SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 43
Baixar para ler offline
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
HARMONIA TONAL I
Meu nome é Wilson Dittrich Filho. Sou mestre em Música pelo Programa de Mestrado da
Universidade Federal do Paraná (2013), área de concentração Teoria, Criação e Estética Musical;
especialista em Análise Musical e Música de Câmara pela escola de Música e Belas Artes do Paraná
(2007); e bacharel em Música/Piano (1991) pela mesma instituição. Entre 2002 e 2004 atuei como
professor de piano para os cursos de Licenciatura em Música e Produção Sonora da Universidade
Federal do Paraná. Desde 1993 dedico-me ao ensino e à formação de jovens pianistas. Tenho
experiência na área de Música, com ênfase em Piano, atuando principalmente nos seguintes temas:
Piano, Análise Formal e Harmônica, Estética, Semiótica, História da Música. Fui também professor
de piano da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, entre os anos de 2011 e 2013.
E-mail: wilsondittrich@claretiano.edu.br
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais
Prof. Me. Wilson Dittrich Filho
Batatais
Claretiano
2019
HARMONIA TONAL I
Guia do Curso
Caderno de Referência de Conteúdo
© Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio
(eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de
banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.
REITORIA
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro
• Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami
• Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone
Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni
• Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis
Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Extensão Universitária
Título: Harmonia Tonal I
Versão: fev./2019
Formato: 20x28 cm
Páginas: 43 páginas
SUMÁRIO
GUIA DO CURSO....................................................................................................................................................................7
Unidade 1 – TRÍADES
1. 	 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................13
2. 	 AS TRÍADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA....................................................................................................................13
3. 	 A CIFRA DE CADA ACORDE SOBRE OS GRAUS DA ESCALA...........................................................................................21
4. 	 ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO...................................................................................................................22
5. 	 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................................................................................23
6. 	 E-REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................23
7. 	 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................23
8. 	 RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE............................................................................................................................................24
Unidade 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES
1. 	 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................27
2. 	 AS INVERSÕES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA...............................................................................................................27
3. 	 AS CIFRAS DA PRIMEIRA E DA SEGUNDA INVERSÃO SOBRE OS GRAUS DA ESCALA.................................................28
4. 	 ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO...................................................................................................................30
5. 	 CONSIDERAÇÕES.............................................................................................................................................................31
6. 	 E-REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................31
7. 	 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................31
8. 	 RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE............................................................................................................................................31
Unidade 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
1. 	 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................35
2. 	 AS TÉTRADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA.................................................................................................................35
3. 	 AS TÉTRADES INVERTIDAS SOBRE OS GRAUS DA ESCALA...........................................................................................38
4. 	 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................................................41
5. 	 E-REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................42
6. 	 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................42
AVALIAÇÃO DO CURSO..........................................................................................................................................................43
7
GUIA DO CURSO
Apresentação
Caro aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Harmonia Tonal I, mais um dos
cursos de Extensão Universitária do Claretiano na modalidade EaD.
A proposta deste curso é que a Harmonia seja estudada com foco, mas sem perder o
aspecto funcional, ou seja, unindo teoria e prática.
Assim, para uma melhor compreensão, o conteúdo deste curso será apresentado em
três unidades.
Na primeira unidade, abordaremos o sistema tonal, as escalas maiores e menores e a
distribuição dos acordes que formam o campo harmônico dos modos maior e menor, bem
como a forma da tríade no estado fundamental.
Na Unidade 2, estudaremos esses acordes, suas inversões e cifras devidas.
Na terceira e última unidade, abordaremos os acordes de sétima, ou seja, as tétrades, e
estudaremos as suas inversões.
O aprendizado dos conteúdos deste curso é muito importante por tratar-se de um
estudo fundamental para o desenvolvimento profissional após a assimilação da linguagem
musical estrutural.
Creio que o prazer em estudar música com bases sólidas será paulatinamente alcançado.
Grande abraço e bom estudo!
Ementa
As características do sistema tonal. Intervalo de terças para a construção do discurso
musical. A tonalidade e o uso das tríades e sétimas. Estados fundamental de tríades e tétrades.
Inversões de tríades e tétrades. Nomenclatura dos acordes: cifras.
Objetivo geral
Os alunos do curso de Extensão Universitária Harmonia Tonal I, na modalidade EaD do
Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, serão capazes
de compreender e realizar a harmonia tonal, bem como analisá-la, e, paralelamente, fazer
uso do contraponto. Para isso, contarão com recursos técnico-pedagógicos facilitadores de
aprendizagem, como Material Didático Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais, ambiente
virtual, acompanhamento do tutor, complementados por debates no Correio.
Neste curso, serão oferecidas informações e ferramentas necessárias para o
desenvolvimento dos estudantes de Música, que serão importantes tanto para o seu
desenvolvimento musical como para a sua atuação profissional.
8 © Harmonia Tonal I
GUIA DO CURSO
Ao final do curso, sob a orientação do tutor, realizarão uma atividade que demonstre sua
aprendizagem sobre os conteúdos estudados, levando em consideração as ideias discutidas no
Correio, disponibilizando-a no Portfólio.
Objetivos específicos
•	 Reconhecer os elementos do sistema tonal, suas características e seus fundamentos.
•	 Analisar e realizar a elaboração de tríades e tétrades no estado fundamental e suas
inversões.
•	 Entender e elaborar a correta cifragem de cada grau.
•	 Compreender o uso desses elementos em composições da literatura musical.
Competências (domínios cognitivos, habilidades e atitudes)
Aofinal desteestudo,osparticipantesdocursodeExtensãoUniversitáriaHarmoniaTonal
I contarão com mais uma base teórica e prática para fundamentar criticamente sua profissão.
Além disso, serão capazes de saber identificar e compreender os conceitos fundamentais da
escrita tonal. O sistema tonal é usado desde meados de 1650, e seu uso ainda é relevante, pois
sua qualidade "orgânica" faz com que tenha alguma similaridade com conceitos e sensações,
tais como início, movimento e finalização. Tais conceitos usados em música são, então,
progressivamente decodificados e contextualizados. Este estudo é fundamental para o músico
profissional.
Duração e carga horária
A carga horária do curso Harmonia Tonal I será de 30 horas, com dedicação média de
oito horas semanais. Este curso terá duração de um mês para o desenvolvimento do conteúdo
e a realização da avaliação final. No decorrer desse percurso, desenvolveremos atividades e
interatividades a distância.
Observe, no quadro demonstrativo a seguir, a carga horária e as semanas em que serão
desenvolvidas as atividades:
UNIDADES SEMANAS
ATIVIDADES A
DISTÂNCIA
1 1ª semana 8 h
2 2ª e 3ª semanas 14 h
3 4ª semana 8 h
TOTAL 30h
Os temas e os conteúdos das três unidades, bem como a avaliação proposta para o
curso, estão no Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), anexo a este Guia do Curso.
9© Harmonia Tonal I
GUIA DO CURSO
Metodologia de estudo do curso
Durante um mês, estudaremos e debateremos juntos os conteúdos das três unidades
que estruturam o curso Harmonia Tonal I. Como você poderá observar no CRC, procuramos
elaborar um texto em uma linguagem simples, dialógica, mediacional, interativa e de fácil
compreensão.
Lembre-se de que você poderá utilizar a ferramenta Correio para eliminar eventuais
dúvidas, realizar comentários ou descrever suas sugestões.
Considerações
Neste Guia do Curso, você encontrou as orientações e informações práticas necessárias
para o estudo do curso Harmonia Tonal I.
O curso é importante, pois fornece elementos da estruturação da linguagem musical
avançada. Tais elementos contribuem para a nossa atuação como musicistas e professores de
música, tanto no sentido de melhoria da nossa compreensão do discurso musical, da nossa
criatividade, caso sejamos compositores, como em nossa forma de ensinar. A linguagem
musical, como toda linguagem, tem suas regras, sua organicidade e suas difíceis peculiaridades.
É com esta ferramenta, o conhecimento, que ampliaremos nosso sentido crítico (aqui com
forte conotação de crítica construtiva) para avaliar e apreciar a Música.
Que esta contribuição seja efetiva e positiva na nossa trajetória profissional e pessoal!
Bibliografia básica
BENWARD, B.; KOLOSICK, J. T. Percepção Musical. São Paulo: Unicamp/Edusp, 2008. v. 1.
CARVALHO, A. R. Contraponto tonal e fuga. São Paulo: Independente, 2011.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal Harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
KOELLREUTTER, H. J. Harmonia Funcional. Introdução à teoria das funções harmônicas. São Paulo: Ricordi, 1986.
RAMIRES, M. R. L. Harmonia, uma abordagem prática. Parte I. São Paulo: Embraform, 2010.
ROIG-FRANCOLÍ, M.A. Harmony in context. New York: McGraw-Hill, 2011.
Bibliografia complementar
ALMADA, C. Harmonia Funcional. Campinas: Unicamp, 2009.
BENNETT, R. Forma e estrutura na Música. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
CHEDIAK, A. Dicionário de acordes cifrados: Harmonia aplicada à música popular. 2. ed. São Paulo: Irmãos Vitale, 1984.
GUEST, I. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006. 2 v.
SCHOENBERG, A. Funciones estructurales de la armonía. Versão espanhola de Juan Luís Milán Amat do original inglês.
Barcelona: Idea Books, 1999.
10 © Harmonia Tonal I
GUIA DO CURSO
11
UNIDADE 1
TRÍADES
Objetivos
•	 Compreender a estrutura da formação das tríades.
•	 Posição aberta e posição fechada.
Conteúdos
•	 Tríades do modo maior e do modo menor.
•	 Estado fundamental: posições aberta e fechada.
© Harmonia Tonal I
13© Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Nesta primeira unidade, vamos estudar alguns elementos da linguagem musical
avançada.
O estudo da teoria avançada e da harmonia está altamente vinculado à compreensão de
um sistema musical, aqui particularmente direcionado ao sistema chamado tonal.
Quando estudamos um sistema, pressupomos que todos os tópicos relacionados à te-
oria musical já foram compreendidos e assimilados. Enfatizamos, assim, que o conhecimen-
to de escalas, tonalidades, intervalos é de fundamental importância para os conteúdos que
abordaremos.
O conceito de harmonia é dado de forma exemplar no Dicionário Grove de Música (SA-
DIE, 1994, p. 407): "A combinação de notas soando verticalmente, para produzir acordes".
Quando insistimos na decodificação de uma linguagem, de um sistema, estamos nos
preparando para, ao compor, analisar ou interpretar, atingir a essência artística e estética des-
sa área do conhecimento humano chamada Música!
Desejo a você um excelente estudo! Tenha entusiasmo com o seu desenvolvimento!
2. AS TRÍADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA
A linguagem musical pós-polifonia passa por dois aspectos simultâneos: a horizontalida-
de das notas – melodia – e a verticalidade das notas – harmonia.
A partir do momento em que estudamos escalas e tonalidades, nos tornamos aptos a
observar trechos e obras musicais inteiras e a constatar como o uso dessas combinações de
elementos (entre eles, o elemento harmônico) gera coesão e sentido a uma obra.
Para entendermos melhor, vamos utilizar dois exemplos. O primeiro deles será Mozart.
Sonata KV 545 em dó maior de Mozart
Observe atentamente, na Figura 1, a primeira frase da Sonata KV 545 em Dó Maior, de
Mozart:
Figura 1 Mozart, Sonata KV 545.
Como sabemos que a sonata está em Dó Maior?
14 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Precisamos, antes de tudo, ver a armadura de clave. Como nela não há nenhum susteni-
do ou bemol, a tonalidade é Dó Maior ou Lá menor. Outro elemento importante é vermos qual
é o acorde, ou arpejo, inicial da peça. Para a definição da tonalidade, também é necessário de-
tectar atentamente o sétimo grau da tonalidade menor; se ele estiver elevado, então estamos
na escala harmônica do modo menor.
Observe a escala de Dó Maior:
Figura 2 Escala de Dó Maior.
Para formarmos o acorde do primeiro grau, a tônica, ou seja, o acorde que dá nome à
tonalidade, precisamos acrescentar o terceiro e o quinto graus, formando, assim, o acorde de
Dó Maior. Observe:
Figura 3 Graus da escala maior que formam o acorde sobre a tônica.
Observe agora a construção do acorde sobre primeiro grau formado pelo primeiro grau,
nota dó, terceiro grau, nota mi e quinto grau, nota sol:
Figura 4 Tríade de Dó Maior (1).
Esse acorde pode ser trabalhado livremente. No exemplo ora estudado, Mozart optou
por quebrar o acorde, formando um arpejo, ou baixo de “alberti".
Observe a forma como as notas do acorde de Dó Maior, primeiro grau da tonalidade,
foram usadas:
Figura 5 Tríade quebrada de Dó Maior.
15© Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
É desta forma que o discurso tonal se estabelece: por acordes formados por intervalos de
terça sobre os graus da escala. A forma de trabalhar com as notas da tríade é de livre escolha.
Vamos ver agora como fica a escala de Dó Maior com a colocação de duas terças:
Figura 6 Tríades sobre os graus da escala.
Viu só? Embora tenhamos um acorde para cada um dos sete graus da escala, há apenas
quatro tipos diferentes de acordes: acorde maior, acorde menor, acorde diminuto e acorde
aumentado.
Nas tonalidades maiores, apenas três tipos de acordes aparecem; o quarto tipo aparece-
rá somente na escala menor harmônica, conforme estudaremos a seguir.
Vejamos agora a forma de construir cada um desses acordes.
Tríade maior
A tríade maior é encontrada, por exemplo, sobre o primeiro grau de uma tonalidade
maior:
Figura 7 Tríade de Dó Maior (2).
Tríade menor
Já a tríade menor é encontrada, por exemplo, sobre o segundo grau de uma tonalidade
maior:
Figura 8 Tríade menor sobre o segundo grau da escala de dó maior.
Tríade diminuta
A tríade diminuta, por sua vez, é encontrada sobre o sétimo grau de uma tonalidade
maior:
16 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Figura 9 Tríade diminuta sobre o sétimo grau de Dó Maior.
Tríade aumentada
Como havíamos comentado anteriormente, a tríade aumentada não faz parte do campo
harmônico maior. Logo, no exemplo a seguir, alteramos uma das notas da tonalidade de dó
maior para a construção de um acorde aumentado.
Observe que, no acorde sobre o quinto grau da tonalidade de Dó Maior, foi alterada/
elevada a quinta do acorde. Assim, criamos o quinto grau aumentado:
Figura 10 Tríade aumentada sobre o quinto grau de Dó Maior.
Importante!
Lembre-se que temos quatro tipos de acordes para os sete graus de escala.
Observe que a todo momento estamos falando sobre a tonalidade do trecho dado como
exemplo. Assim, devemos ter em mente que não há estudo de harmonia sem tonalidade.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Todos os exercícios de harmonia devem ter armadura de clave e, consequentemente, uma tonalidade!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Peça número 8, do “Álbum para a Juventude", opus 68, de Robert Schumann
Nosso segundo exemplo será o trecho da peça número 8, do “Álbum para a Juventude",
opus 68, de Schumann. Observe:
17© Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Figura 11 O Álbum para a Juventude, opus 68, nº 8.
Como já mencionamos, devemos observar, antes de mais nada, a armadura de clave.
Nesse caso, deduzimos que a peça está em Lá menor. Como na armadura de clave não há ne-
nhum sustenido ou bemol, a tonalidade é Dó Maior ou Lá menor.
Seguem alguns elementos importantes de reconhecimento da tonalidade e, obviamen-
te, do modo:
•	 O acorde, ou arpejo, inicial da peça.
•	 Se o sétimo grau da tonalidade está elevado, a tonalidade é menor.
Observe agora a escala de Lá menor:
Figura 12 Escala harmônica de Lá menor.
Para formarmos o acorde do primeiro grau, a tônica, ou seja, o acorde que dá nome à
tonalidade, precisamos do primeiro, terceiro e quinto graus, formando, assim, o acorde de Lá
menor:
Figura 13 Graus da escala menor que formam o acorde sobre a tônica.
Observe agora a formação do acorde sobre o primeiro grau, que é formado pelas notas
lá, terceiro grau, nota dó, quinto grau, nota mi:
Figura 14 Tríade menor.
Schumann usou o acorde sobre o primeiro grau de lá menor primeiramente de forma
incompleta e, logo depois, de forma completa:
18 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Figura 15 Acorde incompleto e completo sobre o primeiro grau de lá menor.
Vejamos as tríades sobre os graus da escala de Lá menor:
Figura 16 Tríades sobre os graus da escala menor.
Como o sétimo grau da escala menor é elevado, sempre que a nota correspondente ao
sétimo grau aparecer, ela também deverá ser alterada. Se observarmos bem, a nota sol está
com o sustenido nos acordes do terceiro, quinto e sétimo graus.
As tonalidades menores na forma harmônica contemplam todos os quatro tipos de acor-
des/tríades estudados.
Eis alguns dos graus da escala menor em que esses acordes aparecem.
Tríade menor
A tríade menor pode ser encontrada, por exemplo, sobre o primeiro grau de uma tona-
lidade menor. Observe:
Figura 17 Tríade menor sobre o primeiro grau da escala de Lá menor.
Tríade maior
A tríade maior pode, por exemplo, ser encontrada sobre o quinto grau de uma tonalida-
de menor:
19© Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Figura 18 Tríade maior sobre o quinto grau da escala de Lá menor.
Tríade diminuta
A tríade diminuta, por sua vez, pode ser encontrada sobre o segundo grau de uma tona-
lidade menor:
Figura 19 Tríade diminuta sobre o segundo grau da escala de Lá menor.
Tríade aumentada
Já a tríade aumentada pode ser encontrada, por exemplo, sobre o terceiro grau de uma
tonalidade menor:
Figura 20 Tríade aumentada sobre o terceiro grau da escala de Lá menor.
Quando os acordes sobre cada grau da escala estão escritos como nos exemplos apre-
sentados, ou seja, formados por terças superpostas, dizemos que o acorde está no estado
fundamental, em posição fechada.
É esse assunto que veremos com mais detalhes a seguir!
Acordes no estado fundamental em posição fechada e aberta
Como o assunto ora abordado são as tríades escritas sobre cada grau das escalas dia-
tônicas maior e menor, precisamos saber como esses acordes são colocados no pentagrama.
Vamos analisar algumas dessas possibilidades?
Observe, a seguir, alguns exemplos do acorde sobre o primeiro grau da tonalidade de Dó
Maior no estado fundamental em posição fechada:
20 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Figura 21 Acorde no estado fundamental em posição fechada.
Observação:
Embora, por definição, um acorde em posição fechada obedeça a orientação anterior, alguns
autores e teóricos consideram apenas a distância entre as notas que correspondem às vozes de
Tenor, Contralto e Soprano como requisito para esse conceito, e desconsideram a distância entre o
Baixo e o Tenor.
Agora observe o primeiro grau de Dó Maior no estado fundamental em posição aberta:
Figura 22 Acorde no estado fundamental em posição aberta (1).
A única nota que importa é a fundamental do acorde, que deve estar na posição mais
grave. As outras notas da tríade podem estar em qualquer lugar do sistema (por sistema en-
tendemos o conjunto de claves – e pentagramas – que deve ser lido simultaneamente).
Quando os acordes sobre cada grau da escala estiverem escritos com intervalos diversos
daqueles formados por terças superpostas, dizemos que o acorde está no estado fundamen-
tal, em posição aberta.
Vamos exemplificar mudando a nossa tonalidade.
Observe o primeiro grau de Lá menor no estado fundamental em posição aberta nos
dois exemplos a seguir:
Figura 23 Acorde no estado fundamental em posição aberta (2).
21© Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Figura 24 Acorde no estado fundamental em posição aberta (3).
A nota lá sempre é a nota mais grave do acorde e o local em que as outras notas da trí-
ade estão escritas é livre.
3. A CIFRA DE CADA ACORDE SOBRE OS GRAUS DA ESCALA
A simbologia para cada tipo de acorde que vimos no tópico anterior está representada
a seguir:
Figura 25 Quatro tipos de classificação de acordes.
Sob cada nota da escala escrevemos algarismos romanos. Então, como temos sete notas
musicais, usamos os algarismos romanos de I a VII, um para cada nota da escala.
Os algarismos romanos que correspondem a cada grau da escala também precisam ser
escritos de determinada forma, a saber:
•	 Algarismos romanos maiúsculos para acordes maiores e aumentados.
•	 Algarismos romanos minúsculos para acordes menores e diminutos.
•	 Algarismos romanos maiúsculos seguidos do sinal + para acordes aumentados.
•	 Algarismos romanos minúsculos seguidos do sinal 0
para acordes diminutos.
Vejamos, a seguir, o campo harmônico da escala de dó maior.
Figura 26 Classificação de acordes sobre os graus da tonalidade maior.
22 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Escrito de outra forma, nas escalas maiores teremos sempre:
•	 Primeiro grau: I (acorde maior).
•	 Segundo grau: ii (acorde menor).
•	 Terceiro grau: iii (acorde menor).
•	 Quarto grau: IV (acorde maior).
•	 Quinto grau: V (acorde maior).
•	 Sexto grau: vi (acorde menor).
•	 Sétimo grau: vii0
(acorde diminuto).
•	 Primeiro grau: I (acorde maior).
Todas as escalas maiores têm essa cifragem.
Vejamos agora o campo harmônico (acordes sobre cada grau da escala com algarismos
romanos para cada grau) da escala de lá menor harmônica:
Figura 27 Classificação de acordes sobre os graus da tonalidade menor.
Escrito de outra forma, nas escalas menores harmônica teremos sempre:
•	 Primeiro grau: i (acorde menor).
•	 Segundo grau: ii0
(acorde diminuto).
•	 Terceiro grau: III + (acorde aumentado).
•	 Quarto grau: iv (acorde menor).
•	 Quinto grau: V (acorde maior).
•	 Sexto grau: VI (acorde maior).
•	 Sétimo grau: vii0
(acorde diminuto).
•	 Primeiro grau: i (acorde menor).
Todas as escalas menores têm essa cifragem.
4. ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO
Agora iremos exercitar o que foi aprendido nesta unidade. Você está preparado?
Dadas as tonalidades de Mi Maior e Mi menor, escreva a escala dessas tonalidades, as
tríades sobre essas tonalidades no estado fundamental e a classificação de cada tríade.
23© Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
Ao final da unidade você encontrará a resolução desta atividade, porém tente realizá-la sozinho
antes de verificar o resultado correto!
5. CONSIDERAÇÕES
O estudo desta unidade versou sobre a forma correta de classificar e entender as tríades.
A compreensão dos conteúdos aqui apresentados será de fundamental importância
para o estudo das próximas unidades. Portanto, caso tenha alguma dúvida, leia novamente o
conteúdo ou entre em contato com seu tutor!
6. E-REFERÊNCIAS
BARENBOIM, D. Mozart Piano Sonata No 16 C major K 545 Barenboim. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=1vDxlnJVvW8>. Acesso em: 1 ago. 2018.
DUDEQUE, N. Harmonia Tonal I. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9965391-Harmonia-tonal-i-apostila-
organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018.
______. Harmonia Tonal II. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7202975-Harmonia-tonal-ii-apostila-
organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018.
HINDEMITH, P. Treinamento elementar para músicos. 4. ed. São Paulo: Ricordi, 1988. Disponível em: <https://
meuarquivomusical.files.wordpress.com/2016/09/paul_hindemith_-_treinamento_elementar_para_musicos.pdf>. Acesso
em: 7 ago. 2018.
IMSLP – PETRUCCI MUSIC LIBRARY. Home page. Disponível em: <https://imslp.org/>. Acesso em: 7 ago. 2018.
KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical. 2010. 180 f. Dissertação (Mestrado
em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/
handle/1884/24368/Dissertacao%20Marco%20Koentopp.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 1 ago. 2018.
Lista de figuras
Figura1Mozart,SonataKV545.Disponívelem:<https://imslp.org/wiki/Piano_Sonata_No.16_in_C_major,_K.545_%28Mozart,_
Wolfgang_Amadeus%29>. Acesso em: 9 ago. 2018.
Figura 5 Tríade quebrada de dó maior. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/Piano_Sonata_No.16_in_C_
major,_K.545_%28Mozart,_Wolfgang_Amadeus%29>. Acesso em: 9 ago. 2018.
Figura 11 O Álbum para a Juventude, opus 68, nº 8. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/File:PMLP02707-Schumann_-_
Album_f%C3%BCr_die_Jugend.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2018.
Figura 15 Acorde incompleto e completo sobre o primeiro grau de lá menor. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/
File:PMLP02707-Schumann_-_Album_f%C3%BCr_die_Jugend.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2018.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HINDEMITH, P. Curso condensado de Harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
ROIG-FRANCOLI, M. A. Harmony in context. New York: McGraw-Hill, 2011.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Trad. Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
SADIE, S. Dicionário Grove de Música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
24 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 1 – TRÍADES
8. RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE
Observe, a seguir, a resolução da atividade proposta para esta unidade:
Mi Maior
Mi menor
25
INVERSÕES DAS TRÍADES
Objetivos
•	 Compreender a estrutura das inversões das tríades.
•	 Compreender as tríades invertidas na posição aberta e na posição fechada.
Conteúdos
•	 Estrutura das inversões das tríades.
•	 Cifras para cada uma das tríades na primeira e na segunda inversão.
UNIDADE 2
© Harmonia Tonal I
27© Harmonia Tonal I
UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES
1. INTRODUÇÃO
Até o momento, aprendemos que sobre cada grau da escala escrevemos um acorde, que
pode ser classificado como maior, menor, diminuto ou aumentado. Aprendemos, também,
que um acorde só pode estar no estado fundamental se estiver escrito em terças superpostas.
Agora, nesta segunda unidade, vamos estudar as inversões das tríades. Citando nova-
mente o Dicionário Grove de Música (SADIE, 1994, p. 407) a tríade "passou a ser a principal
unidade de harmonia (um acorde de três notas, formado por terças). Este ficou sendo o ele-
mento básico da harmonia ocidental até o séc. XX".
Sobre as inversões, o Dicionário Grove oferece a seguinte informação:
Na harmonia triádica, a nota fundamental de cada acorde é a nota a partir da qual as outras notas
podem estabelecer-se numa série de terças ascendentes. Assim, a tríade dó-mi-sol tem dó como
a sua fundamental, mas pode ser ouvida com o mi como nota mais grave (SADIE, 1994, p. 407).
Com essa observação, podemos deduzir que as notas da tríade no estado fundamental po-
demsofreralteraçõesdelugareordem,ouseja,háadesconfiguraçãodoseuestadofundamental.
Vamos ao nosso estudo!
2. AS INVERSÕES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA
Como você já observou, os acordes estudados até o momento têm sempre três notas. É
importante assimilar que a ordem dessas notas pode ser trocada, alterada.
Veja, por exemplo, o acorde sobre o primeiro grau da escala e/ou tonalidade de Dó Maior:
Figura 1 Estado fundamental do acorde de Dó Maior.
O acorde está no estado fundamental porque está escrito em terças sobrepostas (ou
superpostas).
Agora veja a primeira e segunda inversões do acorde:
Figura 2 Primeira e segunda inversões do acorde de Dó Maior.
Os três acordes dados estão na seguinte ordem:
•	 Estado fundamental.
•	 Primeira inversão.
•	 Segunda inversão.
28 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES
É importante notar: todos estão em posição fechada!
O que define o estado do acorde, ou seja, se ele está no estado fundamental, na primeira
ou na segunda inversão, é a nota mais grave do acorde!
Observe agora os mesmos acordes de Dó Maior na primeira inversão em posição aberta
(Figura 3). A única nota que importa é a terça do acorde que sempre estará como nota mais
grave – no caso deste acorde, trata-se da nota mi. A posição das outras notas é livre.
Figura 3 Primeira inversão do acorde de Dó Maior em posição aberta.
Agora vamos observar os mesmos acordes de Dó Maior na segunda inversão em posi-
ção aberta (Figura 4). A única nota que importa é a quinta do acorde que sempre estará como
nota mais grave – no caso deste acorde, trata-se da nota sol. A posição das outras notas é livre.
Figura 4 Segunda inversão do acorde de Dó Maior em posição aberta.
O estudo das tríades é relevante, pois faz parte da estruturação de toda obra musical
ocidental. Essas tríades foram usadas no período da música pré-tonal, na música tonal e na
música triádica não tonal.
3. AS CIFRAS DA PRIMEIRA E DA SEGUNDA INVERSÃO SOBRE OS GRAUS
DA ESCALA
Todas as cifras da primeira inversão levam o número arábico 6, e todas as cifras da se-
gunda inversão levam os números arábicos 6/4.
29© Harmonia Tonal I
UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES
Observe novamente, na Figura 5, as tríades de Dó Maior no estado fundamental. Todos
os acordes estão em posição fechada no estado fundamental:
Figura 5 Cifras sobre os acordes de uma tonalidade maior no estado fundamental.
Agora veja os mesmos acordes na primeira inversão – todos eles estão em posição fecha-
da na primeira inversão (Figura 6):
Figura 6 Cifras sobre os acordes de uma tonalidade maior na primeira inversão.
Mas, por que o número 6 ao lado dos algarismos romanos? Porque é o intervalo que
se forma entre a nota mais grave e a nota mais aguda nos acordes na primeira inversão: um
intervalo de sexta!
Agora veja os mesmos acordes na segunda inversão (Figura 7). Todos os acordes estão
em posição fechada:
Figura 7 Cifras sobre os acordes de uma tonalidade maior na segunda inversão.
E por que os números 6 e 4 ao lado dos algarismos romanos? Usamos o 6 porque temos
um intervalo de sexta entre a nota mais grave e a mais aguda; e usamos o 4 porque temos um
intervalo de quarta entre a nota mais grave e a nota intermediária dos acordes na segunda
inversão. Por isso 6/4, um intervalo de sexta e um intervalo de quarta!
Observe, na canção “Parabéns para você" (Figura 8), a análise dos acordes:
Figura 8 Cifras sob os acordes da canção "Parabéns para você".
30 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES
Vamos entender melhor?
Como você pode perceber, estamos na tonalidade de dó maior – a armadura de clave
nos diz isso. Todas as notas dos acordes e da melodia precisam ser colocadas em terças su-
perpostas, pois, dessa forma, conseguiremos saber sobre qual grau da escala de Dó Maior os
acordes foram escritos.
No primeiro compasso (não contamos aqui com a anacruse), temos as notas dó-mi-sol
na mão esquerda. Essa tríade está no estado fundamental, pois as notas estão escritas em
terças superpostas, ou seja, estamos no primeiro grau da tonalidade de Dó Maior.
No segundo acorde, temos as notas si-ré-sol. Então, precisamos colocar esse acorde no
estado fundamental, ou seja, em terças superpostas, para saber o grau da escala a que esse
acorde pertence. Dessa forma, teremos sol-si-ré, ou seja, o quinto grau da tonalidade de Dó
Maior. Portanto, nessa canção, temos o quinto grau na primeira inversão porque a nota mais
grave é a nota si: V6.
No terceiro compasso temos um acorde incompleto, a terça do quinto grau, a nota si
não foi colocada, mas ainda assim, como a nota mais grave é sol e temos também a nota ré,
estamos no quinto grau de Dó Maior no estado fundamental.
Noquartoequintocompassos,novamentetemosoprimeirograunoestadofundamental.
No sexto compasso, temos as notas dó-fá-lá. Também precisamos colocar esse acorde
no estado fundamental. Estamos, então, no quarto grau de Dó Maior. Esse acorde no estado
fundamental tem as notas fá-lá-dó. Como na canção a nota mais grave desse acorde é a nota
dó, estamos no quarto grau, segunda inversão: IV6/4.
Conseguiu entender? Pois bem, é dessa forma que a análise dos acordes de uma com-
posição é feita. Como você pôde perceber, as inversões das tríades dinamizam e enriquecem
a forma de escrever música. Elas dão outras "cores" aos acordes, pois sua inversão caracteriza
o som de forma diversificada.
4. ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO
Vamos exercitar o que foi aprendido?
Nesta atividade de fixação, você deverá escrever sob cada acorde a tonalidade e a cifra
completa.
Você poderá conferir, ao final da unidade, a resolução correta!
31© Harmonia Tonal I
UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES
5. CONSIDERAÇÕES
Nosso estudo das estruturas dos acordes de três sons que organizam e dão sentido às
obras musicais foi concluído. Nesta unidade, vimos suas possibilidades de uso e a forma ade-
quada de análise. Além disso, observamos que, no sistema tonal, toda composição original ou
arranjo tem essa estrutura triádica como eixo fundamental.
Vamos partir agora para o próximo elemento estrutural, os acordes de sétima, as tétra-
des, acordes que trarão novas possibilidades de sonoridades para o discurso musical.
6. E-REFERÊNCIAS
DUDEQUE, N. Harmonia Tonal I. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9965391-Harmonia-tonal-i-apostila-
organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018.
______. Harmonia Tonal II. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7202975-Harmonia-tonal-ii-apostila-organizada-
por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018.
KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical. 2010. 180 f. Dissertação (Mestrado
em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/
handle/1884/24368/Dissertacao%20Marco%20Koentopp.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 27 ago. 2018.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HINDEMITH, P. Curso condensado de Harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
ROIG-FRANCOLI, M. A. Harmony in context. New York: McGraw-Hill, 2011.
SADIE, S. Dicionário Grove de Música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Trad. Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
8. RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE
Observe, a seguir, a resolução da atividade proposta para esta unidade:
© Harmonia Tonal I
33
ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
Objetivos
•	 Compreender a estrutura da formação das tétrades.
•	 Entender e classificar as cifras sob as tétrades no estado fundamental.
•	 Entender e classificar as inversões das tétrades.
•	 Usar de forma correta as tétrades e suas devidas cifras.
Conteúdos
•	 Formação dos acordes de quatro sons.
•	 A nomenclatura dos acordes de quatro sons.
•	 A escrita das tétrades invertidas.
•	 A nomenclatura dos acordes invertidos de quatro sons.
UNIDADE 3
© Harmonia Tonal I
35© Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
1. INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, estudamos as inversões das tríades. Agora, nesta terceira e última
unidade, estudaremos as tétrades – também conhecidas como acordes de sétima ou acorde
de quatro sons –, suas inversões e cifras.
As tétrades são formadas adicionando uma terça a mais sobre a nota mais aguda da
tríade. Ou seja, temos um acorde de quatros sons, com as notas do campo harmônico de uma
tonalidade/escala (campo harmônico de uma tonalidade é o conjunto de notas da escala e das
tríades dessa mesma tonalidade).
São os acordes que criam os fundamentos da música tal como hoje a conhecemos:
uma linha melódica e um acompanhamento. Toda essa construção entre melodia e harmonia
(acompanhamento) tem seus alicerces mais profundos no estudo das tríades e das tétrades.
O sistema tonal tem como uma das suas características o estudo de acordes criados a
partir da superposição de terças. Essa superposição gera os acordes de três sons, ou seja, as
tríades, e os acordes de quatro sons, ou seja, as tétrades.
Os acordes estudados neste momento são acordes diatônicos, ou seja, construídos a
partir das notas da tonalidade/escala maior e menor.
Vamos agora partir para o resultado dessas tétrades.
Bom estudo!
2. AS TÉTRADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA
Como falamos anteriormente, as tétrades são formadas quando adicionamos uma terça
a mais sobre a nota mais aguda da tríade.
Observe o exemplo em Dó Maior:
Figura 1 Tétrades sobre os graus da escala de Dó Maior.
Como você pode notar, sobre cada tríade foi acrescentada mais uma terça.
A classificação do acorde obedece à mesma regra usada na classificação das tríades, ou
seja, algarismos romanos maiúsculos para os acordes maiores e aumentados e algarismos ro-
manos minúsculos para acordes menores e diminutos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Aqui temos uma peculiaridade, o sétimo grau é formado por um acorde diminuto e uma sétima menor (você
verá a especificação desse acorde a seguir).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Observe agora cada cifra sobre os graus da escala maior:
36 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
Figura 2 A cifra de cada tétrade sobre cada grau da escala maior.
Então temos:
•	 I7
: tríade maior com sétima.
•	 ii7
: tríade menor com sétima.
•	 iii7
: tríade menor com sétima.
•	 IV7
: tríade maior com sétima.
•	 V7
: tríade maior com sétima.
•	 vi7
: tríade menor com sétima.
•	 viiØ7
: tríade diminuta com sétima menor.
•	 I7
: tríade maior com sétima.
Importante!–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O acorde sobre o sétimo grau exige uma nomenclatura diferente, pois é o único acorde/tríade diminuto. Com a
sétima menor acrescentada a essa tríade, temos então uma tétrade meio diminuta.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O símbolo meio diminuto é sempre usado desta forma: Ø
, ou seja, um zero cortado, es-
crito de forma exponencial. Isso é muito importante, pois temos as tétrades diminutas cujo
símbolo é um zero sem corte, escrito também de forma exponencial: o
.
Agora vamos observar a escala de Lá menor na forma harmônica:
Figura 3 A cifra de cada tétrade sobre cada grau da escala menor.
Nesse caso temos:
•	 i7
: tríade menor com sétima.
•	 iiØ7
: tríade diminuta com sétima.
•	 III+7
: tríade aumentada com sétima.
•	 iv7
: tríade menor com sétima.
•	 V7
: tríade maior com sétima.
37© Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
•	 VI7
:tríade maior com sétima.
•	 vii07
: tríade diminuta com sétima diminuta.
•	 I7
: tríade menor com sétima.
Bom, agora que vimos a estrutura de cada tétrade, vamos aos exemplos.
Tão necessário quanto o conhecimento das escalas e tonalidades é o conhecimento da
formação dos acordes de três e quatro sons. Dessa forma, já estamos adentrando no sistema
de análise. Todas as obras analisadas terão como estrutura a tonalidade, a tríade e a tétrade.
Exemplos práticos
Nosso primeiro exemplo será uma peça de Robert Schumann, retirada do “Álbum para a
Juventude”, opus 68, nº 6 (Figura 4).
Nesta composição, estamos na tonalidade de Lá menor. Deduzimos isso pela armadura
de clave, pelo sétimo grau elevado e pelo primeiro acorde da peça. O segundo acorde con-
templa o acorde estudado neste momento, um acorde de quatro sons. Temos as notas mi e ré
na clave de fá e as notas sol# e si na clave de sol. Vamos colocar essas notas no estado funda-
mental, mi-sol#-si-ré. Deduzimos que estamos no quinto grau de Lá menor. Como a nota mais
grave é o mi, estamos no estado fundamental: V7.
Observe:
Figura 4 Exemplo da tétrade sobre o quinto grau de uma tonalidade menor.
Vejamos outro exemplo.
A Figura 5 é a primeira de um conjunto de três peças intituladas “Gymonopédies”, do
compositor Erik Satie:
38 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
Figura 5 Uso do acorde de quatro sons.
Nessa composição, estamos na tonalidade de Ré Maior. Deduzimos isso pela armadura
de clave e pelo lá natural.
Vamos analisar agora o primeiro e segundo acordes!
No primeiro compasso, temos a nota sol na clave de fá e as notas si-ré-fá# na clave de
sol. Vamos colocar essas notas no estado fundamental em posição fechada, ou seja, em terças
superpostas: sol-si-ré-fá#. Deduzimos que estamos no quarto grau de Ré Maior. Como a nota
mais grave é sol, estamos no estado fundamental: IV7.
No segundo compasso temos a nota ré na clave de fá e as notas lá-dó#-fá# na clave de
sol. Vamos colocar essas notas no estado fundamental em posição fechada, ou seja, em terças
superpostas: ré-fá#-lá-dó#. Deduzimos que estamos no primeiro grau de Ré Maior. Como a
nota mais grave é a nota ré, estamos no primeiro grau, estado fundamental: I7.
3. AS TÉTRADES INVERTIDAS SOBRE OS GRAUS DA ESCALA
Assim como ocorre com as tríades, as tétrades podem e devem ser usadas com a sua
ordem invertida, ou seja, a ordem das quatro notas trocadas. Como temos quatro notas, te-
mos quatro posições da tétrade: estado fundamental, primeira inversão, segunda inversão e
terceira inversão.
Primeira inversão das tétrades: 6/5
Os acordes de sétima também são escritos de forma invertida. Como já vimos em alguns
exemplos, esses acordes estão presentes em toda composição musical.
Vamos analisar atentamente os acordes a seguir.
39© Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
Figura 6 Tétrades sobre os graus da escala maior na primeira inversão.
Como você pôde perceber, a escrita dos algarismos romanos sobre os graus da escala
continua a mesma, conforme a estrutura original, ou seja, no estado fundamental, com acrés-
cimo da devida indicação da inversão.
Para uma melhor compreensão, acompanhe a explicação a seguir:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Entre mi, que é a nota mais grave, e dó, que é a nota mais aguda, temos uma sexta, e entre mi e si temos
uma quinta. Temos, então, o primeiro grau de Dó Maior na primeira inversão: I6/5
.
Figura 7 Tétrades sobre os graus da escala maior na segunda inversão.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Segunda inversão das tétrades: 4/3
Neste caso, a nota que nos dá a base para a inversão é a terceira nota do acorde de qua-
tro sons.
Observe os acordes a seguir:
Figura 8 Tétrades sobre os graus da escala maior na segunda inversão.
Novamente, como você pôde perceber, a escrita dos algarismos romanos sobre os graus
da escala continua a mesma, conforme a estrutura original, ou seja, no estado fundamental,
com acréscimo da devida indicação da inversão.
Observe a explicação para as tétrades na segunda inversão:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Entre a nota mais grave e a fundamental (dó) temos uma quarta, e entre a nota mais grave e a sétima (si) temos
uma terça. Estamos, então, na segunda inversão do primeiro grau de Dó Maior: I4/3
.
Figura 9 Tétrades na segunda inversão.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
40 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
Terceira inversão das tétrades: 2
Neste caso, a nota que dá a base para a inversão é a quarta nota da tétrade.
Observe os acordes a seguir:
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Figura 10 Tétrades sobre os graus da escala maior na terceira inversão.
Entre a sétima do acorde no estado fundamental (si) e a fundamental (dó), temos um intervalo de segunda. Então,
em Dó Maior, temos a tétrade sobre o primeiro grau na terceira inversão: I2
(observe a Figura 11).
Figura 11 Tétrade na terceira inversão.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A regra para a tonalidade menor é mesma.
Agora observe, em Lá menor, a forma harmônica:
Figura 12 Forma harmônica em Lá menor.
Você percebeu que a sequência das cifras obedece uma ordem decrescente? Assim:
•	 7.
•	 6/5.
•	 4/3.
•	 2.
41© Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
Observe agora, na Figura 13, de forma didática, o uso de alguns desses acordes em uma
composição.
Figura 13 Análise das tétrades, Schumann, opus 8, nº 4.
Vamos entender melhor? Acompanhe uma explicação acorde por acorde!
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como você deve ter percebido, estamos em sol maior. O primeiro acorde é uma tríade no estado fundamental
sobre o primeiro grau com a nota sol repetida na mão direita.
Já o segundo acorde é uma tríade na primeira inversão sobre o sétimo grau com a nota dó repetida.
O terceiro acorde, por sua vez, é uma tríade sobre o primeiro grau na primeira inversão.
O quarto acorde é novamente uma tríade na primeira inversão sobre o sétimo grau com a nota dó repetida.
O quinto acorde é uma tríade no estado fundamental sobre o primeiro grau com a nota sol repetida na mão direita.
O sexto acorde é uma tétrade meio diminuta sobre o segundo grau na primeira inversão.
O sétimo acorde é o quinto grau no estado fundamental.
E finalizamos com o oitavo acorde no primeiro grau no estado fundamental.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da Harmonia passa pela sistematização das tonalidades e pelo uso do campo
harmônico, sendo premissas básicas para a compreensão dessa área de estudos.
No campo harmônico de cada escala, usamos as tríades e as tétrades, acordes funda-
mentais para compreendermos e analisarmos uma partitura, melhorando nossa escrita musi-
cal e até mesmo nossa performance artística.
Assim, com esta obra você teve a oportunidade de percorrer este grande caminho que
é o estudo do campo harmônico. Porém, embora este conhecimento esteja apenas nos seus
momentos iniciais, ele já nos faz entender a forma como o discurso musical se estabelece.
42 © Harmonia Tonal I
UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS
O resultado sonoro de uma obra musical percorre caminhos racionais e emocionais, e
essas ferramentas analíticas nos permitem adentrar na mente do compositor. Esse universo é
rico e extremamente fascinante!
Continue com seus estudos, pois a amplitude do seu conhecimento terá resultados po-
sitivos na sua vida artística e acadêmica.
5. E-REFERÊNCIAS
DUDEQUE, N. Harmonia Tonal – I. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9965391-Harmonia-tonal-i-apostila-
organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 7 ago. 2018.
______. Harmonia Tonal – II. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7202975-Harmonia-tonal-ii-apostila-organizada-
por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 7 ago. 2018.
KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical. 2010. 180 f. Dissertação (Mestrado
em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/
handle/1884/24368/Dissertacao%20Marco%20Koentopp.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 7 ago. 2018.
SATIE, E. Gymonopédies. Disponível em: <http://ks.petruccimusiclibrary.org/files/imglnks/usimg/7/75/IMSLP03213-Satie-
GymnopediesOrEd.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018.
Lista de figuras
Figura 4 Exemplo da tétrade sobre o quinto grau de uma tonalidade menor. Disponível em: <http://ks.imslp.info/files/imglnks/
usimg/0/0a/IMSLP51556-PMLP02707-RS67.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2018.
Figura 5 Uso do acorde de quatro sons. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/3_Gymnop%C3%A9dies_(Satie%2C_Erik)>.
Acesso em: 9 ago. 2018.
Figura 13 Análise das tétrades, Schumann, opus 8, nº 4. Disponível em: <http://ks.imslp.info/files/imglnks/usimg/0/0a/
IMSLP51556-PMLP02707-RS67.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2018.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HINDEMITH, P. Curso condensado de Harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998.
KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000.
ROIG-FRANCOLI, M. A. 2011. Harmony in context. New York: McGraw-Hill.
SCHOENBERG, A. Harmonia. Trad. Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
43
Neste momento, você deverá realizar a atividade proposta a seguir, que contempla todo
o conteúdo que foi abordado no curso. É por meio da entrega desta atividade, de acordo com
o que foi solicitado, que você receberá a nota e, consequentemente, seu certificado de con-
clusão do curso.
Você deverá realizar uma análise harmônica do seguinte trecho musical:
A harmonia, ou seja, os acordes sobre os graus da escala, está dada pela mão esquerda,
podendo haver notas complementares na mão direita. Neste trecho, há quatro acordes que
devem ser analisados. Atente-se!
Depois de concluir sua atividade, que deverá conter capa, a análise proposta e as refe-
rências bibliográficas utilizadas, poste-a no Portfólio.
AVALIAÇÃO DO CURSO

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Livro de Harmonia e Analise - Claretiano
Livro de  Harmonia e Analise - ClaretianoLivro de  Harmonia e Analise - Claretiano
Livro de Harmonia e Analise - ClaretianoAlexandre Reis
 
Teoria musical
Teoria musicalTeoria musical
Teoria musicalOMAESTRO
 
Curso-completo-de-violao-para-iniciantes
 Curso-completo-de-violao-para-iniciantes Curso-completo-de-violao-para-iniciantes
Curso-completo-de-violao-para-inicianteseltoleon
 
Contraponto 01 1ª- especie
Contraponto 01 1ª- especieContraponto 01 1ª- especie
Contraponto 01 1ª- especieJouhilton
 
Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf
 Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf
Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdfGuilherme Pereira
 
Curso De Como Aprender A Tocar ViolãO
Curso De Como Aprender A Tocar ViolãOCurso De Como Aprender A Tocar ViolãO
Curso De Como Aprender A Tocar ViolãODinho Paulo Clakly
 
(3) metodo violao otaniel-ricardo
(3) metodo violao otaniel-ricardo(3) metodo violao otaniel-ricardo
(3) metodo violao otaniel-ricardoleorio
 
Livro diagramas de acordes def5
Livro diagramas de acordes def5Livro diagramas de acordes def5
Livro diagramas de acordes def5Nando Costa
 
Curso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portuguese
Curso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portugueseCurso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portuguese
Curso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portugueseAltair Costa
 
Powerpoint aula facul, violão
Powerpoint aula facul, violãoPowerpoint aula facul, violão
Powerpoint aula facul, violãouscusc
 
Apostila de violao
Apostila de violaoApostila de violao
Apostila de violaoJúlio Rocha
 
Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....
Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....
Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....Gilmar Damião
 

Mais procurados (20)

Livro de Harmonia e Analise - Claretiano
Livro de  Harmonia e Analise - ClaretianoLivro de  Harmonia e Analise - Claretiano
Livro de Harmonia e Analise - Claretiano
 
Da capo regência
Da capo   regênciaDa capo   regência
Da capo regência
 
Teoria musical
Teoria musicalTeoria musical
Teoria musical
 
Curso-completo-de-violao-para-iniciantes
 Curso-completo-de-violao-para-iniciantes Curso-completo-de-violao-para-iniciantes
Curso-completo-de-violao-para-iniciantes
 
Apostila contra-baixo
Apostila contra-baixoApostila contra-baixo
Apostila contra-baixo
 
Curso de teoria musical
Curso de teoria musicalCurso de teoria musical
Curso de teoria musical
 
Contraponto 01 1ª- especie
Contraponto 01 1ª- especieContraponto 01 1ª- especie
Contraponto 01 1ª- especie
 
Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf
 Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf
Apostila-2012-aprenda-ler-uma-partitura-pdf
 
Curso De Como Aprender A Tocar ViolãO
Curso De Como Aprender A Tocar ViolãOCurso De Como Aprender A Tocar ViolãO
Curso De Como Aprender A Tocar ViolãO
 
Manual Aula Cavaquinho
Manual Aula CavaquinhoManual Aula Cavaquinho
Manual Aula Cavaquinho
 
(3) metodo violao otaniel-ricardo
(3) metodo violao otaniel-ricardo(3) metodo violao otaniel-ricardo
(3) metodo violao otaniel-ricardo
 
Apostila violao-completa
Apostila violao-completaApostila violao-completa
Apostila violao-completa
 
Livro diagramas de acordes def5
Livro diagramas de acordes def5Livro diagramas de acordes def5
Livro diagramas de acordes def5
 
Curso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portuguese
Curso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portugueseCurso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portuguese
Curso Canto Gregoriano - Gregorian Chant tutorial in portuguese
 
Da Capo - Oboé
Da Capo - OboéDa Capo - Oboé
Da Capo - Oboé
 
Colocação pronominal
Colocação pronominalColocação pronominal
Colocação pronominal
 
Powerpoint aula facul, violão
Powerpoint aula facul, violãoPowerpoint aula facul, violão
Powerpoint aula facul, violão
 
Caderno de harmonia
Caderno de harmoniaCaderno de harmonia
Caderno de harmonia
 
Apostila de violao
Apostila de violaoApostila de violao
Apostila de violao
 
Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....
Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....
Apostila com Instruções Práticas e Básicas para Violão/Guitarra (Iniciantes)....
 

Semelhante a Acordes e inversões

Sistematização e alfabetização
Sistematização e alfabetizaçãoSistematização e alfabetização
Sistematização e alfabetizaçãoClecio Bunzen
 
Estética Musical na Educação
Estética Musical na EducaçãoEstética Musical na Educação
Estética Musical na EducaçãoAlexandre Reis
 
Dissertação de mestrado os alunos como músicos - jose galvao
Dissertação de mestrado   os alunos como músicos - jose galvaoDissertação de mestrado   os alunos como músicos - jose galvao
Dissertação de mestrado os alunos como músicos - jose galvaoEducacao Musical Jose Galvao
 
O PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docx
O PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docxO PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docx
O PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docxHumanizaTeologia
 
ApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdf
ApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdfApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdf
ApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdfJonatas5
 
Introdução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinares
Introdução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinaresIntrodução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinares
Introdução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinaresPimenta Cultural
 
A cor como elemento para criação gráfica
A cor como elemento para criação gráficaA cor como elemento para criação gráfica
A cor como elemento para criação gráficafilipeosf serrão
 
percepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de Inglêspercepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de InglêsDeborah Oliver
 

Semelhante a Acordes e inversões (20)

Sistematização e alfabetização
Sistematização e alfabetizaçãoSistematização e alfabetização
Sistematização e alfabetização
 
Estética Musical na Educação
Estética Musical na EducaçãoEstética Musical na Educação
Estética Musical na Educação
 
Dissertação de mestrado os alunos como músicos - jose galvao
Dissertação de mestrado   os alunos como músicos - jose galvaoDissertação de mestrado   os alunos como músicos - jose galvao
Dissertação de mestrado os alunos como músicos - jose galvao
 
O PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docx
O PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docxO PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docx
O PAPEL DA MUSICA NA EDUCACAO INFANTIL.docx
 
ApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdf
ApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdfApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdf
ApisMais_LP_4ano_PNLD2023_Obj1_MP_CARAC.pdf
 
Monografia Jeane Pedagogia 2010
Monografia Jeane Pedagogia 2010Monografia Jeane Pedagogia 2010
Monografia Jeane Pedagogia 2010
 
Monografia Marina pedagogia 2010
Monografia Marina pedagogia 2010Monografia Marina pedagogia 2010
Monografia Marina pedagogia 2010
 
Introdução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinares
Introdução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinaresIntrodução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinares
Introdução livro Ciências Sociais: diálogos interdisciplinares
 
Pcn
PcnPcn
Pcn
 
federal reserve
federal reservefederal reserve
federal reserve
 
Didatica geral
Didatica geralDidatica geral
Didatica geral
 
Didatica geral
Didatica geralDidatica geral
Didatica geral
 
Quimica das ceramicas
Quimica das ceramicasQuimica das ceramicas
Quimica das ceramicas
 
Monografia Eurenice pedagogia 2011
Monografia Eurenice pedagogia 2011Monografia Eurenice pedagogia 2011
Monografia Eurenice pedagogia 2011
 
Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa - Ensino Fundamental e Educação ...
Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa - Ensino Fundamental e Educação ...Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa - Ensino Fundamental e Educação ...
Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa - Ensino Fundamental e Educação ...
 
Monografia Fátima Pedagogia 2012
Monografia Fátima Pedagogia 2012Monografia Fátima Pedagogia 2012
Monografia Fátima Pedagogia 2012
 
A cor como elemento para criação gráfica
A cor como elemento para criação gráficaA cor como elemento para criação gráfica
A cor como elemento para criação gráfica
 
Monografia Polianne Pedagogia 2011
Monografia Polianne Pedagogia 2011 Monografia Polianne Pedagogia 2011
Monografia Polianne Pedagogia 2011
 
percepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de Inglêspercepeções de uma professora de Inglês
percepeções de uma professora de Inglês
 
Educacaodocampo
EducacaodocampoEducacaodocampo
Educacaodocampo
 

Acordes e inversões

  • 1. Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação HARMONIA TONAL I
  • 2. Meu nome é Wilson Dittrich Filho. Sou mestre em Música pelo Programa de Mestrado da Universidade Federal do Paraná (2013), área de concentração Teoria, Criação e Estética Musical; especialista em Análise Musical e Música de Câmara pela escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007); e bacharel em Música/Piano (1991) pela mesma instituição. Entre 2002 e 2004 atuei como professor de piano para os cursos de Licenciatura em Música e Produção Sonora da Universidade Federal do Paraná. Desde 1993 dedico-me ao ensino e à formação de jovens pianistas. Tenho experiência na área de Música, com ênfase em Piano, atuando principalmente nos seguintes temas: Piano, Análise Formal e Harmônica, Estética, Semiótica, História da Música. Fui também professor de piano da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, entre os anos de 2011 e 2013. E-mail: wilsondittrich@claretiano.edu.br Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais
  • 3. Prof. Me. Wilson Dittrich Filho Batatais Claretiano 2019 HARMONIA TONAL I Guia do Curso Caderno de Referência de Conteúdo
  • 4. © Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. REITORIA Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Extensão Universitária Título: Harmonia Tonal I Versão: fev./2019 Formato: 20x28 cm Páginas: 43 páginas
  • 5. SUMÁRIO GUIA DO CURSO....................................................................................................................................................................7 Unidade 1 – TRÍADES 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................13 2. AS TRÍADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA....................................................................................................................13 3. A CIFRA DE CADA ACORDE SOBRE OS GRAUS DA ESCALA...........................................................................................21 4. ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO...................................................................................................................22 5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................................................................................23 6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................23 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................23 8. RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE............................................................................................................................................24 Unidade 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................27 2. AS INVERSÕES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA...............................................................................................................27 3. AS CIFRAS DA PRIMEIRA E DA SEGUNDA INVERSÃO SOBRE OS GRAUS DA ESCALA.................................................28 4. ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO...................................................................................................................30 5. CONSIDERAÇÕES.............................................................................................................................................................31 6. E-REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................31 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................31 8. RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE............................................................................................................................................31 Unidade 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................35 2. AS TÉTRADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA.................................................................................................................35 3. AS TÉTRADES INVERTIDAS SOBRE OS GRAUS DA ESCALA...........................................................................................38 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................................................41 5. E-REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................42 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................................................................42 AVALIAÇÃO DO CURSO..........................................................................................................................................................43
  • 6.
  • 7. 7 GUIA DO CURSO Apresentação Caro aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Harmonia Tonal I, mais um dos cursos de Extensão Universitária do Claretiano na modalidade EaD. A proposta deste curso é que a Harmonia seja estudada com foco, mas sem perder o aspecto funcional, ou seja, unindo teoria e prática. Assim, para uma melhor compreensão, o conteúdo deste curso será apresentado em três unidades. Na primeira unidade, abordaremos o sistema tonal, as escalas maiores e menores e a distribuição dos acordes que formam o campo harmônico dos modos maior e menor, bem como a forma da tríade no estado fundamental. Na Unidade 2, estudaremos esses acordes, suas inversões e cifras devidas. Na terceira e última unidade, abordaremos os acordes de sétima, ou seja, as tétrades, e estudaremos as suas inversões. O aprendizado dos conteúdos deste curso é muito importante por tratar-se de um estudo fundamental para o desenvolvimento profissional após a assimilação da linguagem musical estrutural. Creio que o prazer em estudar música com bases sólidas será paulatinamente alcançado. Grande abraço e bom estudo! Ementa As características do sistema tonal. Intervalo de terças para a construção do discurso musical. A tonalidade e o uso das tríades e sétimas. Estados fundamental de tríades e tétrades. Inversões de tríades e tétrades. Nomenclatura dos acordes: cifras. Objetivo geral Os alunos do curso de Extensão Universitária Harmonia Tonal I, na modalidade EaD do Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, serão capazes de compreender e realizar a harmonia tonal, bem como analisá-la, e, paralelamente, fazer uso do contraponto. Para isso, contarão com recursos técnico-pedagógicos facilitadores de aprendizagem, como Material Didático Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais, ambiente virtual, acompanhamento do tutor, complementados por debates no Correio. Neste curso, serão oferecidas informações e ferramentas necessárias para o desenvolvimento dos estudantes de Música, que serão importantes tanto para o seu desenvolvimento musical como para a sua atuação profissional.
  • 8. 8 © Harmonia Tonal I GUIA DO CURSO Ao final do curso, sob a orientação do tutor, realizarão uma atividade que demonstre sua aprendizagem sobre os conteúdos estudados, levando em consideração as ideias discutidas no Correio, disponibilizando-a no Portfólio. Objetivos específicos • Reconhecer os elementos do sistema tonal, suas características e seus fundamentos. • Analisar e realizar a elaboração de tríades e tétrades no estado fundamental e suas inversões. • Entender e elaborar a correta cifragem de cada grau. • Compreender o uso desses elementos em composições da literatura musical. Competências (domínios cognitivos, habilidades e atitudes) Aofinal desteestudo,osparticipantesdocursodeExtensãoUniversitáriaHarmoniaTonal I contarão com mais uma base teórica e prática para fundamentar criticamente sua profissão. Além disso, serão capazes de saber identificar e compreender os conceitos fundamentais da escrita tonal. O sistema tonal é usado desde meados de 1650, e seu uso ainda é relevante, pois sua qualidade "orgânica" faz com que tenha alguma similaridade com conceitos e sensações, tais como início, movimento e finalização. Tais conceitos usados em música são, então, progressivamente decodificados e contextualizados. Este estudo é fundamental para o músico profissional. Duração e carga horária A carga horária do curso Harmonia Tonal I será de 30 horas, com dedicação média de oito horas semanais. Este curso terá duração de um mês para o desenvolvimento do conteúdo e a realização da avaliação final. No decorrer desse percurso, desenvolveremos atividades e interatividades a distância. Observe, no quadro demonstrativo a seguir, a carga horária e as semanas em que serão desenvolvidas as atividades: UNIDADES SEMANAS ATIVIDADES A DISTÂNCIA 1 1ª semana 8 h 2 2ª e 3ª semanas 14 h 3 4ª semana 8 h TOTAL 30h Os temas e os conteúdos das três unidades, bem como a avaliação proposta para o curso, estão no Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), anexo a este Guia do Curso.
  • 9. 9© Harmonia Tonal I GUIA DO CURSO Metodologia de estudo do curso Durante um mês, estudaremos e debateremos juntos os conteúdos das três unidades que estruturam o curso Harmonia Tonal I. Como você poderá observar no CRC, procuramos elaborar um texto em uma linguagem simples, dialógica, mediacional, interativa e de fácil compreensão. Lembre-se de que você poderá utilizar a ferramenta Correio para eliminar eventuais dúvidas, realizar comentários ou descrever suas sugestões. Considerações Neste Guia do Curso, você encontrou as orientações e informações práticas necessárias para o estudo do curso Harmonia Tonal I. O curso é importante, pois fornece elementos da estruturação da linguagem musical avançada. Tais elementos contribuem para a nossa atuação como musicistas e professores de música, tanto no sentido de melhoria da nossa compreensão do discurso musical, da nossa criatividade, caso sejamos compositores, como em nossa forma de ensinar. A linguagem musical, como toda linguagem, tem suas regras, sua organicidade e suas difíceis peculiaridades. É com esta ferramenta, o conhecimento, que ampliaremos nosso sentido crítico (aqui com forte conotação de crítica construtiva) para avaliar e apreciar a Música. Que esta contribuição seja efetiva e positiva na nossa trajetória profissional e pessoal! Bibliografia básica BENWARD, B.; KOLOSICK, J. T. Percepção Musical. São Paulo: Unicamp/Edusp, 2008. v. 1. CARVALHO, A. R. Contraponto tonal e fuga. São Paulo: Independente, 2011. KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal Harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000. KOELLREUTTER, H. J. Harmonia Funcional. Introdução à teoria das funções harmônicas. São Paulo: Ricordi, 1986. RAMIRES, M. R. L. Harmonia, uma abordagem prática. Parte I. São Paulo: Embraform, 2010. ROIG-FRANCOLÍ, M.A. Harmony in context. New York: McGraw-Hill, 2011. Bibliografia complementar ALMADA, C. Harmonia Funcional. Campinas: Unicamp, 2009. BENNETT, R. Forma e estrutura na Música. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. CHEDIAK, A. Dicionário de acordes cifrados: Harmonia aplicada à música popular. 2. ed. São Paulo: Irmãos Vitale, 1984. GUEST, I. Harmonia: método prático. Rio de Janeiro: Lumiar, 2006. 2 v. SCHOENBERG, A. Funciones estructurales de la armonía. Versão espanhola de Juan Luís Milán Amat do original inglês. Barcelona: Idea Books, 1999.
  • 10. 10 © Harmonia Tonal I GUIA DO CURSO
  • 11. 11 UNIDADE 1 TRÍADES Objetivos • Compreender a estrutura da formação das tríades. • Posição aberta e posição fechada. Conteúdos • Tríades do modo maior e do modo menor. • Estado fundamental: posições aberta e fechada.
  • 13. 13© Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES 1. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo! Nesta primeira unidade, vamos estudar alguns elementos da linguagem musical avançada. O estudo da teoria avançada e da harmonia está altamente vinculado à compreensão de um sistema musical, aqui particularmente direcionado ao sistema chamado tonal. Quando estudamos um sistema, pressupomos que todos os tópicos relacionados à te- oria musical já foram compreendidos e assimilados. Enfatizamos, assim, que o conhecimen- to de escalas, tonalidades, intervalos é de fundamental importância para os conteúdos que abordaremos. O conceito de harmonia é dado de forma exemplar no Dicionário Grove de Música (SA- DIE, 1994, p. 407): "A combinação de notas soando verticalmente, para produzir acordes". Quando insistimos na decodificação de uma linguagem, de um sistema, estamos nos preparando para, ao compor, analisar ou interpretar, atingir a essência artística e estética des- sa área do conhecimento humano chamada Música! Desejo a você um excelente estudo! Tenha entusiasmo com o seu desenvolvimento! 2. AS TRÍADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA A linguagem musical pós-polifonia passa por dois aspectos simultâneos: a horizontalida- de das notas – melodia – e a verticalidade das notas – harmonia. A partir do momento em que estudamos escalas e tonalidades, nos tornamos aptos a observar trechos e obras musicais inteiras e a constatar como o uso dessas combinações de elementos (entre eles, o elemento harmônico) gera coesão e sentido a uma obra. Para entendermos melhor, vamos utilizar dois exemplos. O primeiro deles será Mozart. Sonata KV 545 em dó maior de Mozart Observe atentamente, na Figura 1, a primeira frase da Sonata KV 545 em Dó Maior, de Mozart: Figura 1 Mozart, Sonata KV 545. Como sabemos que a sonata está em Dó Maior?
  • 14. 14 © Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Precisamos, antes de tudo, ver a armadura de clave. Como nela não há nenhum susteni- do ou bemol, a tonalidade é Dó Maior ou Lá menor. Outro elemento importante é vermos qual é o acorde, ou arpejo, inicial da peça. Para a definição da tonalidade, também é necessário de- tectar atentamente o sétimo grau da tonalidade menor; se ele estiver elevado, então estamos na escala harmônica do modo menor. Observe a escala de Dó Maior: Figura 2 Escala de Dó Maior. Para formarmos o acorde do primeiro grau, a tônica, ou seja, o acorde que dá nome à tonalidade, precisamos acrescentar o terceiro e o quinto graus, formando, assim, o acorde de Dó Maior. Observe: Figura 3 Graus da escala maior que formam o acorde sobre a tônica. Observe agora a construção do acorde sobre primeiro grau formado pelo primeiro grau, nota dó, terceiro grau, nota mi e quinto grau, nota sol: Figura 4 Tríade de Dó Maior (1). Esse acorde pode ser trabalhado livremente. No exemplo ora estudado, Mozart optou por quebrar o acorde, formando um arpejo, ou baixo de “alberti". Observe a forma como as notas do acorde de Dó Maior, primeiro grau da tonalidade, foram usadas: Figura 5 Tríade quebrada de Dó Maior.
  • 15. 15© Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES É desta forma que o discurso tonal se estabelece: por acordes formados por intervalos de terça sobre os graus da escala. A forma de trabalhar com as notas da tríade é de livre escolha. Vamos ver agora como fica a escala de Dó Maior com a colocação de duas terças: Figura 6 Tríades sobre os graus da escala. Viu só? Embora tenhamos um acorde para cada um dos sete graus da escala, há apenas quatro tipos diferentes de acordes: acorde maior, acorde menor, acorde diminuto e acorde aumentado. Nas tonalidades maiores, apenas três tipos de acordes aparecem; o quarto tipo aparece- rá somente na escala menor harmônica, conforme estudaremos a seguir. Vejamos agora a forma de construir cada um desses acordes. Tríade maior A tríade maior é encontrada, por exemplo, sobre o primeiro grau de uma tonalidade maior: Figura 7 Tríade de Dó Maior (2). Tríade menor Já a tríade menor é encontrada, por exemplo, sobre o segundo grau de uma tonalidade maior: Figura 8 Tríade menor sobre o segundo grau da escala de dó maior. Tríade diminuta A tríade diminuta, por sua vez, é encontrada sobre o sétimo grau de uma tonalidade maior:
  • 16. 16 © Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Figura 9 Tríade diminuta sobre o sétimo grau de Dó Maior. Tríade aumentada Como havíamos comentado anteriormente, a tríade aumentada não faz parte do campo harmônico maior. Logo, no exemplo a seguir, alteramos uma das notas da tonalidade de dó maior para a construção de um acorde aumentado. Observe que, no acorde sobre o quinto grau da tonalidade de Dó Maior, foi alterada/ elevada a quinta do acorde. Assim, criamos o quinto grau aumentado: Figura 10 Tríade aumentada sobre o quinto grau de Dó Maior. Importante! Lembre-se que temos quatro tipos de acordes para os sete graus de escala. Observe que a todo momento estamos falando sobre a tonalidade do trecho dado como exemplo. Assim, devemos ter em mente que não há estudo de harmonia sem tonalidade. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Todos os exercícios de harmonia devem ter armadura de clave e, consequentemente, uma tonalidade! –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Peça número 8, do “Álbum para a Juventude", opus 68, de Robert Schumann Nosso segundo exemplo será o trecho da peça número 8, do “Álbum para a Juventude", opus 68, de Schumann. Observe:
  • 17. 17© Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Figura 11 O Álbum para a Juventude, opus 68, nº 8. Como já mencionamos, devemos observar, antes de mais nada, a armadura de clave. Nesse caso, deduzimos que a peça está em Lá menor. Como na armadura de clave não há ne- nhum sustenido ou bemol, a tonalidade é Dó Maior ou Lá menor. Seguem alguns elementos importantes de reconhecimento da tonalidade e, obviamen- te, do modo: • O acorde, ou arpejo, inicial da peça. • Se o sétimo grau da tonalidade está elevado, a tonalidade é menor. Observe agora a escala de Lá menor: Figura 12 Escala harmônica de Lá menor. Para formarmos o acorde do primeiro grau, a tônica, ou seja, o acorde que dá nome à tonalidade, precisamos do primeiro, terceiro e quinto graus, formando, assim, o acorde de Lá menor: Figura 13 Graus da escala menor que formam o acorde sobre a tônica. Observe agora a formação do acorde sobre o primeiro grau, que é formado pelas notas lá, terceiro grau, nota dó, quinto grau, nota mi: Figura 14 Tríade menor. Schumann usou o acorde sobre o primeiro grau de lá menor primeiramente de forma incompleta e, logo depois, de forma completa:
  • 18. 18 © Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Figura 15 Acorde incompleto e completo sobre o primeiro grau de lá menor. Vejamos as tríades sobre os graus da escala de Lá menor: Figura 16 Tríades sobre os graus da escala menor. Como o sétimo grau da escala menor é elevado, sempre que a nota correspondente ao sétimo grau aparecer, ela também deverá ser alterada. Se observarmos bem, a nota sol está com o sustenido nos acordes do terceiro, quinto e sétimo graus. As tonalidades menores na forma harmônica contemplam todos os quatro tipos de acor- des/tríades estudados. Eis alguns dos graus da escala menor em que esses acordes aparecem. Tríade menor A tríade menor pode ser encontrada, por exemplo, sobre o primeiro grau de uma tona- lidade menor. Observe: Figura 17 Tríade menor sobre o primeiro grau da escala de Lá menor. Tríade maior A tríade maior pode, por exemplo, ser encontrada sobre o quinto grau de uma tonalida- de menor:
  • 19. 19© Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Figura 18 Tríade maior sobre o quinto grau da escala de Lá menor. Tríade diminuta A tríade diminuta, por sua vez, pode ser encontrada sobre o segundo grau de uma tona- lidade menor: Figura 19 Tríade diminuta sobre o segundo grau da escala de Lá menor. Tríade aumentada Já a tríade aumentada pode ser encontrada, por exemplo, sobre o terceiro grau de uma tonalidade menor: Figura 20 Tríade aumentada sobre o terceiro grau da escala de Lá menor. Quando os acordes sobre cada grau da escala estão escritos como nos exemplos apre- sentados, ou seja, formados por terças superpostas, dizemos que o acorde está no estado fundamental, em posição fechada. É esse assunto que veremos com mais detalhes a seguir! Acordes no estado fundamental em posição fechada e aberta Como o assunto ora abordado são as tríades escritas sobre cada grau das escalas dia- tônicas maior e menor, precisamos saber como esses acordes são colocados no pentagrama. Vamos analisar algumas dessas possibilidades? Observe, a seguir, alguns exemplos do acorde sobre o primeiro grau da tonalidade de Dó Maior no estado fundamental em posição fechada:
  • 20. 20 © Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Figura 21 Acorde no estado fundamental em posição fechada. Observação: Embora, por definição, um acorde em posição fechada obedeça a orientação anterior, alguns autores e teóricos consideram apenas a distância entre as notas que correspondem às vozes de Tenor, Contralto e Soprano como requisito para esse conceito, e desconsideram a distância entre o Baixo e o Tenor. Agora observe o primeiro grau de Dó Maior no estado fundamental em posição aberta: Figura 22 Acorde no estado fundamental em posição aberta (1). A única nota que importa é a fundamental do acorde, que deve estar na posição mais grave. As outras notas da tríade podem estar em qualquer lugar do sistema (por sistema en- tendemos o conjunto de claves – e pentagramas – que deve ser lido simultaneamente). Quando os acordes sobre cada grau da escala estiverem escritos com intervalos diversos daqueles formados por terças superpostas, dizemos que o acorde está no estado fundamen- tal, em posição aberta. Vamos exemplificar mudando a nossa tonalidade. Observe o primeiro grau de Lá menor no estado fundamental em posição aberta nos dois exemplos a seguir: Figura 23 Acorde no estado fundamental em posição aberta (2).
  • 21. 21© Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Figura 24 Acorde no estado fundamental em posição aberta (3). A nota lá sempre é a nota mais grave do acorde e o local em que as outras notas da trí- ade estão escritas é livre. 3. A CIFRA DE CADA ACORDE SOBRE OS GRAUS DA ESCALA A simbologia para cada tipo de acorde que vimos no tópico anterior está representada a seguir: Figura 25 Quatro tipos de classificação de acordes. Sob cada nota da escala escrevemos algarismos romanos. Então, como temos sete notas musicais, usamos os algarismos romanos de I a VII, um para cada nota da escala. Os algarismos romanos que correspondem a cada grau da escala também precisam ser escritos de determinada forma, a saber: • Algarismos romanos maiúsculos para acordes maiores e aumentados. • Algarismos romanos minúsculos para acordes menores e diminutos. • Algarismos romanos maiúsculos seguidos do sinal + para acordes aumentados. • Algarismos romanos minúsculos seguidos do sinal 0 para acordes diminutos. Vejamos, a seguir, o campo harmônico da escala de dó maior. Figura 26 Classificação de acordes sobre os graus da tonalidade maior.
  • 22. 22 © Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Escrito de outra forma, nas escalas maiores teremos sempre: • Primeiro grau: I (acorde maior). • Segundo grau: ii (acorde menor). • Terceiro grau: iii (acorde menor). • Quarto grau: IV (acorde maior). • Quinto grau: V (acorde maior). • Sexto grau: vi (acorde menor). • Sétimo grau: vii0 (acorde diminuto). • Primeiro grau: I (acorde maior). Todas as escalas maiores têm essa cifragem. Vejamos agora o campo harmônico (acordes sobre cada grau da escala com algarismos romanos para cada grau) da escala de lá menor harmônica: Figura 27 Classificação de acordes sobre os graus da tonalidade menor. Escrito de outra forma, nas escalas menores harmônica teremos sempre: • Primeiro grau: i (acorde menor). • Segundo grau: ii0 (acorde diminuto). • Terceiro grau: III + (acorde aumentado). • Quarto grau: iv (acorde menor). • Quinto grau: V (acorde maior). • Sexto grau: VI (acorde maior). • Sétimo grau: vii0 (acorde diminuto). • Primeiro grau: i (acorde menor). Todas as escalas menores têm essa cifragem. 4. ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO Agora iremos exercitar o que foi aprendido nesta unidade. Você está preparado? Dadas as tonalidades de Mi Maior e Mi menor, escreva a escala dessas tonalidades, as tríades sobre essas tonalidades no estado fundamental e a classificação de cada tríade.
  • 23. 23© Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES Ao final da unidade você encontrará a resolução desta atividade, porém tente realizá-la sozinho antes de verificar o resultado correto! 5. CONSIDERAÇÕES O estudo desta unidade versou sobre a forma correta de classificar e entender as tríades. A compreensão dos conteúdos aqui apresentados será de fundamental importância para o estudo das próximas unidades. Portanto, caso tenha alguma dúvida, leia novamente o conteúdo ou entre em contato com seu tutor! 6. E-REFERÊNCIAS BARENBOIM, D. Mozart Piano Sonata No 16 C major K 545 Barenboim. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=1vDxlnJVvW8>. Acesso em: 1 ago. 2018. DUDEQUE, N. Harmonia Tonal I. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9965391-Harmonia-tonal-i-apostila- organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018. ______. Harmonia Tonal II. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7202975-Harmonia-tonal-ii-apostila- organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018. HINDEMITH, P. Treinamento elementar para músicos. 4. ed. São Paulo: Ricordi, 1988. Disponível em: <https:// meuarquivomusical.files.wordpress.com/2016/09/paul_hindemith_-_treinamento_elementar_para_musicos.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. IMSLP – PETRUCCI MUSIC LIBRARY. Home page. Disponível em: <https://imslp.org/>. Acesso em: 7 ago. 2018. KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical. 2010. 180 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/ handle/1884/24368/Dissertacao%20Marco%20Koentopp.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 1 ago. 2018. Lista de figuras Figura1Mozart,SonataKV545.Disponívelem:<https://imslp.org/wiki/Piano_Sonata_No.16_in_C_major,_K.545_%28Mozart,_ Wolfgang_Amadeus%29>. Acesso em: 9 ago. 2018. Figura 5 Tríade quebrada de dó maior. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/Piano_Sonata_No.16_in_C_ major,_K.545_%28Mozart,_Wolfgang_Amadeus%29>. Acesso em: 9 ago. 2018. Figura 11 O Álbum para a Juventude, opus 68, nº 8. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/File:PMLP02707-Schumann_-_ Album_f%C3%BCr_die_Jugend.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2018. Figura 15 Acorde incompleto e completo sobre o primeiro grau de lá menor. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/ File:PMLP02707-Schumann_-_Album_f%C3%BCr_die_Jugend.pdf>. Acesso em: 9 ago. 2018. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HINDEMITH, P. Curso condensado de Harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998. KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000. ROIG-FRANCOLI, M. A. Harmony in context. New York: McGraw-Hill, 2011. SCHOENBERG, A. Harmonia. Trad. Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002. SADIE, S. Dicionário Grove de Música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
  • 24. 24 © Harmonia Tonal I UNIDADE 1 – TRÍADES 8. RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE Observe, a seguir, a resolução da atividade proposta para esta unidade: Mi Maior Mi menor
  • 25. 25 INVERSÕES DAS TRÍADES Objetivos • Compreender a estrutura das inversões das tríades. • Compreender as tríades invertidas na posição aberta e na posição fechada. Conteúdos • Estrutura das inversões das tríades. • Cifras para cada uma das tríades na primeira e na segunda inversão. UNIDADE 2
  • 27. 27© Harmonia Tonal I UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES 1. INTRODUÇÃO Até o momento, aprendemos que sobre cada grau da escala escrevemos um acorde, que pode ser classificado como maior, menor, diminuto ou aumentado. Aprendemos, também, que um acorde só pode estar no estado fundamental se estiver escrito em terças superpostas. Agora, nesta segunda unidade, vamos estudar as inversões das tríades. Citando nova- mente o Dicionário Grove de Música (SADIE, 1994, p. 407) a tríade "passou a ser a principal unidade de harmonia (um acorde de três notas, formado por terças). Este ficou sendo o ele- mento básico da harmonia ocidental até o séc. XX". Sobre as inversões, o Dicionário Grove oferece a seguinte informação: Na harmonia triádica, a nota fundamental de cada acorde é a nota a partir da qual as outras notas podem estabelecer-se numa série de terças ascendentes. Assim, a tríade dó-mi-sol tem dó como a sua fundamental, mas pode ser ouvida com o mi como nota mais grave (SADIE, 1994, p. 407). Com essa observação, podemos deduzir que as notas da tríade no estado fundamental po- demsofreralteraçõesdelugareordem,ouseja,háadesconfiguraçãodoseuestadofundamental. Vamos ao nosso estudo! 2. AS INVERSÕES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA Como você já observou, os acordes estudados até o momento têm sempre três notas. É importante assimilar que a ordem dessas notas pode ser trocada, alterada. Veja, por exemplo, o acorde sobre o primeiro grau da escala e/ou tonalidade de Dó Maior: Figura 1 Estado fundamental do acorde de Dó Maior. O acorde está no estado fundamental porque está escrito em terças sobrepostas (ou superpostas). Agora veja a primeira e segunda inversões do acorde: Figura 2 Primeira e segunda inversões do acorde de Dó Maior. Os três acordes dados estão na seguinte ordem: • Estado fundamental. • Primeira inversão. • Segunda inversão.
  • 28. 28 © Harmonia Tonal I UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES É importante notar: todos estão em posição fechada! O que define o estado do acorde, ou seja, se ele está no estado fundamental, na primeira ou na segunda inversão, é a nota mais grave do acorde! Observe agora os mesmos acordes de Dó Maior na primeira inversão em posição aberta (Figura 3). A única nota que importa é a terça do acorde que sempre estará como nota mais grave – no caso deste acorde, trata-se da nota mi. A posição das outras notas é livre. Figura 3 Primeira inversão do acorde de Dó Maior em posição aberta. Agora vamos observar os mesmos acordes de Dó Maior na segunda inversão em posi- ção aberta (Figura 4). A única nota que importa é a quinta do acorde que sempre estará como nota mais grave – no caso deste acorde, trata-se da nota sol. A posição das outras notas é livre. Figura 4 Segunda inversão do acorde de Dó Maior em posição aberta. O estudo das tríades é relevante, pois faz parte da estruturação de toda obra musical ocidental. Essas tríades foram usadas no período da música pré-tonal, na música tonal e na música triádica não tonal. 3. AS CIFRAS DA PRIMEIRA E DA SEGUNDA INVERSÃO SOBRE OS GRAUS DA ESCALA Todas as cifras da primeira inversão levam o número arábico 6, e todas as cifras da se- gunda inversão levam os números arábicos 6/4.
  • 29. 29© Harmonia Tonal I UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES Observe novamente, na Figura 5, as tríades de Dó Maior no estado fundamental. Todos os acordes estão em posição fechada no estado fundamental: Figura 5 Cifras sobre os acordes de uma tonalidade maior no estado fundamental. Agora veja os mesmos acordes na primeira inversão – todos eles estão em posição fecha- da na primeira inversão (Figura 6): Figura 6 Cifras sobre os acordes de uma tonalidade maior na primeira inversão. Mas, por que o número 6 ao lado dos algarismos romanos? Porque é o intervalo que se forma entre a nota mais grave e a nota mais aguda nos acordes na primeira inversão: um intervalo de sexta! Agora veja os mesmos acordes na segunda inversão (Figura 7). Todos os acordes estão em posição fechada: Figura 7 Cifras sobre os acordes de uma tonalidade maior na segunda inversão. E por que os números 6 e 4 ao lado dos algarismos romanos? Usamos o 6 porque temos um intervalo de sexta entre a nota mais grave e a mais aguda; e usamos o 4 porque temos um intervalo de quarta entre a nota mais grave e a nota intermediária dos acordes na segunda inversão. Por isso 6/4, um intervalo de sexta e um intervalo de quarta! Observe, na canção “Parabéns para você" (Figura 8), a análise dos acordes: Figura 8 Cifras sob os acordes da canção "Parabéns para você".
  • 30. 30 © Harmonia Tonal I UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES Vamos entender melhor? Como você pode perceber, estamos na tonalidade de dó maior – a armadura de clave nos diz isso. Todas as notas dos acordes e da melodia precisam ser colocadas em terças su- perpostas, pois, dessa forma, conseguiremos saber sobre qual grau da escala de Dó Maior os acordes foram escritos. No primeiro compasso (não contamos aqui com a anacruse), temos as notas dó-mi-sol na mão esquerda. Essa tríade está no estado fundamental, pois as notas estão escritas em terças superpostas, ou seja, estamos no primeiro grau da tonalidade de Dó Maior. No segundo acorde, temos as notas si-ré-sol. Então, precisamos colocar esse acorde no estado fundamental, ou seja, em terças superpostas, para saber o grau da escala a que esse acorde pertence. Dessa forma, teremos sol-si-ré, ou seja, o quinto grau da tonalidade de Dó Maior. Portanto, nessa canção, temos o quinto grau na primeira inversão porque a nota mais grave é a nota si: V6. No terceiro compasso temos um acorde incompleto, a terça do quinto grau, a nota si não foi colocada, mas ainda assim, como a nota mais grave é sol e temos também a nota ré, estamos no quinto grau de Dó Maior no estado fundamental. Noquartoequintocompassos,novamentetemosoprimeirograunoestadofundamental. No sexto compasso, temos as notas dó-fá-lá. Também precisamos colocar esse acorde no estado fundamental. Estamos, então, no quarto grau de Dó Maior. Esse acorde no estado fundamental tem as notas fá-lá-dó. Como na canção a nota mais grave desse acorde é a nota dó, estamos no quarto grau, segunda inversão: IV6/4. Conseguiu entender? Pois bem, é dessa forma que a análise dos acordes de uma com- posição é feita. Como você pôde perceber, as inversões das tríades dinamizam e enriquecem a forma de escrever música. Elas dão outras "cores" aos acordes, pois sua inversão caracteriza o som de forma diversificada. 4. ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO DE CONTEÚDO Vamos exercitar o que foi aprendido? Nesta atividade de fixação, você deverá escrever sob cada acorde a tonalidade e a cifra completa. Você poderá conferir, ao final da unidade, a resolução correta!
  • 31. 31© Harmonia Tonal I UNIDADE 2 – INVERSÕES DAS TRÍADES 5. CONSIDERAÇÕES Nosso estudo das estruturas dos acordes de três sons que organizam e dão sentido às obras musicais foi concluído. Nesta unidade, vimos suas possibilidades de uso e a forma ade- quada de análise. Além disso, observamos que, no sistema tonal, toda composição original ou arranjo tem essa estrutura triádica como eixo fundamental. Vamos partir agora para o próximo elemento estrutural, os acordes de sétima, as tétra- des, acordes que trarão novas possibilidades de sonoridades para o discurso musical. 6. E-REFERÊNCIAS DUDEQUE, N. Harmonia Tonal I. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9965391-Harmonia-tonal-i-apostila- organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018. ______. Harmonia Tonal II. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7202975-Harmonia-tonal-ii-apostila-organizada- por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 1 ago. 2018. KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical. 2010. 180 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/ handle/1884/24368/Dissertacao%20Marco%20Koentopp.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 27 ago. 2018. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HINDEMITH, P. Curso condensado de Harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998. KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000. ROIG-FRANCOLI, M. A. Harmony in context. New York: McGraw-Hill, 2011. SADIE, S. Dicionário Grove de Música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. SCHOENBERG, A. Harmonia. Trad. Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002. 8. RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE Observe, a seguir, a resolução da atividade proposta para esta unidade:
  • 33. 33 ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS Objetivos • Compreender a estrutura da formação das tétrades. • Entender e classificar as cifras sob as tétrades no estado fundamental. • Entender e classificar as inversões das tétrades. • Usar de forma correta as tétrades e suas devidas cifras. Conteúdos • Formação dos acordes de quatro sons. • A nomenclatura dos acordes de quatro sons. • A escrita das tétrades invertidas. • A nomenclatura dos acordes invertidos de quatro sons. UNIDADE 3
  • 35. 35© Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS 1. INTRODUÇÃO Na unidade anterior, estudamos as inversões das tríades. Agora, nesta terceira e última unidade, estudaremos as tétrades – também conhecidas como acordes de sétima ou acorde de quatro sons –, suas inversões e cifras. As tétrades são formadas adicionando uma terça a mais sobre a nota mais aguda da tríade. Ou seja, temos um acorde de quatros sons, com as notas do campo harmônico de uma tonalidade/escala (campo harmônico de uma tonalidade é o conjunto de notas da escala e das tríades dessa mesma tonalidade). São os acordes que criam os fundamentos da música tal como hoje a conhecemos: uma linha melódica e um acompanhamento. Toda essa construção entre melodia e harmonia (acompanhamento) tem seus alicerces mais profundos no estudo das tríades e das tétrades. O sistema tonal tem como uma das suas características o estudo de acordes criados a partir da superposição de terças. Essa superposição gera os acordes de três sons, ou seja, as tríades, e os acordes de quatro sons, ou seja, as tétrades. Os acordes estudados neste momento são acordes diatônicos, ou seja, construídos a partir das notas da tonalidade/escala maior e menor. Vamos agora partir para o resultado dessas tétrades. Bom estudo! 2. AS TÉTRADES SOBRE OS GRAUS DA ESCALA Como falamos anteriormente, as tétrades são formadas quando adicionamos uma terça a mais sobre a nota mais aguda da tríade. Observe o exemplo em Dó Maior: Figura 1 Tétrades sobre os graus da escala de Dó Maior. Como você pode notar, sobre cada tríade foi acrescentada mais uma terça. A classificação do acorde obedece à mesma regra usada na classificação das tríades, ou seja, algarismos romanos maiúsculos para os acordes maiores e aumentados e algarismos ro- manos minúsculos para acordes menores e diminutos. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Aqui temos uma peculiaridade, o sétimo grau é formado por um acorde diminuto e uma sétima menor (você verá a especificação desse acorde a seguir). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Observe agora cada cifra sobre os graus da escala maior:
  • 36. 36 © Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS Figura 2 A cifra de cada tétrade sobre cada grau da escala maior. Então temos: • I7 : tríade maior com sétima. • ii7 : tríade menor com sétima. • iii7 : tríade menor com sétima. • IV7 : tríade maior com sétima. • V7 : tríade maior com sétima. • vi7 : tríade menor com sétima. • viiØ7 : tríade diminuta com sétima menor. • I7 : tríade maior com sétima. Importante!––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– O acorde sobre o sétimo grau exige uma nomenclatura diferente, pois é o único acorde/tríade diminuto. Com a sétima menor acrescentada a essa tríade, temos então uma tétrade meio diminuta. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– O símbolo meio diminuto é sempre usado desta forma: Ø , ou seja, um zero cortado, es- crito de forma exponencial. Isso é muito importante, pois temos as tétrades diminutas cujo símbolo é um zero sem corte, escrito também de forma exponencial: o . Agora vamos observar a escala de Lá menor na forma harmônica: Figura 3 A cifra de cada tétrade sobre cada grau da escala menor. Nesse caso temos: • i7 : tríade menor com sétima. • iiØ7 : tríade diminuta com sétima. • III+7 : tríade aumentada com sétima. • iv7 : tríade menor com sétima. • V7 : tríade maior com sétima.
  • 37. 37© Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS • VI7 :tríade maior com sétima. • vii07 : tríade diminuta com sétima diminuta. • I7 : tríade menor com sétima. Bom, agora que vimos a estrutura de cada tétrade, vamos aos exemplos. Tão necessário quanto o conhecimento das escalas e tonalidades é o conhecimento da formação dos acordes de três e quatro sons. Dessa forma, já estamos adentrando no sistema de análise. Todas as obras analisadas terão como estrutura a tonalidade, a tríade e a tétrade. Exemplos práticos Nosso primeiro exemplo será uma peça de Robert Schumann, retirada do “Álbum para a Juventude”, opus 68, nº 6 (Figura 4). Nesta composição, estamos na tonalidade de Lá menor. Deduzimos isso pela armadura de clave, pelo sétimo grau elevado e pelo primeiro acorde da peça. O segundo acorde con- templa o acorde estudado neste momento, um acorde de quatro sons. Temos as notas mi e ré na clave de fá e as notas sol# e si na clave de sol. Vamos colocar essas notas no estado funda- mental, mi-sol#-si-ré. Deduzimos que estamos no quinto grau de Lá menor. Como a nota mais grave é o mi, estamos no estado fundamental: V7. Observe: Figura 4 Exemplo da tétrade sobre o quinto grau de uma tonalidade menor. Vejamos outro exemplo. A Figura 5 é a primeira de um conjunto de três peças intituladas “Gymonopédies”, do compositor Erik Satie:
  • 38. 38 © Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS Figura 5 Uso do acorde de quatro sons. Nessa composição, estamos na tonalidade de Ré Maior. Deduzimos isso pela armadura de clave e pelo lá natural. Vamos analisar agora o primeiro e segundo acordes! No primeiro compasso, temos a nota sol na clave de fá e as notas si-ré-fá# na clave de sol. Vamos colocar essas notas no estado fundamental em posição fechada, ou seja, em terças superpostas: sol-si-ré-fá#. Deduzimos que estamos no quarto grau de Ré Maior. Como a nota mais grave é sol, estamos no estado fundamental: IV7. No segundo compasso temos a nota ré na clave de fá e as notas lá-dó#-fá# na clave de sol. Vamos colocar essas notas no estado fundamental em posição fechada, ou seja, em terças superpostas: ré-fá#-lá-dó#. Deduzimos que estamos no primeiro grau de Ré Maior. Como a nota mais grave é a nota ré, estamos no primeiro grau, estado fundamental: I7. 3. AS TÉTRADES INVERTIDAS SOBRE OS GRAUS DA ESCALA Assim como ocorre com as tríades, as tétrades podem e devem ser usadas com a sua ordem invertida, ou seja, a ordem das quatro notas trocadas. Como temos quatro notas, te- mos quatro posições da tétrade: estado fundamental, primeira inversão, segunda inversão e terceira inversão. Primeira inversão das tétrades: 6/5 Os acordes de sétima também são escritos de forma invertida. Como já vimos em alguns exemplos, esses acordes estão presentes em toda composição musical. Vamos analisar atentamente os acordes a seguir.
  • 39. 39© Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS Figura 6 Tétrades sobre os graus da escala maior na primeira inversão. Como você pôde perceber, a escrita dos algarismos romanos sobre os graus da escala continua a mesma, conforme a estrutura original, ou seja, no estado fundamental, com acrés- cimo da devida indicação da inversão. Para uma melhor compreensão, acompanhe a explicação a seguir: –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Entre mi, que é a nota mais grave, e dó, que é a nota mais aguda, temos uma sexta, e entre mi e si temos uma quinta. Temos, então, o primeiro grau de Dó Maior na primeira inversão: I6/5 . Figura 7 Tétrades sobre os graus da escala maior na segunda inversão. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Segunda inversão das tétrades: 4/3 Neste caso, a nota que nos dá a base para a inversão é a terceira nota do acorde de qua- tro sons. Observe os acordes a seguir: Figura 8 Tétrades sobre os graus da escala maior na segunda inversão. Novamente, como você pôde perceber, a escrita dos algarismos romanos sobre os graus da escala continua a mesma, conforme a estrutura original, ou seja, no estado fundamental, com acréscimo da devida indicação da inversão. Observe a explicação para as tétrades na segunda inversão: –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Entre a nota mais grave e a fundamental (dó) temos uma quarta, e entre a nota mais grave e a sétima (si) temos uma terça. Estamos, então, na segunda inversão do primeiro grau de Dó Maior: I4/3 . Figura 9 Tétrades na segunda inversão. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
  • 40. 40 © Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS Terceira inversão das tétrades: 2 Neste caso, a nota que dá a base para a inversão é a quarta nota da tétrade. Observe os acordes a seguir: –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Figura 10 Tétrades sobre os graus da escala maior na terceira inversão. Entre a sétima do acorde no estado fundamental (si) e a fundamental (dó), temos um intervalo de segunda. Então, em Dó Maior, temos a tétrade sobre o primeiro grau na terceira inversão: I2 (observe a Figura 11). Figura 11 Tétrade na terceira inversão. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A regra para a tonalidade menor é mesma. Agora observe, em Lá menor, a forma harmônica: Figura 12 Forma harmônica em Lá menor. Você percebeu que a sequência das cifras obedece uma ordem decrescente? Assim: • 7. • 6/5. • 4/3. • 2.
  • 41. 41© Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS Observe agora, na Figura 13, de forma didática, o uso de alguns desses acordes em uma composição. Figura 13 Análise das tétrades, Schumann, opus 8, nº 4. Vamos entender melhor? Acompanhe uma explicação acorde por acorde! –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Como você deve ter percebido, estamos em sol maior. O primeiro acorde é uma tríade no estado fundamental sobre o primeiro grau com a nota sol repetida na mão direita. Já o segundo acorde é uma tríade na primeira inversão sobre o sétimo grau com a nota dó repetida. O terceiro acorde, por sua vez, é uma tríade sobre o primeiro grau na primeira inversão. O quarto acorde é novamente uma tríade na primeira inversão sobre o sétimo grau com a nota dó repetida. O quinto acorde é uma tríade no estado fundamental sobre o primeiro grau com a nota sol repetida na mão direita. O sexto acorde é uma tétrade meio diminuta sobre o segundo grau na primeira inversão. O sétimo acorde é o quinto grau no estado fundamental. E finalizamos com o oitavo acorde no primeiro grau no estado fundamental. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo da Harmonia passa pela sistematização das tonalidades e pelo uso do campo harmônico, sendo premissas básicas para a compreensão dessa área de estudos. No campo harmônico de cada escala, usamos as tríades e as tétrades, acordes funda- mentais para compreendermos e analisarmos uma partitura, melhorando nossa escrita musi- cal e até mesmo nossa performance artística. Assim, com esta obra você teve a oportunidade de percorrer este grande caminho que é o estudo do campo harmônico. Porém, embora este conhecimento esteja apenas nos seus momentos iniciais, ele já nos faz entender a forma como o discurso musical se estabelece.
  • 42. 42 © Harmonia Tonal I UNIDADE 3 – ACORDES DE SÉTIMA/TÉTRADES/INVERSÕES E CIFRAS O resultado sonoro de uma obra musical percorre caminhos racionais e emocionais, e essas ferramentas analíticas nos permitem adentrar na mente do compositor. Esse universo é rico e extremamente fascinante! Continue com seus estudos, pois a amplitude do seu conhecimento terá resultados po- sitivos na sua vida artística e acadêmica. 5. E-REFERÊNCIAS DUDEQUE, N. Harmonia Tonal – I. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/9965391-Harmonia-tonal-i-apostila- organizada-por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 7 ago. 2018. ______. Harmonia Tonal – II. 2003. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7202975-Harmonia-tonal-ii-apostila-organizada- por-prof-norton-dudeque.html>. Acesso em: 7 ago. 2018. KOENTOPP, M. A. Métodos de ensino de Harmonia nos cursos de Graduação Musical. 2010. 180 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/ handle/1884/24368/Dissertacao%20Marco%20Koentopp.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 7 ago. 2018. SATIE, E. Gymonopédies. Disponível em: <http://ks.petruccimusiclibrary.org/files/imglnks/usimg/7/75/IMSLP03213-Satie- GymnopediesOrEd.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. Lista de figuras Figura 4 Exemplo da tétrade sobre o quinto grau de uma tonalidade menor. Disponível em: <http://ks.imslp.info/files/imglnks/ usimg/0/0a/IMSLP51556-PMLP02707-RS67.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2018. Figura 5 Uso do acorde de quatro sons. Disponível em: <https://imslp.org/wiki/3_Gymnop%C3%A9dies_(Satie%2C_Erik)>. Acesso em: 9 ago. 2018. Figura 13 Análise das tétrades, Schumann, opus 8, nº 4. Disponível em: <http://ks.imslp.info/files/imglnks/usimg/0/0a/ IMSLP51556-PMLP02707-RS67.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2018. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HINDEMITH, P. Curso condensado de Harmonia tradicional. Trad. Souza Lima. São Paulo: Irmãos Vitale, 1998. KOSTKA, S. M.; PAYNE, D. Tonal harmony. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 2000. ROIG-FRANCOLI, M. A. 2011. Harmony in context. New York: McGraw-Hill. SCHOENBERG, A. Harmonia. Trad. Marden Maluf. São Paulo: Editora da Unesp, 2002.
  • 43. 43 Neste momento, você deverá realizar a atividade proposta a seguir, que contempla todo o conteúdo que foi abordado no curso. É por meio da entrega desta atividade, de acordo com o que foi solicitado, que você receberá a nota e, consequentemente, seu certificado de con- clusão do curso. Você deverá realizar uma análise harmônica do seguinte trecho musical: A harmonia, ou seja, os acordes sobre os graus da escala, está dada pela mão esquerda, podendo haver notas complementares na mão direita. Neste trecho, há quatro acordes que devem ser analisados. Atente-se! Depois de concluir sua atividade, que deverá conter capa, a análise proposta e as refe- rências bibliográficas utilizadas, poste-a no Portfólio. AVALIAÇÃO DO CURSO