O documento discute o escândalo da manipulação da taxa Libor pelos bancos entre 2005-2009. A Libor é a taxa de juros interbancária que influencia transações de €567 trilhões. Vários bancos como o Barclays manipularam artificialmente as taxas para lucrar bilhões. Isso teve grandes impactos econômicos e sociais em diversos países.
Índice
1 - O papel dos Estados na crise
2 – O regresso do deficit
3 - A miserável gestão PS/PSD das contas públicas
3.1 – A dívida pública
3.2 – O PIB e a economia paralela
3.3 – Repartição do rendimento
3.4 – Apoios aos empresários
a. Ajudas do Estado às empresas
b. As parcerias público-privado
c. QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional
d. Os apoios anti-crise
e. Convites ao incumprimento fiscal e contributivo
f. Prescrições de dívida
g. Anulações
h. Os benefícios fiscais
i. A dívida fiscal e de contribuições para a Segurança Social
3.5 - Privatizações
4 - Quadro-síntese
Cointimes Report - Relatório mensal de dezembroCointimes News
O Cointimes Report é o nosso novo modelo de relatórios que têm o objetivo de trazer informações que sejam relevantes para o mercado. Reunimos nele informações sobre o mercado brasileiro e internacional de Criptomoedas, Bovespa, Renda Variável, Dólar e indicadores econômicos importantes para definir seus investimentos
Cointimes Report - Relatório mensal de dezembroCointimes News
O Cointimes Report é o nosso novo modelo de relatórios que têm o objetivo de trazer informações que sejam relevantes para o mercado. Reunimos (nele) informações sobre o mercado brasileiro e internacional de Criptomoedas, Bovespa, Renda Variável, Dólar e indicadores econômicos importantes para definir seus investimentos.
Índice
1 - O papel dos Estados na crise
2 – O regresso do deficit
3 - A miserável gestão PS/PSD das contas públicas
3.1 – A dívida pública
3.2 – O PIB e a economia paralela
3.3 – Repartição do rendimento
3.4 – Apoios aos empresários
a. Ajudas do Estado às empresas
b. As parcerias público-privado
c. QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional
d. Os apoios anti-crise
e. Convites ao incumprimento fiscal e contributivo
f. Prescrições de dívida
g. Anulações
h. Os benefícios fiscais
i. A dívida fiscal e de contribuições para a Segurança Social
3.5 - Privatizações
4 - Quadro-síntese
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O Cointimes Report é o nosso novo modelo de relatórios que têm o objetivo de trazer informações que sejam relevantes para o mercado. Reunimos nele informações sobre o mercado brasileiro e internacional de Criptomoedas, Bovespa, Renda Variável, Dólar e indicadores econômicos importantes para definir seus investimentos
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A centralização do capital lança as bases da dominação dos monopólios e dos oligopólios no campo político. Em todos os países, os monopólios e oligopólios capitalistas controlam a atividade dos governantes. Na época atual são as grandes sociedades financeiras que controlam os governos. Em nenhuma potência capitalista pode ser formado um governo contra a vontade dos grandes lobos financeiros. Esse é o verdadeiro controle do Governo, o controle por parte dos bancos, e não o suposto controle por parte dos parlamentos. Os presidentes dos Estados Unidos, por exemplo, são, em regra geral, os instrumentos de um pequeno grupo de monopolistas. É impossível entrar na Casa Branca e governar o Brasil sem o consentimento dos monopólios e oligopólios. Mesmo que os Estados nacionais fortaleçam os bancos estatais de sua propriedade não terão capacidade suficiente para enfrentar os poderosos oligopólios bancários nacionais e internacionais. Diante deste fato só resta aos povos do mundo inteiro atuar politicamente para destruir os oligopólios bancários ou aguardar que as bolhas financeiras arrebentem para erigir uma nova ordem mundial sobre os escombros da débâcle da ditadura financeira dos oligopólios bancários globais.
Os dez anos de crise – ganhadores e perdedoresGRAZIA TANTA
Dez anos depois, as medidas neoliberais, a única coisa que apresentam é um sistema financeiro frágil e uma nova bolha especulativa em crescimento; e o aumento do consagrado PIB mantém-se anémico baseado em salários baixos e no desempenho chinês. Os keynesianos também não brilham como alternativa....
1 - Quem mantém o sistema financeiro à tona?
2 - Um sistema bloqueado e politicamente sem oposição
3 - A lógica neoliberal dominante
4 - O que diz a escolástica economicista?
Seres humanos, servos do sistema financeiroGRAZIA TANTA
1 – A expansão descontrolada do sistema financeiro
2 - O poder e a dimensão do sector financeiro
3 - Os passivos do sector financeiro e a sua evolução
4 - Passivos financeiros e salários mínimos
A crise mundial de 2008 e suas consequências econômicas, sociais e geopolíticasFernando Alcoforado
Este artigo tem por objetivo identificar as causas da crise econômica e financeira mundial de 2008, traçar os cenários econômicos e sociais e as mudanças geopolíticas globais resultantes da crise. A metodologia adotada consistiu na análise de publicações relacionadas com a crise econômica e financeira mundial e seus desdobramentos. O resultado dos estudos indicou que a crise econômica e financeira mundial de 2008 será prolongada e que dela poderá resultar o advento de uma nova ordem mundial , o declínio dos Estados Unidos e a ascensão da China como a maior potência econômica do planeta.
De salvador-à-grécia-o-sistema-da-dívida-pública-salvador-24.11.2015Daniel Pousa
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
Seminário de Pauta 2015 da CSB - É tudo um assunto só...
http://goo.gl/Ha5st0
No dia 24 de novembro de 2015, no auditório da Faculdade de Arquitetura da UFBA, aconteceu a audiência pública “De Salvador à Grécia. O Sistema da Dívida Pública” promovida pela Auditoria Cidadã da Dívida, Câmara Municipal de Salvador, através do mandato do vereador Hilton Coelho (PSOL). Veja e divulgue o vídeo com a intervenção de Maria Lúcia Fattorelli.
Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, é auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento, criado em 2000. Considerada uma das principais especialistas do tema no mundo, participou do processo de autoria da dívida do Equador, em 2008, e mais recentemente na Grécia. Nos dois processos constatou um sistema de corrupção sistêmica, construído a partir de mecanismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI), parlamentos e bancos de todo o mundo.
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
Seminário de Pauta 2015 da CSB - É tudo um assunto só...
http://goo.gl/Ha5st0
repercussões da Crise internacional sobre a Economia Brasileira-Fernando Ferr...Deputado Paulo Rubem - PDT
As repercussões da Crise Internacional sobre a Economia Brasileira. Exposição do professor fernando Ferrari no seminário A Crise Econômica e as Alternativas para o Brasil, promovido pelo Deputado Federal Paulo Rubem.
Semelhante a O GOLPE DA TAXA LÍBOR E AS FALCATRUAS DOS BANCOS NO MERCADO FINANCEIRO MUNDIAL (20)
Os debates sobre a mineração no bioma pampa: conflitos socioambientais entre ...UFPB
Os projetos em mineração estão em expansão no Brasil e também no Rio Grande do Sul (RS), inclusive na parte denominada “metade sul” ou “região da Campanha” no bioma Pampa. As atividades de mineração em questão incluem a extração de minerais, como cobre, zinco, prata e a extração de chumbo para a exportação. Os projetos em mineração nessa região surgem como a mais nova promessa de “desenvolvimento econômico” e “emprego” após a implementação em larga escala da silvicultura, com uma concepção que essa região está à margem do “desenvolvimento”. A possibilidade da instalação de uma mina junto ao bioma Pampa está gerando impasses entre empresa, grupos locais e pesquisadores em debates e audiências públicas, levando também a ações junto ao Ministério Público Federal (MPF). Entende-se como grupos locais: pequenos, médios e grandes produtores pecuários e agrícolas, quilombolas, indígenas e comunidades nos municípios cujo bioma em questão é intrinsicamente vinculado aos seus modos de vida. Assim, por meio desse trabalho, temos como questão central: Como se configuram as relações de acordos, disputas e conflitos socioambientais nos debates públicos sobre a implantação dos projetos em mineração no bioma Pampa no RS? O objetivo geral é problematizar a configuração das relações de acordo, disputa e os conflitos socioambientais em jogo no debate sobre a mineração e os possíveis impactos nessa região. Vamos enfocar o debate público sobre a mineração em jornais, redes sociais na internet e nas audiências públicas, dado que essas fontes agregam pessoas de diversos municípios da região com diferentes aspectos socioculturais e matizes político-ideológicas. O escopo teórico para esse trabalho inclui os conceitos de configuração e processo de longa duração em Norbert Elias. Na temática dos conflitos socioambientais e da justiça ambiental iremos discutir com Acselrad (2004, 2010), Zhouri et al., (2005); Zhouri e Laschefski (2010); Fleury et. al. (2014). Além disso, a pesquisa terá aporte em outros trabalhos, como Guedes (2015); Malerba (2014); Hazin (2013). A metodologia é qualitativa e os procedimentos de pesquisa são: observação direta; análise de conteúdo e análise documental. A partir desse estudo, pretendemos discutir as relações de acordo, as controvérsias e as disputas entre os atores nos debates públicos sobre a possibilidade da instalação desse projeto em mineração no bioma Pampa e refletir sobre a configuração das várias formas de conflitos socioambientais na atualidade no contexto rural brasileiro.
As políticas públicas para a juventude rural: o PRONAF jovem em debateUFPB
Neste trabalho será analisado o processo de configuração de uma política pública de crédito rural que aborda o grupo social da juventude rural. Desse modo, nesse artigo será abordado o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na linha jovem, trazendo à tona aspectos históricos que caracterizam essa política ao longo do seu processo de (re)formulação e debates em seu campo político. Assim, ao resgatar esse processo e observar os debates sobre a linha jovem do Pronaf ao longo do tempo, foi possível observar as relações de interdependência entre os atores no campo político de formulação dessa política e analisar questões que influenciam nos sentidos
e desdobramentos políticos dessa linha no conjunto do programa. A metodologia acionada para essa problematização é qualitativa e como procedimento de pesquisa são trabalhadas de forma inter-relacionada observação participante, análise documental e entrevistas semiestruturadas. Sob essa perspectiva, a problematização da confguração do Pronaf Jovem nos últimos anos pode ser signifcativa para adensar a discussão sobre a constituição das políticas e ações de
governo para a juventude rural no Brasil. No decorrer do trabalho, foi possível visualizar que “burocracia, publicização – transparência, preconceito geracional, falta de autonomia (relacionada a DAP)” são quesitos que comumente aparecem quando são analisados os estudos acadêmicos e técnicos sobre essa política, bem como nas avaliações das organizações e movimentos sociais em juventude rural.
Palavras-chave: Pronaf Jovem; juventude rural; políticas públicas; Estado.
A JUVENTUDE RURAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: IDENTIDADE E REIVINDICAÇÃO POR DIR...UFPB
As condições de vida de um jovem no contexto rural brasileiro possibilitam elaborar questões sobre as construções identitárias da categoria e sua organização na reivindicação de direitos sociais e políticas públicas. A questão central colocada para esse ensaio diz respeito a como está ocorrendo o processo de configuração das políticas públicas para a juventude rural no âmbito do governo federal. Observar e problematizar esse processo político implicará em uma discussão sobre a situação social dos (as) jovens que estão situados no espaço rural brasileiro e como se organizam politicamente e reivindicam políticas públicas. Desse modo, pretende-se discutir os principais aspectos sobre o contexto social em que se deu a formação dessas políticas públicas, como se situa a categoria da juventude rural e suas demandas nesse processo, bem como os desafios e as possibilidades para pensar esse ator político.
A agroecologia entre o debate da justiça ambiental e da democracia: alguns de...UFPB
Por meio deste ensaio a proposta é trazer a seguinte questão:
quais os desafios atuais no Brasil para a construção do debate sobre a Agroecologia em inter-relação com a Justiça Ambiental e a Democracia de Alta Intensidade nos projetos e ações alternativas desenvolvidas? Desse modo, pretende-se abordar alguns aspectos potenciais de conflito em relação a propostas científicas da Agroecologia, como: as políticas públicas de Estado e a assimetria de recursos públicos no Plano Safra e da Agricultura Familiar, a questão do uso indiscriminado e em larga escala de agrotóxicos e transgênicos em monoculturas, a ausência de um Programa efetivo de Reforma Agrária, a ausência de fomento nas tecnologias sociais, dentre outros temas. Além disso, serão lançadas questões que tratam da necessidade da constante organização social e política na construção de projetos alternativos, mesmo diante do avanço do sistema capitalista sobre os ecossistemas, povos e comunidades.
O crédito fundiário e a linha nossa primeira terra em debate no brasilUFPB
A partir desse trabalho o objetivo é
analisar o processo de configuração da
política pública de crédito fundiário e o seu
recorte para a juventude rural no Brasil.
Desse modo, será problematizado como o
Programa Nacional de Crédito Fundiário
(PNCF) na linha Nossa Primeira Terra
(NPT) foi sendo configurado ao longo do
seu processo de (re) formulação e debates
no governo federal e com as organizações
e movimentos sociais em juventude rural.
Assim, ao resgatar esse processo e observar
os debates sobre a linha NPT do PNCF ao
longo do tempo, com maior atenção aos
últimos 10 anos, foi possível evidenciar
as relações de interdependência entre
os atores na formulação dessa política e
analisar as questões que influenciam na
configuração política dessa linha junto ao
Programa.
Quando outros atores vão às ruas as manifestações de junho de 2013 e suas m...UFPB
Em junho de 2013 manifestações populares eclodiram em inúmeras cidades do Brasil tendo como uma das principais questões mobilizadoras o aumento geral do valor das passagens de ônibus. Não foram poucos os setores da sociedade e grupos políticos que ficaram surpresos diante das inúmeras e grandiosas manifestações convocadas pelas redes sociais e a ampliação dessas reivindicações para questões sociais como o desemprego, a inflação, a violência urbana e rural. Sob essa perspectiva, o objetivo desse ensaio é discutir e trazer à tona as possíveis influências históricas e políticas sobre essas manifestações que ocorreram em 2013, inclusive as marchas internacionais antiglobalização e movimentos mais recentes como a Primavera Árabe, o Ocuppy Wall Street e o SlutWalk. Desse modo, serão trazidos alguns elementos para o debate dessas manifestações a partir de um dos muitos pontos de vista disponíveis para estimular a reflexão relativa às influências e múltiplas interpretações sobre os movimentos sociais no Brasil.
Educação ambiental e a polissemia em tempos de globalizaçãoUFPB
3:30 horas: Mesa 2: A Educação Ambiental dos e nos Grandes Projetos de Desenvolvimento
Convidados:
Prof. Dr. Carlos Roberto da Silva Machado (Professor do PPGEA-FURG, Doutor em Educação pela UFRGS e Pós-doutor pela UFRJ).
Prof. Dr. Sérgio Botton Barcellos (Pós Doutorando na Pós-Graduação em Sociologia UFPEL).
Ms. Caio Floriano dos Santos (Doutorando em Educação Ambiental PPGEA-FURG).
Dr. Cleyton Henrique Gerhardt (Doutor em Ciências Sociais pela UFRRJ, Pós-doutor pelo CPDA-UFRJ).
A juventude rural enquanto ator político atuando na configuração de políticas...UFPB
A construção do problema para esse trabalho será trilhada no sentido de investigar atores que se denominam jovens e atuam em organizações e movimentos sociais em juventude rural (CONTAG, FETRAF, Via Campesina e ONG's) na reivindicação de pautas e mobilizações que demandam políticas públicas para o governo federal no Brasil nos últimos anos. Observar e problematizar esse processo político implicará em uma discussão sobre a situação social dos (as) jovens que estão situados no espaço rural brasileiro e como se organizam politicamente. Esse trabalho terá aporte teórico em Elias (1994, 1998) com os conceitos de configuração sobre esses atores e de interdependência para discutir o processo político relativo a reivindicação de políticas públicas. Desse modo, por meio desse ensaio vou trazer à tona alguns aspectos sobre em que contexto social se deu a formação dessas políticas públicas, como se situa a categoria da juventude rural e suas demandas nesse processo, e os desafios e possibilidades para pensar esse ator político e suas formas de mobilização na sociedade atualmente.
Palavras-chave: juventude rural; políticas públicas; identidade; contexto rural.
A formulação das políticas públicas para a juventude rural no Brasil e os ele...UFPB
A construção desse problema de pesquisa ocorreu de forma a investigar a configuração de políticas públicas para a juventude rural e como está ocorrendo à inserção dessa agenda política do Estado no Brasil. A questão central colocada para a pesquisa é: como ocorreu o processo de configuração das políticas públicas para a juventude rural no âmbito do governo federal? A metodologia acionada para esse estudo é qualitativa e os procedimentos de pesquisa adotados foram à observação participante, entrevistas e análise documental. Ao longo da pesquisa foram evidenciados os atores, as políticas formuladas e de que forma a categoria juventude rural foi expressa ao longo desse processo.
Palavras chave: Estado; Políticas Públicas; Juventude rural; Agricultura familiar ecamponesa; Configuração
JUVENTUDE RURAL ENQUANTO ATOR POLÍTICO E A REIVINDICAÇÃO PELO “ACESSO A TERRA...UFPB
A partir desse trabalho será problematizado o processo social de construção da juventude rural como ator político no Brasil e, em meio a isso, procurarei discutir as suas reivindicações e as estratégias de mobilização na pauta do acesso à terra. Desse modo, a questão colocada nesse ensaio será: como está ocorrendo atualmente o processo de configuração da juventude rural enquanto ator político e quais as suas formas atuais de mobilização na luta pela terra no Brasil? Sob essa perspectiva, em articulação com as pautas de reivindicação das organizações e movimentos sociais em juventude rural na última década, será discutida a sua inserção na agenda política do Estado e no processo de formulação das políticas públicas, em especial de acesso à terra, como o Programa
Nacional de Crédito Fundiário - Linha Nossa Primeira Terra (PNCF-NPT) e de Reforma Agrária. Para realizar essa análise qualitativa foi realizada a coleta dos dados em espaços de debate sobre juventude rural no governo federal (conferências, seminários e grupos de trabalho) e a análise das pautas das organizações e movimentos sociais, por meio de observação participante, entrevistas e análise documental. Pelos conceitos de interdependência e configuração de Elias (1994, 1998, 2000) será realizada a discussão de como os atores nesse processo constroem as suas diversas inter-relações de acordo e de disputa na sua construção como ator político e na reivindicação das políticas públicas de acesso à terra no Brasil.
Politicas Públicas de Desenvolvimento Rural no BrasilUFPB
O livro Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil tem como objetivo proporcionar um panorama do conjunto das políticas públicas que atualmente incidem sobre o meio rural brasileiro, e repercutem na dinâmica econômica e social do país e nas diversas e complexas realidades regionais. Os diversos capítulos abordam a trajetória, as contribuições, os limites e os desafios recentes de políticas agrícolas, agrárias, sociais, ambientais, de segurança alimentar e nutricional, de desenvolvimento territorial, de ciência e tecnologia, e de políticas direcionadas para grupos ou segmentos sociais específicos do meio rural brasileiro. É de conhecimento geral a existência de um amplo conjunto de estudos, relatórios e artigos sobre cada uma das ações e programas públicos analisados neste livro. No entanto, procuramos oferecer uma obra que reunisse estas reflexões e análises, proporcionando uma leitura mais integrada da intervenção do Estado no meio rural nas décadas recentes assim como de suas repercussões sobre as dinâmicas e os processos sociais.
Brics tensões do desenvolvimento e impactos socioambientaisUFPB
BRICS: tensões do desenvolvimento e impactos socioambientais
Cercados por grandes empresas
Beto Loureiro, Daniela Meireles, Marcelo Calazans,
Anelise Gutterres e Joana Barros
O bloco BRICS é uma metáfora da globalização
Pedro Cláudio Cunca Bocayuva
Planejamento energético, os BRICS e uma igreja que sangrou
Verena Glass
Impactos e mineração da Vale em Parauapebas
Tádzio Peters Coelho
A cooperação internacional na África e os BRICS em questão
Patrícia dos Santos Pinheiro e Sérgio Botton Barcellos
Empresas transnacionais brasileiras – exportando violações de
direitos humanos na América Latina e na África
Justiça Global
Revisando o deslocamento urbano na Índia
Amita Bhide
Caminhada com o Dragão Desperto
Lívia Duarte
O livro "Juventude Rural e Políticas Públicas no Brasil" tem como objetivo ampliar o diálogo entre governo, movimentos sociais e academia e registrar os avanços atuais do debate sobre juventude rural e políticas públicas no Brasil.
Misturando registro de espaços presenciais, artigos acadêmicos e textos dos próprios jovens, a publicação almejou aproximar os jovens do tema, valorizando as distintas formas de participação no debate, reduzindo a distância entre o que se produz na academia e na gestão pública daqueles que vivenciam no dia a dia as políticas públicas e a realidade de ser jovem.
Como projeto de continuidade desses esforços, este livro, que conta com a importante colaboração dos pesquisadores Marilda Aparecida de Menezes, Sérgio Botton Barcellos e Valmir Luiz Stropasolas para a sua organização, traz, em suas três sessões, debate denso e qualificado sobre a realidade da juventude rural brasileira e os desafios das políticas públicas para avançar em melhores condições de vida para essa população".
Actuelement, il est signalé au niveau international que l'autonomie du Haïti, pays affecté en 2010 par un
violent séisme où plus de 220 000 personnes sont mortes et plus d'un million et demi étaient sans abri, a été
souvent negligée. La reconstruction du pays qui comprend des projets d'infrastructures, de logement et de
réorganisation productive, semble loin d'être terminée en 2014, sujet traité en détails dans le documentaire
Assistance Mortalle. Mais avant même cette catastrophe, l'action de la MINUSTAH (Mission des Nations
Unies pour la Stabilisation en Haïti), organisation de composition civile et militaire crée en 2004 par l'ONU
comme une mission de stabilisation, est symbolique de la perte de la souveraineté d'un pays considéré
comme “sous-développé”.
A violência no campo no brasil: questões e dados para o debateUFPB
Essa breve provocação faz parte de um esforço de reflexão sobre a realidade e para mais uma vez chamar sobre a violência no campo brasileiro na atualidade, bem como provocar e remeter a mais possibilidades de debate sobre as condições de vida no campo brasileiro.
A educação ambiental em um projeto social e as relações com a Interdisciplina...UFPB
Essa pesquisa procura abordar quais as possíveis transformações que projetos sociais em educação ambiental, articulados com os temas da interdisciplinaridade e cidadania, podem instigar em uma comunidade escolar. A investigação ocorreu em
um projeto social chamado “Educação Ambiental na Vila Kennedy” desenvolvido em uma Creche Municipal de Santa Maria-RS no ano de 2008. Metodologicamente, a abordagem foi qualitativa e ocorreu a partir de observação participante e a realização de entrevistas semi-estruturadas com integrantes da comunidade escolar
e do projeto social. O trabalho considera o projeto pesquisado para além do espaço escolar e visualizou como as ações em educação ambiental podem ser potencializadoras de experiências de mobilização comunitária junto às questões socioambientais consideradas “problemáticas” naquele contexto social.
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IUFPB
As ações do Estado e dos diversos movimentos sociais não podem ser consideradas antagônicas, apesar de opostas, pois surgem em um cenário de interdependência entre si e são fruto do atual momento histórico e do arranjo de forças do capitalismo no Brasil e no mundo, com reverberações sócio culturais no campo da política. Essa não é uma provocação ao debate para aqueles que comemoram dados espetaculares e estatísticas em relação a outros países, que acham bacana a “corrida maluca” por índices como o de Gini ou PIB, os quais foram criados como forma de medir, ranquear e julgar o desenvolvimento capitalista dos “países em desenvolvimento” em relação aos “países desenvolvidos”.
Os últimos anos foram marcados pelo surgimento de novas formas de trabalho, sobretudo aqueles via plataformas como Uber, Rappi, 99 e outras similares. Esses postos têm atraído cada vez mais pessoas de idade avançada, como mostra este texto do Rest of World. O site analisa causas estruturais, como o aumento do custo de vida e as fragilidades nos sistemas de proteção social e aposentadorias num contexto de envelhecimento da população. A reportagem ouve esses trabalhadores, que falam sobre os desafios encarados no dia a dia, incluindo jornadas longas e problemas de saúde. Fica claro que, enquanto o mundo discute formas de regulamentar o setor, é preciso um olhar específico para quem tem mais de 60 anos e aderiu à gig econom
L P R CONSTRUCOES E EMPREENDIMENTOS -1 de 2 -1500.pdf
O GOLPE DA TAXA LÍBOR E AS FALCATRUAS DOS BANCOS NO MERCADO FINANCEIRO MUNDIAL
1. O GOLPE DA TAXA LÍBOR E AS FALCATRUAS DOS BANCOS NO MERCADO
FINANCEIRO MUNDIAL
Sérgio Botton Barcellos
Como era de se esperar, pouco é noticiado o mais recente escândalo em meio ao sistema
financeiro internacional, que é a manipulação da Libor, taxa de juro que é referência para transações
financeiras globais. Com exceção da Carta Maior1 que produziu em vasto número de matérias sobre
o assunto, disponíveis em seu site, e a blogsfera alternativa, observa-se em geral no PIG notícias
esparsas e superficiais ou pequenas notas, ainda mais nesse período pré-eleitoral.
O golpe na taxa Libor, por exemplo, influenciou transações de aproximadamente 567
trilhões de euros em 2011. A partir de investigações policiais e dos bancos centrais de Estados
Unidos e Inglaterra, a primeira instituição a ser descoberta foi o banco britânico Barclays.
Atualmente, as investigações atingem diversos grupos bancários.
Não é um assunto talvez dos mais fáceis de tratar, de ler ou dos mais atrativos, entretanto
entende-se que possa ser interessante termos uma noção sobre isso. Além, de ser uma das formas de
expressão no sistema capitalista em meio aos mercados financeiros e especulativos, é mais um caso
de concentração e apropriação ilícita de riqueza à custa do suor alheio da grande parcela da
população mundial.
Nesse artigo foram compiladas as principais notícias e notas veiculadas na Blogsfera
alternativa e até algumas do PIG, pois acreditou-se que podiam também auxiliar na provocação ao
debate. Parece ser importante desafiar-nos a esse tipo de informação, até, por que, mesmo que não
pareça, a “esperteza” desses “senhores” banqueiros poderá ter desdobramentos os quais ainda não
temos ideia no Brasil.
MAS AFINAL, O QUE É ESSA TAL DE TAXA LÍBOR?
A Libor, sigla de “London Interbank Offered Rate”, é uma taxa de juro fixada diariamente
em Londres a partir de informações sobre transações de grandes bancos. Na prática, essa taxa servia
como referência confiável para pequenos e grandes negócios, inclusive em transações entre as
próprias instituições financeiras. No princípio dos anos 80 surgiu nas instituições financeiras em
Londres a necessidade de um benchmark para taxas sobre os empréstimos. Oficialmente a LIBOR
foi anunciada em 1986 para 3 moedas: dólar americano, libra esterlina inglesa e o yen japonês. Nos
1
Mais informações no ótimo caderno realizado pela Carta Maior, disponível em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=139&alterarHomeAtual=1. Fora a Blogsfera, no PIG foram publicados
e trataram desse tema também, mas ou tratam como apenas um caso policial ou pouco questionam o caráter sistêmico do escândalo.
2. anos seguintes o número de moedas sob a influência da LIBOR passou a ser 16, depois algumas em
2000 passaram para o euro, sendo que atualmente há 10 moedas cotadas sob a taxa Libor.
A LIBOR é considerada a benchmark mais importante em nível mundial para as taxas de
curto prazo. Diariamente por volta das 11 horas GMT os bancos comunicam à Thomson Reuters
com quais taxas naquele momento eles esperam poder atrair um grande empréstimo no mercado
monetário interbancário. Após recolher todas as informações dos bancos no painel, a Thomson
Reuters desconta as 25% mais altas e mais baixas. Dos 50% restantes é calculada uma média para
se chegar à taxa oficial LIBOR2. Esse método às vezes é chamado de “shaved mean” ou “trimmed
mean” (média aparada).
Os bancos utilizam a taxa LIBOR também como taxa básica para fixar sobre empréstimos as
taxas posteriores, contas poupança e empréstimos hipotecários, por isso um grande número de
profissionais no mundo inteiro seguem atentamente a evolução desta taxa. Como trata-se de uma
informação concedida pelos agentes bancários foi possível manipular essas taxas para além da
realidade do mercado.
REPERCUSSÕES DO GOLPE MUNDO A FORA
A taxa Libor determina a taxa pela qual se empresta dinheiro aos bancos e também é a taxa
de juros paga pelos consumidores quando realizam empréstimos. Além disso, o escândalo expõe,
mais uma vez, e agora de forma tácita o nível de desregulação e descontrole possível nos mercados
financeiros. A manipulação nessa taxa, do ano de 2005 a 2009, foi referência para transações
financeiras que somaram 567 trilhões de euros em 2011. Ao fazer as contas estima-se que uma
manipulação de 0,01% nessas taxas implicaria em um lucro de 5,67 bilhões de euros para os
“espertalhões”.
O escândalo do Líbor estourou em 27 de junho desse ano, quando o banco britânico
Barclays revelou que iria pagar 360 milhões de euros para por fim às investigações dos reguladores
britânicos e norte-americanos no caso de manipulação das taxas interbancárias Líbor (britânica) e
Euríbor (europeia). Desde então, o escândalo do Líbor se estendeu a outros bancos e gerou
investigações em vários países. As entidades investigadas, além de Barclays, o primeiro a admitir
essas práticas irregulares, o Citigroup EUA e JPMorgan, Deutsche Bank alemão, o suíço UBS e os
britânicos Royal Bank of Scotland e HSBC3.
2
Mais detalhes e informações sobre a Taxa Líbor: http://pt.global-rates.com/taxa-de-juros/libor/euro-europeu/juros-libor-eur-
overnight.aspx
3
Em uma investigação com mais de 1 ano, feita pelo Senado norte-americano, concluiu-se que a seção norte-americana do HSBC
lavou dinheiro dos cartéis mexicanos de narcotráfico entre 2002 a 2009, apesar dele ter sido advertido por agentes do fisco e até por
investigações internas de seus próprios funcionários. Após isso, na seção norte americana, altos executivos do banco renunciaram a
3. Entretanto, indica-se que já haviam suspeitas sobre esse golpe há mais tempo. Em 2007,
tanto o Federal Reserve quanto o Banco da Inglaterra suspeitavam disso. Indica-se que o Wall
Street Journal tinha divulgado um estudo, em 2008, sugerindo que alguns bancos estavam faturando
a mais sob os custos dos empréstimos. Em 2011, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos
começou, por meio do FBI, uma investigação.
Afinal, no que consiste a fraude da Libor? Essa taxa é informada ao mercado bancário que a
usa como base para a taxa global do empréstimo. Desse modo, os contratos de empréstimos
prevêem, normalmente, o dia exato da incidência dos juros para o pagamento dos mesmos e
qualquer aumento da Libor encarece o custo da quitação dos empréstimos nesse dia determinado,
seja entre bancos, operadores financeiros e imobiliários e pessoas físicas. Há trilhões de dólares em
empréstimos para automóveis, hipotecas e outras dívidas, nos EUA, por exemplo, vinculados à
Libor.
Em síntese, ao que tudo indica, o golpe ocorreu quando o Banco Barclays, entre 2005 e
2007, aumentou a taxa Libor para obter lucro e combinaram isso com outros bancos. Entre 2007 e
2009, no pico da crise financeira, o Barclays começou a repassar taxas artificialmente baixas para
dar a impressão que não estava muito bem financeiramente e poderia pedir empréstimos em
condições de pagamento mais baratas.
Outros bancos, ao total 16, por enquanto, estão sob investigação nos Estados Unidos,
inclusive por falsificações de contratos imobiliários o que levou o promotor de Nova Iorque, junto
com outros promotores estaduais nos EUA, a cobrar indenizações de US$ 200 bilhões do Bank of
America, do Citigroup e outros grandes bancos. Aliás, semanalmente aparece na imprensa
americana alguma notícia sobre acordos bilionários que os bancos estão fazendo para evitar
processos criminais contra seus gestores4.
Cabe lembrar que a crise européia ocorre também devido a uma injeção contínua de recursos
para sanar a situação financeira dos bancos. Ao mesmo tempo, as intervenções do Banco Central
Europeu (BCE) para salvar os bancos resultaram na absorção de dívidas incobráveis dessas
entidades. Em algum momento, não se sabe como, o BCE terá que prestar conta dessas dívidas para
as comunidades dos países que compõe a Zona do Euro.
Diante disso, o BCE está legalmente comprometido em manter uma inflação de 2% na Zona
do Euro. O BCE desconsiderou a possibilidade de manipulação da Libor na época em que as
“bolhas” imobiliárias chegavam a níveis cada vez mais arriscados na Espanha, Irlanda e outros
países da zona do euro. Bilhões de euros foram tirados do poder aquisitivo da população nesses
países para impor uma “austeridade fiscal” recessiva, enquanto continua a crescer as taxas de juro
seus cargos em uma sessão pública no comitê do Senado dos EUA. Mais informações também em:
http://economia.elpais.com/economia/2012/08/16/actualidad/1345144340_877833.html
4
Disponíveis mais informações em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20745
4. extorsivas cobradas para refinanciar a dívida pública na Europa. Essa dívida certamente não será
paga por nenhum sistema bancário ou financeiro, pois já está sendo paga pelas camadas mais
frágeis da população e por alguns países da Zona do Euro com a cobrança de impostos e cortes nas
áreas sociais cada vez maiores.
Até o momento, existem dois documentos oficiais que explicaram em detalhes esse golpe.
Um deles foi elaborado pela FSA (Autoridade de Serviços Financeiros britânica) e o outro pela
CFTC (Comissão de Mercado de Futuros e Commodity, dos Estados Unidos). Ambos divulgaram
e-mails em que operadores de dinheiro em Londres e Nova York solicitaram aos “declarantes” um
favor: baixar ou subir suas taxas declaradas, para assim ganhar mais dinheiro vendendo derivativos
(ações, câmbio ou juros financeiros) baseados na Libor.
Golpes e maracutaias podem ser uma prática, dependendo da oportunidade, corriqueira no
mercado financeiro. Em recente pesquisa divulgada um quarto dos executivos das Bolsas de Nova
York e de Londres declararam que condutas desonestas ou ilegais são necessárias para ter êxito no
mundo das finanças. Desses 30% declararam que os salários e os bônus os levam a violar os
códigos de ética da profissão no sistema bancário. Entre os entrevistados, 16% disseram que não
hesitariam em cometer um crime na Bolsa se não respondessem por isso na Justiça5. Depois dessa,
espera-se que de uma vez por todas pasmaceiras de inspiração neoliberal deixem de ser replicadas,
tipo “corrupção é coisa de país de terceiro mundo” ou “corrupção ocorre preferencialmente no meio
estatal, precisa-se da eficiência do setor privado”.
Por enquanto resultante das punições em relação a manipulação das taxas, sabe-se que o
Barclays pagou até agora 450 milhões de libras em indenizações a clientes que se julgaram lesados.
O Serviço da Autoridade Financeira de Londres vai ser extinto e substituído por outra agência, além
de parte de suas atribuições passarem para o Banco da Inglaterra. O HSBC prometeu publicamente
uma revisão de seu sistema interno de segurança.
A TAXA LÍBOR, A DÍVIDA EXTERNA E O BRASIL POR ENQUANTO
O que o Brasil tem haver com essa manipulação de taxa e falcatruagem no sistema
financeiro, mesmo que tenhamos uma economia considerada estável? Por mais que se tente
esconder ou negar o Brasil foi atingido com a cobrança de dívidas cotadas pela Libor ao longo dos
últimos 30-40 anos. Mesmo que essa questão não seja relativa a esse recente escândalo, vale
destacar a relação com a economia do país.
O Brasil se endividou e muito pelas taxas flutuantes (Libor, ou prime rates dos bancos
americanos, de igual efeito) na virada dos anos 70 para os 80, com taxas de juros anuais (totais) que
5
Disponível em: http://www.advivo.com.br/blog/gustavo-belic-cherubine/pesquisa-nos-eua-e-reino-unido-bandidagem-financeira
5. chegaram a quase 30%. Exemplo disso, que no começo da década de 80 ocorreu o choque
financeiro decorrente da política do governo Reagan de elevação das taxas de juros, redução de
impostos e rígido controle monetário. As medidas foram acompanhadas por outros países ricos e
resultaram em um aumento geral das taxas de juros cobradas nos empréstimos internacionais ao
Brasil.
Nos anos 80 a Libor subiu de 12,3% para 17,5% no mesmo período. Os juros da dívida
brasileira aumentaram de US$ 2,69 bilhões em 1978 para US$ 11,35 bilhões em 1982. Nesse
intervalo, estima-se que o governo gastava US$ 7,9 bilhões anuais e passou a gastar com a dívida
US$ 18,3 bilhões. Em 2000, os economistas do governo FHC pioraram a situação lançando o
Global Bond 40, segundo um ex-colunista da Revista Veja6, com juros nominais fixos de 13% ao
ano, em contratos de até 40 anos. Em síntese, em 1994 o Brasil tinha uma dívida pública de
aproximadamente US$ 38 bilhões, em 2002 essa dívida passou para cerca de US$ 850 bilhões.
O resultado disso no decorrer desses anos evidencia-se na história do Brasil: inflação
galopante, desigualdade social registrada em níveis extremos, crises econômicas constantes e
aumento exorbitante da dívida externa. Lembrando que a situação não ficou pior, devido uma parte
da dívida em 1994 ter sido cancelada7. Em suma, é possível que contratos assinados por Ministros
da Fazenda em governos recentes estejam com juros cotados sob a influência da taxa Libor, a
mesma em que foi comprovada manipulações para aplicar golpes no sistema financeiro mundial.
Afirma-se que a dívida pública (interna e externa) brasileira, que consome cerca de 47% do
PIB em pagamentos e amortização de juros para o sistema financeiro (em especial bancos), precisa
ser questionada e passar por uma rigorosa auditoria. Se algo tem que ser mirado como impedimento
do desenvolvimento do país e investimento mais robusto em melhorias sociais está evidente que a
questão da dívida pública é um alvo em excelência.
Além disso, o que pode ser evidenciado em relação ao Brasil é que o HSBC, que consta na
lista de bancos investigados por manipulação dessa taxa, é um dos 10 maiores bancos em lucro
líquido do país e tem 868 agências no território brasileiro8.
Diante disso, entende-se que o golpe na taxa Libor necessita ser acompanhado com atenção
em suas possíveis implicações políticas e econômicas, inclusive no Brasil. Um exemplo, que deve-
se ficar atento a essas discussões e temas, é que segundo o ex-diretor do Banco Central, as famílias
brasileiras comprometem, em média, 43% da renda anual com empréstimos e financiamentos. O
que pesa no orçamento doméstico das famílias, ressaltou ele, são as taxas e os encargos dessas
6
Declaração de Sthephen Kanitz que também foi assessor do Ministro do Planejamento 1986-1987. Disponível em:
http://blog.kanitz.com.br/2012/07/o-esc%C3%A2ndalo-da-taxa-libor-e-o-brasil-n%C3%A3o-vai-reclamar-.html
7
Informações extraídas da matéria disponível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20745
8
Disponível em: Site Banco Central: http://www4.bcb.gov.br/fis/TOP50/port/Top50P.asp e Coluna UOL:
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/06/13/itau-e-bradesco-lideram-ranking-de-maiores-bancos-bb-passa-
santander.jhtm
6. operações, que representam cerca de 22% da renda e estão em níveis altos, mesmo com os cortes de
juros pelas instituições financeiras nos últimos meses9. Apesar da redução da taxa de juros, a Selic,
de 8% para 7,5% ao ano, anunciada pelo Banco Central, considera-se que os bancos privados ainda
cobram uma taxa de juros abusiva.
Ao apoiar as frações políticas do atual governo que trabalham na promoção da distribuição
de renda e diminuição da desigualdade social no Brasil, que em um tempo história de 10 anos tem
índices bem expressivos, e exatamente por apoiar isso, cabe atentar-se aos desdobramentos do golpe
na taxa Líbor e demais temas que podem impactar a economia Brasil, mesmo que não seja uma
tarefa fácil devido a enxurrada de (des) informações difusas promovidas pelas corporações
midiáticas.
9
Mais detalhes disponíveis sobre esse tema do crédito no Brasil, nessa matéria veiculada em:
http://sul21.com.br/jornal/2012/09/inadimplencia-representa-entrave-para-reativacao-da-economia-avaliam-especialistas/