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 Todas as casas daquela rua tinham um cachorro. E tinha
cachorro de tudo quanto é tipo:
Branco, amarelo, vermelho, marrom, preto...
 Malhado, manchado, rajado, pintado...
Grande, pequeno, gordo, magro, velho,
novo, de raça e vira-lata.
 Tinha cachorro de orelha grande e rabo pequeno e
tinha cachorro de orelha pequena e rabo grande...
 Tinha cachorro comprido de perna curta e tinha cachorro
curto de perna comprida.
E tinha até cachorro de pelo curto, perna longa, orelha
caída e um monte de pintinhas.
Era uma cachorrada só!
 Mas no meio de tantos cachorros de tantos tipos, uma
era bem diferente. Na verdade, ela era meio “do contra”.
Por isso que todo mundo a chamava de “Maria-do-contra”.
 Maria-do-contra era uma
cachorrinha muito safada e
muito esperta. Ela fazia
festa para o carteiro, não
tinha medo do veterinário,
tomava sol deitada na rede,
assistia televisão e adorava
sorvete e brigadeiro.
Em vez de pedir comida
como os outros cachorros
faziam quando estavam com
f o m e , M a r i a a b r i a a
g e l a d e i r a d a c o z i n h a
sozinha. E ela nem queria
saber de carne, não!
Preferia um bom prato de
macarrão.
	
  
 Enquanto os outros cachorros ficavam de guarda à noite
no portão, ela preferia ficar dentro de casa, deitada no
sofá da sala, assistindo televisão.
  E na hora de tomar banho, enquanto todos os outros
cachorros da rua se escondiam debaixo da cama, ela ia
toda feliz, e até levava a toalha.
  Os outros cachorros da rua viviam
convidando Maria para fazer um monte
de coisas, mas ela sempre preferia
fazer uma coisa diferente.
- Ei, Maria, vamos latir no portão?
- Não, eu não. Prefiro ir dormir na
almofada.
- Ei, Maria, vamos comer ração?
- Não, eu não. Prefiro um pedaço de
goiabada.
- Ei, Maria, vamos brincar de buscar bolinha?
- Não, eu não. Prefiro assistir o jogo aqui da escada.
  Os outros cachorros da rua não ficavam
bravos com ela, não. Na verdade, todo mundo
adorava aquele jeitinho diferente dela fazer as
coisas e se divertiam muito quando ela
bancava a sapeca e aprontava alguma.
 Até que um dia ela começou a ficar mais quieta e nem
aparecia pra conversar no portão. Todo mundo ficou muito
preocupado e se perguntando o que tinha acontecido com a
Maria-do-contra. Como a rua ficou mais silenciosa e mais
triste sem a Maria!
  Depois de dois meses, em uma bonita tarde sol, a
Maria-do-contra saiu de casa chacoalhando as orelhas
cacheadas e fazendo cara de safada. O cachorro da casa
da frente viu e chamou seu amigo da casa do lado, que
chamou o da casa do outro lado, que chamou o da casa do
fundo, que chamou o da casa do fim da rua...
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portão, felizes por verem Maria de volta. E eles ficaram
ainda mais felizes quando de trás dela apareceram seis
filhotinhos pequenininhos, fofinhos e com o mesmo
jeitinho sapeca da mãe.
  Quando os vizinhos ficaram sabendo, todos queriam
ficar com um filhotinho da Maria-do-contra. E em pouco
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  • 2.  Todas as casas daquela rua tinham um cachorro. E tinha cachorro de tudo quanto é tipo: Branco, amarelo, vermelho, marrom, preto...
  • 3.  Malhado, manchado, rajado, pintado... Grande, pequeno, gordo, magro, velho, novo, de raça e vira-lata.
  • 4.  Tinha cachorro de orelha grande e rabo pequeno e tinha cachorro de orelha pequena e rabo grande...
  • 5.  Tinha cachorro comprido de perna curta e tinha cachorro curto de perna comprida. E tinha até cachorro de pelo curto, perna longa, orelha caída e um monte de pintinhas. Era uma cachorrada só!
  • 6.  Mas no meio de tantos cachorros de tantos tipos, uma era bem diferente. Na verdade, ela era meio “do contra”. Por isso que todo mundo a chamava de “Maria-do-contra”.
  • 7.  Maria-do-contra era uma cachorrinha muito safada e muito esperta. Ela fazia festa para o carteiro, não tinha medo do veterinário, tomava sol deitada na rede, assistia televisão e adorava sorvete e brigadeiro. Em vez de pedir comida como os outros cachorros faziam quando estavam com f o m e , M a r i a a b r i a a g e l a d e i r a d a c o z i n h a sozinha. E ela nem queria saber de carne, não! Preferia um bom prato de macarrão.  
  • 8.  Enquanto os outros cachorros ficavam de guarda à noite no portão, ela preferia ficar dentro de casa, deitada no sofá da sala, assistindo televisão.   E na hora de tomar banho, enquanto todos os outros cachorros da rua se escondiam debaixo da cama, ela ia toda feliz, e até levava a toalha.
  • 9.   Os outros cachorros da rua viviam convidando Maria para fazer um monte de coisas, mas ela sempre preferia fazer uma coisa diferente. - Ei, Maria, vamos latir no portão? - Não, eu não. Prefiro ir dormir na almofada.
  • 10. - Ei, Maria, vamos comer ração? - Não, eu não. Prefiro um pedaço de goiabada.
  • 11. - Ei, Maria, vamos brincar de buscar bolinha? - Não, eu não. Prefiro assistir o jogo aqui da escada.
  • 12.   Os outros cachorros da rua não ficavam bravos com ela, não. Na verdade, todo mundo adorava aquele jeitinho diferente dela fazer as coisas e se divertiam muito quando ela bancava a sapeca e aprontava alguma.
  • 13.  Até que um dia ela começou a ficar mais quieta e nem aparecia pra conversar no portão. Todo mundo ficou muito preocupado e se perguntando o que tinha acontecido com a Maria-do-contra. Como a rua ficou mais silenciosa e mais triste sem a Maria!
  • 14.   Depois de dois meses, em uma bonita tarde sol, a Maria-do-contra saiu de casa chacoalhando as orelhas cacheadas e fazendo cara de safada. O cachorro da casa da frente viu e chamou seu amigo da casa do lado, que chamou o da casa do outro lado, que chamou o da casa do fundo, que chamou o da casa do fim da rua...
  • 15.  Em um minuto, todos os cachorros da rua estavam no portão, felizes por verem Maria de volta. E eles ficaram ainda mais felizes quando de trás dela apareceram seis filhotinhos pequenininhos, fofinhos e com o mesmo jeitinho sapeca da mãe.
  • 16.   Quando os vizinhos ficaram sabendo, todos queriam ficar com um filhotinho da Maria-do-contra. E em pouco tempo os filhotes estavam espalhados pela rua toda, brincando e aprontando igual a mãe. E a Maria? Continua do contra, sempre fazendo tudo diferente – e ainda bem! Fim