1. ADMINISTRADOR DA ULCV
“A Universidade Lusófona
cumpre os seus compromissos”
pag.5
NHÔ BALTA
Revista Informativa N.º 0 de 20 de Junho de 2012
Frutos da Lusófona
ADIR
no mercado
“Vale a pena sonhar” de trabalho
pag. 6 pag. 2
pag. 10
CULTURA
Estudantes queixam-se de falta de apoios
pag. 9
2. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P2
Frutos da Lusófona
Frutos da Lusófona no
mercado de trabalho no mercado
de trabalho
A poucos meses de completar 5 anos de existência, a Universidade Lusó-
fona de Cabo Verde já começa a ver alguns dos seus primeiros “pupilos” enqua-
drados no mercado de trabalho. Alguns na carreira para a qual se licenciaram,
outros em áreas afins.
em Ciências da Comunicação, do estive na instituição para tirar
Paulo Rosário
vertente jornalismo. Antes de uma declaração. Conversei com
terminar o seu curso, participou alguns responsáveis de lá sobre
Num mercado pequeno, numa formação intensiva em jor- a minha disposição de procurar
como o cabo-verdiano, onde a
nalismo, feita pela Alfa Comuni- qualquer emprego. Entreguei os
procura é sempre maior do que a
oferta, encontrar emprego cons- cações. Uma formação que tinha meus documentos e depois fui
titui a parte mais dura para os como objectivo recrutar alguns aceite para leccionar algumas
recém-formados. Lenilda Maocha jovens jornalistas para o Jornal A disciplinas”, revela o professor
licenciou-se em Gestão de Nação. cuja falta de experiência na área
Empresas Turística e Hoteleira e foi um dos factores que dificultou
é um dos poucos discentes da Simone Dias a sua integração com os alunos.
instituição que já estão enqua- “Na verdade, até agora, não foi
drados no mercado de trabalho. A “Cabo Verde Telecom” abriu Para já, afirma que está sendo
feita a selecção total, ainda esta-
mos no estágio. A maioria está um concurso em multimédia e eu uma óptima experiência e não
na redacção na cidade da Praia. não pude concorrer. Eles esta-
Acho que poderemos ficar, mas vam a pedir licenciatura e não
a decisão é da direcção que terá pude me apresentar como tal
de decidir o nosso futuro”, adian- porque ainda não expus o meu
ta Letícia Neves que, há mais de projecto de fim de curso”, conta
sete meses, está a trabalhar a estudante que, até o momento
como estagiária no referido jor- trabalha numa das livrarias da
nal. cidade.
Da Carteira à Secretária
Natural de Santo Antão, Dirceu Rocha
Lenilda Maocha
Dirceu Rocha licenciou-se em
Ciências da Comunicação – ver- descarta a possibilidade de vir a
“Quando terminei o meu curso, tente jornalismo. Determinado, conciliar o jornalismo com a
continuei no meu trabalho, onde assim que finalizou os estudos, o docência.
já tinha alguma segurança. ex-estudante começou logo a
Entretanto tinha os meus planos procura de emprego. Dos cerca de uma cente-
e já estava me preparando para na e meia de discentes que esti-
qualquer oportunidade melhor Meses depois começou a veram no último ano de curso na
Letícia Neves
que me aparecesse”, conta a trabalhar como professor na Uni- ULCV, 58 foram aprovados na
recém contratada do Hotel Don versidade Lusófona, a mesma
totalidade e, até o momento,
Paco onde trabalha na área de onde tinha acabado de fazer a
comercial. Simone Dias também licenciou- sua licenciatura e onde também apenas 8 já defenderam o seu
se em Ciências da Comunicação, trabalha como assessor e secre- trabalho final. Para este ano, a
Outra que não teve de enfrentar na vertente multimédia mas, até tario da reitoria. universidade poderá colocar mais
o desemprego pós licenciatura agora, não teve a mesma sorte 163 licenciados no mercado de
para encontrar trabalho na sua que Letícia e Lenilda. “Tenho “A oportunidade de traba- trabalho.
perdido algumas oportunidades. lho na universidade surgiu quan-
área é Letícia Neves, licenciada
3. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 SOCIAL P3
Talentos “ignorados” da
Universidade Lusófona
Muitos são os alunos que abrilhantam a Universidade Lusófona de Cabo
Verde com as suas competências e paixões na e pela arte. No entanto,
estes alunos encontram-se descontentes com a atitude da Universidade e
acham que esta deveria dar mais importância e destaque a estas capaci-
dades artísticas.
Jorge Almeida Tenisha Channel Neu Lopes
coro da sua escola nos Estados arte. “Acredito que o que falta vejada, festa, não querem saber
Arilízia Rodrigues
D
Unidos da América, fez parte do aqui é o interesse da universida- de actividades culturais”. No
e vários cantos do projeto “Arte Agosto” como can- de em si.” Disse-nos Jorge entanto, todos são culpados por
país chegam alunos tora e, ultimamente concorreu Almeida, aluno de Direito e músi- esta indiferença uma vez que “
para vestir uma para o concurso nacional co. tanto os alunos como a universi-
universidade. Pri- “Talentu Strela”. Channel admite Quando questionado se os alu- dade, passando pela secretaria
meiramente a intenção é estu- que “ a universidade deveria dar nos também não deveriam tomar estão num amadorismo total,
dar. Mas com o tempo descobre- mais importância a estes porme- a iniciativa de mostrar estes não há profissionais aqui”.
se que por detrás das salas de nores e, para além do ensino, talentos e ajudar a universidade No geral são jovens determina-
aulas há talentos e pessoas com incentivar os jovens a serem na sua divulgação, Jorge Almeida dos, empenhados e corajosos. A
um histórico artístico já bem mais criativos em relação a arte”. explica que “ os alunos não vontade e a paixão continuarão a
explorado ou por explorar. fazem nada porque estão decep- falar mais alto. Independente-
Tenisha Channel, licencianda em “ A música é um grande estímulo cionados com a indiferença da mente do apoio e da valorização
Multimédia é um destes talentos. para as pessoas estudarem. universidade”. da universidade querem aperfei-
Tem uma paixão pela música Seria necessário tomar esta çoar os seus conhecimentos,
desde criança e uma aptidão medida para incutir nos alunos Já para Emanuel Lopes, aluno de mas, sobretudo praticar aquilo
para desenhar. Fez parte da ban- esta vontade de estar na univer- 4ºano de Multimédia e apaixona- que consideram ser a sua paixão
da “ Fusion”, participou num sidade. Enfim, há muitas coisas do pela arte, os alunos estão de nascença: a música.
que se podiam fazer em torno da muito relaxados “ querem só cer-
DESPORTO: Torneio de Futebolin
Jeneviene Almeida contou com dois jogos, uma em terminar a turma de Gestão de
masculino e outro feminino. O Já na segunda parte do jogo a Empresas faz o primeiro golo
Na segunda jornada do torneiro primeiro jogo foi disputado pela turma de Gestão de Empresas marcado pela Lidiane.
de fotebolim da Universidade do equipa masculina onde a turma usa outra tactica e reverteu o A segunda parte a turma de
ISCEE, a equipa masculina da de Gestão de Empresas jogava jogo o que os leva a vitória por Contabilidade continua a frente e
turma de Gestão de Empresas contra a turma de Contabilidade. nove bolas a 2 frente a turma de Simone consegue mais dois
venceu por 9 bolas à 2 a turma Nos primeiros minutos o jogo Contabilidade.
golos, a turma de Gestão de
de Contabilidade, em masculi- estava equilibrado, mas aos 15 A equipa feminina jogou 15
minutos a turma de Gestão de minutos cada lado por causa do Empresas não desiste e faz um
nos. Já em feminino a equipa segundo golo marcado por Bia,
feminina da turma de Contabili- Empresas marca o primeiro golo atraso que tiveram mas mesmo
pelo guarda-redes Hernâni. O assim conseguiram ganhar em seguida Yarine da turma de
dade venceu por 7 bolas à 2 a
turma de Gestão de Empresas. jogo ganhou dinâmica e logo de alguns pontos. A turma de Ges- Contabilidade consegue mais 2
seguida a turma de Contabilida- tão de Empresas entrou come- golos. O placar final a turma de
A segunda jornada do torneiro de fez o empate, e o jogo contí- çando a jogar mal, sofreram em Contabilidade ganha por 7 bolas
de fotebolim da Universidade do nua com um bom ritmo com a 10 minutos 4 golos marcados
a 2 a turma de Gestão de
Instituto Superior Ciências Eco- equipa de Contabilidade a fazer pela equipa adversária, faltando
o 2-1. 1 minuto para a primeira parte Empresas.
nomias e Empresariais, ISCEE,
4. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 PONTOS DE VISTA P4
ULCV São Vicente: falta de ventos
Conhecimento em crescimento
de mudança
A
ilha de São Vicente vive
mergulhada numa crise
que passa tanto pela
falta de desenvolvimen-
to como pela atitude dos seus
habitantes. As evidências dessa é
a taxa de desemprego que asso-
la a ilha com a maior taxa do
país. Os líderes locais reclamam
do governo por falta de projectos
para ilha, “que clamam que José
Maria e companhia abandona-
ram”.
Odair Varela é crítico na situação
em que se encontra a ilha. Mas o
principal alvo de críticas é mes-
mo os universitários. Para ele
cluir a licenciatura já se encon- deveriam ser representantes da b é m Hernani Delgado
P
Rogério Andrade
tram de bem com a labuta diá- massa critica com argumentos por falta de liderança”, “não
assaram 5 anos desde a ria. Como é o caso de Odair reivindicativos fazendo que suas temos uma cultura de liderança”,
abertura das portas da Varela, que estuda o quarto ano vozes fossem ouvidos de forma a acrescenta. A falta de uma refe-
ULCV, e os resultados de ciências de comunicação, e mobilizar as pessoas para o que rência cria um vácuo na socieda-
começam a ser notáveis. trabalha num dos mais concei- está acontecendo com esse de ao mesmo tempo que cria
Prova disso é a conclusão das tuados semanários do país, além “brasilim”. Francisco Delgado uma “desorientação geral”.
duas primeiras fornalhas de de ser um dos mais influentes acredita que São Vicente está
licenciados que ansiosos já escritores da blogosfera cabo- tornando uma cidade universitá- O factor económico
espreitam o mercado de traba- verdiana. Não indo muito longe, ria ma mas “não parece que num
lho, que cada vez mais se torna no dia 4 de Março foi apresenta- curto espaço de tempo” vamos A sociedade mindelense hoje
exigente. A conclusão das pós- do uma curta-metragem no cen- ter uma massa pensante para está perdendo muito com a
graduações em gestão escolar tro cultural do Mindelo, em que a São Vicente. As críticas a essa, “exportação de tudo para a
e supervisão pedagógicas minis- turma de quarto ano de ciências suposta, “futura massa crítica” é Praia”. Com o nível de desem-
tradas na universidade lusófona de comunicação, vertente multi- que pecam pela falta de uma prego preocupante, a maior do
de Cabo Verde são provas da média brindou o público Minde- reivindicativa. país, São Vicente esta vendo
incessante procura do conheci- lense com uma obra de muito suas oportunidades diminuírem.
mento científico, que afigura boa qualidade (Tu és um Portu- Mas a população no geral não Empresas locais estão a tentar a
como meta e desígnio da institui- guês). Prova dada que esses alu- foge as críticas destes alunos da sua chance na em outros lugares
ção. Neste momento estão a ser nos são capazes de desenvolver universidade lusófona de cabo já que a ilha está parada onde a
ministrados alguns mestrados e conceber projetos multimédia, verde. As palavras encontrada economia há muito que não vê
em áreas sociais, que provam a sinal claro de que a missão e os por Steven Silva para classificar a sinais de retoma. Para Francisco
vontade por parte da instituição objectivos desse curso estão a sociedade sanvicent ina é a edilidade da ilha e o governo
em promover a pesquisa e o ser cumpridos, o que evidencia “descontra e positivista”. Como não ajudam já que há projectos
conhecimento científico. claramente que escolher a ULCV explica não tem um ritmo próprio em gaveta, fechados sem opor-
para continuar os estudos é uma e tudo é deixado ao “deus-dará” tunidades para serem realizadas.
O reconhecimento por parte escolha inteligente e acertada. não importando em resolver os “Tendo em conta que o governo
do público seus problemas. “O dia para passa muito tempo a falar do
O crescimento significativo de Uma oferta única de ensino fazer nunca chega sendo” este porto de águas profundas mas
estudantes que procuram a uni- superior os motivos pelo qual não conse- quem já viu o projecto? Tem
versidade Lusófona de Cabo Ver- gue resolver os problemas mais muitos projectos para são Vicen-
de, a fim de prosseguir com mais Localizada em chã de cricket, a urgentes. te e mas onde estão? ” Pergunta
uma etapa da vida académica Universidade Lusófona é um
Francisco.
encontra uma variedade de espaço único de ensino superior, Mas Francisco já é programático
opções, que se resume em nove uma instituição com uma visão ao afirmar que além da própria Soluções
licenciaturas desde ciências da direccionada para a realidade do apatia da sociedade ela é conse-
comunicação, direito, serviço país. Uma instituição que articu- quência de um partidarismo fer- Odair não prevê uma melhoria
social, entre outras. la ensino e investigação num voroso. “Enquanto a questão de na situação. Mas a sua posição é
Muitos já são os casos de suces- campus que procura sempre a militância politica e partidariza- que “quem for mais esperto
so de recém-formados, que já se excelência numa visão de ção for tratada como a equipas aproveita da situação”. Mas
integraram no mercado de traba- “construir o futuro”. de futebol nos não vamos para Francisco aleta para que seja
lho e, muitos, mesmo sem con- frente”. Esse fanatismo político é tomada uma atitude positiva em
visto como algo que cega a men- que cada um possa fazer a sua
Coordenação e Revisão: Ana Fernandes te e perturba e não deixa as pes- parte para o benefício da ilha.
Edição e Design: Odair Varela
soas de verem a realidade como Para Francisco se cada um fizer
ela é. a sua parte ajudando a ilha da
Redacção: Arilízia Rodrigues - Hernâni Delgado -
sua maneira “as coisas iriam ser
Francisco Delgado - Jeneviene Almeida - Anderson Para Odair a questão não é sim- diferente”. Steven por seu lado
Andrade - Odair Varela - Lendira Cabral - Simone Lima ples e afirma que a sociedade apela a união de todos para
- Sibele Ferreira - Rito Afonso - Rogério Andrade - não tem poder reivindicativo pela ultrapassar “essa má fase”.
Bruna Goretty - Luizete Santos - Belinda Delgado “ falta de conhecimento e tam-
5. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P5
ADMINISTRADOR DA ULCV:
“A Universidade Lusófona cumpre seus compromissos”
os seus compromissos. fonte de rendimento da universi- nos que atrasam o pagamento
Porém, os alunos têm-se queixa- dade, e que o seu comprimento por manifestas dificuldades
do com a falta de condições, é determinante para a concreti- financeiras, “Utilizamos a nego-
nomeadamente a falta de mais zação das metas que tem traça- ciação, numa tentativa de nos
laboratórios de informática e de do para a melhoria das condi- aproximarmos do universo do
salas de multimédia devidamente ções de ensino e aprendizagem. aluno e dos problemas inerentes,
equipados. Questionado ao Mas há alguns alunos com propi- para chegar a planos de paga-
administrador se têm algum pro- nas em atraso, com um valor mento personalizados”. Ele diz
O
jecto em vista, no sentido de que varia durante o ano lectivo, terem tido bons resultados.
Administrador da minimizar essas lacunas, ele diz em função da época dos exa- Quanto aos alunos bolseiros com
Universidade Lusó- que a instituição tem alguns pro- mes, “mas diria que o valor propinas em atraso, o adminis-
fona de Cabo Ver- jectos, e que também está pre- andará muito próximo dos 20%”. trador diz que a universidade
de, Engenheiro visto para breve alguns investi- O administrador diz que em ainda está em processo de análi-
Montenegro Fiúza, diz que ape- mentos do grupo lusófona em alguns casos, do não pagamento se e negociação.
sar dos vários compromissos que Cabo Verde das propinas, chegam numa
qualquer instituição de ensino Segundo Fiúza o pagamento das negociação com os alunos, por-
tem, a escola tem honrado com propinas dos alunos é a maior que ele acredita que existem alu- Simone Lima
FICASE controla verbas da formação
A Fundação Cabo-verdiana de Ação Social Escolar,
FICASE quer estar mais perto dos alunos a quem apoia
com bolsas de Estudo.
sidades das mudanças introduzi- uma delegação própria iriam res-
das.” ponder, de facto, as necessida-
Alguma ignorância sobre a forma des dos alunos bolseiros, que os
como as bolsas são concedidas procuram.”
foi um dos temas fortes do Alguns alunos estavam em sus-
encontro. pense à entrada para o encontro.
As novas regras que norteiam a Rosa Ramos, do 3º ano de Ges-
atribuição das bolsas de estudo tão, na ULCV, foi exemplo dessa
têm como novidade o pagamen- preocupação.
to direto das propinas dos alu- “A FICASE custeia a 100% a
nos, nas instituições onde estu- minha propina, mas há um
dam. Esta situação criou, nos senão é que sou colaboradora da
últimos tempos, algum mal-estar Lusófona e como a universidade
no seio da camada bolseira que me dá 50% de desconto já não
procurou a imprensa para con- recebo o restante dinheiro. O
testarem a prática. A finalidade remanescente ajudava-me com
da Ficase é cortar alguns des- as fotocópias e outras necessida-
vios, protagonizados por alguns des do curso, por isso sinto que
alunos que vinham recebendo os fiquei prejudicada. Mas de certa
valores das bolsas e recusavam a forma foi uma iniciativa que cor-
pagar as propinas. tou muitos abusos.
“Estivemos muito tempo longe Após a reunião, os alunos saíram Os encontros de seguimento de
Francisco Delgado dos nossos beneficiários e isso satisfeitos com os esclarecimen- alunos bolseiros da FICASE acon-
saldou-se em vários problemas. tos, contudo apontaram algumas teceram nas instituições de ensi-
Agora com a fundição das diver- deficiências funcionais da Funda- no superior no Mindelo, nos dias
A decisão foi manifestada pela ção. 15 e 16 de março. A instituição
administradora executiva da Fun- sas instituições em FICASE é
possível filtrar muitas coisas. Simone Lima defendeu a criação prometeu realizar encontros
dação, Elisabete Ramos, por de uma representação funcional similares com uma periodicidade
altura do 1º encontro com os Vamos continuar a apoiar e
garantir que a formação dos alu- no Mindelo. maior e assim estar mais perto
bolseiros na Ilha de Vicente. “Se procuras uma informação na dos beneficiários. A fundação
Na reunião com os bolseiros na nos decorra como o previsto.
Algumas questões foram esclare- delegação do ministério ninguém apoia a formação em todos os
Universidade Lusófona de Cabo sabe de coisa alguma. Nunca te níveis de ensino existentes no
Verde e a responsável cidas e fico satisfeita que os alu-
nos tenham percebido as neces- informam como deve ser. Com território nacional.
6. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 DESPORTO P6
ADIR
“Vale a pena sonhar”
Adir da Graça, é um jogador que milita no Sport Clube do
Mindelense. Aluno do 2ºano do curso de Serviço Social, na
Universidade Lusófona de Cabo Verde.
Anderson Andrade
gui vencer nada na primeira épo-
JNB: Em que clube começou ca mas na última época consegui
fazer uma boa época. Ganhamos
a jogar? Como foi essa expe-
o campeonato regional de São
riência? Vicente e o nacional. Era um
sonho que tinha desde a criança
Adir: Na equipa F.C. Praia Bran-
em ser campeão nacional e con-
ca, equipa onde tinha possibilida- segui. Foi uma época brilhante
para mim e para os meus cole-
des de jogar porque tinha ape-
gas e não vou esquecer disso.
nas 16 anos. A equipa lá da
É possível vencer essas com-
minha zona, o Ultramarina era
petições novamente?
muito forte, tinha bons jogado-
È possível mas respeitando os
res, experientes e mais velhos e
nossos adversários, temos de ter Vicente e o praticado em S. juntos na Ultramarina. No pri-
eu não tinha possibilidade de lá
os pés no chão. Hoje em dia o Nicolau? meiro ano no Mindelense volta-
jogar. Estava no início da minha
futebol está muito difícil. Com os Há uma pequena diferença. Aqui mos a jogar de novo. È bom,
carreira por isso queria começar
avanços tecnológicos, as equipas os jogadores têm maior motiva- entendemos muito bem e senti
numa equipa com menos pata-
já conseguem estudar o futebol ção em jogar através de uma feliz a jogar com o meu irmão.
mar e que podia jogar. Mas foi
e analisar as outras equipas. Nós ajuda em dinheiro como prémios
uma experiência boa.
entramos em campo com serie- de jogos e um salário mensal. Em relação aos estudos. Con-
dade e respeitando todas os Essa mensalidade permite-me segues conciliar futebol e os
Porquê optou por jogar em
adversários e entramos para pagar o meu curso e desenrascar estudos?
São Vicente e pelo Mindelen-
vencer. dia a dia do que resta. È difícil mas temos que lutar por-
se?
que nada cai do céu. Faço muito
Antes jogava no F.C. da Praia
Branca e depois fui para a Ultra- Durante esses anos a jogar Quais são as suas metas? sacrifício para lidar com o futebol
marina. Fui para tropa, onde Chegar a selecção é uma e os estudos e são coisa que eu
no Mindelense, achas que já
joguei pelo Desportivo. Algumas
equipas das Praia viram-me ganhastes a confiança dos delas? gosto muito. Estou na universi-
jogar e gostaram do meu fute- Sonho em jogar na selecção e dade por causa do futebol… O
adeptos?
bol. Regressei para São Nicolau
quando sai da tropa para depois Sim. No primeiro ano tive algu- preciso trabalhar ainda mais para dinheiro que recebo é que paga
regressar a Praia para ir jogar chegar lá um dia. Tinha o sonho o meu curso. Se não tivesse vin-
mas dificuldades porque não
nos Travadores. Regressei de
novo para São Nicolau e encon- conhecia o futebol praticado em em ganhar o campeonato de do para São Vicente e não esta-
tramos o Mindelense na fase de Cabo Verde, consegui. Cabo Ver- ria a estudar.
São Vicente. Mas já na segunda
grupo. Eu e o meu irmão fizemos
um bom jogo contra o Mindelen- época, tive mais oportunidades, de tem grandes jogadores e
se e eles queriam que ingressás- espero ter também uma oportu-
consegui fazer uma boa época,
semos no plantel mindelense Clubes onde jogou: F.C.
para a época 2009/10. E desde fruto de muito trabalho, porque nidade como os que lá estão e
Praia Branca, Ultramarina, Tra-
aí estou no Mindelense e foi mui- ser chamado a selecção nacional.
quero entrar para ganhar. Sinto vadores, Mindelense e Despor-
to bom.
muito acarinhado pelos adeptos, tivo
Qual foi a sensação ao ter Como é jogar com o seu
sócios e colegas no Mindelense. Palmares: 4 campeonatos de
vencido o campeonato de S.
Vicente e o nacional? irmão na mesma equipa? São Nicolau, 1 campeonato de
Foi uma sensação diferente. Já È uma coisa diferente. Já temos S. Vicente, 1 campeonato
Há alguma diferença entre o
tinha vencido quatro campeona-
muito tempo a jogar, jogamos Nacional de Futebol.
tos em São Nicolau pelo Ultrama- futebol praticado em S.
rina. Em São Vicente não conse-
7. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 OPINIÃO P7
Deverão os alunos avaliar o seu Professor?
Por isso, algumas Direcções de rios da qualidade (ou falta dela) fazer com os Mestres e Doutores
Universidades eliminaram a prá- do seu estabelecimento de ensi- com fraco desempenho dentro
tica de avaliação do Professor no. da sala de aula e que eventual-
por parte do aluno. Talvez por Deverão os alunos no ensino mente venham a ser avaliados
não reconhecerem capacidades superior avaliar o seu Professor? de forma negativa? É bom lem-
no estudante para esta tarefa, Esta questão tem gerado alguma brar que o Ministério do Ensino
ou porque não sabem o que polémica nos corredores das Uni- Superior exige um certo número
fazer com o resultado dessas versidades. Se alguns defendem de Mestres e Doutores dentro
avaliações. Acredito que as que o estudante tem o direito de das Universidades. Então, qual a
Direcções desejam aumentar o avaliar o seu Professor, outros solução a adoptar? Deixar os alu-
nível de ensino/aprendizagem contradizem dizendo que os alu- nos avaliarem o Professor e não
das suas instituições. Para isso nos não têm a capacidade ou fazer nada com os resultados ou
precisam ter docentes bem cota- maturidade para fazer uma ava- eliminar a avaliação, pura e sim-
dos e bem avaliados. Mas o que liação válida. plesmente?
Odair Varela fazer com os Mestres e Doutores O que pretende o estudante ao Com a multiplicação de estabele-
com fraco desempenho dentro avaliar o Professor no final do cimentos de ensino superior (e a
D
da sala de aula e que eventual- semestre ou ano lectivo? Será trabalharem no mesmo horário),
everão os alunos no mente venham a ser avaliados que essa avaliação é uma forma a quantidade/qualidade de Mes-
ensino superior avaliar de forma negativa? É bom lem- de expiação ou de vingança? No tres e Doutores tende à escas-
o seu Professor? Esta brar que o Ministério do Ensino caso de se tratar de um profes- sez, pelo que as Universidades
questão tem gerado Superior exige um certo número sor que demonstrou claras defi- há muito que tomaram a sua
alguma polémica nos corredores de Mestres e Doutores dentro ciências na arte da docência, posição. Nas instituições em que
das Universidades. Se alguns das Universidades. Então, qual a quais os benefícios reais para o o Professor é avaliado, quem
defendem que o estudante tem o solução a adoptar? Deixar os alu- aluno que o avalia somente no está mais sujeito a sofrer as con-
direito de avaliar o seu docente, nos avaliarem o Professor e não final do percurso? Qual a maturi- sequências de uma má avalia-
outros contradizem dizendo que fazer nada com os resultados ou dade de um aluno que acaba de ção, são quase sempre os Licen-
os alunos não têm a capacidade eliminar a avaliação, pura e sim- chegar do ensino secundário ciados. Nas outras, finge-se que
ou maturidade para fazer uma plesmente? para avaliar o seu professor? Há tudo vai bem. Mas a avaliação
avaliação válida. Com a multiplicação de estabele- quem defenda que o universitá- não é somente pela negativa. Ela
O que pretende o estudante ao cimentos de ensino superior (e a rio deveria começar a apreciação é o momento do aluno reconhe-
avaliar o Professor no final do trabalharem no mesmo horário), a partir do terceiro ano de curso, cer o mérito do docente. Uma
semestre ou ano lectivo? Será a quantidade/qualidade de Mes- numa formação de quatro anos. boa avaliação serve também de
que essa avaliação é uma forma tres e Doutores tende à escas- Só depois desse tempo, defen- incentivo e de exemplo a ser
de expiação ou de vingança? No sez, pelo que as Universidades dem, ele terá adquirido a madu- seguido na melhoria do desem-
caso de se tratar de um profes- há muito que tomaram a sua reza necessária para dizer se um penho do Professor, melhorando
sor que demonstrou claras defi- posição. Nas instituições em que Professor está fazendo um bom assim, a qualidade da educação
ciências na arte da docência, o Professor é avaliado, quem trabalho ou não. e do ensino ministrado.
quais os benefícios reais para o está mais sujeito a sofrer as con- Mas, terá o estudante conheci- Por isso defendo que o Professor
aluno que o avalia somente no sequências de uma má avalia- mentos suficientes para julgar a deve ser avaliado pelos alunos
final do percurso? Qual a maturi- ção, são quase sempre os Licen- prestação pedagógica e a quali- universitários, de forma contí-
dade de um aluno que acaba de ciados. Nas outras, finge-se que dade profissional dos docentes? nua, desde o primeiro ano e que
chegar do ensino secundário tudo vai bem. Mas a avaliação Realmente, um aluno que chega o resultado dessas avaliações
para avaliar o seu professor? Há não é somente pela negativa. Ela do ensino secundário encontra deva ser levado em conta. Não
quem defenda que o universitá- é o momento do aluno reconhe- na Universidade um sistema de que uma avaliação negativa
rio deveria começar a apreciação cer o mérito do docente. Uma ensino/aprendizagem diferente. levasse automaticamente ao des-
a partir do terceiro ano de curso, boa avaliação serve também de Este choque pode provocar uma pedimento, mas que ela servisse
numa formação de quatro anos. incentivo e de exemplo a ser avaliação pela negativa pois não para que o Professor e a Direc-
Só depois desse tempo, defen- seguido na melhoria do desem- está habituado com essas novas ção repensassem as suas estra-
dem, ele terá adquirido a madu- penho do Professor, melhorando exigências. Neste caso, o juízo tégias, modelos e metodologias.
reza necessária para dizer se um assim, a qualidade da educação estaria usando o ensino secundá- Ao Professor dá-se a oportunida-
Professor está fazendo um bom e do ensino ministrado. rio como modelo de comparação, de de conhecer os seus pontos
trabalho ou não. Por isso defendo que o Professor o que estragaria os resultados. fracos e melhorá-los e à Direcção
Mas, terá o estudante conheci- deve ser avaliado pelos alunos Então, a questão não é se os a possibilidade de obter um feed
mentos suficientes para julgar a universitários, de forma contí- alunos deverão avaliar o Profes- -back dos seus alunos/clientes
prestação pedagógica e a quali- nua, desde o primeiro ano e que sor, mas sim, se poderão avaliar. que são os principais publicitá-
dade profissional dos docentes? o resultado dessas avaliações Por isso, algumas Direcções de rios da qualidade (ou falta dela)
Realmente, um aluno que chega deva ser levado em conta. Não Universidades eliminaram a prá- do seu estabelecimento de ensi-
do ensino secundário encontra que uma avaliação negativa tica de avaliação do Professor no.
na Universidade um sistema de levasse automaticamente ao des- por parte do aluno. Talvez por
ensino/aprendizagem diferente. pedimento, mas que ela servisse não reconhecerem capacidades
Este choque pode provocar uma para que o Professor e a Direc- no estudante para esta tarefa,
avaliação pela negativa pois não ção repensassem as suas estra- ou porque não sabem o que
está habituado com essas novas tégias, modelos e metodologias. fazer com o resultado dessas
exigências. Neste caso, o juízo Ao Professor dá-se a oportunida- avaliações. Acredito que as
estaria usando o ensino secundá- de de conhecer os seus pontos Direcções desejam aumentar o
rio como modelo de comparação, fracos e melhorá-los e à Direcção nível de ensino/aprendizagem
o que estragaria os resultados. a possibilidade de obter um feed das suas instituições. Para isso
Então, a questão não é se os -back dos seus alunos/clientes precisam ter docentes bem cota-
alunos deverão avaliar o Profes- que são os principais publicitá- dos e bem avaliados. Mas o que
sor, mas sim, se poderão avaliar.
8. Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 ACTUALIDADE P8
Universidades vão ser inspeccionadas
O Ministério da Educação Ciência e Inovação vai criar um serviço de
inspecção, para fiscalizar as instituições de ensino superior em Cabo
Verde. Em fase de criação o serviço inspectivo pretende dar melhor
qualidade ao ensino universitário.
ser feito passo-a-passo, solida-
Francisco Delgado necessário fiscalizar inspecionan-
mente, para não nos enganar-
N
do.”
mos.“
este âmbito, o O ministro defendeu que a ava-
O ministério apresentou novos
Ministério quer liar o ensino superior não pode
projetos para as universidades.
abarcar as diversas continuar pelo “achismo”.
Entre as quais o portal do conhe-
áreas de formação A futura fiscalização mereceu
cimento Cabo Verde e a conver-
em terras crioulas. A ideia foi reparos por parte de alguns dos
são dos campus universitários
vincada pelo Ministro António participantes da reunião. A reito-
em praças digitais. Formatação
Correia e Silva por altura do 3º ra da Universidade Lusófona, Iva Neste âmbito, o Ministro e sua
do ensino superior em Cabo ver-
encontro dos Dirigentes das ins- Cabral, sente que a fiscalização delegação analisaram com os
de foi um dos objetivos da reu-
tituições de ensino superior, que vai trazer benefícios ao ensino responsáveis da Universidade
nião, onde se discutiu o regime
aconteceu na Universidade Lusó- superior. Lusófona a provável atribuição
jurídico de graus e diplomas con-
fona de Cabo Verde, no Mindelo. “É necessário fiscalizar as da licença definitiva de funciona-
juntos. A lei vai permitir que as
“O governo age com as universi- universidades! Também acho mento.
universidades tenham graus con-
dades em dois registos, Um de necessário ter os pés assentes Os encontros dos dirigentes Uni-
juntos e organizar os cursos em
fomento e ajuda e outro de fis- no chão, para sabermos o que as versitários e o Ministério de edu-
créditos, bem assim permitir a
calização. Estamos a trabalhar universidades podem dar e o que cação Ciência e Inovação, que
integração nos planos de mobili-
no relançamento do ciclo de ava- ainda não podem. Queremos que acontecerá a cada 2 meses, a
dade.
liação, mas só isso não chega. É tudo seja muito bom, mas as partir de agora serão descentrali-
A Universidade anfitriã do encon-
necessário criar um serviço ins- vezes a realidade do país não zados aos diversos Concelhos do
tro funciona, desde a sua cria-
petivo forte, abarcando as várias permite passos largos. A constru- país, que na verdade passam por
ção, com uma licença provisória.
áreas de formação. Por isso é ção das universidades tem que São Vicente e Santiago.
BANDA E TUNA ACADÉMICAS
Dois elefantes brancos da ULCV
A ideia de criar uma banda sur- Entretanto, continuamos com o como também a cultura estudan-
giu no seio de um grupo de uni- projecto da banda, mas este til no Mindelo.
Sibele Martins
versitários com o objectivo de também caiu por terra, quando Segundo Emanuel Lopes, o pro-
“Confinada ao abandono”, assim acompanhar um coral que deve- nos consciencializamos do total jecto “tinha tudo para dar certo.
ficou o projecto de criar uma ria ter sido criado na mesma descaso da escola perante a ini- A banda já estava praticamente
banda musical e um coral na altura, mas que também teve ciativa”, revela Emanuel Lopes, formada. Tínhamos um baixista,
Universidade Lusófona, quando vida curta por falta de apoio da um dos mentores dos dois pro- um percussionista, um baterista
aos primeiros 11 meses de vida, Universidade e pela fraca adesão jectos.
deparou-se com os folhetos de dos estudantes. O objectivo era dinamizar a
inscrições por completar e a “A ideia do coral foi abandonada música tradicional cabo-verdiana,
direcção da Universidade de a partir do momento em que nos essencialmente a morna, com
“costas voltadas” para a iniciati- foi dito que uma túnica já estava adaptações e arranjos de vozes e
va. a ser criada e que até já dispu- instrumentos acústicos para pro-
nham de professores de música. jectar não só a cultura musical
9. Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 DIVERSOS P9
Beleza: como cuidar das unhas
Nesta coluna, trouxemos algumas dicas e concelhos dados pelo esteticistadas mãos e
dos pés, Joe Obama, de 35 anos de idade, residente há cerca de 3 anos no país, na
ilha de s.vicente e de Nacionalidade Ganês.
escova, molhada em água com
Bruna Goretty
sabão. Este, deve ser passado
As unhas são formadas por uma pela ponta dos dedos, na parte
proteína chamada queratina que de tras das unhas e nas ranhuras
também pode ser encontrada na laterais. Deve-se evitar escovas
pele e nos cabelos. Uma boa ali- com cerdas duras, sendo que,
mentação é fortalece as unhas e podem raspar demasiado a pele
torne-as mais fortes e bonitas. e provocar erosões.
Por isso, faça uma dieta rica em Quando for cortar às unhas, é
proteínas, cálcio e vitamina A. A aconcelhável que seja depois do
falta de cálcio no organismo faz banho. Aguarde um bocado até
com que as unhas fiquem fracas que elas fiquem secas e possam
e quebradiças. Alimentos como ser devidamente limadas com
carne, peixe, ovos, frutas, leite e suavidade, de dentro para fora.
derivados, legumes, verduras, Para as unhas dos pés, o cuida-
dúvida, um cartão de visita. Não De acordo com os especialistas, do reside-se essencialmente nos
entre outros, devem ser incluídos
há quem não repare nelas quan- ela evita rupturas e deforma- cortadas que, devem ser feitas
nessa dieta.
do estão roídas e tenha uma má ções, previne infecções e as pro- uma vez por semana ou 15 em
Para esta primeira edição da
impressão. Unhas bonitas e bem tege das agressões químicas ou 15 dias.
revista Nhô Balta, damos-lhe a
cuidadas atribuem conceitos de mecânicas. No que diz respeito às cutículas,
conhecer Joe Obama, o homem
higiene, beleza e segurança”, Unhas sujas, além de dar mau essas nunca devem ser arranca-
que cuida das unhas das Sanvi-
aconcelha o esteticista que diz aspecto à pessoa, também pode das, já que podem provocar feri-
centinas. Com 35 anos de idade,
ter muito orgulho na sua profis- causar infecções. Por isso, a lim- das e causar infecções. Para cor-
o esticista é ganês e vive há cer-
são. peza das mesmas deve ser perió- tá-las sem se machucar, primeiro
ca de 3 anos em São Vicente e é
O cuidado com as unhas é bas- dica. A melhor maneira de ter coloque-as em água morna com
um dos poucos homens no país
tante importante para a estática unhas limpas sempre é através sabão por algum tempo, de
nessa profissão.
e vai para além da alimentação. da utilização de uma pequena modo que fique moles.
“As unha são, sem sombra de
ULCV expande-se ainda mais
Belinda Delgado 2007, tendo a capacidade de ça do presidente do grupo COO-
acolher cerca de 1000 alunos. FAC e do presidente da Assem-
bleia Nacional, Doutor Aristides
A Universidade Lusófona de cabo A universidade comemorou as Lima. É um grupo que se encon-
verde, Baltasar Lopes da Silva, suas três primeiras primaveras tra aberta por vários países do
numa parceria com a Câmara no dia 16 de Novembro de 2009, continente africano como Ango-
Municipal de São Vicente, funcio- com a atribuição de uma Bolsa la, Guiné-Bissau, são Tomé e
na, com a sua respetiva cedên- de Mérito ao aluno Francisco Príncipe, e outros.
cia, no espaço onde eram as ins- Delgado, do 3º ano de Ciências Segundo o presidente do grupo
talações do “Hotel 5 de Julho”. da Comunicação por ser o COOFAC, a universidade Lusófo-
Abriu as suas portas na cidade melhor aluno da universidade, na é a maior grupo privado em
do Mindelo em Setembro de contando com a honrosa presen- Portugal.
10. Revista Nhô Balta Nº 0 de 2012 CULTURA P10
Jovens universitários produzem curta “Tu és um Português”
O sonho de produzir uma curta-metragem, escrever roteiro,
filmar e contracenar tornou-se real para um grupo de alunos
da Universidade Lusófona do quarto ano do curso de Ciên-
cias da Comunicação, Vertente Multimédia. No período de 4
meses conseguiram driblar as dificuldades, sobretudo a ques-
tão financeira para apresentar ao público uma produção inédi-
ta feita a base de uma adaptação do conto Tu és um Portu-
guês de Eileen Barbosa.
Sibelle Ferreira peculiares da ilha de São Vicen-
C
te, ao som de sinfonias do com-
riativos e com muito positor e poeta Vasco Martins.
talento, o grupo con- Um trama que transporta o
seguiu adaptar o fil- público para uma história de
me às condições amor dividida entre os três per-
existentes e que segundo o reali- sonagens principais do filme:
zador e guionista Neu Lopes Diogo Bento – O Português -,
“não foram muitas”, para após a Arilizia Rodrigues - Janice e o
repetição de cenas conseguirem ator e radialista Fonseca Soares
montar a curta de 30 minutos. – o vizinho.
Uma experiência única para os
alunos que se dizem congratula- Com as fracas condições finan-
dos com a oportunidade, surgida ceiras, conseguiram reunir um
no âmbito da cadeira “Atelier de número significativo de figuran-
também contracenar. “Para mim
Realização e Produção Audiovi- tes que foram preenchendo os História
foi uma novidade, nunca tinha
suais”. espaços que simbolizam as gen- “Tu és um Português” conta a
atuado antes no cinema. A expe-
tes de São Vicente em seu história de um português que
riência está sendo gratificante,
“Apesar das fracas condições “marcante” quotidiano, indo das vem a Cabo Verde e apaixona-se
vou levá-la para sempre”, disse a
disponíveis conseguimos provar conversas de café, às passeatas pela cidade e pela personagem
protagonista.
essencialmente para nós mes- pela Rua de Lisboa e a praia da principal: Janice. Um sentimento
mos, como futuros profissionais Laginha. que se desdobra num paradoxo
Para o realizador da Curta, essa
deste país, que temos capacida- entre ele e a protagonista, facto
oficina é só o começo para os
de sobretudo, pelos improvisos e Exibição do filme que acaba por separá-los, num
projetos que ele pretende inte-
pela forma eficiente com que desencontro de sentimentos
grar no futuro. “ Gostaria de ter
conseguimos contornar os vários “Uma estreia de sucesso” foi entre os dois. Tempos depois,
a oportunidade de realizar pro-
obstáculos que nos foram surgin- assim nomeada a exibição do após uma luta infrutífera pela
gramas televisivos e quem sabe
do pelo caminho”, conta Tenisha filme que aconteceu esta quarta- conquista de Janice, esta acaba
um dia representar Cabo Verde
Channe, a continuista do filme. feira, 04, no Centro Cultural do por falecer. O português regres-
em algum festival internacional”,
Mindelo. Uma sala repleta de sa a Portugal e tempos depois
sonhos que se vão acumulando e
Processo de produção gente que fez o realizador relem- resolve revisitar Cabo Verde.
ganhando forma, para quem os
brar as noites de cinema no Para amenizar o sofrimento da
desafios nunca param de cres-
As filmagens decorrem essencial- extinto Eden Parque. perda, acaba por criar histórias
cer, chegando a referir-se na
mente no “Café Portugal”, na fictícias, de amor, entre os dois,
vontade que tem de um dia vir a
Rua de Lisboa, com passagens Satisfeitos e visivelmente realiza- mas que nunca chegaram a
integrar uma equipa para a pro-
pelos vários contornos da cidade dos, os alunos expressaram o acontecer.
dução de uma longa-metragem.
cosmopolita, traçando cenários sentimento de produzir a curta e
11. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 PERFIL P11
Iva Cabral
Magnífica Reitora da ULCV
Conheça os gostos e segredos da Reitora da
Universidade Lusófona de Cabo Verde. Em exclu-
sivo para o NHÔ BALTA.
Bruna Goretty Saudade: Meu pai, minha mãe,
meu tio, das pessoas que eu
I
amo e que desapareceram fisica-
va Maria Ataide Vilhe- mente e que preservarei na
na Cabral. minha memória para sempre.
Actividade atual: Reito- Uma alegria: De ver como é
ra da Universidade Lusó- que a Lusófona esta a avançar,
fona de Cabo verde, Baltasar pouco a pouco, porque não exis-
Lopes da Silva. tem milagres, com uma consa-
Aniversário: 13 de Abril. grada equipa de professores
Signo: carneiro qualificados que aqui estão.
Algo que ainda não fez e pre- (ninguém faz nada sozinho).
tende fazer: Escrever um livro, Uma tristeza: É que ainda, a
de preferência romanceado Guiné-bissau não ingressou no
sobre a minha própria vida. caminho certo e tenho esperança
O que mudaria na sua uni- que isto aconteça o mais rápido
versidade com o poder nas possível.
mãos: Arranjava mais salas, Um vício: fumar.
conseguir ter uma praça digital Um medo: doença para mim e
já para o mês de Abril e gostaria para aqueles que eu amo.
que os alunos fossem mais com-
“gostaria que os alunos fossem mais Um arrependimento: Na
preensíveis com certas coisas compreensíveis em certas coisas” minha idade, já tive muitos arre-
como o esforço que estamos a pendimentos.
Nota 10: Aos progressos e país, desde que quem os dirija, Para relaxar não há nada
fazer no sentido de tentar aten-
desenvolvimentos que o povo seja qualificado na área. melhor que: Ler um bom livro
der as inquietudes dos mesmos e
Cabo-verdiano conseguiu até à Ponto fraco: Sou um pouco policial.
dos professores.
independência. mole, por vezes deixo-me levar Uma frase ou uma mensa-
A qualidade mais atraente
O que te aborrece: Falta de pelas emoções, perdoo coisas gem que gostaria de ter
nas pessoas: Lealdade, hones-
lealdade, desonestidade, superfi- que não deveria perdoar, sou um escrito: o que mais me impres-
tidade, bondade e simplicidade,
cialidade, e a arrogância (o con- pouco indisciplinada no meu dia- siona nos fracos é que eles preci-
não só com os meus amigos,
trário daquilo que não gosto). a-dia, com os horários etc. sam humilhar os outros para se
mas com as pessoas com quem
Qual o assunto que não Um hobby: Investigar e ler. sentirem fortes.
convivo.
aguenta mais: Insultos na Um perfume: dolce & gabbana. O que valeu a pena em sua
Uma pessoa que admira: O
imprensa, quando se refere a Um sonho: Que o meu filho ter- vida: Deixar o meu cargo para ir
meu pai (Amílcar Cabral), Nelson
dignidade das pessoas (o que mine a sua formação académica a luta (liberdade Nacional), de
Mandela, e o Barack Obama,
virou moda em Cabo Verde). na china e que tenha sucessos. estar reformada e abraçar esse
apesar de estar encurralado no
Programa preferido: Debates Lugar inesquecível: Internato desafio aqui na Universidade
sistema.
feitos na rádio ou televisão, quer internacional em Ivanova na Lusófona.
Nota 0: A Crise, pela instabilida-
sejam produzidas cá ou fora do Rússia.
de que traz.
12. Jornal Nhô Balta Nº 0 de 2012 OPINIÃO P12
Cidade Universitária sem Espírito para tal
comemora os seus cento e trinta vez, mas, nem isso acontece to mais que um espaço para a
e três anos como tal, já com aqui ou, se acontece é uma coisa aprendizagem científica.
várias universidades e institutos muito tímida. Não que eu seja
de ensino superior, alguns já muito a favor das praxes mas, é A universidade precisa ser, ao
com mais de uma década, ainda uma maneira de integrar o mais mesmo tempo, a "síntese cultu-
não se nota o espírito universitá- rápido possível os novatos e fazê ral" e a "análise científica" dos
rio por parte dos alunos, esse tal -los sentir esse tal espírito uni- objectos de investigação. “A Uni-
espírito que alimentou o surgi- versitário. versidade deve se alimentar do
mento das universidades no espírito que alimentou o seu nas-
sec.13). É incrível notar e lamentar que, cimento, no séc.13: “educar para
entre as várias instituições de a vida” e ter um sentido mais
Numa cidade em que se almeja ensino superior existentes na colectivo. O compromisso das
projectar como futura cidade ilha, quase que não existe inter- universidades é promover a
universitária de Cabo Verde, ter câmbio entre as mesmas. Parece humanização integral entre pes-
Rito Afonso universidades e não haver o que o cabo-verdiano tem medo soas, também entre as classes e
espírito universitário significa que de associar-se. O estabelecimen- no nosso caso, entre o povo das
S
algo anda mal ou que ainda há to universitário tem que ser mui- ilhas.
e antigamente o cabo- muito por fazer.
verdiano teve a necessi-
dade quase que obrigató- Na universidade Lusófona de
ria de sair fora do país Cabo Verde onde eu estudo,
para se formar nas diversas posso dizer que não há nada em
áreas, porque cabo verde não relação ao espírito universitário.
tinha universidades ou institutos Não há convivência, não há
de ensino superior, hoje a reali- palestras nem encontros de estu-
dade é outra. É outra no que dantes, a associação dos estu-
concerne a estabelecimentos uni- dantes não existe ou não funcio-
versitários, mas o espírito univer- na, enfim, existe o estabeleci-
sitário tarda em chegar. mento onde os alunos vão assis-
tir as aulas e regressam à casa.
A qualidade ou a falta dela no Universidade é mais do que isso,
ensino superior em Cabo Verde é ou não é?
muito debatida, mas não é nisso
que quero neste momento con- A Lusófona já vai no seu quinto
centrar as minhas energias. Vou ano, e, como acontece em todas
meditar sobre a ausência do as universidades do mundo intei-
espírito universitário. A cidade do ro são dadas “Boas-vindas” aos
Mindelo, que por esses dias alunos que entram pela primeira
Universidades e os Medias
comunicação reorganizam a sobre outras universidades e até é uma forma de levarem os alu-
sociedade supõe-se que a uni- sobre a sociedade em geral, nos a terem uma noção do que
Luizete Santos versidade precisaria utilizar-se de onde tem a sua rádio, jornal ou acontece no mercado de traba-
dispositivos para torna-la visível até mesmo televisão, é bom ver lho, das dificuldades que são
C
e legítima perante o seu tempo. como as universidades já não encontradas quando se é jorna-
omo sabemos, a vida de Para tanto, sua produção e ofer- ficam só a espera dos médias lista, é uma forma de os prepa-
uma Universidade tem ta de informação deveriam locais ou nacionais, mas que rar para o mercado de trabalho.
os seus altos e baixos. seguir determinadas estratégias também criam condições pró-
Não é fácil manter a de enunciação, de forma a prias para retractarem as suas
posição que uma Universidade garantir uma circulação adequa- noticias.
conquista ao longo dos anos jun- da na média bem como o reco- É bom ver o trabalho desenvolvi-
to da sociedade em que está nhecimento das mensagens pela do por uma universidade, como
inserida, mas também com o esfera da recepção, completando forma de criar as suas próprias
mundo exterior. o ciclo comunicativo entre uni- condições para transmitirem
Muitos são as notícias que dão a versidade e sociedade. informações, e penso que deves-
conhecer alguma actividade que Mas são muitas as universidades se cada vez mais incentivar as
universidades estejam inseridas que criam os seus próprios meios universidades a desenvolverem
e mesmo protocolos que tenham de comunicação, para divulgar as suas capacidades a nível de
assinado, ou mesmo o contributo informações relacionadas com a criarem condições necessárias
de uma universidade em qual- própria universidade, mas tam- pra criarem os seus próprios
quer situação. bém retractando informações órgãos de comunicação, porque
Numa época em que os meios de