O documento discute as origens e propriedades de vários tipos de incenso segundo tradições antigas. Ele descreve a origem e história do sândalo, jasmim, estoraque, mástique, açafrão, mirra e benjoim. Também fornece uma receita e instruções para preparar um incenso misturando esses ingredientes.
2. As conexões mágicas dos perfumes a estados de consciência foram
originados dos antigos egípcios, dos alquimistas árabes, de cerimônias
gregas, dos hindus e budistas e de outras culturas. Eles perceberam
que os aromas tinham o poder de evocar uma experiência dos planos
mais sutis quando corretamente empregados. Os egípcios eram muito
experientes na manufatura e uso do incenso e conduziam a composição
dos mesmos com verdadeira arte. Os ingredientes eram misturados
num ritual secreto, acompanhado pela entoação de textos sagrados. As
árvores eram consideradas sagradas e, durante o período de poda ou
coleta da resina, os homens deviam abster-se de contatos sexuais ou
com a morte.
ORIGEM, HISTÓRIA E PROPRIEDADES.
SÂNDALO (Santalum Alba) Originário do leste da Índia. Madeira
aromática muito doce e suave. É comercializada em lascas de madeira
ou em pó. Cultivada na Índia há milhares de anos e mencionado nas
Obras Védicas mais antigas (séc. V A.C). Na forma sólida seu cheiro
dura anos, o que faz do sândalo uma mercadoria valiosa. Por ser imune
ao ataque de cupins foi muito usado para construir portões e templos
na Índia. Acredita-se que tem o poder de purificar o corpo e a alma.
JASMIM (Jasminum Officinali) Originário da Índia; é cultivado hoje na
França, Itália e China. É considerado o segundo aroma mais popular,
perdendo apenas para a rosa. Os Persas plantavam-no em seus
maravilhosos jardins cultuando-a como flor sagrada. Os chineses
usavam-no para purificar o quarto da atmosfera opressiva que envolvia
o doente. Bolotas de jasmim maceradas e misturadas com mel eram
oferecidas a convidados para que readquirissem a sobriedade.
ESTORAQUE (Liquidambar Orientalis) Árvore nativa da Ásia menor.
Seu produto odorífero é uma goma resina que para ser extraída não se
derruba a árvore, e sim, remove-se a casca e fazem-se incisões. Perfume
muito valorizado na antiguidade, o STÓRAX era queimado nos templos
como incenso, e era recomendado para perfumar ambientes.
MÁSTIQUE (Pistácia Lentiscus) Arbusto nativo da Costa Mediterrânea,
Síria e Espanha. Óleo resina natural que é extraído através de incisões
na casca, e se solidifica em pequenos glóbulos opacos brancos ou
amarelo pálido, do tamanho da ervilha. Seu uso e muito antigo e
mencionado no Gênese como bálsamo. Os judeus davam-no a seus
filhos para “mastigar”, a fim de fortalecer os dentes e gengivas. Por isso
acredita-se que essa é a origem da palavra mastigar.
3. AÇAFRÃO (Crocus Sativus) Pode ser substituído por URUCUM.
Originário do oeste da Ásia Menor. Cultivado na Espanha, Turquia,
Grécia, Pérsia. É retirado do estigma seco da flor CROCUS SATIVUS e é
uma das matérias-primas mais caras. São necessários 60.000 estigmas
de flores para produzir 500g de açafrão. Era usado como corante na
Ásia Oriental, onde se considerava sua cor amarela o símbolo da
perfeição, pois sua cor de ouro tem relação com a sabedoria. É também
a cor das vestes dos monges budistas. O açafrão europeu não é
cultivado no Brasil, onde praticamente só aparece como tempero
importado nos grandes mercados, o que encarece muito seu preço.
MIRRA (Commiphora Myrrha) Originária da Somália, Etiópia, Sudão,
sul da Arábia. Os primeiros registros da Mirra remontam 3.700 anos.
Seu nome deriva da palavra árabe “MIRR” que quer dizer amargo.
Perfume escolhido pelos reis magos como um dos presentes para o
menino Jesus. Era usado na fabricação de incensos, cosméticos,
perfumes, remédios e empregado no embalsamamento. Antigamente,
em muitos países que sofriam de falta de água, as pessoas, não
podendo tomar tantos banhos quantos gostariam, penduravam mirra
no pescoço e o calor do corpo fazia com que a fragrância se dissipasse.
Na Arábia, a mirra ainda é coletada como no tempo de Salomão,
penteando os bodes que se alimentam do arbusto e que, assim, ficam
com a exsudação presa na barba. Gregos * mirra + vinho = sobriedade.
BENJOIM (Styrax Tonkinensis) Originário da Tailândia, Sumatra e
colhido através de incisões nas árvores que já atingiram pelo menos 6
anos. É usado como incenso em cultos budistas e hindus. Em
cerimônias religiosas, as mulheres muçulmanas queimam incensos
preparados com benjoim, madeira de aloé, sândalo e patchuli. Elas
acreditam que essa mistura, quando queimada aos pés do morto, ajuda
a alma a se elevar aos céus.
ALFAZEMA (Lavândula Officinalis) Originária das regiões meridionais
da Europa e África, centro e sul de Portugal. A denominação Lavândula
Officinalis deriva do latim LAVARE que significa lavar. Era a erva para
banho, preferida pelos Gregos e Romanos na antiguidade. Na medicina
antiga se empregava com o tônico do sistema nervoso e
antiespasmódico.
ALECRIM (Rosmarinus Officinalis) Cultivado em regiões do
mediterrâneo foi introduzido no Brasil pelos colonizadores. Seu nome
científico deriva do fato de que suas folhas parecem recobertas de uma
poeira branca, como rocio (orvalho), e porque tem preferência pelas
regiões expostas à atmosfera marinha = rosa marinha. Acredita-se
também que ALECRIM possa significar ALEGRIA. O verde de suas
hastes era considerado um símbolo da imortalidade, por isso, no norte
da França costuma-se colocar um ramo de alecrim nas mãos do morto e
depois plantá-lo sobre o seu túmulo. Afirmam os clarividentes, que é a
única planta que apresenta em sua aura todas as cores do espectro
solar, o que lhe dá uma personalidade única.
4. INCENSO (Boswellia) OLÍBANO Originário do Oriente médio, África e
Índia. Goma resina obtida da árvore através de incisão profunda O
incenso é vendido em glóbulos ovais e semi opacos e grumos irregulares
cobertos de pó branco. É diversas vezes mencionado na Bíblia. Os
Egípcios empregavam-no em cerimônias religiosas, mas não no
processo de embalsamamento. Também se queimava Olíbano nos
altares gregos. É O 8º E SINTESE DOS SETE PERFUMES
RECEITA E PREPARAÇÃO DO INCENSO
CIDADE PERFUME PORÇÃO PESO
Pouso Alto Sândalo 1 30g
Itanhandú Jasmim 2 60g
Carmo de Minas Estoraque 1/2 1/2 frasco
Maria da Fé Mástique 1 30g
São Tomé Letras Açafrão ou Urucum 1 30g
Conceição Rio Verde Mirra, Benjoim 2 60g
ou Alfazema
Aiuruóca Alecrim 2 60g
São Lourenço 8° Incenso
Utensílios: Moedor de especiarias
Bacia nova
Pedra, martelo ou pilão
Pano de prato novo
Pote novo ou devidamente esterilizado e seco
Você não vai encontrar Mástique e Sândalo; o Jasmim não é para ser
queimado, portanto esses perfumes deverão ser substituídos por
Incenso (8°), mas mantenha as porções originais.
Moer o Urucum, o Alecrim e a Mirra ou Benjoim ou Alfazema. Triturar o
incenso e misturar tudo. Por último acrescente o Stórax (resina líquida
densa) que deve ser misturada muito bem para dissolver os
“gruminhos” que se formam.
DROGA HERVAS
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5. A MENSAGEM DOS 7 PERFUMES
Arde o lenho em sagrada pira para receber em seu augusto seio 7
perfumes que, aos poucos se transformam aos céus se erguendo em
espiral de aroma delicado, unindo, em fraternal amplexo, o saber, a
beleza e a bondade a que todo ser humano tem direito, quando em seu
peito a pureza se abriga para poder régia relíquia resguardar e a
suprema ventura conquistar de um dia, à sublimação poder chegar!
Sete estágios de valor sem par, que ao alcance estão de todos nós,
desde, o segredo da esfinge decifrando, querer, saber, ousar, calar,
saibamos! Mas... Até que a humanidade, por si só, descubra essa
verdade, que proféticas vozes não cessam de clamar, os sete perfumes...
Na sagrada pira continuam a ser queimados...
Muriel