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EIXO TEMÁTICO I: HISTÓRIA DE VIDA, DIVERSIDADE POPULACIONAL E MIGRAÇÕES
                 Tema 1: Histórias de vida, diversidade populacional (étnica, cultural, regional e social) e migrações locais,
                         regionais e intercontinentais
            Sub-tema 1: Transformações econômicas, diversidade populacional e migrações em Minas Gerais
                Tópico 2: Primeiros povoadores: os ameríndios e suas origens
           Habilidades: 1. Caracterizar e diferenciar os povoadores de origem asiática (mongolóides) e de origem africana
                        (negróides) e confrontar interpretações distintas sobre sua identidade
                        2. Problematizar a distinção entre História e Pré-História




Porque ensinar

O povoamento do continente americano é, ainda hoje, um enigma para os especialistas. A compreensão da evolução, da
dispersão territorial e da adaptação da espécie homo sapiens das diversas partes do planeta – com climas e recursos naturais
variados, ainda intriga muitos especialistas.

O ensino de História da América e do Brasil – herdeiro da tradição européia – tendeu a conceber a evolução dos povos
americanos a partir de um fato específico: a chegada dos europeus na América, a partir do século XV. Assim, o ensino de História
viu-se preso num único esquema explicativo: os povos americanos antes e após a chegada dos europeus. Outras disciplinas vêm,
no entanto, principalmente a partir do início do século XX, desvendando o longo caminho percorrido pela espécie humana até a
efetiva ocupação de grande parte do planeta. Ao que tudo indica foi a espécie homo sapiens que teria surgido no continente
africano e, a partir daí, migrado para outras partes do globo. O estudo das teorias migratórias da espécie humana, bem com sua
diversidade, pode contribuir para romper com a visão eurocêntrica presente no ensino de História. Por outro lado, as opiniões
divergentes entre especialistas e mesmo as teorias excludentes ou concorrentes, podem ser de grande valia para que os alunos
levantem hipóteses a partir de indícios dos especialistas.

Condições prévias para ensinar

Esse tópico não exige conhecimentos prévios. É importante, no entanto, que o professor utilize-se de mapas, de fotos e outros
recursos que tornem o assunto mais próximo dos alunos.

O que ensinar

São várias as opções de estudo desse tópico. Sugere-se o estudo se inicie de um modo mais generalista, como o estudo das
teorias que explicam a chegada do homem à América. Posteriormente, o professor pode estudar os achados dos arqueólogos
brasileiros que revelem aspectos do homem que viveu no América do Sul.

Como ensinar

Antes de trabalhar com o roteiro, projete o texto referente a cada teoria no quadro. Peça, primeiramente que os alunos leiam
silenciosamente. Num segundo momento, leia em voz alta para a turma. A leitura de cada teoria deve ser precedida de sua
análise (roteiro de trabalho). NÃO se deve ler todas as teorias juntas para só depois começar o trabalho de análise.


  Teoria de Clóvis

  “Em 1929, um adolescente chamado Ridgely Whiteman escreveu ao Instituto Smithsonian contando que vinha encontrando
  uma série de peças misteriosas perto da cidadezinha de Clóvis, no Novo México. Essas peças, ou lascas pontudas, acabaram
  sendo achadas também em antigas escavações na América do Norte. A partir dessas pedras (provavelmente utilizadas com
  instrumentos de caça), surgiu a primeira grande teoria sobre a chegada do homem à América, a chamada teoria de Clóvis.
  Segundo essa teoria, a espécie homo sapiens teria chegado à América pela Sibéria (perto da atual Rússia), passando pelo
  estreito de Bering e atravessando um corredor livre do gelo, chegando assim ao sul. Utilizando-se da tecnologia de datação
  do carbono 14, admitiu-se que o homem teria chegado à América há cerca de 13,5 mil anos atrás.”
Ponta de flecha tipo Clóvis
                                           Fonte: Reprodução do catálogo da Mostra
                                               do Redescobrimento Brasil + 500


• Roteiro de estudo para orientação do professor

1. O que Ridgely Whiteman encontrou? Quando? Onde?

2. Qual é a teoria conhecida como teoria de Clóvis? Ao que ela se refere? O que ela diz?

3. O que, na visão do aluno, poderiam ser essas peças? Para que poderiam servir? Lembre-os de que essas peças existiram
milhares de anos atrás, contextualize e deixe que eles levantem hipóteses.

4. Projete um mapa-múndi no quadro sem nomes de países, cidades e outros destacados. Peça a um aluno para que vá ao
quadro e identifique no mapa as localizações geográficas apontadas no texto (Novo México, América do Norte, Sibéria, Estreito de
Bering). Os colegas da turma poderão ajudá-lo sem, contudo, sair de seus lugares, apenas direcionando-o com gestos e palavras.
Peça para que outro aluno vá ao quadro e, sobre a localização dos achados, desenhe as peças pontudas. O aluno poderá,
novamente ser ajudado pela turma, mas da mesma forma que anteriormente.

5. Peça para que um terceiro aluno trace no mapa a rota seguida pelos homens para se chegar a América, segundo a teoria de
Clóvis. A ajuda dos colegas deve, mais uma vez ser apenas verbal e gestual. Depois de traçada a rota pelo aluno, compare com o
traçado do mapa para auxílio do professor que será disponibilizado logo abaixo.

6. Pergunte à turma o que a descoberta dessas peças possibilitou. Qual sua relação com a teoria de Clóvis? Explique ao aluno
qual foi o raciocínio para se chegar à teoria.

7. Saber qual a época aproximada das peças foi fundamental para construir a teoria. A partir da datação chegou-se à conclusão
que o homem teria chegado à América há cerca de 13,5 mil anos atrás. Como foi possível saber que se tratava de peças
muitíssimo antigas? Explique ao aluno o que é “carbono 14” e a importância do processo de desenvolvimento tecnológico para a
construção de explicações como essas.

8. Reforce com os alunos a data em que foram descobertas as peças. Pergunte qual foi o século. Levante a seguinte questão: se
essas peças fossem descobertas no século XVII ou XVIII elas poderiam ser datadas? Por que? Essa descoberta teria, então, o
mesmo significado nesses séculos que teve no século XX? Por que?

9. Quem descobriu as peças? Podemos deduzir qual foi a maneira?


  Teoria da rota costeira pelo Oceano Pacífico

  James Dixon, arqueólogo, sugere que além dos povos que se deslocaram a pé da Ásia à América do Norte (caminho sugerido
  pelo teoria de Clóvis), outros fizeram o caminho em barcos, contornando as geleiras. Essa hipótese foi levantada com base
  em achados recentes. Na Ilha de Prince of Wales na costa do Oceano Pacífico, foi encontrado um esqueleto humano de
  cerca de 10,5 mil anos. Testes revelaram que esse homem alimentava-se basicamente de frutos do mar. Indícios parecidos
  foram encontrados em outras regiões da costa do Pacifico, na América do Norte.


• Roteiro de estudo para orientação do professor

1. Pergunte à turma quem é James Dixon. Pergunte, em seguida, o que faz um arqueólogo.

2. Pergunte aos alunos qual foi a descoberta realizada na Ilha de Prince of Wales, na costa do Oceano Pacífico.

3. Pergunte, também, de que forma os achados da Ilha e, também, de outras regiões da costa do pacífico são tratados pelo texto.
(como indícios). Pergunte, então o que são indícios. Em seguida, levante a seguinte questão: o que significa dizer que esses
achados são indícios?
4. Localize, no mapa projetado, a região aproximada da Ilha de Wales. Peça para que um aluno vá ao quadro e localize o Oceano
Pacífico, suas costas e a América do Norte.

5. Pergunte à turma qual é a teoria de Dixon. Pergunte, em seguida, qual a implicação de se dizer que outros povos fizeram o
caminho em barcos, contornando as geleiras. Eles precisariam de um nível muito maior de desenvolvimento técnico para tal
façanha, o que não seria tão necessário se os povos tivessem apenas caminhado.


  Teoria de migração atlântica

  Em fins dos anos 1990 foram encontradas na região da Virgínia, peças que variam de 10 a 18 mil anos. Arqueólogos
  acreditam que os instrumentos encontrados em no sítio conhecido com Cactus Hill se parecem com os do sudeste da Europa.

  Pouco depois, especialistas realizaram testes com o esqueleto de um homem encontrado no Alasca. Esses testes revelaram
  que esse homem tinha uma dieta à base de peixes e frutos do mar. A partir desses indícios, os especialistas passaram a
  duvidar da teoria de Clóvis e sugeriram que os primeiros migrantes americanos poderiam ter cruzado o oceano Atlântico. A
  migração teria ocorrido pela costa européia, passando pela Groelândia até chegar ao litoral atlântico do atual Estados Unidos.
  A partir daí foi possível chegar até a América do Sul.


• Roteiro de estudo para orientação do professor

1. Pergunte aos alunos: o que diz a teoria conhecida como “Teoria da migração atlântica”? De qual teoria essa discorda e do que
ela discorda?

2. Peça para que um aluno vá ao quadro e identifique no mapa a região da Virgínia/EUA, o sudeste da Europa, o Alasca e o
Oceânico Atlântico. A turma poderá ajudá-lo seguindo o mesmo princípio dos exercícios anteriores.

3. Peça para que outro aluno vá ao quadro e tente traçar a rota descrita pela teoria. Compare, em seguida o desenho feito pelo
aluno com o do mapa modelo.

4. A partir do texto, peça aos alunos que respondam a seguinte questão: a partir de quais indícios os estudiosos construíram essa
teoria?

• Mapa-múndi com traçados modelos para auxílio do professor:
• Aspectos do homem americano

Disponibilize para os alunos os textos e a imagem abaixo:


  “Segundo antropólogos físicos, os humanos encontrados nos sítios arqueológicos brasileiros, mesmo sendo todos
  da espécie Homo Sapiens, não teriam aparência uniforme. Os mais antigos - anteriores a 8 mil anos podem ter tido
  feições ‘negróides’, ou negróides-australianos’ –, como a Luzia, encontrada na região de Lagoa Santa (MG) que teria
  existido entre 11 mil e 11,5 mil anos atrás. As populações posteriores a 8 mil anos atrás, incluindo os índios
  conhecidos no continente, têm feições reconhecidamente mongolóides. Para identificar uma ou outra categoria, os
  especialistas analisam, principalmente, os ossos da cabeça. Ao supormos que os primeiros povoadores tinham
  feições negróides, não estamos afirmando que eles tenham vindo da África, do sul da Ásia ou da Oceania, onde as
  populações negróides predominavam, e que só os povoadores posteriores tenham vindo do leste da Ásia, hoje
  predominantemente mongolóide. Todos teriam vindo do continente asiático, pela região do estreito de Bering, já
  biologicamente diferenciados em negróides e mongolóides antes da migração.”

  (Pedro Ignácio Schmitz, Como viviam os primeiros brasileiros. Revista Ciência Hoje, dezembro de 2004. texto
  adaptado




O crânio ao lado foi achado na região de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, em 1975. Seu nome é Luzia,
homenagem ao local do achado e por se tratar – segundo especialistas – de um crânio de uma mulher. Com base na análise do
crânio e a reconstituição do rosto desse esqueleto, os especialistas concluíram tratar-se um negróide (cuja origem é o continente
africano). Essa descoberta pôs em dúvida a origem do primeiro homem brasileiro. Até então, acreditava-se que os primeiros
habitantes eram de origem mongolóide, que tem feições semelhantes às do indígena brasileiro. Luzia teria andado pelo interior de
território do atual estado de Minas Gerais a cerca de 13,5 mil anos.

• Orientações: as informação e imagens acima permitem por em dúvida a origem dos primeiros habitantes do território brasileiro.
Com base nessas informações peça aos alunos para que imaginem que são jornalistas e que lhes foi encomendada uma matéria
(de jornal ou revista, eles podem escolher), sobre a origem do homem americano. A matéria pode ser produzida em dupla.
Bibliografia:

Revista National Geographic Brasil de dezembro de 2000.
Revista Ciência Hoje, de dezembro de 2004.

Sites:

www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/arq02.shtml - 35k
www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/mae/mae-indaf.html


Orientação Pedagógica: Primeiro povoadores: os ameríndios e suas origens
Currículo Básico Comum - História Ensino Fundamental
Autor(a): Raphael Rocha Almeida e Simone Calil Ramos
Centro de Referência Virtual do Professor - SEE-MG/2005

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História dos primeiros povoadores da América

  • 1. EIXO TEMÁTICO I: HISTÓRIA DE VIDA, DIVERSIDADE POPULACIONAL E MIGRAÇÕES Tema 1: Histórias de vida, diversidade populacional (étnica, cultural, regional e social) e migrações locais, regionais e intercontinentais Sub-tema 1: Transformações econômicas, diversidade populacional e migrações em Minas Gerais Tópico 2: Primeiros povoadores: os ameríndios e suas origens Habilidades: 1. Caracterizar e diferenciar os povoadores de origem asiática (mongolóides) e de origem africana (negróides) e confrontar interpretações distintas sobre sua identidade 2. Problematizar a distinção entre História e Pré-História Porque ensinar O povoamento do continente americano é, ainda hoje, um enigma para os especialistas. A compreensão da evolução, da dispersão territorial e da adaptação da espécie homo sapiens das diversas partes do planeta – com climas e recursos naturais variados, ainda intriga muitos especialistas. O ensino de História da América e do Brasil – herdeiro da tradição européia – tendeu a conceber a evolução dos povos americanos a partir de um fato específico: a chegada dos europeus na América, a partir do século XV. Assim, o ensino de História viu-se preso num único esquema explicativo: os povos americanos antes e após a chegada dos europeus. Outras disciplinas vêm, no entanto, principalmente a partir do início do século XX, desvendando o longo caminho percorrido pela espécie humana até a efetiva ocupação de grande parte do planeta. Ao que tudo indica foi a espécie homo sapiens que teria surgido no continente africano e, a partir daí, migrado para outras partes do globo. O estudo das teorias migratórias da espécie humana, bem com sua diversidade, pode contribuir para romper com a visão eurocêntrica presente no ensino de História. Por outro lado, as opiniões divergentes entre especialistas e mesmo as teorias excludentes ou concorrentes, podem ser de grande valia para que os alunos levantem hipóteses a partir de indícios dos especialistas. Condições prévias para ensinar Esse tópico não exige conhecimentos prévios. É importante, no entanto, que o professor utilize-se de mapas, de fotos e outros recursos que tornem o assunto mais próximo dos alunos. O que ensinar São várias as opções de estudo desse tópico. Sugere-se o estudo se inicie de um modo mais generalista, como o estudo das teorias que explicam a chegada do homem à América. Posteriormente, o professor pode estudar os achados dos arqueólogos brasileiros que revelem aspectos do homem que viveu no América do Sul. Como ensinar Antes de trabalhar com o roteiro, projete o texto referente a cada teoria no quadro. Peça, primeiramente que os alunos leiam silenciosamente. Num segundo momento, leia em voz alta para a turma. A leitura de cada teoria deve ser precedida de sua análise (roteiro de trabalho). NÃO se deve ler todas as teorias juntas para só depois começar o trabalho de análise. Teoria de Clóvis “Em 1929, um adolescente chamado Ridgely Whiteman escreveu ao Instituto Smithsonian contando que vinha encontrando uma série de peças misteriosas perto da cidadezinha de Clóvis, no Novo México. Essas peças, ou lascas pontudas, acabaram sendo achadas também em antigas escavações na América do Norte. A partir dessas pedras (provavelmente utilizadas com instrumentos de caça), surgiu a primeira grande teoria sobre a chegada do homem à América, a chamada teoria de Clóvis. Segundo essa teoria, a espécie homo sapiens teria chegado à América pela Sibéria (perto da atual Rússia), passando pelo estreito de Bering e atravessando um corredor livre do gelo, chegando assim ao sul. Utilizando-se da tecnologia de datação do carbono 14, admitiu-se que o homem teria chegado à América há cerca de 13,5 mil anos atrás.”
  • 2. Ponta de flecha tipo Clóvis Fonte: Reprodução do catálogo da Mostra do Redescobrimento Brasil + 500 • Roteiro de estudo para orientação do professor 1. O que Ridgely Whiteman encontrou? Quando? Onde? 2. Qual é a teoria conhecida como teoria de Clóvis? Ao que ela se refere? O que ela diz? 3. O que, na visão do aluno, poderiam ser essas peças? Para que poderiam servir? Lembre-os de que essas peças existiram milhares de anos atrás, contextualize e deixe que eles levantem hipóteses. 4. Projete um mapa-múndi no quadro sem nomes de países, cidades e outros destacados. Peça a um aluno para que vá ao quadro e identifique no mapa as localizações geográficas apontadas no texto (Novo México, América do Norte, Sibéria, Estreito de Bering). Os colegas da turma poderão ajudá-lo sem, contudo, sair de seus lugares, apenas direcionando-o com gestos e palavras. Peça para que outro aluno vá ao quadro e, sobre a localização dos achados, desenhe as peças pontudas. O aluno poderá, novamente ser ajudado pela turma, mas da mesma forma que anteriormente. 5. Peça para que um terceiro aluno trace no mapa a rota seguida pelos homens para se chegar a América, segundo a teoria de Clóvis. A ajuda dos colegas deve, mais uma vez ser apenas verbal e gestual. Depois de traçada a rota pelo aluno, compare com o traçado do mapa para auxílio do professor que será disponibilizado logo abaixo. 6. Pergunte à turma o que a descoberta dessas peças possibilitou. Qual sua relação com a teoria de Clóvis? Explique ao aluno qual foi o raciocínio para se chegar à teoria. 7. Saber qual a época aproximada das peças foi fundamental para construir a teoria. A partir da datação chegou-se à conclusão que o homem teria chegado à América há cerca de 13,5 mil anos atrás. Como foi possível saber que se tratava de peças muitíssimo antigas? Explique ao aluno o que é “carbono 14” e a importância do processo de desenvolvimento tecnológico para a construção de explicações como essas. 8. Reforce com os alunos a data em que foram descobertas as peças. Pergunte qual foi o século. Levante a seguinte questão: se essas peças fossem descobertas no século XVII ou XVIII elas poderiam ser datadas? Por que? Essa descoberta teria, então, o mesmo significado nesses séculos que teve no século XX? Por que? 9. Quem descobriu as peças? Podemos deduzir qual foi a maneira? Teoria da rota costeira pelo Oceano Pacífico James Dixon, arqueólogo, sugere que além dos povos que se deslocaram a pé da Ásia à América do Norte (caminho sugerido pelo teoria de Clóvis), outros fizeram o caminho em barcos, contornando as geleiras. Essa hipótese foi levantada com base em achados recentes. Na Ilha de Prince of Wales na costa do Oceano Pacífico, foi encontrado um esqueleto humano de cerca de 10,5 mil anos. Testes revelaram que esse homem alimentava-se basicamente de frutos do mar. Indícios parecidos foram encontrados em outras regiões da costa do Pacifico, na América do Norte. • Roteiro de estudo para orientação do professor 1. Pergunte à turma quem é James Dixon. Pergunte, em seguida, o que faz um arqueólogo. 2. Pergunte aos alunos qual foi a descoberta realizada na Ilha de Prince of Wales, na costa do Oceano Pacífico. 3. Pergunte, também, de que forma os achados da Ilha e, também, de outras regiões da costa do pacífico são tratados pelo texto. (como indícios). Pergunte, então o que são indícios. Em seguida, levante a seguinte questão: o que significa dizer que esses achados são indícios?
  • 3. 4. Localize, no mapa projetado, a região aproximada da Ilha de Wales. Peça para que um aluno vá ao quadro e localize o Oceano Pacífico, suas costas e a América do Norte. 5. Pergunte à turma qual é a teoria de Dixon. Pergunte, em seguida, qual a implicação de se dizer que outros povos fizeram o caminho em barcos, contornando as geleiras. Eles precisariam de um nível muito maior de desenvolvimento técnico para tal façanha, o que não seria tão necessário se os povos tivessem apenas caminhado. Teoria de migração atlântica Em fins dos anos 1990 foram encontradas na região da Virgínia, peças que variam de 10 a 18 mil anos. Arqueólogos acreditam que os instrumentos encontrados em no sítio conhecido com Cactus Hill se parecem com os do sudeste da Europa. Pouco depois, especialistas realizaram testes com o esqueleto de um homem encontrado no Alasca. Esses testes revelaram que esse homem tinha uma dieta à base de peixes e frutos do mar. A partir desses indícios, os especialistas passaram a duvidar da teoria de Clóvis e sugeriram que os primeiros migrantes americanos poderiam ter cruzado o oceano Atlântico. A migração teria ocorrido pela costa européia, passando pela Groelândia até chegar ao litoral atlântico do atual Estados Unidos. A partir daí foi possível chegar até a América do Sul. • Roteiro de estudo para orientação do professor 1. Pergunte aos alunos: o que diz a teoria conhecida como “Teoria da migração atlântica”? De qual teoria essa discorda e do que ela discorda? 2. Peça para que um aluno vá ao quadro e identifique no mapa a região da Virgínia/EUA, o sudeste da Europa, o Alasca e o Oceânico Atlântico. A turma poderá ajudá-lo seguindo o mesmo princípio dos exercícios anteriores. 3. Peça para que outro aluno vá ao quadro e tente traçar a rota descrita pela teoria. Compare, em seguida o desenho feito pelo aluno com o do mapa modelo. 4. A partir do texto, peça aos alunos que respondam a seguinte questão: a partir de quais indícios os estudiosos construíram essa teoria? • Mapa-múndi com traçados modelos para auxílio do professor:
  • 4. • Aspectos do homem americano Disponibilize para os alunos os textos e a imagem abaixo: “Segundo antropólogos físicos, os humanos encontrados nos sítios arqueológicos brasileiros, mesmo sendo todos da espécie Homo Sapiens, não teriam aparência uniforme. Os mais antigos - anteriores a 8 mil anos podem ter tido feições ‘negróides’, ou negróides-australianos’ –, como a Luzia, encontrada na região de Lagoa Santa (MG) que teria existido entre 11 mil e 11,5 mil anos atrás. As populações posteriores a 8 mil anos atrás, incluindo os índios conhecidos no continente, têm feições reconhecidamente mongolóides. Para identificar uma ou outra categoria, os especialistas analisam, principalmente, os ossos da cabeça. Ao supormos que os primeiros povoadores tinham feições negróides, não estamos afirmando que eles tenham vindo da África, do sul da Ásia ou da Oceania, onde as populações negróides predominavam, e que só os povoadores posteriores tenham vindo do leste da Ásia, hoje predominantemente mongolóide. Todos teriam vindo do continente asiático, pela região do estreito de Bering, já biologicamente diferenciados em negróides e mongolóides antes da migração.” (Pedro Ignácio Schmitz, Como viviam os primeiros brasileiros. Revista Ciência Hoje, dezembro de 2004. texto adaptado O crânio ao lado foi achado na região de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, em 1975. Seu nome é Luzia, homenagem ao local do achado e por se tratar – segundo especialistas – de um crânio de uma mulher. Com base na análise do crânio e a reconstituição do rosto desse esqueleto, os especialistas concluíram tratar-se um negróide (cuja origem é o continente africano). Essa descoberta pôs em dúvida a origem do primeiro homem brasileiro. Até então, acreditava-se que os primeiros habitantes eram de origem mongolóide, que tem feições semelhantes às do indígena brasileiro. Luzia teria andado pelo interior de território do atual estado de Minas Gerais a cerca de 13,5 mil anos. • Orientações: as informação e imagens acima permitem por em dúvida a origem dos primeiros habitantes do território brasileiro. Com base nessas informações peça aos alunos para que imaginem que são jornalistas e que lhes foi encomendada uma matéria (de jornal ou revista, eles podem escolher), sobre a origem do homem americano. A matéria pode ser produzida em dupla.
  • 5. Bibliografia: Revista National Geographic Brasil de dezembro de 2000. Revista Ciência Hoje, de dezembro de 2004. Sites: www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/arq02.shtml - 35k www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/mae/mae-indaf.html Orientação Pedagógica: Primeiro povoadores: os ameríndios e suas origens Currículo Básico Comum - História Ensino Fundamental Autor(a): Raphael Rocha Almeida e Simone Calil Ramos Centro de Referência Virtual do Professor - SEE-MG/2005