O artigo descreve os investimentos e mudanças em curso no Zoo da Maia para melhorar a qualidade das instalações e serviços, destacando a renovação das instalações e a contratação de uma equipe técnica diversificada para ampliar as atividades educativas. O presidente da junta de freguesia da Maia planeja criar uma estrutura corporativa separada para gerir o zoo de forma mais eficiente à medida que continua a se expandir.
Zoo da Maia investe na qualidade para atrair visitantes
1. ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’ DO DIA 7 DE SETEMBRO DE 2011 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
INICIATIVAS
QUARTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 2011 | EDIÇÃO N.º6 | AS - AGÊNCIA DE PUBLICIDADE, LDA.
ZOO DA MAIA P.6
PELA 2.ª VEZ, CANELAS VAI RECEBER O FESTIVAL DA
FRANCESINHA E PREPARA-SE PARA UM EVENTO
DE GRANDE SUCESSO.
FRANCESINHA É RAINHA P. 9
INVESTIMENTOS MARCAM
MUDANÇA DO ZOO DA
MAIA. QUALIDADE SERÁ A
PRINCIPAL TÓNICA DESTA
ESTRUTURA QUE DELICIA
ADULTOS E CRIANÇAS HÁ
25 ANOS.
DIA DO FARMACÊUTICO P. 14
CELEBRA-SE, NO PRÓXIMO
DIA 26 DE SETEMBRO, O
DIA DO FARMACÊUTICO.
SAIBA MAIS SOBRE OS
EVENTOS QUE MARCARÃO
A AGENDA DE SETEMBRO.
WWW.RECEITAS.PT
2. 6 iniciativas
Zoo da Maia | Junta de Freguesia da Maia
UM ZOO VOLTADO PARA O FUTURO
Desde 1985 a fazer as delícias de quem o visita, o Zoo da Maia é uma das obras emblemáticas da Junta de Freguesia da Maia, autarquia que o administra em todos
os domínios. Alvo de uma profunda renovação que o tem dotado das mais modernas instalações e equipamentos, o Zoo vai merecer uma atenção especial por
parte do executivo, no sentido de assegurar uma eficiente gestão dos recursos do empreendimento.
P arece-nos incontor-
nável começar esta
história sem evocar
os 25 anos do Zoo da Maia cum-
pridos no ano passado, na verda-
tes entrem no comboio, viajem até
ao centro da cidade, possam fazer
compras e depois voltem”.
A afirmação do Zoo da Maia como
o principal jardim zoológico do
de, um quarto de século pleno de Norte do país, desígnio de Carlos
desafios organizacionais e de ges- Santos Teixeira, passa muito pela
tão. É, justamente, neste sentido, excelência do serviço prestado às
que Carlos Santos Teixeira, pre- escolas e a outras instituições, que
sidente da Junta de Freguesia da corporizam um grande volume de
Maia centra o seu desejo de mo- visitas anuais ao empreendimento.
dernização administrativa do es- “Estamos a estudar novas formas
paço: “Estamos a tentar criar uma de alargar as actividades pedagó-
estrutura corporativa, em moldes a gicas e didácticas. Neste sentido,
definir, que separe, de certo modo, contratámos uma equipa técnica
o Zoo da Junta de Freguesia da muito diversificada e ambiciosa
Maia. Com o crescimento a que te- que traz mais-valias a esta ambi-
mos assistido, é impossível que o ção. Temos uma bióloga que faz
executivo da freguesia seja capaz visitas guiadas, bem como um le-
de coordenar as duas vertentes”. CARLOS SANTOS TEIXEIRA, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DA MAIA que de técnicos conceituados que
Uma vez cumprido este desígnio, o prestam serviços integrados de
autarca afirma que a estratégia da âmbito educativo”, afirma o presi-
Junta de Freguesia da Maia passa com equipamentos de referência, sem o Zoo era muito mais pobre,
pela continuidade da forte aposta dos quais são exemplos uma qua- não só do ponto de vista turístico,
na dinamização do Zoo, que tem rentena que é, de longe, a melhor mas também patrimonial e social,
vindo a ser concretizada ao longo do território nacional, um vasto porque os proveitos são sempre
dos últimos anos. “Sendo uma obra reptilário e ‘habitats ‘ de felinos aplicados em fins sociais”, resume
da Junta de Freguesia, com limita- que estão prestes a ficar concluí- Carlos Santos Teixeira. Ainda numa
ções materiais, consideramos que dos, entre outros espaços”. outra vertente, o autarca sublinha a
tem havido uma evolução muito A consciência social está bem pa- importância de trabalhar em rede,
positiva. Neste momento atraves- tente nas responsabilidades da explicando, nomeadamente, que
samos um bom período, de reno- gestão, por um lado porque há uma o comércio local pode beneficiar
vação, potenciado por um projecto efectiva preocupação em assegurar das actividades complementares
magnífico de alargamento das ins- os postos de trabalho existentes e do Zoo da Maia: “Temos um com-
talações”, revela, acrescentando: potenciar a abertura de novas va- boio turístico e estamos a pensar
“Comprometo-me a dizer que den- gas, por outro porque o reinvesti- em realizar circuitos ininterruptos
tro em breve seremos um dos me- mento das receitas é centrado no durante o dia, para que os visitan-
lhores parques zoológicos do país, apoio aos cidadãos. “A freguesia
dente, notavelmente satisfeito pelo
grande número de visitantes espa-
nhóis que têm marcado o reconhe-
cimento do Zoo da Maia no Noro-
este Peninsular. No último ano, por
exemplo, o Zoo da Maia registou
a afluência de tantos turistas ga-
legos, como de visitas de estudo
da mesma proveniência. “Vamos
aproveitar esta tendência, estabe-
lecendo protocolos com escolas da
vizinha Espanha e alargando ainda
mais a nossa influência, em prol de
um melhor e mais moderno Zoo da
Maia”, deseja, a finalizar, Carlos
Santos Teixeira. IA
3. 7 iniciativas
Academia de Dança de Matosinhos
“NÃO DAMOS APENAS AULAS DE DANÇA, DAMOS AULAS PARA A VIDA”
Nascida há dois anos pela mão de Diana Amaral, nossa entrevistada, a Academia de Dança de Matosinhos (ADM) tem vindo a afirmar-se como uma referência do
ensino artístico, no Norte do país, um movimento que, na realidade, não conhece fronteiras. Num discurso vibrante, pleno de positivismo, a fundadora e actual
directora, bailarina e antropóloga, dá-nos a conhecer a ADM, alfa e ómega dos projectos e ideias que fervilham na sua mente.
B ailarina desde tenra idade,
Diana Amaral soube juntar,
com mestria, a pedagogia
espontânea da vocação artística, aos en-
cantos da visão humanista da Antropolo-
a Câmara Municipal de Matosinhos pro-
move e cremos que a edilidade tem uma
abertura para as actividades levadas a cabo
pela Academia de Dança de Matosinhos.
Normalmente os nossos espectáculos de
com umas alunas minhas da Póvoa. Conse-
guimos assim o apuramento para o Mundial
de Dança, em Paris. Uma outra experiência
interessante foi um projecto de intercepção
entre a pintura e a dança, em que participei
gia, curso que abraçou e que a fez subli- dança contam sempre com artistas convi- como coreógrafa e bailarina, apresentado
mar o sentido da partilha do conhecimento. dados. Realizamos dois espectáculos por na Bienal de Amares”, revela Diana Amaral.
“Agarrei o projecto da Academia de Dança ano, aos quais acrescem os espectáculos No que toca a futuros desígnios, para além
de Matosinhos há dois anos, porque, tra- pontuais em que participamos. Temos uma das actividades a desenvolver com a com-
balhei com diversas instituições museoló- DIANA AMARAL, DIRECTORA parceria com a Banda de Sampaio de Antas, panhia de teatro “A Turma”, será continuado
gicas e com os seus serviços educativos, com quem fazemos um espectáculo muito o projecto “Obra Madrasta”, uma plataforma
tendo inclusivamente feito a minha tese de aulas de Dança Contemporânea. Temos interessante, que integra os nossos baila- de sinergias na área das artes performativas
licenciatura sobre este mesmo tema. Dou uma equipa fantástica de professores, onde rinos, um coro de 150 vozes e 70 músicos do qual a Academia é parceira. Está, igual-
aulas de ballet clássico e contemporâneo se incluem dois ex-bailarinos de clássico, em palco, com efeitos pirotécnicos. A juntar mente, a ser desenvolvida a Dança Criativa
desde os 19 anos, sempre em paralelo com excelentes professores e uma diversifica- a esta realidade, o sucesso da participação aplicada à interpretação de conceitos dos
a Antropologia”, revela a directora da ADM. da bolsa de formadores e colaboradores, no Concurso Internacional de Dança, Dan- currículos escolares e em Dezembro deste
Um dia partiu para Londres, onde tirou o onde se inclui uma professora de Pilates, çarte, onde arrecadámos medalhas de ouro ano será reposto o espectáculo “Pedro e o
mestrado em Ciência da Dança, uma área, ex-bailarina da Gulbenkian. Conseguimos nas categorias de solista masculino, dueto, Lobo”, no Teatro Constatino Nery, em Ma-
como sublinha, “pouco explorada em Por- desenvolver actividades com alunos dos 4 e melhor grupo de dança contemporânea tosinhos.IA
tugal mas em franco desenvolvimento nos aos 80 anos”. Um dos desafios com que
países anglo-saxónicos” e que se destinava se confronta a directora da ADM é o facto
a ser integrada no doutoramento, enqua- de muitos dos alunos quererem ser bai-
drado já na área da museologia - outra das larinos, o que “tem tanto de interessante,
paixões. “Não tinha em mente abrir uma como de assustador”, confessa, dado que
escola, embora conhecesse as pessoas que “o panorama em Portugal não está mui-
estavam à frente do projecto anterior. Sou- to fácil para quem quer fazer carreira”. Há
be da necessidade de estas venderem o es- muitos alunos que vão para o estrangeiro
paço e decidi que avançaria. Encaro a Aca- procurar trabalho e desenvolver ainda mais
demia de Dança de Matosinhos como um as suas competências, mas é na captação
serviço educativo onde se explora a educa- e retenção de talento que assenta a es-
ção formal e não formal, sendo um projecto tratégia idealizada pela directora da ADM:
bastante mais abrangente que uma simples “Um dos nossos objectivos, a longo prazo,
escola de dança”, afirma Diana Amaral. A é criar uma companhia de dança. Neste
directora da Academia de Dança de Matosi- momento, propomos formação integral,
nhos concretiza que o Museu da Dança que aproximada ao ensino vocacional, dotando
tem em mente seria, “mais do que um re- todos os alunos de bases suficientes para
positório de elementos alusivos a esta arte poderem vir a ser bailarinos profissionais se
performativa, um empreendimento mul- assim o desejarem. Cremos que a dança é
tidisciplinar, interactivo e dinâmico muito uma actividade muito enriquecedora, por-
ligado à ciência e à saúde, à luz dos desa- que exige disciplina, concentração, dedi-
fios inerentes ao estatuto de alta competi- cação e espírito de sacrifício. Na Academia
ção que os bailarinos profissionais detêm”. o sucesso só é alcançado por quem quiser
A ADM desenvolve actividades formativas trabalhar, porque aqui não damos apenas
de cariz permanente, formuladas conso- aulas de dança, damos aulas para a vida”.
ante a idade, e de cariz temporário, onde Os protocolos institucionais e a aprendi-
se incluem ‘workshops’ e ‘masterclasses’. zagem por objectivos são duas realidades
“A oferta formativa vai desde o ballet clás- bem patentes na ADM. Em termos pedagó-
sico, à dança contemporânea, passando gicos seguimos o método inglês da Imperial
pela barra no solo e pelas danças africanas Society of Teachers of Dance, e em paralelo
e orientais. Temos aulas de ballet clássico o método Russo, pois consideramos que a
para adultos, dinamizamos aulas de dança conjugação dos dois métodos é mais eficaz
para seniores e vamos propor o ‘bollywood’ na preparação e treino de potenciais baila-
este ano”, afirma Diana Amaral, anuncian- rinos”, conta Diana Amaral.
do uma questão estrutural da Academia de São fomentadas, ao longo do ano, diversas
Dança de Matosinhos: “Temos por base o parcerias com grupos performativos, no
ballet clássico, porque consideramos que é âmbito das artes cénicas, em contexto de
o instrumento fundamental no treino e pre- eventos, cuja intersecção de conhecimen-
paração de qualquer bailarino. A partir da tos é fundamental”, assegura a directora.
adolescência, os alunos podem optar pelas “Participamos sempre nas iniciativas que