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Lê o poema.
Luís de Camões
Tinha uma flauta.
Não tinha mais nada mas tinha uma flauta
tinha um órgão no sangue uma fonte de música
tinha uma flauta.
Os outros armavam-se mas ele não:
tinha uma flauta.
Os outros jogavam perdiam ganhavam
tinham Madrid e tinham Lisboa
tinham escravos na Índia mas ele não:
tinha uma flauta.
Tinham navios tinham soldados
tinham palácios e tinham forcas
tinham igrejas e tribunais
mas ele não:
tinha uma flauta.
Só ele Príncipe.
Dormiam rainhas na cama do rei
princesas esperavam no belvedere
Ele tinha uma escrava que morreu no mar.
Morreram escravas as rainhas
morreram escravas as princesas
nenhuma teve o seu rei
para nenhuma chegou o Príncipe.
Por isso a única rainha
foi aquela escrava que morreu no mar:
só ela teve
o que tinha uma flauta.
Morreram os reis que tinham impérios
morreram os príncipes que tinham castelos
mas ele não:
tinha uma flauta.
ESCOLA BÁSICA DE MAFRA
Ano letivo2016-2017
PORTUGUÊS – 9.º Ano
Nome: N.º: Turma:
Prof.ª Ofélia
Franco
De fora vieram reis
vieram armas de fora
os príncipes entregaram armas
ficou sem armas o povo.
As armas de fora venceram
todas as armas de dentro.
Só não venceram o que não tinha armas:
tinha uma flauta.
E as vozes de fora mandaram
calar as vozes de dentro.
Só não puderam calar aquela flauta.
Vieram juízes e cadeias.
Mas a flauta cantava.
Passaram por todas as fronteiras.
Só não puderam passar
pela fronteira
daquela flauta.
E quando tudo se perdeu
ficou a arma do que não tinha armas:
tinha uma flauta.
Ficou uma flauta que cantava.
E era uma Pátria.
Manuel Alegre
Responde às questões.
1. Depois da leitura integral do poema, propõe uma explicação para o verso 3.
2. Ao longo do texto vão-se estabelecendo vários contrastes. Qual a palavra que
apresenta essa oposição? Classifica-aquanto à classe e subclasse.
3. Quem são os elementos que se opõem? Porquê? Comprova com versos do
texto.
4. Refere o valor expressivo da anáfora que acontece nas primeiras três estrofes.
5. Atenta nos versos: ”Por isso a única rainha/foi aquela escrava que morreu no
mar”. Que recurso expressivo neles se concretiza? Refere a sua função.
6. Explicita o que se pretende dizer em “ficou a arma do que não tinha armas”,
explicitando o sentido do vocábulo “arma”.
7. Na tua opinião, qual o sentido da última estrofe?
8. Propõe um sinónimo de “flauta”, tendo em atenção o sentido do poema.
9. Faz a descrição formal do poema.

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Ficha poema tinha uma flauta

  • 1. Lê o poema. Luís de Camões Tinha uma flauta. Não tinha mais nada mas tinha uma flauta tinha um órgão no sangue uma fonte de música tinha uma flauta. Os outros armavam-se mas ele não: tinha uma flauta. Os outros jogavam perdiam ganhavam tinham Madrid e tinham Lisboa tinham escravos na Índia mas ele não: tinha uma flauta. Tinham navios tinham soldados tinham palácios e tinham forcas tinham igrejas e tribunais mas ele não: tinha uma flauta. Só ele Príncipe. Dormiam rainhas na cama do rei princesas esperavam no belvedere Ele tinha uma escrava que morreu no mar. Morreram escravas as rainhas morreram escravas as princesas nenhuma teve o seu rei para nenhuma chegou o Príncipe. Por isso a única rainha foi aquela escrava que morreu no mar: só ela teve o que tinha uma flauta. Morreram os reis que tinham impérios morreram os príncipes que tinham castelos mas ele não: tinha uma flauta. ESCOLA BÁSICA DE MAFRA Ano letivo2016-2017 PORTUGUÊS – 9.º Ano Nome: N.º: Turma: Prof.ª Ofélia Franco
  • 2. De fora vieram reis vieram armas de fora os príncipes entregaram armas ficou sem armas o povo. As armas de fora venceram todas as armas de dentro. Só não venceram o que não tinha armas: tinha uma flauta. E as vozes de fora mandaram calar as vozes de dentro. Só não puderam calar aquela flauta. Vieram juízes e cadeias. Mas a flauta cantava. Passaram por todas as fronteiras. Só não puderam passar pela fronteira daquela flauta. E quando tudo se perdeu ficou a arma do que não tinha armas: tinha uma flauta. Ficou uma flauta que cantava. E era uma Pátria. Manuel Alegre Responde às questões. 1. Depois da leitura integral do poema, propõe uma explicação para o verso 3. 2. Ao longo do texto vão-se estabelecendo vários contrastes. Qual a palavra que apresenta essa oposição? Classifica-aquanto à classe e subclasse. 3. Quem são os elementos que se opõem? Porquê? Comprova com versos do texto. 4. Refere o valor expressivo da anáfora que acontece nas primeiras três estrofes. 5. Atenta nos versos: ”Por isso a única rainha/foi aquela escrava que morreu no mar”. Que recurso expressivo neles se concretiza? Refere a sua função. 6. Explicita o que se pretende dizer em “ficou a arma do que não tinha armas”, explicitando o sentido do vocábulo “arma”. 7. Na tua opinião, qual o sentido da última estrofe? 8. Propõe um sinónimo de “flauta”, tendo em atenção o sentido do poema. 9. Faz a descrição formal do poema.