidadas atribuem conceitos de mecânicas. No que diz respeito às cutículas, conhecer Joe Obama, o homem higiene, beleza e segurança”, Unhas sujas, além de dar mau essas nunca devem ser arranca- que cuida das unhas das Sanvi- aconcelha o esteticista que diz aspecto à pessoa, também pode das, já que podem provocar feri- centinas. Com 35 anos de idade, ter muito orgulho na sua profis- causar infecções. Por isso, a lim- das e causar infecções. Para cor- o esticista é ganês e vive há cer- são. peza das mesmas deve ser perió- tá-las sem se machucar, primeiro ca de 3 anos em São Vicente e é O cuidado com as unhas é bas- dica. A melhor maneira de ter coloque-as em água morna com um dos poucos homens no país tante importante para a estática unhas limpas sempre é através sabão por algum tempo, de nessa profissão. e vai para além da alimentação. da utilização de uma pequena modo que fique moles. “As unha são, sem sombra de ULCV expande-se ainda mais Belinda Delgado 2007, tendo a capacidade de ça do presidente do grupo COO- acolher cerca de 1000 alunos. FAC e do presidente da Assem- bleia Nacional, Doutor Aristides A Universidade Lusófona de cabo A universidade comemorou as Lima. É um grupo que se encon- verde, Baltasar Lopes da Silva, suas três primeiras primaveras tra aberta por vários países do numa parceria com a Câmara no dia 16 de Novembro de 2009, continente africano como Ango- Municipal de São Vicente, funcio- com a atribuição de uma Bolsa la, Guiné-Bissau, são Tomé e na, com a sua respetiva cedên- de Mérito ao aluno Francisco Príncipe, e outros. cia, no espaço onde eram as ins- Delgado, do 3º ano de Ciências Segundo o presidente do grupo talações do “Hotel 5 de Julho”. da Comunicação por ser o COOFAC, a universidade Lusófo- Abriu as suas portas na cidade melhor aluno da universidade, na é a maior grupo privado em do Mindelo em Setembro de contando com a honrosa presen- Portugal.
  • 10. Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 CULTURA P10 Jovens universitários produzem curta “Tu és um Português” O sonho de produzir uma curta-metragem, escrever roteiro, filmar e contracenar tornou-se real para um grupo de alunos da Universidade Lusófona do quarto ano do curso de Ciên- cias da Comunicação, Vertente Multimédia. No período de 4 meses conseguiram driblar as dificuldades, sobretudo a ques- tão financeira para apresentar ao público uma produção inédi- ta feita a base de uma adaptação do conto Tu és um Portu- guês de Eileen Barbosa. Sibelle Ferreira peculiares da ilha de São Vicen- C te, ao som de sinfonias do com- riativos e com muito positor e poeta Vasco Martins. talento, o grupo con- Um trama que transporta o seguiu adaptar o fil- público para uma história de me às condições amor dividida entre os três per- existentes e que segundo o reali- sonagens principais do filme: zador e guionista Neu Lopes Diogo Bento – O Português -, “não foram muitas”, para após a Arilizia Rodrigues - Janice e o repetição de cenas conseguirem ator e radialista Fonseca Soares montar a curta de 30 minutos. – o vizinho. Uma experiência única para os alunos que se dizem congratula- Com as fracas condições finan- dos com a oportunidade, surgida ceiras, conseguiram reunir um no âmbito da cadeira “Atelier de número significativo de figuran- também contracenar. “Para mim Realização e Produção Audiovi- tes que foram preenchendo os História foi uma novidade, nunca tinha suais”. espaços que simbolizam as gen- “Tu és um Português” conta a atuado antes no cinema. A expe- tes de São Vicente em seu história de um português que riência está sendo gratificante, “Apesar das fracas condições “marcante” quotidiano, indo das vem a Cabo Verde e apaixona-se vou levá-la para sempre”, disse a disponíveis conseguimos provar conversas de café, às passeatas pela cidade e pela personagem protagonista. essencialmente para nós mes- pela Rua de Lisboa e a praia da principal: Janice. Um sentimento mos, como futuros profissionais Laginha. que se desdobra num paradoxo Para o realizador da Curta, essa deste país, que temos capacida- entre ele e a protagonista, facto oficina é só o começo para os de sobretudo, pelos improvisos e Exibição do filme que acaba por separá-los, num projetos que ele pretende inte- pela forma eficiente com que desencontro de sentimentos grar no futuro. “ Gostaria de ter conseguimos contornar os vários “Uma estreia de sucesso” foi entre os dois. Tempos depois, a oportunidade de realizar pro- obstáculos que nos foram surgin- assim nomeada a exibição do após uma luta infrutífera pela gramas televisivos e quem sabe do pelo caminho”, conta Tenisha filme que aconteceu esta quarta- conquista de Janice, esta acaba um dia representar Cabo Verde Channe, a continuista do filme. feira, 04, no Centro Cultural do por falecer. O português regres- em algum festival internacional”, Mindelo. Uma sala repleta de sa a Portugal e tempos depois sonhos que se vão acumulando e Processo de produção gente que fez o realizador relem- resolve revisitar Cabo Verde. ganhando forma, para quem os brar as noites de cinema no Para amenizar o sofrimento da desafios nunca param de cres- As filmagens decorrem essencial- extinto Eden Parque. perda, acaba por criar histórias cer, chegando a referir-se na mente no “Café Portugal”, na fictícias, de amor, entre os dois, vontade que tem de um dia vir a Rua de Lisboa, com passagens Satisfeitos e visivelmente realiza- mas que nunca chegaram a integrar uma equipa para a pro- pelos vários contornos da cidade dos, os alunos expressaram o acontecer. dução de uma longa-metragem. cosmopolita, traçando cenários sentimento de produzir a curta e
  • 11. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 PERFIL P11 Iva Cabral Magnífica Reitora da ULCV Conheça os gostos e segredos da Reitora da Universidade Lusófona de Cabo Verde. Em exclu- sivo para o NHÔ BALTA. Bruna Goretty Saudade: Meu pai, minha mãe, meu tio, das pessoas que eu I amo e que desapareceram fisica- va Maria Ataide Vilhe- mente e que preservarei na na Cabral. minha memória para sempre. Actividade atual: Reito- Uma alegria: De ver como é ra da Universidade Lusó- que a Lusófona esta a avançar, fona de Cabo verde, Baltasar pouco a pouco, porque não exis- Lopes da Silva. tem milagres, com uma consa- Aniversário: 13 de Abril. grada equipa de professores Signo: carneiro qualificados que aqui estão. Algo que ainda não fez e pre- (ninguém faz nada sozinho). tende fazer: Escrever um livro, Uma tristeza: É que ainda, a de preferência romanceado Guiné-bissau não ingressou no sobre a minha própria vida. caminho certo e tenho esperança O que mudaria na sua uni- que isto aconteça o mais rápido versidade com o poder nas possível. mãos: Arranjava mais salas, Um vício: fumar. conseguir ter uma praça digital Um medo: doença para mim e já para o mês de Abril e gostaria para aqueles que eu amo. que os alunos fossem mais com- “gostaria que os alunos fossem mais Um arrependimento: Na preensíveis com certas coisas compreensíveis em certas coisas” minha idade, já tive muitos arre- como o esforço que estamos a pendimentos. Nota 10: Aos progressos e país, desde que quem os dirija, Para relaxar não há nada fazer no sentido de tentar aten- desenvolvimentos que o povo seja qualificado na área. melhor que: Ler um bom livro der as inquietudes dos mesmos e Cabo-verdiano conseguiu até à Ponto fraco: Sou um pouco policial. dos professores. independência. mole, por vezes deixo-me levar Uma frase ou uma mensa- A qualidade mais atraente O que te aborrece: Falta de pelas emoções, perdoo coisas gem que gostaria de ter nas pessoas: Lealdade, hones- lealdade, desonestidade, superfi- que não deveria perdoar, sou um escrito: o que mais me impres- tidade, bondade e simplicidade, cialidade, e a arrogância (o con- pouco indisciplinada no meu dia- siona nos fracos é que eles preci- não só com os meus amigos, trário daquilo que não gosto). a-dia, com os horários etc. sam humilhar os outros para se mas com as pessoas com quem Qual o assunto que não Um hobby: Investigar e ler. sentirem fortes. convivo. aguenta mais: Insultos na Um perfume: dolce & gabbana. O que valeu a pena em sua Uma pessoa que admira: O imprensa, quando se refere a Um sonho: Que o meu filho ter- vida: Deixar o meu cargo para ir meu pai (Amílcar Cabral), Nelson dignidade das pessoas (o que mine a sua formação académica a luta (liberdade Nacional), de Mandela, e o Barack Obama, virou moda em Cabo Verde). na china e que tenha sucessos. estar reformada e abraçar esse apesar de estar encurralado no Programa preferido: Debates Lugar inesquecível: Internato desafio aqui na Universidade sistema. feitos na rádio ou televisão, quer internacional em Ivanova na Lusófona. Nota 0: A Crise, pela instabilida- sejam produzidas cá ou fora do Rússia. de que traz.
  • 12. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 OPINIÃO P12 Cidade Universitária sem Espírito para tal comemora os seus cento e trinta vez, mas, nem isso acontece to mais que um espaço para a e três anos como tal, já com aqui ou, se acontece é uma coisa aprendizagem científica. várias universidades e institutos muito tímida. Não que eu seja de ensino superior, alguns já muito a favor das praxes mas, é A universidade precisa ser, ao com mais de uma década, ainda uma maneira de integrar o mais mesmo tempo, a "síntese cultu- não se nota o espírito universitá- rápido possível os novatos e fazê ral" e a "análise científica" dos rio por parte dos alunos, esse tal -los sentir esse tal espírito uni- objectos de investigação. “A Uni- espírito que alimentou o surgi- versitário. versidade deve se alimentar do mento das universidades no espírito que alimentou o seu nas- sec.13). É incrível notar e lamentar que, cimento, no séc.13: “educar para entre as várias instituições de a vida” e ter um sentido mais Numa cidade em que se almeja ensino superior existentes na colectivo. O compromisso das projectar como futura cidade ilha, quase que não existe inter- universidades é promover a universitária de Cabo Verde, ter câmbio entre as mesmas. Parece humanização integral entre pes- Rito Afonso universidades e não haver o que o cabo-verdiano tem medo soas, também entre as classes e espírito universitário significa que de associar-se. O estabelecimen- no nosso caso, entre o povo das S algo anda mal ou que ainda há to universitário tem que ser mui- ilhas. e antigamente o cabo- muito por fazer. verdiano teve a necessi- dade quase que obrigató- Na universidade Lusófona de ria de sair fora do país Cabo Verde onde eu estudo, para se formar nas diversas posso dizer que não há nada em áreas, porque cabo verde não relação ao espírito universitário. tinha universidades ou institutos Não há convivência, não há de ensino superior, hoje a reali- palestras nem encontros de estu- dade é outra. É outra no que dantes, a associação dos estu- concerne a estabelecimentos uni- dantes não existe ou não funcio- versitários, mas o espírito univer- na, enfim, existe o estabeleci- sitário tarda em chegar. mento onde os alunos vão assis- tir as aulas e regressam à casa. A qualidade ou a falta dela no Universidade é mais do que isso, ensino superior em Cabo Verde é ou não é? muito debatida, mas não é nisso que quero neste momento con- A Lusófona já vai no seu quinto centrar as minhas energias. Vou ano, e, como acontece em todas meditar sobre a ausência do as universidades do mundo intei- espírito universitário. A cidade do ro são dadas “Boas-vindas” aos Mindelo, que por esses dias alunos que entram pela primeira Universidades e os Medias comunicação reorganizam a sobre outras universidades e até é uma forma de levarem os alu- sociedade supõe-se que a uni- sobre a sociedade em geral, nos a terem uma noção do que Luizete Santos versidade precisaria utilizar-se de onde tem a sua rádio, jornal ou acontece no mercado de traba- dispositivos para torna-la visível até mesmo televisão, é bom ver lho, das dificuldades que são C e legítima perante o seu tempo. como as universidades já não encontradas quando se é jorna- omo sabemos, a vida de Para tanto, sua produção e ofer- ficam só a espera dos médias lista, é uma forma de os prepa- uma Universidade tem ta de informação deveriam locais ou nacionais, mas que rar para o mercado de trabalho. os seus altos e baixos. seguir determinadas estratégias também criam condições pró- Não é fácil manter a de enunciação, de forma a prias para retractarem as suas posição que uma Universidade garantir uma circulação adequa- noticias. conquista ao longo dos anos jun- da na média bem como o reco- É bom ver o trabalho desenvolvi- to da sociedade em que está nhecimento das mensagens pela do por uma universidade, como inserida, mas também com o esfera da recepção, completando forma de criar as suas próprias mundo exterior. o ciclo comunicativo entre uni- condições para transmitirem Muitos são as notícias que dão a versidade e sociedade. informações, e penso que deves- conhecer alguma actividade que Mas são muitas as universidades se cada vez mais incentivar as universidades estejam inseridas que criam os seus próprios meios universidades a desenvolverem e mesmo protocolos que tenham de comunicação, para divulgar as suas capacidades a nível de assinado, ou mesmo o contributo informações relacionadas com a criarem condições necessárias de uma universidade em qual- própria universidade, mas tam- pra criarem os seus próprios quer situação. bém retractando informações órgãos de comunicação, porque Numa época em que os meios de