19. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Fala sobre o estágio do curso de enfermagem no Hospital de S. João no
Porto em 1960 e o inicio de funções no serviço de Obstetrícia
20. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Relembra o inicio de funções nos serviços médico-sociais de Vizela em
1965. Em regime de acumulação, com mais 3 colegas, deu inicio ao
funcionamento da Maternidade do Hospital de Guimarães.
Concluiu também o curso de planeamento familiar e o curso de aleitamento
materno e nutrição infantil.
21. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Naquela altura as funções das parteiras, nos serviços de saúde, era
vigiar a gravidez, o parto no domicílio e ensinamentos de higiene e de
puericultura. Nos domicílios faziam os partos, davam o primeiro banho,
ensinavam como tratar, e amamentar o recém-nascido.
22. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Numa década de pobreza social, cabia às enfermeiras
convencer as grávidas a pôr em prática todas as
instruções dadas e reduzir assim a elevada taxa de
mortalidade infantil.
Era uma tarefa difícil, tratava-se de mudar hábitos e
mentalidades, herança de várias gerações…
A baixa afluência ao serviço de saúde, durante a
gravidez, fazia com que essa informação só fosse dada
na altura do parto que acontecia no domicilio.
23. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Naquela altura, Vizela contava com apenas 2 parteiras de
serviço, com um horário nocturno rotativo de 12 horas,
das 20h às 8h, acumulando com horário normal no centro
de saúde das 9h às 12h e das 14h às 18h, garantindo o
serviço de partos ao domicilio 24 horas, incluindo fins de
semana e feriados.
Da nossa área de cobertura faziam parte as freguesias de
Nespereira, S. Martinho do Conde, Moreira de Cónegos,
Lustosa, Barrosas e São Faustino além das actuais
freguesias do concelho de Vizela
24. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Confessou que, hoje, ainda se lembroa, de quase todos os dias ter de lutar
numa batalha contra o tempo para fazer nascer todos aqueles bebés e com
tão poucos recursos.
Descreveu algumas das condições com que eram feitos os partos
ao domicilio naquele tempo.
25. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
O transporte era nos carros dos amigos ou vizinhos da grávida e, quando não havia,
era de Táxi, o vulgarmente chamado de carro de praça.
Os acessos às casas eram feitos a pé desde a estrada principal, demorando muitas
vezes mais de 1 hora por carreiros e caminhos de carros de bois, de dia e de noite,
apenas com uma lanterna a iluminar o chão, fizesse sol ou chuva.
26. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Relembrou que a duração do trabalho de parto sempre foi imprevisível. Isto fazia
com que tivesse de permanecer na casa das grávidas, 1,2,3 horas, eram as horas
necessárias até nascer o bebé em segurança.
Nesta altura tinha de decidir e agir em caso de complicações e, sempre que tal
acontecia, tinha de mandar improvisar uma maca, que era normalmente uma padiola,
que dois homens carregavam até à estrada e uma pessoa ia a correr à casa mais
próxima com telefone, normalmente era o Pároco da freguesia, para chamar a
ambulância.
Nas complicações do parto, nem sempre havia tempo para transportar a grávida ao
hospital. Nesse caso tinha de fazer tudo o que podia e sabia, pedindo, também, a todos
os Santos para a ajudar e iluminar naquele momento difícil e garantir que tanto a
mãe como a criança ficassem bem. Tudo isto era muitas vezes feito à luz da vela,
candeia, candeeiro a petróleo ou lanterna. A maioria das casas não tinha luz eléctrica.
27. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Lembrou de ter tido alguns anos, uma média de 30 partos por mês, chegando
mesmo a fazer 3 por noite e em freguesias diferentes.
Em resumo foram milhares de partos normais, 2 pelves e uma face, todos
vivos, e alguns ainda se recorda como se fosse hoje.
No final dos anos 70 com o aumento da capacidade hospitalar de responder a
um maior numero de partos e com a devida informação às grávidas, foi
extinto o serviço de partos ao domicilio pelo Ministério da Saúde.
28. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
Para terminar referiu que ao longo da sua vida como
enfermeira, entre os que ajudou a nascer e aqueles doentes
terminais que assistiu e acompanhou, procurou desempenhar as
suas funções sempre com um único objectivo: cuidar, confortar e
dar esperança de vida de forma altruísta e gratuita.
Hoje orgulha-se do tempo e empenho que dispensou à sua
profissão, acumulando recordações, amizades, convicta do dever
cumprido.
29. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
De seguida, tomou a palavra o Sr Enfermeiro Jorge
Oliveira
32. Rotary Clube de Vizela
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"Descobri muita coisa, atenção. Descobri, nomeadamente, que... uma
coisa que nunca tinha entendido... eu nunca tinha estado num
hospital, depois em recuperação estive duas, três semanas... e nunca
tinha percebido o papel dos Enfermeiros e das Enfermeiras.
[pausa emocionada].
Aquilo é verdadeiramente é o coração do hospital. É uma
experiência... uma pessoa tem a ideia que há os doentes e há os
médicos... há os Enfermeiros! Os Enfermeiros é que tratam da dor
das pessoas! E é impressionante. Fiquei muito muito sensibilizado...
nunca tinha percebido a importância do trabalho daquela classe
profissional...“
Miguel Portas
38. Rotary Clube de Vizela
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Falou sobre a evolução da enfermagem e a emancipação
relativamente a outras classes profissionais
45. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
C. António Faria no uso da palavra
46. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
D. Elvira Pinto no uso da palavra
47. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
C. Carlos Martins oferece um Diploma à C.ª Lina Coelho
pela sua excelente intervenção
48. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
C. Carlos Martins oferece um Diploma ao Sr. Enfermeiro
Jorge Oliveira pela sua excelente intervenção
49. Rotary Clube de Vizela
D. 1970 –Ano Rotário 2011/2012
A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como
arte, requer uma devoção tão exclusiva, um
preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer
pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela
morta ou do frio mármore comparado ao tratar do
corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma
das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!
Florence Nightingale