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Desconheço o autor do textoDesconheço o autor do texto
Você já foi criançaVocê já foi criança
um dia... mas osum dia... mas os
anos se dobraramanos se dobraram
e fizeram de vocêe fizeram de você
um jovem, quaseum jovem, quase
um adulto...um adulto...
E agora você meE agora você me
olha com certoolha com certo
desprezo sódesprezo só
porque muitosporque muitos
anos se dobraramanos se dobraram
para mim e hojepara mim e hoje
eu sou um velho...eu sou um velho...
Você observa minhasVocê observa minhas
mãos trêmulas emãos trêmulas e
encarquilhadas e seencarquilhadas e se
esquece que foram asesquece que foram as
primeiras a acariciarprimeiras a acariciar
as suas, inseguras naas suas, inseguras na
infância.infância.
Critica os meus passosCritica os meus passos
lentos, vacilantes,lentos, vacilantes,
esquecendo-se de queesquecendo-se de que
foram eles queforam eles que
orientaram seusorientaram seus
primeiros passos.primeiros passos.
Reclama quando lheReclama quando lhe
peço para ler umapeço para ler uma
palavra que meuspalavra que meus
olhos já nãoolhos já não
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das várias palavrasdas várias palavras
que eu repetique eu repeti
inúmeras vezesinúmeras vezes
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Fala da lentidão dasFala da lentidão das
minhas decisões,minhas decisões,
esquecendo-se deesquecendo-se de
que suas primeirasque suas primeiras
decisões foram pordecisões foram por
elas balizadas.elas balizadas. DizDiz
que eu sou um velhoque eu sou um velho
desatualizado, masdesatualizado, mas
eu confesso queeu confesso que
pensei muito poucopensei muito pouco
em mim, para fazerem mim, para fazer
de você um homemde você um homem
de bem.de bem.
Reclama da minhaReclama da minha
saúde debilitada,saúde debilitada,
mas creia muitomas creia muito
trabalho foi precisotrabalho foi preciso
para garantir a sua.para garantir a sua.
Ri quando nãoRi quando não
pronunciopronuncio
corretamente umacorretamente uma
palavra, mas eu lhepalavra, mas eu lhe
afirmo que esqueciafirmo que esqueci
de mim mesmo,de mim mesmo,
para que vocêpara que você
pudesse cursar umapudesse cursar uma
Universidade.Universidade.
Diz que não possuoDiz que não possuo
argumentosargumentos
convincentes emconvincentes em
nossos rarosnossos raros
diálogos, todavia,diálogos, todavia,
muitas foram asmuitas foram as
vezes que advogueivezes que advoguei
em seu favor nasem seu favor nas
situações difíceis emsituações difíceis em
que se envolvia.que se envolvia.
Hoje você cresceu...Hoje você cresceu...
É um moço robustoÉ um moço robusto
e a juventude lhee a juventude lhe
empolga as horas...empolga as horas...
Esqueceu sua infância,Esqueceu sua infância,
seus primeiros passos,seus primeiros passos,
suas primeirassuas primeiras
palavras, seuspalavras, seus
primeiros sorrisos...primeiros sorrisos...
Mas acredite tudo issoMas acredite tudo isso
está bem vivo naestá bem vivo na
memória deste velhomemória deste velho
cansado, em cujo peitocansado, em cujo peito
ainda pulsa o mesmoainda pulsa o mesmo
coração amoroso decoração amoroso de
outrora...outrora...
É verdade que o tempoÉ verdade que o tempo
passou, mas eu nempassou, mas eu nem
me dei conta...me dei conta...
Só notei naqueleSó notei naquele
dia... naquele dia emdia... naquele dia em
que você me chamouque você me chamou
de velho pelade velho pela
primeira vez, e euprimeira vez, e eu
olhei no espelho...olhei no espelho...
Lá estava um velhoLá estava um velho
de cabelos brancos,de cabelos brancos,
vincos profundos navincos profundos na
face e certo ar deface e certo ar de
sabedoria que nasabedoria que na
imagem de ontemimagem de ontem
não existia.não existia.
Por isso eu lhe digoPor isso eu lhe digo
meu jovem, que omeu jovem, que o
tempo é implacável, etempo é implacável, e
um dia você tambémum dia você também
contemplará o espelhocontemplará o espelho
e perceberá que ae perceberá que a
imagem nele refletidaimagem nele refletida
não é mais a que hojenão é mais a que hoje
você admira...você admira...
Mas você sentirá queMas você sentirá que
em seu peito oem seu peito o
coração ainda pulsacoração ainda pulsa
no mesmo compasso...no mesmo compasso...
Que o afeto que vocêQue o afeto que você
cultivou não secultivou não se
desvaneceu...desvaneceu...
Que as emoçõesQue as emoções
vividas ainda podemvividas ainda podem
ser sentidas comoser sentidas como
nos velhos tempos...nos velhos tempos...
Que as palavrasQue as palavras
amargas ainda lheamargas ainda lhe
ferem com a mesmaferem com a mesma
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E que apesar dosE que apesar dos
longos invernoslongos invernos
suportados, você nãosuportados, você não
ficou frio diante daficou frio diante da
indiferença dos seresindiferença dos seres
que embalou naque embalou na
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aconselho, meu filho:aconselho, meu filho:
Não ria nem blasfemeNão ria nem blasfeme
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A ingratidão paraA ingratidão para
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solo, para colheitasolo, para colheita
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Assim, façamosAssim, façamos
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nos fizessemnos fizessem
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Música: Nana Mouskouri – Claire De Lune
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Respeito aos Velhos

  • 1. Desconheço o autor do textoDesconheço o autor do texto
  • 2. Você já foi criançaVocê já foi criança um dia... mas osum dia... mas os anos se dobraramanos se dobraram e fizeram de vocêe fizeram de você um jovem, quaseum jovem, quase um adulto...um adulto... E agora você meE agora você me olha com certoolha com certo desprezo sódesprezo só porque muitosporque muitos anos se dobraramanos se dobraram para mim e hojepara mim e hoje eu sou um velho...eu sou um velho...
  • 3. Você observa minhasVocê observa minhas mãos trêmulas emãos trêmulas e encarquilhadas e seencarquilhadas e se esquece que foram asesquece que foram as primeiras a acariciarprimeiras a acariciar as suas, inseguras naas suas, inseguras na infância.infância. Critica os meus passosCritica os meus passos lentos, vacilantes,lentos, vacilantes, esquecendo-se de queesquecendo-se de que foram eles queforam eles que orientaram seusorientaram seus primeiros passos.primeiros passos.
  • 4. Reclama quando lheReclama quando lhe peço para ler umapeço para ler uma palavra que meuspalavra que meus olhos já nãoolhos já não conseguemconseguem vislumbrar comvislumbrar com precisão, esquecidoprecisão, esquecido das várias palavrasdas várias palavras que eu repetique eu repeti inúmeras vezesinúmeras vezes para que vocêpara que você aprendesse a falar.aprendesse a falar.
  • 5. Fala da lentidão dasFala da lentidão das minhas decisões,minhas decisões, esquecendo-se deesquecendo-se de que suas primeirasque suas primeiras decisões foram pordecisões foram por elas balizadas.elas balizadas. DizDiz que eu sou um velhoque eu sou um velho desatualizado, masdesatualizado, mas eu confesso queeu confesso que pensei muito poucopensei muito pouco em mim, para fazerem mim, para fazer de você um homemde você um homem de bem.de bem.
  • 6. Reclama da minhaReclama da minha saúde debilitada,saúde debilitada, mas creia muitomas creia muito trabalho foi precisotrabalho foi preciso para garantir a sua.para garantir a sua. Ri quando nãoRi quando não pronunciopronuncio corretamente umacorretamente uma palavra, mas eu lhepalavra, mas eu lhe afirmo que esqueciafirmo que esqueci de mim mesmo,de mim mesmo, para que vocêpara que você pudesse cursar umapudesse cursar uma Universidade.Universidade.
  • 7. Diz que não possuoDiz que não possuo argumentosargumentos convincentes emconvincentes em nossos rarosnossos raros diálogos, todavia,diálogos, todavia, muitas foram asmuitas foram as vezes que advogueivezes que advoguei em seu favor nasem seu favor nas situações difíceis emsituações difíceis em que se envolvia.que se envolvia. Hoje você cresceu...Hoje você cresceu... É um moço robustoÉ um moço robusto e a juventude lhee a juventude lhe empolga as horas...empolga as horas...
  • 8. Esqueceu sua infância,Esqueceu sua infância, seus primeiros passos,seus primeiros passos, suas primeirassuas primeiras palavras, seuspalavras, seus primeiros sorrisos...primeiros sorrisos... Mas acredite tudo issoMas acredite tudo isso está bem vivo naestá bem vivo na memória deste velhomemória deste velho cansado, em cujo peitocansado, em cujo peito ainda pulsa o mesmoainda pulsa o mesmo coração amoroso decoração amoroso de outrora...outrora... É verdade que o tempoÉ verdade que o tempo passou, mas eu nempassou, mas eu nem me dei conta...me dei conta...
  • 9. Só notei naqueleSó notei naquele dia... naquele dia emdia... naquele dia em que você me chamouque você me chamou de velho pelade velho pela primeira vez, e euprimeira vez, e eu olhei no espelho...olhei no espelho... Lá estava um velhoLá estava um velho de cabelos brancos,de cabelos brancos, vincos profundos navincos profundos na face e certo ar deface e certo ar de sabedoria que nasabedoria que na imagem de ontemimagem de ontem não existia.não existia.
  • 10. Por isso eu lhe digoPor isso eu lhe digo meu jovem, que omeu jovem, que o tempo é implacável, etempo é implacável, e um dia você tambémum dia você também contemplará o espelhocontemplará o espelho e perceberá que ae perceberá que a imagem nele refletidaimagem nele refletida não é mais a que hojenão é mais a que hoje você admira...você admira... Mas você sentirá queMas você sentirá que em seu peito oem seu peito o coração ainda pulsacoração ainda pulsa no mesmo compasso...no mesmo compasso...
  • 11. Que o afeto que vocêQue o afeto que você cultivou não secultivou não se desvaneceu...desvaneceu... Que as emoçõesQue as emoções vividas ainda podemvividas ainda podem ser sentidas comoser sentidas como nos velhos tempos...nos velhos tempos... Que as palavrasQue as palavras amargas ainda lheamargas ainda lhe ferem com a mesmaferem com a mesma intensidade...intensidade...
  • 12. E que apesar dosE que apesar dos longos invernoslongos invernos suportados, você nãosuportados, você não ficou frio diante daficou frio diante da indiferença dos seresindiferença dos seres que embalou naque embalou na infância...infância... Por isso que eu lhePor isso que eu lhe aconselho, meu filho:aconselho, meu filho: Não ria nem blasfemeNão ria nem blasfeme do estado em que eudo estado em que eu estou eu já fui o queestou eu já fui o que você é, e você será ovocê é, e você será o que eu sou...que eu sou...
  • 13. Aquele que desprezaAquele que despreza seus velhos, é comoseus velhos, é como galho que deixa ogalho que deixa o tronco que o sustentatronco que o sustenta tombar sem apoio.tombar sem apoio. A ingratidão paraA ingratidão para com os que noscom os que nos sustentaram nasustentaram na infância é semente deinfância é semente de amargura lançada noamargura lançada no solo, para colheitasolo, para colheita futura.futura.
  • 14. Assim, façamosAssim, façamos aos nossosaos nossos velhos o quevelhos o que gostaríamos quegostaríamos que nos fizessemnos fizessem quando a nossaquando a nossa idade já estiveridade já estiver bastantebastante avançada.avançada.
  • 15. Imagem: www.myvalente.com Música: Nana Mouskouri – Claire De Lune Formatação: adsrcatyb@terra.com.br Site: www.momentos-pps.com.br