1. O documento descreve a história de Sintra desde os finais do século XVI até meados do século XIX, quando passou por um período de decadência e depois renascimento.
2. Dom Fernando de Saxe Coburgo-Gotha, marido da rainha D. Maria II, foi um agente transformador que projetou e construiu o Palácio da Pena em Sintra no estilo romântico entre 1840-1854.
3. A Condessa d'Edla, segunda esposa de Dom Fernando, contribuiu para a arborização e embelez
O objetivo desse trabalho é mostrar como o reinado de Luis XlV, o Rei Sol foi marcado pelo luxo, riqueza e ostentação e as influências na cultura ocidental até os dias de hoje.
1) O documento descreve o nascimento de Luís XIV no Palácio Real de Saint-Germain-en-Laye em 5 de setembro de 1638 e a linha genealógica do rei-sol.
2) Detalha os divertimentos da corte de Luís XIV em Versalhes, incluindo festas, teatro, dança e música.
3) Explora a arquitetura do Palácio de Versalhes e seus jardins, que simbolizavam o poder absoluto de Luís XIV.
O documento descreve a corte do Rei Luís XIV da França, incluindo sua família, amantes, moda da época, e os palácios e jardins de Versalhes construídos durante seu reinado.
O Estilo Barroco: o Palácio Nacional de QueluzSusana Simões
Mandado construir em 1747 pelo futuro D. Pedro III, consorte de D. Maria I, o Palácio de Queluz foi inicialmente concebido como residência de verão, tornando-se espaço privilegiado de lazer e entretenimento da Família Real, que o habitou em permanência de 1794 até à partida para o Brasil, em 1807, na sequência das invasões francesas.
O Palácio Nacional de Queluz e os seus jardins históricos constituem um dos exemplos mais extraordinários da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana em Portugal e ilustram a evolução do gosto da Corte nos séculos XVIII e XIX, período marcado pelo barroco, o rococó e o neoclassicismo.
O Palácio da Pena em Sintra foi construído entre 1838 e 1868 sob a iniciativa do rei D. Fernando II de Portugal para servir como residência de verão da família real. Inspirado no estilo romântico, o palácio combina elementos arquitetônicos de vários períodos como o gótico, manuelino, renascentista e mourisco. Sua localização nas escarpas da serra de Sintra e a mistura eclética de estilos tornam o Palácio da Pena uma das mais emblemáticas expressões do Romantismo em
Lisboa é a capital e maior cidade de Portugal, com aproximadamente 600 mil habitantes. Fundada pelos Fenícios há cerca de 1.200 anos a.C., Lisboa é hoje uma vibrante cidade cultural e econômica baseada no turismo, conhecida por sua beleza histórica ao longo do rio Tejo e por ser o ponto de partida dos Descobrimentos Portugueses.
Lisboa é descrita como a capital e maior cidade de Portugal, fundada pelos Fenícios há aproximadamente 1.200 anos a.C. Sua economia baseia-se no turismo e é conhecida como a cidade do amor, com belas avenidas, jardins e parques ao longo do Rio Tejo. O documento fornece detalhes históricos e culturais de vários locais e monumentos importantes de Lisboa.
A Escultura de Machado de Castro e João José de Aguiar - A Escultura Rococó e...João Pedro Costa
O documento descreve as vidas e obras de dois importantes escultores portugueses, Machado de Castro e João José de Aguiar. Machado de Castro foi o principal escultor do estilo Rococó no século XVIII, destacando-se por sua estátua equestre de D. José. João José de Aguiar introduziu o estilo Neoclássico em Portugal após estudar com Canova em Roma, exemplificado por suas estátuas de D. Maria I e D. João VI.
O objetivo desse trabalho é mostrar como o reinado de Luis XlV, o Rei Sol foi marcado pelo luxo, riqueza e ostentação e as influências na cultura ocidental até os dias de hoje.
1) O documento descreve o nascimento de Luís XIV no Palácio Real de Saint-Germain-en-Laye em 5 de setembro de 1638 e a linha genealógica do rei-sol.
2) Detalha os divertimentos da corte de Luís XIV em Versalhes, incluindo festas, teatro, dança e música.
3) Explora a arquitetura do Palácio de Versalhes e seus jardins, que simbolizavam o poder absoluto de Luís XIV.
O documento descreve a corte do Rei Luís XIV da França, incluindo sua família, amantes, moda da época, e os palácios e jardins de Versalhes construídos durante seu reinado.
O Estilo Barroco: o Palácio Nacional de QueluzSusana Simões
Mandado construir em 1747 pelo futuro D. Pedro III, consorte de D. Maria I, o Palácio de Queluz foi inicialmente concebido como residência de verão, tornando-se espaço privilegiado de lazer e entretenimento da Família Real, que o habitou em permanência de 1794 até à partida para o Brasil, em 1807, na sequência das invasões francesas.
O Palácio Nacional de Queluz e os seus jardins históricos constituem um dos exemplos mais extraordinários da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana em Portugal e ilustram a evolução do gosto da Corte nos séculos XVIII e XIX, período marcado pelo barroco, o rococó e o neoclassicismo.
O Palácio da Pena em Sintra foi construído entre 1838 e 1868 sob a iniciativa do rei D. Fernando II de Portugal para servir como residência de verão da família real. Inspirado no estilo romântico, o palácio combina elementos arquitetônicos de vários períodos como o gótico, manuelino, renascentista e mourisco. Sua localização nas escarpas da serra de Sintra e a mistura eclética de estilos tornam o Palácio da Pena uma das mais emblemáticas expressões do Romantismo em
Lisboa é a capital e maior cidade de Portugal, com aproximadamente 600 mil habitantes. Fundada pelos Fenícios há cerca de 1.200 anos a.C., Lisboa é hoje uma vibrante cidade cultural e econômica baseada no turismo, conhecida por sua beleza histórica ao longo do rio Tejo e por ser o ponto de partida dos Descobrimentos Portugueses.
Lisboa é descrita como a capital e maior cidade de Portugal, fundada pelos Fenícios há aproximadamente 1.200 anos a.C. Sua economia baseia-se no turismo e é conhecida como a cidade do amor, com belas avenidas, jardins e parques ao longo do Rio Tejo. O documento fornece detalhes históricos e culturais de vários locais e monumentos importantes de Lisboa.
A Escultura de Machado de Castro e João José de Aguiar - A Escultura Rococó e...João Pedro Costa
O documento descreve as vidas e obras de dois importantes escultores portugueses, Machado de Castro e João José de Aguiar. Machado de Castro foi o principal escultor do estilo Rococó no século XVIII, destacando-se por sua estátua equestre de D. José. João José de Aguiar introduziu o estilo Neoclássico em Portugal após estudar com Canova em Roma, exemplificado por suas estátuas de D. Maria I e D. João VI.
O documento descreve a história do Palácio da Pena em Sintra, Portugal. Foi construído no século XIX pelo rei D. Fernando II sob influência do romantismo alemão e combina vários estilos arquitetônicos como neo-gótico, neo-românico e neo-manuelino.
O documento descreve o livro "Os quatro livros de arquitetura", de Andrea Palladio. O livro, publicado originalmente em 1570, é considerado um dos mais importantes tratados de arquitetura da história. Palladio estudou arquitetura antiga em Roma e projetou diversas villas e palácios. Seu livro apresenta desenhos destes projetos e de edifícios antigos, servindo de guia para arquitetos.
O documento descreve o Palácio de Queluz, incluindo sua localização, história, estilos arquitetônicos, arquitetos responsáveis e principais características das fases de construção e das dependências do palácio e jardins.
Este documento lista os 10 castelos mais visitados do mundo, liderados pela Cidade Proibida na China, com mais de 15 milhões de visitantes anuais. Entre os outros castelos mais populares estão o Louvre em Paris, frequentado por mais de 9 milhões por seu acervo de obras de arte; e o Grande Palácio em Bangcoc, que atrai 8 milhões e ainda abriga escritórios reais tailandeses. Muitos desses castelos são pontos turísticos por sua arquitetura única e história associada a re
O Palácio Nacional de Queluz, situado perto de Lisboa, foi transformado no século XVIII de uma casa de veraneio para a família real portuguesa em um magnífico palácio e jardins sob a direção dos arquitetos Mateus Vicente de Oliveira e Jean-Baptiste Robillion. Atualmente, o palácio funciona como museu e hospeda visitantes ilustres recebidos pelo governo português.
Canaletto foi um pintor veneziano do século XVIII considerado o maior pintor paisagista da época. Morou em Londres entre 1746-1755 onde suas pinturas topograficamente detalhadas se tornaram populares. Retornou a Veneza em 1755, onde foi eleito membro da Academia de Veneza em 1763.
Paris é conhecida como a cidade do amor, com locais históricos e culturais como Champs Élysées, Notre Dame e Louvre. A cidade também é famosa pela moda, gastronomia e vinho, atraindo casais apaixonados de todo o mundo.
Lisboa é a capital e maior cidade de Portugal, com cerca de 600 mil habitantes. Sua economia baseia-se no turismo e é considerada um importante centro cultural europeu devido à sua história, que remonta aos Fenícios, e ao seu papel nos Descobrimentos Portugueses. A cidade é conhecida por sua beleza, com parques, igrejas e monumentos ao longo do Rio Tejo.
O documento descreve várias esculturas e monumentos históricos localizados na Europa, incluindo 16 esculturas representando as repúblicas da União Soviética em Moscou, a Catedral de São Marcos em Veneza, o Monumento a Cervantes em Madri e o Palácio Ducal também em Veneza.
A escultura portuguesa de frei cipriano da cruz a soares dos reisAntónio Silva
O documento descreve a evolução da escultura portuguesa desde o século XVII até ao final do século XIX, destacando vários escultores como Frei Cipriano da Cruz, Machado de Castro, Soares dos Reis e Teixeira Lopes. A escultura evolui do barroco ao neoclassicismo e naturalismo, com influências estrangeiras mas também o desenvolvimento de uma escola portuguesa.
O documento descreve várias atrações turísticas em Sintra, incluindo carruagens de cavalos, o Palácio da Vila, o Palácio da Pena, o Museu do Brinquedo, o Museu de Arte Moderna e o Festival de Sintra.
Este documento descreve a arte do período do Bronze Final e Idade do Ferro na Península Ibérica, com foco na cultura castreja do noroeste peninsular. Detalha aspectos da ourivesaria, escultura, arquitetura e influências mediterrânicas nesta região entre os séculos IX a.C. a I d.C., apresentando diversos exemplos arqueológicos.
A escultura portuguesa do gótico ao maneirismoAntónio Silva
Este documento descreve a evolução da escultura portuguesa desde o período gótico até ao maneirismo, com foco principal na escultura produzida em Coimbra. Coimbra era o principal centro escultórico do país nesse período, com oficinas lideradas por mestres como Mestre Pêro e João Afonso, que produziram importantes obras tumulares e imagens sacras. A influência destas oficinas espalhou-se por todo o país e marcou a transição do gótico para os estilos renas
O Palácio de Versalhes começou como um pequeno pavilhão de caça construído por Luís XIII em 1623, mas foi ampliado por Luís XIV a partir de 1651 para demonstrar a riqueza e poder absoluto da monarquia francesa. Atualmente, o palácio luxuoso com 700 quartos é um museu visitado por 8 milhões de pessoas anualmente.
O Palácio Nacional de Queluz foi a residência real de D. Pedro III e D. Maria I no século 18. Originalmente uma quinta de veraneio, D. Pedro III expandiu-a em um palácio real entre 1747-1786, tornando-a um centro de música, festas e entretenimento para a corte portuguesa.
O Palácio de Queluz foi construído no século 18 como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança e sua esposa D. Maria I. O estilo Rococó foi usado na decoração, com marmore e talha dourada. O palácio contém várias salas decoradas em diferentes estilos ao longo dos séculos, incluindo os aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita. Os jardins do palácio, inspirados na França, incluem o Jardim Grande e o Jardim Novo, com escult
A arte romana sofreu influências da arte etrusca e grega. Pinturas em fresco e mosaicos eram populares, retratando cenas históricas, mitológicas e da vida cotidiana. Esculturas retratavam deuses e imperadores. Arquitetura notável inclui o Coliseu. O Museu do Louvre abriga obras importantes dessas culturas e de outros períodos, como a Mona Lisa.
1. O Real Edifício de Mafra é um grande complexo construído entre 1717-1737 composto por um convento, palácio e basílica.
2. Foi o maior projeto do reinado de D. João V, ocupando 40.000m2 e empregando até 30.000 trabalhadores.
3. O edifício combina vários estilos arquitetônicos como barroco alemão, renascentista italiano e elementos clássicos.
O documento descreve a origem e características do estilo Barroco na arte, que surgiu na Itália no século XVII e se espalhou pela Europa. Destaca artistas emblemáticos desse período como Caravaggio, Velázquez e Bernini, e como o Barroco se desenvolveu de forma diferente no Brasil colonial, com ênfase na arte sacra de Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Este documento apresenta uma lista de livros sobre filosofia e psicanálise de autores como Gaston Bachelard, Henri Bergson e Maurice Merleau-Ponty. A lista inclui obras como "A Poética do Devaneio", "A Água e os Sonhos", "A Terra e os Devaneios do Repouso" e o próximo lançamento anunciado "Imagens e Símbolos" de Mircea Eliade.
Dokumen ini membahas tentang istilah-istilah dasar dalam komunikasi data seperti email, komponen komunikasi, diagram blok komunikasi, jenis komunikasi simplex dan duplex, konversi analog ke digital, sistem angka desimal dan biner, serta logic gate dan kombinasi logic gate.
Dokumen ini membahas perbedaan antara data analog dan digital. Data analog adalah sinyal yang jumlahnya tidak terbatas seperti warna, suara, dan kondisi, sedangkan data digital hanya memiliki dua nilai (0 dan 1) yang membatasi jumlah kombinasinya. Ilustrasi perbedaan antara perangkat analog dan digital adalah cara kerja dimmer lampu sebagai perangkat analog dan saklar lampu sebagai perangkat digital.
O documento descreve a história do Palácio da Pena em Sintra, Portugal. Foi construído no século XIX pelo rei D. Fernando II sob influência do romantismo alemão e combina vários estilos arquitetônicos como neo-gótico, neo-românico e neo-manuelino.
O documento descreve o livro "Os quatro livros de arquitetura", de Andrea Palladio. O livro, publicado originalmente em 1570, é considerado um dos mais importantes tratados de arquitetura da história. Palladio estudou arquitetura antiga em Roma e projetou diversas villas e palácios. Seu livro apresenta desenhos destes projetos e de edifícios antigos, servindo de guia para arquitetos.
O documento descreve o Palácio de Queluz, incluindo sua localização, história, estilos arquitetônicos, arquitetos responsáveis e principais características das fases de construção e das dependências do palácio e jardins.
Este documento lista os 10 castelos mais visitados do mundo, liderados pela Cidade Proibida na China, com mais de 15 milhões de visitantes anuais. Entre os outros castelos mais populares estão o Louvre em Paris, frequentado por mais de 9 milhões por seu acervo de obras de arte; e o Grande Palácio em Bangcoc, que atrai 8 milhões e ainda abriga escritórios reais tailandeses. Muitos desses castelos são pontos turísticos por sua arquitetura única e história associada a re
O Palácio Nacional de Queluz, situado perto de Lisboa, foi transformado no século XVIII de uma casa de veraneio para a família real portuguesa em um magnífico palácio e jardins sob a direção dos arquitetos Mateus Vicente de Oliveira e Jean-Baptiste Robillion. Atualmente, o palácio funciona como museu e hospeda visitantes ilustres recebidos pelo governo português.
Canaletto foi um pintor veneziano do século XVIII considerado o maior pintor paisagista da época. Morou em Londres entre 1746-1755 onde suas pinturas topograficamente detalhadas se tornaram populares. Retornou a Veneza em 1755, onde foi eleito membro da Academia de Veneza em 1763.
Paris é conhecida como a cidade do amor, com locais históricos e culturais como Champs Élysées, Notre Dame e Louvre. A cidade também é famosa pela moda, gastronomia e vinho, atraindo casais apaixonados de todo o mundo.
Lisboa é a capital e maior cidade de Portugal, com cerca de 600 mil habitantes. Sua economia baseia-se no turismo e é considerada um importante centro cultural europeu devido à sua história, que remonta aos Fenícios, e ao seu papel nos Descobrimentos Portugueses. A cidade é conhecida por sua beleza, com parques, igrejas e monumentos ao longo do Rio Tejo.
O documento descreve várias esculturas e monumentos históricos localizados na Europa, incluindo 16 esculturas representando as repúblicas da União Soviética em Moscou, a Catedral de São Marcos em Veneza, o Monumento a Cervantes em Madri e o Palácio Ducal também em Veneza.
A escultura portuguesa de frei cipriano da cruz a soares dos reisAntónio Silva
O documento descreve a evolução da escultura portuguesa desde o século XVII até ao final do século XIX, destacando vários escultores como Frei Cipriano da Cruz, Machado de Castro, Soares dos Reis e Teixeira Lopes. A escultura evolui do barroco ao neoclassicismo e naturalismo, com influências estrangeiras mas também o desenvolvimento de uma escola portuguesa.
O documento descreve várias atrações turísticas em Sintra, incluindo carruagens de cavalos, o Palácio da Vila, o Palácio da Pena, o Museu do Brinquedo, o Museu de Arte Moderna e o Festival de Sintra.
Este documento descreve a arte do período do Bronze Final e Idade do Ferro na Península Ibérica, com foco na cultura castreja do noroeste peninsular. Detalha aspectos da ourivesaria, escultura, arquitetura e influências mediterrânicas nesta região entre os séculos IX a.C. a I d.C., apresentando diversos exemplos arqueológicos.
A escultura portuguesa do gótico ao maneirismoAntónio Silva
Este documento descreve a evolução da escultura portuguesa desde o período gótico até ao maneirismo, com foco principal na escultura produzida em Coimbra. Coimbra era o principal centro escultórico do país nesse período, com oficinas lideradas por mestres como Mestre Pêro e João Afonso, que produziram importantes obras tumulares e imagens sacras. A influência destas oficinas espalhou-se por todo o país e marcou a transição do gótico para os estilos renas
O Palácio de Versalhes começou como um pequeno pavilhão de caça construído por Luís XIII em 1623, mas foi ampliado por Luís XIV a partir de 1651 para demonstrar a riqueza e poder absoluto da monarquia francesa. Atualmente, o palácio luxuoso com 700 quartos é um museu visitado por 8 milhões de pessoas anualmente.
O Palácio Nacional de Queluz foi a residência real de D. Pedro III e D. Maria I no século 18. Originalmente uma quinta de veraneio, D. Pedro III expandiu-a em um palácio real entre 1747-1786, tornando-a um centro de música, festas e entretenimento para a corte portuguesa.
O Palácio de Queluz foi construído no século 18 como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança e sua esposa D. Maria I. O estilo Rococó foi usado na decoração, com marmore e talha dourada. O palácio contém várias salas decoradas em diferentes estilos ao longo dos séculos, incluindo os aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita. Os jardins do palácio, inspirados na França, incluem o Jardim Grande e o Jardim Novo, com escult
A arte romana sofreu influências da arte etrusca e grega. Pinturas em fresco e mosaicos eram populares, retratando cenas históricas, mitológicas e da vida cotidiana. Esculturas retratavam deuses e imperadores. Arquitetura notável inclui o Coliseu. O Museu do Louvre abriga obras importantes dessas culturas e de outros períodos, como a Mona Lisa.
1. O Real Edifício de Mafra é um grande complexo construído entre 1717-1737 composto por um convento, palácio e basílica.
2. Foi o maior projeto do reinado de D. João V, ocupando 40.000m2 e empregando até 30.000 trabalhadores.
3. O edifício combina vários estilos arquitetônicos como barroco alemão, renascentista italiano e elementos clássicos.
O documento descreve a origem e características do estilo Barroco na arte, que surgiu na Itália no século XVII e se espalhou pela Europa. Destaca artistas emblemáticos desse período como Caravaggio, Velázquez e Bernini, e como o Barroco se desenvolveu de forma diferente no Brasil colonial, com ênfase na arte sacra de Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Este documento apresenta uma lista de livros sobre filosofia e psicanálise de autores como Gaston Bachelard, Henri Bergson e Maurice Merleau-Ponty. A lista inclui obras como "A Poética do Devaneio", "A Água e os Sonhos", "A Terra e os Devaneios do Repouso" e o próximo lançamento anunciado "Imagens e Símbolos" de Mircea Eliade.
Dokumen ini membahas tentang istilah-istilah dasar dalam komunikasi data seperti email, komponen komunikasi, diagram blok komunikasi, jenis komunikasi simplex dan duplex, konversi analog ke digital, sistem angka desimal dan biner, serta logic gate dan kombinasi logic gate.
Dokumen ini membahas perbedaan antara data analog dan digital. Data analog adalah sinyal yang jumlahnya tidak terbatas seperti warna, suara, dan kondisi, sedangkan data digital hanya memiliki dua nilai (0 dan 1) yang membatasi jumlah kombinasinya. Ilustrasi perbedaan antara perangkat analog dan digital adalah cara kerja dimmer lampu sebagai perangkat analog dan saklar lampu sebagai perangkat digital.
10 pengantar jaringan komputer dan kom datteddyhadia
This document provides an overview of telecommunications systems and their components. It discusses data communication and defines telecommunications as the electronic transmission of data, information, and instructions over distance. The key components of a telecommunications system include sending and receiving devices, communications devices, communication channels, and communication software. Communications devices convert digital and analog signals and include modems, routers, hubs, and network interface cards. Communication channels can be physical cables like twisted pair, coaxial, and fiber optic, or wireless methods like radio, cellular, microwave, and satellite transmission.
Este documento proporciona información sobre la comunidad autónoma de Canarias en España. Canarias es un archipiélago de 7 islas principales situado en el océano Atlántico frente a las costas de Marruecos y el Sahara. El documento describe aspectos clave de Canarias como su escudo, bandera, carnavales, gastronomía, fauna, flora, clima, montañas, playas y zoológicos.
This document discusses data compression techniques including lossless compression methods like run-length encoding and statistical encoding like Huffman encoding. It explains that compression aims to reduce the size of information to be stored or transmitted by removing redundancy. The key points covered are:
- Compression principles like entropy encoding and Huffman encoding which assigns variable length codes based on symbol probabilities.
- The Huffman algorithm involves constructing a binary tree from symbol frequencies and assigning codes based on paths from the root with '0' for left branches and '1' for right.
- Huffman coding satisfies the prefix property that no code is a prefix of another, allowing unique decoding.
Protokol mendefinisikan aturan dan format untuk mengirim dan menerima pesan antar komputer dalam jaringan. Fungsi protokol meliputi fragmentasi dan rekonsiliasi data, pengemasan informasi, kontrol koneksi, kontrol kesalahan, dan layanan transmisi. Remote Procedure Call memungkinkan akses prosedur pada komputer lain melalui server yang menyediakan layanan prosedur remote. Middleware seperti CORBA dan RMI memungkinkan komunikasi antar objek yang terdistribusi me
The document discusses several topics related to data communication protocols and architectures:
1. A simplified model of data communication includes elements like the source, transmitter, transmission system, receiver, and destination.
2. Key communication tasks involve flow control, error detection, security, message formatting, and more.
3. Protocols help break down the complex task of data communication into layers, with each layer providing functions for the layer above and relying on the layer below.
4. Characteristics of protocols include whether they are direct or indirect, monolithic or structured, symmetric or asymmetric, and standardized or non-standard.
Komunikasi Data - Pengertian Data dan Media TransmisiSigit Muhammad
Media transmisi digunakan untuk mengirim dan menerima data antara pengirim dan penerima melalui berbagai jenis media seperti kabel, udara, atau ruang hampa. Ada dua jenis transmisi data, yaitu analog dan digital, yang masing-masing memiliki karakteristik berbeda dalam pengiriman sinyalnya.
Data can exist in both analog and digital forms. Digital data is transmitted as discrete signals using various components of communication systems like senders, receivers, transmission media, and protocols. Common transmission media include wired methods like twisted pair cables, coaxial cables, and fiber optic cables or wireless methods using radio waves, infrared, Bluetooth, or WiFi. The transmission speed depends on the type of channel used, with narrowband channels having lower speeds than broadband channels. Popular communication protocols for networks include TCP/IP, SPX/IPX, and X.25.
- Server Softswitch
- Diagram VoIP
- Cara Kerja Diagram VoIP
Softswitch merupakan entitas berbasis software yang menjadikan fungsi control panggilan pada jaringan IP. Softswicth diperkenalkan dan dikembangkan oleh International Softswicth Consortium (ISC), yang sekarang telah berubah namanya menjadi International Packet Communications Consortium (IPCC) dan terakhir berubah lagi namannya menjadi Multiservice Swicthing Forum (MSF) atau Softswitch adalah suatu alat yang mampu menghubungkan antara jaringan sirkuit dengan jaringan paket, termasuk di dalamnya adalah jaringan telpon tetap (PSTN), internet yang berbasis IP, kabel TV dan juga jaringan seluler yang telah ada selama ini.
O documento descreve como era Lisboa antes do terramoto de 1755, caracterizando-a como suja e desorganizada. Após o terramoto de 1o de novembro de 1755, que destruiu grande parte da cidade, o Marquês de Pombal liderou a reconstrução de Lisboa com uma planta urbana regular em quadrícula, com ruas largas e retas para prevenir futuros desastres. A nova cidade refletia os ideais iluministas e o poder centralizado do Estado absoluto português.
O Real Edifício de Mafra foi um projeto monumental encomendado por D. João V entre 1717 e 1737. Combina uma igreja, palácio e convento em estilo barroco, projetado por João Frederico Ludovice para glorificar o rei. O edifício imponente abrigou até 45.000 trabalhadores e inclui tesouros como uma biblioteca com 36.000 livros e os maiores carrilhões históricos do mundo.
1) Em 1875, durante as escavações para a construção de um prédio na Rua Primeiro de Março, foram encontrados objetos de prata enterrados, incluindo pratos, salvas e utensílios de cozinha.
2) Acredita-se que os objetos foram enterrados em 1711 por moradores que fugiram às pressas da cidade durante a invasão francesa.
3) As 32 peças de prata, pesando 9,4 quilos, foram entregues ao governo, mas nenhuma sobreviveu até os dias de hoje.
O documento descreve a construção do Palácio Nacional de Mafra no século XVIII sob o reinado de D. João V. O projeto começou pequeno mas cresceu em grandeza e complexidade com o financiamento das minas de ouro no Brasil. O palácio abrigou 300 frades, um palácio real e uma das maiores bibliotecas da Europa, construída por milhares de trabalhadores ao longo de décadas.
Este documento descreve o último baile realizado no Palácio da Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, em 9 de novembro de 1889, apenas 6 dias antes da queda da monarquia no Brasil. O baile foi organizado para homenagear o comandante de um navio chileno, mas tinha como objetivo real fortalecer a monarquia diante dos ventos republicanos que se aproximavam. O documento detalha aspectos como a decoração luxuosa, os trajes elegantes, a iluminação e a comida servida no grand
1) O documento discute a arquitetura neoclássica no Rio de Janeiro durante o reinado de D. João VI, quando a corte portuguesa se mudou para o Brasil em 1808.
2) A chegada da família real transformou o Rio de Janeiro na nova capital e trouxe um grande crescimento urbano e populacional, criando desafios para a infraestrutura da cidade.
3) O legado arquitetural de D. João VI inclui obras como o Paço Imperial e a introdução de estilos arquitetônic
Lisboa Palacio Do Marques De Fronteira E AlornaBeatris Lopes
O Palácio dos Marqueses de Fronteira em Lisboa foi construído em 1640 e ampliado no século XVIII. O palácio é notável por sua grande riqueza em azulejos que adornam os muitos ambientes, incluindo terraços, jardins e lagos. Atualmente, parte do palácio e jardins estão abertos ao público como um monumento nacional.
O documento descreve vários locais históricos e culturais em Petrópolis, Rio de Janeiro, incluindo o Museu Imperial no antigo Palácio de Verão de Dom Pedro II, a Catedral de Petrópolis dedicada a São Pedro de Alcântara, e o Palácio de Cristal que abriga exposições e eventos.
Luís XIV nasceu em 1638 e se tornou rei da França aos 5 anos de idade, governando por mais de 70 anos como um monarca absoluto. Ele transferiu a corte real para Versalhes em 1682 e expandiu o palácio para demonstrar a riqueza e poder da monarquia francesa. Versalhes se tornou o centro político e administrativo do reino até a Revolução Francesa no final do século 18.
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptxFaustoBartole1
O documento descreve atrações turísticas culturais do Rio de Janeiro, incluindo prédios históricos como a Praça XV, o Palácio Tiradentes, o Panteão de Osório e igrejas como Nossa Senhora da Candelária, São Bento e Santa Luzia.
O documento descreve a beleza e a história da cidade de Lisboa, capital de Portugal. Fala sobre seus parques, rios, monumentos, cultura, arquitetura e como a cidade encanta os visitantes com seu charme e hospitalidade.
O documento descreve a beleza e a história da cidade de Lisboa, capital de Portugal. Fala sobre seus parques, rios, monumentos, cultura, arquitetura e hospitalidade do povo português. Destaca também os principais pontos turísticos como o Mosteiro dos Jerônimos, a Praça do Comércio e os famosos Pastéis de Belém.
O documento descreve a beleza e a história da cidade de Lisboa, capital de Portugal. Fala sobre seus parques, rios, monumentos, cultura, arquitetura e hospitalidade do povo português. Destaca também a economia baseada no turismo e a vida cultural vibrante da cidade.
O documento descreve a beleza e a história da cidade de Lisboa, capital de Portugal. Fala sobre seus parques, rios, monumentos, cultura, arquitetura e como a cidade encanta os visitantes com seu charme e hospitalidade.
O documento descreve a beleza e a história da cidade de Lisboa, capital de Portugal. Fala sobre seus parques, rios, monumentos, cultura, arquitetura e hospitalidade do povo português. Destaca a importância de Lisboa como centro cultural e ponto de encontro de diversas culturas ao longo da história.
A passagem descreve Lisboa como a capital de Portugal, uma cidade histórica, cultural e turística conhecida como a "cidade do amor". Ela destaca alguns dos principais pontos e atrações de Lisboa, como o Rio Tejo, a Ponte 25 de Abril, a Torre de Belém e o Monumento aos Descobridores.
O Palácio Real de Queluz foi construído no século XVIII como recanto de verão para D. Pedro de Bragança. Serviu como residência para a rainha D. Maria I e, após um incêndio, para o príncipe regente D. João VI. Atualmente é um ponto turístico restaurado após um incêndio em 1934.
Este documento discute a urbanização e o urbanismo no Brasil Imperial entre 1808 e 1889, abordando três tópicos principais: 1) O processo de urbanização no Brasil Imperial e o desenvolvimento de infraestrutura como estradas, portos e ferrovias. 2) A cidade do Rio de Janeiro como capital de um império escravista e seus desafios de saneamento e infraestrutura. 3) As cidades do Vale do Paraíba.
1. O Classicismo na música portuguesa ocorreu entre 1750-1820, marcado pela ascensão da ópera italiana após o casamento real e a construção do Teatro Ópera do Tejo em 1755.
2. O terramoto de 1755 destruiu o Teatro Ópera do Tejo e outros teatros, levando a uma década de interrupção dos espetáculos operáticos.
3. A música religiosa foi influenciada pelo estilo operático italiano, enquanto a música instrumental e domé
Carlos e Cruges passeiam por Sintra visitando os principais pontos de interesse como o Palácio da Vila, o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros, admirando a paisagem. Fazem uma paragem no Hotel Lawrence e terminam o dia no Palácio dos Seteais, antes de regressar a Sintra.
O documento descreve as figuras típicas de Sintra, incluindo a ceifeira e a lavradeira, e fornece detalhes sobre a roupa tradicional dessas mulheres, como meias altas, colotes, saiote, colete interior, camisa, saia rodada e lenço para a cabeça.
O documento descreve vários trajes típicos portugueses dos séculos XIX e XX, incluindo roupas usadas por vendedoras de queijo, senhoras lavradeiras, meninas, lavadeiras, camponeses e pastores. Fornece detalhes sobre as cores, materiais e estilos de vestimenta de diferentes classes sociais e ocupações durante esse período.
O documento descreve vários trajes tradicionais portugueses, incluindo suas peças e cores. São apresentados trajes de vendedoras de doces, senhoras ricas, camponeses, carroceiros e homens de negócios do século XIX.
O documento descreve os trajes típicos usados por diferentes pessoas no campo e na cidade no início do século XX em Portugal, incluindo suas roupas, acessórios e objetos relacionados a suas ocupações.
Este documento fornece informações sobre um percurso pedestre no Parque Natural de Sintra-Cascais. O percurso começa no Farol do Raso e termina no Forte do Abano, cobrindo 4 km ao longo da costa. O caminho passa por paisagens geológicas e ecológicas únicas, incluindo falésias, dunas móveis e fixas, e é um bom local para avistar aves marinhas.
Este documento descreve um percurso pedestre entre a Praia das Maçãs e a Praia do Magoito no Parque Natural de Sintra-Cascais. O percurso atravessa paisagens naturais protegidas ao longo de 3,5 km e fornece informações sobre a geologia, flora e fauna da região, bem como dicas de segurança para os visitantes.
Este documento fornece informações sobre um percurso pedestre entre a Praia da Adraga e Praia das Maçãs no Parque Natural de Sintra-Cascais. O percurso tem aproximadamente 3km de extensão e leva cerca de 2,5 horas a completar, passando por paisagens costeiras e observando a geologia, vegetação e fauna local. Fornece instruções e cuidados a ter durante o percurso.
Este documento descreve um percurso pedestre de 14 km em Colares, Sintra. O percurso passa pela Adega Regional de Colares, pelo Pinhal da Nazaré, pelas Azenhas do Mar e pela Praia da Aguda, mostrando a paisagem, a viticultura local e espécies de flora e fauna. O documento fornece instruções sobre segurança, equipamento recomendado e pontos de interesse ao longo do caminho.
Este documento descreve um percurso pedestre no Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental. O percurso passa por paisagens naturais protegidas com vegetação característica da região e vistas panorâmicas do oceano Atlântico. A fauna inclui diversas aves, répteis e pequenos mamíferos. O percurso termina onde começou, no Cabo da Roca, depois de aproximadamente 10km.
O Museu do Ar reorganizou-se com um novo museu na Base Aérea no1 em Sintra em 2010, contando com o apoio da Câmara Municipal de Sintra e da ANA. O museu agora expõe peças raras da TAP e da ANA, totalizando mais de 100 aeronaves e 9500 peças, preservando o património aeronáutico português.
A Casa-Museu de Leal da Câmara está instalada na casa onde o artista viveu de 1930 até sua morte em 1948. A casa foi anteriormente propriedade do Marquês de Pombal e serviu como hospital durante as invasões francesas no século XIX. A casa preserva as obras e pertences do artista, incluindo pinturas, mobiliário e coleções sobre a cultura saloia.
O Museu Anjos Teixeira é dedicado à escultura de Artur e Pedro Anjos Teixeira e está instalado num antigo moinho no Rio do Porto em Sintra. A coleção inclui obras dos dois escultores portugueses do século XX nas temáticas da anatomia humana, trabalho e figuras históricas em estilos como o naturalismo e neo-realismo. O museu oferece visitas guiadas e atividades educativas.
O Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas remonta ao século XVI e abriga uma coleção de mais de 400 peças arqueológicas e epigráficas romanas encontradas na região. O museu foi reconstruído em 1955 e hoje apresenta seções epigráficas e arqueológicas, destacando artefatos dos períodos Neolítico, Calcolítico e Romano.
O Museu de História Natural de Sintra localiza-se num edifício do século XIX e expõe uma coleção de fósseis e outros artefatos reunidos por colecionadores ao longo de 50 anos. O museu conta com exposições permanentes e temporárias, além de laboratórios e serviços educativos. Sua peça mais importante é um réptil voador fóssil encontrado no Brasil.
O Museu do Brinquedo em Sintra explora a coleção de brinquedos da Fundação Arbués Moreira para contar a história do homem através do brinquedo. A coleção começou com brinquedos doados ao fundador quando criança e cresceu para mais de 40 mil peças. O museu se mudou para um novo espaço para melhor exibir e preservar a coleção.
O Museu Ferreira de Castro apresenta a vida e obra do escritor português Ferreira de Castro de forma cronológica em sete núcleos temáticos. Inclui edições raras, manuscritos, objetos pessoais e ilustrações originais dos seus livros. Localiza-se na vila de Sintra, para onde o escritor doou os seus restos mortais.
1. CONCELHO DE SINTRA
- ROTEIRO ROMÂNTICO -
N
: .•• ~~~:.,.y.A;
;
:l.~:.:~:
• ';;'I-'!.'~_
I
! ;.•,.7i;!:~.:;."T~ " ..~::'~.:(
! .:.1.. ••• ,),.;:".;- ••• ::':.'~~"
_·..•.·'S~·.:.
c
Escala 1/100.000
Caminhos-de-Ferro
Estradas Nacionais
Estradas Municipais
Limites de Freguesia
l-Palácio de Seteais.
2- Monserrate.
3- Pena (Palácio e Chalet da Condessa).
4- Paços do Concelho (séc. xx),
2. ~~------------------------------------IIIIIIIII"".
1. DAS NEBLINAS À REPÚBLICA
Dos finais do século XVI a meados de setecentos, a vila perdeu muito
do seu brilho. Quase dois séculos passados e Sintra enterrada nas nebli-
nas perpétuas, abandonada, à espera que os homens redescubram o seu
encanto. Andaram os reis em busca de outros espaços, por força da men-
talidade regente, mais abertos os espaços, porque as mentalidades nem
por isso. O singular, e outrora sumptuoso, Paço Real apenas serviu para
encarcerar um rei deposto. D. João V prefere as charnecas de Mafra para
erguer, a ouro do Brasil, um gigantesco palácio-convento, apanágio de
um governo parenético. D. Pedro, o terceiro do nome no rol da realeza
nacional, escolhe as colinas suaves de Queluz, onde edifica, a partir de
1747,um palácio cuja imagem marca o gosto de uma época onde pontifica
a teatralidade, a aparência e a necessidade de espaços amplos. A Serra
da Lua apenas serve de cenário, ao fundo, lá pelas bandas do oceano.
Definitivamente, Sintra não está na moda.
Todavia, a Terra não dorme. Antes se renova, se transmuta constante-
mente. E foi preciso uma convulsão tremenda, na manhã do dia 1 de
Novembro de 1755,para os homens regressarem a Sintra e abrirem o cora-
ção <;Ios istérios encantatórios da vila mui (des)prezada.
m
E, de facto, com a reconstrução do casario, desmoronado em larga
escala durante o terramoto, a par do despoletar de novos sentimentos e
sensibilidcdes artísticas, que vai nascer outro período áureo para Sintra.
Das cinzas renasce a fénix, do caos é que surge a ordem. Nem que seja
um ordenamento desordenado.
Numa altura em que começam a ser postos de parte os sentimentos
estilizados e racionais dos clássicos, os artistas vão criar conforme o arre-
batamento de cada um, despontando assim a aurora do Romantismo. Por
ora, estas manifestações surgem ainda associadas ao Iluminismo e ao
Neoclassicismo. Mas certo é já que o tempo é de mudança.
No último quartel do séc. XVIII, a paisagem sintrense vai sofrer altera-
ções profundas, nomeadamente em redor do perímetro urbano, com a
construção de diversas quintas coroadas por luxuosos palacetes. São
exemplos as quintas de Seteais e Monserrate, muito por força do capital
estrangeiro, com o cônsul holandês em Portugal, Daniel Gildemeester, a
fabricar a primeira, e o rico comerciante huguenote, Gerald De Visme, a
erguer em Monserrate um palacete cuja gramática pronunciava já asso-
mos de exotismo e de revivalismo medieval.
Importante nesta viragem mental ocorrida nos finais de setecentos é,
sem dúvida, a influência dos estrangeiros no seio da sociedade portu-
guesa. Viajantes como William Beckford, James Murphy, Robert Southey,
Lord Byron, e tantos outros, trazem com eles novas tendências artísticas e
vão espelhá-las nas suas produções literárias.
Com o devir das Invasões Francesas, e a consequente fuga da corte
para o Brasil, Sintra vai estar intimamente ligada a este período negro da
nossa História, até por ter dado o nome, embora erradamente, à conven-
ção que pôs termo à primeira invasão, em 1808.Outros pontos de referên-
cia são o Palácio do Ramalhão, refúgio e coito de uma das principais
figuras deste cenário, a rainha D. Carlota Joaquina, e o Palácio de Que-
luz, residência real de veraneio por excelência na época, e que aparece
ligado tanto à rainha e a D. João VI, como ao general [unot, quando este
ali se instalou faustosamente, fazendo do palácio o seu quartel-general, e
transformando-o, interior e exteriormente, com o pintor Manuel da Costa
a trabalhar os frescos a mando do gaulês e os jardineiros a plantarem o
chamado Jardim dos Azereiros.
Durante a guerra civil entre liberais e absolutistas, Sintra vai viver
um período de tensão, tal como o resto do país.
Ao certo, vamos encontrar D. Miguel I em Sintra, a 7 de Abril de 1830,
quando, por ordem sua, foi aberto o lendário Túmulo dos Dois Irmãos, ao
Ramalhão: «Armo do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo, de mil
2
3. oitocentos e trinta, aos sete dias do mez de Abril do dito anno neste sitio
denominado da Cruz dos Dois Irmãos na Estrada Real que de Cintra vae
para Lisboa, limite do logar de S. Pedro, e proximo à Real Quinta do
Ramalhão aonde por ordem expressa vocal d'El-Hei Nosso Senhor Dom
Miguel Primeiro, veio o Doutor Juiz de Fóra da mesma Villa e termo, Dia-
mantino António Botto Machado, comigo escrivão de seu cargo e officiaes
da repartição de Pedreiro, Victorino José Fernandes e Luiz José Gonçalves,
para effeito de se proceder à abertura do Monumento antigo contiguo
àquela Cruz, e assim se examinar o que dentro delle existe pela falta de
escriptos antigos, ou tradição com caracteres de verdade, que mostrem a
certeza da sua fundação e destino; sendo presente o Mesmo Augusto
Senhor acompanhado dos Gentis Homens de sua Real Camara os Excel-
lentissimos Marques de Tancos, Marques de Bellas e Marques de Alvito,
Estribeiro Mor, com todas as mais pessoas de seu Estado 1..1».
Com a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, parecia até que Sin-
tra ficaria ainda mais espoliada, mais votada à ruína e ao abandono.
Mas, em 1836, a nossa D. Maria II casou com um príncipe da Baviera que
trazia sonhos na alma e uma grande sensibilidade artística no coração.
Chamou-se D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha e foi o principal agente
transformador da cenografia monumental e natural de Sintra durante o
século XIX. Dom Fernando, o rei-artista, foi ainda o responsável pelo enca-
minhamento das modas para a ambiência de Sintra, criando uma vila de
vilegiatura, um santuário romântico que se impôs ao longo de toda a cen-
túria de oitocentos.
Em Sintra, viria Dom Fernando a encontrar o terreno mágico para a
corporalização dos seus sonhos, ao adquirir perante a Junta de Crédito
Público, a 3 de Novembro de 1838, as ruínas do antigo Real Mosteiro de
Nossa Senhora da Pena, bem como toda a mata circundante, incluindo o
chamado Castelo dos Mouros. E aproveitando os claustros, a capela qui-
nhentista e mais alguns anexos, concebeu um palácio-castelo, cujo resul-
tado é a expressão viva do ideal romântico.
Chamou para trabalhar no projecto o Barão Von Eschwege, arquitecto
militar natural da Renânia e que trabalhava, entre nós, como engenheiro
de minas. Começaram as obras em 1840, numa primeira fase com a recu-
peração das partes quinhentistas e a construção da Estrada da Pena.
Quatro anos mais tarde, iniciava-se a edificação da parte moderna, o
chamado «palácio novo». Simultaneamente, D. Fernando e Eschwege, em
íntima colaboração com o engenheiro Wenceslau Cifka, cuidaram de pro-
jectar e arranjar o espaço envolvente, com a plantação das primeiras
árvores no Parque da Pena. Por esta altura, a direcção das obras do palá-
cio foi entregue ao pintor-cenógrafo italiano Demetrio Cinnatti, sob orien-
tação directa do barão e do rei.
Desta confluência artística de espíritos elevados, resultaria uma obra
de surpreendente efeito cenográfico e um dos locais mais belos do
Romantismo europeu. Parque e Palácio formam um todo, um livro onde
D. Fernando combinou o pensamento do Homem com a verdade sincrética
dos Elementos, e cuja leitura nos permite apreender não só o sentimento
peculiar da época, como ainda descer ao mais profundo dos mistérios do
mundo e voltarmos de lá com a chave que nos abre outras portas do
entendimento. Richard Strauss, quando da sua visita a Sintra, aperceber-
-se-ia desses mesmos mistérios dissimulados por um manto de beleza:
«Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, cSicílio, a Gré-
cia e o Egipto, e nunca vi nada, nada, que valha a Pena. E a coisa mais
r bela que tenho visto. Este é o verdadeiro Jardim de Klingsor - e lá no
alto, está o Castelo do Santo Graal.»
Em 1869, catorze anos depois da morte de D. Maria Il. D. Fernando vol-
tou a casar. Aconteceu o rei apaixonar-se pela cantora Elisa Frederica
Hensler, elevada à nobreza pelo príncipe Ernesto II que a agraciou com o
título de Condessa d'Edla. Foi esta segunda esposa de D. Fernando a res-
ponsável directa pela arborização e embelezamento do Parque da Pena, e
tapadas anexas, sobretudo a partir de 1870.
Amor contestado por muitos, onde não faltaram as costumadas intri-
gas de corte, refugiou-se o casal em Sintra, num dos recantos do Parque
da Pena. Para ter morada separada do Palácio, D. Fernando mandou edi-
ficar o chamado Chalet da Condessa, mimosa vivenda de um romantismo
ruralista, onde se pode sentir a intensidade da paixão vivida pelo casal.
Esta apetência por Sintra, fomentada por D. Fernando, rapidamente
se transformou em moda e, mais do que isso, em ambição de um determi-
nado estrato da sociedade: o burguês/liberallromântico, que saíra triun-
fante da guerra civil, acorre a Sintra e elege a vila como estância
3
4. predilecta de veraneio. Ter casa em Sintra era sinal de fortuna, de bom Vila: Gravura Romântica
gosto, de importância política e social. Assim vão nascendo palacetes e
chalets ao redor de um centro urbano que também ia crescendo, com o
surgimento de acolhedoras unidades hoteleiras, algumas delas eterniza-
das na literatura abundante do período romântico que dedicou belas
páginas á vila de Sintra.
Fundamental para este ressurgimento foi a modernização dos trans-
portes e rede viária que ligavam a vila à capital. No ano imediato ao fin-
dar da guerra civil (1835),era inaugurado o trajecto regular de diligência
entre Lisboa e Sintra, causa e efeito, sem dúvida, da inclusão da vila nos
percursos da moda. Registe-se o que diz o «Diário do Governo» n." 104,
f. 444,de 25 de Abril de 1835:
«A diligência para Cintra, estabelecida debaixo da protecção dos srs.
subscritores abaixo indicados, fará a sua I." jornada para Cintra 3.° feira,
5 do corrente, pelas 3 h e 1/2 de casa de madame Dejeau, rua Direita de
S. Roque n," 6, e parará em Cintra na coche ira do Romão n." 120.Nos mes-
mos sítios se venderão os bilhetes. Em uma e outra parte haverá um
quarto para as bagagens dos srs. passageiros; as quaes não deverão exce-
der o peso de 8 arretéis. A Diligência é montada sobre 8 molas e será
puchada por cavalos, com mudas em meio caminho. Continuará a correr
0 0
para Cintra nas 3.°/5.°e sábado, e voltará de Cintra nas 2. /4. /e 6.°,sendo a
hora de partida de Lisboa às três e meia da tarde, e de Cintra às seis e
meia da manhã. O preço de cada viagem é de 1:440rs. incluindo a gorgeta.
Nome dos subscritores:
Duque de Palmela/ Duque da Terceira/ Marquês de Saldanha/ Agosti-
nho José Ferreira/ José da Silva Carvalho/ Conde de Farrobo/ Visconde de
Sá da Bandeira/ Conde de Seia/ Marcellino Azevedo e Mello/ José Joaquim
Gomes de Castro/ G. Gould/ G. Walsh/ N. Roope/ O. Sampayo/ J. Duffl
Almirante Sartorius/ Coronel de Gand/ J. A. y Mendizabal/ J. M. O'Neill.»
E porque o tráfego aumentava e justificava novas estruturas, em 1841
arrancavam as obras de uma estrada considerada piloto, entre Sintra e a
capital. Nomeadamente, de 1844a 1849,procedeu-se ao plantio de árvores
nas bermas da estrada, no troço entre Belas e Sintra, para tornar as via-
gens mais amenas, mais aprazíveis.
A primeira tentativa de ligação da vila a Lisboa por caminho-de-ferro
data de 1855.Rolava com grandes dificuldades, para vencer o acidentado
4
5. percurso, a pioneira locomotiva tipo «Lcrmcmjcrt». O projecto, rudimentar
e de apenas uma linha, apresentou-se inviável, e Sintra só ficaria defini-
tivamente ligada a Lisboa por comboio a partir de 1887.
Com a chegada deste meio de transporte, a vila transforma-se num
passeio obrigatório para todo o lisboeta. E agora, já não é só a sociedade
elegante que demanda a Serra da Lua. Em As farpas, na revista de Outu-
bro de 1888,Ramalho Ortigão oferece-nos uma imagem bastante precisa
desse veraneio a Sintra, com as famosas burricadas, o colorido das espa-
nholas abraçadas aos marialvas, enfim, toda a capital a refrescar-se, de
corpo e alma, na sua estância predilecta: «Com o caminho de ferro, que
presentemente a prende à capital por um breve e commodo passeio, Cin- Vila: Gravura Romântica
tra mudou muito de aspecto. Ao domingo principalmente a multidão trc-
zida pelos comboios de recreio dá-lhe um ar popular de festa suburbana,
no Beato, nas Amoreiras ou no Campo Grande. A noite porém, com a par-
tida do último trem, a villa esvazia-se outra vez. Ao quente borborinho do
povo, ao orneio dos burros, às risadas das hispanholas, succede-se o
silêncio cavo do valle. A névoa, que lentamente desce da serra, limpa o
ambiente da poeira impregnada das exhalaçães da cerveja, do vinho de
Collares, e do peixe frito. E quando a lua desponta por cima dos casta-
nheiros, esse astro tantas vezes invocado pelo velho lyrismo da locali-
dade, não hesitaria em reconhecer na sua decantada serra, no
alcantilado relêvo da penedia, nas ameias do castello dos Mouros, na
densa espessura dos arvoredos, no murmurio da água por entre os mus-
gos, no cheiro das giestas humidas de orvalho, o eden de Childe Horold.»
Para além das mudanças sociais operadas pela chegada do comboio,
também no aspecto físico Sintra iria mudar. Outra vila estava para nas-
cer, a Estefânia, que não passou, afinal, de um prolongamento, de um
espreguiçar da povoação já existente. E quem iria adquirir uma das pri-
meiras nove casas que constituíam, inicialmente, essa vila, foi Francisco
Gomes de Amorim, discípulo e biógrafo de Garrett. É ele quem nos conta
como comprou essa vivenda. Fá-lo em Muita Parra Pouca Uva: «As casas
da villa Estephania olham todas para a villa e serra de Cintra. Dir-se-hirr
que contemplam a sua visinha com ar de provocante ironia. Cintra não
deve deixar-se adormecer, embalada pelo orgulho da opulencia. Ella
representa o passado: a villa Estephania é o futuro. Que a mãe se não
torne madrasta, se não quizer expôr-se a qualquer dia a filha, já emanci-
pada e rica de todas as forças da mocidade, a renegue por sua vez. 1...1
Fechei os olhos e comprei a casa.
Dias depois voltámos a Cintra. Eu ia justar as obras; e pareceu-me
que toda a gente me olhava já como proprietario do sitio. Até a minha
sombra se me afigurava maior! Ser proprietario dá outro ar á gente: não
se fica tão pequeno e encolhido como quando se é simplesmente ...
inquí lino.»
A Estefânia iria crescer ao longo do nosso século, e transformar-se no
centro de comércio de Sintra.
Entre a chamada Vila Velha e a parte nova que então dava os pri-
meiros passos, foram-se edificcmdo algumas casas particulares e outras
destinadas a serviços públicos. E o caso de dois edifícios, ambos da
autoria do arquitecto Adães Bermudes: a Cadeia Comarcã (1906) e os
Paços do Concelho 0906-1909). Numa tradição romântica que se impôs
ao longo de todo o século XIX, Sintra continuava apegada a actos de
revivalismo, nomeadamente ao neomanuelino e ao neogótico. E estas
duas obras não fugiram à regra: «Os Paços do Concelho foram riscados
e dirigidos por Adães Bermudes, arquitecto revivalista de múltiplas
potencialidades, que concebeu entre a Vila Velha e a Estefânia um edi-
fício de grande dignidade cenográfica, que se acerta com os desníveis
do terreno, tirando partido do enquadramento natural e da ambiência
cenográfica da paisagem.» (Vítor Serrão, Sintra, Col. Cidades e Vilas de
Portugal, Lisboa, 1989,p. 77.)
Este gosto pela revitalização dos estilos medievais e quinhentistas
implantados no espaço de Sintra, iria perdurar, pelo menos, ao longo do
primeiro quartel do século xx, numa apetência cada vez mais exagerada
e que nem a implantação da República conseguiria travar.
5
6. 2. EM OS MAlAS, UM ROTEIRO QUEIROZIANO DE SINTRA
Seguindo as peripécias das personagens desta obra-prima do sé-
culo XIX, torna-se acessível a reconstituição de um roteiro inteiramente
queiroziano, de significativo interesse histórico-culturaL e que possibilita
ao visitante actual um contacto vivo com o espaço labiríntico da chamada
Vila Velha, palco de acção capaz de mobilizar o interesse criativo e for-
mativo, onde se conjugam a história e a ficção narrativa do século pas-
sado.
Romance publicado em dois volumes pela Livraria de Ernesto Char-
dron, em 1888, Os Maias - Episódios da Vida Romântica tiveram uma
longa gestação. Em 1882,dizia Eça a Ramalho Ortigão, em carta de 3 de
Junho: «Eu não estou contente com o romance: é vago, difuso, fora dos
gonzos da realidade, seco, e estando para a bela obra de arte como o
gesso está para o mármore. Não importa. Tem aqui e além uma página
viva - e é uma espécie de exercício, de prática, para eu depois fazer
rrielhor.» Complicações e atrasos na impressão da obra e a habitual ânsia
de perfeição do escritor, fazem com que Os Maias apenas sejam publica-
dos seis anos mais tarde.
Depois de editada a obra, Eça recomenda a Oliveira Martins a leitura
dos melhores episódios, em carta de 12-6-1888:«Os Maias saíram uma
coisa extensa e sobrecarregada em dois grossos volumes! Mas há episó-
dios bastante toleráveis. Folheia-os, porque os dois tomos são volumosos
de mais para ler. Recomendo-te as cem primeiras páginas; certa ida a
Sintra; as corridas; o desafio; a cena do jornal A Tarde; e, sobretudo, o
sarau literário. Basta ler isso, e já não é pouco. Indico-te, Eara não anda-
res a procurar através daquele imenso maço de prosa.» E exactamente
sobre esta «certa ida a Sintra» que nos debruçaremos com maior atenção.
Seguindo o entrecho do romance, encontramos, logo na parte introdu-
tória, os pais daqueles que virão a ser as figuras centrais da obra (Carlos
da Maia e Maria Educrdo), utilizando Sintra para consolidarem uma liga-
ção que será tempestuosa: «No Verão, Pedro partiu para Sintra; Afonso
soube que os Monfortes tinham lá alugado uma casa.» Pedro da Maia,
homem de uma fragilidade romântica, põe termo à vida suicidando-se,
enquanto Maria Monforte fugia com um napolitano, levando a filha con-
sigo, Maria Eduarda, e deixando o filho Carlos entregue aos cuidados do
avô, Afonso da Maia. Depois de viver em Paris durante longos anos,
Maria Eduarda regressa a Lisboa acompanhada por um brasileiro, Castro
Gomes. Um dia, ao entrar no Hotel CentraL Carlos encontra-se face a face
com a figura deslumbrante de Maria Eduarda. Fascinou-o aquela mulher
«com passo de deusa, maravilhosamente bem feita, deixando atrás de si,
como uma claridade, um reflexo de cabelos de ouro, e um aroma no ar».
Será Dâmaso Salcede, tipificação caricata do conquistador lisboeta,
que irá apresentar Carlos a Maria Eduarda. Começará aí a paixão de
Carlos e os ciúmes de Dâmaso que pretende ter aquela mulher como
amante. Durante um serão no Ramalhete, morada da família Maia, Car-
los toma conhecimento .do partida de Dâmaso para Sintra, juntamente
com os Castro Gomes. E Taveira quem o informa: «- Iam pelo Chiado
abaixo; anteontem, às duas horas ... Estou convencido que iam para Sin-
tra. Levavam uma maleta no landau, e atrás ia uma criada num cupé com
uma mala maior. .. Aquilo cheirava a ida a Sintra.» Todo o serão, Carlos
foi magicando naquela partida inesperada para Sintra, ia perguntando
«se o hotel Lawrence, em Sintra, estava aberto todo o ano»; até que,
repentinamente, tomou uma decisão. Iria atrás dela. Correria a Sintra.
E para não ir só, convidou o seu amigo Cruges, o maestro: «- Dize cá,
Cruges, queres vir amanhã a Sintrc?», e porque o maestro demorou a res-
ponder, Carlos antecipou-se: «- Está claro que queres, não te faz senão
bem vir a Sintra ...». Fica ali, durante o serão, combinada a partida para
Sintra, às oito da manhã do dia seguinte.
6
7. Sobretudo a partir do termo da guerra civil. em 1834,Sintra conheceu
uma das épocas áureas da sua história. A sociedade romântica da cha-
mada Regeneração transformou a região num espaço bem determinado
de lazer: «Sintro era então um ninho de amores, e sob as suas românticas
ramagens as fidalgas abandonavam-se aos abraços dos poetas.» Vindos
de Lisboa pela antiga estrada de Belas, viajando sobretudo de sege, cale-
che, tipóia, diligência ou ónibus, os visitantes podiam experimentar, a
partir de 1841,uma estrada considerada piloto, que serviu de modelo a
outras vias que foram construídas posteriormente no país. Para tornar as
viagens mais amenas, mais aprazíveis, as margens da estrada sofreram
obras de arborização lateral entre Belas e Sintra, de 1844a 1849.
Carlos e Cruges não utilizaram qualquer destes meios de transporte.
Vieram de breque, carruagem mais íntima, de cariz aristocrático, mais
coadonante com a posição de Carlos da Maia no seio da sociedade, e,
sobretudo, mais leve, por isso mais rápida. Pontualmente às oito da
manhã, «Curlos parava o breque na Rua das Flores, diante do conhecido
portão da casa do Cruges. Mas o trintanário, que ele mandara acima
bater à campainha do terceiro andar, desceu com a estranha nova de que
o Sr. Cruges já não morava ali». Filho de uma viúva rica que possuía
várias casas pela Baixa lisboeta, o maestro mudava de habitação com
frequência. Este imprevisto irritou particularmente Carlos. Com pressa de
chegar a Sintra, porque só queria estar onde ela estava, desesperou com
a falta de cuidado de Cruges em não o ter avisado, na véspera, que
mudara para a Rua de S. Francisco (actual Rua Ivens).
Foi encontrar o maestro atrasado como sempre, «a correr, quase aos
trambolhões, com um cachez-nez de seda na mão, o guarda-chuva
debaixo do braço, abotoando atarantadamente o paletó». Antes de parti-
rem, ainda uma voz feminina gritou de cima: «- Olha não te esqueçam
as queijadas!»
Pelo caminho, Cruges quis saber o porquê desta viagem inesperada.
Carlos acaba por lhe confessar, de modo subtil, as suas razões e, despreo-
cupando-o: «- Deixa-te levar, que não te hás-de arrepender». Cruges não
se arrependia, Sempre gostara muito de Sintra, embora não se lembrasse
muito bem da vila, pois já não ia a Sintra desde os nove anos e apenas
lhe ficara «uma vaga ideia de grandes rochas e de nascentes de águas
vivas».
Surpreendido com a ignorância de Cruges sobre Sintra, Carlos traça
logo um itinerário, de sabor só aparentemente turístico: «O quêl, o maes-
tro não conhecia Sintra? ... Então era necessário ficarem lá, fazer as pere-
grinações clássicas, subir à Pena, ir beber água à Fonte dos Amores,
barquejar na Várzea ...», e perante este apetecível passeio. Cruges des-
venda o seu mais vivo desejo: «- A mim o que me está a apetecer muito é
Seteais; e a manteiga frescc.»
Ao longo do percurso pela estrada de Sintra, os viajantes apenas
pararam uma vez. Foi na Porcalhota (hoje a cidade da Amadora), onde
Cruges, esfomeado por causa dos ares do campo, se avia com «uma bela
pratada de ovos com chouriço», enquanto Carlos apenas bebe um café.
Pelo caminho, o maestro «pesado dos ovos com chouriço, olhava vaga
e melancolicamente, as ancas lustrosas dos cavalos», Carlos pensava no
motivo que o trazia a Sintra, e «realmente não sabia bem porque vinha;
mas havia duas semanas que ele não avistava certa figura que tinha um
passo de deusa pisando a Terra, e que não encontrava o negro profundo
de dois olhos que se tinham fixado nos seus: agora supunha que ela
estava em Sintra, corria a Sintra», e imaginando um encontro poético, de
sabor dito romântico, via a possibilidade de «daí a pouco, na velha
Lawrence, ele a cruzasse de repente no corredor, roçasse talvez o seu ves-
tido, ouvisse talvez a sua voz».
Ao longo deste episódio passado em Sintra, muitas são as persona-
gens que vamos encontrar pela Vila, todas elas em busca do amor: uns
em verdadeiros jogos amorosos, outros devaneando em paixões platóni-
cas. Eça de Queiroz apenas nos oferece uma personagem pura em todo o
capítulo oitavo: o maestro Cruges, que vem a Sintra com a intenção pri-
mária de conhecer Sintra. Será, portanto, sempre através do olhar atento,
quase fotográfico, do maestro, que Eça nos dará as descrições das paisa-
gens, dos monumentos, das ambiências de Sintra.
Entrando em Sintra pelo mesmo local que ainda hoje se entra, para
quem vem de Lisboa: o Ramalhão; chegam as primeiras descrições da
paisagem natural e social da região: «E, a passo, o breque foi penetrando
sob as árvores do Ramalhão. Com a paz das grandes sombras, envolvia-
-os pouco a pouco uma lenta sussurração de ramagens e como o difuso e
7
8. vago murmúrio de águas correntes. Os muros estavam cobertos de heras
e de musgos: através da folhagem, faiscavam longas flechas de sol. Um
ar subtil e aveludado circulava, rescendendo às verduras novas; aqui e
além, nos ramos mais sombrios, pássaros chilreavam de leve; e naquele
simples bocado de estrada, todo salpicado de manchas de sol. sentia-se
já, sem se ver, a religiosa solenidade dos espessos arvoredos, a frescura
distante das nascentes vivas, a tristeza que cai das penedias e o repouso
fidalgo das quintas de Verão ...»
Cruges, absorvido por toda aquela beleza, pergunta na sua ignorân-
cia de Sintra: «- A Lawrence onde é? Na serrc?», mas Carlos desilude-o:
«- Nós não vamos para o Lawrence (...) Vamos para o Nunes, estamos lá
muito melhor!» O velho e pioneiro Hotel Lawrence albergava, sobretudo a
aristocracia e alta burguesia lisboeta, os funcionários de Estado e casais
em lua-de-mel. Poder-se-á perguntar então por que é que Carlos, sendo
um fino aristocrata e frequentador do Lcwrence nas suas vindas a Sintra,
prefere, desta vez, instalar-se no Nunes. E que, de repente, lhe viera «uma
timidez, a que se misturava um laivo de orgulho, o receio melindrado de
ser indiscreto, seguindo-a assim a Sintra, ainda que ela o não reconhe-
cesse, indo instalar-se sob as mesmas telhas, apoderando-se de um lugar
à mesma mesa ... E ao mesmo tempo repugnou-lhe a ideia de lhe ser apre-
sentado pelo Dâmaso: via-o já bochechudo e vestido de campo, a esboçar
um gesto de cerimónia, a mostrar o "seu amigo Maia", a tratá-lo por tu,
afectando intimidades com ela, cocando-a com um olhar terno ... Isto seria
intolerável.»
Cruges, descendo pela estrada de São Pedro à Vila, suspenso na ver-
dejante paisagem que lhe causava «uma impressão religiosa», avista por
entre uma clareira o Paço Real: «(...) este maciço e silencioso palácio, sem
florões e sem torres, patriarcalmente assentado entre o casaria da vila,
com as suas belas janelas manuelinas que lhe fazem um nobre sem-
blante real. o vale aos pés, frondoso e fresco, e no alto as duas chaminés
colossais, disformes, resumindo tudo, como se essa residência fosse toda
ela uma cozinha talhada às proporções de uma gula de rei que cada dia
come todo "umreino ...»
Recentemente demolido o magnífico imóvel onde, em meados do
século XIX, funcionara a hospedaria Bragança, o Hotel Nunes não seria
propriamente, na década de 70, a mais recatada das unidades hoteleiras
de Sintra. Situado num lugar recôndito da Vila, cujo acesso se fazia pela
estreita Rua de Meca, entalada por um casaria demolido durante a Pri-
meira República, em 1911,e pertencente ao palácio, o Hotel Nunes está
ligado às facetas mais deletérias das personagens de Os Maias. E mesmo
o criado do hotel quem confirma a má imagem deixada por indivíduos
como Salcede: «só com raparigas e em pândega é que o sr. Dâmaso vinha
para o Nunes».
Desta vez, em lugar de Dâmaso, aí se encontram instalados alarve-
mente e sem escrúpulos, Eusebiozinho, o viúvo, franzino e acanhado que
se intimidava desde pequeno perante a figura de Carlos da Maia; com
«outro sujeito, gordo, baixo, sem pescoço», o Palma Cavalão, jornalista
medíocre de pasquim, acompanhados por duas prostitutas espanholas.
Ali se desvenda, naquele episódico encontro, que Cruges e Carlos da
Maia eram também, afinal. velhos convivas das seiíoritas.
Na ânsia de saber se Maria Eduarda estava em Sintra, Carlos preci-
sava de ir ao Lawrence. Numa época pouco frequentada, as ruas apresen-
tavam-se calmas: «Na praça, por defronte das lojas vazias e silenciosas,
cães vadios dormiam ao sol: através das grades da cadeia, os presos
pediam esmola. Crianças, enxovalhadas e em farrapos, garotavam pelos
cantos; e as melhores casas tinham ainda as janelas fechadas, continu-
ando o seu sono de Inverno, entre as árvores já verdes.» A Praça era então
o local de mercado da Vila, onde as vendedeiras apregoavam os seus pro-
dutos em volta do Repuxo (hoje colocado no Jardim da Preta do Palácio de
Sintra). Formava o largo mais amplo do centro urbano, com a Alpendrada
(demolida em 1893)de um lado, a Torre do Relógio e a Cadeia (hoje o edi-
fício dos Correios) do outro.
Seguindo a estrada de Sintra a Colares, mais adiante os dois protago-
nistas do passeio deparam com o afamado Hotel Lawrence, na sua cons-
trução setecentista, de estrutura modesta e «fcchcrdc banal», mas que,
todavia, encantava de imediato o observador: «- Tem o ar mais simpá-
tico - disse o maestro.» O Hotel Lawrence, a mais antiga unidade hote-
leira da Península Ibérica, e uma das primeiras do seu género em toda a
Europa, era pertença de uma família inglesa e encontrava-se em activi-
dade desde cerca de 1780.Hoje seriamente arruinado, o hotel agradava,
8
9. sobretudo, pelo ambiente calmo que a delicada vista do vale, nas trasei-
ras, proporcionava, a sua cozinha requintada, adereços cuidados e mobi-
liário fino.
Carlos, que esperava reconhecer a presença dela em Sintra, fixa os
olhos numa janela aberta onde estava «um par de botinas de dura que
secando ao sol». Iam seguir caminho para Seteais, mas Carlos, ao escutar
um som de flauta, ainda se reteve um pouco, «quase certo de Dâmaso lhe
ter dito que a bordo Castro Gomes tocava flauta». Cruges, que se sentara
adiante, «num bocado de muro baixo, defronte de um alto terraço gra-
deado», prodigalizava as maravilhas da natureza, parecendo disposto a
permanecer ali em vez de ir visitar «as outras belezas de Sintra». Melan-
cólico e romântico, o maestro tinha as suas preferências: «- Sintra não
são pedras velhas, nem coisas góticas ... Sintra é isto, um pouco de água,
um bocado de musgo ... Isto é um paraíso!...» e sentindo-se enlevado, pos-
sesso pelo espaço edílico, concluía: «- Que pena que isto não pertença a
um artista!»
Ir do Lawrence a Seteais era uma peregrinação obrigatória, espécie
de Passeio Público de Sintra. Cruges e Carlos deixam de admirar a paisa-
gem, despertos pelo rodar de uma carruagem com ingleses lá dentro.
Rolando pela estrada, entãp de terra batida, as carruagens levantavam
muito pó em dias de calor. E por detrás dessa nuvem de pó, envolto numa
névoa em dissipação, que Eça nos faz surgir a figura carismática do
defensor da Ideia Velha, o romântico poeta Tomás de Alencar. O velho
bardo, que havia sido íntimo amigo de Pedro da Maia e Maria Monforte,
abraça efusivamente Carlos e beija o maestro, «porque conhecia Cruges
desde pequeno, Cruges era para ele como um filho».
Tomás de Alencar, homem alto, todo vestido de negro e com um
panamá na cabeça, de «grandes bigodes românticos», predispõe-se logo
a regressar com os «rapazes» a Seteais, ele que já vinha de lá. Mas não se
importava, até fazia questão, porque: «aquilo é sítio muito meu, filhos!
Não há ali árvore que me não conheça ...». Afirmamos no início deste
roteiro que todas as personagens que viajavam para Sintra ou que aí se
encontrcvcm.ivinhcrm para flirtar, para namoriscar, em busca de amores
quase sempre proibidos, exceptuando o maestro Cruges. Então e Alen-
car? Talvez já não tenha idade para grandes pândegas, para namoros fur-
tuitos, mas vem a Sintra para recordar os amores que por aqui teve.
Sintra, para ele, era um «ninho de recordações. Ninho? Devia antes dizer
cemitério ...»
A situação geográfica de Sintra em relação a Lisboa, cuja distância
era curta e longa, estando simultaneamente perto e longe da capital; a
sua beleza paradisíaca, quer natural. quer monumental. faziam da vila
um local predilecto para encontros amorosos fora das vistas da socie-
dade, verdadeiros jogos de damas disputados entre os hóteis, as ruelas
labirínticas do centro urbano e as quintas fidalgas ao redor de Sintra.
Antes de prosseguirem o passeio, Alencar faz o prenúncio das vivên-
cias que irá recordar, marcadamente, em Seteais:
«Quantos luares eu lá vi?
Que doces manhãs d'Abril?
E os ais que soltei ali
Não foram sete mas mil!"
Pelas sombras do arvoredo que acompanha a estrada, num dia morno
de Primavera, eis que surge finalmente Seteais. Mas Cruges ficou desilu-
dido perante o abandono da fidalga residência: «Toda aquela vivenda,
com a sua grade enferrujada sobre a estrada, os seus florões de pedra roí-
dos pela chuva, o pesado brazão rococó, as janelas cheias de teias de ara-
nha, as telhas todas quebradas, parecia estar-se deixando morrer
voluntariamente naquela verde solidão - amuada com a vida, desde que
dali tinham desaparecido as últimas graças do tricorne e do espadim e os
derradeiros vestidos de anquinhas tinham roçado essas relvas ...»
Importa aqui falarmos um pouco da história de Seteais. Adquirido no
último quartel do séc. XVIII por Daniel Gildemeester, cônsul holandês em
Portugal, a quinta passaria para a posse do 5.° Marquês de Marialva,
D. Diogo José Vito de Menezes Noronha Coutinho, gentil-homem do reino
e estribeiro-mor de Sua Majestade a Rainha D. Maria r. nos finais de sete-
centos. Uma vez na posse da propriedade, D. Diogo fez obras de vulto,
ficando a vivenda com a actual traça, composta por dois núcleos idênti-
cos ligados por um arco que contém, no cimo, um medalhão onde se vêem
as efígies de D. João VI (à época ainda príncipe regente) e sua esposa
9
12. D. Carlota Joaquina; ostentando por baixo uma inscrição, datada de 1802,
dedicada ao futuro rei. De traça neoclássica, o edifício e a quinta vive-
ram os seus momentos áureos nos finais de setecentos e princípios de
oitocentos, no tempo em que eram moda os tais «vestidos de anquinhas»
como nos diz Eça de Queiroz. Mas Seteais não é só históric. O local tam-
bém comporta uma grande carga lendária. Sobre a origem do topónimo,
cuja composição sugere a ligação entre duas palavras, Sete + ais, criou o
povo as mais variadas lendas. Contudo, a origem do topónimo tem uma
explicação bem real, dada pelo falecido escritor sintrense Francisco
Costa. Diz este homem das letras que, antes de ali ter existido a vivenda,
se cultivava naqueles campos o centeio. Daí, Campo de Centeais, que, por
corruptela, fez surgir Seteais, o que é bastante perceptível.
As razões do abandono de Seteais nos finais do século passado são
múltiplas. Mas afigura-se-nos que a mentalidade romântica terá contri-
buído, sobremaneira, para esse abandono. Ao cortarem radicalmente com
as ideias iluministas, também as construções desse período sofreram, de
algum modo, com esse corte. Perguntaremos, então, o que traz com tão
elevado ânimo o poeta Alencar, romântico convicto, a Seteais? Exacta-
mente a sua grande carga lendária e, sobretudo, o Penedo da Saudade.
Atravessando o terreiro, Cruges, Carlos da Maia e Alencar passaram
o arco, e ao cimo da rampa, nas traseiras dos dois pavilhões, foram con-
templar a paisagem do varandim sobranceiro ao jardim de simetrias rígi-
das, labirínticas, ao sabor classicista: «Cruqes, no entanto, encostado ao
parapeito, olhava a grande planície de lavoura que se estendia em baixo,
rica e bem trabalhada, repartida em quadros verde-claros e verde-escu-
ros, que lhe faziam lembrar um pano feito de remendos.» Já se prepara-
vam para abandonar Seteais quando «Cruges quis explorar o outro
terraço ao lado». Inevitavelmente o maestro entestou com o Penedo da
Saudade. Embora não conhecesse Sintra, Cruges identificou, automatica-
mente, o célebre rochedo: «Foram-no encontrar triunfante, diante de um
montão de penedos, polidos pelo uso, já com um vago feitio de assentos
deixados ali outrora, poeticamente, para dar ao terraço uma graça
agreste de selva brava.» E virando-se para o poeta: «- Se eu me lem-
brava perfeitamente! Penedo da Saudade, não é que se chama, Alencar?»
Mas o bardo não conseguiu responder. Envolto em recordações, a emoção
embargava-lhe a voz. Só momentos depois «a sua voz ergueu-se, saudosa
e dolente», para recordar em verso certos amores que ali vivera:
«Vieste! Cingi-te ao peito.
Em redor que noite escura!
Não tinha rendas o leito,
Não tinha lavares na barra
Que era só a rocha dura ...
Muito ao longe uma guitarra
Gemia vagos harpejos ...
(Vê tu que não me esqueceu) ...
E a rocha dura aqueceu
Ao calor dos nossos beijos!»
Perfeitamente enquadrado no espírito romântico, Cruges «ficou a
olhar para os penedos como para um sítio histórico».
Descendo a rampa, e olhando através do arco, os viajantes experi-
mentaram uma visão cujo pitoresco não escapou a Cruges: «O maestro
embasbacou. No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de
pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma com-
posição quase fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavala- l
ria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo
salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas
árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha
1
de folhagem reluzente; e, emergindo abruptamente dessa capada linha
de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando
vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo do céu azul-claro, o cume
airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena,
romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre
esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se fossem fei-
tas de ouro ...»
Sem dúvida uma das melhores descrições da literatura portuguesa,
Eça oferece-nos, de um modo impressivo, o retrato preciso desta «tolo
sublime».
De regresso à Vila, Carlos fica, finalmente, a saber que Maria Eduarda
12
13. partira na véspera para Mafra. Então, sabendo-a longe, «Sintro, de repente,
pareceu-lhe intoleravelmente deserta e triste». Cruges apenas teve tempo
para uma visita rápida ao «vasto casarão histórico», o Paço Real. sob «a
voz monótona do cicerone mostrando a cama de S. M. EI-Rei, as cortinas
do quarto de S. M. a Rainha, melhores que as de Mafra, o tira-botas de
S. A.; e trazia de lá uma pouca dessa melancolia que erra, como uma
atmosfera própria, nas residências reais».
Reuniram-se novamente no Lawrence, e Alencar, que se apercebera
ser necessário animar os «rapazes», propôs: «- E, para ser festa completa
- exclamou ele, limpando os bigodes do conhaque - enquanto vocês
vão ao Nunes pagar a conta e dar ordens para o breque, eu vou-me enten-
der lá abaixo à cozinha com a velha Lawrence e preparar-vos um baca-
lhau à Alencar, récipe meu ... E vocês verão o que é um bacalhau! Porque,
lá isso, rapazes, versos os farão outros melhores; bacalhau ndo!»
Bulhão Pato, um dos pontífices do Romantismo, viria a reconhecer-se
na figura de Tomás de Alencar, exactamente por também ele ser poeta e
cozinheiro ao mesmo tempo. Sentindo-se caricaturado, Bulhão Pato ataca,
em 1889, Eça de Queiroz, escrevendo duas sátiras violentas: O Grande
Maia e Lázaro Cônsul. Eça responde com alguns artigos esfusiantes de
humorismo, e que se encontram compilados nas Notas Contemporâneas.
Depois do jantar, a partida. Em tempo de despedida, Eça deixa-nos
algumas imagens nocturnas: «Algum tempo o breque rodou em silêncio,
na beleza da noite. A espaços, a estrada aparecia banhada de uma clari-
dade quente que faiscava. Fachadas de casas, caladas e pálidas, sur-
giam, de entre as árvores, com um ar de melancolia romântica.
Murmúrios de águas perdiam-se na sombra; e, junto dos muros enrama-
dos, o ar estava cheio de aroma».
Rolando pela estrada, meio adormecidos pelos balanços do breque, e
quando Alencar vai para recitar uns versos, Cruges solta um grito na
escuridão: «Com mil rcrios!»: inevitavelmente esquecera-se das queijadas.
Para além do itinerário descrito no capítulo oitavo, e que forma o
corpo central deste Roteiro Queiroziano, as referências a Sintra multipli-
cam-se ao longo de todo o romance, sempre de uma forma persuasiva em
que o espaço se torna cúmplice do sujeito, caracterizando-o, movimen-
tando-o na acção em função do cenário. De salientar as deslocações à
Vila de João da Ega, essa personagem magistral tida em muitos aspectos
como o retrato do próprio Eça: «Fidalgote rico, figura esgrouviada e seca,
os pêlos do bigode arrepiados sobre o nariz adunco, um quadrado de
vidro entalado no olho direito - tinha realmente alguma coisa de rebelde
e de satânico.» Amante de Raquel Cohen, mulher do director do Banco
Nacional. vê Dômc so Salcede disputar-lhe a conquista e, roído pelo
ciúme, corre a Sintra e instala-se no Hotel Vítor.
Propriedade de Vítor Sassetti. o Hotel Vítor é o terceiro dos hóteis de
Sintra citados na obra. Situado já na encosta da serra, empoleirado sobre
o casaria da Vila, juntamente com o Hotel Lawrence e o Hotel Nunes
fechava em triângulo todo o centro urbano, numa teia dominadora em
cujas malhas se tecem os mais variados episódios amorosos.
Em carta a Carlos da Maia, João da Ega desculpa esta sua correria
atrás daquela «Icrmbisqóic de Israel. melada e molenga, sovada a ben-
gala», alegando «uma saudade infinita da natureza e do verde», e prome-
tendo que apenas se demoraria «o tempo de cavaquear um bocado com o
Absoluto, no alto dos Capuchos, e ver o que estão fazendo os miosótis
junto à meiga Fonte dos Amores ...».
Mais tarde, Carlos recebe notícias de Ega, que se instalara no Vítor e
desesperava na presença de Dâmaso e Raquel: «O Dâmaso aparecia em
toda a parte com a Cohen; o Dâmaso tornara-se grotesco em Sintra, numa
corrida de burros; o Dâmaso arvorara capacete e véu em Seteais; o
Dâmaso era uma besta imunda», e acentuando a sua ira, despeitado por
se ver rejeitado pela sua amada, remata furioso: «o Dâmaso, no pátio do
Vítor, de perna traçada, dizia familiarmente 'a Raquel'; era um dever de
moralidade pública dar bengaladas no Dâmaso!...».
O Hotel Vítor era uma das hospedarias predilectas na época de vera-
neio. Espécie de casino particular, jogava-se no Vítor. Era também local
de partida das famosas burricadas, as corridas de burros que alegravam
a sociedade lisboeta. Através das interjeições irónicas, satirizantes, de
João da Ega, Eça oferece-nos quadros exactos da ambiência de Sintra em
tempo de Verão. Atente-se neste diálogo em que Carlos da Maia interroga
Eusebiozinho sobre Sintra e, nomeadamente, o Ega:
«- E tu - perguntou então Carlos, voltando-se para Eusebiozinho.-
Tens estado em Sintra, hem? Que se faz lá? .. O Ega?
13
15. -- PERCURSO OUEIROSlANO
DE MENINOS
~
I
;
CASCAIS-ESTORIL
.'
""'-
Vila de 5inlla I
I) ~e 100 100 lO ••
I SOl
~ SãàaadE!A S
15
16. o outro ergueu-se guardando o canivete, ajeitando as lunetas.
- Lá está no Vítor, muito engraçado, comprou um burro ... Lá está o
Dâmaso também ... Mas esse pouco se vê, não larga os Cohen ... Enfim,
tem-se passado menos mel. com bastante calor ...
- Tu estavas outra vez com a mesma prostituta, a LaIa?
Eusebiozinho fez-se escarlate. Credo! Estava no Vítor, muito sériol»
Depois deste trajecto pelos pontos capitais da obra referentes a Sin-
tra, fica-nos a imagem nítida, possível de ser visualizada, da Vila nos
finais do século passado. Através de uma grande perspicácia de olhar, de
um profundo sentido de análise, Eça de Queiroz em Os Maias atribuiu a
Sintra um papel preponderante quer no desenrolar da acção, quer na pró-
pria caracterização das personagens, cuja movimentação se faz em per-
feita dialéctica entre o sujeito e o espaço de Sintra. Para sempre ficarão
fixados locais de Sintra de uma forma impressiva, capaz de transmitir às
gerações aspectos sociais, culturais e monumentais, alguns deles já
desaparecidos - como o malogrado Hotel Nunes, hoje substituído por
outro edifício de traça moderna que alberga o Hotel Tivoli -, outros
ainda acessíveis, que nos possibilitam a reconstituição do percurso enun-
ciado em Os Maias.
16
17. 3. ROMÂNTICAS RAMAGENS
Castelo visto da Vila
Sintra pode, ainda hoje, oferecer ao visitante o que de mais belo e sig-
nificativo o movimento romântico criou. Por si só, a geografia sintrense é
naturalmente romântica, com a sua serra nascida abruptamente do meio
da planície e que a faz parecer mais alta do que, efectivamente, é; as flo-
restas densas dissimuladas em neblinas perpétuas; as águas correntes e
nascentes que tanto evocam o derrame de lágrimas como o passar irre-
versível do tempo; o mar agreste e selvático ao fundo; as populações
rurais exibindo os seus usos e costumes; enfim, os seus vestígios do pas-
sado que vêm desde os primórdios do homem, fazem de Sintra um local
propício à corporalização dos sentimentos românticos. Foi este cenário
que levou os homens, ao longo do século XIX, a burilarem esse roman-
tismo natural, ora cantando as belezas da terra, ora salpicando a serra
com mágicos palacetes e chalets. E nessa demanda colectiva de fazer de
Sintra um santuário romântico, bom é que se levante a figura de D. Fer-
nando II como pioneiro e principal impulsionador, cujo papel preponde-
rante não só modificou elegantemente o espaço sintrense, como o tornou
num dos locais mais belos do mundo.
«Ob! Cintra! oh saudosissimo retiro,
Onde se esquecem magoas, onde folga
De se olvidar no seio á natureza
Pensamentos que embala adormecido
O sussurro das folhas, c'o murmurio
Das despenhadas lymphas misturado!
Quem, descansado á fresca sombra tua,
Sonhou senão venturas? Quem, sentado
No musgo de tuas rocas escarpadas,
Espairecendo os olhos satisfeitos
Por céus, por mares, por montanhas, prados,
Por quanto ha hi mais bello no universo,
Não sentiu arroubar-se-lhe a existência,
Poisar-lhe o coração suavemente
Sobre esquecidas penas, amarguras,
Ansias, lavor da vida? - Oh grutas frias,
Oh gemedoras fontes, oh suspiros
De namoradas selvas, brandas veigas,
Verdes outeiros, gigantescas serras!
Não vos verei eu mais, delicias d'aliua?»
in Camões, Almeida Garretl
17
18. 3.1. Palácio de Seteais
Seteais: Gravura Romântica
Ouviu O visitante falar de Seteais e ficou curioso. O topónimo sugere-
-lhe ecos e lendas antigas de belas princesas mouras. Vai lá e não deu
por perdido o seu tempo. No meio da romântica floresta tingida por
românticos palácios. emergem surpreendentemente as linhas neoclássi-
cas do Palácio de Seteais. empoleirado sobre o vale do Rio das Maçãs.
onde a vista se estende e se deleita no retalho dos campos cultivados. o
branco das casas saloias ao longe. e a linha azulada do mar ao fundo.
Hoje uma requintada unidade hoteleira. Seteais foi edificado no último
quartel do século XVIII. pelo cônsul holandês Daniel Gildemeester. que o
0
vendeu. nos finais da mesma centúria. ao 5. marquês de Marialva.
D. Diogo Vito.
Este destacado nobre português acrescentou. à primitiva construção.
um segundo núcleo. ligando-os por um arco encimado pelo brasão real e
um medalhão que contém as efígies de D. João e de D. Carlota Joaquina.
erguido em 1802.
No seu interior. de notar as pinturas atribuídas a Pillement, o mobiliá-
rio único e uma decoração capaz de fazer o visitante revi ver o espírito da
época.
3.2. Palácio Nacional da Pena
Os ecos de uma lenda antiga contam-nos que. cmdcmdo D. Manuel I a
caçar pelo alto da serra e preocupado com novas da Indin, avistou. de um
dos picos onde existia uma ermida dedicada a N." Sr.° da Penha. a nau de
Nicolau Coelho a entrar a barra do Tejo. E pela graça concedida. mandou
erguer. em 1503.o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Pena. confiado à
Ordem de São [erónimo.
Depois. muito depois. houve um príncipe da Baviera que teve um
sonho. Chamava-se D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha e casou. em
1836.com a nossa rainha D. Maria 11.Homem detentor de uma sensibili-
dade invulgar e apurado gosto. adquiriu. a expensas próprias. as ruínas
do antigo cenóbio e toda a mata circundante. incluindo o Castelo dos
Mouros. Mandou plantar o fabuloso Parque da Pena. verdadeiro museu
botânico que contém espécies das mais variadas partes do mundo. e idea-
liza. juntamente com o Barão de Eschewege. um palácio mítico-mágico
que concilia valores de várias épocas e civilizações. transformando.
enfim. aquele local no baluarte arquitectónico do movimento romântico
em Portugal.
18
19. Pena: Gravura Romântica
o visitante que penetrar neste palácio terá a nítida visão da ambiên-
cia romântica dos seus interiores, com as salas ricamente decoradas, por
de mais preenchidas, notando o horror ao espaço vazio. Terá ainda a pos-
sibilidade de admirar uma das obras mais belas da nossa Renascença, o
retábulo quinhentista 0529-1532), em alabastro, que concebeu mestre
Nicolau Chanterene. No exterior, o visitante sentirá o contacto com o céu,
Ó mar e a serra, numa amplidão de horizontes que não mais esquecerá.
19
20. Jardim Romântico
Amo-te, ó cruz, no vertice firmada
De esplendidas egrejas;
Amo-te quando á noite, sobre a campa,
Junto ao cypreste alvejas;
Amo-te sobre o altar, onde, entre incensos,
As preces te rodeiam;
Amo-te quando em prestito festivo
As multidões te hasteiam;
Amo-te erguida no cruzeiro antigo,
No adro do presbyterio,
Ou quando o morto, impressa no ataúde,
Guias ao cemitério;
Amo-te, ó cruz, até quando no valle
Negrejas triste e só,
Nuncia do crime a que deveu a terra
Do assassinado o pó!"
Cruz Mutilada, A. Herculano
20
21. 3.3. Parque e Palácio de Monserrate
Este maravilhoso local deve o nome a uma pequena ermida ali edifi-
cada por Frei Gaspar Preto, em 1540, dedicada a Nossa Senhora de Mon-
serrate. Manteve-se este templinho a culto até ao início do século XVIII,
altura em que foi votado ao abandono.
Em 1718, instituiu-se o vínculo da Quinta de Monserrate a D. Caetano
de Melo e Castro, comendador da Ordem de Cristo e vice-rei da Índia.
Tendo ficado bastante danificada com o terramoto de 1755, a quinta e as
casas existentes foram arrendadas a um rico comerciante inglês, de
nome Gerald de Visme. Este huguenote, que se instalara em Portugal no
ano de 1746, mandou edificar uma vivenda acastelada de sabor neogó-
tico, onde residiu por um curto período. Em 1794, aí se instalou William
Beckford, fazendo obras nos jardins e redecorando a vivenda. Quando
Lord Byron visitou aquele local, em 1809, já a vivenda se encontrava
abandonada, entregue ao vandalismo e à pilhagem, mas, mesmo assim,
o grande poeta ainda lhe chamaria «o primeiro e mais lindo lugar deste
reino». Só em 1856, Monserrate é, de novo, revitalizado, com a venda a
outro rico comerciante inglês, Francis Cook, que vai transformar a antiga
vivenda num singular palácio de cariz orientalizante, procedendo tam-
bém à modificação da propriedade rural num exótico jardim, com o plan-
tio de diversas espécies provenientes das mais remotas paragens do
mundo.
Assim, o visitante que se passeia em Monserrate, naquele harmo-
nioso e exuberante conjunto artístico e ambiental, sente, de uma forma
viva e marcante, o «glorioso Eden» que Byron tão bem soube cantar.
3.4. Chalet da Condessa d'Edla
Elisa Frederica Hensler, grande cantora de origem alemã, cuja repu-
tação verdadeiramente internacional adquiriu através das suas sober-
bas interpretações nas mais significativas capitais europeias (incluindo
Lisboa, onde se apresentou, pela primeira vez, em 23 de Fevereiro de
1860), recebeu do Príncipe Ernesto 11, de Saxe, o título de Condessa
d'Edla.
Em 1869, a Condessa viria a desposar o rei consorte D. Fernando 11,
que enviuvara 16 anos antes. Partilhando do entusiasmo do monarca
pelas obras de construção do Palácio e Parque da Pena, iniciadas já em
1839, deveras contribuiu para o enriquecimento dos imensos jardins, quer
através da plantação da conhecida «Feteira da Condessa», quer introdu-
zindo raras espéç:ies provenientes da América do Norte, país onde pas-
sara parte da sua juventude.
Ainda no mesmo ano em que contraiu matrimónio com o rei-artista,
esta senhora de grande sensibilidade mandou erguer, em pleno Parque,
um curioso chalet. O estilo arquitectónico do edifício, traçado pela pró-
pria Condessa d'Edla, antecipou-se e, de certa forma, preconizou a moda
de chalets que, em finais de oitocentos, se fez notar sobretudo em Sintra e
na Costa do Estoril.
De planta rectangular, ao nível do rés-do-chão, e cruciforme no pri-
meiro andar, a habitação apresenta fachadas de alvenaria que imitam
longas tábuas, à semelhança das casas rústicas da América do Norte.
Com as ombreiras das portas, janelas e óculos ornamentadas em cortiça,
sobressai deste conjunto homogéneo uma típica varanda que circunda
todo o piso superior. Os interiores, ricos e bem trabalhados, fazem o visi-
tante notar, por entre estuques, frescos, embutidos de cortiça e cobre, a
doçura do amor vivido pelo nobre casal.
"A proximidade de Cintra é o mais superior dos merecimentos que
tem Cascaes, porque - apesar da moda que ultimamente a esqueceu
e que há poucos annos fazia de Cintra a belleza official, a paisagem
dos compendios de retorica, o logar selecto pela antipathica unanimi-
dade dos suffragios - Cintra é, ainda assim, pella belleza dos seus
terrenos, pella abundancia das suas águas, pellas suas vegetações,
pellas suas quintas, uma das mais bellas, das mais suaves, das mais
tranquillas regiões que offerece o pcríz.»
in As Praias de Portugal, R. Ortigão
21
22. 3.5. Quinta do Relógio
Quinta do Relógio
Reinava D. Pedro V quando esta propriedade passou para as mãos de
Manuel Pinto da Fonseca, rico aventureiro conhecido como o «Monte
Cristo», epíteto extraído do célebre romance de Dumas, por ter enrique-
cido à custa dos escravos.
Cerca de 1860,Manuel da Fonseca, na esteira do espírito romântico
que em Sintra tinha já revelado a sua feição arquitectónica, nomeada-
mente através da construção dos singulares e exóticos palácios da Pena e
Monserrate, mandou erguer uma nova vivenda na Quinta do Relógio, e
que ainda hoje subsiste, em pronunciado estilo arabizante.
Nos jardins, embora de dimensões não muito grandes, pode encon-
trar-se abundante vegetação exótica e lagos cheios de nenúfares.
Sob projecto de António Manuel da Fonseca [únior. o palacete então
edificado é constituído por um pavilhão central de topo ameado, ao qual
se anexam dois corpos mais baixos. Na fachada, destaca-se uma legenda
árabe, repetida por três vezes, divisa dos reis mouros de Granada, que
diz: «Deus é o único vencedor.»
Nesta casa passaram a lua-de-mel. em 1886,D. Carlos e D. Amélia,
reis de Portugal.
3.6. Chalet Biester
Ernesto Biester (1829-1880),dramaturgo e jornalista, empresário do
Teatro D. Maria II, juntamente com D. João de Menezes e o actor Eduardo
Brasão, desejou um dia construir um bonito e cenográfico chalet na
encosta da Serra de Sintra. Encomendou a obra ao arquitecto José Luís
Monteiro, em 1880,precisamente antes de morrer, em 12 de Dezembro do
mesmo ano. Deixou assim o seu nome ligado a Sintra através do famoso
exemplar riscado por José Monteiro, e soberbamente decorado nos inte-
riores, onde a teatral idade efémera e os «décors» quase de ópera se
adequam ao espaço, e que para tal foram recrutados, entre uma elite,
aqueles que mais se familiarizavam com o gosto revivalista. Assim, apa-
recem o entalhador Leandro Braga, o cera mista Bordalo Pinheiro e, sobre-
tudo, o cenógrafo Luigi Manini. a trabalharem os cenários interiores,
numa colaboração que, apesar da sua unidade aparente, assinala uma
responsabilidade estética diferente.
22
23. 3.7. Quinta da Regaleira
Quinta da Regaleira
António Augusto Carvalho Monteiro. homem de grande cultura e
imensa fortuna. encomendou o projecto da Quinta da Regaleira a Luigi
Manini. célebre encenador do Real Teatro de São Carlos e autor dos dese-
nhos que regeram a edificação do Palácio-Hotel do Buçaco. Contudo. na
Quinta da Regaleira. Manini não irá apenas espelhar o seu gosto reviva-
lista. mas também inscrever nas construções diversa simbologia maçó-
nica. transformando o local num espaço de grande interesse esotérico.
A Regaleira é. efectivamente. possuidora de uma rica e abrangente
gramática ornamental. mistura de estilos que convivem em perfeita har-
monia. O resultado surpreendente do conjunto deve-se. em parte. à sábia
e subtil condução do projecto por parte de Carvalho Monteiro e Manini. e.
também. porque escolheram os mais notáveis canteiros da época.
A Capela da Santíssima Trindade. edificada em frente ao palacete.
foi igualmente projectada por Luigi Manini. Assim. o exterior do templo
apresenta-se pleno de ornamentação. ostentando uma magnífica fachada
neomanuelina. Por outro lado. no interior. destaca-se sobretudo a riqueza
da decoração. com os seus coloridos vitrais. Saliente-se. ainda. a profusão
de emblemas maçónicos aqui presentes. cujo significado se prolonga por
outras estruturas simbólicas existentes ao longo do parque. nomeada-
mente o curioso poço iniciático.
23
24. 3.8. Paços do Concelho
Com o crescimento da Vila de Sintra, sobretudo depois da inaugura-
ção do caminho-de-ferro, em 1889, e o consequente aparecimento do
Bairro da Estefânia, assistiu-se a uma deslocação do centro económico e
administrativo que permaneciam precariamente instalados na Vila
Velha. Assim, escolheu-se um local intermédio entre os dois burgos para
a implantação dos Paços do Concelho, no local onde, então, se erguia a
antiga ermida de São Sebastião.
Segundo projecto de Adães Bermudes, a construção foi iniciada em
1906e concluída em 1908. Os Paços do Concelho apresentam fachadas
austeras, com janelas neomanuelinas sobriamente decoradas. No alçado
principal destaca-se, pela sua imponência, uma bela torre rematada por
ameias, e por uma cobertura piramidal revestida com azulejos, os quais
representam alternadamente a Cruz de Cristo e o escudo Pátrio. No topo,
surge, majestosa, a esfera armilar, enquanto outras quatro de menores
dimensões ladeiam esta curiosa cobertura. No interior, abre-se um mag-
nífico claustro, cujos varandins do piso superior se encontram ricamente
ornamentados com motivos manuelinos e renascentistas.
24