[1] O documento apresenta informações sobre iluminação industrial, incluindo causas e efeitos da baixa iluminação, grandezas e unidades de iluminação, normas e legislação, e exemplos de cálculos luminotécnicos.
[2] São descritos os aparelhos visuais humanos e como a baixa iluminação pode causar fadiga, catarata e úlcera de córnea.
[3] Inclui também tabelas com níveis mínimos de iluminamento recomendados pela ABNT para diferentes atividades e
1. CURSO BÁSICO DE
HIGIENE INDUSTRIAL
Módulo III
Iluminação
Elaborador por:
Maria Cristina Dias dos Reis
1998
E&P-BC/GESEG/Higiene Industrial
2. APARELHO VISUAL
CAUSAS
EFEITOS
Baixa Acuidade Visual
Baixo Nível de Iluminamento
FADIGA
Reflexos/Ofuscamento
Exposição a Raios Infravermelhos
Exposição a Raios Ultravioletas
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CATARATA
ÚLCERA DE
CÓRNEA
4. FATORES A SEREM CONSIDERADOS
PARA UMA ILUMINAÇÃO ADEQUADA
Tipo de lâmpada:
reprodução de cores
aplicações especiais
eficiência luminosa
Tipo de luminária:
difusão
diretividade
ofuscamento/reflexos
Quantidade de luminárias
nível de iluminamento
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5. FATORES A SEREM CONSIDERADOS
PARA UMA ILUMINAÇÃO ADEQUADA
Distribuição e localização das luminárias
homogeneidade
contrastes
sombras
Manutenção
reposição/limpeza
Cores adequadas
Contraste
Idade do Trabalhador
Efeito estroboscópio
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6. GRANDEZAS E UNIDADES
VARIÁVEL UNIDADE
Intensidade
luminosa
Fluxo luminoso
Candela (cd)
Lúmen (lm)
Iluminamento
Iluminância
Lux (lx)
Footcandle (fc)
Luminância
Apostilb (asb)
Candela por m2,
DEFINIÇÃO
Luz emitida por um corpo negro na
temperatura de solidificação da platina
(2040ºK), à razão de 60 candelas por cm2 de
área luminosa
Quantidade de luz que flui em 1
esferorradiano a partir de uma fonte
puntiforme de 1 candela. Um lúmen é
equivalente a quantidade de luz incidente
sobre 1 m2 (coleta esférica), a partir de uma
fonte de 1 candela situado a distância
uniforme de 1 m.
É o fluxo luminoso que incide sobre uma
superfície.
É a medida da claridade percebida pelo olho
humano. Uma superfície perfeitamente
branca, recebendo 1 lux produz a luminância
de 1 apostilb.
9. NORMAS
PETROBRAS:
N-2429 - Níveis Mínimos de Iluminamento
N-2488 - Avaliação do Nível de Iluminamento
ABNT:
NBR-5413 - Iluminância de Interiores
NBR-5382 - Verificação da Iluminância de interiores
API:
RP 540 - Recommended Pratice for Electrical
Installations in Petroleum Processing Plants
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10. NR-17 - ERGONOMIA
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação
adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à
natureza da Atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e
difusa.
17.5.3.2.A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e
instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos,
sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados
nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na
NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
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11. LEGISLAÇÃO
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no
subítem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se
realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com
fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e
em função do ângulo de incidência.
17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de
trabalho previsto no subitem 17.5.3.4 este será um plano
horizontal a 0,75 m do piso.
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12. TÉCNICA DE MEDIÇÃO
Equipamento calibrado
Evitar temperaturas e umidades elevadas
Expor fotocélula à luz de 5 a 15 min, para estabilizar.
Medição deve ser feita no campo de trabalho (0,75 do
solo se não definido o plano)
Fotocélula deve ficar paralela à superfície de trabalho
Evitar fazer sombras
Não usar roupas claras
Procurar realizar leituras nos piores casos
Lâmpada de vapor de sódio ou mercúrio - corrigir
leitura de acordo com catálogo do fabricante
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13. NBR 5413
Tabela 1 - Iluminâncias por classe de tarefas visuais
Classe
A
Iluminação
geral
para áreas usadas
ininterruptamente ou
com tarefas visuais
simples
Iluminância
(lux)
20 - 30 - 50
50 - 75 - 100
100 - 150 - 200
Tipo de Atividade
Áreas públicas com arredores escuros
Orientação simples para permanência curta.
Recintos não usados para trabalho contínuo;
depósitos.
200 - 300 - 500
Tarefas com requisitos visuais limitados,
trabalho bruto de maquinaria, auditórios.
500 - 750 - 1000
Tarefas com requisitos visuais normais,
B
trabalho médio de maquinaria, escritórios.
Iluminação
geral
1000 - 1500 - 2000
Tarefas com requisitos especiais, gravação
para área de trabalho
manual, inspeção, indústria de roupas.
2000 - 3000 - 5000
Tarefas visuais exatas e prolongadas,
C
eletrônica de tamanho pequeno.
Iluminação adicional
5000 - 7500 - 10000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de
para tarefas visuais
microeletrônica.
difíceis
10000 - 15000 - 20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
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14. NBR 5413
Tabela 2 - Fatores determinantes da iluminância adequada
Características da
tarefa e do
-1
observador
Idade
inferior a 40 anos
Velocidade e
Sem importância
precisão
Refletância do fundo Superior a 70%
da tarefa
Peso
0
+1
40 a 55 anos
Importante
Superior a 55 anos
Crítica
30 a 70%
Inferior a 30%
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15. NBR 5413
5.3. Iluminâncias em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço)
5.3.1. Acondicionamento
engradamento, encaixotamento e empacotamento ………………. 100 - 150 - 200
5.3.2. Auditórios e anfiteatros
tribuna ……………………………………………………………. 300 - 500 - 750
platéia ……………………………………………………………. 100 - 150 - 200
sala de espera .……………………………………………………. 100 - 150 - 200
bilheterias…………………………………………………………. 300 - 150 - 750
5.3.3. Bancos
atendimento ao público……………………………………………. 300 - 500 - 750
máquinas de contabilidade..………………………………………. 300 - 500 - 750
estatística e contabilidade …..……………………………………. 100 - 150 - 200
bilheterias…………………………………………………………. 300 - 150 - 750
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16. NBR 5413
Seleção do valor iluminância por classe de tarefa visual - Tabela 1 e 2
analisar cada característica para determinar o seu peso
(-1, 0 ou +1);
somar os três valores
considerando o sinal;
encontrados
algebricamente,
usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor total for
igual a -2 ou -3; a iluminância superior quando a soma for +2 ou
+3; e a iluminância média nos outros casos.
17. NBR 5413
Seleção do Valor Recomendado - Ítem 5.3
Considerar o valor do meio na maioria dos casos.
Usar o valor mais alto quando:
a) a tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante
baixos;
b) erros são de difícil correção;
c) o trabalho visual é crítico;
d) alta produtividade ou precisão são de grande importância;
e) a capacidade visual do observador está abaixo da médica.
Usar o valor mais baixo quando:
a) refletâncias ou contrastes são relativamente altos;
b) a velocidade e/ou precisão não são importantes;
c) a tarefa é executada ocasionalmente.
18. EXEMPLO DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
PARA ÁREAS INTERNAS
Exemplo de cálculo:
Queremos saber quantas luminárias serão necessárias e qual a
sua disposição, para que em uma área de bombas de
transferência de óleo se tenha um nível de iluminamento
desejado?
Local: Área de Bombas
10 metros de largura X 20 metros de comprimento
Altura das lâmpadas em relação ao plano do eixo das bombas: 3,5 m
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19. EXEMPLO DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
PARA ÁREAS INTERNAS
1. Escolha do nível de iluminamento (E) em "lux”
2. Escolha do tipo de luminária, lâmpada e iluminação
3. Cálculo da Proporção e Índice do local
4. Cálculo do Fator de Manutenção
5. Determinação das refletâncias
6. Determinação do fator de utilização
7. Escolha da lâmpada e determinação de seu fluxo luminoso
8. Cálculo do número de lâmpadas
9. Cálculo do número de luminárias
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20. EXEMPLO DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
PARA ÁREAS INTERNAS
1. Escolha do nível de iluminamento (E) em "lux”
Segundo N-2429: E = 100 lux
2. Escolha do tipo de luminária, lâmpadas e sistema de
iluminação
Luminária Tipo W-50 equipada com 2 lâmpadas fluorescentes
de 40 Watts
Sistema de iluminação (item 2.2 - N-537a): direto, semi-direto,
direto-indireto (difuso), semi-indireto, indireto
Para o exemplo: semi-direto
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21. EXEMPLO DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
PARA ÁREAS INTERNAS
3. Cálculo da Proporção e Índice do local
Segundo N-537a:
LxC
Proporção do local = ----------- = 1,9
H1(L+C)
Índice do local (ítem 2.3 da N-537a) = E
4. Cálculo do Fator de Manutenção
(relação entre o fluxo luminoso produzido por uma luminária no fim do período
de manutenção (tempo decorrido entre duas limpezas consecutivas de uma
luminária) e o fluxo emitido pela mesma luminária no início de seu
funcionamento.
Segundo Tabela IV do Anexo II da N-537a, 3a. Luminária
Fator de manutenção = 0,65
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22. EXEMPLO DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
PARA ÁREAS INTERNAS
5. Determinação das refletâncias
Segundo N-537a:
Teto = 50%
Parede = 30%
6. Determinação do fator de utilização
É a relação do fluxo luminoso que atinge o plano de trabalho, e o fluxo luminoso
total produzido pelas lâmpadas. Leva em consideração a eficiência e a curva
fotométrica da luminária, sua altura de montagem, as dimensões do local bem
como as refletâncias das paredes, teto e piso.
Segundo N-537a: Tabela IV do Anexo II, pag. VII, 3a. Luminária
Fator de utilização = 0,52
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23. EXEMPLO DE CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
PARA ÁREAS INTERNAS
7. Escolha da lâmpada e determinação de seu fluxo luminoso
Lâmpadas de 40 W - TLRS-40/54
Fluxo Luminoso = 2550 lumens
8. Cálculo do número de lâmpadas
Nº lâmpadas = Fluxo luminoso necessário/Fluxo luminoso por lâmpada
ExS
N = -------------- = 23,2 ~ 24
0 x Fu x Fm
9. Cálculo do número de luminárias
Número de luminárias = 24/2 = 12
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