1) As políticas públicas para a Amazônia nos últimos anos priorizaram agentes externos em vez de envolver pequenos agricultores e povos da floresta.
2) A comunidade de Caruaru em Mosqueiro mantém laços estreitos com o território ancestral e depende dos recursos naturais para a subsistência.
3) A organização social da comunidade é baseada em laços de parentesco que vêm sendo modificados com o surgimento de novas lideranças.
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...Daniel S Fernandes
1) O projeto tem como objetivo estudar a organização social de duas comunidades no Distrito de Mosqueiro e contribuir para o aprimoramento de práticas de subsistência sustentáveis.
2) As comunidades de Caruaru e Castanhal do Mari-mari mantêm uma relação íntima com o entorno natural e praticam a economia extrativista de produtos locais em seu cotidiano.
3) O projeto visa interagir com as comunidades locais para planejar ações que promovam a sustentabilidade dos recursos naturais e gerem
A arqueologia de Mato Grosso do Sul está ainda em fase preliminar, mas já revelou:
1) É muito provável que a presença do homem na região supere dez mil anos.
2) Foram encontrados sítios de grupos caçadores-coletores-pescadores pré-históricos e de grupos indígenas ceramistas.
3) Alguns sítios atestam a presença antepassada de grupos étnicos conhecidos historicamente, enquanto outros revelam filiações culturais mais remotas ainda
O documento discute as relações entre urbanização, turismo e populações afrodescendentes na região do Recôncavo Baiano. A urbanização e o turismo têm provocado transformações ambientais e sociais significativas, com impactos desiguais para as populações negras que vivem nas periferias pobres. As atividades tradicionais dessas populações, como pesca e mariscagem, também têm sido ameaçadas pelo desenvolvimento. O texto analisa essas questões a partir de estudos sobre cidades históricas da região e suas populações
O mar nao ta pra peixe. Conflitos socio-ambientais na Baixada Santista. Parte02Coletivo Alternativa Verde
Este documento discute os conflitos socioambientais na Baixada Santista ao longo de dois eixos: o portuário-industrial e o eco-turístico. No primeiro eixo, comunidades tradicionais de pescadores enfrentam impactos da expansão portuária e industrial. No segundo eixo, empreendimentos imobiliários ameaçam áreas de interesse para o turismo ecológico onde vivem comunidades. O texto caracteriza esses eixos de conflito e analisa como evoluíram os interesses entre comunidades, merc
O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...Coletivo Alternativa Verde
Este documento apresenta um estudo sobre cinco áreas de conflitos sócio-ambientais na Baixada Santista envolvendo comunidades de pescadores: Pouca Farinha, Conceiçãozinha, Ilha Diana, Monte Cabrão e Prainha Branca. Ele descreve a localização geográfica dessas áreas e as atividades econômicas, realizando uma análise histórica da ocupação territorial pelas populações caiçaras. O objetivo é caracterizar a origem dessas comunidades e debater o significado de ser caiçara at
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3alcidessf
1) As questões tratam de temas geográficos e históricos sobre o estado de Rondônia, como desflorestamento, atividades econômicas, povoamento e clima.
2) Muitas perguntas estão relacionadas aos impactos ambientais causados pelo desmatamento na região e os conflitos entre garimpeiros e indígenas.
3) O documento fornece informações sobre a colonização do estado a partir da década de 1970 e o desenvolvimento econômico recente impulsionado pela agricultura e madeira.
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos. a experi...Daniel S Fernandes
Este documento discute os conceitos de saber e conhecimento em povos tradicionais. Conta a história de dois pescadores, onde um desconsidera o saber local sobre boto e acaba morrendo. Isso mostra como o saber tradicional é importante. Também critica a lei brasileira sobre pesca por não reconhecer a dinâmica socioantropológica das comunidades pesqueiras.
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...Daniel S Fernandes
1) O projeto tem como objetivo estudar a organização social de duas comunidades no Distrito de Mosqueiro e contribuir para o aprimoramento de práticas de subsistência sustentáveis.
2) As comunidades de Caruaru e Castanhal do Mari-mari mantêm uma relação íntima com o entorno natural e praticam a economia extrativista de produtos locais em seu cotidiano.
3) O projeto visa interagir com as comunidades locais para planejar ações que promovam a sustentabilidade dos recursos naturais e gerem
A arqueologia de Mato Grosso do Sul está ainda em fase preliminar, mas já revelou:
1) É muito provável que a presença do homem na região supere dez mil anos.
2) Foram encontrados sítios de grupos caçadores-coletores-pescadores pré-históricos e de grupos indígenas ceramistas.
3) Alguns sítios atestam a presença antepassada de grupos étnicos conhecidos historicamente, enquanto outros revelam filiações culturais mais remotas ainda
O documento discute as relações entre urbanização, turismo e populações afrodescendentes na região do Recôncavo Baiano. A urbanização e o turismo têm provocado transformações ambientais e sociais significativas, com impactos desiguais para as populações negras que vivem nas periferias pobres. As atividades tradicionais dessas populações, como pesca e mariscagem, também têm sido ameaçadas pelo desenvolvimento. O texto analisa essas questões a partir de estudos sobre cidades históricas da região e suas populações
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O mar nao ta pra peixe. Conflitos sociais ambientais na Baixada Santista. Par...Coletivo Alternativa Verde
Este documento apresenta um estudo sobre cinco áreas de conflitos sócio-ambientais na Baixada Santista envolvendo comunidades de pescadores: Pouca Farinha, Conceiçãozinha, Ilha Diana, Monte Cabrão e Prainha Branca. Ele descreve a localização geográfica dessas áreas e as atividades econômicas, realizando uma análise histórica da ocupação territorial pelas populações caiçaras. O objetivo é caracterizar a origem dessas comunidades e debater o significado de ser caiçara at
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3alcidessf
1) As questões tratam de temas geográficos e históricos sobre o estado de Rondônia, como desflorestamento, atividades econômicas, povoamento e clima.
2) Muitas perguntas estão relacionadas aos impactos ambientais causados pelo desmatamento na região e os conflitos entre garimpeiros e indígenas.
3) O documento fornece informações sobre a colonização do estado a partir da década de 1970 e o desenvolvimento econômico recente impulsionado pela agricultura e madeira.
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos. a experi...Daniel S Fernandes
Este documento discute os conceitos de saber e conhecimento em povos tradicionais. Conta a história de dois pescadores, onde um desconsidera o saber local sobre boto e acaba morrendo. Isso mostra como o saber tradicional é importante. Também critica a lei brasileira sobre pesca por não reconhecer a dinâmica socioantropológica das comunidades pesqueiras.
O documento discute as mudanças geopolíticas na Amazônia brasileira no final do século XX, com três principais pontos: 1) A consolidação do povoamento e do arco de desmatamento no leste e sul da região; 2) A emergência de movimentos sociais e projetos alternativos que promovem o desenvolvimento sustentável; 3) Os conflitos resultantes entre crescimento econômico e proteção ambiental na definição dos territórios.
O documento descreve o Complexo Regional do Nordeste brasileiro, incluindo suas principais características, sub-regiões e desafios socioeconômicos. Também discute a organização do espaço geográfico nordestino, com detalhes sobre a Zona da Mata, Agreste e Sertão. Por fim, aborda o potencial econômico da região.
O documento divide a Amazônia em quatro sub-regiões - Amazônia Oriental e Meridional, Amazônia Central, Amazônia Ocidental - e descreve as características de cada uma. Também discute se a Amazônia pode ser considerada homogênea e define termos importantes como ENIDs, UCs e ZEE.
Este documento discute os impactos ambientais causados pelas enchentes e secas do Rio Negro na orla do São Raimundo em Manaus. A bacia hidrográfica do São Raimundo sofre com a ocupação irregular de suas margens, colocando moradores em situação de risco durante eventos extremos. Uma solução proposta é um planejamento urbano que promova a remoção segura dessas famílias e a preservação das áreas ambientais ao longo dos rios.
Este documento discute os impactos ambientais causados pelas enchentes e secas do Rio Negro na orla do São Raimundo em Manaus. Apresenta dados sobre as cheias históricas e a vulnerabilidade das comunidades ribeirinhas localizadas abaixo da cota de segurança de 30 metros. Argumenta que é necessária uma política habitacional para realocar essas famílias e um planejamento urbano sustentável que proteja a população e o meio ambiente.
Programa nacional de aceleração do crescimento e a realidades das comunidades...CPPNE
1) O documento discute os impactos negativos de grandes projetos de desenvolvimento, como agrocombustíveis, carcinicultura, petróleo e mineração, sobre comunidades pesqueiras no Nordeste brasileiro.
2) Essas comunidades enfrentam exclusão, empobrecimento e destruição ambiental causados por esses projetos.
3) A legislação ambiental brasileira não protege adequadamente esses grupos, que sofrem violações de direitos humanos e ambientais.
1) O documento discute as atividades de um grupo de trabalho criado em 2005 para proteger terras indígenas e unidades de conservação na fronteira Brasil-Peru.
2) Grandes projetos de infraestrutura como estradas e obras do PAC trouxeram impactos socioambientais nessas áreas, como desmatamento e conflitos.
3) O grupo de trabalho reúne-se anualmente para debater essas questões e buscar estratégias de proteção das terras e florestas, que apresentam alta biodiversidade.
Este documento discute a história fundiária e o manejo de terras comuns chamadas "Fundo de Pasto" no norte da Bahia. Resumidamente:
1) Essas terras eram originalmente usadas para pastoreio comunitário, mas muitas foram cercadas e apropriadas individualmente nos últimos séculos devido ao crescimento populacional e mudanças econômicas.
2) Projetos públicos recentes tentam regularizar o título de propriedade coletiva dessas terras para preservar os sistemas de produção associados e promover uma reform
O documento discute a degradação ambiental em Manaus causada por ocupações irregulares. Apresenta o caso da ocupação Monte Horebe e como sua reintegração de posse ocorreu após mandado judicial. Analisa os impactos das invasões em áreas verdes e a necessidade de fiscalização e monitoramento ambiental contínuos.
Este documento descreve o Programa Costa Atlântica, que tem como objetivo promover a conservação das zonas costeira e marinha sob influência do Bioma Mata Atlântica. O programa criou dois fundos, um para apoiar projetos de conservação e desenvolvimento sustentável nessas áreas, e outro fundo perpétuo para garantir a proteção e gestão de Unidades de Conservação Marinhas. Este edital abre chamada para projetos voltados à criação e consolidação de novas Unidades de Conservação Marinhas e à conservação e uso sustentável
Este documento discute a degradação ambiental em Manaus causada por ocupações irregulares. Apresenta o caso da invasão do Monte Horebe e como sua reintegração de posse impactou o meio ambiente local. Analisa também como o crescimento populacional contribuiu para o problema através do êxodo rural e migrações para a Zona Franca de Manaus.
O documento discute a ocupação e o desenvolvimento da Amazônia brasileira. Aborda a organização espacial da região, os projetos de desenvolvimento do governo entre 1970-1980 que causaram grande desmatamento, e as alternativas de extrativismo sustentável e ecoturismo para um modelo de desenvolvimento futuro que promova a conservação ambiental e melhore a vida da população local.
A Região Norte do Brasil é a maior em área do país, correspondendo a 45% do território nacional. Apesar de seu tamanho, possui pouca população, somente 7,6% dos brasileiros, distribuídos de forma desigual entre os sete estados. Sua economia baseia-se principalmente na extração de recursos naturais e na Zona Franca de Manaus, que incentiva indústrias de eletroeletrônicos. Os rios são fundamentais para a vida e transporte na região, compondo a maior rede hidrogr
Este documento discute os desafios para a conservação e preservação da Amazônia considerando interesses políticos, ambientais, sociais e econômicos. Aborda a história da região desde a colonização e a busca pelo "El Dorado", até os dias atuais com a expansão da mineração e do agronegócio. Argumenta que é necessário incentivar a agricultura familiar e o reflorestamento para que a floresta permaneça em pé e haja desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Este documento analisa o capital social dos pescadores da Colônia Z-7 no processo de criação da Reserva Extrativista de Rio Formoso, Pernambuco. Os pescadores demonstraram confiança, cooperação e formação de redes sociais que foram importantes para iniciar o processo de criação da reserva, visando preservar seus territórios de pesca e contrapondo um modelo de desenvolvimento que os ameaçava. A análise indica que a política de criação de reservas extrativistas pode promover o desenvolvimento local ao reconhecer comunidades tradic
Este documento descreve: 1) O declínio da cacauicultura em Canavieiras na década de 1980 e seus impactos socioeconômicos; 2) Os esforços do governo para diversificar a economia, incluindo a carcinocultura e o turismo; 3) A criação da Reserva Extrativista Marinha de Canavieiras em 2006 e os conflitos que gerou.
O documento discute a importância da água como direito humano básico e as experiências de captação e armazenamento de água da chuva no semiárido brasileiro. Milhares de famílias no semiárido têm acesso à água por meio de tecnologias como cisternas e barragens subterrâneas, promovendo a autonomia das comunidades locais. Contudo, há urgência em garantir o acesso universal à água potável no Brasil.
Este documento descreve os principais domínios morfoclimáticos do Brasil de acordo com a classificação de Aziz Ab'Sáber. São apresentados os domínios dos Mares de Morro, da Caatinga, Amazônico e do Cerrado, com informações sobre suas características climáticas, de solo, vegetação e ocupação humana.
As áreas urbanas alagadiças de Altamira, no Pará, foram afetadas por enchentes em 2014 devido ao regime hídrico do Rio Xingu. Fotografias documentam os impactos nas populações tradicionais que viviam nessas áreas e seu processo de reassentamento urbano pela construção da hidrelétrica de Belo Monte. As imagens foram usadas pelos pescadores para exigir reparações dos danos ambientais e sociais causados à sua forma de vida.
A etnometodologia estuda como as pessoas constroem a ordem social em suas interações cotidianas, usando procedimentos interpretativos e expectativas compartilhadas. Ela analisa as atividades do dia-a-dia para entender como os membros de um grupo tornam essas atividades compreensíveis e explicáveis uns aos outros.
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...Daniel S Fernandes
Résumé : la mort est la condition humaine qui a impliqué deux volets de sa compréhension : soit comme passage de la matérialité à une nouvelle vie spirituelle ou comme complétude de l’existence humaine à caractère irréversible. Le rite le plus spécifique se constitue de la veillée-funèbre et les funérailles, marquées par la nostalgie familiale et fraternel, ainsi que par le référendum de la société dans laquelle le/la défunte/la s’insérait, lorsqu’il faut faire preuve de révérence et de respect cérémonieux de la situation sociale, particulièrement quand il s’agit de milieu judéo-chrétien. Cependant, il y a des sociétés dans lesquelles la tradition est rompue, c’est que le rite funèbre ne correspond pas à l’empreinte festive qui peut se produire : c’est le cas de la ville São Caetano de Odivelas, sur le littoral amazonien de l’état du Pará, au Brésil. Cet article présente un récit ethno-phonographique des funérailles festives d’une joueuse de manifestation de la culture populaire locale, le « buffle masqué », dans lequel la famille a répondu à sa demande finale que l’orchestre et le « boi-bumbá » accompagnent le cortège funèbre, dans les rues de la ville, jusqu’au cimetière, dans une atmosphère joyeuse et interactive entre les participantes du rituel, dans un acte respectueux et nostalgique pour la fin. Notre hypothèse c’est qu’au-delà des implications d’ordre religieux institué, les funérailles festives imposent la marque identitaire locale comme reconnaissance d’appartenance à la fois de l’individu, qui a reçu sa demande et de la société autochtone, qu’en répondant à la demande, il a fait référence à la manifestation culturelle locale comme importante et nécessaire cohésion sociale. Enfin, cette étude apporte une contribution à l’anthropologie, en insérant les formes différenciées de rituels religieux et à l’ethnographie, en utilisant comme procédure l’intersémiotique (mot-image) dans l’enregistrement des pratiques locales.
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O documento descreve o Complexo Regional do Nordeste brasileiro, incluindo suas principais características, sub-regiões e desafios socioeconômicos. Também discute a organização do espaço geográfico nordestino, com detalhes sobre a Zona da Mata, Agreste e Sertão. Por fim, aborda o potencial econômico da região.
O documento divide a Amazônia em quatro sub-regiões - Amazônia Oriental e Meridional, Amazônia Central, Amazônia Ocidental - e descreve as características de cada uma. Também discute se a Amazônia pode ser considerada homogênea e define termos importantes como ENIDs, UCs e ZEE.
Este documento discute os impactos ambientais causados pelas enchentes e secas do Rio Negro na orla do São Raimundo em Manaus. A bacia hidrográfica do São Raimundo sofre com a ocupação irregular de suas margens, colocando moradores em situação de risco durante eventos extremos. Uma solução proposta é um planejamento urbano que promova a remoção segura dessas famílias e a preservação das áreas ambientais ao longo dos rios.
Este documento discute os impactos ambientais causados pelas enchentes e secas do Rio Negro na orla do São Raimundo em Manaus. Apresenta dados sobre as cheias históricas e a vulnerabilidade das comunidades ribeirinhas localizadas abaixo da cota de segurança de 30 metros. Argumenta que é necessária uma política habitacional para realocar essas famílias e um planejamento urbano sustentável que proteja a população e o meio ambiente.
Programa nacional de aceleração do crescimento e a realidades das comunidades...CPPNE
1) O documento discute os impactos negativos de grandes projetos de desenvolvimento, como agrocombustíveis, carcinicultura, petróleo e mineração, sobre comunidades pesqueiras no Nordeste brasileiro.
2) Essas comunidades enfrentam exclusão, empobrecimento e destruição ambiental causados por esses projetos.
3) A legislação ambiental brasileira não protege adequadamente esses grupos, que sofrem violações de direitos humanos e ambientais.
1) O documento discute as atividades de um grupo de trabalho criado em 2005 para proteger terras indígenas e unidades de conservação na fronteira Brasil-Peru.
2) Grandes projetos de infraestrutura como estradas e obras do PAC trouxeram impactos socioambientais nessas áreas, como desmatamento e conflitos.
3) O grupo de trabalho reúne-se anualmente para debater essas questões e buscar estratégias de proteção das terras e florestas, que apresentam alta biodiversidade.
Este documento discute a história fundiária e o manejo de terras comuns chamadas "Fundo de Pasto" no norte da Bahia. Resumidamente:
1) Essas terras eram originalmente usadas para pastoreio comunitário, mas muitas foram cercadas e apropriadas individualmente nos últimos séculos devido ao crescimento populacional e mudanças econômicas.
2) Projetos públicos recentes tentam regularizar o título de propriedade coletiva dessas terras para preservar os sistemas de produção associados e promover uma reform
O documento discute a degradação ambiental em Manaus causada por ocupações irregulares. Apresenta o caso da ocupação Monte Horebe e como sua reintegração de posse ocorreu após mandado judicial. Analisa os impactos das invasões em áreas verdes e a necessidade de fiscalização e monitoramento ambiental contínuos.
Este documento descreve o Programa Costa Atlântica, que tem como objetivo promover a conservação das zonas costeira e marinha sob influência do Bioma Mata Atlântica. O programa criou dois fundos, um para apoiar projetos de conservação e desenvolvimento sustentável nessas áreas, e outro fundo perpétuo para garantir a proteção e gestão de Unidades de Conservação Marinhas. Este edital abre chamada para projetos voltados à criação e consolidação de novas Unidades de Conservação Marinhas e à conservação e uso sustentável
Este documento discute a degradação ambiental em Manaus causada por ocupações irregulares. Apresenta o caso da invasão do Monte Horebe e como sua reintegração de posse impactou o meio ambiente local. Analisa também como o crescimento populacional contribuiu para o problema através do êxodo rural e migrações para a Zona Franca de Manaus.
O documento discute a ocupação e o desenvolvimento da Amazônia brasileira. Aborda a organização espacial da região, os projetos de desenvolvimento do governo entre 1970-1980 que causaram grande desmatamento, e as alternativas de extrativismo sustentável e ecoturismo para um modelo de desenvolvimento futuro que promova a conservação ambiental e melhore a vida da população local.
A Região Norte do Brasil é a maior em área do país, correspondendo a 45% do território nacional. Apesar de seu tamanho, possui pouca população, somente 7,6% dos brasileiros, distribuídos de forma desigual entre os sete estados. Sua economia baseia-se principalmente na extração de recursos naturais e na Zona Franca de Manaus, que incentiva indústrias de eletroeletrônicos. Os rios são fundamentais para a vida e transporte na região, compondo a maior rede hidrogr
Este documento discute os desafios para a conservação e preservação da Amazônia considerando interesses políticos, ambientais, sociais e econômicos. Aborda a história da região desde a colonização e a busca pelo "El Dorado", até os dias atuais com a expansão da mineração e do agronegócio. Argumenta que é necessário incentivar a agricultura familiar e o reflorestamento para que a floresta permaneça em pé e haja desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Este documento analisa o capital social dos pescadores da Colônia Z-7 no processo de criação da Reserva Extrativista de Rio Formoso, Pernambuco. Os pescadores demonstraram confiança, cooperação e formação de redes sociais que foram importantes para iniciar o processo de criação da reserva, visando preservar seus territórios de pesca e contrapondo um modelo de desenvolvimento que os ameaçava. A análise indica que a política de criação de reservas extrativistas pode promover o desenvolvimento local ao reconhecer comunidades tradic
Este documento descreve: 1) O declínio da cacauicultura em Canavieiras na década de 1980 e seus impactos socioeconômicos; 2) Os esforços do governo para diversificar a economia, incluindo a carcinocultura e o turismo; 3) A criação da Reserva Extrativista Marinha de Canavieiras em 2006 e os conflitos que gerou.
O documento discute a importância da água como direito humano básico e as experiências de captação e armazenamento de água da chuva no semiárido brasileiro. Milhares de famílias no semiárido têm acesso à água por meio de tecnologias como cisternas e barragens subterrâneas, promovendo a autonomia das comunidades locais. Contudo, há urgência em garantir o acesso universal à água potável no Brasil.
Este documento descreve os principais domínios morfoclimáticos do Brasil de acordo com a classificação de Aziz Ab'Sáber. São apresentados os domínios dos Mares de Morro, da Caatinga, Amazônico e do Cerrado, com informações sobre suas características climáticas, de solo, vegetação e ocupação humana.
As áreas urbanas alagadiças de Altamira, no Pará, foram afetadas por enchentes em 2014 devido ao regime hídrico do Rio Xingu. Fotografias documentam os impactos nas populações tradicionais que viviam nessas áreas e seu processo de reassentamento urbano pela construção da hidrelétrica de Belo Monte. As imagens foram usadas pelos pescadores para exigir reparações dos danos ambientais e sociais causados à sua forma de vida.
Semelhante a Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentável a construção de relações sociais em comunidades ribeirinhas da amazônia (20)
A etnometodologia estuda como as pessoas constroem a ordem social em suas interações cotidianas, usando procedimentos interpretativos e expectativas compartilhadas. Ela analisa as atividades do dia-a-dia para entender como os membros de um grupo tornam essas atividades compreensíveis e explicáveis uns aos outros.
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...Daniel S Fernandes
Résumé : la mort est la condition humaine qui a impliqué deux volets de sa compréhension : soit comme passage de la matérialité à une nouvelle vie spirituelle ou comme complétude de l’existence humaine à caractère irréversible. Le rite le plus spécifique se constitue de la veillée-funèbre et les funérailles, marquées par la nostalgie familiale et fraternel, ainsi que par le référendum de la société dans laquelle le/la défunte/la s’insérait, lorsqu’il faut faire preuve de révérence et de respect cérémonieux de la situation sociale, particulièrement quand il s’agit de milieu judéo-chrétien. Cependant, il y a des sociétés dans lesquelles la tradition est rompue, c’est que le rite funèbre ne correspond pas à l’empreinte festive qui peut se produire : c’est le cas de la ville São Caetano de Odivelas, sur le littoral amazonien de l’état du Pará, au Brésil. Cet article présente un récit ethno-phonographique des funérailles festives d’une joueuse de manifestation de la culture populaire locale, le « buffle masqué », dans lequel la famille a répondu à sa demande finale que l’orchestre et le « boi-bumbá » accompagnent le cortège funèbre, dans les rues de la ville, jusqu’au cimetière, dans une atmosphère joyeuse et interactive entre les participantes du rituel, dans un acte respectueux et nostalgique pour la fin. Notre hypothèse c’est qu’au-delà des implications d’ordre religieux institué, les funérailles festives imposent la marque identitaire locale comme reconnaissance d’appartenance à la fois de l’individu, qui a reçu sa demande et de la société autochtone, qu’en répondant à la demande, il a fait référence à la manifestation culturelle locale comme importante et nécessaire cohésion sociale. Enfin, cette étude apporte une contribution à l’anthropologie, en insérant les formes différenciées de rituels religieux et à l’ethnographie, en utilisant comme procédure l’intersémiotique (mot-image) dans l’enregistrement des pratiques locales.
O documento discute como as crianças de comunidades tradicionais constroem sua identidade cultural através de experiências compartilhadas na infância, como brincadeiras coletivas. Essas experiências ajudam a transmitir saberes locais entre gerações e negar influências externas. O texto também descreve o processo de fabricação de carrinhos de madeira por crianças como exemplo de atividade que promove o trabalho em grupo e a aprendizagem.
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.Daniel S Fernandes
Este documento apresenta três artigos sobre saberes e práticas compartilhadas na região de Bragança, Pará. O primeiro artigo discute os saberes etnomatemáticos e etnofísicos presentes na construção da cerâmica caeteuara. O segundo fala sobre a tradição do açaí, sua importância cultural e os saberes envolvidos em seu preparo. O terceiro aborda uma performance artística que questiona a violência contra corpos dissidentes e define territorialidades nômades.
Três imagens de São Benedito visitam residências em Bragança-PA, levadas por homens. Durante as visitas, as famílias hospedam o santo e sua comitiva e fornecem refeições hierárquicas. A refeição é um momento de compartilhamento e comunhão religiosa, com orações antes da refeição.
[1] A comunidade quilombola de Jurussaca no Pará celebra anualmente a "Festa de Todos os Santos", durante a qual santos protetores são levados em procissão pelas casas da comunidade para trazer prosperidade. [2] A festa tem origem em uma promessa feita por um morador no passado para que os homens da comunidade retornassem vivos da guerra. [3] A procissão e celebração anual reafirmam a identidade quilombola da comunidade e agradecem pelas bençãos recebidas ao long
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristasDaniel S Fernandes
Este trabalho trata de uma reflexão acerca dos impactos socioambientais decorrentes do processo de implantação de hidrelétricas na Amazônia, através de uma técnica de bordado chileno de confecção de tela de tecidos, produzidas e expostas por mulheres atingidas pela UHE Belo Monte (PA). Metodologicamente, a reflexão parte da percepção da
paisagem representada por arpilleras não apenas pela estética iconográfica da imagem, mas como narrativa imagética, a qual é articulada subjetivamente pelas mulheres arpilleristas, constitui produto do imaginário coletivo, e deste modo, materializa-se através do discurso ideológico figurativo de resistência aos impactos causados pelo empreendimento. Como forma de nortear a reflexão da imagem compreendida como narrativa e produto de memória, este estudo fundamenta-se a partir da articulação teórico-metodológica de autores que abordam a temática da: Imagem fotográfica como método etnográfico como Guran (2011); O imaginário coletivo por Maffesoli (2001); A memória coletiva por Halbwachs (1968). A análise possibilita perceber a imagem que as mulheres arpilleristas atingidas pela UHE Belo Monte buscam explicitar acerca do processo de implantação de hidrelétricas na Amazônia a partir da representação social, e dos motivos que justificam a disposição criativa de utilização da arte por imagens como estratégia de linguagem e comunicação.
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche relações interpescaDaniel S Fernandes
O documento descreve as relações complexas entre a pesca industrial e artesanal no trapiche de Bragança, Pará. As famílias de pescadores artesanais às vezes trabalham na pesca industrial ou são donos de embarcações médias, enquanto parentes atuam como atravessadores. O autor argumenta que as análises antropológicas devem considerar imagens para entender melhor a diversidade de territórios e populações tradicionais.
Fernandes, Daniel dos Santos. Ensaio Fotoetnográfico - Domingo no TrapichãoDaniel S Fernandes
Domingo no Trapichão é um ensaio fotoetnográfico em que visualizamos em texto imagético e texto escrito, integrados, algumas práticas em um domingo a beira do Rio Tocantins, no trapiche local, o Trapichão, no distrito de Vila do Carmo do Tocantins, Cametá/Pará, região do Baixo-Tocantins.
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...Daniel S Fernandes
Este documento descreve os saberes e práticas dos catadores de caranguejo da comunidade Vila Sorriso no Pará. A comunidade usa seus conhecimentos tradicionais sobre o manguezal e o ciclo lunar para determinar as técnicas de captura de caranguejo, o que é fundamental para sua identidade e meio de subsistência. Eles buscam reconhecimento como "pescadores extrativistas do manguezal" para ter acesso a benefícios, mas enfrentam desafios políticos.
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...Daniel S Fernandes
O documento discute a relação entre pescadores extrativistas e o ecossistema de manguezal na Vila Sorriso, Pará. Ele objetiva identificar possibilidades de gestão ambiental participativa considerando os modos de vida e saberes dos pescadores. O manguezal é essencial para a subsistência dos pescadores, mas suas práticas impactam negativamente o ecossistema.
Canonautas do rio pratiquara no rasto do pusal. revista iluminuras 35Daniel S Fernandes
1) O documento descreve o dia a dia de pescadoras da Vila Sorriso no município de São Caetano de Odivelas no Pará. Elas realizam atividades como catar caranguejos e "rasto do pusal" (arrastar redes) diariamente para sobreviver.
2) Acompanha as pescadoras Lucy e Ninita em uma saída para "rasto do pusal", percorrendo a mata e o rio Pratiquara de bicicleta e canoa. Elas preparam os equipamentos nos "ranch
Este artigo descreve uma pesquisa participativa realizada na comunidade de Caruaru na ilha de Mosqueiro no Pará. A pesquisa identificou as características sociais e ambientais da comunidade, incluindo laços familiares estreitos, atividades de subsistência e o papel importante da escola local. A pesquisa também buscou fortalecer a interação entre a comunidade, escola e associação de moradores para apoiar práticas sustentáveis.
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...Daniel S Fernandes
Este trabalho trata da relação entre ser humano e natureza, na comunidade Vila Sorriso, situada a 7,5 km da sede do município de São Caetano de Odivelas no Estado do Pará, região Norte do Brasil. Objetiva identificar dentre os pescadores extrativistas do manguezal, os modos de vida como subsistência, seus saberes e práticas em relação ao uso do manguezal e propor ações que possam reduzir os impactos negativos no ecossistema local.
Este documento discute o termo "popular" e conceitos relacionados como "linguagem popular" e "cultura popular". O autor argumenta que esses termos são vagos e subjetivos, podendo significar coisas diferentes para pessoas diferentes dependendo de seus interesses e preconceitos. Ele também critica definições implícitas de "popular" em dicionários e estudos, apontando que excluem grupos como imigrantes de forma arbitrária. Finalmente, defende que a sociologia deve estudar criticamente esses conceitos para entender melhor como são usados para classificar e jul
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...Daniel S Fernandes
Este trabalho trata da relação entre ser humano e natureza, na comunidade Vila Sorriso, situada a 7,5 km da sede do município de São Caetano de Odivelas no Estado do Pará, região Norte do Brasil.
O documento discute o potencial do turismo como alternativa de desenvolvimento para áreas improdutivas no município de São Francisco de Assis, RS. A atividade turística poderia agregar valor a espaços com ocorrência de areais atualmente desvalorizados, possibilitando o incremento do desenvolvimento local. O turismo na natureza é apontado como um segmento adequado que não estaria ligado apenas a "sol e praia". Contudo, destaca-se a necessidade de planejamento para garantir a sustentabilidade dos espaços naturais e o aproveitamento
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentável a construção de relações sociais em comunidades ribeirinhas da amazônia
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timentos destinavam-se ao setor de energia, portos, trans-
portes, telefonia, telegrafia, rede de esgoto e construção
civil em capitais como Belém e Manaus.
Nas décadas de 1960 a 1980, a região amazônica sofre in-
tervenções gigantescas, através das políticas elaboradas
pelo governo federal, cuja intenção era a exploração dos
recursos naturais para atender interesses do capital inter-
nacional. As estratégias do Estado, primeiramente, eram
voltadas à implantação dos projetos agropecuários que
causaram degradação ambiental na região. Em seguida o
governo federal implanta os megaprojetos agrominerais,
explicitando uma estratégia do governo militar de contro-
lar o território amazônico, por meio da federalização de
rodoviasedoenfraquecimentodopoderdegovernosesta-
duais sob seu território político-administrativo. Estas, entre
outras ações, estavam inseridas nos programas de inte-
gração nacional. Nesse período, se intensificam mudanças
de organização espacial na Amazônia, principalmente no
modo de vida de populações que baseavam sua vida cultu-
ral,econômicaesocialnosciclosdanaturezaenadinâmica
dos rios. Este modelo de organização espacial deu lugar
(ou coexiste) a ritmos da industrialização, pautados na ex-
tração dos recursos naturais, na utilização de novas tec-
nologias, em novas formas de relações de trabalho, o que
interfere nos modos de produção e de vida de populações
que dependem diretamente dos recursos naturais (3-6).
Assim, em muitas pequenas e médias cidades amazônicas é
notória a diminuição da dinâmica econômica, a reprodução
dos padrões de pobreza e de problemas sociais, sobretudo
os conflitos fundiários e um amplo grau de degradação am-
biental.Sãoasmarcasdaspolíticaspúblicasquemodificaram
a realidade socioambiental da região. O artesão, o pescador,
oagricultor,ocaboclo,estãoforadalógicaoudadinâmicado
planejamento econômico destinado à região (4; 7).
A comunidade de Caruaru, em Belém (PA), não ficou fora
Em busca do desenvolvimento
sustentável: a construção de relações
sociais em comunidades ribeirinhas
da Amazônia
Daniel dos Santos Fernandes
As políticas públicas para a Amazônia (1) nos últimos anos
têm priorizado agentes exógenos, deixando de envolver
pequenos agricultores e povos da floresta que, há anos,
estão à margem da ação governamental, seja nos investi-
mentos, no sistema de crédito ou nos meios de circulação
de mercadorias (2-3).
Nos séculos XIX e início do XX, com a substituição do extra-
tivismodasdrogasdosertão,aextraçãoeproduçãodabor-
racha atraíram um enorme contingente de trabalhadores à
região, vindos dos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande
do Norte, Ceará, Pernambuco e Bahia, os quais permane-
ciam em um sistema que os condicionava a um ciclo de
dívidas, garantindo a manutenção das elites econômicas e
do lucro, gerado pela força de trabalho desses imigrantes e
dos caboclos amazônicos.
Com a abertura dos eixos rodoviários, a Amazônia passou
areceberdiversasterritorialidadesqueintroduziramtécni-
cas relacionadas à pecuária, às serrarias, às plantações cul-
tivadas na mata de terra firme, à mineração e, por último,
à tecnologia industrial que estimularam a desestruturação
da lógica de reprodução social da região baseada na liga-
ção entre os ecossistemas de várzea, igapós e terra firme.
Os ingleses, no século XX, investiram em várias cidades
amazônicas devido ao desenvolvimento do capitalismo in-
dustrial, onde a matéria-prima extraída da borracha tinha
valor imprescindível no mercado automobilístico. Os inves-
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portanto não sujeitas a alagamentos; e a região de áre-
as baixas, podendo ser de igapó e várzea, com pequenas
ilhas anexas, cuja dinâmica ambiental está baseada nos
rios rios e diversos cursos d’água. De acordo com a Secre-
taria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e
Gestão (2006), a ilha de Mosqueiro ocupa uma área apro-
ximada de 212.547 km com altitude média de 15 metros
acima do nível do mar.
O presente artigo se debruça sobre uma comunidade de ri-
beirinhoscujaeconomialocalaindaéessencialmenteextra-
tivista,quemantémumaintensaligaçãocomesseterritório
ancestral e uma lógica de sistema de produção principal-
mentevoltadoparaasubsistência.Podemosobservarainda
uma relação íntima do morador de Caruaru com o fluvial
que, em sua visão, é, ao mesmo tempo, uma área a ser con-
servada e um espaço de onde eles tiram sua subsistência.
A comunidade constrói uma dinâmica social ratificando
que “essas populações tradicionais não indígenas (caiça-
ras, ribeirinhos amazônicos, sertanejos etc.) receberam
forte influência indígena, que se revela não só nos termos
regionais, como nas diversas tecnologias patrimoniais de
preparação de alimento, cerâmica, técnicas de construção
de instrumentos de caça e pesca etc.” (9).
Caruaru, apesar da proximidade com a sede do distrito da
região, Mosqueiro, mantém um processo lento de hibrida-
ção cultural (10). A construção dos saberes locais não está
totalmente deslocada do cotidiano. Existe o ensino formal
porém, no dia a dia, existe a complementação por meio de
práticasecostumesrelacionadosaoambiental,emummo-
delo de interação ecológica contemporâneo, adaptado do
modelo de seus ancestrais.
RelaçõesdeparentescolocalOs rios e igarapés localizados
no arquipélago de Mosqueiro formam o ambiente de tra-
balho das comunidades tradicionais, espaço onde homens
e mulheres, em família, por consanguinidade ou afinidade
trabalham, além de praticarem
(...) a pequena pesca, cuja produção em parte é consu-
mida pela família e em parte é comercializada. A unida-
dedeproduçãoé,emgeral,afamiliar,incluindonatripu-
lação conhecidos e parentes mais longínquos. Apesar
de grande parte deles viver em comunidades litorâneas
não-urbanas, alguns moram em bairros urbanos ou pe-
riurbanos, construindo aí uma solidariedade baseada
na atividade pesqueira. (11).
desse processo de transformação na região Norte do país.
Uma das primeiras investidas aconteceu em 1998, com a
implantação, sem critérios que respeitassem o modus vi-
vendi das populações locais, de uma trilha ecológica. O ob-
jetivo era solucionar parte dos problemas de geração de
emprego e renda da comunidade. Denominada 1ª Trilha
Ecológica de Mosqueiro, cortava duas comunidades, Cas-
tanhal do Mari-Mari e Caruaru e foi idealizada pela Prefei-
tura Municipal de Belém (PMB) em parceria com a Agência
Distrital de Mosqueiro (ADMO). Posteriormente, através de
outra parceria entre Coordenadoria Municipal de Turismo
de Belém (Belemtur), Secretaria Municipal do Meio Am-
biente (Semma) e Fundação Parques e Áreas Verdes de Be-
lém(Funverde),essatrilhapassouachamar-seTrilhaOlhos
D’água. Apesar de iniciar levantamento de fauna e flora, o
projeto turístico não aprofundou a relação com as comuni-
dadesenvolvidas,oqueacabouresultandonacriaçãodeal-
guns contatos comunitários que não representam parcela
local significativa. O resultado é a geração de cisões locais.
O caso da ilha de Mosqueiro A história de Mosqueiro se con-
funde com a da colonização da Amazônia, particularmente
doestadodoParáedesuacapital.Estearquipélagosingular,
na foz do rio Amazonas vem encantando os viajantes du-
rante séculos. No século XVII os primeiros navegadores eu-
ropeus que aqui chegaram, apontaram para dois aspectos
interessantesdopontodevistahistóricodailha.Oprimeiroé
adenominaçãodailhadeSantoAntônioeosegundoéofato
da região ser conhecida como a província dos povos indíge-
nas Tupinambá. Habitantes do estuário amazônico, os tupi-
nambá estavam na região há 12 mil anos e constituíam uma
civilização e uma cultura intimamente ligadas à natureza.
AilhadeMosqueiro,centrodomaiorarquipélagodomuni-
cípio de Belém, capital do estado do Pará, está inserida na
microrregião guajarina, em um típico ambiente estuarino
com influências do oceano Atlântico. É banhada pelo rio
Pará, que forma as baías de Santo Antônio, do Marajó e
do Sol. Os principais rios que nascem no interior da ilha
são o Murubira, o Pratiquara e o Mari-Mari, os quais se-
guem o regime das marés (8). Esse complexo sistema de
drenagem permite identificar três ecosistemas distintos
na ilha: a região litorânea, caracterizada pela presença de
uma faixa de areia com aproximadamente 18 km, que for-
ma praias; a região de terra firme, formada pelas áreas
mais altas, mais afastadas dos rios e outros cursos d’água,
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origem está num passado e na relação de apropriação do
espaço que lhes oferece a identidade atual. Nessa forma de
continuidade de relação de parentesco, por afinidade, co-
meçaramasurgirdivergênciaspelaquestãodopoderlocal.
O predomínio de laços familiares, intensificando a fami-
liaridadecomoelementocentraldascomunidades,agre-
ga um complicador que pode ser compreendido deste
modo: as novas comunidades, no entorno do Parque,
vão surgindo continuamente e resultam, quase sempre,
de dissidências entre membros da mesma família, ou de
casamentos em que pessoas do lugar casam-se com es-
tranhos, que passam a ser aceitos na comunidade origi-
nal do cônjuge, fazendo parte da mesma, ou seguindo o
casal para nova comunidade. A facilidade de ocupar um
terreno à beira do rio permite esse rearranjo que desa-
grega aqui para reagregar lá adiante. (14)
Assim, na atualidade, algumas lideranças surgem de cônju-
ges,emrelaçãodeparentescoporafinidade,quecomeçam
a se destacar nas ações para atenderem à demanda comu-
nitária local provocando algum desconforto e com reflexos
nas relações comunitárias e nas organizações representa-
tivas em Caruaru.
Organização comunitária local Grupos organizados infor-
mais já existiam na comunidade de Caruaru desde a implan-
tação da 1ª Trilha Ecológica do Mosqueiro, em 1998. Todavia
essa proposta, que deveria ter membros da comunidade
comoatoresdeumagestãocomunitária,nãoestimulouosu-
ficiente a ponto de aparecerem organizações comunitárias
formais. O resultado foi uma experiência desastrosa para a
comunidade,poisumnúmerobemreduzidodepessoascon-
seguiu aumentar sua qualidade de vida com a implantação
da trilha. Além disso, nessa época já se observavam tentati-
vas de invasões nas terras do Caruaru por posseiros.
É somente a partir dessa junção de fatos que surge na co-
munidade a ideia de união comunitária como possibilidade
de operacionalizar demandas advindas realmente dessas
populações. Assim, em 2006, cria-se a Associação dos Mo-
radores do Caruaru (Asmoca) e a diretoria conta com forte
presença da família Froés, hoje no segundo mandato, man-
tendo representantes na presidência.
No entanto, mesmo com a criação da Asmoca, as primeiras
pessoas que conseguiram algum êxito com os programas de
Cultivam,fabricamfarinha,caçametc.,criandoestratégias,
artefatos para sobrevivência e subsistência a partir de um
conjunto de saberes sobre os recursos aquáticos e terres-
tres. Esses artefatos são fabricados a partir de materiais
locais, o que intensifica essa dependência com o meio em
que vivem, fazendo com que “a noção de lugar também
se expresse nos valores diferenciados que um grupo social
atribui aos diferentes aspectos de seu ambiente”. Essa va-
lorizaçãoéumafunçãodiretadosistemadeconhecimento
ambiental do grupo e suas respectivas tecnologias (12). Um
exemplo é a pesca do camarão de rio com matapi, um arte-
fato feito de talas, de algum tipo de palmeira, as quais são
amarradas em corda.
Esses saberes são transmitidos de geração em geração, re-
forçados pela relação de parentesco e modificados confor-
meadinâmicaculturaleautilizaçãodenovosartefatosque
atuamemconsonânciacomosantigos.NocasodeCaruaru
as relações de parentesco mais profundas surgem a partir
de 1894, com a passagem da posse das terras do Caruaru
para Manoel Batholomeo Froés. A família Froés inicia uma
longa relação de parentesco com a família Araújo iniciando
uma descendência única o que ratifica Augé (13) sobre o
domínio do parentesco nas construções sociais.
(...) a filiação é o princípio de constituição e de organiza-
ção interna de cada grupo de parentesco, enquanto as
alianças (o parentesco por alianças matrimoniais) são o
princípio da organização das relações externas entre os
diferentes grupos, constrangidos a estabelecer relações
necessáriasdetrocamatrimonialporforçadaexogamia.
A construção social em Caruaru apresenta-se, dessa for-
ma, como a afirmação de descendência legítima a partir
das relações de parentesco por afinidade surgidas entre
os Fróes e Araújos em um processo no qual, atualmente,
já participam outras famílias que surgiram no cenário de
parentesco local. Em toda comunidade repete-se a mesma
afirmação: “aqui dentro todo mundo é parente”. Alguns de-
poimentos caracterizam da seguinte forma as relações na
comunidade: “aqui é como uma família, todo mundo é pa-
rente”, existindo, principalmente entre os moradores mais
antigos, casamentos entre primos diretos e indiretos. A
comunidade nunca viveu isolada, portanto, tem laços com
moradoresdeoutrascomunidadesedascidadespróximas.
Apresentam nitidamente uma “teia” de parentesco cuja
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queiram desenvolver-se na comunidade não devem partir
imediatamenteparaasdemandasdegeraçãodeempregoe
rendalocal,masparaumprofundoprocessodediscussãode
relaçõescomunitárias,interaçãoe(des)interaçõesculturais,
a partir da dinâmica social de parentesco e poder local.
Daniel dos Santos Fernandes é doutor em antropologia. Atualmente pro-
fessordasFaculdadesIntegradasIpirangaonderealizapesquisascompopu-
lações tradicionais. Email: dasafer@ibest.com.br
Notas e referências bibliográficas
1. A Amazônia Legal compreende noves entes federativos: Acre, Amazonas, Pará,
Amapá, Roraima, Rondônia, parte do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.
2. Becker, B. K. Amazônia. 5 ed. São Paulo: Ática, 1997.
3. Becker, B. K. Amazônia: geopolítica na virada do III milênio. Garamond, 2004.
4. Gonçalves, C. W. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto. 2001.
5. Simonian,L.T.“Políticaspúblicas,desenvolvimentosustentávelerecursosnatu-
raisemáreasdereservanaAmazôniabrasileira”.In:Coelho,M.C.N;Simonian,
L. T.; Ferzl, N. (Orgs). Estado e política públicas na Amazônia: gestão de recursos
naturais. Belém: Cejup: UFPA-Naea, 2000, p 9-54.
6. Maués, R.H. Uma outra “invenção” da Amazônia: religiões, histórias, identidade.
Belém: Cejup, 1994.
7. Benchimol, S. Navegação e transporte na Amazônia. Manaus: Ufam, 1995.
8. Wanzeller,C.dosS.Mosqueiro:lendasemistérios.Mosqueiro-Belém.1ªed.Belém,
Grupo RBA, 1999, 65p.
9. Probio-MMA – Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ama-
zôniaLegal,CoordenadoriadaBiodiversidade,NúcleodePesquisassobrePopula-
çõesHumanaseÁreasÚmidasBrasileiras–USP,CNPq.Ossaberestradicionaisea
biodiversidade no Brasil. São Paulo, 1999. p.40.
10. Espaço de várias mesclas culturais. Canclini, N. G. Culturas híbridas. São Paulo:
Editora da USP, 2000. p.19.
11. Probio-MMA, 1999. Op. Cit. p.62.
12.Little,P.E.TerritóriossociaisepovostradicionaisnoBrasil:porumaantropologiada
territorialidade. Brasília: UnB, Série Antropologia, 322, 2002. p.10.
13. Augé, M. Os domínios do parentesco. Lisboa: Edições 70, 1978. p.19.
14. Quaresma, H. D. de A. B. Políticas públicas e gestão de recursos florestais: o caso do
Parque Ambiental da Ilha do Mosqueiro, Belém/PA. Belém: NAEA, 2008. p.13.
15. Wanzeller éprofessoraposentadodelínguaportuguesa,incentivadordoregistro
da história das comunidades de Mosqueiro. Ex-professor da maioria dos mora-
dores da comunidade.
16. Canclini, N. G. Culturas híbridas. São Paulo: Editora da USP, 2000.
Referências consultadas
Ferzl, N. (Orgs). Estado e política públicas na Amazônia: gestão de recursos naturais.
Belém: Cejup: UFPA-Naea, 2000, p 9-54.
Plano Diretor de Belém/ Distrito Administrativo de Mosqueiro (Damos). Belém/
PA: Prefeitura Municipal de Belém. PMB. 2006, 31p.
ecoturismo ainda continuam referência no processo de visi-
bilidade da comunidade, tomando a frente no contato com
as diversas instituições, como nas reuniões com o grupo do
projeto de pesquisa “Entre trapiches, trilhas e vilas: organiza-
ção comunitária e práticas sustentáveis no distrito de Mos-
queiro, PA”, (Entratrivi) das Faculdades Integradas Ipiranga.
Essas pessoas são principalmente parentes, por afinidade,
mulheres, que: “incomoda, mas eles não tomam a frente e
principalmente eu tenho contatos e consigo as coisas para
nós”, segundo depoimento de uma cônjuge com liderança
informal,muitoativanabuscadesoluçõesparaasdemandas
locais. Esse posicionamento não agrada parte da diretoria,
tornando as relações comunitárias por vezes tensas.
Essas relações tensas estão em um processo de velamento
na medida em que aumenta a visibilidade da comunidade,
com o complicador de serem mulheres as protagonistas
dessa tensão. O (des)velamento só é possível a partir de
observações durante ações junto à comunidade em que
todos são convidados e quando os grupos que mantêm a
tensãonãoseencontramaomesmotempoenomesmoes-
paço. Quando questionados sobre o motivo das ausências,
apresentam as mais variadas razões, porém as mais re-
correntes são problemas de última hora que não puderam
ser postergados. Situação que só é contornada com muita
insistência por quem organiza alguma atividade, contatan-
do quase que diariamente as lideranças, bem como algum
mediador de confiança da comunidade, no nosso caso do
professor Wanzeller (15), até a data do evento.
Considerações finais Acreditamos que as organizações co-
munitárias no Caruaru estão em processo de construção
de relações democráticas. Um processo naturalmente ten-
so pelo fato de o espaço comunitário ser um espaço de po-
der, onde as questões de relações de parentesco deverão
sertrabalhadasvisandoobemcomum,atéparapossibilitar
a chegada mais próxima de um desenvolvimento sustentá-
velparaacomunidade.Nesseprocesso,aconstruçãodees-
tratégiasquenãoexcluamnenhumsegmentodeliderança,
formal ou informal, é muito importante.
Deve-selevaremconsideraçãoqueoespaçocomunitáriode
Caruaru é um espaço de hibridação cultural, por ser “(...) re-
sultado da sedimentação, justaposição e entrecruzamento
de tradições indígenas” não “do hispanismo colonial católi-
co”, mas de um lusitanismo “e das ações políticas e educati-
vas comunicacionais modernas” (16). Assim, os projetos que
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