O documento apresenta uma introdução à anatomia e fisiologia, descrevendo os principais sistemas que compõem o corpo humano e suas funções vitais. Também define conceitos como anatomia, planos anatômicos e divisão do esqueleto em axial e apendicular.
3. Introdução
A Anatomia pode ser considerada uma ciência que estuda
macroscopicamente a constituição do corpo humano pela
dissecação de peças de cadáveres já fixadas com soluções
apropriadas. A palavra é de origem grega, que significa Ana = em
partes; tomein – cortar.
Os sistemas que, em conjunto, compõem o organismo do
indivíduo são os seguintes: Sistema tegumentar, sistema
esquelético (ossos, músculos e articulações), o sistema digestivo,
sistema respiratório, circulatório, sanguíneo, urinário, genital
feminino e masculino, nervoso, sensorial e endócrino.
4. Composição do Organismo
De acordo com Thibodeau; Patton (2002), o organismo humano
consiste em um complexo conjunto de órgãos agrupados em
aparelhos ou sistemas. Os órgãos são formados por pequenas
unidades vivas chamadas células.
Todas as células do organismo humano necessitam de um
suprimento de oxigênio e outros nutrientes para obter energia,
para manter sua integridade estrutural e para sintetizar as
substâncias essenciais a sua função e a do organismo.
5. Composição do Organismo
A produção de energia, a regulação da atividade celular e a
síntese de substâncias são realizadas mediante reações
químicas, e o conjunto destas reações químicas que ocorrem no
organismo é chamado de metabolismo. As reações químicas
intracelulares produzem substâncias (resíduos ou catabólicos),
entre as quais o dióxido de carbono, que necessitam ser
eliminados porque o seu acúmulo leva à disfunção celular e
finalmente à morte celular.
Tanto o suprimento de oxigênio e nutrientes quanto à retirada
dos resíduos é feita pelo sangue. O sangue se abastece de
oxigênio e se desfaz do dióxido de carbono nos pulmões e se
abastece de nutrientes por meio da absorção de alimentos
digeridos no tubo digestivo.
6. Composição do Organismo
Certas células são mais dependentes de um suprimento
contínuo de oxigênio do que outras: as fibras musculares
cardíacas toleram apenas alguns segundos sem oxigênio,
enquanto os neurônios cerebrais podem suportar de 4 a 6
minutos.
Algumas outras células podem passar períodos maiores sem
oxigênio e ainda assim sobreviverem como as células
musculares e da pele, por exemplo. A falta de oxigênio por um
tempo acima do tolerável leva à morte celular que, por
conseguinte leva à morte de órgãos e finalmente à morte do
organismo.
8. Divisão do Corpo Humano
Cabeça:
A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Como preconiza
Lacerda (2009), uma linha imaginária passando pelo topo das
orelhas e dos olhos é o limite aproximado entre estas duas regiões.
O crânio contém o encéfalo no seu interior, na cavidade craniana. A
face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e
paladar e abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e
digestivo.
9.
10. Divisão do Corpo Humano
Tronco:
O tronco é dividido em pescoço, tórax e abdome, conforme
descrito a seguir.
Pescoço:
O pescoço contém várias estruturas importantes. É suportado pela
coluna cervical que abriga no seu interior a porção cervical da
medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e
digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. O
pescoço contém, ainda, vasos sanguíneos calibrosos, que são
responsáveis pela irrigação da cabeça.
11.
12. Divisão do Corpo Humano
Tórax:
Quanto ao tórax, o seu interior, na chamada cavidade torácica,
contempla a parte inferior do trato respiratório (vias aéreas
inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos
sanguíneos, que chegam ou saem do coração. É sustentado por
uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral
torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula.
13.
14. Divisão do Corpo Humano
Abdome:
O abdome está separado internamente do tórax pelo músculo
diafragma e contém basicamente órgãos do aparelho digestivo e
urinário. Possui grandes vasos no seu interior, que irrigam as
vísceras abdominais e os membros inferiores.
15. Divisão do Corpo Humano
Abdome:
O abdome está separado internamente do tórax pelo músculo
diafragma e contém basicamente órgãos do aparelho digestivo e
urinário. Possui grandes vasos no seu interior, que irrigam as
vísceras abdominais e os membros inferiores.
16.
17. Divisão do Corpo Humano
PELVE
Liga o abdome aos membros inferiores e contem, na chamada
cavidade pélvica, a porção distal do tubo digestório e do aparelho
urinário.
Possui também o aparelho reprodutor masculino e o feminino.
18.
19.
20. Divisão do Corpo Humano
MEMBROS
O corpo humano possui um par de membros superiores e um par de
membros inferiores
21.
22. Variação Anatômica e Normal
Uma vez que anatomia utiliza como material de estudo o corpo
do animal e, no caso da anatomia humana, o homem, torna-se
necessário fazer alguns comentários sobre este material. A
simples observação de um grupamento humano evidencia, de
imediato, diferenças morfológicas entre os elementos que
compõem o grupo.
Estas diferenças morfológicas são denominadas variações
anatômicas e podem apresentar-se externamente ou em
qualquer dos sistemas do organismo, sem que isso traga
prejuízo funcional para o indivíduo.
23. Fatores Gerais de Variação Anatômica
As variações anatômicas individuais são acrescentadas a alguns
fatores decorrentes da idade, do sexo, da raça, do biótipo, e da
evolução humana (PIRES, 2012).
• idade: notáveis modificações anatômicas ocorrem desde a
fase intrauterina até a fase senil. Exemplo: o timo, que
atinge seu máximo na vida fetal e com o progredir da idade
regride, até desaparecer na vida adulta;
• sexo: é o caráter do masculino ou feminino. Mesmo os
órgãos que são comuns a ambos os sexos podem apresentar
variações. Por exemplo, a disposição de tecido gorduroso
subcutâneo, habitualmente mais frequente no sexo
feminino;
24. Fatores Gerais de Variação Anatômica
• raça: cada agrupamento humano possui caracteres físicos
comuns, externa e internamente relacionados às raças
branca, negra e amarela. Um exemplo é a vascularização do
coração que é muito mais abundante no negro do que no
branco;
• biótipo: é o resultado da soma dos caracteres herdados e
dos caracteres adquiridos por influência do meio e da sua
inter-relação. Distinguem-se os grupos chamados de
longilíneos, mediolíneos e brevelíneos;
• evolução: sugere o aparecimento de diferenças
morfológicas, no decorrer dos tempos.
27. Anomalias e Monstruosidade
Quando a modificação do padrão anatômico causa prejuízo
funcional, no entanto permite a continuidade da vida do
indivíduo, diz-se que se trata de uma anomalia.
Se esta for acentuada, de modo a deformar profundamente a
construção do corpo do indivíduo, sendo, em geral, incompatível
com a vida, denomina-se monstruosidade.
Como exemplo de monstruosidade tem-se a agenesia, que quer
dizer a não formação do encéfalo. O estudo deste assunto é
feito em Teratologia.
34. Posição Anatômica
Para evitar o uso de termos
diferentes nas descrições anatômicas,
considerando-se que a posição pode
ser variável, optou-se por uma
posição padrão, denominada posição
de descrição anatômica
Posição anatômica
35. Planos Anatômicos
Para efeitos de estudo, utilizam-se vários planos de divisão do
corpo, os chamados planos anatômicos
37. Planos Anatômicos
Plano sagital mediano:
É um plano imaginário que passa
longitudinalmente pelo corpo e o
divide em metades direita e
esquerda. O plano sagital mediano
atravessa as superfícies ventral e
dorsal do corpo nas chamadas
linhas medianas ou médias
anteriores e linhas medianas ou
médias posteriores,
respectivamente.
38. Planos Anatômicos
Plano frontal ou coronal:
É todo plano que intercepta o
plano sagital mediano em um
ângulo reto e divide o corpo em
metades anterior e posterior.
39. Planos Anatômicos
Plano transversal ou horizontal:
É todo plano que divide o corpo
em metades superior e inferior.
40. Planos Anatômicos
Vários termos são utilizados para se descrever as posições dos
elementos anatômicos. O termo medial significa mais próximo à
linha mediana, e lateral o mais afastado dele.
Como exemplos: na mão, o polegar é lateral ao dedo mínimo,
enquanto que no pé, o hálux (dedo grande) é medial ao dedo
mínimo. Na perna, a face correspondente à tíbia é a face medial
e a correspondente à fíbula a face lateral;
41. Planos Anatômicos
O termo proximal significa mais próximo da raiz do membro ou
origem do órgão e distal o mais afastado. Assim, no membro
superior, onde o ombro é a raiz, tem-se como exemplo o
cotovelo e o punho, sendo o cotovelo mais proximal da raiz em
relação ao punho, e este seria mais distal.
O termo superior significa o mais próximo da extremidade
superior e inferior o mais próximo da extremidade inferior.
Assim, tem-se o lábio superior e o inferior; a pálpebra superior e
a inferior.
42. Eixos Imaginários
O corpo humano também é
dividido em três eixos imaginários:
• Eixo vertical ou
longitudinal: une a cabeça
aos pés, classificado como
heteropolar. Na posição de
pé, situa-se em ângulo reto
em relação ao solo.
43. Eixos Imaginários
• Eixo de profundidade ou
anteroposterior: une o
ventre ao dorso,
classificado como
heteropolar. Dispõe-se em
ângulo reto em relação ao
eixo longitudinal.
44. Eixos Imaginários
• Eixo de largura ou
transversal: une o lado
direito ao lado esquerdo,
classificado como
homopolar. Forma um
ângulo reto com ambos os
eixos, anteriormente
mencionados.
45. Eixos Imaginários
Os termos aferente e eferente indicam direção e são usados em
anatomia para vasos e nervos. Aferente significa que impulsos
nervosos ou o sangue são conduzidos da periferia para o centro,
enquanto que eferente se refere à condução do centro para a
periferia.
46. Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo
O termo osteologia significa o estudo dos ossos. Apesar de sua
aparência simples, o osso é um tecido vivo, complexo e
dinâmico, formado por um conjunto de tecidos distintos e
especializados que contribuem para seu arranjo final. Entre eles
destacam-se o tecido ósseo, cartilaginoso, epitelial, tecidos
formadores de sangue, nervoso e adiposo.
Por esta razão, cada osso individual é um órgão. Partindo-se do
princípio que um conjunto de órgãos que atuam com o mesmo
objetivo funcional constitui um sistema, conclui-se que o
conjunto formado por ossos e cartilagens dará origem ao
Sistema Ósseo.
47. Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo
As funções do sistema ósseo são:
a) sustentação do organismo (apoio para o corpo);
b) proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro);
c) base mecânica para o movimento;
d) armazenamento de sais (cálcio, por exemplo);
e) hematopoiese (produção de novas células sanguíneas).
48. Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo
Os ossos podem ser classificados, de acordo com o formato,
em quatro tipos:
a) longos: comprimento maior que a largura e a espessura.
Possuem uma parte média longa, chamada de diáfise e
extremidades chamadas de epífise. Nas crianças existe uma
camada entre a epífise e a diáfise chamada de placa epifisária,
que é responsável pelo crescimento em comprimento do osso.
Exemplos: fêmur, rádio, ulna e falanges;
49. Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo
Os ossos podem ser classificados, de acordo com o formato,
em quatro tipos:
b) curtos: comprimento, largura e espessura que são
aproximadamente iguais: Exemplo: ossos do carpo;
c) chatos: comprimento e largura, que se equivalem e
predominam sobre a espessura. Exemplos: escápula;
d) irregulares: são ossos que não equivalem nem em
comprimento, nem em largura e nem em espessura. Exemplos:
ossos da base do crânio.
50. Divisão do Esqueleto
O esqueleto é dividido em axial, que é composto pelos ossos da
cabeça, pescoço e tronco, constituindo um total de 74 ossos (22
ossos do crânio, 26 da coluna vertebral, 1 osso hioide, e 25 das
costelas e esterno); e apendicular, que é composto pelos
membros superiores e inferiores, constituindo um total de 132
ossos (64 ossos dos membros superiores, 62 dos membros
inferiores e 6 ossos dos ossículos da orelha).
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz mediante
cinturas escapular e pélvica. Diante do exposto, afirma-se que o
corpo humano é constituído por, aproximadamente, 206 ossos
(BRASIL, 2003). A seguir apresenta-se a descrição da composição
do esqueleto axial.
51. Cabeça
A cabeça é formada pela face e crânio. O crânio é uma caixa
óssea rígida que dá proteção ao encéfalo e possui orifícios de
saída para os nervos cranianos e para a medula espinhal, além
de fornecer abrigo para órgãos dos sentidos. É composto de
vários ossos que formam junturas imóveis.
Sua parte superior é convexa e recebe a denominação de
calvária, enquanto que sua parte inferior é denominada base do
crânio.
52. Cabeça
Seus ossos pares são: parietais e temporais e os ímpares são:
frontal, occipital, etmoide e esfenoide.
Ossos da cabeça
53. Cabeça
A face é a parte anterior da cabeça, da fronte até ao mento, e de
uma orelha externa até à outra. O formato básico da face é
determinado pelos ossos subjacentes.
Seus ossos estão basicamente fundidos e o único osso móvel da
cabeça é a mandíbula, que é responsável pela mastigação.
Localizam-se na face as cavidades onde se abrigam os órgãos
dos sentidos do paladar, do olfato e da visão.
56. Cabeça
As cavidades nas quais se abrigam os olhos são chamadas de
órbitas e são formadas por partes de vários ossos do crânio e da
face. O nariz é formado pelos ossos nasais e na sua maior parte
por tecido cartilaginoso.
Os dentes se implantam no maxilar e na mandíbula. Os ossos
pares da face são: nasais, lacrimais, cornetos, zigomáticos,
palatinos, maxilas e os ímpares são: o vômer e a mandíbula.
57. Tronco
No tronco estão a coluna vertebral e a caixa torácica. A coluna
vertebral é constituída pela superposição de uma série de ossos
isolados denominados vértebras. Superiormente, se articula
com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o
osso do quadril (Ilíaco).
A coluna vertebral é dividida em cinco regiões: Cervical,
Torácica, Lombar, Sacral e Coccígea. São 7 vértebras cervicais,
sendo as duas primeiras denominadas Atlas e Axis,
respectivamente, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4
coccígeas.
59. Tronco
Cada vértebra possui um espaço no centro, conhecido como
forâmen vertebral, como ilustra a Figura abaixo.
O posicionamento das vértebras, umas sobre as outras, permite
a formação do canal vertebral, por onde passa a medula
espinhal.
Forâmen vertebral
60. Tronco
A Figura a seguir ilustra a caixa torácica, que é composta por
vinte e quatro costelas, além do osso esterno. As costelas têm
forma chata e alongada e o espaço entre elas é chamado de
intercostal.
Na sua maioria, fixa-se posteriormente nas vértebras da região
torácica ou dorsal e anteriormente no osso esterno - osso
achatado composto pelo manúbrio (parte superior), corpo
(parte mediana) e apêndice xifoide (parte inferior).
62. Tronco
Aquelas diretamente articuladas ao osso esterno são
denominadas costelas verdadeiras (da 1ª a 7ª); as costelas falsas
(da 8ª a 10ª) são aquelas que se articulam com as cartilagens do
osso esterno, e não diretamente a ele. Já as costelas flutuantes
(11ª e 12ª) são aquelas que não têm contato com o osso
esterno, sendo fixadas nas vértebras da região dorsal.
A caixa torácica óssea, além das costelas e esterno, inclui as
vértebras torácicas e seus discos intervertebrais, formando um
arcabouço ósteo-cartilaginoso que protege o coração, pulmões e
alguns órgãos abdominais, como o fígado, por exemplo
63. Tronco
A seguir, apresentam-se os estudos acerca da composição do
esqueleto apendicular, os membros superiores e inferiores.
O esqueleto dos membros superiores é composto pela cintura
escapular (cíngulo peitoral) e pelos ossos dos braços e mãos. A
cintura escapular une-se anteriormente ao manúbrio esternal e
é formada pelas clavículas e escápulas.
Embora seja muito móvel, a cintura escapular é sustentada e
estabilizada por músculos inseridos nas costelas, esterno e
vértebras.
64. Tronco
A região do braço inicia-se no ombro ou cintura escapular, de
onde parte a clavícula – osso longo e fino, situado na parte
anterior do corpo. A escápula, de forma achatada e triangular,
localiza-se na sua parte posterior.
O úmero, que é osso do braço situado na porção proximal,
apresenta forma longa e tem uma das extremidades encaixada
na escápula – gerando a articulação que permite a realização de
movimentos diferenciados em várias direções.
65. Tronco
O antebraço (porção distal), por sua vez, é composto por dois
ossos denominados rádio e ulna, que se articulam com o úmero
em uma de suas extremidades, formando o cotovelo. Para se
distinguir os ossos do antebraço, basta esticar o braço com a
palma da mão voltada para cima e observar que o osso do
mesmo lado do dedo polegar é o rádio; o outro, na direção do
dedo mínimo, é a ulna.
Estes dois ossos possuem forma longa, porém são mais finos
quando comparados ao úmero, como se pode observar na figura
a seguir.
67. Tronco
Nas mãos encontram-se três diferentes grupos de ossos. O
punho ou carpo é formado por oito pequenos ossos. Na palma
da mão ou metacarpo, somam-se cinco ossos pequeninos.
Os dedos compõem-se de
três ossículos denominados
falange proximal, falange
medial e falange distal
– exceto o polegar, formado
por apenas dois ossículos
(não há falange medial).
Ossos da mão
68.
69. Tronco
O quadril ou cintura pélvica, como se observa na figura a seguir,
é considerado parte integrante do esqueleto dos membros
inferiores. É formado por três ossos - ilíaco, ísquio e púbis – que,
juntamente, com o sacro e o cóccix, constituem a bacia ou
pelve.
O íleo é o maior osso do quadril e situa-se na parte superior
lateral da pelve, oferecendo suporte para as vísceras
abdominais. Forma a parte superior do acetábulo (depressão
côncava) na face lateral do osso do quadril, onde se articula com
a cabeça do fêmur.
70. Tronco
Sua parte superior é conhecida como crista ilíaca. O ísquio forma a
parte póstero-inferior da pelve e é o principal ponto de apoio
quando a pessoa está sentada.
O púbis situa-se na parte
anterior da pelve e liga-se
ao ílio e ao ísquio,
originando o que se
denomina sínfise púbica.
Ossos da cintura pélvica
71. Tronco
Na coxa, encontra-se o fêmur, o mais longo osso do corpo
humano, que tem uma de suas extremidades articuladas com o
quadril e a outra, com o joelho. A patela fica localizada no
joelho, o qual une a coxa com a perna.
A tíbia localiza-se na parte anterior da perna; a fíbula, na parte
posterior. Podem ser diferenciadas pela espessura: a primeira é
mais grossa que a segunda (também conhecida como osso da
canela). A extremidade distal da fíbula forma o maléolo externo,
chamado de osso do tornozelo.
73. Tronco
Os pés, principais pontos de apoio de todo o esqueleto, são
compostos por três divisões distintas: tarso, metatarso e
falange. Tarso (com sete ossos) é a parte articulada com a perna,
onde também se encontra o calcanhar; o metatarso (com cinco
ossos) é a região mediana do peito do pé; a falange (com
quatorze ossos) é a extremidade do corpo e divide-se em
proximal, média e distal. O hálux só possui a falange proximal e
distal. Em um pé, totalizam-se 26 ossos.
76. Anatomia e Fisiologia do Sistema Articular
Articulação ou juntura é a união entre duas peças (ossos ou
cartilagens), que agem como alavancas na movimentação óssea,
promovendo o crescimento de ossos longos, formando
elementos que amortecem o movimento, entre outras funções.
Embora as articulações apresentem diferenças significativas
entre si, é possível classificá-las de diversas formas, como
quanto ao tipo de movimento que elas promovem, o tipo de
tecido que interpõe as peças articuláveis, a dependência dos
antímeros para a articulação e também de acordo com os
componentes da articulação.
77. Classificação das Articulações
De acordo com o tecido que interpõe as peças articuláveis,
podem-se classificar as articulações em três grandes grupos:
• Fibrosas
Unidas por tecido fibroso, possui pequeno grau de mobilidade.
São do tipo:
a) suturas: são junturas fibrosas onde os ossos estão próximos.
São encontradas nos ossos do crânio. Podem ser do tipo plana,
quando as margens dos ossos são planas (ossos frontais);
denteada ou serrátil, quando as margens dos ossos são em
forma de dente de serra (a maioria das junturas dos ossos da
cabeça); e escamosa, quando as margens dos ossos são em
forma de escama (osso parietal e osso temporal);
78. Classificação das Articulações
b) sindesmoses: são junturas cuja união dos ossos ocorre por
uma longa faixa de tecido fibroso, formando, assim, ligamentos
ou membranas interósseas. Apresenta baixo grau de
movimentação. Um dos exemplos é a membrana interóssea
entre o osso rádio e a ulna;
c) gonfose: este tipo de articulação fibrosa é específico da
ligação entre os dentes e os alvéolos dentários, e tem a função
precípua de firmar o dente no seu receptáculo. É uma
articulação imóvel, e caso haja movimentos maiores que
0,5mm, consideram-se patológicos;
79. Classificação das Articulações
d) esquindelese: é uma articulação fibrosa na qual uma parte a
se articular forma uma calha e a outra parte uma crista,
fazendo, assim, a articulação. Ela é exemplificada pela
articulação vômero-esfenoidal.
80. Classificação das Articulações
• Cartilagíneas:
As articulações cartilaginosas são caracterizadas pela
interposição de tecido cartilaginoso, seja fibrocartilagem,
cartilagem hialina ou ambas. A seguir, seguem exemplos deste
tipo de articulação.
a) sincondroses: os ossos de uma articulação do tipo
sincondrose estão unidos por uma cartilagem hialina. Muitas
sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem
sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre
em ossos longos e entre alguns ossos do crânio). As
articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens
costais são sincondroses permanentes;
81. Classificação das Articulações
b) sínfises: as superfícies articulares dos ossos unidos por
sínfises estão cobertas por uma camada de fibrocartilagem.
Entre os ossos da articulação há um disco fibrocartilaginoso (é
característica distintiva da sínfise). Esses discos, por serem
compressíveis, permitem que a sínfise absorva impactos. A
articulação entre os ossos púbicos e a articulação entre os
corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Outros exemplos:
manúbrio-esternal; intervertebrais; sacrais; púbica; do mento.
82. Classificação das Articulações
• Sinoviais:
As articulações sinoviais são unidas por cartilagem com uma
membrana sinovial que circunda a cavidade articular. Para a
obtenção de um desempenho adequado e sem atritos, a
maioria dessas articulações possui um lubrificante denominado
líquido sinovial, razão de seu nome.
Ressalta-se que as articulações sinoviais são as mais comuns e
proporcionam o movimento livre entre os ossos que une,
caracterizando-se pela presença em quase todas as
articulações dos membros.
83. Classificação das Articulações
• Sinoviais:
Na composição dessas articulações encontra-se a cartilagem
articular que reveste as superfícies articulares dos ossos. A
união dos ossos ocorre por meio da cápsula articular e dos
ligamentos.
Na cápsula articular é encontrado o líquido sinovial (sinóvia),
que ocupa a cavidade articular e lubrifica a juntura. Este tipo de
articulação também apresenta componentes chamados de
acessórios, ou seja, não estão presentes em todas as
articulações sinoviais.
84. Classificação das Articulações
• Sinoviais:
Um deles são os discos e meniscos, que tem como função
reduzir os impactos mecânicos na articulação. Os lábios ou
orlas aumentam a profundidade da cavidade articular,
permitindo melhor contato entre as superfícies que irão se
articular.
Bolsas sinoviais são estruturas saculares que contêm líquido
similar ao sinovial, e estão situadas entre a pele e os ossos,
tendão e osso, músculo e osso e ligamento e osso, cuja função
é aliviar o atrito em algumas articulações como joelho e ombro.
As bainhas dos tendões são estruturas tubulares que envolvem
os tendões nas regiões onde o atrito é maior
86. Movimentos Articulares
Flexão
Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo
(proximal e distal) aproximam-se um do outro.
Extensão
Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo
(proximal e distal) afastam-se um do outro. Quando este
movimento ultrapassa a posição anatômica é chamada de
Hiperextensão
87. Movimentos Articulares
Abdução
Movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para
longe da linha central (média) do corpo.
Adução
Movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução
de volta à posição anatômica, podendo até ultrapassá-la – Adução
além da linha média.
88. Movimentos Articulares
Circundução
Movimento circular de um membro que descreve um cone,
combinando os movimentos de flexão, extensão, abdução e
adução.
Rotação externa
Movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se
para o plano mediano do corpo.
Rotação interna
Movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se
para o plano lateral do corpo.
90. Movimentos Articulares
Para classificar as articulações quanto à funcionalidade, leva-se
em consideração se a movimentação é feita em um, dois ou três
eixos, chamados de articulação monoaxial, biaxial ou triaxial.
• Articulação monoaxial:
Considera-se monoaxial quando uma articulação realiza
movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de
liberdade). As articulações que só permitem a flexão e
extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais.
91. Movimentos Articulares
As principais variações monoaxiais são:
a) gínglimo ou articulação em dobradiça, quando as superfícies
articulares permitem movimento em um só plano. As
articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais.
Por exemplo: articulações interfalangeanas e úmero-ulnar;
b) trocoide ou articulação em pivô, quando o movimento é
exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um
processo em forma de pivô, rodando dentro de um anel ou um
anel sobre um pivô. Por exemplo: articulação rádio-ulnar
proximal e atlanto-axial
92. Movimentos Articulares
• Articulação biaxial:
Diz-se biaxial, quando uma articulação realiza movimentos em
torno de dois eixos (2 graus de liberdade). As articulações que
realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-
cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Algumas variações
das articulações biaxiais são:
a) condilar, quando uma superfície articular ovoide ou condilar
é recebida em uma cavidade elíptica, de modo a permitir os
movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e
circundação, ou seja, todos os movimentos articulares, menos
a rotação axial. Por exemplo: articulação do pulso;
93. Movimentos Articulares
• Articulação biaxial:
b) selar, quando as faces ósseas são reciprocamente côncavo-
convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações
condilares. Por exemplo: carpo-metacárpicas do polegar.;
• Articulação triaxial:
Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três
eixos (3 graus de liberdade). As articulações, que além de
flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a
rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as
articulações do ombro e do quadril.
94. Movimentos Articulares
• Articulação triaxial:
Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, chamada
articulação esferoide ou enartrose, que é uma forma de
articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em
torno de vários eixos, que tem um centro comum.
Existe ainda outro tipo de articulação chamada articulação
plana, que permite apenas movimentos deslizantes. Exemplos:
articulações dos corpos vertebrais e em algumas articulações
do carpo e do tarso.
95. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
As células musculares, chamadas de fibras musculares, são
especializadas em realizar a contração e o relaxamento. Estas
fibras se unem em feixes para formar músculos, os quais se
encontram fixados por suas extremidades.
Assim, músculos são estruturas que movem os segmentos do
corpo por encurtamento da distância que existe entre suas
extremidades fixadas, ou seja, por contração. Dentro do
aparelho locomotor, os músculos são elementos ativos do
movimento.
96. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
Porém, a musculatura não assegura só a dinâmica, mas também
a estática do corpo humano, pois mantém unida as peças ósseas
determinando a posição e a postura do esqueleto.
O músculo, constituído por fibras, possui forma alongada. A
parte central é alargada, conhecida como ventre (porção
carnosa contrátil) e as extremidades são afuniladas e se fixam
aos ossos ou órgãos por meio de tendões (cordões fibrosos) ou
aponeuroses (lâminas fibrosas).
97. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e
brilhantes, muito resistentes, e praticamente inextensíveis,
constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras
colágenas.
Ainda existe a fáscia muscular, que é uma lâmina de tecido
conjuntivo que envolve cada músculo. Sua espessura pode variar
de acordo com a função desempenhada.
98. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
A função da fáscia é promover proteção e contenção durante os
movimentos de tração, além de facilitar o deslizamento dos
músculos entre si.
Cada fibra muscular é uma célula longa e fina, com vários
núcleos e filamentos microscópicos a preencher seu citoplasma.
O conjunto de fibras constitui o feixe muscular e cada músculo
possui numerosos feixes.
Existem três tipos de músculos no corpo humano: músculos
esqueléticos, músculos lisos e músculo cardíaco. Cada tipo tem
características próprias e desempenha funções distintas.
99. Músculos esqueléticos
São chamados de esqueléticos porque estão ligados aos ossos
do esqueleto, como ilustra a figura abaixo. Podem ser
denominados de músculos voluntários por serem responsáveis
pelos movimentos voluntários e de estriados, porque
apresentam estriações quando vistos ao microscópio.
Músculo esquelético
100. Músculos esqueléticos
Estão sob o controle do sistema nervoso central. Áreas
específicas do cérebro enviam suas ordens por meio de
estímulos nervosos que seguem pela medula espinhal e pelos
nervos periféricos até chegarem ao músculo, que se contrai ou
relaxa dependendo do tipo de movimento desejado.
Todos os movimentos corporais resultam da contração ou
relaxamento dos músculos esqueléticos. Certos movimentos
mais complexos envolvem a ação de vários músculos
simultaneamente.
101. Músculos lisos
São chamados de lisos por não apresentarem estriações à
microscopia. Estão sob o controle do sistema nervoso
autônomo, o que os caracteriza por músculos involuntários,
visto que sua atividade independe de comando central
consciente.
Músculo liso
102. Músculos lisos
Os músculos lisos são encontrados na parede da maioria dos
órgãos tubulares do organismo, como os do tubo digestivo,
aparelho urinário, vasos sanguíneos e brônquios. A contração e
o relaxamento destes músculos alteram o calibre dos órgãos
tubulares influindo, assim, no fluxo de substâncias por meio da
sua luz (parte oca do órgão).
São responsáveis, por exemplo, pela vasoconstrição e
vasodilatação dos vasos sanguíneos, como também da
motilidade gastrointestinal que promove a progressão do bolo
alimentar a partir do tubo digestivo.
103. Músculo cardíaco
Tipo de músculo especial que possui estriações à microscopia,
como ilustra a Figura 19, mas que é involuntário. Está presente
apenas no coração. A massa muscular cardíaca recebe o nome
de miocárdio e é responsável pela função de bombeamento do
coração.
Músculo cardíaco
104. Músculos da face e pescoço
Os músculos da face contraem-se e relaxam-se inúmeras vezes,
o que os permite expressar sensações como sorrir, chorar,
espantar-se, sentir dor, raiva, etc. Cada uma dessas expressões
envolve movimentos de diversos músculos faciais, também
conhecidos como mímicos.
Os principais músculos da face e do pescoço são: frontal,
músculo do supercilio, orbicular dos olhos, músculo do nariz,
bucinador, masseter, orbicular dos lábios, músculo depressor do
lábio inferior e músculos platisma e esternocleidomastoides.
106. Músculos da face e pescoço
Principais músculos:
a) frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado;
b) músculo do supercílio: realiza os movimentos de elevação e
aproximação das sobrancelhas;
c) orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras e
realiza os movimentos de abrir e fechar os olhos;
d) músculo do nariz: responsável pelo movimento de franzir o
nariz;
e) bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos de
inflar e contrair;
107. Músculos da face e pescoço
Principais músculos:
f) masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-se
durante a mastigação.
g) orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é
responsável pelo sopro, sucção, beijo estalado e assobio;
h) músculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do
lábio inferior e na contração do queixo;
i) músculos platisma e esternocleidomastoide: encontrados no
pescoço, são responsáveis pela rotação da cabeça;.
109. Músculos dos membros superiores
Na região do braço localizam-se os músculos com grandes
massas, responsáveis pela força.
a) deltoide: encontra-se na articulação do ombro e produz a
elevação do braço - é nele que se aplica a injeção intramuscular;
b) bíceps: localiza-se na parte anterior do braço, sendo
responsável pela flexão do antebraço sobre si mesmo – é bem
delineado em pessoas que exercem práticas esportivas;
c) tríceps: situa-se na parte posterior do braço e afasta o
antebraço do bíceps;
d) flexor dos dedos: situa-se na parte anterior do antebraço e
promove a flexão dos dedos;
e) extensor dos dedos: localiza-se na parte posterior do
antebraço, sendo responsável pelo afastamento dos dedos.
110. Músculos do tórax
Os principais são músculos do tórax encontram-se descritos a
seguir.
a) trapézio: localiza-se na região superior das costas, sendo
responsável pela elevação dos ombros - é nele que se realiza a
massagem de conforto;
b) grande dorsal: situa-se na região inferior das costas, tendo
como função principal levar o braço para trás;
c) peitoral maior: como o nome indica, localiza-se no peito,
permitindo o movimento do braço para a frente;
d) grande denteado: situa-se na parte lateral do tórax,
promovendo a elevação das costelas, ajudando, dessa forma, o
processo de respiração.
111. Músculos do abdome
A seguir descrevem-se os principais são músculos do tórax.
a) reto abdominal: localiza-se na frente do abdome ou barriga,
sendo responsável por dobrar o tórax sobre o abdome,
ajudando na inspiração (entrada de ar no organismo) forçada;
b) oblíquo externo: situa-se nos lados do abdome. Atua
comprimindo as vísceras e inclinando o tórax para frente;
c) diafragma: separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração.
A musculatura abdominal é também responsável pela
sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais.
112. Músculos dos membros inferiores
Por fim, apresentam-se os músculos dos membros inferiores.
a) grande glúteo ou glúteo superior: localiza-se nas nádegas e
permite a extensão da coxa;
b) quadríceps: situa-se na parte anterior da coxa, sendo
responsável pela extensão da perna;
c) costureiro: é o músculo mais longo do corpo. Inicia-se no
quadril, cruza a coxa e termina na lateral interna do joelho. Sua
função é aproximar a coxa do abdome;
d) bíceps crural ou femoral: localiza-se na face posterior da
coxa, permitindo o movimento de flexão das pernas;
113. Músculos dos membros inferiores
e) gêmeos ou gastrocnêmicos: situam-se na face posterior da
perna (“batata” da perna) e são responsáveis pela extensão dos
pés. Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão,
flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos
extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões.
Músculos do pé
114. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Tegumentar
Como preconizado em Brasil (2003a), a pele reveste todo o
corpo humano, exercendo funções indispensáveis para a
manutenção da vida, tais como a manutenção da temperatura
corporal, a proteção contra agressões físicas, químicas e
biológicas, a captação de sensações e a participação da síntese
de vitamina D, pela utilização dos raios solares.
A pele é composta pela mucosa, que é nome dado ao
tegumento que reveste internamente as cavidades como, por
exemplo, a mucosa oral.
115. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Tegumentar
A coloração da pele depende da espessura (quanto mais espessa
mais amarela), do grau de irrigação sanguínea (o que a torna
mais ou menos rosada), da presença de melanina (um pigmento
que escurece a pele) e da absorção do caroteno (responsável
pela tonalidade amarela). Quanto maior a quantidade de
melanina existente, mais intensa será a cor.
116. As Camadas da Pele
De acordo com Brasil (2003a), a pele é formada por três
camadas:
• Epiderme;
• Derme;
• Hipoderme ou tecido celular subcutâneo;
117. Epiderme
Formada por cinco camadas, a epiderme tem a camada córnea,
a quinta delas, como sendo a mais rica em queratina. Esta
compõe as palmas das mãos e das plantas dos pés.
A camada responsável pelo surgimento das células epiteliais é a
aquela mais interna, que se situa acima da derme. É chamada
de germinativa ou basal.
118. Epiderme
À medida que as células vão surgindo na camada basal, as
outras vão amadurecendo e sendo empurradas para a as
camadas superiores por aquelas mais jovens, sofrendo um
processo de queratinização que as torna mais resistentes e
impermeáveis, até que se depositem na camada superior da
epiderme, momento em que estarão mortas e serão eliminadas
por um processo chamado de descamação.
119. Epiderme
A melanina, que é responsável pela coloração da pele, também
está localizada nesta camada. Nas pessoas da raça negra a
melanina exerce maior concentração.
A epiderme é responsável pela impermeabilidade da pele, e isto
dificulta a evaporação da água pela superfície do corpo.
120. Derme
Ainda conforme Brasil (2003a), a derme está localizada logo
abaixo da epiderme. Trata-se de um tipo de tecido conjuntivo
que também possui fibras elásticas. Esta é uma camada bem
vascularizada, onde se encontram as terminações nervosas, os
vasos linfáticos, as glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos.
Na derme se desenvolvem as defesas contra os agentes nocivos
foram capazes de vencer a primeira camada, que é a epiderme.
121. Derme
Nesta camada, que é bem vascularizada, encontram-se as
terminações nervosas, vasos linfáticos, glândulas sebáceas e
alguns folículos pilosos. Nela se desenvolvem as defesas contra
agentes nocivos que tenham vencido a primeira barreira, ou
seja, a epiderme.
A maioria dos testes cutâneos é realizada na derme, bem como
a administração de vacinas, tais como a BCG. A derme mantém a
pele em constante tensão elástica e forma impressão digital pela
projeção das papilas dérmicas para a epiderme, em formato de
cristas, separadas por sulcos.
122. Hipoderme
O tecido celular subcutâneo ou hipoderme encontra-se logo
abaixo da derme. Trata-se de um tecido conjuntivo, gorduroso,
que representa uma importante reserva calórica para o
organismo.
Além disso, em algumas partes do corpo funciona como um
coxim (uma espécie de almofada), chamado de panículo
adiposo.
123. Hipoderme
Na hipoderme encontram-se os excessos de gordura. Em
contrapartida, o panículo adiposo protege contra o fio. Distribui-
se por toda a superfície do corpo e varia de acordo com a idade,
sexo, estado nutricional e taxa de hormônios.
A hipoderme é mais vascularizada que a derme, e, neste
sentido, é capaz de absorver mais rapidamente as substâncias
nela injetadas. Por esta razão é que recebe a administração de
determinadas medicações, tais como a insulina, no caso de
pacientes diabéticos (BRASIL, 2003a).
125. Pelos
Constituídos por células queratinizadas produzidas por folículos
pilosos, os pelos se localizam na derme ou hipoderme, onde se
abrem as glândulas sebáceas. Um pelo é composto pela raiz,
que é a parte implantada na pele, e pela haste, que é a porção
que se projeta da superfície.
A função principal dos pelos é proteger as áreas de orifícios e
olhos, pois possui rica inervação que lhes confere, também, o
papel de aparelho sensorial cutâneo. Os tamanhos, a cor e a
disposição dos pelos variam de acordo com a raça e com a
região do corpo. Exceto por algumas regiões delimitadas, os
pelos estão presentes em quase toda a superfície da pele.
126. Glândulas sebáceas
Aos órgãos glandulares, pequenos e saculiformes, que se
encontram presentes em quase toda a pele, abundantemente
no couro cabeludo e na face, dá-se o nome de glândulas
sebáceas. Elas se formam junto aos pelos.
Nas regiões como o lábio, a glande e os pequenos lábios da
vagina, os ductos das glândulas sebáceas se abrem diretamente
na pele. Sua função é promover a secreção de gorduras que
lubrificam e protegem a superfície da pele, exceto nas palmas
das mãos e nas plantas dos pés, de acordo com estudos
publicados em Brasil (2003a).
127. Glândulas sudoríparas
São encontradas em toda a pele, exceto em certas regiões,
como a glande. As glândulas sudoríparas têm como função
secretar o suor – solução extremamente diluída, que contém
pouquíssima proteína -, além do sódio, potássio, cloreto, da
amônia e do ácido úrico.
São mais numerosas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés,
pois se abrem diretamente na superfície cutânea. Uma vez
atingindo a pele, o suor evapora, causando a diminuição da
temperatura corporal. Daí o seu importante papel no controle
da temperatura do corpo.
128. Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas também exercem função excretora,
visto que se observa a presença de catabólitos no suor. Uma vez
desembocam nos folículos pilosos, são chamadas de glândulas
sudoríparas apócrinas, localizando-se nas regiões axilares,
perianal e pubiana. São estimuladas pela tensão emocional e
sua secreção é ligeiramente viscosa e sem cheiro, porém, com a
ação das bactérias da pele, o odor passa a ser desagradável.
129. Unhas
As unhas recobrem a última falange dos dedos. São formadas
por queratina dura e fixadas sobre a epiderme nos denominados
leitos ungueais. As unhas crescem apenas em uma direção,
longitudinalmente.
Protegem as pontas dos dedos, o que evita traumatismos, e
possuem em seu contorno uma espécie de selo denominado
cutícula, que impede a entrada de agentes infecciosos, tais
como bactérias.
130. Terminações Nervosas
De acordo com Vilela (2003), toda a superfície cutânea é provida
de terminações nervosas capazes de captar estímulos térmicos,
mecânicos ou dolorosos. Tais terminações nervosas, ou
receptores cutâneos, são especializadas na recepção de
estímulos específicos.
Além disso, alguns podem captar estímulos de natureza distinta.
Entretanto, na epiderme não existem vasos sanguíneos. Os
nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão, a partir
de vasos sanguíneos da derme.
131. Terminações Nervosas
Nas regiões da pele providas de pelo, há terminações nervosas
específicas nos folículos capilares e outras, que são chamadas
terminais ou receptores de Ruffini.
As primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo
piloso, captam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. Os
terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores
térmicos de calor, conforme Vilela (2003).
Na pele desprovida de pelo, e também naquela coberta por ele,
encontram-se, ainda, três tipos de receptores comuns: os
corpúsculos de Paccini, os discos de Merkel e as terminações
nervosas livres, como visto a seguir:
133. Corpúsculos de Paccini
Os corpúsculos de Paccini captam em especial os estímulos
vibráteis e táteis. São formados por uma fibra nervosa cuja
porção terminal é recoberta por várias camadas que
correspondem a diversas células de sustentação, de acordo com
Vilela (2003).
A camada terminal é capaz de captar a aplicação de pressão,
que é transmitida para as outras camadas e enviada aos centros
nervosos correspondentes.
134. Discos de Merkel
Os discos de Merkel possuem sensibilidade tátil e de pressão.
Uma fibra aferente costuma estar ramificada com vários discos
terminais destas ramificações nervosas. Estes discos englobam
uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células
epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim,
os movimentos de pressão e tração sobre epiderme
desencadeiam o estímulo.
135. Corpúsculos de Meissner
No caso das terminações nervosas livres, estas são sensíveis aos
estímulos mecânicos, térmicos, em especial aos dolorosos. São
formadas por um axônio ramificado, que é envolto por células
de Schwann, sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma
membrana basal.
136. Terminações nervosas livres
Os corpúsculos de Meissner são táteis e se encontram nas
saliências da pele sem pelos, como nas partes mais altas das
impressões digitais, por exemplo. São formados por um axônio
mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com
células acessórias.
137. Bulbos terminais de Krause
Estes bulbos são receptores térmicos de frio. São formados por
uma fibra nervosa, cuja terminação possui forma de clava. Estão
situados nas regiões limítrofes da pele com as membranas
mucosas, ao redor dos lábios e dos genitais, por exemplo.
Para o profissional de saúde, a pele deve ser objeto de atenção
especial, pois sua coloração, textura e aparência podem ser
indicativos de alterações no organismo. Por outro lado, os
cuidados básicos de higiene e hidratação são essenciais para a
manutenção da saúde de uma forma geral.
138. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Respiratório
De acordo com Pires (2012), a respiração é uma das
características básicas dos seres vivos. Consiste na absorção,
pelo organismo, de oxigênio, e a eliminação do gás carbônico
resultante de oxidações celulares, enquanto que sangue é um
elemento intermediário entre as células do organismo e o meio,
servindo como condutor de gases entre eles.
O pulmão é o órgão respiratório por excelência, embora, para
facilitar a condução do ar, se desenvolvam órgãos especiais que
promovem o rápido intercâmbio entre o ar e o sangue. O
sistema respiratório é constituído por este conjunto de órgãos.
139. Divisão Anatômica do Sistema
Respiratório
Anatomicamente, o sistema respiratório pode ser dividido em
duas partes: vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores. As
vias aéreas superiores são constituídas por órgãos tubulares,
cuja principal função é a de conduzir o ar inspirado, filtrando-o,
aquecendo-o e umidificando-o para facilitar o processo de troca
gasosa, bem como conduzir o ar a ser expirado, eliminando,
assim, o dióxido de carbono.
140. Divisão Anatômica do Sistema
Respiratório
Das vias aéreas superiores, fazem parte: o nariz, a cavidade
nasal, a faringe, a laringe e os terços, superior e médio, da
traqueia. Além de condutores de ar, a cavidade nasal, a faringe e
a laringe cumprem as funções olfatórias, de via de condução de
alimento e de fonação, respectivamente (PIRES, 2012).
As vias aéreas inferiores têm início a partir do terço inferior da
traqueia, e se estendem até os alvéolos pulmonares, passando
por brônquios principais, lobares e segmentares e bronquíolos
terminais, respiratórios e ductos alveolares.
141. Divisão Funcional do Sistema
Respiratório
Funcionalmente, o sistema respiratório também pode ser
dividido em duas partes: Zona condutora e Zona respiratória. A
primeira é a porção do sistema respiratório, cuja função é a de
levar o ar inspirado até a porção respiratória.
Estende-se desde o nariz até os bronquíolos terminais. A zona
respiratória é constituída pelos bronquíolos respiratórios, ductos
alveolares e alvéolos pulmonares, onde já acontecem as trocas
gasosas (hematose).
142. Boca e nariz
A boca participa do sistema respiratório, dado que tem a
necessidade de liberar o ar interno durante a fala, enquanto que
o nariz é o órgão que comunica o meio externo ao interno. As
fossas nasais iniciam-se nas narinas e se estendem até a faringe,
dividindo-se por uma parede cartilaginosa chamada septo nasal.
A inspiração (condução do ar para dentro) filtra as impurezas do
ar, possibilitando que este chegue mais limpo aos pulmões.
É um processo que ocorre porque no interior das fossas nasais
encontram-se os pelos e o muco (secreção da mucosa nasal),
cuja função é reter substâncias do ar, manter a umidade da
mucosa e aquecer o ar, facilitando o desempenho dos outros
órgãos, conforme ilustra a figura a seguir.
144. Faringe
A faringe, é um tubo
muscular associado a dois
sistemas, respiratório e
digestório, situando-se
posteriormente à cavidade
nasal, cavidade da boca e à
laringe, o que faz com que
ela seja dividida em três
partes: parte nasal, também
chamada nasofaringe, parte
oral ou orofaringe e parte
laríngea ou laringofaringe.
145. Faringe
Na parede lateral nasofaringe existe uma comunicação deste
tubo com a orelha média, chamada óstio faríngeo da tuba
auditiva, que na sua extremidade medial é revestida por uma
cartilagem chamada torus tubário, que visa minimizar a entrada
de corpos estranhos no pavilhão auditivo.
Nesta região, também se pode encontrar uma estrutura
anatômica cuja função é a de proteção chamada tonsila
faríngea, que após episódios repetitivos de inflamações se
hipertrofia, aumentando de tamanho e dificultando a passagem
do ar e sendo chamada, neste momento, de adenoide (carne
esponjosa).
146. Laringe
A laringe é um órgão tubular, situado no plano mediano e
anterior do pescoço. Além de via aérea, é também um órgão da
fonação, ou seja, é responsável pela produção do som. Situa-se
anteriormente à faringe e é continuada diretamente pela
traqueia.
O esqueleto da laringe é cartilaginoso, possuindo as cartilagens
cricoidea, tireoidea, aritenoidea e epliglótea. A tireoidea, a
maior delas, é constituída de duas lâminas que se unem
anteriormente para formar a proeminência laríngea.
147. Laringe
A cartilagem cricoidea é impar, tem forma de anel, limitando
inferiormente a laringe, enquanto que a cartilagem aritenoidea
é par e posterior, apresentando-se na forma piramidal e
articulando-se inferiormente com a cartilagem cricoidea.
A cartilagem epiglótica, ímpar e mediana, é uma cartilagem
importante, pois impede a passagem de líquidos e sólidos para
as vias respiratórias. As cartilagens cuneiformes e corniculadas
completam o esqueleto da laringe, como se pode observar na
figura a seguir.
150. Laringe
Na anatomia interna da laringe, como ilustra a figura , se pode
observar a presença de uma fenda anteroposterior, que leva a
uma pequena invaginação, o ventrículo da laringe, que é
limitado superiormente pela prega vestibular e inferiormente
pela prega vocal.
O espaço que vai do adito da laringe (abertura da laringe) até a
prega vestibular é chamado de vestíbulo da laringe, já o espaço
aéreo compreendido entre as pregas vestibular e vocal é
conhecido como glote.
As pregas vocais são constituídas pelo ligamento e músculos
vocais, e o espaço existente entre elas é denominado rima
glótica. As pregas vestibulares possuem função protetora.
152. Traqueia
A traqueia inicia na região cervical, situada anteriormente ao
esôfago, localizada no mediastino superior. Como se pode
observar na figura a seguir, trata-se de estrutura mediana
composta anteriormente por anéis cartilaginosos unidos entre si
por ligamentos anulares, visndo impedir um possível colapso do
tubo aéreo.
A parte posterior da traqueia possui uma parede membranácea
constituída principalmente por músculo liso e por tecido
fibroelástico. A traqueia bifurca-se, dando origem aos brônquios
principais direito e esquerdo. O local da bifurcação da traqueia
chama-se carina.
154. Brônquios e bronquíolos
De acordo com Dantas (2011), existem dois brônquios principais,
o esquerdo e o direito. Os principais fazem a ligação da traqueia
com os pulmões. A traqueia e os brônquios extrapulmonares
são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina,
tecido fibroso, fibras musculares, mucosa e glândulas.
O autor afirma ainda que o brônquio principal esquerdo é mais
longo, mais horizontalizado e tem menor calibre do que o
direito, enquanto que o brônquio principal direito é quase a
continuação da direção da traqueia e, portanto, é mais vertical,
mais calibroso e também mais curto. Por esta razão, corpos
estranhos que passam pela traqueia penetram no brônquio
principal direito mais facilmente.
156. Brônquios e bronquíolos
Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada
hilo. Ao atingirem os pulmões correspondentes, os brônquios
principais subdividem-se nos brônquios lobares. Os brônquios
lobares são tubos aéreos que apresentam as mesmas
características morfológicas que os brônquios principais tendo
como função ventilar os lobos pulmonares.
O pulmão direito possui três lobos e, consequentemente, três
brônquios lobares, o superior, o médio e o inferior, enquanto
que o pulmão esquerdo possui apenas dois lobos, que são
ventilados por dois brônquios lobares, o superior e o inferior.
157. Brônquios e bronquíolos
Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios
segmentares, cada um destes distribuindo-se a um segmento
pulmonar. Sua função é ventilar os segmentos
broncopulmonares. São nomeados de acordo com o respectivo
segmento broncopulmonar em que atuam. Os brônquios
dividem-se, respectivamente, em tubos cada vez menores
denominados bronquíolos.
As paredes dos bronquíolos contêm músculo liso e não possuem
cartilagem. Os bronquíolos se ramificam repetidamente em
tubos ainda menores, chamados de bronquíolos terminais. É
neste tubo aéreo que termina a chamada zona condutora do
sistema respiratório.
158. Bronquíolos respiratórios
Os bronquíolos respiratórios são tubos aéreos que já
apresentam nas suas paredes a presença de alvéolos, portanto,
onde ocorrem, a esta altura, as trocas gasosas (hematose). Os
bronquíolos respiratórios, por sua vez, se subdividem em
diversos ductos alveolares. Da traqueia até chegar aos ductos
alveolares, o ar passa por cerca de vinte e cinco divisões.
159. Alvéolos
Em torno da circunferência
dos ductos alveolares
encontram-se numerosos
alvéolos e sacos alveolares. O
alvéolo é uma invaginação
caliciforme, revestida por
epitélio escamoso simples e
sustentada por uma fina
membrana basilar elástica.
Sacos alveolares são dois ou
mais alvéolos que
compartilham uma abertura
comum.
Alvéolos
160. Pulmões
Trata-se de um órgão duplo e elástico, localizado no interior da
caixa torácica. O pulmão direito é composto por três partes,
denominadas lobo superior, lobo médio e inferior, enquanto que
o pulmão esquerdo possui apenas dois lobos: o superior e o
inferior.
Estão suspensos dentro da cavidade torácica por alguns
ligamentos e pelos hilos, que contêm seus vasos e brônquios e
os ligam às estruturas do mediastino (BRASIL, 2003a).
162. Pulmões
Sustentados pelo diafragma, os pulmões são recobertos por
uma fina membrana denominada pleura, responsável por sua
proteção na caixa torácica. A pleura que reveste os pulmões é
chamada de pleura visceral, e aquela que reveste a cavidade
torácica é chamada de pleura parietal.
Entre uma e outra existe um espaço potencial chamado de
espaço pleural. Diz-se potencial porque as duas superfícies da
pleura estão praticamente em contato uma com a outra,
separadas apenas por uma delgada camada de líquido.
163. Fisiologia do Sistema Respiratório
A respiração é o processo biológico por meio do qual ocorre a
troca de oxigênio e gás carbônico entre a atmosfera e as células
do organismo. Possui dois componentes: a ventilação, que é o
processo mecânico a partir do qual o ar, rico em oxigênio, entra
pelas vias áreas até os pulmões e o ar rico em dióxido de
carbono segue o caminho inverso; e a perfusão, que consiste na
passagem do sangue por meio dos capilares pulmonares.
Estes estão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares e,
consequentemente, com o ar alveolar. O sangue venoso chega
aos capilares pulmonares, libera dióxido de carbono e capta
oxigênio do ar alveolar, e se transforma em sangue arterial rico
em oxigênio. Esta troca de dióxido de carbono por oxigênio nos
pulmões é chamada de hematose.
164. Fisiologia do Sistema Respiratório
De acordo com Brasil (2003a), a ventilação pulmomar é dividida
em duas fases: a inspiração e a expiração. Durante a inspiração,
o diafragma e os músculos intercostais se contraem fazendo
com que o diafragma se rebaixe e se retifique e a caixa torácica
aumente de volume.
Com o aumento de volume da caixa torácica, ocorre uma queda
da pressão intratorácica para abaixo do nível da pressão
atmosférica, fazendo com que ocorra fluxo de ar para dentro das
vias aéreas e pulmões, até que se equilibre este gradiente de
pressão.
165. Fisiologia do Sistema Respiratório
Durante a expiração, o diafragma e os músculos intercostais
relaxam fazendo com que o diafragma se eleve e as costelas
retomem a sua posição original. Com isso, o volume da caixa
torácica diminui, e o ar é forçado para fora do pulmão e das vias
aéreas. A inspiração é um ato ativo que requer contração
muscular, enquanto a expiração é um ato passivo.
Este mecanismo de ventilação é automático e realizado a uma
frequência de 12 a 20 movimentos por minuto por um adulto
em repouso. A esta frequência dá-se o nome de respiratória.
Chama-se de taquipneia a frequência respiratória acima dos
limites normais, e de bradipneia abaixo dos limites normais.
166. Fisiologia do Sistema Respiratório
A ausência de movimentos respiratórios é chamada de apneia. A
frequência respiratória é normalmente maior nas crianças. A
frequência respiratória pode se elevar pelo exercício, por
alterações emocionais, pela febre, devido à dor e por outras
condições.
167. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Digestório
De acordo com Brasil (2003a), os alimentos só podem ser
absorvidos pelo organismo uma vez sofram modificações
químicas que possibilitem sua absorção pela corrente
circulatória.
O aparelho digestivo processa estes alimentos, produzindo
substâncias em uma forma que possa ser absorvida e
aproveitada pelas células. A este processo dá-se o nome de
digestão. Os nutrientes não absorvidos são eliminados sob a
forma de fezes.
168. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Digestório
Na digestão, as grandes moléculas orgânicas presentes nos
alimentos, como proteínas, carboidratos, lipídios, entre outros,
são quebradas em moléculas menores pela ação de enzimas
digestivas, num processo chamado de catabolismo.
Estas enzimas diferem entre si pela substância que irão digerir
(substrato), locais de atuação ao longo do tubo digestivo e
condições de acidez (pH) ideais para seu funcionamento.
169. Composição do Tubo Digestivo
O tubo digestivo é constituído pela
boca, faringe, esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso,
ampola retal ou reto e ânus, e por
órgãos auxiliares da digestão
denominados órgãos anexos: o
pâncreas, a vesícula biliar e o fígado.
Os órgãos digestivos são revestidos
por células epiteliais, cuja função é
fabricar o muco que permite o
deslizamento do bolo alimentar e
secretar as enzimas que irão
quebrar as grandes moléculas. Tubo digestivo
170. Composição do Tubo Digestivo
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a
boca. A boca é constituída por: rima bucal, que é uma fissura
que comunica a boca com o meio externo anteriormente; istmo
das fauces (localizado na orofaringe), abertura que delimita a
boca posteriormente; o vestíbulo da boca, que é o espaço
limitado por um lado pelos lábios e bochechas e por outro pelas
gengivas e dentes; língua; palato duro (céu da boca); palato
mole (região onde se situa a úvula ou “campainha” da garganta);
e três pares de glândulas: as parótidas, as submandibulares e as
sublinguais, que são responsáveis pela liberação da saliva,
denominadas glândulas salivares maiores, porque além delas
existem pequenas glândulas salivares esparsas.
171. Composição do Tubo Digestivo
Estas glândulas secretam cerca de um litro e meio de saliva
diariamente – a qual é basicamente composta por água, o que
auxilia a diluir o bolo alimentar, e enzimas.
Boca
172. Composição do Tubo Digestivo
O alimento é triturado pelos dentes com o auxílio da língua e
posteriormente empurrado em direção à faringe, num processo
denominado de deglutição.
Ainda na boca, além da trituração, o alimento começa a sofrer a
atuação de uma enzima liberada pelas glândulas salivares,
chamadas amilase salivar ou ptialina, que tem a função de
começar a digerir o amido e os carboidratos do bolo alimentar.
O sistema nervoso autônomo controla as glândulas salivares, no
entanto, fatores químico-físicos e psíquicos podem interferir em
sua secreção.
173. Composição do Tubo Digestivo
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar
superior e mandíbula, tendo a mastigação como atividade
principal.
Estrutura dos dentes
174. Composição do Tubo Digestivo
Os dentes estão implicados, de forma direta, na articulação das
linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do
centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas
de tecido.
A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o
esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, situa-se uma
camada de substância óssea chamada dentina.
A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, que é um tecido
conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado.
175. Composição do Tubo Digestivo
O que separa a raiz do ligamento peridental é um tecido duro,
chamado cemento, que na estrutura e composição química se
assemelha ao osso. Dispõe-se como uma camada fina sobre as
raízes dos dentes. Por meio de um orifício aberto na
extremidade da raiz penetram os vasos sanguíneos, os nervos e
o tecido conjuntivo.
O que separa a raiz do ligamento peridental é um tecido duro,
chamado cemento, que na estrutura e composição química se
assemelha ao osso. Dispõe-se como uma camada fina sobre as
raízes dos dentes. Por meio de um orifício aberto na
extremidade da raiz penetram os vasos sanguíneos, os nervos e
o tecido conjuntivo.
176. Composição do Tubo Digestivo
A glândula parótida está situada lateralmente na face, anterior
ao pavilhão auricular. O ducto parotídico, que é seu canal
excretor, se abre no vestíbulo da boca ao nível do segundo
molar superior.
A glândula submandibular está situada anteriormente à parte
mais inferior da parótida. Seu ducto submandibular se abre no
assoalho da boca, abaixo da língua. A glândula sublingual está
situada lateralmente e inferiormente à língua.
177. Composição do Tubo Digestivo
A língua exerce importantes funções
na mastigação, na deglutição, como
órgão gustativo e na articulação das
palavras. A língua é dividida em duas
porções: o corpo, parte anterior, e a
raiz, parte posterior. Esta divisão é
feita pelo sulco terminal.
Na mucosa que reveste a língua é
possível identificar uma série de
projeções, as papilas linguais, que
são de vários tipos. As maiores são
denominadas papilas valadas que se
localizam nos receptores gustativos. A língua
178. Composição do Tubo Digestivo
Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas,
cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários:
amargo, azedo ou ácido, salgado e doce.
Durante a deglutição, o alimento passa por uma válvula
denominada epiglote – responsável, a partir de mecanismos
reflexos, pelo fechamento da laringe, impedindo, desse modo,
que o bolo alimentar penetre nas vias aéreas.
Posteriormente, passará pela faringe, situada no final da
cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório.
179. Composição do Tubo Digestivo
O esôfago é o canal que liga a
faringe ao estômago. Localiza-
se entre os pulmões, atrás do
coração, e atravessa o
músculo diafragma, que
separa o tórax do abdômen.
Possui três porções: cervical,
torácica e abdominal.
O esôfago
180. Composição do Tubo Digestivo
A porção torácica é a maior delas e situa-se ventralmente a
coluna vertebral e dorsalmente a traqueia. O bolo alimentar leva
de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. Esse transporte se dá por
meio dos movimentos peristálticos (inclusão e reorganização de
conteúdo).
Ao se dirigir ao estômago o alimento ainda passa por outra
válvula denominada cárdia, cuja função é impedir o refluxo do
bolo alimentar para o esôfago. Em crianças recém-nascidas, cuja
cárdia ainda não está bem formada, o refluxo é frequente
(BRASIL, 2003a).
181. Composição do Tubo Digestivo
O estômago é um órgão que digere os
alimentos e secreta hormônios. Tem como
principal função continuar a digestão dos
hidratos de carbono, iniciada na boca, e
transformar
os alimentos ingeridos, mediante
contração muscular, em uma massa
semilíquida e altamente ácida,
de nome quimo.
O estômago
182. Composição do Tubo Digestivo
O estômago divide-se em: fundo, que é uma região superior que
se projeta para o diafragma; corpo, a sua maior parte; antro
pilórico, que é a parte final que se comunica com o duodeno e
que se abre e fecha alternadamente, liberando pequenas
quantidades de quimo para intestino delgado.
O estômago possui dois esfíncteres, sendo o superior a cárdia,
que se comunica com o esôfago; e o inferior, que é o piloro, é a
parte que se comunica com o duodeno e que se abre e fecha
alternadamente, liberando pequenas quantidades de quimo
para intestino delgado.
183. Composição do Tubo Digestivo
Como exposto em Brasil (2003a), no estômago, o bolo alimentar
sofre a ação de uma secreção estomacal denominada suco
gástrico, rica em ácido clorídrico e em duas enzimas, a pepsina e
a renina, secretadas pela mucosa estomacal.
Uma vez que passa pelo estômago, o alimento alcança o
intestino delgado, um tubo com pouco mais de 6m de
comprimento por 4cm de diâmetro, e que é dividido em três
regiões: duodeno se inicia no óstio pilórico e termina na flexura
duodeno jejunal; Jejuno e Íleo (cerca de 1,5cm).
184. Composição do Tubo Digestivo
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado, que se
inicia no óstio pilórico e termina na flexura duodeno jejunal. Ele
recebe este nome por ter seu comprimento aproximadamente
igual à largura de doze dedos (25cm).
É a única porção do intestino delgado que é fixa. Não possui
mesentério. Jejuno é a parte do intestino delgado que faz
continuação ao duodeno, recebe este nome porque sempre que
é aberto se apresenta vazio. É mais largo (aproximadamente
5cm), sua parede é mais espessa, mais vascular e de cor mais
forte que o íleo.
185. Composição do Tubo Digestivo
Este é o último segmento do intestino delgado que faz
continuação ao jejuno. Recebe este nome por possuir relação
anatômica com o osso ilíaco. É mais estreito e suas túnicas são
mais finas e menos vascularizadas que o jejuno. Distalmente, o
íleo desemboca no intestino grosso, num orifício que recebe o
nome de óstio ileocecal.
Juntos, o jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento.
A maior parte do jejuno situa-se no quadrante superior
esquerdo, enquanto a maior parte do íleo situa-se no quadrante
inferior direito. O jejuno e o íleo, ao contrário do duodeno, são
móveis.
186. Composição do Tubo Digestivo
A superfície do intestino delgado é coberta por projeções em
forma de dedo com 0.5 a 1.5mm, chamadas vilosidades que, por
sua vez, são cobertas por microscópicas microvilosidades. A
função desta estrutura é aumentar enormemente a superfície
de absorção do Intestino Delgado.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e
nas primeiras porções do jejuno. É nele que desembocam os
ductos colédocos (traz a bile) e o pancreático (traz a secreção
pancreática).
187. Composição do Tubo Digestivo
No duodeno o bolo alimentar é neutralizado pelo bicarbonato
de cálcio liberado pela mucosa intestinal, induzido por um
hormônio denominado secretina; nesse momento, já
neutralizada sua acidez, o bolo alimentar recebe o nome de
quilo.
Posteriormente, o quilo sofrerá a ação do suco entérico,
liberado por milhares de glândulas existentes na mucosa
intestinal, que contêm as enzimas enteroquinases, cuja função é
ativar a tripsina (uma enzima pancreática), e peptidases, que
atuam na digestão dos peptídeos.
189. Composição do Tubo Digestivo
Produzido no pâncreas, o suco pancreático é levado até o
duodeno pelo canal colédoco. Nele, encontram-se as enzimas
tripsina e quimiotripsina, que irão digerir as proteínas; a lipase
pancreática, que digere lipídios; e a amilase pancreática, que
continuará a digerir o amido não digerido na boca pela ptialina.
É também no duodeno que o bolo alimentar receberá a ação da
bile. Produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, a bile
não é uma enzima, mas sais que irão emulsificar, ou seja,
quebrar, moléculas grandes de gordura em moléculas menores,
possibilitando, assim, a ação da lipase.
190. Composição do Tubo Digestivo
O intestino grosso pode ser comparado com uma ferradura,
aberta para baixo. Mede cerca de 6,5cm de diâmetro e 1,5m de
comprimento. Ele se estende do íleo até o ânus e está fixo à
parede posterior do abdômen pelo mesecolo.
O intestino grosso absorve a água com tanta rapidez que, em
cerca de 14 horas, o material alimentar toma a consistência
típica do bolo fecal. Este apresenta algumas diferenças em
relação ao intestino delgado: o calibre, as tênias, os haustros e
os apêndices epiploicos.
192. Composição do Tubo Digestivo
O intestino grosso é mais calibroso que o intestino delgado, por
isso recebe o nome de grosso. O calibre vai gradativamente
afinando, conforme vai chegando ao canal anal.
A tênias do cólon (fitas longitudinais) são três faixas de
aproximadamente 1cm de largura, que percorrem o intestino
grosso em toda sua extensão. São mais evidentes no ceco e no
cólon ascendente.
Os haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares
separados por sulcos transversais. Os apêndices epiploicos são
pequenos pingentes amarelados constituídos por tecido
conjuntivo rico em gordura. Aparecem principalmente no cólon
sigmoide.
193. Composição do Tubo Digestivo
O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: ceco
(cecum), cólon (ascendente, transverso, descendente e
sigmoide), reto e ânus. A primeira parte é o ceco, que é o
segmento de maior calibre, que se comunica com o íleo.
Para impedir o refluxo do material proveniente do intestino
delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo com o
ceco - válvula ileocecal (iliocólica). No fundo do ceco, encontra-
se o Apêndice Vermiforme.
194. Composição do Tubo Digestivo
A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que
se prolonga do ceco até o ânus. Divide-se em:
a) colo ascendente: é a segunda parte do intestino grosso.
Passa para cima do lado direito do abdome, a partir do ceco
para o lobo direito do fígado, onde se curva para a esquerda na
flexura direita do colo (flexura hepática);
b) colo transverso: é a parte mais larga e mais móvel do
intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura direita
do colo até a sua flexura esquerda, onde se curva inferiormente
para tornar-se colo descendente. A flexura esquerda do colo
(flexura esplênica) é normalmente mais superior, mais aguda e
menos móvel do que a flexura direita do colo;
195. Composição do Tubo Digestivo
c) colo descendente: passa retroperitonealmente a partir da
flexura esquerda do colo para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é
contínuo com o colo sigmoide;
d) colo sigmoide: é caracterizado pela sua alça em forma de “S”,
de comprimento variável. O colo sigmoide une o colo
descendente ao reto. A terminação das tênias do colo,
aproximadamente a 15cm do ânus, indica a junção reto-sigmoide;
e) flexura hepática: entre o cólon ascendente e o cólon transverso;
f) flexura esplênica: entre o cólon transverso e o cólon
descendente.
196. Composição do Tubo Digestivo
O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Este segmento
do intestino grosso termina ao perfurar o diafragma da pelve
(músculos levantadores do ânus), passando a se chamar de
canal anal.
O canal anal, apesar de bastante curto (3 cm de comprimento),
é importante por apresentar algumas formações essenciais para
o funcionamento intestinal, das quais citam-se os esfíncteres
anais.
197. Composição do Tubo Digestivo
O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta de um
espessamento de fibras musculares lisas circulares, sendo
consequentemente involuntário.
O esfíncter anal externo é constituído por fibras musculares
estriadas, que se dispõem circularmente em torno do esfíncter
anal interno, sendo este voluntário. Ambos os esfíncteres devem
relaxar antes que a defecação possa ocorrer.
198. Composição do Tubo Digestivo
O Pâncreas um órgão achatado, no sentido anteroposterior, que
apresenta uma face anterior e outra posterior, com uma borda
superior e inferior, e sua localização é posterior ao estômago.
O comprimento varia de
12,5 a 15cm e seu peso
na mulher é de 14,95g,
e no homem 16,08g.
O pâncreas divide-se em
cabeça (aloja-se na curva
do duodeno), colo, corpo
(dividido em três partes:
anterior, posterior e
inferior) e cauda.
Pâncreas
199. Composição do Tubo Digestivo
Tem as seguintes funções:
a) dissolver carboidrato (amilase pancreática);
b) dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase
e elastase);
c) dissolver triglicerídeos nos adultos (lípase pancreática);
d) dissolver ácido nucleicos (ribonuclease e
desoxirribonuclease).
200. Ducto pancreático
O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e
corre para sua cabeça, onde se curva inferiormente e está
intimamente relacionado com o ducto colédoco. O ducto
pancreático se une ao ducto colédoco (fígado e vesícula biliar) e
entra no duodeno como um ducto comum, chamado ampola
hepatopancreática.
O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais
volumosa víscera abdominal. Sua localização é na região
superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, ficando mais à
direita. Isto é, normalmente 2/3 de seu volume estão à direita
da linha mediana e 1/3 à esquerda. Pesa cerca de 1,500g e
responde por aproximadamente 1/40 do peso do corpo adulto.
201. Ducto pancreático
O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral. A face
diafragmática (anterossuperior) é convexa e lisa, relacionando-
se com a cúpula diafragmática. A face visceral (posteroinferior) é
irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais.
Fígado
202. Ducto pancreático
O fígado é dividido em lobos. A face diaframática apresenta um
lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos
duas vezes maior que o esquerdo.
A divisão dos lobos é estabelecida pelo ligamento falciforme. Na
extremidade desse ligamento encontra-se um cordão fibroso
resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como
ligamento redondo do fígado.
203. Ducto pancreático
A face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo,
quadrado e caudado) pela presença de depressões em sua área
central, que no conjunto se compõem formando um "H", com 2
ramos anteroposteriores e um transversal que os une.
Embora o lobo direito seja considerado por muitos anatomistas
como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado
(posterior), com base na morfologia interna, os lobos quadrado
e caudado pertencem mais apropriadamente ao lobo esquerdo.
204. Ducto pancreático
A face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo,
quadrado e caudado) pela presença de depressões em sua área
central, que no conjunto se compõem formando um "H", com 2
ramos anteroposteriores e um transversal que os une.
Embora o lobo direito seja considerado por muitos anatomistas
como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo caudado
(posterior), com base na morfologia interna, os lobos quadrado
e caudado pertencem mais apropriadamente ao lobo esquerdo.
205. Ducto pancreático
A função digestiva do fígado é produzir a bile, uma secreção
verde amarelada, que é transportada para o duodeno. A bile é
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que a libera
quando gorduras entram no duodeno. A bile emulsiona a
gordura e a distribui para a parte distal do intestino, a fim de
colaborar na digestão e absorção dos nutrientes.
206. Ducto pancreático
Além das citadas acima, o fígado tem as seguintes funções:
a) metabolismo dos carboidratos;
b) metabolismo dos lipídios;
c) metabolismo das proteínas;
d) processamento de fármacos e hormônios;
e) excreção da bilirrubina;
f) excreção de sais biliares;
g) armazenagem;
h) fagocitose;
i) ativação da vitamina D.
207. Ducto pancreático
A vesícula biliar (7 – 10cm de comprimento) situa-se na fossa da
vesícula biliar, na face visceral do fígado. Esta fossa situa-se na
junção do lobo direito e do lobo quadrado do fígado.
A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a
parte superior do duodeno normalmente é manchada com bile
no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade para até 50ml de
bile.
208. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Cardiovascular
Este sistema é fechado, formado por tubos chamados de vasos,
por onde circulam os humores corporais. Os humores são o
sangue e a linfa que circulam nos vasos sanguíneos e linfáticos,
respectivamente.
Para que o sangue possa atingir as células levando nutrientes e
oxigênio e, ao mesmo tempo, retirar resíduos metabólicos, deve
ser constantemente impulsionado ao longo dos vasos
sanguíneos pela contração rítmica do coração.
209. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Cardiovascular
O coração é uma “bomba” muscular oca, responsável pela
circulação do sangue pelo corpo. Para tanto, apresenta
movimentos de contração (sístole) e relaxamento (diástole), por
meio dos quais o sangue penetra no seu interior e é
impulsionado para os vasos sanguíneos (PIRES, 2011).
Localiza-se na porção central da cavidade torácica conhecida
como mediastino, mais precisamente o mediastino médio.
210. Anatomia e Fisiologia do
Sistema Cardiovascular
Relaciona-se anteriormente com o osso esterno e com as
extremidades mediais da 3ª a 6ª cartilagens costais e é
envolvido por um saco fibroseroso de paredes duplas, chamado
pericárdio, que tem em seu interior pequena quantidade de
líquido aquoso – o que permite seu melhor deslizamento
quando dos movimentos de sístole e diástole.
211. Estrutura do Coração
A estrutura cardíaca (é formada por três camadas musculares:
epicárdio (camada externa), miocárdio (camada média e a mais
espessa) e endocárdio (camada interna). O coração é composto
por quatro câmaras, denominadas átrios (superiores), e
ventrículos (inferiores).
A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para
frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do
coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, para cima
e para a direita. É chamada de face a parede de um órgão
voltada ou em contato com outra parede ou outro órgão.
212. Estrutura do Coração
Em razão da posição do coração, surgem três faces cardíacas:
a) face esternocostal: face voltada para o osso esterno e para
as cartilagens costais, que compreende o átrio direito e sua
aurícula, o ventrículo direito e uma pequena parte do
ventrículo esquerdo;
b) face diafragmática: achatada devido ao contato com o m.
diafragma, compreende os dois ventrículos, sendo a maior
parte formada pelo ventrículo esquerdo;
c) faces pulmonares: formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo, ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo.
214. Estrutura do Coração
O coração também é formado por margens, conforme descrito a
seguir.
a) margem direita: formada pelo átrio direito e estendendo-se
entre as veias cavas, superior e inferior;
b) margem inferior: formada principalmente pelo ventrículo
direito e, ligeiramente, pelo ventrículo esquerdo;
c) margem esquerda: formada principalmente pelo ventrículo
esquerdo e, ligeiramente, pela aurícula esquerda;
215. Estrutura do Coração
d) margem superior: formada pelos átrios e pelas aurículas
direita e esquerda em uma vista anterior. A parte ascendente
da aorta e o tronco pulmonar emergem da margem superior, e
a veia cava superior entra no seu lado direito. Posterior à aorta
e ao tronco pulmonar e anterior à veia cava superior, a
margem superior forma o limite inferior do seio transverso do
pericárdio.
Externamente, os óstios atrioventriculares correspondem ao
sulco coronário, que é ocupado por artérias e veias coronárias.
Este sulco circunda o coração e é interrompido anteriormente
pelas artérias aorta e pelo tronco pulmonar.
216. Estrutura do Coração
O septo interventricular na face anterior corresponde ao sulco
interventricular anterior, e na face diafragmática ao sulco
interventricular posterior.
O sulco interventricular termina inferiormente a alguns
centímetros à direita do ápice do coração, em correspondência
à incisura do ápice do coração. O sulco interventricular anterior
é ocupado pelos vasos interventriculares anteriores.
217. Estrutura do Coração
O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e
desce em direção à incisura do ápice do coração. Este sulco é
ocupado pelos vasos interventriculares posteriores.
Na região da base do coração, mais especificamente no átrio
direito, chegam as veias cavas, superior e inferior, que trazem o
sangue venoso drenado de todos os tecidos corpóreos. No átrio
esquerdo são as quatro veias pulmonares quem conduzem o
sangue arterial que sofreu o processo de hematose (troca
gasosa) nos pulmões, como ilustra a figura a seguir.
219. Estrutura do Coração
A saída do sangue dos ventrículos também se dá na região da
base do coração, sendo feita pelo tronco pulmonar, que conduz
o sangue venoso do ventrículo direito aos pulmões, e neste
trajeto se ramifica dando, origem às artérias pulmonares direita
e esquerda. O sangue arterial que sai do ventrículo esquerdo,
para irrigar todos os tecidos do corpo, circula pela artéria aorta.
220. Anatomia interna do coração
O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos.
Os átrios (as câmaras superiores) recebem sangue; os
ventrículos (câmaras inferiores) bombeiam o sangue para fora
do coração. Na face anterior de cada átrio existe uma estrutura
enrugada, em forma de saco, chamada aurícula (semelhante à
orelha do cão).
O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória
chamada septo interatrial; o ventrículo direito é separado do
esquerdo pelo septo interventricular.
222. Átrio direito
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe
sangue rico em dióxido de carbono (venoso) de três veias: veia
cava superior, veia cava inferior e seio coronário.
A veia cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior
do corpo, enquanto que a veia cava inferior recebe sangue das
partes mais inferiores do corpo (abdômen e membros
inferiores) e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o
miocárdio e leva o sangue ao átrio direito.
223. Átrio direito
Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede
anterior é rugosa, devido à presença de cristas musculares,
chamados músculos pectíneos.
O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito por
meio de uma válvula chamada tricúspide (formada por três
folhetos - válvulas ou cúspides).
Na parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo
interatrial, encontra-se uma depressão, que é a fossa oval.
224. Átrio direito
Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão
piramidal denominada aurícula direita, que serve para
amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio. Os
orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de
óstios das veias cavas.
O orifício de desembocadura do seio coronário é chamado de
óstio do seio coronário, e encontra-se também uma lâmina que
impede que o sangue retorne do átrio para o seio coronário,
que é denominada de válvula do seio coronário.
225. Átrio esquerdo
O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes
posteriores e anteriores lisas, que recebe o sangue já
oxigenado, por meio de quatro veias pulmonares.
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, a
partir da valva bicúspide (mitral), que tem apenas duas
cúspides. O átrio esquerdo também apresenta uma expansão
piramidal chamada aurícula esquerda.
226. Ventrículo direito
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior
do coração. O seu interior apresenta uma série de feixes
elevados de fibras musculares cardíacas, chamadas trabéculas
carnosas.
No óstio atrioventricular direito, existe um aparelho
denominado valva tricúspide, que serve para impedir que o
sangue retorne do ventrículo para o átrio direito.
Essa valva é constituída por três lâminas membranáceas,
esbranquiçadas e irregularmente triangulares, de base
implantada nas bordas do óstio e o ápice dirigido para baixo é
preso às paredes do ventrículo por intermédio de filamentos.
227. Ventrículo direito
Cada lâmina é denominada de cúspide. Tem-se uma cúspide
anterior, outra posterior e outra septal. O ápice das cúspides é
preso por filamentos denominados cordas tendíneas, as quais
se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas de
músculos papilares.
Músculos papilares, cordas tendíneas e cúspides
228. Ventrículo direito
A valva do tronco pulmonar também é constituída por
pequenas lâminas, porém estas estão dispostas em concha,
denominadas válvulas semilunares (anterior, esquerda e
direita).
No centro da borda livre de cada uma das válvulas, encontram-
se pequenos nódulos denominados nódulos das válvulas
semilunares (pulmonares).
229. Ventrículo esquerdo
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio
atrioventricular esquerdo, encontra-se a valva atrioventricular
esquerda, constituída apenas por duas lâminas denominadas
cúspides, sendo uma anterior e outra posterior, e por isso são
chamadas de válvulas bicúspides.
O ventrículo esquerdo também possui trabéculas carnosas e
cordas tendíneas, que fixam as cúspides da valva bicúspide aos
músculos papilares.
230. Ventrículo esquerdo
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo a
partir do óstio atrioventricular esquerdo, onde se localiza a
valva bicúspide (mitral).
Do ventrículo esquerdo, o sangue sai para a maior artéria do
corpo, a aorta, mais precisamente no ramo ascendente,
passando pela valva aórtica – constituída por três válvulas
semilunares: direita, esquerda e posterior.
231. Ventrículo esquerdo
Daí, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se
ramificam a partir da aorta ascendente, levando sangue para a
parede cardíaca; o restante do sangue passa para o arco da
aorta e para a aorta descendente (parte torácica e parte
abdominal). Ramos do arco da aorta e da aorta descendente
levam sangue para todo o corpo.
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio
esquerdo. A principal função do ventrículo esquerdo é bombear
sangue para a circulação sistêmica (corpo).
233. Vascularização do Coração
A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e
pelo seio coronário. As artérias coronárias são duas, uma direita
e outra esquerda. Elas têm este nome porque ambas percorrem
o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aorta.
Estas artérias, logo depois da sua origem, dirigem-se para o
sulco coronário, percorrendo-o da direita para a esquerda, até ir
se anastomosar com o ramo circunflexo, que é o ramo terminal
da artéria coronária esquerda que faz continuação ao circundar
o sulco coronário.
234. Vascularização do Coração
A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do
ventrículo direito. Esta diferença se deve à maior força
necessária para bombear sangue para a circulação sistêmica.
A artéria coronária direita é o ponto de origem de duas artérias
que vão irrigar a margem direita e a parte posterior do coração,
são elas: a artéria marginal direita e artéria interventricular
posterior.
235. Vascularização do Coração
A artéria coronária esquerda, de início, passa por um ramo por
trás do tronco pulmonar para atingir o sulco coronário,
evidenciando-se nas proximidades do ápice da aurícula
esquerda.
Logo em seguida, emite um ramo interventricular anterior e um
ramo circunflexo que dá origem à artéria marginal esquerda. Na
face diafragmática, as duas artérias se anastomosam, formando
um ramo circunflexo.
236. Inervação
A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca,
ou seja, que provém de nervos situados fora do coração, e
intrínseca, que constitui um sistema só encontrado no coração
e que se localiza no seu interior.
A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo,
isto é, simpático e parassimpático. Fisiologicamente, o
simpático acelera e o parassimpático retarda os batimentos
cardíacos
237. Inervação
Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos,
sendo três cervicais e quatro ou cinco torácicos. As fibras
parassimpáticas, que vão inervar o coração, seguem pelo nervo
vago (X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos
parassimpáticos, sendo dois cervicais e um torácico.
A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a
razão dos batimentos contínuos do coração. É uma atividade
elétrica, intrínseca e rítmica, que se origina em uma rede de
fibras musculares cardíacas especializadas, chamadas células
autorrítmicas (marcapasso cardíaco), por serem autoexcitáveis.
238. Inervação
A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado
na parede atrial direita, inferior à abertura da veia cava
superior. Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais,
o potencial de ação atinge o nodo atrioventricular (AV), situado
no septo interatrial, anterior à abertura do seio coronário.
Do nodo AV, o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular
(feixe de His), que é a única conexão elétrica entre os átrios e os
ventrículos.
239. Inervação
Após ser conduzido ao longo do feixe AV, o potencial de ação
entra nos ramos direito e esquerdo, que cruzam o septo
interventricular, em direção ao ápice cardíaco.
Finalmente, as miofibras condutoras (fibras de Purkinge)
conduzem rapidamente o potencial de ação, primeiro para o
ápice do ventrículo, e após para o restante do miocárdio
ventricular.