O documento apresenta um projeto de mapeamento das propriedades rurais de cultivo orgânico e diagnóstico da cobertura vegetal e uso da terra na região de atuação do Projeto CVT-MG/Guayi. O objetivo é mapear as propriedades de produção orgânica, elaborar um mapa de cobertura vegetal e correlacionar variáveis socioeconômicas. A metodologia envolve o uso de imagens de satélite Landsat 8 e análises estatísticas para caracterizar a paisagem e propriedades rurais da

1. Projeto CVT – MG / GUAYI:
Mapeamento das Propriedades Rurais de Cultivo Orgânico e
Diagnóstico da Cobertura Vegetal e Uso da Terra Correlacionado
com Variáveis Socioeconômicas
Pedro Arthur de Azevedo Silva
Graduando em Engenharia Agronômica
André Hirsch
Departamento de Ciências Agrárias
Leila de Castro Louback Ferraz
Departamento de Ciências Agrárias

2. Introdução
“A produção orgânica engloba um número expressivo de agricultores
que tentam desenvolvê-la de modo integrado aos setores ambiental,
social, político, biológico e econômico. A divulgação de dados
estatísticos pode valorizar e aumentar a renda dos produtores, ao
preocupar com a qualidade de vida do trabalhador e de sua
lucratividade.”
(RIBEIRO et al., 2010)

3. MAPA ATUALIZADO QUE RETRATE A COBERTURA VEGETAL E O USO DA TERRA NA REGIÃO!
Análise do estágio de fragmentação da paisagem natural;
Avaliação do impacto gerado pelas atividades antrópicas;
Auxilia no planejamento regional;
Gerenciamento dos recursos naturais;
Implantação de políticas de produção agroecológica e sustentável.

4. Sobre o CVT-MG / GUAYI
Guayi = “Semente Boa”
• Grupo de ensino, pesquisa e extensão;
• Centro Vocacional Tecnológico (CVT) em
Agroecologia e Produção Orgânica.
• Instituições parceiras:
 EMBRAPA Milho e Sorgo;
 EPAMIG (Prudente de Morais).
• Apoiadores:
 Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural (EMATER ‐ MG);
 Fundação Zoo-Botânica (Belo Horizonte).

5. Enfoque de Atuação:
• Troca de experiências;
• Consolidação dos conhecimentos agroecológicos;
• Desenvolvimento da produção orgânica-agroecológica no meio rural.

7. Objetivos
• Mapear a distribuição geográfica das propriedades de produção orgânica na área de
atuação do Projeto CVT- MG / Guayi;
• Elaborar o mapa de cobertura vegetal e uso da terra (MCVUT);
• Avaliar variáveis socioeconômicas oficiais.

8. Materiais
• Base cartográfica e censo demográfico disponíveis no site do IBGE;
• Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO);
• Cenas do Satélite Landsat 8, sensor OLI;
• Softwares: QGIS 2.8 Wien, R e RStudio.

9. Metodologia
Mapa de Cobertura Vegetal e Uso da Terra:
• Cenas do Landsat 8: 218-073 / 218-074;
• Bandas utilizadas por cena: Banda 2 a 7;
• Data: 12 de maio de 2015.
 Preparadas via QGIS, utilizando o complemento
“Semi-Automatic Classification Plugin” (SCP):
 Correção atmosférica;
 Ajuste de reflectância da superfície terrestre;
 Mosaicagem;
 Criação de BandSet.
Fonte: earthexplorer.usgs.gov

12. Metodologia
Levantamento Socioeconômico:
• Densidade populacional;
• Escolaridade predominante;
• Índice de desemprego;
• Índice de desenvolvimento humano municipal;
• Índice GINI;
• PIB municipal;
• Proporção da população rural/urbana;
• Renda média domiciliar per capita.
Fonte: cidades.ibge.gov.br

13. • Utilização do Software R:
 Análise de Aglomerados (Cluster Analysis);
 Análise de Componentes Principais (PCA).

14. Resultados e Discussão
• Todos os munícipios apresentam algum nível de produção agroecológica;
• São 15 propriedades com produção orgânica certificada em toda a área de atuação;
• Apenas cinco municípios possuem propriedades com certificação de produtos orgânicos:
 Capim Branco (60%);
 Matozinhos (20%);
 Funilândia (6,67%);
 Jaboticatubas (6,67%);
 Sete Lagoas (6,67%).

16. MUNICÍPIOS
CLASSES (%)
Hidrografia
Nuvem
(ANC)
Solo
Descoberto
Terreno
Cárstico
Afloramento
Rochoso
Campo/
Pasto
Área
Urbana
Eucalipto
Maduro
Eucalipto
Jovem
Mata
Primária
Mata
Secundária
Vegetação
Irrigada
Área
Queimada
Cerradão Cerrado TOTAL
Araçaí 0,22 0,00 4,44 12,61 0,00 24,97 0,44 0,89 21,52 1,00 11,50 0,42 0,00 0,29 21,70 100,00
Baldim 0,21 0,65 1,28 16,02 0,05 15,86 0,44 0,05 7,90 1,84 20,08 0,23 0,00 1,35 34,05 100,00
Caetanópolis 0,18 0,00 9,36 15,29 0,03 18,45 2,03 1,88 36,92 0,29 5,19 4,20 0,00 0,03 6,16 100,00
Capim Branco 1,17 0,00 0,33 1,96 0,02 50,74 2,89 0,00 7,96 4,20 19,69 0,41 0,00 3,10 7,54 100,00
Conceição do Mato Dentro 0,72 2,08 0,81 2,29 11,33 17,78 0,25 1,08 3,52 6,52 21,22 0,24 0,00 6,93 25,13 100,00
Confins 3,25 0,00 4,00 1,59 0,08 36,80 9,43 0,00 5,95 3,19 21,65 0,92 0,00 2,18 10,96 100,00
Congonhas do Norte 0,09 0,60 0,54 2,21 31,54 13,11 0,37 0,00 2,52 4,17 10,08 0,20 0,00 5,51 29,04 100,00
Cordisburgo 0,44 0,00 4,64 14,29 0,02 16,22 0,19 0,78 22,61 0,40 11,74 0,91 0,00 0,25 27,51 100,00
Curvelo 8,32 0,23 7,64 21,96 0,26 6,59 0,96 5,64 31,64 0,22 6,27 2,05 0,04 0,01 8,16 100,00
Datas 0,37 1,16 1,68 7,08 38,19 5,98 0,53 0,00 2,88 1,10 3,07 0,07 0,00 2,28 35,60 100,00
Esmeraldas 3,46 0,05 1,67 3,51 0,35 27,13 2,54 0,08 23,15 2,19 18,96 1,93 0,00 1,34 13,63 100,00
Funilândia 0,45 0,00 4,39 19,40 0,07 15,74 0,34 0,04 10,99 0,61 12,31 0,69 0,00 1,13 33,85 100,00
Gouveia 0,47 0,00 2,13 10,67 29,84 9,49 0,04 0,09 10,81 0,72 4,79 1,31 0,00 0,72 28,90 100,00
Inimutaba 0,56 0,88 4,86 29,24 0,07 10,00 0,03 2,04 28,99 0,21 6,57 2,25 0,04 0,05 14,18 100,00
Jaboticatubas 0,19 1,32 1,27 13,95 11,14 11,89 1,47 0,00 3,85 1,89 11,43 0,15 0,00 1,72 39,73 100,00
Jequitibá 0,70 0,51 4,18 19,48 0,07 12,53 0,57 0,09 11,93 0,72 13,15 0,75 0,00 0,95 34,39 100,00
Lagoa Santa 24,53 0,00 1,10 3,93 0,17 18,29 7,48 0,00 3,31 3,78 17,28 0,65 0,00 2,42 17,07 100,00
Matozinhos 1,13 0,00 1,68 4,68 0,25 34,35 3,75 1,88 9,94 4,87 20,21 1,12 0,00 3,35 12,77 100,00
Morro da Garça 0,09 0,00 26,17 18,22 0,16 6,32 0,25 1,61 33,75 0,02 5,64 2,06 0,00 0,00 5,72 100,00
Nova União 0,32 0,13 0,48 0,67 6,60 25,25 0,83 0,00 5,73 11,32 20,21 0,06 0,00 3,67 24,72 100,00
Paraopeba 1,44 0,00 6,28 14,53 0,07 19,37 0,91 3,39 31,26 0,97 8,89 3,14 0,01 0,10 9,64 100,00
Pedro Leopoldo 1,30 0,00 1,13 2,37 0,19 33,86 4,82 0,01 12,45 5,32 23,56 0,78 0,00 3,23 10,99 100,00
Presidente Juscelino 1,09 0,02 2,40 21,33 0,12 7,33 0,12 0,17 25,81 0,06 12,67 1,44 0,00 0,18 27,27 100,00
Presidente Kubitschek 0,00 0,03 0,91 6,28 28,74 4,28 0,41 0,00 4,75 3,43 3,40 0,14 0,00 8,05 39,57 100,00
Prudente de Morais 0,85 0,00 1,23 4,89 0,24 39,21 2,53 0,00 8,75 1,81 20,99 0,32 0,00 1,65 17,52 100,00
Ribeirão das Neves 0,21 0,00 0,49 1,77 0,28 12,91 32,25 0,01 25,40 3,12 11,02 1,13 0,00 2,75 8,67 100,00
Santa Luzia 0,84 0,14 0,68 2,22 0,42 18,45 13,49 0,00 9,79 9,52 24,05 1,00 0,00 4,20 15,20 100,00
Santana de Pirapama 0,03 0,55 1,96 17,52 16,91 4,94 0,02 0,01 15,84 0,33 7,70 0,62 0,00 0,96 32,60 100,00
Santana do Riacho 17,94 1,65 1,16 5,37 27,19 2,36 0,16 0,00 3,16 0,77 6,09 0,10 0,00 1,08 32,95 100,00
São José da Lapa 1,46 0,00 1,72 2,29 0,28 25,57 16,07 0,00 14,54 4,91 20,46 0,85 0,00 2,10 9,74 100,00
Sete Lagoas 1,46 0,00 2,71 7,87 0,14 26,33 8,47 0,32 21,66 1,42 11,26 2,67 0,00 0,34 15,35 100,00
Taquaraçu de Minas 0,22 0,16 1,04 3,25 2,19 24,82 0,65 0,00 5,31 9,61 25,36 0,09 0,00 3,54 23,75 100,00
Vespasiano 0,19 0,00 1,06 4,63 0,37 26,32 25,78 0,00 12,37 4,19 13,58 0,21 0,00 1,23 10,07 100,00
TOTAL 3,36 0,53 3,79 12,79 7,32 13,66 1,72 1,51 17,22 2,01 11,70 1,17 0,01 1,68 21,52 100,00

17. ID Classes de Mapeamento Área (ha) %
Classes Naturais
1 Hidrografia 62.337,3 3,4
4 Terreno Cárstico 237.082,6 12,8
5 Afloramento Rochoso 135.577,6 7,3
10 Mata Primária 37.306,7 2,0
11 Mata Secundária 216.797,0 11,7
14 Cerradão 31.042,8 1,7
15 Cerrado 398.733,8 21,5
Subtotal 1.118.877,8 60,4
Classes Antrópicas
2 Nuvem (ANC) 9.800,6 0,5
3 Solo Descoberto 70.244,0 3,8
6 Campo/Pasto 253.133,3 13,7
7 Área Urbana 31.786,0 1,7
8 Eucalipto Maduro 28.060,1 1,5
9 Eucalipto Jovem 319.119,9 17,2
12 Vegetação Irrigada 21.761,6 1,2
13 Área Queimada 170,5 0,0
Subtotal 734.076,0 39,6
Total 1.852.953,8 100,0

20. Conclusões
• O número de municípios com produção orgânica certificada atualmente é muito baixo:
Grande potencial de crescimento desta atividade na região estudada;
• Apesar da região apresentar uma paisagem muito fragmentada e dinâmica, mais da metade
da matriz da paisagem persiste na sua forma natural;
• Os agrupamentos de municípios determinados por variáveis socioeconômicas estão
correlacionados com o padrão de ocupação da matriz da paisagem;

21. Conclusões
• Municípios mais “ricos” apresentam um padrão de ocupação de paisagem onde predominam
classes antrópicas. Já os municípios mais “pobres” apresentam um padrão de ocupação da
paisagem onde predominam classes naturais;
• Existe a possibilidade dos municípios “pobres” se desenvolverem economicamente, preservando
as classes naturais por meio de práticas agroecológicas e produção orgânica certificada, se
tornando diferencial diante os demais municípios “ricos”.

22. Agradecimentos...
• Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);
• Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ);
• Profa. Leila de Castro Louback Ferraz;
• Prof. André Hirsch.

23. Referências Bibliográficas
• Araújo, H.M.; Silva, P.A.A.; Hirsch, A.; Ferraz, L.C.L.; Diagnóstico espacial dos agricultores orgânicos certificados na área de atuação do CVT MG /
Guayi. In: Anais do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia: diversidade e soberania na construção do bem viver. Associação Brasileira de
Agroecologia, 28/09 a 01/10/2015, Belém, PA. Pôster. Disponível online em http://www.aba-
agroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/view/18490/11018
• Araújo, H.M.; Silva, P.A.A.; Hirsch, A.; Ferraz, L.C.L.; Do Brasil às Minas Gerais: Cenário dos Produtores Orgânicos Certificados. In: Anais do IX
Congresso Brasileiro de Agroecologia: diversidade e soberania na construção do bem viver. Associação Brasileira de Agroecologia, 28/09 a
01/10/2015, Belém, PA. Pôster. Disponível online em http://www.aba-agroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/view/18467/11016
• Cogedo, L.; Semi-Automatic Classification Plugin Documentation. 2016. 201p. Disponível online em
https://media.readthedocs.org/pdf/semiautomaticclassificationmanual-v5/latest/semiautomaticclassificationmanual-v5.pdf
• Hirsch, A. 2003. Habitat fragmentation and priority areas for primate conservation in the Rio Doce Basin, Minas Gerais. Neotropical Primates,
11(3):195-196.
• Jensen, J.R. 1996. Introductory Digital Image Processing: a remote sensing perspective. 2nd ed. Prentice Hall, New Jersey. 318pp.
• Landau, E.C.; Guimarães, L.S.; Hirsch, A.; Guimarães, D.P.; Matrangolo, W.J.R.; Gonçalves, M.T. 2013. Concentração geográfica da agricultura familiar
no Brasil. Série Documentos, Embrapa Milho e Sorgo, 155:1-66. Disponível online em http://geoportal.cnpms.embrapa.br/ e
http://www.researchgate.net/profile/Andre_Hirsch
• Landau, E.C.; Hirsch, A. and Musinsky, J. 2008. Vegetation cover and land use in the Atlantic Coastal Forest of Southern Bahia, Brazil, based on
satellite imagery: a comparison among municipalities. Memoirs of The New York Botanical Garden, 100:221-244. Disponível online em
http://www.researchgate.net/profile/Andre_Hirsch
• Venables, W.D; Smith, D.M.; R Core Team; An Introduction to R notes on R: A Programming Environment for Data Analysis and Graphics. 2016. 99p.
Disponível online em https://cran.r-project.org/doc/manuals/R-intro.pdf

24. Obrigado pela
atenção!
Fonte:tecnicodeagronegocio.blogspot.com.br