1) A carta convida as irmãs a refletirem sobre o projeto "Por uma casa comum na diversidade dos povos" e sobre como ajudar os migrantes de acordo com os verbos "sair, encontrar, ser próximas". 2) Fala sobre a figura de Dom Bosco e seu trabalho com jovens migrantes no passado. 3) Convida as irmãs a celebrar o 50o aniversário da morte da beata Irmã Maria Troncatti, missionária entre os Shuar, e a se inspirarem em seu exemplo.

1. SAIR,ENCONTRAR,SERPRÓXIMAS!
Roma, 14 de agosto de 2018.
Queridas Irmãs,
Uma saudação cheia de gratidão e de alegria a cada uma de vocês porque uma
vez mais o Senhor nos dá a possibilidade de encontrarmo-nos e de refletirmos
juntas sobre o seu GRANDE projeto de amor para com a humanidade: “que
todos tenham vida” e uma vida feita de casa, de carinho, de pão, de trabalho, de
futuro!
Antes de tudo, gostaria de recordar que no dia 22 de outubro de 2017, relançamos o Projeto
.“Por uma casa comum na diversidade dos povos”
Este projeto, lançado em 2002 por ocasião dos 125 anos da primeira Expedição Missionária rumo
ao Uruguai, oferecia um percurso de sensibilização em relação ao fenômeno da mobilidade humana,
em vista da convivência das diferenças como chave de uma nova sociedade.
Não propunha, como finalidade, a construção de uma casa, um espaço físico para os migrantes,
mesmo que fosse possível chegar a uma ação deste tipo. Propunha considerar o nosso planeta como
CASA para TODOS, CASA de TODOS, onde todos têm um lugar para viver com dignidade,
apesar da diversidade dos povos: diversidade de cultura, de religião, de compreensão da vida, de
leitura dos acontecimentos...
Quando relançamos o projeto, propusemo-nos a ver o fenômeno migratório do ponto de vista de três
verbos, segundo o Magistério do Papa Francisco: SAIR, ENCONTRAR, SER PRÓXIMAS!
Portanto, gostaria de fazer memória do caminho percorrido desde janeiro de 2018 até hoje, de modo
que todas possamos nos sentir parte ativa deste projeto e empenharmo-nos realmente por um mundo
“casa de todos”, “casa para todos”. Vejam o anexo!
Agora, queridas Irmãs, estamos em agosto, mês da fundação do nosso Instituto, do nascimento de
Dom Bosco, da festa da Assunção de Maria ao Céu, da memória de muitos Santos e Santas, de
muitos mártires, missionários e missionárias. Temos no nosso calendário uma data importante e
significativa: 25 de agosto, aniversário da morte da Bem-aventurada Irmã Maria Troncatti.
Mas sobre este argumento retornaremos...
Gostaria de deixar-lhes um breve pensamento sobre Dom Bosco e os jovens migrantes. Dom Bosco,
desde o início da sua obra educativa, teve uma atenção especial aos jovens migrantes que, por falta
de oportunidade, acabavam terminando nas prisões.
Nas Memórias do Oratório, ele mesmo conta: «Logo que cheguei ao Instituto de S. Francisco,
encontrei um grupo de jovens que me seguiam pelas ruas, pelas praças e até na sacristia da
Capela. Mas não podia cuidar diretamente deles por falta de um local. Um pequeno incidente deu-
me oportunidade de tentar implementar um projeto em favor dos jovens que vagavam pelas ruas da
cidade, especialmente os que saíam das prisões».
Segundo Aldo Giraudo, a expressão «jovens que vagavam» diz respeito aos tempos de Dom Bosco
em que havia uma crescente migração de jovens do campo à cidade, por causa do aumento
demográfico e da crise na agricultura. «Abandonados a si mesmos, reunidos em grupos, estimulados
pela necessidade e pela fome, facilmente se tornavam vítimas dos vícios. Capturados pela polícia,
eram jogados na prisão das Torres à espera do julgamento» (cf. Giovanni Bosco, Memorie dell’Oratorio. LAS –
Roma, 2011 p. 127).

2. SAIR,ENCONTRAR,SERPRÓXIMAS!
Deixo para a reflexão de vocês e também para um momento de diálogo na comunidade, duas
perguntas: “Se Dom Bosco fosse hoje um sacerdote-educador do nosso tempo, vivo e atuante nesta
nossa sociedade, qual seria a sua atitude frente ao número sempre crescente de jovens migrantes,
de menores não acompanhados que chegam a todos os lugares e de todas as partes?” Ainda:
“Qual palavra de encorajamento Dom Bosco diria a uma comunidade FMA que tenta dar uma
resposta ao fenômeno dos menores migrantes?”.
Tentemos dizê-la, tentemos escrevê-la... Com a vida, e assim tornaremos bem mais viva a presença
de Dom Bosco entre os mais pobres e mais necessitados.
Beata Irmã Maria Troncatti
Uma FMA que soube dar a vida pelos mais marginalizados do seu tempo.
No próximo dia 25 de agosto, a Inspetoria “Sagrado Coração” – do
Equador – fará a inauguração oficial da celebração do 50º aniversário da
morte de Irmã Maria Troncatti (1969 – 2019), uma grande missionária
entre os Shuar, na selva amazônica.
Como Âmbito, vamos celebrar este jubileu em comunhão com as FMA
do Equador e, junto com elas, faremos uma proposta de animação
missionária a todo o Instituto, a partir de janeiro 2019.
Convido-as a rezar, invocando a Bem-aventurada Irmã Maria Troncatti,
pedindo pelas neomissionárias do ano 2018-2019, que já estão em Roma
e neste momento estão dedicando-se ao estudo da língua italiana. Possam
ser missionárias de alegria e de esperança, mas especialmente de muita
paixão por Cristo e pelos jovens; missionárias da radicalidade evangélica, que se entregam
totalmente, que se gastam pelo Reino e pelo Evangelho, como Irmã Maria Troncatti.
Queridas Irmãs, no próximo 25 de agosto convido-as a viver um momento especial na comunidade,
assistindo - juntas - o vídeo abaixo indicado, colhendo os aspectos da santidade de Irmã Maria
Troncatti que ainda hoje são modelo e fonte de inspiração para cada FMA, chamada a ser
missionária de esperança e de alegria.
Em italiano: https://www.youtube.com/watch?v=eoIKfYJS08w
Em espanhol: https://www.youtube.com/watch?v=maQeCz5xVzw
Em Dom Bosco e Madre Mazzarello, um abraço fraterno e o encontro quotidiano na oração,
Conselheira para as Missões