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CONVERSORES CC-CC ISOLADOS DE ALTA 
FREQÜÊNCIA COM COMUTAÇÃO SUAVE
Ivo Barbi 
Fabiana Pöttker de Souza 
Endereço: INEP – Instituto de Eletrônica de Potência 
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina 
Caixa Postal 5119 
88040 – 970. Florianópolis – SC 
Brasil 
Fone: (048)-331.92.04 
Fax: (048)-234.54.22 
Internet: http://www.inep.ufsc.br 
E-mail: ivo@inep.ufsc.br 
fabiana@inep.ufsc.br
IVO BARBI 
FABIANA PÖTTKER DE SOUZA 
CONVERSORES CC-CC ISOLADOS DE ALTA 
FREQÜÊNCIA COM COMUTAÇÃO SUAVE 
Florianópolis 
Edição dos Autores 
1999
Ilustração da Capa: Danilo Quandt (Designflo Computação Gráfica) 
Diagramação: Juliano Anderson Pacheco 
Catalogação na Fonte 
B236c Barbi, Ivo 
Conversores CC-CC isolados de alta freqüência com 
comutação suave / Ivo Barbi, Fabiana Pöttker de Souza. 
− Florianópolis : Ed. dos autores, 1999. 
376 p. : il. , grafs. , tabs. 
Inclui bibliografia. 
1. Eletrônica de potência. 2. Conversores estáticos. 
3. Comutação Suave. I. Souza, Fabiana Pöttker de. II. 
Título. 
CDU:621.38 
Catalogação na fonte por: Onélia Silva GuimarãesCRB-14/071 
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a prévia 
autorização dos Autores.
Os autores dedicam a presente edição deste livro aos 
formandos em Engenharia Elétrica 1999.1, da Universidade 
Federal de Santa Catarina. 
Alex Sandro de Oliveira 
Ana Bárbara Knolseisen 
Carlos Eduardo Paghi 
César Davi Ávila do Nascimento 
Eduardo Schacherl de Lima 
Elton Hiroshi Kakinami 
Emerson Alexandre Fonseca Costa 
Fabiano Bachmann 
Glauco André Wolff Gisz 
Gustavo Adolpho Rangel Monteiro 
Hélio Alexandre Lopes Loureiro 
Klystenes Beber 
Leonardo Faria Costa 
Maro Jimbo 
Marcos Aurélio Pedros 
Nelson Thomaz Michels 
Phabio Junckes Setubal 
Rodrigo Pires 
Rodrigo Soave Pascon 
Rubens Alessandro Selinke
BIOGRAFIA DOS AUTORES 
Ivo Barbi nasceu em Gaspar, Santa Catarina em 1949. 
Formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de 
Santa Catarina em 1973. Obteve o título de Mestre em 
Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina 
em 1976 e o título de Doutor em Engenharia Elétrica pelo Institut 
National Polytechnique de Toulouse, França, em 1979. Fundou a 
Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência e o Instituto de 
Eletrônica de Potência da Universidade Federal de Santa 
Catarina. Atualmente é professor titular da Universidade Federal 
de Santa Catariana. Desde 1992, é Editor Associado na área de 
Conversores Estáticos de Potência da IEEE Transactions on 
Industrial Electronics. 
Fabiana Pöttker de Souza nasceu em Florianópolis, Santa 
Catarina em 1971. Formou-se em Engenharia Elétrica pela 
Universidade Federal de Santa Catarina em 1995. Obteve o título 
de Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de 
Santa Catarina em 1997. Atualmente está concluindo o programa 
de doutorado em Engenharia Elétrica no Instituto de Eletrônica de 
Potência da Universidade Federal de Santa Catarina.
AGRADECIMENTOS 
Os autores agradecem ao Eng. Juliano Anderson Pacheco 
pela sua inestimável colaboração na preparação deste livro. A ele 
devemos a formatação do texto e figuras. A sua competência e a 
sua intensa dedicação são alvo de nossa admiração e do nosso 
respeito. 
É incontável o número de doutorandos e mestrandos do INEP 
que ao longo dos anos através de leituras e sucessivas revisões 
ajudaram os autores a melhorar a qualidade técnica do texto. A 
todos agradecemos imensamente. 
Agradecemos também a todas as pessoas que direta ou 
indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
PREFÁCIO 
As fontes de alimentação ditas chaveadas são destinadas à 
alimentação de circuitos eletrônicos que realizam as mais diversas 
funções e são largamente empregadas na alimentação de 
computadores, equipamentos para telecomunicações, 
equipamentos médicos, aparelhos eletrodomésticos e vários 
outros equipamentos de uso residencial, comercial e industrial. 
Apesar de ser um sistema muito mais complexo que a fonte 
de alimentação linear tradicional baseada no controle da queda de 
tensão de um transistor bipolar, a fonte chaveada se popularizou e 
se tornou imprescindivel, fundamentalmente por operar com 
elevado rendimento e permitir o isolamento galvânico com 
transformadores de alta freqüência, Os dois fatores combinados 
permitem o projeto de fontes com elevada densidade de potência 
ou baixos volume e peso. 
Ao estabelecer que o mérito de uma fonte chaveada reside 
basicamente na sua eficiência e na sua compacticidade, contínuos 
esforços foram feitos por fabricantes de semicondutores de 
potência, de materiais magnéticos, capacitores e circuitos 
integrados dedicados, projetistas e pesquisadores, para reduzir 
as perdas e o volume para o maior número de aplicações 
possíveis. 
A busca de volumes menores levou à necessidade de 
operação com frequências de chaveamento cada vez mais 
elevadas do conversor CC-CC isolado que é a parte mais 
importante da fonte, em torno do qual todo o projeto é 
desenvolvido. 
Por outro lado, o aumento da freqüência desencadeou a 
busca por topologias que operam com baixas perdas de 
comutação. Nasceram então os conversores conhecidos como 
conversores com comutação suave.
Os primeiros conversores CC-CC isolados com comutação 
suave foram os ressonantes, que inicialmente foram empregados 
para permitir o bloqueio dos Tiristores sem a utilização de circuitos 
auxiliares de comutação forçada. O primeiro de todos foi o 
Conversor Série Ressonante. 
Com o advento do Transistor Bipolar, percebeu-se que, 
apesar de não necessitar da ressonância para o bloqueio, ela 
propiciava uma redução significativa das perdas de comutação, 
permitindo operação com frequências maiores que as que podiam 
ser alcançadas com as topologias convencionais. 
A partir dessa constatação, várias topologias foram criadas, 
com o uso da ressonância, para redução das perdas de 
comutação e operação com frequências cada vez mais elevadas. 
O mais importante conversor gerado nesse período foi o 
Conversor Paralelo Resonante. 
Os primeiros conversores à comutação suave baseados no 
fenômeno da ressonância permitiam a comutação dos transistores 
de potência, do tipo ZCS (Zero Current Switching – comutação 
sob corrente nula). Logo se percebeu que havia uma comutação 
dual, que passou a ser denominada ZVS (Zero Voltage 
Switching – comutação sob tensão nula), que oferecia mais 
segurança aos semicondutores, reduzia as perdas de comutação, 
e aproveitava componentes parasitas do MOSFET, como diodos e 
capacitores. 
Esforços foram feitos pelos pesquisadores para descobrir 
topologias cada vez mais adequadas para a comutação ZVS. 
Vários circuitos foram inventados e rapidamente empregados nos 
projetos de fontes chaveadas de alto desempenho. 
O objetivo do livro que ora publicamos é apresentar os mais 
importantes conversores CC-CC isolados existentes atualmente 
(Agosto de 1999), descrever o seu funcionamento e apresentar 
análise orientada para projeto. 
O texto destina-se a ser empregado principalmente nos 
programas de pós-graduação dos cursos de engenharia elétrica, e 
também servir como fonte de consulta para engenheiros
responsáveis por projetos e desenvolvimento de equipamentos 
em empresas e centros de pesquisa. 
Muitas das idéias e dos conceitos apresentados são de 
autoria dos próprios autores do texto, e são resultados de intensas 
atividades de pesquisa realizada no INEP (Instituto de Eletrônica 
de Potência) da Universidade Federal de Santa Catarina. 
Os autores esperam que o texto seja útil aos profissionais e 
estudantes que formam a comunidade de eletrônica de potência e 
com grado receberão comentários e críticas que possam 
aperfeiçoar o texto. 
Florianópolis, 05 de Agosto de 1999. 
Ivo Barbi e Fabiana Pöttker de Souza.
SUMÁRIO 
CAPÍTULO I 
CIRCUITOS BÁSICOS COM INTERRUPTORES, DIODOS 
E TIRISTORES 
1.1 - CIRCUITOS DE PRIMEIRA ORDEM 1 
1.2 - CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM 11 
1.3 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS 28 
CAPÍTULO II 
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE 
2.1 - INTRODUÇÃO 33 
2.2 - OBTENÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO EQUIVALENTE 33 
2.3 - ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO CONTÍNUA 36 
2.4 - ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO DESCONTÍNUA 77 
Sumário I
CAPÍTULO III 
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE COM 
GRAMPEAMENTO DA TENSÃO DO CAPACITOR 
RESSONANTE 
3.1 - INTRODUÇÃO 103 
3.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 104 
3.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 107 
3.4 - EQUACIONAMENTO 107 
3.5 - PLANO DE FASE 111 
3.6 - DEFINIÇÃO DAS FAIXAS DE OPERAÇÃO 111 
3.7 - CORRENTE MÉDIA NA FONTE VO' 113 
3.8 - POTÊNCIA MÉDIA NA FONTE VO' 114 
3.9 - ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES 114 
3.10 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 117 
3.11 - VARIAÇÕES TOPOLÓGICAS 119 
3.12 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 121 
3.13 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 123 
CAPÍTULO IV 
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE COM 
GRAMPEAMENTO DA TENSÃO DO CAPACITOR 
RESSONANTE, MODULAÇÃO POR LARGURA DE 
PULSO E COMUTAÇÃO SOB CORRENTE NULA (ZCS) 
4.1 - INTRODUÇÃO 129 
4.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 130 
II Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
4.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 135 
4.4 - EQUACIONAMENTO 135 
4.5 - PLANO DE FASE 141 
4.6 - DEFINIÇÃO DA FAIXA DE OPERAÇÃO 141 
4.7 - LIMITES DA TENSÃO DE SAÍDA 143 
4.8 - CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 143 
4.9 - ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES 143 
4.10 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 146 
4.11 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 160 
4.12 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 163 
CAPÍTULO V 
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE COM MODULAÇAO 
EM FREQÜNCIA E COMUTAÇÃO POR ZERO DE TENSÃO 
(ZVS) 
5.1 - INTRODUÇÃO 169 
5.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 170 
5.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 173 
5.4 - EQUACIONAMENTO 173 
5.5 - PLANO DE FASE RESULTANTE 178 
5.6 - CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 181 
5.7 - CARACTERÍSTICA DE SAÍDA APROXIMADA 182 
5.8 - CORRENTE DE COMUTAÇÃO 185 
5.9 - ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES 187 
5.10 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 190 
Sumário III
5.11 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 193 
5.12 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 195 
CAPÍTULO VI 
CONVERSOR EM PONTE COMPLETA, NÃO 
RESSONANTE, MODULADO POR LARGURA DE PULSO, 
COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E COM 
SAÍDA EM FONTE DE TENSÃO 
6.1 - INTRODUÇÃO 201 
6.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 202 
6.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 206 
6.4 - EQUACIONAMENTO 206 
6.5 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 221 
6.6 - CORRENTE DE COMUTAÇÃO 229 
6.7 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 231 
6.8 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 235 
CAPÍTULO VII 
CONVERSOR EM PONTE COMPLETA, NÃO 
RESSONANTE, MODULADO POR LARGURA DE PULSO, 
COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E COM 
SAÍDA EM FONTE DE CORRENTE 
7.1 - INTRODUÇÃO 245 
7.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 247 
7.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 252 
7.4 - EQUACIONAMENTO 254 
IV Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
7.5 - ANÁLISE DA COMUTAÇÃO 260 
7.6 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 266 
7.7 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 267 
7.8 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 272 
CAPÍTULO VIII 
CONVERSOR TRÊS NÍVEIS, MODULADO POR LARGURA 
DE PULSO, COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA 
(ZVS) E COM SAÍDA EM FONTE DE CORRENTE 
8.1 - INTRODUÇÃO 281 
8.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 281 
8.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 288 
8.4 - EQUACIONAMENTO 288 
8.5 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 297 
8.6 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 301 
8.7 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 303 
CAPÍTULO IX 
CONVERSOR MEIA-PONTE, MODULADO POR LARGURA 
DE PULSO, COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA 
(ZVS) E COM COMANDO ASSIMÉTRICO 
9.1 - INTRODUÇÃO 307 
9.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 308 
9.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 314 
9.4 - EQUACIONAMENTO 314 
9.5 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 337 
Sumário V
9.6 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 342 
CAPÍTULO X 
CONVERSOR FORWARD COM GRAMPEAMENTO ATIVO, 
MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO E 
COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 
10.1 - INTRODUÇÃO 353 
10.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 355 
10.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 360 
10.4 - EQUACIONAMENTO 360 
10.5 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 368 
10.6 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 371 
BIBLIOGRAFIA 375 
VI Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
CAPÍTULO I 
CIRCUITOS BÁSICOS COM 
INTERRUPTORES, DIODOS E 
TIRISTORES 
1.1 CIRCUITOS DE PRIMEIRA ORDEM 
1.1.1 Circuito RC em Série com um Tiristor 
Seja o circuito apresentado na Fig. 1.1. 
+ 
Vi - 
iC 
vC 
+ 
- 
+ 
- 
T 
R 
C 
vR 
Fig. 1.1 - Circuito RCT série. 
Antes do disparo do tiristor, o capacitor C está descarregado e vC=0. 
No instante t=0, o tiristor é disparado. Assim tem-se (1.1) e (1.2). 
Vi = vC (t) + R iC (t) (1.1) 
dv (t) 
i (t) = C C 
C (1.2) 
dt 
Substituindo (1.2) em (1.1) obtém-se a expressão (1.3). 
dv (t) 
V C 
i = v C (t) + RC (1.3) 
dt 
Resolvendo a equação (1.3), obtém-se a expressão (1.4). 
⎞ 
⎟ ⎟ ⎟ 
⎠ 
⎛ 
⎜ ⎜ ⎜ 
= − 
⎝ 
t 
− 
RC 
vC(t) Vi 1 e (1.4)
Derivando-se a expressão (1.4) e multiplicando por C, obtém-se a 
corrente, dada pela expressão (1.5). 
t 
RC 
V 
i 
C e 
R 
i (t) 
− 
= (1.5) 
As formas de onda de vC(t) e iC(t) em função do tempo são 
apresentadas nas Fig. 1.2. 
A partir do instante em que a corrente se anula, o tiristor readquire a 
sua capacidade de bloqueio. 
Vi 
V 
R i 
iC 
vC 
0 0 (a) t 0 0 (b) t 
Fig. 1.2 - Tensão e corrente no capacitor. 
1.1.2 Circuito RL em Série com um Tiristor 
Seja o circuito representado na Fig. 1.3. 
+ 
Vi - 
iL 
+ 
vL 
- 
T 
L 
R 
+ 
vR 
- 
Fig. 1.3 - Circuito RLT série. 
Antes do disparo do tiristor, a corrente no indutor é nula. No instante 
t=0 o tiristor é disparado. Assim tem-se as equações (1.6) e (1.7). 
2 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Vi = vL (t) + vR (t) (1.6) 
R i (t) 
di (t) 
L 
V L L 
i = + (1.7) 
dt 
Resolvendo-se a equação (1.7) obtém-se as expressões (1.8) e (1.9). 
⎞ 
⎟ ⎟ ⎟ 
i (t) (1.8) 
⎠ 
⎛ 
⎜ ⎜ ⎜ 
V 
= − 
⎝ 
R t 
− 
L 
i 
L 1 e 
R 
R t 
L 
vL (t) Vi e 
− 
= (1.9) 
As formas de onda estão representadas nas Fig. 1.4. 
V 
R i 
Vi 
vL iL 
0 0 
0 t 0 
(a) t (b) 
Fig. 1.4 - Tensão e corrente no indutor. 
Na estrutura apresentada, a extinção do tiristor só é possível com o 
emprego de circuitos auxiliares, denominados “circuitos de comutação 
forçada”. 
1.1.3 Circuito com Diodo de Circulação 
Seja a estrutura apresentada na Fig. 1.5. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 3
D 
S 
D 
S 
+ 
L 
+ 
- 
(a) (b) 
+ 
Vi - 
iL 
vL 
- 
R 
vR 
+ 
Vi - 
iL 
+ 
vL 
- 
L 
R 
+ 
- 
vR 
Fig. 1.5 - Circuito com diodo de circulação. 
(a) Primeira etapa. 
(b) Segunda etapa. 
Na primeira etapa o interruptor S está fechado e o diodo D está 
bloqueado. As expressões (1.10), (1.11) e (1.12) definem esta etapa. 
V 
I i 
o = (1.10) 
R 
vL (t) = 0 (1.11) 
vR (t) = Vi (1.12) 
No instante t=0, o interruptor S é aberto. A presença do indutor L 
provoca a condução do diodo D, iniciando a segunda etapa de 
funcionamento, também denominada de etapa de circulação ou roda-livre. 
Tem-se portanto a equação (1.13). 
vL (t) + vR (t) + VD = 0 (1.13) 
Sabendo-se que VD = 0 , tem-se a equação (1.14). 
di (t) 
L L 
L + R i (t) = 0 
(1.14) 
dt 
Resolvendo-se a equação (1.14) obtém-se (1.15). 
R t 
L 
iL (t) Io e 
− 
= (1.15) 
4 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Durante a etapa de circulação a energia acumulada em L é 
transformada em calor em R. A desmagnetização do indutor é tanto mais 
rápida quanto maior for o valor de R. 
Caso não houvesse o diodo no circuito, no instante de abertura de S 
o indutor provocaria uma sobretensão, que seria destrutiva para o 
interruptor. 
A energia dissipada em R é dada pela expressão (1.16): 
W = 1 2 
(1.16) 
LIo 
2 
1.1.4 Circuito com Diodo de Circulação e com Recuperação 
Em muitas aplicações práticas em que ocorre o fenômeno 
mencionado, pode ser importante reaproveitar a energia inicialmente 
acumulada no indutor. O circuito básico que possibilita a recuperação 
está representado na Fig. 1.6. 
No instante t=0, em que o interruptor é aberto, a corrente no indutor 
é igual a Io. 
Durante a circulação pelo diodo, o circuito é representado pelas 
equações (1.17) e (1.18). 
di (t) 
L = − (1.17) 
L V 
dt 
i 
E 
i (t) I 1 
L = o − (1.18) 
t 
L 
D 
S 
+ 
Vi - 
iL 
+ 
vL 
- 
- L 
1 + E 
Fig. 1.6 – Circuito com diodo de circulação e com recuperação. 
Quando a corrente iL se anula, tem-se t=tf. Assim escreve-se (1.19). 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 5
o 
L I 
t = (1.19) 
1 
f E 
Portanto, quanto maior for o valor de E1, menor será o tempo de 
recuperação tf. 
Toda a energia inicialmente acumulada no indutor é transferida à 
fonte E1. 
1.1.5 Circuito de Recuperação com Transformador 
Nos casos em que não se dispõe de uma segunda fonte para absorver 
a energia armazenada na indutância, emprega-se um transformador, numa 
configuração que permite a devolução de energia para a própria fonte Vi. 
Esta método é empregado em fontes chaveadas com transformadores de 
isolamento e nos circuitos de ajuda à comutação dos conversores CC-CC 
de grandes correntes. 
Seja a estrutura representada na Fig. 1.7. 
D 
S 
+ 
Vi - N1 N2 
Fig. 1.7 - Circuito de recuperação com transformador. 
Quando S está fechada, a energia é armazenada na indutância 
magnetizante do transformador. A polaridade da tensão secundária é tal 
que o diodo D se mantém bloqueado neste intervalo. Quando S abre, a 
polaridade da tensão secundária se inverte. O diodo entra em condução e 
transfere energia armazenada no campo magnético para a fonte Vi. Para 
analisar o fenômeno quantitativamente será utilizado o circuito 
equivalente do transformador, ignorando as resistências e a dispersão, 
representado na Fig. 1.8. 
6 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
S D 
+ 
Vi - N1 N2 
+ 
- i Lm V 
Fig. 1.8 - Circuito equivalente da Fig. 1.7. 
A primeira etapa de funcionamento está representada na Fig. 1.9. 
S D 
+ 
Vi - N1 N2 
+ 
- i i1 Lm V 
Fig. 1.9 - Primeira etapa. 
A segunda etapa de funcionamento está representada na Fig. 1.10. 
Nesta etapa a indutância magnetizante é referida ao secundário do 
transformador. 
D 
+ 
- i V 'm 
L i2 
Fig. 1.10 - Segunda etapa. 
As correntes terão as formas apresentadas na Fig. 1.11. 
t 
I1 
1 i2 i I2 
T1 T2 
Fig. 1.11 - Corrente para um período de funcionamento. 
As condições iniciais são dadas por (1.20) e (1.21). 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 7
V 
1 T 
I = (1.20) 
1 
i 
m 
L 
N 
1 
2 I 
I = (1.21) 
1 
2 
N 
A corrente na segunda etapa é dada por (1.22). 
t 
V 
= − (1.22) 
2 2 ′ 
L 
i (t) I 
i 
m 
No final da segunda etapa a corrente atinge zero. Assim tem-se 
(1.23). 
V 
2 T 
= − (1.23) 
2 
i 
0 I ′ 
m 
L 
Substituindo (1.21) em (1.23) obtém-se (1.24) e (1.25). 
1 = 
T 0 
V 
− (1.24) 
L 
I 
N 
N 
2 
i 
m 
1 
2 
′ 
N = (1.25) 
2 
V T N 
m 2 
2 
i 2 1 
1 
1 
2 
L N 
I 
N 
Rescrevendo (1.25) obtém-se (1.26) e (1.27). 
N 
1 
I L = V T (1.26) 
2 
1 m i 2 N 
V N 
= 1 
(1.27) 
2 
m 1 i 2 
i 
m 
N 
L T V T 
L 
Assim, tem-se a expressão (1.28) que relaciona os tempos T1 e T2. 
8 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
2 T 
1 
2 
N 
1 
N 
T = (1.28) 
Variando-se a relação de transformação pode-se variar o tempo de 
recuperação T2. 
A evolução da tensão sobre o interruptor S é analisada como segue. 
Quando S está conduzindo VS = 0 . 
Durante a recuperação, a tensão VS pode ser obtida a partir da Fig. 
1.12, como mostra a equação (1.29). 
S D 
+ 
Vi - N1 N2 
+ 
- i V 'm 
L 
Fig. 1.12 - Etapa de recuperação. 
VS = − Vi + V ) (1.29) 
A tensão V1 é dada por (1.30). 
(1 
N 
V = (1.30) 
1 V 
i 
1 
2 
N 
Substituindo (1.30) em (1.29) tem-se a equação (1.31). 
N 
⎛ 
1 V ⎟ ⎟⎠ 
S V 
i 
1 
2 
N 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
= − + (1.31) 
Após a recuperação, com o interruptor aberto, VS = Vi . 
A forma de onda da tensão nos terminais do interruptor está 
representada na Fig. 1.13. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 9
t 
I1 
1 i2 i I2 
T1 T2 
t 
vS 
Vi 
⎞ 
⎟ ⎟⎠ 
⎛ 
+ 
V 1 N 
⎜ ⎜⎝ 
1 
i N 
2 
Fig. 1.13 - Formas de onda para o circuito representado na Fig. 1.12. 
1.1.6 Carga de um Capacitor à Corrente Constante 
Seja o circuito representado na Fig. 1.14. Inicialmente a corrente I 
circula pelo diodo D. O capacitor encontra-se descarregado. 
No instante t=0 o interruptor S é fechado. O diodo se bloqueia. A 
corrente I passa a circular pelo capacitor, que se carrega com corrente 
constante. O circuito está representado na Fig. 1.15. 
S C 
D I 
+ 
Vi - 
Fig. 1.14 - Primeira etapa. 
S C 
I + - 
D I 
+ 
Vi - 
vC 
Fig. 1.15 - Segunda etapa. 
10 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
A tensão vC evolui segundo a expressão (1.32). 
v I C (t) = t 
(1.32) 
C 
Quando vC = Vi, o diodo entra em condução. Assim tem-se as 
equações (1.33) e (1.34). 
vC (t1 ) = Vi (1.33) 
V C 
t 1 = i 
(1.34) 
I 
O capacitor permanece carregado com a tensão Vi. 
A forma de onda da tensão vC está representada na Fig. 1.16. 
t t 
vC 
Vi 
f 
Fig. 1.16 - Tensão nos terminais do capacitor da Fig. 1.15. 
1.2. CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM 
1.2.1 Análise do Circuito LC Submetido a um Degrau 
de Tensão 
Seja o circuito representado na Fig. 1.17, com as condições iniciais 
vC(0) = VC0 e iL(0) = IL0 . 
L 
S C 
+ - 
+ 
Vi - vC 
iL 
Fig. 1.17 - Circuito LC. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 11
No instante t=0 o interruptor S é fechado. O circuito passa a ser 
representado pelas equações (1.35) e (1.36). 
di (t) 
V v (t) L L 
i = C + (1.35) 
dt 
dV (t) 
i (t) = C C 
L (1.36) 
dt 
Substituindo (1.36) em (1.35), obtém-se (1.37). 
d v (t) 
C 
V = v (t) + LC (1.37) 
2 
Resolvendo-se a equação (1.37), obtém-se a sua solução, 
2 
i C 
dt 
representada pelas expressões (1.38) e (1.39). 
v (t) = − V − V cos w t + I L + (1.38) 
C ( i C0 ) ( o ) L0 sen (wot) Vi 
C 
i (t) V V sen w t I L 
C 
( ) ( ) (t 
cos w 
C 
L 
L = i − C0 o + L0 o ) (1.39) 
Multiplicando-se a expressão (1.39) por j e adicionando-se a 
expressão (1.38), obtém-se a expressão (1.40). 
( )[ ( ) ( )] 
i (t) V V cos w t jsen w t 
C 
+ = − − − 
C L i C0 o o 
j I L 
[ ( ) ( )] L0 o o i 
cos w t jsen w t V 
C 
v (t) j L 
+ − + 
(1.40) 
onde: 
w 1 o = . 
LC 
Sejam as definições das expressões (1.41), (1.42) e (1.43). 
z(t) v (t) j L = C + L (1.41) 
i (t) 
C 
z 1 = − ( V L i − V C0 ) 
+ jI L0 (1.42) 
C 
12 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
e t 
−jwo t = cos ( wot ) − jsen wo 
) (1.43) 
Assim obtém-se a expressão (1.44). 
(i 
jw t 
z(t) = z1 e o + V − (1.44) 
A. CASOS PARTICULARES 
A.1) VC0=0, IL0=0, Vi≠0 
Com as condições iniciais definidas obtém-se (1.45). 
z1 = −Vi (1.45) 
Para t=0, tem-se z(0) = 0 
Assim, a expressão (1.44) fica representada pela expressão (1.46). 
i 
jw t 
z(t) = −Vi e o + V − (1.46) 
A expressão (1.46) está representada graficamente na Fig. 1.18. 
0 z(0) 
0 
vC 
wot 
z1 
Vi 2Vi 
i L 
L C 
Fig. 1.18 - Plano de fase para VC0 = IL0 = 0 e Vi ≠ 0. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 13
A.2) IL0=Vi=0,VC0>0. 
Com as condições iniciais definidas obtém-se (1.47), (1.48) e (1.49). 
z1 = VC0 (1.47) 
z(t) = VC0 (1.48) 
jw t 
z(t) VC0 e o = ⋅ − (1.49) 
A expressão (1.49) está representada graficamente na Fig. 1.19. 
0 z(0) 
0 
vC 
wot 
VC0 
z1 
i L 
L C 
Fig. 1.19 - Plano de fase para IL0 = Vi = 0 e VC0 > 0. 
A.3) VC0=Vi=0, IL0>0 
Com as condições iniciais definidas obtém-se (1.50), (1.51) e (1.52). 
z jI L 1 = L0 (1.50) 
C 
z(0) jI L = L0 (1.51) 
C 
14 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
z(t) = jI L − jw t 
(1.52) 
L0 e o 
C 
A expressão (1.52) está representada na Fig. 1.20. 
0 
i L 
0 
z(0) 
vC 
wot 
z1 
L C 
Fig. 1.20 - Plano de fase para VC0 = Vi = 0 e IL0 > 0. 
Em qualquer dos casos apresentados valem as relações (1.53) e 
(1.54). 
vC (t) = ℜe{z(t)} (1.53) 
i (t) L L = Im{z(t) 
} (1.54) 
C 
Assim tem-se (1.55) e (1.56). 
{ jw t 
} i 
vC(t) =ℜe z1 e o + V − (1.55) 
i (t) L = { − jw t 
} (1.56) 
L Im z1 e o 
C 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 15
1.2.2 Análise do Circuito LC Submetido a um Degrau 
de Tensão Com um Tiristor 
Seja o circuito apresentado na Fig. 1.21. 
L 
T C 
+ - 
+ 
Vi - vC 
iL 
Fig. 1.21 - Circuito LCT série. 
Inicialmente o tiristor encontra-se bloqueado. VC0=0 e IL0=0. No 
instante t=0, o tiristor é disparado. No plano de fase as grandezas 
evoluem de acordo com a Fig. 1.22. 
0 
Vi 
0 
π/2 
vC 
wot 
Vi 2Vi 
i L 
L C 
Fig. 1.22 - Plano de fase para o circuito LCT série. 
Em função do tempo as grandezas evoluem de acordo com a Fig. 
1.23. 
Quando t=π/wo, a corrente se anula e o tiristor se bloqueia. O 
capacitor nesse instante encontra-se carregado com vC=2Vi e manterá 
esse valor. 
16 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
0 
2Vi 
0 
π/2 π t 
Vi 
i L 
0 
0 π/2 π t 
(a) (b) 
vC 
Vi 
L C 
Fig. 1.23 - Tensão e corrente no circuito LCT série. 
O circuito é representado pela expressões (1.57) e (1.58). 
vC (t) = −Vi cos (wo t) + Vi (1.57) 
i (t) L L = i o ) (1.58) 
(t 
V sen w 
C 
1.2.3 Inversão da Polaridade de um Capacitor 
Seja o circuito representado na Fig. 1.24. 
+ - 
L 
+ 
- 
C 
T 
vC 
vL 
Fig. 1.24 - Circuito para inversão da polaridade de um capacitor. 
Inicialmente o tiristor encontra-se bloqueado e o capacitor com 
tensão vC=-VC0. No instante t=0 o tiristor é disparado. O capacitor 
inverte a sua polaridade e o tiristor se bloqueia. A evolução de vC e iL no 
plano de fase e em função do tempo está representada nas Figs. 1.25 e 
1.26. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 17
0 
i L 
0 
π/2 
vC 
wot 
L C 
-VC0 VC0 
Fig. 1.25 - Plano de fase para o circuito da Fig. 1.24. 
VC0 
0 
0 
VC0 
i L 
0 
π/2 π t 0 
(a) π/2 (b) π t 
vC 
L C 
-VC0 
Fig. 1.26 - Tensão e corrente para o circuito da Fig. 1.24. 
1.2.4 Aumento da Tensão de um Capacitor 
A. Primeiro Circuito 
Seja a estrutura representada na Fig. 1.27. 
18 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
T1 T2 
+ 
- 
+ C 
Vi - 
L 
vC 
iL 
Fig. 1.27 - Circuito para o aumento da tensão em um capacitor. 
Disparando-se T1 e T2 sucessivamente, encontra-se as grandezas 
representadas na Fig. 1.28. 
0 
0 
3Vi 
Vi 
0 
i L 
-2Vi 
π 2.π 3.π 4.π 0 
t π 2.π 3.π t 4.π 
(a) (b) 
vC 
L C 
4Vi 
2Vi 
-2Vi 
-4Vi -4Vi 
Fig. 1.28 - Formas de onda para o circuito da Fig. 1.27. 
A representação do comportamento do circuito no plano de fase 
encontra-se na Fig. 1.29. 
0 
4Vi 
2Vi 
0 
vC 
L 
L C 
i 
2Vi 4Vi 
-2Vi 
-4Vi 
-4Vi -2Vi 
Fig. 1.29 - Plano de fase para o circuito da Fig. 1.27. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 19
Como se trata de um circuito ideal, sem elemento dissipativo, o 
amortecimento é nulo e a energia acumulada no capacitor aumenta 
indefinidamente. 
B. Segundo Circuito 
Seja a estrutura representada na Fig. 1.30. 
+ 
- C 
L 
+ 
Vi - 
vC 
iL 1 T 
T2 
Fig. 1.30 - Circuito para o estudo da evolução da tensão de um capacitor. 
Seja VC0<0 e IL0=0, com T1 e T2 bloqueados. No instante t=0, T1 é 
disparado. A tensão do capacitor começa a se inverter. Antes que a 
corrente se anule, T2 é disparado. T1 se bloqueia no mesmo instante. A 
corrente é comutada de T1 para T2. Uma parcela da energia é transferida 
de Vi para C. A tensão no capacitor torna-se maior que Vi. As grandezas 
em função do tempo estão representadas na Fig. 1.31. 
Quando T1 conduz, tem-se a expressão (1.59). 
vC(t) = −VC0 cos wo ) 
(t 
) 
(1.59) 
Ao final desta etapa tem-se as condições iniciais apresentadas em 
(1.60) e (1.61). 
V1 = −VC0 cos (woτ (1.60) 
L ) (1.61) 
I1 =VC0 sen (woτ 
C 
20 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
2 
0 
0 
i L 
L C 
0 
wot a 
i L 
t 0 
(a) (b) 
vC 
Vf 
VC1 
1 C 
π 2 woτ π 
− VC0 
t o a π 2 woτ π w t 
Fig. 1.31 - Tensão e corrente para o circuito da Fig. 1.30. 
Quando T2 conduz, tem-se as expressões (1.62) e (1.63). 
z 1 = ( V 1 − V ) 
+ jI L i 1 (1.62) 
C 
z(0) = V 1 + jI L 1 (1.63) 
C 
No final desta etapa a tensão no capacitor é dada por (1.64). 
Vf = Vi + z1 (1.64) 
Substituindo (1.60) e (1.61) em (1.62) obtém-se (1.65). 
z1 2 
= ( V C0 cos ( w o τ)− V 2 
2 2 
i 
) + V C0 
sen (w oτ 
) 
( ) 
(1.65) 
Substituindo (1.65) em (1.64) tem-se (1.66). 
= + ( ( τ)− ) 2 
+ 2 2 
C0 
oτ 
Vf Vi VC0 cos wo Vi V sen w (1.66) 
Deste modo, fica demonstrado que o valor final da tensão do 
capacitor é controlada pelo ângulo woτ . 
Seja o caso particular em que . Assim a tensão Vf é dada 
por (1.67) ou (1.68). 
woτ = π 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 21
( ) 2 
i i C0 
Vf = Vi + − VC0 − Vi = V − V − V (1.67) 
Vf = −VC0 (1.68) 
A estrutura analisada aparece no estudo de alguns conversores a 
comutação forçada e conversores ressonantes. 
A representação no plano de fase aparece na Fig. 1.32. 
0 
0 
z(0) 
VC1 Vf 
vC 
i L 
1 C 
i L 
L C 
woτ 
− VC0 
Fig. 1.32 - Plano de fase para o circuito da Fig. 1.30. 
1.2.5 Circuito RLC com Pouco Amortecimento 
É muito comum o emprego em conversores de circuitos RLC com 
alto fator de qualidade. Seja o circuito representado na Fig. 1.33. 
C L R 
+ - 
+ 
Vi - 
vC 
iC 
Fig. 1.33 - Circuito RLC de baixas perdas. 
22 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
A solução da equação que representa o circuito é dada por (1.69) e 
(1.70). 
− 
= −α −α (1.69) 
i (t) o t 
C − − γ 
e sen (wt ) 
w 
w 
e sen (wt) I 
V V 
i o 
w 
o 
t 
L 
I 
v (t) V V V w t o t 
= − ( − ) −α + γ + e −α sen (wt) 
(1.70) 
wC 
e sen (wt ) 
w 
o 
C i i o 
onde: 
w 1 o = 
LC 
α = R ⎟⎠ 
2L 
γ = arc tg w ⎞ 
2 2 
⎛ 
α 
⎜⎝ 
w2 = w − α 
o 
Se as perdas são pequenas, tem-se: 
wo ≅ w (1.71) 
X = L = w L ≅ 1 
(1.72) 
w C 
C 
ψ = X (1.73) 
R 
1 
ψ 
R 
= = 
α 
2 
2w L 
w 
(1.74) 
π 
γ = (1.75) 
2 
sen (w t − γ) = − cos (wt) (1.76) 
Com estas aproximações obtém-se as equações (1.77) e (1.78). 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 23
wt 
ψ 
− 
⎞ 
i (t) (1.77) 
⎟⎠ 
⎛ 
⎜⎝ 
+ 
V − 
V 
= 2 
o 
i o 
L sen (wt) I cos (wt) e 
X 
− 
wt 
[ ( ) ] ψ 
= + − − 2 
vC(t) Vi XIo sen (wt) Vi Vo cos (wt) e (1.78) 
wt 
− 
e ψ e−α 
pois: 2 = 
t 
Sabendo que: 
2 2 3 3 
t 
6 
t α 
e 1 t t 
2 
− 
α 
−α = − α + (1.79) 
E considerando α muito pequeno, pode-se adotar: 
e−α t =1− α t (1.80) 
Esta simplificação pode ser muito útil na solução de alguns 
problemas práticos. 
Seja a relação (1.81). 
z(t) = v C (t) + j L i L (t) 
(1.81) 
C 
Por manipulação matemática, obtém-se (1.82) 
jwt t 
z(t) Vi z1 e e = + − −α (1.82) 
A expressão (1.82) é semelhante à expressão (1.44), na qual o 
amortecimento incide sobre o valor de z1. 
1.2.6 Circuito LC Submetido a uma Fonte de Tensão e 
uma Fonte de Corrente 
Seja o circuito representado na Fig. 1.34. 
24 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
L 
iL iC 
+ 
- C I 
+ 
- i V 
vC 
Fig. 1.34 - Circuito LC excitado por fonte de tensão e corrente. 
Sejam as equações (1.83) e (1.84) que representam o circuito da Fig. 
1.34. 
Vi = vL (t) + vC (t) (1.83) 
iL (t) = iC (t) + I (1.84) 
Com as definições de tensão em um indutor e corrente em um 
capacitor tem-se (1.85) e (1.86). 
( ) 
di (t) 
L 
v (t) L L C C 
L = 
dt 
d I i (t) 
L 
dt 
di (t) 
dt 
+ 
= = (1.85) 
dv (t) 
i (t) = C C 
C (1.86) 
dt 
Substituindo (1.86) em (1.85) obtém-se (1.87). 
d v (t) 
C 
v (t) = LC (1.87) 
2 
2 
L 
dt 
Substituindo (1.87) em (1.83) tem-se as equações (1.88) e (1.89). 
C 
2 
i = + (1.88) 
V LC 2 C 
v (t) 
d v (t) 
dt 
d v (t) C V 
i 
LC 
v (t) 
LC 
C 
dt 
2 
2 
+ = (1.89) 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 25
Com as equações (1.88) e (1.88) obtém-se as soluções dadas por 
(1.90) e (1.91). 
v (t) = V − V cos w t + L − + (1.90) 
( ) ( ) ( ) ( )i 
C C0 i o IL0 I sen wot V 
C 
I I cos w t L 
i (t) V V sen w t L 
C 
( ) ( ) ( ) ( ) I 
C 
C 
L 
L = − C0 − i o + L0 − o + (1.91) 
Seja a definição de plano de fase dada por (1.92). 
z(t) = v C (t) + j L i (t) 
(1.92) 
C 
L Substituindo (1.90) e (1.91) em (1.92) tem-se (1.93). 
⎛ 
⎡ 
= + (1.93) 
z(t) V j L I V V j L 
C 
⎥⎦ 
− ( ) ( ) jw t 
− + − + ⎟ ⎟ 
⎠ 
i C0 i IL0 I e o 
C 
⎤ 
⎢⎣ 
⎞ 
⎜ ⎜ 
⎝ 
Da equação (1.93) obtém-se (1.94) e (1.95). 
z V j L o = i + (1.94) 
I 
C 
z 1 = ( V C0 − V L i ) + j I 
− ) (1.95) 
C 
L0 Assim o plano de fase pode ser representado por (1.96). 
I 
(jw t 
z(t) zo z1 e o = + − (1.96) 
A expressão (1.96) representa um círculo com centro em zo e com 
raio z1, como pode-se observar na Fig. 1.35. 
26 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
0 
I L 
0 
z(0) 
vC 
z1 
i L 
L C 
C 
Vi 
Fig. 1.35 - Plano de fase para o circuito apresentado na Fig. 1.34. 
Dois casos particulares são muito freqüentes: 
1O Caso: I =0 
Com esta condição inicial tem-se (1.97). 
⎡ 
z(t) V V V j L − ⎥⎦ 
( ) jw t 
i C0 i IL0 e o 
= + − + (1.97) 
C 
⎤ 
⎢⎣ 
Este caso particular já foi estudado no item 1.2.1 e representado pela 
expressão (1.44). 
2O Caso: Vi =0 
Com esta condição inicial tem-se (1.98). 
⎡ 
⎥⎦ 
z(t) j L I V V j L 
− C 
( ) ( ) jwt 
C0 i IL0 I e 
= + − + − (1.98) 
C 
⎤ 
⎢⎣ 
A equação (1.98) representa o circuito LC paralelo excitado por uma 
fonte de corrente contínua, como está representado na Fig. 1.36. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 27
+ 
- 
C 
I - vC 
+ 
iL 
vL 
iC 
L 
Fig. 1.36 - Circuito LC paralelo excitado por uma fonte de corrente. 
__________________________________________________ 
1.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 
1. Nos circuitos (a), (b) e (c) da Fig. 1.37, para L=100μH e C=25μF, 
fazer a análise, representando graficamente as formas de onda de i, vL e 
vC. O tiristor é disparado com o capacitor pré-carregado, com as 
seguintes condições iniciais: 
Circuito (a) vC(0) = 0V 
Circuito (b) vC(0) = -50V 
Circuito (c) vC(0) = -50V 
Circuito (c) vC(0) = 50V 
+ 
- 
T 
100V 
+ - 
L 
+ 
C - 
D 
D 
vL 
L 
T 
+ 
- 100V 
+ - 
+ 
vC 
C - 
vL 
L 
- 
+ 
C - 
+ 
- 
T + 
100V 
vC 
(a) (b) (c) 
vC 
vL 
Fig. 1.37 - Exercício 1. 
2. Nos circuitos (a), (b), (c) e (d) da Fig. 1.38, tem-se L=100μH e 
C=25μF. Fazer a análise dos circuitos supondo que vC (0) = −100V em 
cada caso. 
3. Seja o circuito da Fig. 1.39. L=30μH e C=120μF. O tiristor T é 
disparado quando t=0. Descrever gráfica e analiticamente em função do 
tempo as grandezas i, vL, vC e iD, considerando vC(0) = -75V. 
4. Considerar o circuito da Fig. 1.40. Inicialmente o capacitor 
encontra-se descarregado. T1 e T2 são disparados ciclicamente, após o 
28 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
transitório do semiciclo anterior ter terminado. L=200μH e C=20μF. O 
fator de qualidade do circuito é igual a 5. Determinar o valor da tensão 
final do capacitor, depois de um grande número de ciclos. Representar a 
evolução de vC e iL ao longo do tempo e no plano de fase. 
vL 
+ - 
L 
+ 
C - 
D 
T 
T + - 
L 
+ 
- C D 
vC 
(a) (b) 
vC 
vL 
T 
vL 
+ - 
L 
+- 
C 
D 
T 
+ - 
L 
+- 
C 
vC 
(c) (d) 
vC 
vL 
Fig. 1.38 - Exercício 2. 
+ 
iD 
L 
D 
- 
T 
i 
+ 
vL 
100V- - + 
75V 
+- 
vC C 
Fig. 1.39 - Exercício 3. 
5. Seja o circuito da Fig. 1.41. C=300μF e VC0=0V. O valor de di/dt 
máximo que o tiristor pode tolerar é igual a 100A/μs. Determinar o valor 
mínimo de L para que esse valor seja respeitado. 
O tiristor T é disparado quando t=0 e a corrente inicial no indutor é 
nula. 
6. Seja o circuito da Fig. 1.42. N1=100 e N2=200. A chave S é 
aberta quando t=0, após ter permanecido fechada durante um tempo 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 29
muito longo. A indutância magnetizante do transformador é igual a 
200μH. Estabelecer as expressões analíticas e representar graficamente 
em função do tempo. 
C 
L 
+ 
Vi - 
T1 T2 
R 
Fig. 1.40 - Exercício 4. 
L 
- 
+ 
C - 
+ 
- 
T + 
600V 
vL 
vC 
Fig. 1.41 - Exercício 5. 
1Ω 
+ - 
D 
S 
+ 
Vi - 
N1 N2 
vS 
Fig. 1.42 - Exercício 6. 
7. Seja a estrutura da Fig. 1.43. Os tiristores T1 e T2 são disparados 
simultaneamente, complementarmente a T3 e T4. Determinar o valor da 
tensão vC depois de um grande número de ciclos. T1 e T2 são disparados 
inicialmente e VC0=-100V. Representar as grandezas vC e iL no plano de 
fase. Para garantir o bloqueio, os tiristores somente são disparados após a 
corrente iL ter se anulado. Considerar Vi=100V e α=10. 
8. Considere os circuitos (a), (b) e (c) da Fig. 1.44. O interruptor S 
encontra-se inicialmente fechado. No instante t=0, S é aberto. Mostrar o 
funcionamento de cada circuito em função do tempo e no plano de fase. 
30 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
+ 
100V- 
C L 
- + 
V =100V 
T1 
T3 
R 
T2 
T4 C0 
Fig. 1.43 - Exercício 7. 
S 
L 
S C 
I I I D1 
C L 
S 
D C L 
(a) (b) (c) 
D2 
Fig. 1.44 - Exercício 8. 
9. Seja o circuito da Fig. 1.45. Inicialmente o tiristor T encontra-se 
bloqueado. Antes do disparo do tiristor a corrente I circula pelo diodo. No 
instante t=0 o tiristor é disparado. Descrever o funcionamento do circuito, 
representar vC e iL em função do tempo e no plano de fase. As condições 
iniciais são nulas. 
I L < . 
Considerar C Vi 
C D 
T L 
+ 
i - I V 
Fig. 1.45 - Exercício 9. 
10. Seja os circuitos (a) e (b) da Fig. 1.46. Considerar as condições 
iniciais nulas. No instante t=0 o interruptor S é aberto. Descrever o 
funcionamento do circuito, obter as grandezas vC e iL e representá-las ao 
longo do tempo e no plano de fase, sabendo que S é novamente fechado 
quando vC = 0. 
Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 31
S 
D2 
I C 
I 
D1 
L 
+ 
- 
S 
L 
C 
D1 
(a) (b) 
D2 
Vi + 
i - V 
Fig. 1.46 - Exercício 10. 
11. Seja o circuito da Fig. 1.47. T1 e T2 são disparados 
complementarmente, com freqüência igual a 6kHz. Sabendo-se que 
L=100μH, C=5μF e R=0,447Ω, determinar: 
a) Etapas de funcionamento. 
b) Formas de onda para iL e vC. 
c) Valores de pico de iL e vC em regime permanente. 
d) Potência dissipada no resistor R. 
+ 
- 
100V 
100V 
+ 
- 
L C R 
- + 
T1 
T2 
iL vC 
Fig. 1.47 - Exercício 11. 
12. Seja o circuito da Fig. 1.48. A chave S permanece fechada 
durante um tempo T1 e em seguida é aberta. Determinar o tempo de 
desmagnetização do transformador, sendo Vi=100V, L=1H e T1=1s. 
D 
S 
+ 
Vi - N 2N 
Fig. 1.48 - Exercício 12. 
13. Obter as expressões (1.41), (1.42), (1.76), (1.77), (1.89), (1.97) e 
(1.98) do texto. 
32 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
CAPÍTULO II 
CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE 
2.1 INTRODUÇÃO 
Estes conversores utilizam um circuito série ressonante, que 
propicia a comutação não dissipativa nas chaves. A diminuição das 
perdas por comutação possibilita um aumento na freqüência de 
chaveamento, reduzindo o volume e peso dos elementos reativos. 
Entretanto, as perdas por condução nas chaves aumentam devido à 
circulação de uma energia reativa proveniente do circuito ressonante. 
Existem várias configurações possíveis, porém neste trabalho será 
abordada a configuração apresentada na Fig. 2.1. 
. 
+ 
V i . 
- Lt2 
+ 
Co Ro Vo 
- 
S1 D1 
C r /2 
S2 D2 
D3 D4 
D5 D6 
Lt1 
Lr 
C r /2 
Fig. 2.1 - Conversor Série Ressonante CC-CC. 
2.2 OBTENÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO EQUIVALENTE 
Supondo que o número de espiras do primário é igual ao número de 
espiras do secundário, e que a tensão induzida no primário é igual a Vo′ , 
obtém-se a configuração mostrada na Fig. 2.2 quando a chave S1 está 
conduzindo.
+ 
- 
+ 
- 
V' o 
iCr1 
- + - + 
S1 D1 
C r /2 
S2 D2 
+ 
Vi - 
Lr 
C r /2 
iCr2 iLr 
vCr1 
vCr2 
Fig. 2.2 - Chave S1 conduzindo. 
Da malha externa de tensão obtém-se a equação (2.1): 
Lr 
i = o′ + r + (2.1) 
V V L Cr2 
v (t) 
di (t) 
dt 
Da malha interna de tensão obtém-se a equação (2.2): 
Lr 
= o′ + r − (2.2) 
0 V L Cr1 
v (t) 
di (t) 
dt 
Somando (2.1) e (2.2) e dividindo por dois, obtém-se a equação 
(2.3): 
v (t) v (t) 
i − 
= ′ + + (2.3) 
V Lr Cr2 Cr1 
2 
di (t) 
dt 
V L 
2 
o r 
Por inspeção obtém-se (2.4). 
Vi = vCr1(t) + vCr2 (t) (2.4) 
Derivando-se a equação (2.4) e multiplicando por Cr/2, obtém-se 
(2.5): 
dv (t) 
= ⎛ (2.5) 
+ ⎛ ⎟⎠ 
0 ⎟⎠ 
r Cr 1 r Cr 2 dt 
C 
2 
dv (t) 
dt 
C 
2 
⎞ 
⎜⎝ 
⎞ 
⎜⎝ 
Com (2.5) e com a definição de corrente no capacitor tem-se (2.6). 
iCr1(t) = −iCr2 (t) (2.6) 
34 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Escrevendo a equação do nó 1, obtém-se (2.7). 
iCr1(t) + iLr (t) = iCr2 (t) (2.7) 
Substituindo (2.6) em (2.7), obtém-se (2.8). 
i (t) 
i (t) i (t) Lr 
− Cr1 = Cr2 = (2.8) 
2 
As tensões nos capacitores Cr1 e Cr2 são dadas por (2.9) e (2.10). 
i (t) 
i (t) dt 1 
v (t) 1 Lr 
= ∫ = ∫− dt 
Cr1 (2.9) 
2 
C 2 
C 2 
r 
Cr1 
r 
i (t) 
i (t) dt 1 
v (t) 1 Lr 
= ∫ = ∫ dt 
Cr2 (2.10) 
2 
C 2 
C 2 
r 
Cr2 
r 
Substituindo (2.9) e (2.10) em (2.3), obtém-se (2.11). 
1 
di (t) 
= ′ + + ∫i (t) dt 
i (2.11) 
C 
dt 
V L 
V 
2 
Lr 
r 
L r 
o r 
A equação (2.11) resultante corresponde ao circuito equivalente 
mostrado na Fig. 2.3. 
Observa-se que o circuito elétrico equivalente obtido corresponde 
também ao circuito equivalente do conversor série ressonante meia-ponte 
mostrado na Fig. 2.4. Assim, a análise matemática será feita utilizando-se 
este conversor. 
+ 
- 
Cr iLr Lr 
vCr 
+ - 
+ - 
+ 
- 
Vi /2 +-Vo' 
Fig. 2.3 - Circuito elétrico equivalente. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 35
V' o 
S1 D1 
- + a b 
D2 2 S +- 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
+- 
Vi /2 
Fig. 2.4 - Conversor Série Ressonante Meia-Ponte. 
2.3 ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE 
CONDUÇÃO CONTÍNUA 
No modo de condução contínua a entrada em condução das chaves é 
dissipativa e seu bloqueio é suave (comutação por zero de corrente – 
ZCS: Zero Current Switching). Portanto, as perdas por comutação não 
são totalmente eliminadas. Além disso, a tensão de pico no capacitor 
ressonante, que é função da freqüência de chaveamento, pode atingir 
valores bem maiores do que o da fonte de alimentação. 
2.3.1 Etapas de Funcionamento 
Para simplificar os estudos teóricos, todos os componentes ativos e 
passivos serão considerados ideais. O conversor está referido ao lado 
primário do transformador, a tensão induzida no primário é denominada 
Vo′ e a corrente no primário I′o . 
1a Etapa (t0, t1) 
A chave S2 estava conduzindo na etapa anterior. No instante t0 a 
corrente no indutor atinge zero, colocando o diodo D2 em condução, 
como mostrado na Fig. 2.5. Nesta etapa ocorre devolução de energia para 
a fonte Vi/2. 
A chave S2 deve ser bloqueada durante a condução do diodo D2. 
Assim seu bloqueio é suave, pois enquanto o diodo conduz a tensão na 
chave é zero. 
Esta etapa termina quando a chave S1 for comandada a conduzir. 
36 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
+ 
- 
a b 
+ 
+ - 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.5 - Primeira etapa. 
2a Etapa (t1, t2) 
A segunda etapa está representada na Fig. 2.6. No instante t1 a 
chave S1 é habilitada, ocorrendo então uma comutação dissipativa entre o 
diodo D2 e esta chave. O capacitor Cr se descarrega e então se carrega 
com a polaridade oposta. A corrente no indutor cresce e decresce 
senoidalmente até atingir zero. No final desta etapa o capacitor estará 
carregado com uma tensão VC0, e a corrente no indutor será igual a zero. 
Durante esta etapa a fonte transfere energia para a carga. 
+ 
- 
a b 
+ 
+ - 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.6 - Segunda etapa. 
3a Etapa (t2, t3) 
Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t2, o diodo D1 
entra em condução devolvendo energia para a fonte Vi/2, como mostrado 
na Fig. 2.7. A chave S1 deve ser bloqueada durante a condução do diodo 
D1. Seu bloqueio é não dissipativo, pois enquanto o diodo conduz a 
tensão na chave é zero. 
Esta etapa termina quando a chave S2 é comandada a conduzir. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 37
No final desta etapa a tensão no capacitor é VC1, e a corrente no 
indutor é –I1. 
+ 
- 
a b 
+ 
- + 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.7 - Terceira etapa. 
4a Etapa (t3, t4) 
A quarta etapa de funcionamento está representada na Fig. 2.8. No 
instante t3, S2 é habilitada, ocorrendo uma comutação dissipativa entre o 
diodo D1 e esta chave. 
Durante esta etapa a fonte transfere energia à carga. 
No final desta etapa o capacitor está carregado com uma tensão 
VC0, e a corrente no indutor é igual a zero. Quando a corrente no indutor 
ressonante atinge zero, o diodo D2 entra em condução, iniciando-se outro 
período de funcionamento. 
+ 
- 
a b 
+ 
- + 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.8 - Quarta etapa. 
2.3.2 Formas de Onda Básicas 
As formas de onda mais importantes, com indicação dos intervalos 
de tempo correspondentes, para as condições idealizadas descritas na 
Seção 2.3.1, estão representadas na Fig. 2.9. 
38 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
t 
t 
t 
t 
t 
t 
-(I 1 ) 
(VC 0 ) 
comando 
S1 
comando 
S2 
iS2 
vS2 
iS1 
iLr 
vS1 
(I 1 ) 
vCr 
(VC 1 ) 
t0 t1 t2 t3 t4 
- (VC 1 ) 
- (VC 0 ) 
Fig. 2.9 - Formas de onda básicas. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 39
2.3.3 Equacionamento 
Nesta seção são obtidas as expressões de vCr(t) e iLr(t) para os 
diferentes intervalos de tempo. Por ser o circuito simétrico, será analisado 
apenas meio período de operação. 
A. Primeira Etapa 
Seja as seguintes condições iniciais: 
i (t ) 0 
⎩ ⎨ ⎧ 
= 
Lr 0 
v (t ) = − 
V 
Cr 0 C0 
Do circuito equivalente da primeira etapa obtém-se as expressões 
(2.12) e (2.13): 
di (t) 
V = − − − ′ (2.12) 
i v (t) V 
Cr o 
Lr 
r 
dt 
L 
2 
dv (t) 
i Cr 
Lr (t) = C r (2.13) 
dt 
Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.12) e (2.13), 
obtém-se as expressões (2.14) e (2.15): 
( ) 
i o = − − 
sL i (s) v (s) 
V 2 V 
s 
r Lr Cr 
+ ′ 
(2.14) 
iLr (s) = sCr vCr (s) + Cr VC0 (2.15) 
Definindo-se: 
V 
V i 
1 = 
2 
w = 1 
o L C 
r r 
Obtém-se então a expressão (2.16) para a tensão no capacitor Cr. 
( ) 
( ) ( 2 ) 
− + ′ 
= (2.16) 
o 
2 
V 
C0 
V V w 
2 
o 
2 
2 
1 o o 
Cr 
s w 
s 
s s w 
v (s) 
+ 
− 
+ 
Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à expressão (2.16), 
obtém-se a expressão (2.17): 
40 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
vCr (t) = −(− V1 − Vo′ + VC0 )cos (wo t) − V1 − Vo′ (2.17) 
Derivando a expressão (2.17), e multiplicando-a por Cr, obtém-se a 
corrente no indutor, parametrizada em função da impedância 
característica z. 
iLr (t) z = (− V1 − Vo′ + VC0 )sen (wot) (2.18) 
Sendo: 
r 
C 
r 
L 
z = 
A.1 Plano de Fase da Primeira Etapa 
Seja a definição (2.19). 
r 
z 1 (t) = v Cr (t) + j i Lr 
(t) 
(2.19) 
Substituindo (2.17) e (2.18) em (2.19), obtém-se (2.20) e (2.21). 
L 
C 
r 
z1(t) = −V1 − Vo′ − (− V1 − Vo′ + VC0 )cos( wot) + j(− V1 − Vo′ + VC0 )sen( wot) (2.20) 
( ) jw t 
z1(t) V1 Vo V1 Vo VC0 e o = − − ′ + + ′ − − (2.21) 
Na Fig. 2.10 é apresentado o plano de fase relativo à expressão 
(2.21). 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 41
0 
VCr 
R1 
L 
C 
i 
r 
r 
Lr 
V 2 V 2 V 0 C o 1 − ′ − − Vo ′ 
−VC0 −V1− 
0 
Fig. 2.10 - Plano de fase da primeira etapa. 
Do plano de fase, obtém-se (2.22) 
R1 = VC0 − V1 − Vo′ (2.22) 
B. Segunda Etapa 
Seja as seguintes condições iniciais: 
i (t ) I 
⎩ ⎨ ⎧ 
= 
Lr 0 1 
v (t ) = − 
V 
Cr 0 C1 
Do circuito equivalente da segunda etapa obtém-se as expressões 
(2.23) e (2.24). 
V = L + + ′ (2.23) 
Cr o 
di (t) 
Lr 
1 r v (t) V 
dt 
dv (t) 
i Cr 
Lr (t) = C r (2.24) 
dt 
Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.23) e (2.24), 
obtém-se as expressões (2.25) e (2.26): 
1 o = − + 
sL i (s) L I v (s) 
V V 
s 
r Lr r 1 Cr 
− ′ 
(2.25) 
iLr (s) = sCr vCr (s) + Cr VC1 (2.26) 
42 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Substituindo (2.26) em (2.25), obtém-se (2.27) e (2.28). 
1 o = + − + 
sL (sC v (s) C V ) L I v (s) 
V V 
s 
r r Cr r C1 r 1 Cr 
− ′ 
(2.27) 
( ) 
( ) ( ) ( w L I 
2 ) 
= (2.28) 
o 
2 
r 1 
2 
o 
2 
o 
2 
V 
C1 
− ′ 
V V w 
2 
o 
2 
2 
1 o o 
Cr 
s w 
s w 
s 
s s w 
v (s) 
+ 
+ 
+ 
− 
+ 
Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (2.28), 
obtém-se a expressão (2.29): 
vCr (t) = −(V1 − Vo′ + VC1)cos (wo t) + I1 z sen (wo t) + V1 − Vo′ (2.29) 
Derivando a equação (2.29), e multiplicando-a por Cr, obtém-se a 
corrente no indutor, parametrizada em função da impedância 
característica z. 
iLr (t) z = (V1 − Vo′ + VC1)sen (wot) + I1 z cos (wot) (2.30) 
B.1 Plano de Fase da Segunda Etapa 
Seja a definição (2.31). 
z2 (t) = vCr (t) + jz iLr (t) (2.31) 
Substituindo (2.29) e (2.30) em (2.31), obtém-se a expressão (2.32) 
e (2.33). 
( ) 
= − ′ − − ′ + + + 
z (t) V V V V V cos (w t) I z sen (w t) 
2 1 o 1 o C1 o 1 o 
j[(V V V )sen (w t) I z cos (w t)] 
+ − ′ + + 
1 o C1 o 1 o 
(2.32) 
( jw t 
z2 (t) V1 Vo V1 Vo VC1 jI1 z)e o = − ′ − − ′ + + − (2.33) 
Na Fig. 2.11 é apresentado o plano de fase relativo à equação (2.33). 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 43
0 
VC0 
L 
r 
v Cr 
R2 
C 
-i 
r 
1 
L 
C 
i 
r 
r 
Lr 
L 
C 
r 
−VC1 −V1−Vo′ 
i 
r 
1 
0 
Fig. 2.11 - Plano de fase da segunda etapa. 
Do plano de fase, obtém-se (2.34). 
R2 2 
= ( V′ o − V C1 − V 2 
2 
1 
) + (I 1 
z) (2.34) 
C. Condições Iniciais 
Agrupando os planos de fase da primeira e segunda etapas em um 
mesmo diagrama, obtém-se a representação mostrada na Fig. 2.12. 
44 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
r 
ψr ψo θ 0 V 0 C 
v Cr 
R2 
L 
C 
i 
r 
r 
Lr 
−VC1 
L 
C 
i 
r 
1 
0 
R1 
-VC0 
Fig. 2.12- Plano de fase da primeira e segunda etapa. 
Do plano de fase da primeira e segunda etapa, obtém-se (2.35), 
(2.36) e (2.37). 
− VC1 = −V1 − Vo′ − R1 cos (ψr ) (2.35) 
I1 z = R1 sen (ψr ) (2.36) 
VC0 = R2 + V1 − Vo′ (2.37) 
Substituindo (2.22) em (2.35) e (2.36), obtém-se (2.38) e (2.39). 
− VC1 = −V1 − Vo′ − (VC0 − V1 − Vo′ )cos (ψr ) (2.38) 
I1 z = (VC0 − V1 − Vo′ )sen (ψr ) (2.39) 
Substituindo (2.34) em (2.37), obtém-se (2.40). 
( ) 2 
( 1 
) 2 
1 o 
VC0 = Vo′ − VC1 − V1 + I z + V − V′ (2.40) 
Substituindo (2.38) e (2.39) em (2.40), obtém-se (2.41). 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 45
[ ] 
q cos( ) 
(1 q) 1 cos( ) 
V V 
C0 
C0 − ψ 
V 
r 
r 
1 
+ − ψ 
= = (2.41) 
Sendo: 
V 
o 
V 
1 
q 
′ 
= 
Substituindo (2.41) em (2.38), obtém-se (2.42). 
[ ] 
⎤ 
C1 (2.42) 
⎥⎦ 
⎡ 
⎢⎣ 
q 1 − cos ( ψ 
) 
− ψ 
V 
C1 
= = + 
q cos ( ) 
(1 q) 
V 
V 
r 
r 
1 
Substituindo (2.41) em (2.39), obtém-se (2.43). 
1 
+ − 
I r 
sen ( ) 
(1 q) (1 q) 
1 ψ 
= = (2.43) 
q cos ( ) 
I z 
V 
− ψ 
1 r 
D. Ângulos ψr e ψo 
Sejam as relações (2.44) e (2.45). 
f 
o s 
= (2.44) 
o 
w 
1 
s 2 
f 
T 
π 
Ts = 2 (TD + TT ) (2.45) 
onde: TD - tempo de condução do diodo 
TT - tempo de condução da chave 
Ts – período de chaveamento 
Substituindo a equação (2.45) em (2.44), e definindo-se μo como a 
relação entre a freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância, 
obtém-se (2.46). 
1 o 
μ 
w 
( ) o 
2 T T 
D T 2 
π 
= 
+ 
(2.46) 
Isolando-se μo, obtém-se (2.47). 
46 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
π 
μ = (2.47) 
o w T + w T 
o D o T 
Sejam as relações (2.48) e (2.49). 
wo TD = ψr (2.48) 
wo TT = θ (2.49) 
Assim obtém-se (2.50). 
π 
o (2.50) 
ψ + θ 
μ = 
r 
Do plano de fase da Fig. 2.12, obtém-se (2.51). 
θ = π − ψo (2.51) 
Substituindo a equação (2.51) em (2.50), tem-se (2.52). 
π 
o (2.52) 
ψ −ψ + π 
μ = 
r o 
Rearranjando-se a equação (2.52) obtém-se (2.53). 
ψ − ψ + π − 0 
(2.53) 
⎛ 
π 
r o = ⎟ ⎟⎠ 
o 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
μ 
Da Fig. 2.12 obtém-se (2.54). 
⎞ 
⎟ ⎟⎠ 
⎛ 
⎜ ⎜⎝ 
z I 
1 
arc tan (2.54) 
o V − V ′ + 
V 
ψ = 
1 o C1 
Dividindo a equação (2.54) por V1 e substituindo (2.42) e (2.43), 
obtém-se (2.55) e (2.56). 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 47
⎤ 
⎥⎦ 
(1 + q) (1 − 
q) 
⎡ 
⎢⎣ 
⎞ 
r 
q (1 − cos ψ 
) 
− ψ 
⎛ 
− + 
ψ ⎟ ⎟⎠ 
⎜ ⎜⎝ 
− ψ 
ψ = 
r 
r 
r 
o 
q cos 
(1 q) (1 q) 
sen 
q cos 
arc tan (2.55) 
⎤ 
o (2.56) 
⎥⎦ 
⎡ 
⎢⎣ 
(1 q) (1 q) sen 
+ − ψ 
r 
− − ψ + + − ψ 
ψ = 
(1 q) (q cos ) q (1 q) (1 cos ) 
arc tan 
r r 
Substituindo (2.56) em (2.53) obtém-se (2.57). 
+ − ϕ (2.57) 
0 
(1 q) (1 q) sen 
⎛ 
π 
− π + ϕ − ⎥⎦ 
r = ⎟ ⎟⎠ 
(1 q) (q cos ) q (1 q) (1 cos ) 
arc tan 
o 
r 
r r 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
μ 
⎤ 
⎡ 
⎢⎣ 
− − ϕ + + − ϕ 
A equação (2.57) pode ser resolvida algebricamente para obter-se o 
valor do ângulo ψr e ψo. 
O tempo de condução das chaves (Δts) e dos diodos (Δtd) pode ser 
calculado com o uso de (2.58) e (2.59). 
o 
o 
s w 
t 
π −ψ 
Δ = (2.58) 
r 
o 
d w 
t 
ψ 
Δ = (2.59) 
E. Tensão no Capacitor 
Dividindo a equação (2.29) por V1, e substituindo (2.42) e (2.43), 
obtém-se (2.60). 
[ ] 
= Cr 
=− + (2.60) 
+ − 
⎤ 
⎡ 
− ψ 
v (t) r o 
sen( )sen(w t) (1 q) 
cos(w t) (1 q)(1 q) 
Cr ψ + − 
q cos( ) 
q 1 qcos( ) 
1 
q cos( ) 
v (t) 
V 
r 
o 
r 
r 
1 
− ψ 
+ ⎥⎦ 
⎢⎣ 
− ψ 
F. Corrente no Indutor Ressonante Lr 
F.1 Durante a condução do diodo D2 
Dividindo (2.18) por V1, e substituindo (2.41), obtém-se (2.61). 
48 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
⎤ 
⎡ 
+ − 
i (t) o 
sen (w t) 
(1 q) (1 q) 
= = (2.61) 
q cos ( ) 
i (t) z 
V 
⎢⎣ 
1 r 
D 
D ⎥⎦ 
− ψ 
F.2 Durante a condução de S2 
Dividindo (2.30) por V1, e substituindo (2.42), obtém-se (2.61). 
[ ] 
+ − 
⎤ 
⎡ 
− ψ 
= = + (2.62) 
i (t) r o 
sen( )cos(w t) 
sen(w t) (1 q) (1 q) 
q cos( ) 
q 1 qcos( ) 
q cos( ) 
1 
i (t) z 
V 
r 
o 
r 
r 
1 
S 
S ψ 
− ψ 
+ ⎥⎦ 
⎢⎣ 
− ψ 
G. Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves 
Derivando a equação (2.62) e igualando a zero, obtém-se o instante 
no qual a corrente na chave é máxima, dado por (2.63). 
[ ] 
⎤ 
o a (2.63) 
⎥⎦ 
⎡ 
⎢⎣ 
q - cos ( ψ ) + q 1 − q cos ( ψ 
) 
r r 
+ − ψ 
= 
(1 q) (1 q) sen ( ) 
w t arc tan 
r 
Substituindo (2.63) em (2.62), obtém-se a corrente de pico nas 
chaves, dada por (2.64). 
[ ] 
+ − 
⎞ 
⎛ 
− ψ 
= = + (2.64) 
i r o a 
sen( )cos(w t ) 
sen(w t ) (1 q)(1 q) 
q cos( ) 
q 1 q.cos( ) 
1 
q cos( ) 
i z 
V 
r 
o a 
r 
r 
1 
S 
S 
pico 
pico 
ψ 
− ψ 
+ ⎟ ⎟⎠ 
⎜ ⎜⎝ 
− ψ 
A corrente média nas chaves é calculada de acordo com a expressão 
(2.65). 
Δ 
I 1 (2.65) 
∫ 
Smed = 
i (t) dt 
t s 
0 
S 
T 
s 
Substituindo (2.62) em (2.65), e resolvendo-se a integral, obtém-se 
(2.66). 
[A[1 cos ( )] Bsen ( )] 
f f 
Smed 
I o o 
Smed − π − ψ + π − ψ 
= = (2.66) 
2 
I z 
V 
s o 
1 
π 
A corrente eficaz nas chaves é calculada de acordo com a expressão 
(2.67). 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 49
Δ 
I 1 (2.67) 
∫[ ] 
Sef = 
i (t) dt 
t s 
0 
2 
S 
T 
s 
Sendo: 
f = 1 , 
s T 
s 
f π 
s 
2 
w T 
o o s 
f 
= , 
f 
o s 
o 
w 
1 
s 2 
f 
T 
π 
= 
Substituindo (2.62) em (2.67), e resolvendo-se a integral, obtém-se 
(2.68). 
( ) 
⎤ 
⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ 
Sef (2.68) 
⎦ 
⎡ 
A ( ) sen2( ) 
⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ 
⎛ π−ψ 
π−ϕ − 
B ( ) sen2( ) 
+ π−ϕ + 
⎣ 
⎞ 
⎟⎠ 
⎛ π−ψ 
⎜⎝ 
⎞ 
ψ − π + ⎟⎠ 
⎜⎝ 
π 
I z 
Sef 
= = 
2 
2AB sen( ) 
2 
V 4 
I 
o 
o 
2 
2 
o 
o 
o 
2 
fs fo 
1 
Onde: 
[ ] 
q cos ( ) 
q 1 q.cos ( ) 
A 1 
− ψ 
(1 + q) (1 − 
q) 
= + , sen ( ) 
r 
r 
− ψ 
B r 
q cos ( ) 
r 
ψ 
− ψ 
= 
H. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos em 
Anti-Paralelo com as Chaves 
A equação (2.61) é uma senóide, que atinge seu valor máximo em 
t=π/2. Assim tem-se (2.69). 
(1 + q) (1 − 
q) 
= = (2.69) 
Dpico − ψ 
q cos ( ) 
I z 
Dpico 
V 
I 
1 r 
A corrente média nos diodos é calculada de acordo com a expressão 
(2.70). 
Δ 
I 1 (2.70) 
∫ 
D = 
i (t)dt 
D 
med 
t 
0 
D 
T 
s 
Substituindo (2.61) em (2.70), e resolvendo-se a integral, obtém-se 
(2.71). 
= = [1 cos ( ) 
] (2.71) 
(1 q) (1 q) 
Dmed 
⎡ 
+ − 
I r 
D med q cos ( ) 
⎥⎦ 
− ψ f f 
2 
I z 
V 
r 
s o 
1 
⎤ 
⎢⎣ 
− ψ 
π 
50 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
A corrente eficaz nos diodos é calculada de acordo com a expressão 
(2.72). 
Δ 
I 1 (2.72) 
∫[ ] 
Def = 
i (t) dt 
tD 
0 
2 
D 
T 
s 
Substituindo (2.61) em (2.72), e resolvendo-se a integral, obtém-se 
(2.73). 
[ ] 
⎤ 
⎥ ⎥ 
Def (2.73) 
⎦ 
⎡ ψ 
⎢ ⎢ 
− ψ ⎥⎦ 
⎣ 
⎤ 
⎡ 
⎢⎣ 
(1 + q) (1 − 
q) 
− ψ 
f f 
π 
I z 
Def 
= = 
sen ( ) 
2 
q cos ( ) 
2 
V 
I 
2 
r 
r 
2 
r 
s o 
1 
I. Corrente Eficaz no Indutor e Capacitor 
A corrente eficaz no indutor, igual à corrente eficaz no capacitor, 
que é 2 vezes a raiz quadrada da soma dos quadrados das correntes 
eficazes nos diodos e chaves, é dada por (2.74) 
( ) ( )2 
I = I = = + (2.74) 
Def 
2 
I z 
Lref Cr ef 2 I I 
Sef 
Cr ef 
V 
1 
J. Correntes Média e Eficaz na Fonte E 
Vo′ 
( Smed Dmed 
A corrente média na fonte , dobro da soma das correntes médias 
nas chaves e nos diodos, é dada por (2.75). 
I z 
omed 
omed 2 I I 
I = + 
V 
1 
′ 
′ = ) (2.75) 
Vo′ 
( ) ( )2 
A corrente eficaz na fonte , que é a mesma corrente eficaz no 
indutor e capacitor, é dada por (2.76). 
Def 
2 
I z 
I = + 
oef 2 I Sef 
I 
oef 
V 
1 
′ 
′ = (2.76) 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 51
K. Potência Fornecida pela Fonte Vo′ 
A potência fornecida pela fonte é calculada de acordo com a 
expressão (2.77). 
Vo′ 
Δ 
P 1 (2.77) 
∫ 
V ′ = 
V i (t) dt 
s 
o 
t 
0 
1 S 
T 
s 
Substituindo (2.62) em (2.77), obtém-se (2.78). 
[ ] [ ] 
⎪⎭ 
⎪⎬ ⎫ 
⎪⎩ 
⎪⎨ ⎧ 
⎤ 
1 cos( ) (1 q)(1 q) 
q1 qcos( ) 
1 
P z 
s o r 
V 
′ sen( )sen( ) 
P r o 
ψ − π ψ ⎥⎦ 
⎡ 
− ψ 
⎢⎣ 
+ − 
⎤ 
+ ψ − π − ⎥⎦ 
⎡ 
⎢⎣ 
− ψ 
− ψ 
+ 
π 
′ 
= = 
q cos( ) 
1 cos( ) 
f f 
V 
r 
o 
r 
2 
1 
V 
o 
o 
(2.78) 
L. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos da 
Ponte Retificadora 
A corrente de pico nos diodos retificadores, igual à corrente de pico 
nas chaves, é dada por (2.79). 
I = = (2.79) 
Spico 
I z 
DRpico 
DRpico I 
V 
1 
A corrente média dos diodos da ponte retificadora, para relação de 
transformação unitária, é a soma das corrente médias nos diodos e chaves 
do primário do transformador, e é dada por (2.80). 
I z 
I = = + (2.80) 
DRmed I I 
Smed Dmed 
DRmed 
V 
1 
A corrente eficaz dos diodos da ponte retificadora, para relação de 
transformação unitária, é dada pela raiz quadrada da soma dos quadrados 
das correntes eficazes nas chaves e diodos do primário do transformador, 
e representada por (2.81). 
( ) ( )2 
I = = + (2.81) 
Def 
2 
I z 
DRef I I 
Sef 
DRef 
V 
1 
52 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
2.3.4 Representação Gráfica dos Resultados da Análise 
A. Ângulos ψr e ψo 
Os ábacos dos ângulos ψr e ψo são traçados nesta seção. O ângulo 
ψr é obtido algebricamente pela expressão (2.82) e o ângulo ψo é 
calculado com a expressão (2.83). 
(1+ q) (1- q) sen ( ) 
⎛ 
ψ (2.82) 
π 
− π + ϕ − ⎥⎦ 
r = ⎟ ⎟⎠ 
[ ] [ ( )] 0 
(1- q) q cos ( ) (1+ q) q 1 cos ( ) 
arc tan 
o 
r 
r r 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
μ 
⎤ 
⎡ 
⎢⎣ 
− ψ + − ψ 
⎤ 
(1 + q) (1 − q) sen ( ψ 
) 
r 
o (2.83) 
[ ] ( [ ] )⎥⎦ 
⎡ 
⎢⎣ 
− − ψ + + − ψ 
ψ 
(1 q) q cos ( ) (1 q) q 1 cos ( ) 
= arc tan 
r r 
μo= 0,5 
0,65 
0,7 
0,75 
0,8 
0,85 
0,87 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
200o 
150o 
100o 
50o 
0 o 
q 
ψr 
Fig. 2.13 – Ângulo ψr em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 53
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0,70 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
80o 
60o 
40o 
20o 
0 o 
20o 
0,65 
μo= 0,5 
ψo 
q 
Fig. 2.14 –Ângulo ψo, em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. 
B. Característica de Saída 
A característica de saída foi traçada utilizando-se a expressão (2.84). 
A corrente média na fonte Vo′ está parametrizada em função da relação 
(z/V1). Observa-se na Fig. 2.15 que para uma determinada relação de 
freqüências (μo=fs/ff), na ocorrência de um curto-circuito na carga (q=0), 
a corrente de curto-circuito fica limitada. Ou seja, este conversor pode ser 
auto-protegido contra curto-circuito na carga, se for apropriadamente 
projetado. 
⎞ 
⎞ 
⎛ 
omed (2.84) 
+ − 
I A 1 cos ( ) Bsen ( ) (1 q)(1 q) r 
[ ( ) ] ( )⎟ ⎟ 
⎠ 
⎛ 
⎜ ⎜ 
′ = 1 cos ( ) 
⎝ 
ψ − ⎟ ⎟⎠ 
⎜ ⎜⎝ 
− ψ 
− π − ψ + π − ψ + 
μ 
π 
q cos ( ) 
r 
o o 
o 
54 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
0,5 1 1,5 2 2,5 3 
1 
0,8 
0,6 
0,4 
0,2 
0 
μo=0,50 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,87 
q 
I′omed 
Fig. 2.15 – Característica de saída. 
C. Esforços nos Semicondutores 
Os ábacos da corrente média e eficaz nas chaves, corrente média nos 
diodos em anti-paralelo com as chaves e nos diodos da ponte retificadora, 
são traçados nesta seção. Todas as corrente estão parametrizadas em 
função da relação (z/V1). 
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0,70 
0,65 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
1 
0,8 
0,6 
0,4 
0,2 
0 
0,5 
μo= 
q 
ISmed 
Fig. 2.16 – Corrente média nas chaves em função do ganho estático q, 
tendo μo como parâmetro. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 55
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0,70 
0,65 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
2 
1,5 
1 
0,5 
0 
0,5 
μo= 
q 
ISef 
Fig. 2.17 – Corrente eficaz nas chaves em função do ganho estático q, 
tendo μo como parâmetro. 
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0,70 
0,65 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
0,8 
0,6 
0,4 
0,2 
0 
0,50 
μo= 
q 
IDmed 
Fig. 2.18 – Corrente média nos diodos em anti-paralelo com as chaves em 
função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. 
56 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0,70 
0,65 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
1,5 
1 
0,5 
0 
0,50 
μo= 
q 
IDRmed 
Fig. 2.19 – Corrente média nos diodos da ponte retificadora em função do 
ganho estático q, tendo μo como parâmetro. 
D. Tensão de Pico no Capacitor 
Nesta seção é traçado o ábaco da tensão de pico no capacitor, 
parametrizada em relação a V1. Pode-se observar que a tensão de pico no 
capacitor pode atingir valores bastante elevados. 
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0,70 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
0 
0,65 
μo=0,50 
q 
VC0 
Fig. 2.20 - Tensão de pico no capacitor, em função do ganho estático q, 
tendo μo como parâmetro. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 57
2.3.5 Metodologia e Exemplo de Projeto 
Nesta seção são apresentadas metodologia e exemplo de projeto do 
conversor estudado, empregando os ábacos e expressões apresentados nas 
seções anteriores. 
Sejam as seguintes especificações: 
Vi = 400V 
Vo = 50V 
Io = 10A 
Po = 500W 
Pomin = 50W 
f 40 103Hz 
smax = × 
A. Operação com Potência Nominal 
Escolhendo-se uma relação de freqüências (μo=fs/fo) de 0,87 para 
obter-se uma ampla faixa de variação de carga, e I′omedmax = 2,5 , 
obtém-se o valor do ganho estático (ábaco da Fig. 2.15): 
0,6 
V 
′ 
V 2 
q 
i 
o = 
= 
Portanto: 
V Vi 
o′ = = × = 
0,6 120V 
q 400 
2 
2 
2,4 
120 
1 = = 
50 
V 
o 
V 
N 
N 
o 
2 
′ 
= 
4,16667A 
10 1 
′omed = o = × = 
2,4 
N 
N 
I I 
2 
1 
58 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Calcula-se então os ângulos Ψr e Ψo.utilizando-se as expressões 
(2.82) e (2.83). 
ψr =1,182 rad 
ψo = 0,713 rad 
Com o valor de I′omed , obtém-se uma relação para Lr e Cr. 
I L 
1 
r 
r 
omed 
omed V 
C 
I 
′ 
′ = 
14400 
L 2 2 
2,5 200 
⎛ × 
= 
⎞ 
⎛ 
⎟⎠ 
r 4,16667 
⎟ = I V 
omed 1 
I 
C 
omed 
r 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
⎟ ⎟ 
⎠ 
⎜ ⎜ 
⎝ 
′ 
′ 
= 
Com a relação de freqüências (μo) e com a freqüência de 
chaveamento, calcula-se a freqüência de ressonância e uma segunda 
relação para Lr e Cr: 
45977,0115Hz 
40 × 
10 
0,87 
0,87 
f 
f 
3 
smax 
o = = 
= 
288882,7586 rad / s 
w 1 
o = = 
L C 
r r 
12 
Lr Cr 11,98276 10= × − 
Assim: 
C = 28,9976 × 10 − 
9 r 
F 
L = 413,233 × 10 − 
r 
6H 
Os tempos de condução das chaves e dos diodos são calculados 
utilizando-se as expressões (2.58) e (2.59). 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 59
t 6 
8,407 10 s 
0,713 
288882,75 
w 
o 
o 
s 
= × − 
π − 
= 
π − ψ 
Δ = 
t 6 
4,093 10 s 
1,182 
288882,75 
w 
r 
o 
D 
= = × − 
ψ 
Δ = 
As condições iniciais e os esforços nos semicondutores são então 
calculados, de acordo com as expressões apresentadas na seção 2.3.3. 
VC0 = 889,173V VC1 = 538,904V I1 = 4,483A 
ISpico = 6,854A ISmed =1,667A ISef = 3,083A 
IDpico = 4,843A IDmed = 0,417A IDRmed = 2,084A 
B. Operação com Potência Mínima 
Uma vez definidos os valores de Lr e Cr, a freqüência de 
ressonância está determinada, como calculado anteriormente. Para que se 
tenha uma variação de potência é necessário alterar-se a freqüência de 
chaveamento. 
Sejam as seguintes especificações para potência mínima: 
Pomin = 50W Vo = 50V Io = 1A 
Definindo-se I′omedmin =1, e para q=0,6 obtém-se a relação de 
freqüências para a potência mínima: 
0,70 
f 
o 
f 
s 
μo = = 
Logo: 
fsmin = fo μo = 45977 × 0,7 = 32183,91Hz 
Calcula-se então os ângulos Ψr e Ψo.utilizando-se as expressões 
(2.82) e (2.83). 
ψr = 1,756 rad ψo = 0,409 rad 
Os tempos de condução das chaves e dos diodos são calculados 
utilizando-se as expressões (2.58) e (2.59). 
60 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
t 6 
9,458 10 s 
0,409 
288882,75 
w 
o 
o 
s 
= × − 
π − 
= 
π − ψ 
Δ = 
t 6 
6,078 10 s 
1,756 
288882,75 
w 
r 
o 
D 
= = × − 
ψ 
Δ = 
As condições iniciais e os esforços nos semicondutores são então 
calculados, de acordo com as expressões apresentadas na seção 2.3.3. 
VC0 = 483,235V VC1 = 289,941V I1 = 1,345A 
ISpico = 3,378A ISmed = 0,722A ISef =1,403A 
IDpico =1,368A IDmed = 0,18A IDRmed = 0,902A 
Escolhendo-se q, I′omedmax e I′omedmin , fica definida uma região 
de operação, conforme mostrado na Fig. 2.21. 
0,5 1 1,5 2 2,5 3 
1 
0,8 
0,6 
0,4 
0,2 
0 
μo=0,50 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,87 
Região de 
Operação 
q 
I′omed 
Fig. 2.21 - Região de operação. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 61
C. Cálculo das indutâncias do primário Lt1 e 
secundário Lt2 
Sendo a corrente de pico no indutor igual a 6,864A, supõe-se que a 
corrente magnetizante seja 10% deste valor, ou seja, 0,6864A. 
Assim: 
( ) 
L 3 
1 10 H 
25 10 
4 
50 2,4 
0,6864 
T 
4 
V N N 
o 1 2 
I 
6 
s 
Lp 
T1 
− 
− 
= × 
× 
× 
× 
= = 
⎞ 
⎛ 
× × = ⎟ ⎟⎠ 
⎛ 
L L 6 
173,6 10 H 
1 10 1 
2,4 
N 
N 
2 
3 
2 
2 
1 
T2 T1 
− = × − ⎟ ⎟⎠ 
⎜ ⎜⎝ 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
= 
A indutância de dispersão para um coeficiente de acoplamento de 
0,98, corresponde a 2% de Lt1, ou seja, 20μH. 
2.3.6 Resultados de Simulação 
O programa de simulação utilizado foi o PROSCES. Os 
interruptores são modelados por uma resistência binária. Definiu-se uma 
resistência de condução de 0,1Ω, e a de bloqueio de 1MΩ. 
Foram feitas três simulação para a potência nominal, uma 
considerando que o transformador induz no primário uma tensão Vo′ , 
uma utilizando-se um transformador com um fator de acoplamento 
k=0,999999 e outra com k=0,99. Além disso foi feita uma simulação para 
potência mínima, considerando que o transformador induz no primário 
uma tensão Vo′ . 
A. Operação com Potência Nominal e com Fonte de 
Tensão Ideal como Carga 
O circuito simulado ideal é apresentado na Fig. 2.22 e em seguida é 
apresentada a listagem do arquivo de dados simulado. 
62 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
3 
+ 
- 
a b 
2 
1 
7 
4 5 6 
8 
- + 
+ 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.22 - Circuito simulado. 
Listagem do arquivo de dados: 
v.1 2 1 200 0 0 
v.2 3 2 200 0 0 
v.3 7 8 120 0 0 
cr.1 4 2 28.998n 539.629 
t.1 3 6 0.1 1M 40k 0 0 1 0 8.5u 
t.2 6 1 0.1 1M 40k 0 0 1 12.4989u 20.9989u 
d.1 6 3 0.1 1M 
d.2 1 6 0.1 1M 
d.3 5 7 0.1 1M 
d.4 6 7 0.1 1M 
d.5 8 5 0.1 1M 
d.6 8 6 0.1 1M 
lr.1 5 4 413.23u 4.491 
.simulacao 0 1m 0 0 1 
Na Fig. 2.23 apresenta-se a tensão no capacitor Cr e a corrente no 
indutor Lr e na Fig. 2.24 pode-se observar a tensão vab e a corrente no 
indutor, nas chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.25 (a) é 
apresentada em detalhe a comutação nas chaves. Como se pode observar 
a entrada em condução das chaves é dissipativa e o bloqueio é suave 
(comutação por zero de corrente – ZCS). Na Fig. 2.25 (b) é mostrada a 
corrente na fonte Vo′ . 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 63
(a) t (s) 
vCr (V) 
(b) t (s) 
i Lr (A) 
Fig. 2.23 – (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. 
t (s) 
(a) 
vab (V) 
(b) 
t (s) 
iLr (A) 
iD1 
iS1 iD2 
iS2 
Fig. 2.24 – (a) Tensão vab e (b) corrente no indutor, nas chaves e seus diodos em 
anti-paralelo. 
Observa-se nestes resultados de simulação como os valores obtidos 
estão próximos dos calculados. Isto porque o circuito foi simulado com a 
fonte Vo′ 
, utilizada na análise teórica. As diferenças que ocorreram 
podem ser atribuídas às perdas nas chaves (modelo de resistência 
binária), que na análise teórica foram consideradas nulas. 
64 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
(a) t (s) 
vS2 
vS1 
iS2 × 50 
iS1 × 20 
t (s) 
I ′o (A) 
(b) 
Fig. 2.25 – (a) Detalhe da comutação nas chaves e (b) corrente na fonte Vo ′ 
. 
B. Operação com Potência Nominal e com 
Transformador Ideal, Filtro Capacitivo e Carga 
Resistiva 
O circuito simulado é apresentado na Fig. 2.26. O fator de 
acoplamento utilizado foi 0,999999. A listagem do arquivo de dados 
simulado é apresentada a seguir. 
Vi /2 S1 
. 
3 
+ 
- 
2 
+ 
- 
- 
1 
+ 
S3 
+ 
- 
. 
4 5 6 
7 
6 
8 
9 
10 
Vo 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
vCr iLr 
Co Ro Ro 
Lt1 
Lt2 
Fig. 2.26 - Circuito simulado. 
Listagem do arquivo de dados: 
v.1 2 1 200 0 0 
v.2 3 2 200 0 0 
cr.1 4 2 28.998n 539.629 
c.2 8 9 50u 
t.1 3 6 0.1 1M 40k 0 0 1 0 8.8u 
t.2 6 1 0.1 1M 40k 0 0 1 0 12.4989u 21.2989u 
t.3 8 10 0.1 1M 166.67 0 0 1 3m 6m 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 65
d.1 6 3 0.1 1M 
d.2 1 6 0.1 1M 
d.3 7 8 0.1 1M 
d.4 6 8 0.1 1M 
d.5 9 7 0.1 1M 
d.6 9 6 0.1 1M 
r.1 8 9 5 
r.2 10 9 5 
l.1 5 6 1m 
l.2 7 6 0.1736m 
lr.3 5 4 413.23u 4.491 
m.1 l.1 l.2 0.416653m 
.simulacao 0 2.1m 2m 0 1 
Na Fig. 2.27 apresenta-se a tensão vab e a corrente no indutor, nas 
chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.28 é apresentado em 
detalhes a comutação nas chaves S1 e S2. Praticamente não há diferença 
entre esta simulação em relação à simulação com fonte de tensão Vo′ , 
por ter sido utilizado um fator de acoplamento elevado para o 
transformador. 
Nas Figs. 2.29 e 2.30 (a) observa-se a tensão, corrente e potência na 
carga, respectivamente. Apesar de se utilizar um fator de acoplamento de 
0,999999, existe uma pequena indutância de dispersão, que somando-se 
com a indutância ressonante Lr diminui a freqüência de ressonância. 
Pode-se observar no ábaco da Fig. 2.15 que um aumento na relação de 
freqüência μo=fs/fo, corresponderá, para uma mesma carga, a um 
aumento de q, ou seja, da tensão de saída, que é confirmado pela Fig. 
2.29. 
Na Fig. 2.30 (b) são apresentadas as tensões nos enrolamentos 
primário e secundário do transformador. 
Na Fig. 2.31 observa-se a dinâmica da tensão de saída, partindo de 
condições iniciais nulas, e com uma variação da carga de 50% em 3ms. 
No ábaco da Fig. 2.15 observa-se que um aumento de carga, mantendo-se 
a freqüência de chaveamento constante, provocará uma diminuição de q, 
ou seja, da tensão de saída. Na prática seria utilizada uma malha de 
66 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
controle para detectar a mudança de carga e então variar a freqüência de 
chaveamento, para manter a tensão de saída no valor desejado. 
t (s) 
(a) 
vab (V) 
(b) 
t (s) 
vC r (V) 
i L r (A) 
iD1 
iS2 
i iS1 D2 
Fig. 2.27 - (a) Tensão vab e (b) tensão no capacitor, corrente no indutor, nas 
chaves e seus diodos em anti-paralelo. 
t (s) 
vS2 
vS1 
iS2 ×20 
iS1 ×20 
Fig. 2.28 - Detalhe da comutação nas chaves. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 67
t (s) 
V′ o (V) 
I ′o (A) 
(a) (b) 
t (s) 
Fig. 2.29 – (a) Tensão de saída e (b) corrente de saída. 
(a) t (s) 
Po (W) 
t (s) 
(b) 
v L t 1 (V) 
v L t 2 (V) 
Fig. 2.30 – (a) Potência de saída e (b) tensão nos 
enrolamentos do transformador. 
t (s) 
V′ o (V) 
Fig. 2.31 - Dinâmica da tensão de saída com condições iniciais nulas 
e com uma variação de carga de 50% em 3ms. 
68 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
C. Operação com Potência Nominal e com 
Transformador Real, Filtro Capacitivo e Carga 
Resistiva 
O circuito simulado é o mesmo apresentado na Fig. 2.26, com o 
fator de acoplamento modificado para 0,99. A listagem do arquivo de 
dados simulado é apresentada a seguir. 
Listagem do arquivo de dados: 
v.1 2 1 200 0 0 
v.2 3 2 200 0 0 
cr.1 4 2 28.998n 539.629 
c.2 8 9 50u 
t.1 3 6 0.1 1M 40k 0 0 1 0 9.1u 
t.2 6 1 0.1 1M 40k 0 0 1 0 12.4989u 21.5989u 
t.3 8 10 0.1 1M 166.67 0 0 1 3m 6m 
d.1 6 3 0.1 1M 
d.2 1 6 0.1 1M 
d.3 7 8 0.1 1M 
d.4 6 8 0.1 1M 
d.5 9 7 0.1 1M 
d.6 9 6 0.1 1M 
r.1 8 9 5 
r.2 10 9 5 
l.1 5 6 1m 
l.2 7 6 0.1736m 
lr.3 5 4 413.23u 4.491 
m.1 l.1 l.2 0.4125m 
.simulacao 0 2.1m 2m 0 1 
Na Fig. 2.32 apresenta-se a tensão no capacitor Cr e a corrente no 
indutor Lr. Os valores de pico são maiores devido à presença de uma 
indutância de dispersão maior, que diminuiu a freqüência de ressonância, 
aumentando a relação de freqüências fs/fo. 
Na Fig. 2.33 são mostradas a tensão vab e a corrente no indutor, nas 
chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.35 é apresentada em 
detalhes a comutação nas chaves S1 e S2. Observa-se que a entrada em 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 69
condução da chave é dissipativa. O bloqueio no entanto é suave 
(comutação por zero de corrente - ZCS). 
Na Fig. 2.35 e 2.36 (a) observa-se a tensão, corrente e potência na 
carga, respectivamente. Um fator de acoplamento de 0,99 corresponde a 
uma indutância de dispersão maior, que somando-se com a indutância Lr 
diminuirá ainda mais a freqüência de ressonância, o que provocará um 
aumento ainda maior tensão de saída, como se pode observar na Fig. 
2.35. Na prática, o mais aconselhável é construir o transformador e medir 
sua indutância de dispersão, para então construir o indutor Lr, de maneira 
que a freqüência de ressonância não seja alterada. 
Na Fig. 2.36 (b) são apresentadas as tensões nos enrolamentos 
primário e secundário do transformador. Observa-se como a indutância 
de dispersão deforma a tensão no primário do transformador. 
Na Tabela I são apresentadas algumas grandezas calculadas e 
obtidas por simulação. Para a simulação com a fonte Vo′ o erro é 
pequeno. Nas simulações com transformador, mesmo com o fator de 
acoplamento de 0,999999, uma pequena indutância de dispersão é 
acrescentada ao circuito diminuindo a freqüência de ressonância e 
aumentando a relação fs/fo. Por isto, o erro das simulações com 
transformador é maior. Quanto menor o fator de acoplamento, maior a 
indutância de dispersão e portanto maior o erro. 
(a) t (s) 
vCr (V) 
(b) t (s) 
i Lr (A) 
Fig. 2.32 – (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. 
70 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
(a) t (s) 
vab (V) 
i Lr (A) 
A 
(b) t (s) 
iD1 
iS1 
iD2 
iS2 
Fig. 2.33 – (a) Tensão vab e (b) corrente no indutor, nas chaves e 
seus diodos em anti-paralelo. 
t (s) 
vS2 
vS1 
iS2 × 20 
iS1 × 20 
Fig. 2.34 - Detalhe da comutação nas chaves. 
t (s) 
V ′o (V) 
(a) 
t (s) 
I ′o (A) 
(b) 
Fig. 2.35 – (a) Tensão de saída e (b) corrente de saída. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 71
t (s) 
(a) 
Po (W) 
(b) t (s) 
v L t 1 (V) 
v L t 2 (V) 
Fig. 2.36 – (a) Potência de saída e (b) tensão nos enrolamentos do 
transformador. 
TABELA I 
Calculado 
Simulação com 
Fonte de 
Tensão Vo′ 
Simulação com 
Transformador 
k=0.999999 
Simulação com 
Transformador 
k=0.99 
I′omed (A) 
Io (A) 
ISmed (A) 
ISef (A) 
ISpico (A) 
IDmed (A) 
IDRmed (A) 
I1 (A) 
VC1 (V) 
VC0 (V) 
4,16667 
10 
1,667 
3,083 
6,854 
0,417 
2,084 
4,483 
538,904 
889,173 
4,14 
1,664 
3,072 
6,82 
0,405 
2,07 
4,42 
540 
892,5 
10,31 
1,774 
3,263 
7,215 
0,38 
2,154 
4,5 
590 
932,9 
11,363 
2,05 
3,688 
8,009 
0,354 
2,372 
4,72 
735 
1038,432 
D. Operação com Potência Mínima e com Fonte de 
Tensão Ideal como Carga 
O circuito simulado é o mesmo apresentado na Fig. 2.22, porém 
com uma freqüência de chaveamento e tempo de condução das chaves 
72 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
calculados para a potência mínima. A listagem do arquivo de dados 
simulado é apresentada a seguir. 
Listagem do arquivo de dados: 
v.1 2 1 200 0 0 
v.2 3 2 200 0 0 
v.3 7 8 120 0 0 
cr.1 4 2 28.998n 289.941 
t.1 3 6 0.1 1M 32183.91 0 0 1 0 9.5u 
t.2 6 1 0.1 1M 32183.91 0 0 1 0 15.537u 25.037u 
d.1 6 3 0.1 1M 
d.2 1 6 0.1 1M 
d.3 5 7 0.1 1M 
d.4 6 7 0.1 1M 
d.5 8 5 0.1 1M 
d.6 8 6 0.1 1M 
lr.1 5 4 413.23m 1.344 
.simulacao 0 2.1m 2m 0 1 
Na Fig. 2.37 apresenta-se a tensão no capacitor Cr e a corrente no 
indutor Lr e na Fig. 2.38 a tensão vab e a corrente no indutor, nas chaves 
e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.39 (a) tem-se em detalhes a 
comutação nas chaves. A entrada em condução é dissipativa e o bloqueio 
é suave (comutação por zero de corrente – ZCS). Na Fig. 2.39 (b) 
observa-se a corrente na fonte Vo′ . 
Na Tabela II apresenta-se algumas grandezas calculadas e obtidas 
por simulação. Observa-se o pequeno erro cometido na simulação. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 73
(a) t (s) 
vCr (V) 
(b) t (s) 
i Lr (A) 
Fig. 2.37 – (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. 
(a) t (s) 
vab (V) 
A 
A 
(b) t (s) 
iS1 iD2 
iD1 
iS2 
i Lr (A) 
Fig. 2.38 – (a) Tensão vab e (b) corrente no indutor, nas chaves e seus diodos em 
anti-paralelo. 
vS2 
(a) t (s) 
vS1 
iS2 ×20 
iS1 × 20 
t (s) 
I ′o (A) 
(b) 
Fig. 2.39 – (a) Detalhe da comutação nas chaves e (b) corrente na fonte Vo′ . 
74 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
TABELA II 
Calculado Simulação com Fonte 
de Tensão Vo′ 
I′omed (A) 
ISmed (A) 
ISef (A) 
ISpico (A) 
IDmed (A) 
IDRmed(A) 
I1 (A) 
VC1 (V) 
VC0 (V) 
1,804 
0,722 
1,403 
3,378 
0,18 
0,902 
1,345 
289,941 
483,235 
1,86 
0,841 
1,53 
3,38 
0,166 
0,84 
1,32 
290 
482,12 
2.3.7 Análise Simplificada do Conversor Série Ressonante 
A análise exata no domínio do tempo apresentada nos parágrafos 
anteriores é complexa e trabalhosa. 
Nesta seção apresenta-se a obtenção da característica de saída 
empregando um procedimento muito mais simples e rápido, no domínio 
freqüência. 
Seja o conversor série ressonante com está representado na Fig. 
2.40. 
a 
b 
c 
b 
S1 
S3 
+ - + 
- 
D1 
D2 
S2 
Lr Cr 
V1 iLr vCr 
Vo 
D3 
D4 
S4 
Fig. 2.40 – Conversor série ressonante. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 75
No modo de condução contínua, a ponte S1,2,3,4 produz entre os 
pontos a e b uma tensão retangular cuja amplitude é igual à V1. 
A ponte retificadora formada por D1,2,3,4 produz entre os pontos c e 
b uma tensão retangular e em fase com a corrente iLr, cuja amplitude é 
igual à Vo′ . 
O conversor encontra-se representado de uma maneira mais simples 
na Fig. 2.41. 
+ 
- Ponte 
+ 
- 
a 
c Lr Cr 
iLr 
V1' Vo 
b b 
Io 
V1 Vo' 
Fig. 2.41 – Diagrama representativo do conversor série ressonante. 
Seja as definições das equações (2.85), (2.86), (2.87) e (2.88). 
1p V1 V 4 
= (2.85) 
π 
op Vo V 4 ′ 
′ = (2.86) 
π 
z = jw L + 1 (2.87) 
s s r jw C 
s r 
2 
⎛ 
= − (2.88) 
z 2 
1 s ⎟⎠ 
⎟ w L 
w C 
s r 
s r 
⎞ 
⎜ ⎜⎝ 
Onde: V1p - amplitude da componente fundamental da tensão vab. 
Vo′ p - amplitude da componente fundamental da tensão vcb. 
76 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
iLp - amplitude da componente fundamental da corrente iLr. 
Ignorando-se a presença das harmônicas de tensão e corrente, o 
circuito pode ser representado por um diagrama fasorial, como 
representado na Fig. 2.42. 
zs ILp 
ILp 
V1 
Vo′ 
Fig. 2.42 - Diagrama fasorial. 
Do diagrama fasorial da Fig. 2.42, obtém-se (2.89). 
V1p 2 
= V′ 2 
+ ( op 
z ) 2 
s I Lp 
(2.89) 
Substituindo (2.85), (2.86) e (2.88) em (2.89), obtém-se (2.90). 
Lp 
1 
s 
o 
w 
⎛ 
2 o 
s 
I 
z 
V 
w 
w 
w 
4 1 q 
⎞ 
⎟ ⎟⎠ 
⎜ ⎜⎝ 
− = − 
π 
(2.90) 
Sabe-se que: 
I′omeds = 0,637 ILp (2.91) 
Substituindo (2.91) em (2.90) e isolando Io, obtém-se (2.92). 
⎞ 
⎟ ⎟⎠ 
1 q 
⎛ 
⎜ ⎜⎝ 
− 
⋅ 
π 
− 
= 
′ 
′ = 
s 
r 
2 
r 
s 
omeds 
1 
omeds 
w 
w 
w 
w 
4 0,637 
V 
z I 
I (2.92) 
Na Fig. 2.43 é apresentado o ábaco da característica de saída 
utilizando-se a expressão simplificada (2.92). A característica de saída 
obtida na análise simplificada é bastante semelhante à obtida através da 
análise feita no domínio do tempo. Pode-se utilizar a análise simplificada 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 77
para um estudo inicial de um conversor, visto que o equacionamento é 
muito mais simples, porém para se projetar, é necessário fazer algumas 
correções. 
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 
1 
0,8 
0,6 
0,4 
0,2 
0 
μo= 0,50 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,87 
q 
I′omed s 
Fig. 2.43 - Característica de saída simplificada. 
O erro cometido pelas simplificações feitas é calculado como mostra 
a equação (2.93). Um gráfico do erro percentual é apresentado na Fig. 
2.44. 
100% 
′ − ′ 
I I 
omed omeds 
ε = (2.93) 
I 
% 
′ 
omed 
78 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
0,87 
0,85 
0,80 
0,75 
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 
100 
ε% 
80 
60 
40 
20 
0 
0,65 
0,70 
μo=0,50 
q 
Fig. 2.44 - Erro percentual em função de q, tendo μo como parâmetro. 
Observa-se que a medida que o ganho estático “q” aumenta o erro 
cometido aumenta. Além disso para relações de freqüência (μo=fs/fo) 
menores, o erro é maior. 
2.4 ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE 
CONDUÇÃO DESCONTÍNUA 
No modo de condução descontínuo as duas comutação, entrada em 
condução e bloqueio, são suaves, do tipo ZCS. Assim, praticamente não 
há perdas por comutação. Além disso, a tensão de pico no capacitor fica 
limitada ao valor Vi. Porém os picos de corrente nas chaves são maiores, 
aumentando as perdas por condução. 
No modo de condução contínua a freqüência de chaveamento varia 
entre 0,5fo ≤ fs ≤ fo 
, porém no modo de condução descontínua esta 
varia entre 0 ≤ fs ≤ 0,5 fo 
, sendo que o limite entre os dois modos de 
condução, também denominada condução crítica, ocorre em 
fs = 0,5fo 
2.4.1 Etapas de Funcionamento 
1a Etapa (t0, t1) 
No instante t0 a chave S1 entra em condução sem perda de 
comutação, pois a corrente é nula no instante t0. A corrente no indutor 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 79
cresce senoidalmente, e o capacitor que estava carregado com uma tensão 
negativa, começa a se descarregar. Durante esta etapa a fonte transfere 
energia para a carga. Na Fig. 2.45 tem-se o circuito representativo desta 
etapa. 
Esta etapa termina quando a corrente no indutor se anula. 
+ 
- 
+ 
+ - 
- 
V' o 
D1 
a b 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.45 - Primeira etapa. 
2a Etapa (t1, t2) 
Esta etapa está representada na Fig. 2.46. No instante t1 a corrente 
no indutor se inverte, e o diodo D1 começa a conduzir. Durante este 
intervalo a chave S1 deve ser bloqueada. Assim seu bloqueio é não 
dissipativo, pois enquanto o diodo conduz a tensão na chave é zero. 
Esta etapa termina quando a corrente no indutor atingir zero 
novamente. 
+ 
- 
+ 
- + 
- 
V' o 
D1 
a b 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.46 - Segunda etapa. 
3a Etapa (t2, t3) 
Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t2, nenhuma 
chave conduz, pois S1 foi bloqueada e ainda não existe ordem de 
comando para S2. Na Fig. 2.47 tem-se a representação desta etapa. 
80 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Esta etapa termina quando a chave S2 é comandada a conduzir. 
+ 
- 
+ 
- + 
- 
V' o 
D1 
a b 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v i L r =0 Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.47 - Terceira etapa. 
4a Etapa (t3, t4) 
No instante t3, que equivale à metade do período de chaveamento, 
S2 é habilitada, como mostrado na Fig. 2.48. A entrada em condução 
desta chave é suave, pois a corrente é zero no instante t3. 
Durante esta etapa a fonte transfere energia à carga. 
+ 
- 
+ 
- + 
- 
V' o 
D1 
a b 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.48 - Quarta etapa. 
5a Etapa (t4, t5) 
No instante t4 a corrente no indutor se inverte, e o diodo D2 começa 
a conduzir, como mostrado na Fig. 2.49. Durante este intervalo a chave 
S2 deve ser bloqueada. Assim seu bloqueio é não dissipativo, pois 
enquanto o diodo conduz a tensão na chave é zero. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 81
a b 
+ - 
+ 
- 
+ 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v iLr Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.49 - Quinta etapa. 
6a Etapa (t5, t6) 
Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t6, nenhuma 
chave conduz, pois S2 foi bloqueada e ainda não existe ordem de 
comando para S1. Esta etapa está representada na Fig. 2.50. 
Quando a chave S1 é comandada a conduzir finaliza esta etapa, 
iniciando-se outro período de funcionamento. 
a b 
+ - 
+ 
- 
+ 
- 
V' o 
D1 
S2 D2 
Vi /2 
Cr Lr 
v i L r =0 Cr 
Vi /2 
S1 
Fig. 2.50 - Sexta etapa. 
2.4.2 Formas de Onda Básicas 
As formas de onda mais importantes, com indicação dos intervalos 
de tempo correspondentes, para as condições idealizadas descritas na 
Seção 2.4.1, estão representadas na Fig. 2.51. 
2.4.3 Equacionamento 
Nesta seção são obtidas as expressões de vCr(t) e iLr(t) para os 
diferentes intervalos de tempo. Por ser o circuito simétrico, será analisado 
apenas meio período de operação. 
82 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
A Primeira Etapa 
Seja as seguintes condições iniciais: 
i (t ) 0 
⎩ ⎨ ⎧ 
= 
Lr 0 
v (t ) = − 
V 
Cr 0 C1 
Do circuito equivalente, obtém-se as expressões (2.94) e (2.95): 
V i di (t) 
= + v (t) + V 
′ (2.94) 
Cr o 
Lr 
r 
dt 
L 
2 
dv (t) 
i (t) C Cr 
Lr = r (2.95) 
dt 
Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.94) e (2.95), 
obtém-se (2.96) e (2.97). 
( ) 
i o = + 
s L I (s) v (s) 
V 2 V 
s 
r Lr Cr 
− ′ 
(2.96) 
ILr (s) = sCr vCr (s) + Cr VC1 (2.97) 
Definindo-se: 
V 
V i 
1 = , 
2 
w = 1 
o L C 
r r 
Substituindo (2.97) em (2.96), obtém-se (2.98). 
( ) 
( ) ( 2 ) 
= (2.98) 
o 
2 
V 
C1 
− ′ 
V V w 
2 
o 
2 
2 
1 o o 
Cr 
s w 
s 
s s w 
v (s) 
+ 
− 
+ 
Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (2.98), 
obtém-se (2.99). 
vCr (t) = −(V1 − Vo′ + VC1)cos (wot) + V1 − Vo′ (2.99) 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 83
Derivando a equação (2.99), e multiplicando-a por Cr, obtém-se na 
equação (2.100) a corrente no indutor parametrizada em função da 
impedância característica z = Lr Cr : 
iLr (t) z = (V1 − Vo′ + VC1)sen (wot) (2.100) 
Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge zero. Pode-se 
então calcular sua duração, como mostrado nas equações (2.101) e 
(2.102). 
(V1 − Vo′ + VC1)sen (wo Δts ) = 0 (2.101) 
wo Δts = π (2.102) 
A.1 Plano de Fase da Primeira Etapa 
Seja a expressão (2.103). 
z1(t) = vCr (t) + jz iLr (t) (2.103) 
Substituindo (2.99) e (2.100) em (2.103), obtém-se (2.104) e 
(2.105). 
z1(t) = V1 − Vo′ − (V1 − Vo′ + VC1)cos(wot) + j(V1 − Vo′ + VC1)sen (wot) (2.104) 
( ) jw t 
z1(t) V1 Vo V1 Vo VC1 e o = − ′ − − ′ + − (2.105) 
O plano de fase correspondente está representado na Fig 2.52, do 
qual obtém-se a expressão (2.106). 
R1 = VC1 + V1 − Vo′ (2.106) 
84 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
t 
t 
t 
t 
t 
t 
0 
(VC 0 ) 
comando 
S1 
comando 
S2 
iS2 
vS2 
iS1 
iLr 
vS1 
(I p 1 ) 
vCr 
(VC 1 ) 
t0 t1 t2 t3 t4 
- (VC 1 ) 
- (VC 0 ) 
t5 t6 
TS /2 TS 
(I p 2 ) 
Fig. 2.51- Formas de onda básicas. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 85
R1 
0 VCr 
L 
C 
i 
r 
r 
Lr 
Vo ′ 
V1− VC0 
Ip1 
0 −VC1 
Fig. 2.52 - Plano de fase da primeira etapa. 
B. Segunda Etapa 
Seja as seguintes condições iniciais: 
i (t ) 0 
⎩ ⎨ ⎧ 
= 
Lr 1 
v (t ) = 
V 
Cr 1 C0 
Do circuito equivalente obtém-se as expressões (2.107) e (2.108): 
V = −L + − ′ (2.107) 
Cr o 
di (t) 
Lr 
1 r v (t) V 
dt 
dv (t) 
i (t) C Cr 
Lr = − r (2.108) 
dt 
Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.107) e (2.108), 
obtém-se (2.109) e (2.110). 
1 o = − + 
s L I (s) v (s) 
V V 
s 
r Lr Cr 
+ ′ 
(2.109) 
ILr (s) = −sCr vCr (s) + Cr VC0 (2.110) 
Substituindo (2.110) em (2.109), obtém-se (2.111). 
86 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
+ ′ sL [ sC v (s) C V ] v (s) 
(2.111) 
V V 
1 o = − − + + 
s 
r r Cr r C0 Cr 
Isolando-se a tensão no capacitor obtém-se (2.112). 
( ) 
( ) ( 2 ) 
= (2.112) 
o 
2 
V 
C0 
+ ′ 
V V w 
2 
o 
2 
2 
1 o o 
Cr 
s w 
s 
s s w 
v (s) 
+ 
+ 
+ 
Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (2.112), 
obtém-se (2.113) 
vCr (t) = −(V1 + Vo′ − VC0 )cos (wo t) + V1 + Vo′ (2.113) 
Derivando a equação (2.113), e multiplicando-a por Cr, obtém-se na 
equação (2.114) a corrente no indutor, parametrizada em função da 
impedância característica z. 
iLr (t) z = (V1 + Vo′ − VC0 )sen (wot) (2.114) 
Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge zero. Pode-se 
então calcular sua duração como mostrado a seguir nas equação (2.115) e 
(2.116). 
(V1 + Vo′ − VCo )sen (wo ΔtD) = 0 (2.115) 
wo ΔtD = π (2.116) 
B.1 Plano de Fase da Segunda Etapa 
Seja a expressão (2.117). 
z2 (t) = vCr (t) + jz iLr (t) (2.117) 
Substituindo (2.113) e (2.114) em (2.117), obtém-se (2.118) e 
(2.119). 
z2(t) = V1 + Vo′ − (V1 + Vo′ − VC0 )cos(wot) + j(V1 + Vo′ − VC0 )sen (wot) (2.118) 
( ) jw t 
z2 (t) V1 Vo V1 Vo VC0 e o = + ′ − + ′ − − (2.119) 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 87
O plano de fase correspondente está representado na Fig. 2.53, do 
qual obtém-se a expressão (2.120). 
R2 = [VC0 − (V1 + Vo′ )] (2.120) 
r 
0 
VC0 
vCr 
R2 
L 
C 
i 
r 
Lr 
VC1 V1+Vo′ 
-Ip2 
Fig. 2.53 - Plano de fase da segunda etapa. 
C. Plano de Fase Completo e Tensões no Capacitor 
Ressonante 
Agrupando os dois planos de fase em um mesmo diagrama, obtém-se 
a Fig. 2.54, da qual se obtém a expressão (2.121). 
VC1 = VC0 − 2R2 (2.121) 
Substituindo (2.120) em (2.121), obtém-se (2.122) e (2.123). 
VC1 = VC0 − 2[VC0 − (V1 + Vo′ )] 
) 
(2.122) 
(o 
VC1 = −VC0 + 2 V1 + V′ (2.123) 
Do mesmo modo, a partir do plano de fase, se obtém a expressão 
(2.124). 
VC0 = R1 + V1 − V′ ) 
(o 
) 
(2.124) 
Substituindo (2.124) em (2.122), obtém-se (2.125). 
( ) (o 
VC1 = −R1 − V1 − Vo′ + 2 V1 + V′ (2.125) 
88 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
VC0 0 
vCr 
R2 
L 
C 
i 
r 
r 
Lr 
R1 
0 
VC1 V1+Vo′ 
-Ip2 
Vo ′ 
V1− 
Ip1 
-VC1 
Fig. 2.54- Plano de fase da primeira e segunda etapa. 
Substituindo (2.106) em (2.125), obtém-se a expressão de VC1, dada 
por (2.127). 
VC1 = −VC1 − V1 + Vo′ + V1 + 3Vo′ (2.126) 
VC1 = 2Vo′ (2.127) 
Ainda a partir do plano de fase, obtém-se a expressão (2.128). 
VC0 = VC1 + 2R2 (2.128) 
Substituindo (2.120) em (2.128), obtém-se (2.129). 
VC0 = VC1 + 2VC0 − 2 (V1 + Vo′ ) (2.129) 
Substituindo (2.127) em (2.129), obtém-se a expressão de VC0 dada 
por (2.131). 
− VC0 = 2Vo′ − 2V1 − 2Vo′ (2.130) 
VC0 = 2V1 (2.131) 
A partir das relações anteriores, obtém-se (2.132) e (2.133). 
R1 = V1 + Vo′ (2.132) 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 89
R2 = V1 − Vo′ (2.133) 
Portanto: 
R1 > R2 
D. Corrente Média de Saída 
Um diagrama representativo do conversor série ressonante no modo 
de condução descontínua é apresentado na Fig. 2.55. A corrente média de 
saída (na fonte Vo′ 
) é obtida calculando-se as áreas A1 e A2, como 
mostrado na Fig. 2.56. 
Do ábaco da Fig. 2.54 obtém-se os valores das correntes de pico 
parametrizadas da primeira e segunda etapas, dadas por (2.134) e (2.135). 
Ip1 = Ip1 z = R1 = V1 + Vo′ (2.134) 
Ip2 = Ip2 z = R2 = V1 − Vo′ (2.135) 
+ 
- 
Lr Cr 
iLr 
Vo 
Io 
Fig. 2.55 - Diagrama representativo do conversor série ressonante em DCM. 
Portanto: 
+ ′ 
V V 
I 1 o 
p1 
= (2.136) 
z 
− ′ 
V V 
I 1 o 
p2 
= (2.137) 
z 
90 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
t 
t 
A A2 1 
t1 t 2 
Ip1 
iLr 
ΔtS ΔtD 
Io′ 
− Ip2 
T S /2 TS 
Fig. 2.56 - Correntes no indutor e na saída. 
Cálculo da área A1: 
A área A1 é calculada de acordo com (2.138). 
ts 
Δ 
p1 
I 
∫ [ ] 
A I sen (w t)dt (2.138) 
1 p1 o cos(w Δ t ) − 
cos(0) 
− 
= = 
0 
o s 
o 
w 
Como wo Δts = π , obtém-se a equação (2.139) para a área A1. 
V V 
1 o 
f z 
A 
o 
1 π 
+ ′ 
= (2.139) 
Cálculo da área A2: 
A área A2 é calculada de acordo com (2.140). 
tD 
Δ 
p2 
I 
∫ [ ] 
A I sen (w t)dt (2.140) 
2 p2 o cos (w Δ t ) − 
cos(0) 
− 
= = 
0 
o D 
o 
w 
Como wo ΔtD = π , obtém-se a equação (2.141) para a área A2. 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 91
V V 
1 o 
f z 
A 
o 
2 π 
− ′ 
= (2.141) 
Somando as áreas A1 e A2, obtém-se (2.142). 
2V 
1 
+ = (2.142) 
f z 
A A 
o 
1 2 π 
A corrente média na fonte Vo′ é dada por (2.143). 
( ) 
2f 2V 
1 
f z 
I 2 A A 
1 2 
omed π 
T 
o 
s 
s 
= 
+ 
′ = (2.143) 
Rearranjando-se (2.143) obtém-se (2.144). 
f 
z 
I 4 V 
1 s 
′ = (2.144) 
o 
omed π 
f 
Parametrizando-se a corrente média na fonte Vo′ , obtém-se (2.145). 
s 
o 
I z 
omed 
omed f 
1 
4 f 
V 
I 
π 
= 
′ 
′ = (2.145) 
E. Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves 
A corrente de pico nas chaves é igual a Ip1. Parametrizando-se em 
relação à z/V1, obtém-se (2.146). 
1 q 
I z 
Spico 
Spico = = + (2.146) 
V 
A corrente média nas chaves é calculada de acordo com a expressão 
I 
1 
(2.147). 
Δ 
I 1 (2.147) 
∫ 
Smed = 
I sen (w t)dt 
ts 
0 
Spico o 
T 
s 
92 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Resolvendo-se a integral obtém-se (2.148). 
s 
= = (2.148) 
o 
I z 
Smed 
+ 
Smed f 
1 
1 q f 
V 
I 
π 
A corrente eficaz nas chaves é calculada de acordo com a expressão 
(2.149). 
Δ 
∫[ ] 
I 1 (2.149) 
Sef = 
I sen (w t) dt 
ts 
0 
2 
Spico o 
T 
s 
Resolvendo-se a integral obtém-se (2.150). 
s 
o 
I z 
Sef 
1 q 
Sef f 
1 
f 
2 
V 
I 
+ 
= = (2.150) 
F. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos em 
Anti-Paralelo com as Chaves 
A corrente de pico nos diodos em anti-paralelo com as chaves é 
igual a Ip2. Parametrizando-se em relação à (z/V1), obtém-se (2.151). 
1 q 
I z 
Dpico 
Dpico = = − (2.151) 
V 
A corrente média nos diodos em anti-paralelo com as chaves é 
I 
1 
calculada de acordo com a expressão (2.152). 
Δ 
I 1 (2.152) 
∫ 
Dmed = 
I sen (w t)dt 
tD 
0 
Dpico o 
T 
s 
Resolvendo-se a integral obtém-se (2.153). 
s 
= = (2.153) 
o 
I z 
Dmed 
− 
Dmed f 
1 
1 q f 
V 
I 
π 
Cap. II – Conversor Série Ressonante 93
A corrente eficaz nos diodos em anti-paralelo com as chaves é 
calculada de acordo com a expressão (2.154). 
Δ 
∫[ ] 
I 1 (2.154) 
Def = 
I sen (w t) dt 
tD 
0 
2 
Dpico o 
T 
s 
Resolvendo-se a integral obtém-se (2.155). 
s 
o 
I z 
Sef 
1 q 
Def f 
1 
f 
2 
V 
I 
− 
= = (2.155) 
G. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos da 
Ponte Retificadora 
A corrente pico nos diodos da ponte retificadora, igual à corrente de 
pico nas chaves, é dada por (2.156). 
1 q 
I z 
DRpico 
DRpico = = + (2.156) 
V 
I 
1 
A corrente média dos diodos da ponte retificadora, para relação de 
transformação unitária, é a soma das correntes médias nos diodos e 
chaves do primário do transformador, representada pela expressão 
(2.157). 
I z 
I = = + (2.157) 
DRmed I I 
Smed Dmed 
DRmed 
V 
1 
A corrente eficaz dos diodos da ponte retificadora, para relação de 
transformação unitária, é dada pela raiz quadrada da soma dos quadrados 
das correntes eficazes nas chaves e diodos do primário do transformador, 
representada pela expressão (2.158). 
( ) ( )2 
I = = + (2.158) 
Def 
2 
I z 
DRef I I 
Sef 
DRef 
V 
1 
94 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
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Conversores CC CC
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Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
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Conversores CC CC
Conversores CC CC
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Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
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Conversores CC CC
Conversores CC CC
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Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
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Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
Conversores CC CC
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  • 1. CONVERSORES CC-CC ISOLADOS DE ALTA FREQÜÊNCIA COM COMUTAÇÃO SUAVE
  • 2. Ivo Barbi Fabiana Pöttker de Souza Endereço: INEP – Instituto de Eletrônica de Potência UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina Caixa Postal 5119 88040 – 970. Florianópolis – SC Brasil Fone: (048)-331.92.04 Fax: (048)-234.54.22 Internet: http://www.inep.ufsc.br E-mail: ivo@inep.ufsc.br fabiana@inep.ufsc.br
  • 3. IVO BARBI FABIANA PÖTTKER DE SOUZA CONVERSORES CC-CC ISOLADOS DE ALTA FREQÜÊNCIA COM COMUTAÇÃO SUAVE Florianópolis Edição dos Autores 1999
  • 4. Ilustração da Capa: Danilo Quandt (Designflo Computação Gráfica) Diagramação: Juliano Anderson Pacheco Catalogação na Fonte B236c Barbi, Ivo Conversores CC-CC isolados de alta freqüência com comutação suave / Ivo Barbi, Fabiana Pöttker de Souza. − Florianópolis : Ed. dos autores, 1999. 376 p. : il. , grafs. , tabs. Inclui bibliografia. 1. Eletrônica de potência. 2. Conversores estáticos. 3. Comutação Suave. I. Souza, Fabiana Pöttker de. II. Título. CDU:621.38 Catalogação na fonte por: Onélia Silva GuimarãesCRB-14/071 É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a prévia autorização dos Autores.
  • 5. Os autores dedicam a presente edição deste livro aos formandos em Engenharia Elétrica 1999.1, da Universidade Federal de Santa Catarina. Alex Sandro de Oliveira Ana Bárbara Knolseisen Carlos Eduardo Paghi César Davi Ávila do Nascimento Eduardo Schacherl de Lima Elton Hiroshi Kakinami Emerson Alexandre Fonseca Costa Fabiano Bachmann Glauco André Wolff Gisz Gustavo Adolpho Rangel Monteiro Hélio Alexandre Lopes Loureiro Klystenes Beber Leonardo Faria Costa Maro Jimbo Marcos Aurélio Pedros Nelson Thomaz Michels Phabio Junckes Setubal Rodrigo Pires Rodrigo Soave Pascon Rubens Alessandro Selinke
  • 6. BIOGRAFIA DOS AUTORES Ivo Barbi nasceu em Gaspar, Santa Catarina em 1949. Formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1973. Obteve o título de Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1976 e o título de Doutor em Engenharia Elétrica pelo Institut National Polytechnique de Toulouse, França, em 1979. Fundou a Sociedade Brasileira de Eletrônica de Potência e o Instituto de Eletrônica de Potência da Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente é professor titular da Universidade Federal de Santa Catariana. Desde 1992, é Editor Associado na área de Conversores Estáticos de Potência da IEEE Transactions on Industrial Electronics. Fabiana Pöttker de Souza nasceu em Florianópolis, Santa Catarina em 1971. Formou-se em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1995. Obteve o título de Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1997. Atualmente está concluindo o programa de doutorado em Engenharia Elétrica no Instituto de Eletrônica de Potência da Universidade Federal de Santa Catarina.
  • 7. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Eng. Juliano Anderson Pacheco pela sua inestimável colaboração na preparação deste livro. A ele devemos a formatação do texto e figuras. A sua competência e a sua intensa dedicação são alvo de nossa admiração e do nosso respeito. É incontável o número de doutorandos e mestrandos do INEP que ao longo dos anos através de leituras e sucessivas revisões ajudaram os autores a melhorar a qualidade técnica do texto. A todos agradecemos imensamente. Agradecemos também a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
  • 8. PREFÁCIO As fontes de alimentação ditas chaveadas são destinadas à alimentação de circuitos eletrônicos que realizam as mais diversas funções e são largamente empregadas na alimentação de computadores, equipamentos para telecomunicações, equipamentos médicos, aparelhos eletrodomésticos e vários outros equipamentos de uso residencial, comercial e industrial. Apesar de ser um sistema muito mais complexo que a fonte de alimentação linear tradicional baseada no controle da queda de tensão de um transistor bipolar, a fonte chaveada se popularizou e se tornou imprescindivel, fundamentalmente por operar com elevado rendimento e permitir o isolamento galvânico com transformadores de alta freqüência, Os dois fatores combinados permitem o projeto de fontes com elevada densidade de potência ou baixos volume e peso. Ao estabelecer que o mérito de uma fonte chaveada reside basicamente na sua eficiência e na sua compacticidade, contínuos esforços foram feitos por fabricantes de semicondutores de potência, de materiais magnéticos, capacitores e circuitos integrados dedicados, projetistas e pesquisadores, para reduzir as perdas e o volume para o maior número de aplicações possíveis. A busca de volumes menores levou à necessidade de operação com frequências de chaveamento cada vez mais elevadas do conversor CC-CC isolado que é a parte mais importante da fonte, em torno do qual todo o projeto é desenvolvido. Por outro lado, o aumento da freqüência desencadeou a busca por topologias que operam com baixas perdas de comutação. Nasceram então os conversores conhecidos como conversores com comutação suave.
  • 9. Os primeiros conversores CC-CC isolados com comutação suave foram os ressonantes, que inicialmente foram empregados para permitir o bloqueio dos Tiristores sem a utilização de circuitos auxiliares de comutação forçada. O primeiro de todos foi o Conversor Série Ressonante. Com o advento do Transistor Bipolar, percebeu-se que, apesar de não necessitar da ressonância para o bloqueio, ela propiciava uma redução significativa das perdas de comutação, permitindo operação com frequências maiores que as que podiam ser alcançadas com as topologias convencionais. A partir dessa constatação, várias topologias foram criadas, com o uso da ressonância, para redução das perdas de comutação e operação com frequências cada vez mais elevadas. O mais importante conversor gerado nesse período foi o Conversor Paralelo Resonante. Os primeiros conversores à comutação suave baseados no fenômeno da ressonância permitiam a comutação dos transistores de potência, do tipo ZCS (Zero Current Switching – comutação sob corrente nula). Logo se percebeu que havia uma comutação dual, que passou a ser denominada ZVS (Zero Voltage Switching – comutação sob tensão nula), que oferecia mais segurança aos semicondutores, reduzia as perdas de comutação, e aproveitava componentes parasitas do MOSFET, como diodos e capacitores. Esforços foram feitos pelos pesquisadores para descobrir topologias cada vez mais adequadas para a comutação ZVS. Vários circuitos foram inventados e rapidamente empregados nos projetos de fontes chaveadas de alto desempenho. O objetivo do livro que ora publicamos é apresentar os mais importantes conversores CC-CC isolados existentes atualmente (Agosto de 1999), descrever o seu funcionamento e apresentar análise orientada para projeto. O texto destina-se a ser empregado principalmente nos programas de pós-graduação dos cursos de engenharia elétrica, e também servir como fonte de consulta para engenheiros
  • 10. responsáveis por projetos e desenvolvimento de equipamentos em empresas e centros de pesquisa. Muitas das idéias e dos conceitos apresentados são de autoria dos próprios autores do texto, e são resultados de intensas atividades de pesquisa realizada no INEP (Instituto de Eletrônica de Potência) da Universidade Federal de Santa Catarina. Os autores esperam que o texto seja útil aos profissionais e estudantes que formam a comunidade de eletrônica de potência e com grado receberão comentários e críticas que possam aperfeiçoar o texto. Florianópolis, 05 de Agosto de 1999. Ivo Barbi e Fabiana Pöttker de Souza.
  • 11. SUMÁRIO CAPÍTULO I CIRCUITOS BÁSICOS COM INTERRUPTORES, DIODOS E TIRISTORES 1.1 - CIRCUITOS DE PRIMEIRA ORDEM 1 1.2 - CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM 11 1.3 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS 28 CAPÍTULO II CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE 2.1 - INTRODUÇÃO 33 2.2 - OBTENÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO EQUIVALENTE 33 2.3 - ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO CONTÍNUA 36 2.4 - ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO DESCONTÍNUA 77 Sumário I
  • 12. CAPÍTULO III CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE COM GRAMPEAMENTO DA TENSÃO DO CAPACITOR RESSONANTE 3.1 - INTRODUÇÃO 103 3.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 104 3.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 107 3.4 - EQUACIONAMENTO 107 3.5 - PLANO DE FASE 111 3.6 - DEFINIÇÃO DAS FAIXAS DE OPERAÇÃO 111 3.7 - CORRENTE MÉDIA NA FONTE VO' 113 3.8 - POTÊNCIA MÉDIA NA FONTE VO' 114 3.9 - ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES 114 3.10 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 117 3.11 - VARIAÇÕES TOPOLÓGICAS 119 3.12 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 121 3.13 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 123 CAPÍTULO IV CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE COM GRAMPEAMENTO DA TENSÃO DO CAPACITOR RESSONANTE, MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO E COMUTAÇÃO SOB CORRENTE NULA (ZCS) 4.1 - INTRODUÇÃO 129 4.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 130 II Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 13. 4.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 135 4.4 - EQUACIONAMENTO 135 4.5 - PLANO DE FASE 141 4.6 - DEFINIÇÃO DA FAIXA DE OPERAÇÃO 141 4.7 - LIMITES DA TENSÃO DE SAÍDA 143 4.8 - CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 143 4.9 - ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES 143 4.10 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 146 4.11 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 160 4.12 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 163 CAPÍTULO V CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE COM MODULAÇAO EM FREQÜNCIA E COMUTAÇÃO POR ZERO DE TENSÃO (ZVS) 5.1 - INTRODUÇÃO 169 5.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 170 5.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 173 5.4 - EQUACIONAMENTO 173 5.5 - PLANO DE FASE RESULTANTE 178 5.6 - CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 181 5.7 - CARACTERÍSTICA DE SAÍDA APROXIMADA 182 5.8 - CORRENTE DE COMUTAÇÃO 185 5.9 - ESFORÇOS NOS SEMICONDUTORES 187 5.10 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 190 Sumário III
  • 14. 5.11 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 193 5.12 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 195 CAPÍTULO VI CONVERSOR EM PONTE COMPLETA, NÃO RESSONANTE, MODULADO POR LARGURA DE PULSO, COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E COM SAÍDA EM FONTE DE TENSÃO 6.1 - INTRODUÇÃO 201 6.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 202 6.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 206 6.4 - EQUACIONAMENTO 206 6.5 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 221 6.6 - CORRENTE DE COMUTAÇÃO 229 6.7 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 231 6.8 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 235 CAPÍTULO VII CONVERSOR EM PONTE COMPLETA, NÃO RESSONANTE, MODULADO POR LARGURA DE PULSO, COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E COM SAÍDA EM FONTE DE CORRENTE 7.1 - INTRODUÇÃO 245 7.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 247 7.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 252 7.4 - EQUACIONAMENTO 254 IV Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 15. 7.5 - ANÁLISE DA COMUTAÇÃO 260 7.6 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 266 7.7 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 267 7.8 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 272 CAPÍTULO VIII CONVERSOR TRÊS NÍVEIS, MODULADO POR LARGURA DE PULSO, COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E COM SAÍDA EM FONTE DE CORRENTE 8.1 - INTRODUÇÃO 281 8.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 281 8.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 288 8.4 - EQUACIONAMENTO 288 8.5 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS RESULTADOS DA ANÁLISE 297 8.6 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 301 8.7 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 303 CAPÍTULO IX CONVERSOR MEIA-PONTE, MODULADO POR LARGURA DE PULSO, COM COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) E COM COMANDO ASSIMÉTRICO 9.1 - INTRODUÇÃO 307 9.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 308 9.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 314 9.4 - EQUACIONAMENTO 314 9.5 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 337 Sumário V
  • 16. 9.6 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 342 CAPÍTULO X CONVERSOR FORWARD COM GRAMPEAMENTO ATIVO, MODULAÇÃO POR LARGURA DE PULSO E COMUTAÇÃO SOB TENSÃO NULA (ZVS) 10.1 - INTRODUÇÃO 353 10.2 - ETAPAS DE FUNCIONAMENTO 355 10.3 - FORMAS DE ONDA BÁSICAS 360 10.4 - EQUACIONAMENTO 360 10.5 - METODOLOGIA E EXEMPLO DE PROJETO 368 10.6 - RESULTADOS DE SIMULAÇÃO 371 BIBLIOGRAFIA 375 VI Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 17. CAPÍTULO I CIRCUITOS BÁSICOS COM INTERRUPTORES, DIODOS E TIRISTORES 1.1 CIRCUITOS DE PRIMEIRA ORDEM 1.1.1 Circuito RC em Série com um Tiristor Seja o circuito apresentado na Fig. 1.1. + Vi - iC vC + - + - T R C vR Fig. 1.1 - Circuito RCT série. Antes do disparo do tiristor, o capacitor C está descarregado e vC=0. No instante t=0, o tiristor é disparado. Assim tem-se (1.1) e (1.2). Vi = vC (t) + R iC (t) (1.1) dv (t) i (t) = C C C (1.2) dt Substituindo (1.2) em (1.1) obtém-se a expressão (1.3). dv (t) V C i = v C (t) + RC (1.3) dt Resolvendo a equação (1.3), obtém-se a expressão (1.4). ⎞ ⎟ ⎟ ⎟ ⎠ ⎛ ⎜ ⎜ ⎜ = − ⎝ t − RC vC(t) Vi 1 e (1.4)
  • 18. Derivando-se a expressão (1.4) e multiplicando por C, obtém-se a corrente, dada pela expressão (1.5). t RC V i C e R i (t) − = (1.5) As formas de onda de vC(t) e iC(t) em função do tempo são apresentadas nas Fig. 1.2. A partir do instante em que a corrente se anula, o tiristor readquire a sua capacidade de bloqueio. Vi V R i iC vC 0 0 (a) t 0 0 (b) t Fig. 1.2 - Tensão e corrente no capacitor. 1.1.2 Circuito RL em Série com um Tiristor Seja o circuito representado na Fig. 1.3. + Vi - iL + vL - T L R + vR - Fig. 1.3 - Circuito RLT série. Antes do disparo do tiristor, a corrente no indutor é nula. No instante t=0 o tiristor é disparado. Assim tem-se as equações (1.6) e (1.7). 2 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 19. Vi = vL (t) + vR (t) (1.6) R i (t) di (t) L V L L i = + (1.7) dt Resolvendo-se a equação (1.7) obtém-se as expressões (1.8) e (1.9). ⎞ ⎟ ⎟ ⎟ i (t) (1.8) ⎠ ⎛ ⎜ ⎜ ⎜ V = − ⎝ R t − L i L 1 e R R t L vL (t) Vi e − = (1.9) As formas de onda estão representadas nas Fig. 1.4. V R i Vi vL iL 0 0 0 t 0 (a) t (b) Fig. 1.4 - Tensão e corrente no indutor. Na estrutura apresentada, a extinção do tiristor só é possível com o emprego de circuitos auxiliares, denominados “circuitos de comutação forçada”. 1.1.3 Circuito com Diodo de Circulação Seja a estrutura apresentada na Fig. 1.5. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 3
  • 20. D S D S + L + - (a) (b) + Vi - iL vL - R vR + Vi - iL + vL - L R + - vR Fig. 1.5 - Circuito com diodo de circulação. (a) Primeira etapa. (b) Segunda etapa. Na primeira etapa o interruptor S está fechado e o diodo D está bloqueado. As expressões (1.10), (1.11) e (1.12) definem esta etapa. V I i o = (1.10) R vL (t) = 0 (1.11) vR (t) = Vi (1.12) No instante t=0, o interruptor S é aberto. A presença do indutor L provoca a condução do diodo D, iniciando a segunda etapa de funcionamento, também denominada de etapa de circulação ou roda-livre. Tem-se portanto a equação (1.13). vL (t) + vR (t) + VD = 0 (1.13) Sabendo-se que VD = 0 , tem-se a equação (1.14). di (t) L L L + R i (t) = 0 (1.14) dt Resolvendo-se a equação (1.14) obtém-se (1.15). R t L iL (t) Io e − = (1.15) 4 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 21. Durante a etapa de circulação a energia acumulada em L é transformada em calor em R. A desmagnetização do indutor é tanto mais rápida quanto maior for o valor de R. Caso não houvesse o diodo no circuito, no instante de abertura de S o indutor provocaria uma sobretensão, que seria destrutiva para o interruptor. A energia dissipada em R é dada pela expressão (1.16): W = 1 2 (1.16) LIo 2 1.1.4 Circuito com Diodo de Circulação e com Recuperação Em muitas aplicações práticas em que ocorre o fenômeno mencionado, pode ser importante reaproveitar a energia inicialmente acumulada no indutor. O circuito básico que possibilita a recuperação está representado na Fig. 1.6. No instante t=0, em que o interruptor é aberto, a corrente no indutor é igual a Io. Durante a circulação pelo diodo, o circuito é representado pelas equações (1.17) e (1.18). di (t) L = − (1.17) L V dt i E i (t) I 1 L = o − (1.18) t L D S + Vi - iL + vL - - L 1 + E Fig. 1.6 – Circuito com diodo de circulação e com recuperação. Quando a corrente iL se anula, tem-se t=tf. Assim escreve-se (1.19). Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 5
  • 22. o L I t = (1.19) 1 f E Portanto, quanto maior for o valor de E1, menor será o tempo de recuperação tf. Toda a energia inicialmente acumulada no indutor é transferida à fonte E1. 1.1.5 Circuito de Recuperação com Transformador Nos casos em que não se dispõe de uma segunda fonte para absorver a energia armazenada na indutância, emprega-se um transformador, numa configuração que permite a devolução de energia para a própria fonte Vi. Esta método é empregado em fontes chaveadas com transformadores de isolamento e nos circuitos de ajuda à comutação dos conversores CC-CC de grandes correntes. Seja a estrutura representada na Fig. 1.7. D S + Vi - N1 N2 Fig. 1.7 - Circuito de recuperação com transformador. Quando S está fechada, a energia é armazenada na indutância magnetizante do transformador. A polaridade da tensão secundária é tal que o diodo D se mantém bloqueado neste intervalo. Quando S abre, a polaridade da tensão secundária se inverte. O diodo entra em condução e transfere energia armazenada no campo magnético para a fonte Vi. Para analisar o fenômeno quantitativamente será utilizado o circuito equivalente do transformador, ignorando as resistências e a dispersão, representado na Fig. 1.8. 6 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 23. S D + Vi - N1 N2 + - i Lm V Fig. 1.8 - Circuito equivalente da Fig. 1.7. A primeira etapa de funcionamento está representada na Fig. 1.9. S D + Vi - N1 N2 + - i i1 Lm V Fig. 1.9 - Primeira etapa. A segunda etapa de funcionamento está representada na Fig. 1.10. Nesta etapa a indutância magnetizante é referida ao secundário do transformador. D + - i V 'm L i2 Fig. 1.10 - Segunda etapa. As correntes terão as formas apresentadas na Fig. 1.11. t I1 1 i2 i I2 T1 T2 Fig. 1.11 - Corrente para um período de funcionamento. As condições iniciais são dadas por (1.20) e (1.21). Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 7
  • 24. V 1 T I = (1.20) 1 i m L N 1 2 I I = (1.21) 1 2 N A corrente na segunda etapa é dada por (1.22). t V = − (1.22) 2 2 ′ L i (t) I i m No final da segunda etapa a corrente atinge zero. Assim tem-se (1.23). V 2 T = − (1.23) 2 i 0 I ′ m L Substituindo (1.21) em (1.23) obtém-se (1.24) e (1.25). 1 = T 0 V − (1.24) L I N N 2 i m 1 2 ′ N = (1.25) 2 V T N m 2 2 i 2 1 1 1 2 L N I N Rescrevendo (1.25) obtém-se (1.26) e (1.27). N 1 I L = V T (1.26) 2 1 m i 2 N V N = 1 (1.27) 2 m 1 i 2 i m N L T V T L Assim, tem-se a expressão (1.28) que relaciona os tempos T1 e T2. 8 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 25. 2 T 1 2 N 1 N T = (1.28) Variando-se a relação de transformação pode-se variar o tempo de recuperação T2. A evolução da tensão sobre o interruptor S é analisada como segue. Quando S está conduzindo VS = 0 . Durante a recuperação, a tensão VS pode ser obtida a partir da Fig. 1.12, como mostra a equação (1.29). S D + Vi - N1 N2 + - i V 'm L Fig. 1.12 - Etapa de recuperação. VS = − Vi + V ) (1.29) A tensão V1 é dada por (1.30). (1 N V = (1.30) 1 V i 1 2 N Substituindo (1.30) em (1.29) tem-se a equação (1.31). N ⎛ 1 V ⎟ ⎟⎠ S V i 1 2 N ⎞ ⎜ ⎜⎝ = − + (1.31) Após a recuperação, com o interruptor aberto, VS = Vi . A forma de onda da tensão nos terminais do interruptor está representada na Fig. 1.13. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 9
  • 26. t I1 1 i2 i I2 T1 T2 t vS Vi ⎞ ⎟ ⎟⎠ ⎛ + V 1 N ⎜ ⎜⎝ 1 i N 2 Fig. 1.13 - Formas de onda para o circuito representado na Fig. 1.12. 1.1.6 Carga de um Capacitor à Corrente Constante Seja o circuito representado na Fig. 1.14. Inicialmente a corrente I circula pelo diodo D. O capacitor encontra-se descarregado. No instante t=0 o interruptor S é fechado. O diodo se bloqueia. A corrente I passa a circular pelo capacitor, que se carrega com corrente constante. O circuito está representado na Fig. 1.15. S C D I + Vi - Fig. 1.14 - Primeira etapa. S C I + - D I + Vi - vC Fig. 1.15 - Segunda etapa. 10 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 27. A tensão vC evolui segundo a expressão (1.32). v I C (t) = t (1.32) C Quando vC = Vi, o diodo entra em condução. Assim tem-se as equações (1.33) e (1.34). vC (t1 ) = Vi (1.33) V C t 1 = i (1.34) I O capacitor permanece carregado com a tensão Vi. A forma de onda da tensão vC está representada na Fig. 1.16. t t vC Vi f Fig. 1.16 - Tensão nos terminais do capacitor da Fig. 1.15. 1.2. CIRCUITOS DE SEGUNDA ORDEM 1.2.1 Análise do Circuito LC Submetido a um Degrau de Tensão Seja o circuito representado na Fig. 1.17, com as condições iniciais vC(0) = VC0 e iL(0) = IL0 . L S C + - + Vi - vC iL Fig. 1.17 - Circuito LC. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 11
  • 28. No instante t=0 o interruptor S é fechado. O circuito passa a ser representado pelas equações (1.35) e (1.36). di (t) V v (t) L L i = C + (1.35) dt dV (t) i (t) = C C L (1.36) dt Substituindo (1.36) em (1.35), obtém-se (1.37). d v (t) C V = v (t) + LC (1.37) 2 Resolvendo-se a equação (1.37), obtém-se a sua solução, 2 i C dt representada pelas expressões (1.38) e (1.39). v (t) = − V − V cos w t + I L + (1.38) C ( i C0 ) ( o ) L0 sen (wot) Vi C i (t) V V sen w t I L C ( ) ( ) (t cos w C L L = i − C0 o + L0 o ) (1.39) Multiplicando-se a expressão (1.39) por j e adicionando-se a expressão (1.38), obtém-se a expressão (1.40). ( )[ ( ) ( )] i (t) V V cos w t jsen w t C + = − − − C L i C0 o o j I L [ ( ) ( )] L0 o o i cos w t jsen w t V C v (t) j L + − + (1.40) onde: w 1 o = . LC Sejam as definições das expressões (1.41), (1.42) e (1.43). z(t) v (t) j L = C + L (1.41) i (t) C z 1 = − ( V L i − V C0 ) + jI L0 (1.42) C 12 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 29. e t −jwo t = cos ( wot ) − jsen wo ) (1.43) Assim obtém-se a expressão (1.44). (i jw t z(t) = z1 e o + V − (1.44) A. CASOS PARTICULARES A.1) VC0=0, IL0=0, Vi≠0 Com as condições iniciais definidas obtém-se (1.45). z1 = −Vi (1.45) Para t=0, tem-se z(0) = 0 Assim, a expressão (1.44) fica representada pela expressão (1.46). i jw t z(t) = −Vi e o + V − (1.46) A expressão (1.46) está representada graficamente na Fig. 1.18. 0 z(0) 0 vC wot z1 Vi 2Vi i L L C Fig. 1.18 - Plano de fase para VC0 = IL0 = 0 e Vi ≠ 0. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 13
  • 30. A.2) IL0=Vi=0,VC0>0. Com as condições iniciais definidas obtém-se (1.47), (1.48) e (1.49). z1 = VC0 (1.47) z(t) = VC0 (1.48) jw t z(t) VC0 e o = ⋅ − (1.49) A expressão (1.49) está representada graficamente na Fig. 1.19. 0 z(0) 0 vC wot VC0 z1 i L L C Fig. 1.19 - Plano de fase para IL0 = Vi = 0 e VC0 > 0. A.3) VC0=Vi=0, IL0>0 Com as condições iniciais definidas obtém-se (1.50), (1.51) e (1.52). z jI L 1 = L0 (1.50) C z(0) jI L = L0 (1.51) C 14 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 31. z(t) = jI L − jw t (1.52) L0 e o C A expressão (1.52) está representada na Fig. 1.20. 0 i L 0 z(0) vC wot z1 L C Fig. 1.20 - Plano de fase para VC0 = Vi = 0 e IL0 > 0. Em qualquer dos casos apresentados valem as relações (1.53) e (1.54). vC (t) = ℜe{z(t)} (1.53) i (t) L L = Im{z(t) } (1.54) C Assim tem-se (1.55) e (1.56). { jw t } i vC(t) =ℜe z1 e o + V − (1.55) i (t) L = { − jw t } (1.56) L Im z1 e o C Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 15
  • 32. 1.2.2 Análise do Circuito LC Submetido a um Degrau de Tensão Com um Tiristor Seja o circuito apresentado na Fig. 1.21. L T C + - + Vi - vC iL Fig. 1.21 - Circuito LCT série. Inicialmente o tiristor encontra-se bloqueado. VC0=0 e IL0=0. No instante t=0, o tiristor é disparado. No plano de fase as grandezas evoluem de acordo com a Fig. 1.22. 0 Vi 0 π/2 vC wot Vi 2Vi i L L C Fig. 1.22 - Plano de fase para o circuito LCT série. Em função do tempo as grandezas evoluem de acordo com a Fig. 1.23. Quando t=π/wo, a corrente se anula e o tiristor se bloqueia. O capacitor nesse instante encontra-se carregado com vC=2Vi e manterá esse valor. 16 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 33. 0 2Vi 0 π/2 π t Vi i L 0 0 π/2 π t (a) (b) vC Vi L C Fig. 1.23 - Tensão e corrente no circuito LCT série. O circuito é representado pela expressões (1.57) e (1.58). vC (t) = −Vi cos (wo t) + Vi (1.57) i (t) L L = i o ) (1.58) (t V sen w C 1.2.3 Inversão da Polaridade de um Capacitor Seja o circuito representado na Fig. 1.24. + - L + - C T vC vL Fig. 1.24 - Circuito para inversão da polaridade de um capacitor. Inicialmente o tiristor encontra-se bloqueado e o capacitor com tensão vC=-VC0. No instante t=0 o tiristor é disparado. O capacitor inverte a sua polaridade e o tiristor se bloqueia. A evolução de vC e iL no plano de fase e em função do tempo está representada nas Figs. 1.25 e 1.26. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 17
  • 34. 0 i L 0 π/2 vC wot L C -VC0 VC0 Fig. 1.25 - Plano de fase para o circuito da Fig. 1.24. VC0 0 0 VC0 i L 0 π/2 π t 0 (a) π/2 (b) π t vC L C -VC0 Fig. 1.26 - Tensão e corrente para o circuito da Fig. 1.24. 1.2.4 Aumento da Tensão de um Capacitor A. Primeiro Circuito Seja a estrutura representada na Fig. 1.27. 18 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 35. T1 T2 + - + C Vi - L vC iL Fig. 1.27 - Circuito para o aumento da tensão em um capacitor. Disparando-se T1 e T2 sucessivamente, encontra-se as grandezas representadas na Fig. 1.28. 0 0 3Vi Vi 0 i L -2Vi π 2.π 3.π 4.π 0 t π 2.π 3.π t 4.π (a) (b) vC L C 4Vi 2Vi -2Vi -4Vi -4Vi Fig. 1.28 - Formas de onda para o circuito da Fig. 1.27. A representação do comportamento do circuito no plano de fase encontra-se na Fig. 1.29. 0 4Vi 2Vi 0 vC L L C i 2Vi 4Vi -2Vi -4Vi -4Vi -2Vi Fig. 1.29 - Plano de fase para o circuito da Fig. 1.27. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 19
  • 36. Como se trata de um circuito ideal, sem elemento dissipativo, o amortecimento é nulo e a energia acumulada no capacitor aumenta indefinidamente. B. Segundo Circuito Seja a estrutura representada na Fig. 1.30. + - C L + Vi - vC iL 1 T T2 Fig. 1.30 - Circuito para o estudo da evolução da tensão de um capacitor. Seja VC0<0 e IL0=0, com T1 e T2 bloqueados. No instante t=0, T1 é disparado. A tensão do capacitor começa a se inverter. Antes que a corrente se anule, T2 é disparado. T1 se bloqueia no mesmo instante. A corrente é comutada de T1 para T2. Uma parcela da energia é transferida de Vi para C. A tensão no capacitor torna-se maior que Vi. As grandezas em função do tempo estão representadas na Fig. 1.31. Quando T1 conduz, tem-se a expressão (1.59). vC(t) = −VC0 cos wo ) (t ) (1.59) Ao final desta etapa tem-se as condições iniciais apresentadas em (1.60) e (1.61). V1 = −VC0 cos (woτ (1.60) L ) (1.61) I1 =VC0 sen (woτ C 20 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 37. 2 0 0 i L L C 0 wot a i L t 0 (a) (b) vC Vf VC1 1 C π 2 woτ π − VC0 t o a π 2 woτ π w t Fig. 1.31 - Tensão e corrente para o circuito da Fig. 1.30. Quando T2 conduz, tem-se as expressões (1.62) e (1.63). z 1 = ( V 1 − V ) + jI L i 1 (1.62) C z(0) = V 1 + jI L 1 (1.63) C No final desta etapa a tensão no capacitor é dada por (1.64). Vf = Vi + z1 (1.64) Substituindo (1.60) e (1.61) em (1.62) obtém-se (1.65). z1 2 = ( V C0 cos ( w o τ)− V 2 2 2 i ) + V C0 sen (w oτ ) ( ) (1.65) Substituindo (1.65) em (1.64) tem-se (1.66). = + ( ( τ)− ) 2 + 2 2 C0 oτ Vf Vi VC0 cos wo Vi V sen w (1.66) Deste modo, fica demonstrado que o valor final da tensão do capacitor é controlada pelo ângulo woτ . Seja o caso particular em que . Assim a tensão Vf é dada por (1.67) ou (1.68). woτ = π Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 21
  • 38. ( ) 2 i i C0 Vf = Vi + − VC0 − Vi = V − V − V (1.67) Vf = −VC0 (1.68) A estrutura analisada aparece no estudo de alguns conversores a comutação forçada e conversores ressonantes. A representação no plano de fase aparece na Fig. 1.32. 0 0 z(0) VC1 Vf vC i L 1 C i L L C woτ − VC0 Fig. 1.32 - Plano de fase para o circuito da Fig. 1.30. 1.2.5 Circuito RLC com Pouco Amortecimento É muito comum o emprego em conversores de circuitos RLC com alto fator de qualidade. Seja o circuito representado na Fig. 1.33. C L R + - + Vi - vC iC Fig. 1.33 - Circuito RLC de baixas perdas. 22 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 39. A solução da equação que representa o circuito é dada por (1.69) e (1.70). − = −α −α (1.69) i (t) o t C − − γ e sen (wt ) w w e sen (wt) I V V i o w o t L I v (t) V V V w t o t = − ( − ) −α + γ + e −α sen (wt) (1.70) wC e sen (wt ) w o C i i o onde: w 1 o = LC α = R ⎟⎠ 2L γ = arc tg w ⎞ 2 2 ⎛ α ⎜⎝ w2 = w − α o Se as perdas são pequenas, tem-se: wo ≅ w (1.71) X = L = w L ≅ 1 (1.72) w C C ψ = X (1.73) R 1 ψ R = = α 2 2w L w (1.74) π γ = (1.75) 2 sen (w t − γ) = − cos (wt) (1.76) Com estas aproximações obtém-se as equações (1.77) e (1.78). Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 23
  • 40. wt ψ − ⎞ i (t) (1.77) ⎟⎠ ⎛ ⎜⎝ + V − V = 2 o i o L sen (wt) I cos (wt) e X − wt [ ( ) ] ψ = + − − 2 vC(t) Vi XIo sen (wt) Vi Vo cos (wt) e (1.78) wt − e ψ e−α pois: 2 = t Sabendo que: 2 2 3 3 t 6 t α e 1 t t 2 − α −α = − α + (1.79) E considerando α muito pequeno, pode-se adotar: e−α t =1− α t (1.80) Esta simplificação pode ser muito útil na solução de alguns problemas práticos. Seja a relação (1.81). z(t) = v C (t) + j L i L (t) (1.81) C Por manipulação matemática, obtém-se (1.82) jwt t z(t) Vi z1 e e = + − −α (1.82) A expressão (1.82) é semelhante à expressão (1.44), na qual o amortecimento incide sobre o valor de z1. 1.2.6 Circuito LC Submetido a uma Fonte de Tensão e uma Fonte de Corrente Seja o circuito representado na Fig. 1.34. 24 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 41. L iL iC + - C I + - i V vC Fig. 1.34 - Circuito LC excitado por fonte de tensão e corrente. Sejam as equações (1.83) e (1.84) que representam o circuito da Fig. 1.34. Vi = vL (t) + vC (t) (1.83) iL (t) = iC (t) + I (1.84) Com as definições de tensão em um indutor e corrente em um capacitor tem-se (1.85) e (1.86). ( ) di (t) L v (t) L L C C L = dt d I i (t) L dt di (t) dt + = = (1.85) dv (t) i (t) = C C C (1.86) dt Substituindo (1.86) em (1.85) obtém-se (1.87). d v (t) C v (t) = LC (1.87) 2 2 L dt Substituindo (1.87) em (1.83) tem-se as equações (1.88) e (1.89). C 2 i = + (1.88) V LC 2 C v (t) d v (t) dt d v (t) C V i LC v (t) LC C dt 2 2 + = (1.89) Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 25
  • 42. Com as equações (1.88) e (1.88) obtém-se as soluções dadas por (1.90) e (1.91). v (t) = V − V cos w t + L − + (1.90) ( ) ( ) ( ) ( )i C C0 i o IL0 I sen wot V C I I cos w t L i (t) V V sen w t L C ( ) ( ) ( ) ( ) I C C L L = − C0 − i o + L0 − o + (1.91) Seja a definição de plano de fase dada por (1.92). z(t) = v C (t) + j L i (t) (1.92) C L Substituindo (1.90) e (1.91) em (1.92) tem-se (1.93). ⎛ ⎡ = + (1.93) z(t) V j L I V V j L C ⎥⎦ − ( ) ( ) jw t − + − + ⎟ ⎟ ⎠ i C0 i IL0 I e o C ⎤ ⎢⎣ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ Da equação (1.93) obtém-se (1.94) e (1.95). z V j L o = i + (1.94) I C z 1 = ( V C0 − V L i ) + j I − ) (1.95) C L0 Assim o plano de fase pode ser representado por (1.96). I (jw t z(t) zo z1 e o = + − (1.96) A expressão (1.96) representa um círculo com centro em zo e com raio z1, como pode-se observar na Fig. 1.35. 26 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 43. 0 I L 0 z(0) vC z1 i L L C C Vi Fig. 1.35 - Plano de fase para o circuito apresentado na Fig. 1.34. Dois casos particulares são muito freqüentes: 1O Caso: I =0 Com esta condição inicial tem-se (1.97). ⎡ z(t) V V V j L − ⎥⎦ ( ) jw t i C0 i IL0 e o = + − + (1.97) C ⎤ ⎢⎣ Este caso particular já foi estudado no item 1.2.1 e representado pela expressão (1.44). 2O Caso: Vi =0 Com esta condição inicial tem-se (1.98). ⎡ ⎥⎦ z(t) j L I V V j L − C ( ) ( ) jwt C0 i IL0 I e = + − + − (1.98) C ⎤ ⎢⎣ A equação (1.98) representa o circuito LC paralelo excitado por uma fonte de corrente contínua, como está representado na Fig. 1.36. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 27
  • 44. + - C I - vC + iL vL iC L Fig. 1.36 - Circuito LC paralelo excitado por uma fonte de corrente. __________________________________________________ 1.3. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. Nos circuitos (a), (b) e (c) da Fig. 1.37, para L=100μH e C=25μF, fazer a análise, representando graficamente as formas de onda de i, vL e vC. O tiristor é disparado com o capacitor pré-carregado, com as seguintes condições iniciais: Circuito (a) vC(0) = 0V Circuito (b) vC(0) = -50V Circuito (c) vC(0) = -50V Circuito (c) vC(0) = 50V + - T 100V + - L + C - D D vL L T + - 100V + - + vC C - vL L - + C - + - T + 100V vC (a) (b) (c) vC vL Fig. 1.37 - Exercício 1. 2. Nos circuitos (a), (b), (c) e (d) da Fig. 1.38, tem-se L=100μH e C=25μF. Fazer a análise dos circuitos supondo que vC (0) = −100V em cada caso. 3. Seja o circuito da Fig. 1.39. L=30μH e C=120μF. O tiristor T é disparado quando t=0. Descrever gráfica e analiticamente em função do tempo as grandezas i, vL, vC e iD, considerando vC(0) = -75V. 4. Considerar o circuito da Fig. 1.40. Inicialmente o capacitor encontra-se descarregado. T1 e T2 são disparados ciclicamente, após o 28 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 45. transitório do semiciclo anterior ter terminado. L=200μH e C=20μF. O fator de qualidade do circuito é igual a 5. Determinar o valor da tensão final do capacitor, depois de um grande número de ciclos. Representar a evolução de vC e iL ao longo do tempo e no plano de fase. vL + - L + C - D T T + - L + - C D vC (a) (b) vC vL T vL + - L +- C D T + - L +- C vC (c) (d) vC vL Fig. 1.38 - Exercício 2. + iD L D - T i + vL 100V- - + 75V +- vC C Fig. 1.39 - Exercício 3. 5. Seja o circuito da Fig. 1.41. C=300μF e VC0=0V. O valor de di/dt máximo que o tiristor pode tolerar é igual a 100A/μs. Determinar o valor mínimo de L para que esse valor seja respeitado. O tiristor T é disparado quando t=0 e a corrente inicial no indutor é nula. 6. Seja o circuito da Fig. 1.42. N1=100 e N2=200. A chave S é aberta quando t=0, após ter permanecido fechada durante um tempo Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 29
  • 46. muito longo. A indutância magnetizante do transformador é igual a 200μH. Estabelecer as expressões analíticas e representar graficamente em função do tempo. C L + Vi - T1 T2 R Fig. 1.40 - Exercício 4. L - + C - + - T + 600V vL vC Fig. 1.41 - Exercício 5. 1Ω + - D S + Vi - N1 N2 vS Fig. 1.42 - Exercício 6. 7. Seja a estrutura da Fig. 1.43. Os tiristores T1 e T2 são disparados simultaneamente, complementarmente a T3 e T4. Determinar o valor da tensão vC depois de um grande número de ciclos. T1 e T2 são disparados inicialmente e VC0=-100V. Representar as grandezas vC e iL no plano de fase. Para garantir o bloqueio, os tiristores somente são disparados após a corrente iL ter se anulado. Considerar Vi=100V e α=10. 8. Considere os circuitos (a), (b) e (c) da Fig. 1.44. O interruptor S encontra-se inicialmente fechado. No instante t=0, S é aberto. Mostrar o funcionamento de cada circuito em função do tempo e no plano de fase. 30 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 47. + 100V- C L - + V =100V T1 T3 R T2 T4 C0 Fig. 1.43 - Exercício 7. S L S C I I I D1 C L S D C L (a) (b) (c) D2 Fig. 1.44 - Exercício 8. 9. Seja o circuito da Fig. 1.45. Inicialmente o tiristor T encontra-se bloqueado. Antes do disparo do tiristor a corrente I circula pelo diodo. No instante t=0 o tiristor é disparado. Descrever o funcionamento do circuito, representar vC e iL em função do tempo e no plano de fase. As condições iniciais são nulas. I L < . Considerar C Vi C D T L + i - I V Fig. 1.45 - Exercício 9. 10. Seja os circuitos (a) e (b) da Fig. 1.46. Considerar as condições iniciais nulas. No instante t=0 o interruptor S é aberto. Descrever o funcionamento do circuito, obter as grandezas vC e iL e representá-las ao longo do tempo e no plano de fase, sabendo que S é novamente fechado quando vC = 0. Cap. I – Circuitos Básicos com Interruptores, Diodos e Tiristores 31
  • 48. S D2 I C I D1 L + - S L C D1 (a) (b) D2 Vi + i - V Fig. 1.46 - Exercício 10. 11. Seja o circuito da Fig. 1.47. T1 e T2 são disparados complementarmente, com freqüência igual a 6kHz. Sabendo-se que L=100μH, C=5μF e R=0,447Ω, determinar: a) Etapas de funcionamento. b) Formas de onda para iL e vC. c) Valores de pico de iL e vC em regime permanente. d) Potência dissipada no resistor R. + - 100V 100V + - L C R - + T1 T2 iL vC Fig. 1.47 - Exercício 11. 12. Seja o circuito da Fig. 1.48. A chave S permanece fechada durante um tempo T1 e em seguida é aberta. Determinar o tempo de desmagnetização do transformador, sendo Vi=100V, L=1H e T1=1s. D S + Vi - N 2N Fig. 1.48 - Exercício 12. 13. Obter as expressões (1.41), (1.42), (1.76), (1.77), (1.89), (1.97) e (1.98) do texto. 32 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 49. CAPÍTULO II CONVERSOR SÉRIE RESSONANTE 2.1 INTRODUÇÃO Estes conversores utilizam um circuito série ressonante, que propicia a comutação não dissipativa nas chaves. A diminuição das perdas por comutação possibilita um aumento na freqüência de chaveamento, reduzindo o volume e peso dos elementos reativos. Entretanto, as perdas por condução nas chaves aumentam devido à circulação de uma energia reativa proveniente do circuito ressonante. Existem várias configurações possíveis, porém neste trabalho será abordada a configuração apresentada na Fig. 2.1. . + V i . - Lt2 + Co Ro Vo - S1 D1 C r /2 S2 D2 D3 D4 D5 D6 Lt1 Lr C r /2 Fig. 2.1 - Conversor Série Ressonante CC-CC. 2.2 OBTENÇÃO DO CIRCUITO ELÉTRICO EQUIVALENTE Supondo que o número de espiras do primário é igual ao número de espiras do secundário, e que a tensão induzida no primário é igual a Vo′ , obtém-se a configuração mostrada na Fig. 2.2 quando a chave S1 está conduzindo.
  • 50. + - + - V' o iCr1 - + - + S1 D1 C r /2 S2 D2 + Vi - Lr C r /2 iCr2 iLr vCr1 vCr2 Fig. 2.2 - Chave S1 conduzindo. Da malha externa de tensão obtém-se a equação (2.1): Lr i = o′ + r + (2.1) V V L Cr2 v (t) di (t) dt Da malha interna de tensão obtém-se a equação (2.2): Lr = o′ + r − (2.2) 0 V L Cr1 v (t) di (t) dt Somando (2.1) e (2.2) e dividindo por dois, obtém-se a equação (2.3): v (t) v (t) i − = ′ + + (2.3) V Lr Cr2 Cr1 2 di (t) dt V L 2 o r Por inspeção obtém-se (2.4). Vi = vCr1(t) + vCr2 (t) (2.4) Derivando-se a equação (2.4) e multiplicando por Cr/2, obtém-se (2.5): dv (t) = ⎛ (2.5) + ⎛ ⎟⎠ 0 ⎟⎠ r Cr 1 r Cr 2 dt C 2 dv (t) dt C 2 ⎞ ⎜⎝ ⎞ ⎜⎝ Com (2.5) e com a definição de corrente no capacitor tem-se (2.6). iCr1(t) = −iCr2 (t) (2.6) 34 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 51. Escrevendo a equação do nó 1, obtém-se (2.7). iCr1(t) + iLr (t) = iCr2 (t) (2.7) Substituindo (2.6) em (2.7), obtém-se (2.8). i (t) i (t) i (t) Lr − Cr1 = Cr2 = (2.8) 2 As tensões nos capacitores Cr1 e Cr2 são dadas por (2.9) e (2.10). i (t) i (t) dt 1 v (t) 1 Lr = ∫ = ∫− dt Cr1 (2.9) 2 C 2 C 2 r Cr1 r i (t) i (t) dt 1 v (t) 1 Lr = ∫ = ∫ dt Cr2 (2.10) 2 C 2 C 2 r Cr2 r Substituindo (2.9) e (2.10) em (2.3), obtém-se (2.11). 1 di (t) = ′ + + ∫i (t) dt i (2.11) C dt V L V 2 Lr r L r o r A equação (2.11) resultante corresponde ao circuito equivalente mostrado na Fig. 2.3. Observa-se que o circuito elétrico equivalente obtido corresponde também ao circuito equivalente do conversor série ressonante meia-ponte mostrado na Fig. 2.4. Assim, a análise matemática será feita utilizando-se este conversor. + - Cr iLr Lr vCr + - + - + - Vi /2 +-Vo' Fig. 2.3 - Circuito elétrico equivalente. Cap. II – Conversor Série Ressonante 35
  • 52. V' o S1 D1 - + a b D2 2 S +- Vi /2 Cr Lr v iLr Cr +- Vi /2 Fig. 2.4 - Conversor Série Ressonante Meia-Ponte. 2.3 ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO CONTÍNUA No modo de condução contínua a entrada em condução das chaves é dissipativa e seu bloqueio é suave (comutação por zero de corrente – ZCS: Zero Current Switching). Portanto, as perdas por comutação não são totalmente eliminadas. Além disso, a tensão de pico no capacitor ressonante, que é função da freqüência de chaveamento, pode atingir valores bem maiores do que o da fonte de alimentação. 2.3.1 Etapas de Funcionamento Para simplificar os estudos teóricos, todos os componentes ativos e passivos serão considerados ideais. O conversor está referido ao lado primário do transformador, a tensão induzida no primário é denominada Vo′ e a corrente no primário I′o . 1a Etapa (t0, t1) A chave S2 estava conduzindo na etapa anterior. No instante t0 a corrente no indutor atinge zero, colocando o diodo D2 em condução, como mostrado na Fig. 2.5. Nesta etapa ocorre devolução de energia para a fonte Vi/2. A chave S2 deve ser bloqueada durante a condução do diodo D2. Assim seu bloqueio é suave, pois enquanto o diodo conduz a tensão na chave é zero. Esta etapa termina quando a chave S1 for comandada a conduzir. 36 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 53. + - a b + + - - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.5 - Primeira etapa. 2a Etapa (t1, t2) A segunda etapa está representada na Fig. 2.6. No instante t1 a chave S1 é habilitada, ocorrendo então uma comutação dissipativa entre o diodo D2 e esta chave. O capacitor Cr se descarrega e então se carrega com a polaridade oposta. A corrente no indutor cresce e decresce senoidalmente até atingir zero. No final desta etapa o capacitor estará carregado com uma tensão VC0, e a corrente no indutor será igual a zero. Durante esta etapa a fonte transfere energia para a carga. + - a b + + - - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.6 - Segunda etapa. 3a Etapa (t2, t3) Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t2, o diodo D1 entra em condução devolvendo energia para a fonte Vi/2, como mostrado na Fig. 2.7. A chave S1 deve ser bloqueada durante a condução do diodo D1. Seu bloqueio é não dissipativo, pois enquanto o diodo conduz a tensão na chave é zero. Esta etapa termina quando a chave S2 é comandada a conduzir. Cap. II – Conversor Série Ressonante 37
  • 54. No final desta etapa a tensão no capacitor é VC1, e a corrente no indutor é –I1. + - a b + - + - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.7 - Terceira etapa. 4a Etapa (t3, t4) A quarta etapa de funcionamento está representada na Fig. 2.8. No instante t3, S2 é habilitada, ocorrendo uma comutação dissipativa entre o diodo D1 e esta chave. Durante esta etapa a fonte transfere energia à carga. No final desta etapa o capacitor está carregado com uma tensão VC0, e a corrente no indutor é igual a zero. Quando a corrente no indutor ressonante atinge zero, o diodo D2 entra em condução, iniciando-se outro período de funcionamento. + - a b + - + - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.8 - Quarta etapa. 2.3.2 Formas de Onda Básicas As formas de onda mais importantes, com indicação dos intervalos de tempo correspondentes, para as condições idealizadas descritas na Seção 2.3.1, estão representadas na Fig. 2.9. 38 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 55. t t t t t t -(I 1 ) (VC 0 ) comando S1 comando S2 iS2 vS2 iS1 iLr vS1 (I 1 ) vCr (VC 1 ) t0 t1 t2 t3 t4 - (VC 1 ) - (VC 0 ) Fig. 2.9 - Formas de onda básicas. Cap. II – Conversor Série Ressonante 39
  • 56. 2.3.3 Equacionamento Nesta seção são obtidas as expressões de vCr(t) e iLr(t) para os diferentes intervalos de tempo. Por ser o circuito simétrico, será analisado apenas meio período de operação. A. Primeira Etapa Seja as seguintes condições iniciais: i (t ) 0 ⎩ ⎨ ⎧ = Lr 0 v (t ) = − V Cr 0 C0 Do circuito equivalente da primeira etapa obtém-se as expressões (2.12) e (2.13): di (t) V = − − − ′ (2.12) i v (t) V Cr o Lr r dt L 2 dv (t) i Cr Lr (t) = C r (2.13) dt Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.12) e (2.13), obtém-se as expressões (2.14) e (2.15): ( ) i o = − − sL i (s) v (s) V 2 V s r Lr Cr + ′ (2.14) iLr (s) = sCr vCr (s) + Cr VC0 (2.15) Definindo-se: V V i 1 = 2 w = 1 o L C r r Obtém-se então a expressão (2.16) para a tensão no capacitor Cr. ( ) ( ) ( 2 ) − + ′ = (2.16) o 2 V C0 V V w 2 o 2 2 1 o o Cr s w s s s w v (s) + − + Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à expressão (2.16), obtém-se a expressão (2.17): 40 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 57. vCr (t) = −(− V1 − Vo′ + VC0 )cos (wo t) − V1 − Vo′ (2.17) Derivando a expressão (2.17), e multiplicando-a por Cr, obtém-se a corrente no indutor, parametrizada em função da impedância característica z. iLr (t) z = (− V1 − Vo′ + VC0 )sen (wot) (2.18) Sendo: r C r L z = A.1 Plano de Fase da Primeira Etapa Seja a definição (2.19). r z 1 (t) = v Cr (t) + j i Lr (t) (2.19) Substituindo (2.17) e (2.18) em (2.19), obtém-se (2.20) e (2.21). L C r z1(t) = −V1 − Vo′ − (− V1 − Vo′ + VC0 )cos( wot) + j(− V1 − Vo′ + VC0 )sen( wot) (2.20) ( ) jw t z1(t) V1 Vo V1 Vo VC0 e o = − − ′ + + ′ − − (2.21) Na Fig. 2.10 é apresentado o plano de fase relativo à expressão (2.21). Cap. II – Conversor Série Ressonante 41
  • 58. 0 VCr R1 L C i r r Lr V 2 V 2 V 0 C o 1 − ′ − − Vo ′ −VC0 −V1− 0 Fig. 2.10 - Plano de fase da primeira etapa. Do plano de fase, obtém-se (2.22) R1 = VC0 − V1 − Vo′ (2.22) B. Segunda Etapa Seja as seguintes condições iniciais: i (t ) I ⎩ ⎨ ⎧ = Lr 0 1 v (t ) = − V Cr 0 C1 Do circuito equivalente da segunda etapa obtém-se as expressões (2.23) e (2.24). V = L + + ′ (2.23) Cr o di (t) Lr 1 r v (t) V dt dv (t) i Cr Lr (t) = C r (2.24) dt Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.23) e (2.24), obtém-se as expressões (2.25) e (2.26): 1 o = − + sL i (s) L I v (s) V V s r Lr r 1 Cr − ′ (2.25) iLr (s) = sCr vCr (s) + Cr VC1 (2.26) 42 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 59. Substituindo (2.26) em (2.25), obtém-se (2.27) e (2.28). 1 o = + − + sL (sC v (s) C V ) L I v (s) V V s r r Cr r C1 r 1 Cr − ′ (2.27) ( ) ( ) ( ) ( w L I 2 ) = (2.28) o 2 r 1 2 o 2 o 2 V C1 − ′ V V w 2 o 2 2 1 o o Cr s w s w s s s w v (s) + + + − + Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (2.28), obtém-se a expressão (2.29): vCr (t) = −(V1 − Vo′ + VC1)cos (wo t) + I1 z sen (wo t) + V1 − Vo′ (2.29) Derivando a equação (2.29), e multiplicando-a por Cr, obtém-se a corrente no indutor, parametrizada em função da impedância característica z. iLr (t) z = (V1 − Vo′ + VC1)sen (wot) + I1 z cos (wot) (2.30) B.1 Plano de Fase da Segunda Etapa Seja a definição (2.31). z2 (t) = vCr (t) + jz iLr (t) (2.31) Substituindo (2.29) e (2.30) em (2.31), obtém-se a expressão (2.32) e (2.33). ( ) = − ′ − − ′ + + + z (t) V V V V V cos (w t) I z sen (w t) 2 1 o 1 o C1 o 1 o j[(V V V )sen (w t) I z cos (w t)] + − ′ + + 1 o C1 o 1 o (2.32) ( jw t z2 (t) V1 Vo V1 Vo VC1 jI1 z)e o = − ′ − − ′ + + − (2.33) Na Fig. 2.11 é apresentado o plano de fase relativo à equação (2.33). Cap. II – Conversor Série Ressonante 43
  • 60. 0 VC0 L r v Cr R2 C -i r 1 L C i r r Lr L C r −VC1 −V1−Vo′ i r 1 0 Fig. 2.11 - Plano de fase da segunda etapa. Do plano de fase, obtém-se (2.34). R2 2 = ( V′ o − V C1 − V 2 2 1 ) + (I 1 z) (2.34) C. Condições Iniciais Agrupando os planos de fase da primeira e segunda etapas em um mesmo diagrama, obtém-se a representação mostrada na Fig. 2.12. 44 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 61. r ψr ψo θ 0 V 0 C v Cr R2 L C i r r Lr −VC1 L C i r 1 0 R1 -VC0 Fig. 2.12- Plano de fase da primeira e segunda etapa. Do plano de fase da primeira e segunda etapa, obtém-se (2.35), (2.36) e (2.37). − VC1 = −V1 − Vo′ − R1 cos (ψr ) (2.35) I1 z = R1 sen (ψr ) (2.36) VC0 = R2 + V1 − Vo′ (2.37) Substituindo (2.22) em (2.35) e (2.36), obtém-se (2.38) e (2.39). − VC1 = −V1 − Vo′ − (VC0 − V1 − Vo′ )cos (ψr ) (2.38) I1 z = (VC0 − V1 − Vo′ )sen (ψr ) (2.39) Substituindo (2.34) em (2.37), obtém-se (2.40). ( ) 2 ( 1 ) 2 1 o VC0 = Vo′ − VC1 − V1 + I z + V − V′ (2.40) Substituindo (2.38) e (2.39) em (2.40), obtém-se (2.41). Cap. II – Conversor Série Ressonante 45
  • 62. [ ] q cos( ) (1 q) 1 cos( ) V V C0 C0 − ψ V r r 1 + − ψ = = (2.41) Sendo: V o V 1 q ′ = Substituindo (2.41) em (2.38), obtém-se (2.42). [ ] ⎤ C1 (2.42) ⎥⎦ ⎡ ⎢⎣ q 1 − cos ( ψ ) − ψ V C1 = = + q cos ( ) (1 q) V V r r 1 Substituindo (2.41) em (2.39), obtém-se (2.43). 1 + − I r sen ( ) (1 q) (1 q) 1 ψ = = (2.43) q cos ( ) I z V − ψ 1 r D. Ângulos ψr e ψo Sejam as relações (2.44) e (2.45). f o s = (2.44) o w 1 s 2 f T π Ts = 2 (TD + TT ) (2.45) onde: TD - tempo de condução do diodo TT - tempo de condução da chave Ts – período de chaveamento Substituindo a equação (2.45) em (2.44), e definindo-se μo como a relação entre a freqüência de chaveamento e a freqüência de ressonância, obtém-se (2.46). 1 o μ w ( ) o 2 T T D T 2 π = + (2.46) Isolando-se μo, obtém-se (2.47). 46 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 63. π μ = (2.47) o w T + w T o D o T Sejam as relações (2.48) e (2.49). wo TD = ψr (2.48) wo TT = θ (2.49) Assim obtém-se (2.50). π o (2.50) ψ + θ μ = r Do plano de fase da Fig. 2.12, obtém-se (2.51). θ = π − ψo (2.51) Substituindo a equação (2.51) em (2.50), tem-se (2.52). π o (2.52) ψ −ψ + π μ = r o Rearranjando-se a equação (2.52) obtém-se (2.53). ψ − ψ + π − 0 (2.53) ⎛ π r o = ⎟ ⎟⎠ o ⎞ ⎜ ⎜⎝ μ Da Fig. 2.12 obtém-se (2.54). ⎞ ⎟ ⎟⎠ ⎛ ⎜ ⎜⎝ z I 1 arc tan (2.54) o V − V ′ + V ψ = 1 o C1 Dividindo a equação (2.54) por V1 e substituindo (2.42) e (2.43), obtém-se (2.55) e (2.56). Cap. II – Conversor Série Ressonante 47
  • 64. ⎤ ⎥⎦ (1 + q) (1 − q) ⎡ ⎢⎣ ⎞ r q (1 − cos ψ ) − ψ ⎛ − + ψ ⎟ ⎟⎠ ⎜ ⎜⎝ − ψ ψ = r r r o q cos (1 q) (1 q) sen q cos arc tan (2.55) ⎤ o (2.56) ⎥⎦ ⎡ ⎢⎣ (1 q) (1 q) sen + − ψ r − − ψ + + − ψ ψ = (1 q) (q cos ) q (1 q) (1 cos ) arc tan r r Substituindo (2.56) em (2.53) obtém-se (2.57). + − ϕ (2.57) 0 (1 q) (1 q) sen ⎛ π − π + ϕ − ⎥⎦ r = ⎟ ⎟⎠ (1 q) (q cos ) q (1 q) (1 cos ) arc tan o r r r ⎞ ⎜ ⎜⎝ μ ⎤ ⎡ ⎢⎣ − − ϕ + + − ϕ A equação (2.57) pode ser resolvida algebricamente para obter-se o valor do ângulo ψr e ψo. O tempo de condução das chaves (Δts) e dos diodos (Δtd) pode ser calculado com o uso de (2.58) e (2.59). o o s w t π −ψ Δ = (2.58) r o d w t ψ Δ = (2.59) E. Tensão no Capacitor Dividindo a equação (2.29) por V1, e substituindo (2.42) e (2.43), obtém-se (2.60). [ ] = Cr =− + (2.60) + − ⎤ ⎡ − ψ v (t) r o sen( )sen(w t) (1 q) cos(w t) (1 q)(1 q) Cr ψ + − q cos( ) q 1 qcos( ) 1 q cos( ) v (t) V r o r r 1 − ψ + ⎥⎦ ⎢⎣ − ψ F. Corrente no Indutor Ressonante Lr F.1 Durante a condução do diodo D2 Dividindo (2.18) por V1, e substituindo (2.41), obtém-se (2.61). 48 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 65. ⎤ ⎡ + − i (t) o sen (w t) (1 q) (1 q) = = (2.61) q cos ( ) i (t) z V ⎢⎣ 1 r D D ⎥⎦ − ψ F.2 Durante a condução de S2 Dividindo (2.30) por V1, e substituindo (2.42), obtém-se (2.61). [ ] + − ⎤ ⎡ − ψ = = + (2.62) i (t) r o sen( )cos(w t) sen(w t) (1 q) (1 q) q cos( ) q 1 qcos( ) q cos( ) 1 i (t) z V r o r r 1 S S ψ − ψ + ⎥⎦ ⎢⎣ − ψ G. Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves Derivando a equação (2.62) e igualando a zero, obtém-se o instante no qual a corrente na chave é máxima, dado por (2.63). [ ] ⎤ o a (2.63) ⎥⎦ ⎡ ⎢⎣ q - cos ( ψ ) + q 1 − q cos ( ψ ) r r + − ψ = (1 q) (1 q) sen ( ) w t arc tan r Substituindo (2.63) em (2.62), obtém-se a corrente de pico nas chaves, dada por (2.64). [ ] + − ⎞ ⎛ − ψ = = + (2.64) i r o a sen( )cos(w t ) sen(w t ) (1 q)(1 q) q cos( ) q 1 q.cos( ) 1 q cos( ) i z V r o a r r 1 S S pico pico ψ − ψ + ⎟ ⎟⎠ ⎜ ⎜⎝ − ψ A corrente média nas chaves é calculada de acordo com a expressão (2.65). Δ I 1 (2.65) ∫ Smed = i (t) dt t s 0 S T s Substituindo (2.62) em (2.65), e resolvendo-se a integral, obtém-se (2.66). [A[1 cos ( )] Bsen ( )] f f Smed I o o Smed − π − ψ + π − ψ = = (2.66) 2 I z V s o 1 π A corrente eficaz nas chaves é calculada de acordo com a expressão (2.67). Cap. II – Conversor Série Ressonante 49
  • 66. Δ I 1 (2.67) ∫[ ] Sef = i (t) dt t s 0 2 S T s Sendo: f = 1 , s T s f π s 2 w T o o s f = , f o s o w 1 s 2 f T π = Substituindo (2.62) em (2.67), e resolvendo-se a integral, obtém-se (2.68). ( ) ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ Sef (2.68) ⎦ ⎡ A ( ) sen2( ) ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎛ π−ψ π−ϕ − B ( ) sen2( ) + π−ϕ + ⎣ ⎞ ⎟⎠ ⎛ π−ψ ⎜⎝ ⎞ ψ − π + ⎟⎠ ⎜⎝ π I z Sef = = 2 2AB sen( ) 2 V 4 I o o 2 2 o o o 2 fs fo 1 Onde: [ ] q cos ( ) q 1 q.cos ( ) A 1 − ψ (1 + q) (1 − q) = + , sen ( ) r r − ψ B r q cos ( ) r ψ − ψ = H. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos em Anti-Paralelo com as Chaves A equação (2.61) é uma senóide, que atinge seu valor máximo em t=π/2. Assim tem-se (2.69). (1 + q) (1 − q) = = (2.69) Dpico − ψ q cos ( ) I z Dpico V I 1 r A corrente média nos diodos é calculada de acordo com a expressão (2.70). Δ I 1 (2.70) ∫ D = i (t)dt D med t 0 D T s Substituindo (2.61) em (2.70), e resolvendo-se a integral, obtém-se (2.71). = = [1 cos ( ) ] (2.71) (1 q) (1 q) Dmed ⎡ + − I r D med q cos ( ) ⎥⎦ − ψ f f 2 I z V r s o 1 ⎤ ⎢⎣ − ψ π 50 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 67. A corrente eficaz nos diodos é calculada de acordo com a expressão (2.72). Δ I 1 (2.72) ∫[ ] Def = i (t) dt tD 0 2 D T s Substituindo (2.61) em (2.72), e resolvendo-se a integral, obtém-se (2.73). [ ] ⎤ ⎥ ⎥ Def (2.73) ⎦ ⎡ ψ ⎢ ⎢ − ψ ⎥⎦ ⎣ ⎤ ⎡ ⎢⎣ (1 + q) (1 − q) − ψ f f π I z Def = = sen ( ) 2 q cos ( ) 2 V I 2 r r 2 r s o 1 I. Corrente Eficaz no Indutor e Capacitor A corrente eficaz no indutor, igual à corrente eficaz no capacitor, que é 2 vezes a raiz quadrada da soma dos quadrados das correntes eficazes nos diodos e chaves, é dada por (2.74) ( ) ( )2 I = I = = + (2.74) Def 2 I z Lref Cr ef 2 I I Sef Cr ef V 1 J. Correntes Média e Eficaz na Fonte E Vo′ ( Smed Dmed A corrente média na fonte , dobro da soma das correntes médias nas chaves e nos diodos, é dada por (2.75). I z omed omed 2 I I I = + V 1 ′ ′ = ) (2.75) Vo′ ( ) ( )2 A corrente eficaz na fonte , que é a mesma corrente eficaz no indutor e capacitor, é dada por (2.76). Def 2 I z I = + oef 2 I Sef I oef V 1 ′ ′ = (2.76) Cap. II – Conversor Série Ressonante 51
  • 68. K. Potência Fornecida pela Fonte Vo′ A potência fornecida pela fonte é calculada de acordo com a expressão (2.77). Vo′ Δ P 1 (2.77) ∫ V ′ = V i (t) dt s o t 0 1 S T s Substituindo (2.62) em (2.77), obtém-se (2.78). [ ] [ ] ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ ⎤ 1 cos( ) (1 q)(1 q) q1 qcos( ) 1 P z s o r V ′ sen( )sen( ) P r o ψ − π ψ ⎥⎦ ⎡ − ψ ⎢⎣ + − ⎤ + ψ − π − ⎥⎦ ⎡ ⎢⎣ − ψ − ψ + π ′ = = q cos( ) 1 cos( ) f f V r o r 2 1 V o o (2.78) L. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos da Ponte Retificadora A corrente de pico nos diodos retificadores, igual à corrente de pico nas chaves, é dada por (2.79). I = = (2.79) Spico I z DRpico DRpico I V 1 A corrente média dos diodos da ponte retificadora, para relação de transformação unitária, é a soma das corrente médias nos diodos e chaves do primário do transformador, e é dada por (2.80). I z I = = + (2.80) DRmed I I Smed Dmed DRmed V 1 A corrente eficaz dos diodos da ponte retificadora, para relação de transformação unitária, é dada pela raiz quadrada da soma dos quadrados das correntes eficazes nas chaves e diodos do primário do transformador, e representada por (2.81). ( ) ( )2 I = = + (2.81) Def 2 I z DRef I I Sef DRef V 1 52 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 69. 2.3.4 Representação Gráfica dos Resultados da Análise A. Ângulos ψr e ψo Os ábacos dos ângulos ψr e ψo são traçados nesta seção. O ângulo ψr é obtido algebricamente pela expressão (2.82) e o ângulo ψo é calculado com a expressão (2.83). (1+ q) (1- q) sen ( ) ⎛ ψ (2.82) π − π + ϕ − ⎥⎦ r = ⎟ ⎟⎠ [ ] [ ( )] 0 (1- q) q cos ( ) (1+ q) q 1 cos ( ) arc tan o r r r ⎞ ⎜ ⎜⎝ μ ⎤ ⎡ ⎢⎣ − ψ + − ψ ⎤ (1 + q) (1 − q) sen ( ψ ) r o (2.83) [ ] ( [ ] )⎥⎦ ⎡ ⎢⎣ − − ψ + + − ψ ψ (1 q) q cos ( ) (1 q) q 1 cos ( ) = arc tan r r μo= 0,5 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,87 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 200o 150o 100o 50o 0 o q ψr Fig. 2.13 – Ângulo ψr em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. Cap. II – Conversor Série Ressonante 53
  • 70. 0,87 0,85 0,80 0,75 0,70 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 80o 60o 40o 20o 0 o 20o 0,65 μo= 0,5 ψo q Fig. 2.14 –Ângulo ψo, em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. B. Característica de Saída A característica de saída foi traçada utilizando-se a expressão (2.84). A corrente média na fonte Vo′ está parametrizada em função da relação (z/V1). Observa-se na Fig. 2.15 que para uma determinada relação de freqüências (μo=fs/ff), na ocorrência de um curto-circuito na carga (q=0), a corrente de curto-circuito fica limitada. Ou seja, este conversor pode ser auto-protegido contra curto-circuito na carga, se for apropriadamente projetado. ⎞ ⎞ ⎛ omed (2.84) + − I A 1 cos ( ) Bsen ( ) (1 q)(1 q) r [ ( ) ] ( )⎟ ⎟ ⎠ ⎛ ⎜ ⎜ ′ = 1 cos ( ) ⎝ ψ − ⎟ ⎟⎠ ⎜ ⎜⎝ − ψ − π − ψ + π − ψ + μ π q cos ( ) r o o o 54 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 71. 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 μo=0,50 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,87 q I′omed Fig. 2.15 – Característica de saída. C. Esforços nos Semicondutores Os ábacos da corrente média e eficaz nas chaves, corrente média nos diodos em anti-paralelo com as chaves e nos diodos da ponte retificadora, são traçados nesta seção. Todas as corrente estão parametrizadas em função da relação (z/V1). 0,87 0,85 0,80 0,75 0,70 0,65 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,5 μo= q ISmed Fig. 2.16 – Corrente média nas chaves em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. Cap. II – Conversor Série Ressonante 55
  • 72. 0,87 0,85 0,80 0,75 0,70 0,65 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 2 1,5 1 0,5 0 0,5 μo= q ISef Fig. 2.17 – Corrente eficaz nas chaves em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. 0,87 0,85 0,80 0,75 0,70 0,65 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0,50 μo= q IDmed Fig. 2.18 – Corrente média nos diodos em anti-paralelo com as chaves em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. 56 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 73. 0,87 0,85 0,80 0,75 0,70 0,65 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,5 1 0,5 0 0,50 μo= q IDRmed Fig. 2.19 – Corrente média nos diodos da ponte retificadora em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. D. Tensão de Pico no Capacitor Nesta seção é traçado o ábaco da tensão de pico no capacitor, parametrizada em relação a V1. Pode-se observar que a tensão de pico no capacitor pode atingir valores bastante elevados. 0,87 0,85 0,80 0,75 0,70 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 6 5 4 3 2 1 0 0,65 μo=0,50 q VC0 Fig. 2.20 - Tensão de pico no capacitor, em função do ganho estático q, tendo μo como parâmetro. Cap. II – Conversor Série Ressonante 57
  • 74. 2.3.5 Metodologia e Exemplo de Projeto Nesta seção são apresentadas metodologia e exemplo de projeto do conversor estudado, empregando os ábacos e expressões apresentados nas seções anteriores. Sejam as seguintes especificações: Vi = 400V Vo = 50V Io = 10A Po = 500W Pomin = 50W f 40 103Hz smax = × A. Operação com Potência Nominal Escolhendo-se uma relação de freqüências (μo=fs/fo) de 0,87 para obter-se uma ampla faixa de variação de carga, e I′omedmax = 2,5 , obtém-se o valor do ganho estático (ábaco da Fig. 2.15): 0,6 V ′ V 2 q i o = = Portanto: V Vi o′ = = × = 0,6 120V q 400 2 2 2,4 120 1 = = 50 V o V N N o 2 ′ = 4,16667A 10 1 ′omed = o = × = 2,4 N N I I 2 1 58 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 75. Calcula-se então os ângulos Ψr e Ψo.utilizando-se as expressões (2.82) e (2.83). ψr =1,182 rad ψo = 0,713 rad Com o valor de I′omed , obtém-se uma relação para Lr e Cr. I L 1 r r omed omed V C I ′ ′ = 14400 L 2 2 2,5 200 ⎛ × = ⎞ ⎛ ⎟⎠ r 4,16667 ⎟ = I V omed 1 I C omed r ⎞ ⎜ ⎜⎝ ⎟ ⎟ ⎠ ⎜ ⎜ ⎝ ′ ′ = Com a relação de freqüências (μo) e com a freqüência de chaveamento, calcula-se a freqüência de ressonância e uma segunda relação para Lr e Cr: 45977,0115Hz 40 × 10 0,87 0,87 f f 3 smax o = = = 288882,7586 rad / s w 1 o = = L C r r 12 Lr Cr 11,98276 10= × − Assim: C = 28,9976 × 10 − 9 r F L = 413,233 × 10 − r 6H Os tempos de condução das chaves e dos diodos são calculados utilizando-se as expressões (2.58) e (2.59). Cap. II – Conversor Série Ressonante 59
  • 76. t 6 8,407 10 s 0,713 288882,75 w o o s = × − π − = π − ψ Δ = t 6 4,093 10 s 1,182 288882,75 w r o D = = × − ψ Δ = As condições iniciais e os esforços nos semicondutores são então calculados, de acordo com as expressões apresentadas na seção 2.3.3. VC0 = 889,173V VC1 = 538,904V I1 = 4,483A ISpico = 6,854A ISmed =1,667A ISef = 3,083A IDpico = 4,843A IDmed = 0,417A IDRmed = 2,084A B. Operação com Potência Mínima Uma vez definidos os valores de Lr e Cr, a freqüência de ressonância está determinada, como calculado anteriormente. Para que se tenha uma variação de potência é necessário alterar-se a freqüência de chaveamento. Sejam as seguintes especificações para potência mínima: Pomin = 50W Vo = 50V Io = 1A Definindo-se I′omedmin =1, e para q=0,6 obtém-se a relação de freqüências para a potência mínima: 0,70 f o f s μo = = Logo: fsmin = fo μo = 45977 × 0,7 = 32183,91Hz Calcula-se então os ângulos Ψr e Ψo.utilizando-se as expressões (2.82) e (2.83). ψr = 1,756 rad ψo = 0,409 rad Os tempos de condução das chaves e dos diodos são calculados utilizando-se as expressões (2.58) e (2.59). 60 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 77. t 6 9,458 10 s 0,409 288882,75 w o o s = × − π − = π − ψ Δ = t 6 6,078 10 s 1,756 288882,75 w r o D = = × − ψ Δ = As condições iniciais e os esforços nos semicondutores são então calculados, de acordo com as expressões apresentadas na seção 2.3.3. VC0 = 483,235V VC1 = 289,941V I1 = 1,345A ISpico = 3,378A ISmed = 0,722A ISef =1,403A IDpico =1,368A IDmed = 0,18A IDRmed = 0,902A Escolhendo-se q, I′omedmax e I′omedmin , fica definida uma região de operação, conforme mostrado na Fig. 2.21. 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 μo=0,50 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,87 Região de Operação q I′omed Fig. 2.21 - Região de operação. Cap. II – Conversor Série Ressonante 61
  • 78. C. Cálculo das indutâncias do primário Lt1 e secundário Lt2 Sendo a corrente de pico no indutor igual a 6,864A, supõe-se que a corrente magnetizante seja 10% deste valor, ou seja, 0,6864A. Assim: ( ) L 3 1 10 H 25 10 4 50 2,4 0,6864 T 4 V N N o 1 2 I 6 s Lp T1 − − = × × × × = = ⎞ ⎛ × × = ⎟ ⎟⎠ ⎛ L L 6 173,6 10 H 1 10 1 2,4 N N 2 3 2 2 1 T2 T1 − = × − ⎟ ⎟⎠ ⎜ ⎜⎝ ⎞ ⎜ ⎜⎝ = A indutância de dispersão para um coeficiente de acoplamento de 0,98, corresponde a 2% de Lt1, ou seja, 20μH. 2.3.6 Resultados de Simulação O programa de simulação utilizado foi o PROSCES. Os interruptores são modelados por uma resistência binária. Definiu-se uma resistência de condução de 0,1Ω, e a de bloqueio de 1MΩ. Foram feitas três simulação para a potência nominal, uma considerando que o transformador induz no primário uma tensão Vo′ , uma utilizando-se um transformador com um fator de acoplamento k=0,999999 e outra com k=0,99. Além disso foi feita uma simulação para potência mínima, considerando que o transformador induz no primário uma tensão Vo′ . A. Operação com Potência Nominal e com Fonte de Tensão Ideal como Carga O circuito simulado ideal é apresentado na Fig. 2.22 e em seguida é apresentada a listagem do arquivo de dados simulado. 62 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 79. 3 + - a b 2 1 7 4 5 6 8 - + + - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.22 - Circuito simulado. Listagem do arquivo de dados: v.1 2 1 200 0 0 v.2 3 2 200 0 0 v.3 7 8 120 0 0 cr.1 4 2 28.998n 539.629 t.1 3 6 0.1 1M 40k 0 0 1 0 8.5u t.2 6 1 0.1 1M 40k 0 0 1 12.4989u 20.9989u d.1 6 3 0.1 1M d.2 1 6 0.1 1M d.3 5 7 0.1 1M d.4 6 7 0.1 1M d.5 8 5 0.1 1M d.6 8 6 0.1 1M lr.1 5 4 413.23u 4.491 .simulacao 0 1m 0 0 1 Na Fig. 2.23 apresenta-se a tensão no capacitor Cr e a corrente no indutor Lr e na Fig. 2.24 pode-se observar a tensão vab e a corrente no indutor, nas chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.25 (a) é apresentada em detalhe a comutação nas chaves. Como se pode observar a entrada em condução das chaves é dissipativa e o bloqueio é suave (comutação por zero de corrente – ZCS). Na Fig. 2.25 (b) é mostrada a corrente na fonte Vo′ . Cap. II – Conversor Série Ressonante 63
  • 80. (a) t (s) vCr (V) (b) t (s) i Lr (A) Fig. 2.23 – (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. t (s) (a) vab (V) (b) t (s) iLr (A) iD1 iS1 iD2 iS2 Fig. 2.24 – (a) Tensão vab e (b) corrente no indutor, nas chaves e seus diodos em anti-paralelo. Observa-se nestes resultados de simulação como os valores obtidos estão próximos dos calculados. Isto porque o circuito foi simulado com a fonte Vo′ , utilizada na análise teórica. As diferenças que ocorreram podem ser atribuídas às perdas nas chaves (modelo de resistência binária), que na análise teórica foram consideradas nulas. 64 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 81. (a) t (s) vS2 vS1 iS2 × 50 iS1 × 20 t (s) I ′o (A) (b) Fig. 2.25 – (a) Detalhe da comutação nas chaves e (b) corrente na fonte Vo ′ . B. Operação com Potência Nominal e com Transformador Ideal, Filtro Capacitivo e Carga Resistiva O circuito simulado é apresentado na Fig. 2.26. O fator de acoplamento utilizado foi 0,999999. A listagem do arquivo de dados simulado é apresentada a seguir. Vi /2 S1 . 3 + - 2 + - - 1 + S3 + - . 4 5 6 7 6 8 9 10 Vo D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr vCr iLr Co Ro Ro Lt1 Lt2 Fig. 2.26 - Circuito simulado. Listagem do arquivo de dados: v.1 2 1 200 0 0 v.2 3 2 200 0 0 cr.1 4 2 28.998n 539.629 c.2 8 9 50u t.1 3 6 0.1 1M 40k 0 0 1 0 8.8u t.2 6 1 0.1 1M 40k 0 0 1 0 12.4989u 21.2989u t.3 8 10 0.1 1M 166.67 0 0 1 3m 6m Cap. II – Conversor Série Ressonante 65
  • 82. d.1 6 3 0.1 1M d.2 1 6 0.1 1M d.3 7 8 0.1 1M d.4 6 8 0.1 1M d.5 9 7 0.1 1M d.6 9 6 0.1 1M r.1 8 9 5 r.2 10 9 5 l.1 5 6 1m l.2 7 6 0.1736m lr.3 5 4 413.23u 4.491 m.1 l.1 l.2 0.416653m .simulacao 0 2.1m 2m 0 1 Na Fig. 2.27 apresenta-se a tensão vab e a corrente no indutor, nas chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.28 é apresentado em detalhes a comutação nas chaves S1 e S2. Praticamente não há diferença entre esta simulação em relação à simulação com fonte de tensão Vo′ , por ter sido utilizado um fator de acoplamento elevado para o transformador. Nas Figs. 2.29 e 2.30 (a) observa-se a tensão, corrente e potência na carga, respectivamente. Apesar de se utilizar um fator de acoplamento de 0,999999, existe uma pequena indutância de dispersão, que somando-se com a indutância ressonante Lr diminui a freqüência de ressonância. Pode-se observar no ábaco da Fig. 2.15 que um aumento na relação de freqüência μo=fs/fo, corresponderá, para uma mesma carga, a um aumento de q, ou seja, da tensão de saída, que é confirmado pela Fig. 2.29. Na Fig. 2.30 (b) são apresentadas as tensões nos enrolamentos primário e secundário do transformador. Na Fig. 2.31 observa-se a dinâmica da tensão de saída, partindo de condições iniciais nulas, e com uma variação da carga de 50% em 3ms. No ábaco da Fig. 2.15 observa-se que um aumento de carga, mantendo-se a freqüência de chaveamento constante, provocará uma diminuição de q, ou seja, da tensão de saída. Na prática seria utilizada uma malha de 66 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 83. controle para detectar a mudança de carga e então variar a freqüência de chaveamento, para manter a tensão de saída no valor desejado. t (s) (a) vab (V) (b) t (s) vC r (V) i L r (A) iD1 iS2 i iS1 D2 Fig. 2.27 - (a) Tensão vab e (b) tensão no capacitor, corrente no indutor, nas chaves e seus diodos em anti-paralelo. t (s) vS2 vS1 iS2 ×20 iS1 ×20 Fig. 2.28 - Detalhe da comutação nas chaves. Cap. II – Conversor Série Ressonante 67
  • 84. t (s) V′ o (V) I ′o (A) (a) (b) t (s) Fig. 2.29 – (a) Tensão de saída e (b) corrente de saída. (a) t (s) Po (W) t (s) (b) v L t 1 (V) v L t 2 (V) Fig. 2.30 – (a) Potência de saída e (b) tensão nos enrolamentos do transformador. t (s) V′ o (V) Fig. 2.31 - Dinâmica da tensão de saída com condições iniciais nulas e com uma variação de carga de 50% em 3ms. 68 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 85. C. Operação com Potência Nominal e com Transformador Real, Filtro Capacitivo e Carga Resistiva O circuito simulado é o mesmo apresentado na Fig. 2.26, com o fator de acoplamento modificado para 0,99. A listagem do arquivo de dados simulado é apresentada a seguir. Listagem do arquivo de dados: v.1 2 1 200 0 0 v.2 3 2 200 0 0 cr.1 4 2 28.998n 539.629 c.2 8 9 50u t.1 3 6 0.1 1M 40k 0 0 1 0 9.1u t.2 6 1 0.1 1M 40k 0 0 1 0 12.4989u 21.5989u t.3 8 10 0.1 1M 166.67 0 0 1 3m 6m d.1 6 3 0.1 1M d.2 1 6 0.1 1M d.3 7 8 0.1 1M d.4 6 8 0.1 1M d.5 9 7 0.1 1M d.6 9 6 0.1 1M r.1 8 9 5 r.2 10 9 5 l.1 5 6 1m l.2 7 6 0.1736m lr.3 5 4 413.23u 4.491 m.1 l.1 l.2 0.4125m .simulacao 0 2.1m 2m 0 1 Na Fig. 2.32 apresenta-se a tensão no capacitor Cr e a corrente no indutor Lr. Os valores de pico são maiores devido à presença de uma indutância de dispersão maior, que diminuiu a freqüência de ressonância, aumentando a relação de freqüências fs/fo. Na Fig. 2.33 são mostradas a tensão vab e a corrente no indutor, nas chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.35 é apresentada em detalhes a comutação nas chaves S1 e S2. Observa-se que a entrada em Cap. II – Conversor Série Ressonante 69
  • 86. condução da chave é dissipativa. O bloqueio no entanto é suave (comutação por zero de corrente - ZCS). Na Fig. 2.35 e 2.36 (a) observa-se a tensão, corrente e potência na carga, respectivamente. Um fator de acoplamento de 0,99 corresponde a uma indutância de dispersão maior, que somando-se com a indutância Lr diminuirá ainda mais a freqüência de ressonância, o que provocará um aumento ainda maior tensão de saída, como se pode observar na Fig. 2.35. Na prática, o mais aconselhável é construir o transformador e medir sua indutância de dispersão, para então construir o indutor Lr, de maneira que a freqüência de ressonância não seja alterada. Na Fig. 2.36 (b) são apresentadas as tensões nos enrolamentos primário e secundário do transformador. Observa-se como a indutância de dispersão deforma a tensão no primário do transformador. Na Tabela I são apresentadas algumas grandezas calculadas e obtidas por simulação. Para a simulação com a fonte Vo′ o erro é pequeno. Nas simulações com transformador, mesmo com o fator de acoplamento de 0,999999, uma pequena indutância de dispersão é acrescentada ao circuito diminuindo a freqüência de ressonância e aumentando a relação fs/fo. Por isto, o erro das simulações com transformador é maior. Quanto menor o fator de acoplamento, maior a indutância de dispersão e portanto maior o erro. (a) t (s) vCr (V) (b) t (s) i Lr (A) Fig. 2.32 – (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. 70 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 87. (a) t (s) vab (V) i Lr (A) A (b) t (s) iD1 iS1 iD2 iS2 Fig. 2.33 – (a) Tensão vab e (b) corrente no indutor, nas chaves e seus diodos em anti-paralelo. t (s) vS2 vS1 iS2 × 20 iS1 × 20 Fig. 2.34 - Detalhe da comutação nas chaves. t (s) V ′o (V) (a) t (s) I ′o (A) (b) Fig. 2.35 – (a) Tensão de saída e (b) corrente de saída. Cap. II – Conversor Série Ressonante 71
  • 88. t (s) (a) Po (W) (b) t (s) v L t 1 (V) v L t 2 (V) Fig. 2.36 – (a) Potência de saída e (b) tensão nos enrolamentos do transformador. TABELA I Calculado Simulação com Fonte de Tensão Vo′ Simulação com Transformador k=0.999999 Simulação com Transformador k=0.99 I′omed (A) Io (A) ISmed (A) ISef (A) ISpico (A) IDmed (A) IDRmed (A) I1 (A) VC1 (V) VC0 (V) 4,16667 10 1,667 3,083 6,854 0,417 2,084 4,483 538,904 889,173 4,14 1,664 3,072 6,82 0,405 2,07 4,42 540 892,5 10,31 1,774 3,263 7,215 0,38 2,154 4,5 590 932,9 11,363 2,05 3,688 8,009 0,354 2,372 4,72 735 1038,432 D. Operação com Potência Mínima e com Fonte de Tensão Ideal como Carga O circuito simulado é o mesmo apresentado na Fig. 2.22, porém com uma freqüência de chaveamento e tempo de condução das chaves 72 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 89. calculados para a potência mínima. A listagem do arquivo de dados simulado é apresentada a seguir. Listagem do arquivo de dados: v.1 2 1 200 0 0 v.2 3 2 200 0 0 v.3 7 8 120 0 0 cr.1 4 2 28.998n 289.941 t.1 3 6 0.1 1M 32183.91 0 0 1 0 9.5u t.2 6 1 0.1 1M 32183.91 0 0 1 0 15.537u 25.037u d.1 6 3 0.1 1M d.2 1 6 0.1 1M d.3 5 7 0.1 1M d.4 6 7 0.1 1M d.5 8 5 0.1 1M d.6 8 6 0.1 1M lr.1 5 4 413.23m 1.344 .simulacao 0 2.1m 2m 0 1 Na Fig. 2.37 apresenta-se a tensão no capacitor Cr e a corrente no indutor Lr e na Fig. 2.38 a tensão vab e a corrente no indutor, nas chaves e em seus diodos em anti-paralelo. Na Fig. 2.39 (a) tem-se em detalhes a comutação nas chaves. A entrada em condução é dissipativa e o bloqueio é suave (comutação por zero de corrente – ZCS). Na Fig. 2.39 (b) observa-se a corrente na fonte Vo′ . Na Tabela II apresenta-se algumas grandezas calculadas e obtidas por simulação. Observa-se o pequeno erro cometido na simulação. Cap. II – Conversor Série Ressonante 73
  • 90. (a) t (s) vCr (V) (b) t (s) i Lr (A) Fig. 2.37 – (a) Tensão no capacitor e (b) corrente no indutor. (a) t (s) vab (V) A A (b) t (s) iS1 iD2 iD1 iS2 i Lr (A) Fig. 2.38 – (a) Tensão vab e (b) corrente no indutor, nas chaves e seus diodos em anti-paralelo. vS2 (a) t (s) vS1 iS2 ×20 iS1 × 20 t (s) I ′o (A) (b) Fig. 2.39 – (a) Detalhe da comutação nas chaves e (b) corrente na fonte Vo′ . 74 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 91. TABELA II Calculado Simulação com Fonte de Tensão Vo′ I′omed (A) ISmed (A) ISef (A) ISpico (A) IDmed (A) IDRmed(A) I1 (A) VC1 (V) VC0 (V) 1,804 0,722 1,403 3,378 0,18 0,902 1,345 289,941 483,235 1,86 0,841 1,53 3,38 0,166 0,84 1,32 290 482,12 2.3.7 Análise Simplificada do Conversor Série Ressonante A análise exata no domínio do tempo apresentada nos parágrafos anteriores é complexa e trabalhosa. Nesta seção apresenta-se a obtenção da característica de saída empregando um procedimento muito mais simples e rápido, no domínio freqüência. Seja o conversor série ressonante com está representado na Fig. 2.40. a b c b S1 S3 + - + - D1 D2 S2 Lr Cr V1 iLr vCr Vo D3 D4 S4 Fig. 2.40 – Conversor série ressonante. Cap. II – Conversor Série Ressonante 75
  • 92. No modo de condução contínua, a ponte S1,2,3,4 produz entre os pontos a e b uma tensão retangular cuja amplitude é igual à V1. A ponte retificadora formada por D1,2,3,4 produz entre os pontos c e b uma tensão retangular e em fase com a corrente iLr, cuja amplitude é igual à Vo′ . O conversor encontra-se representado de uma maneira mais simples na Fig. 2.41. + - Ponte + - a c Lr Cr iLr V1' Vo b b Io V1 Vo' Fig. 2.41 – Diagrama representativo do conversor série ressonante. Seja as definições das equações (2.85), (2.86), (2.87) e (2.88). 1p V1 V 4 = (2.85) π op Vo V 4 ′ ′ = (2.86) π z = jw L + 1 (2.87) s s r jw C s r 2 ⎛ = − (2.88) z 2 1 s ⎟⎠ ⎟ w L w C s r s r ⎞ ⎜ ⎜⎝ Onde: V1p - amplitude da componente fundamental da tensão vab. Vo′ p - amplitude da componente fundamental da tensão vcb. 76 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 93. iLp - amplitude da componente fundamental da corrente iLr. Ignorando-se a presença das harmônicas de tensão e corrente, o circuito pode ser representado por um diagrama fasorial, como representado na Fig. 2.42. zs ILp ILp V1 Vo′ Fig. 2.42 - Diagrama fasorial. Do diagrama fasorial da Fig. 2.42, obtém-se (2.89). V1p 2 = V′ 2 + ( op z ) 2 s I Lp (2.89) Substituindo (2.85), (2.86) e (2.88) em (2.89), obtém-se (2.90). Lp 1 s o w ⎛ 2 o s I z V w w w 4 1 q ⎞ ⎟ ⎟⎠ ⎜ ⎜⎝ − = − π (2.90) Sabe-se que: I′omeds = 0,637 ILp (2.91) Substituindo (2.91) em (2.90) e isolando Io, obtém-se (2.92). ⎞ ⎟ ⎟⎠ 1 q ⎛ ⎜ ⎜⎝ − ⋅ π − = ′ ′ = s r 2 r s omeds 1 omeds w w w w 4 0,637 V z I I (2.92) Na Fig. 2.43 é apresentado o ábaco da característica de saída utilizando-se a expressão simplificada (2.92). A característica de saída obtida na análise simplificada é bastante semelhante à obtida através da análise feita no domínio do tempo. Pode-se utilizar a análise simplificada Cap. II – Conversor Série Ressonante 77
  • 94. para um estudo inicial de um conversor, visto que o equacionamento é muito mais simples, porém para se projetar, é necessário fazer algumas correções. 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 μo= 0,50 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,87 q I′omed s Fig. 2.43 - Característica de saída simplificada. O erro cometido pelas simplificações feitas é calculado como mostra a equação (2.93). Um gráfico do erro percentual é apresentado na Fig. 2.44. 100% ′ − ′ I I omed omeds ε = (2.93) I % ′ omed 78 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 95. 0,87 0,85 0,80 0,75 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 100 ε% 80 60 40 20 0 0,65 0,70 μo=0,50 q Fig. 2.44 - Erro percentual em função de q, tendo μo como parâmetro. Observa-se que a medida que o ganho estático “q” aumenta o erro cometido aumenta. Além disso para relações de freqüência (μo=fs/fo) menores, o erro é maior. 2.4 ANÁLISE PARA OPERAÇÃO NO MODO DE CONDUÇÃO DESCONTÍNUA No modo de condução descontínuo as duas comutação, entrada em condução e bloqueio, são suaves, do tipo ZCS. Assim, praticamente não há perdas por comutação. Além disso, a tensão de pico no capacitor fica limitada ao valor Vi. Porém os picos de corrente nas chaves são maiores, aumentando as perdas por condução. No modo de condução contínua a freqüência de chaveamento varia entre 0,5fo ≤ fs ≤ fo , porém no modo de condução descontínua esta varia entre 0 ≤ fs ≤ 0,5 fo , sendo que o limite entre os dois modos de condução, também denominada condução crítica, ocorre em fs = 0,5fo 2.4.1 Etapas de Funcionamento 1a Etapa (t0, t1) No instante t0 a chave S1 entra em condução sem perda de comutação, pois a corrente é nula no instante t0. A corrente no indutor Cap. II – Conversor Série Ressonante 79
  • 96. cresce senoidalmente, e o capacitor que estava carregado com uma tensão negativa, começa a se descarregar. Durante esta etapa a fonte transfere energia para a carga. Na Fig. 2.45 tem-se o circuito representativo desta etapa. Esta etapa termina quando a corrente no indutor se anula. + - + + - - V' o D1 a b S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.45 - Primeira etapa. 2a Etapa (t1, t2) Esta etapa está representada na Fig. 2.46. No instante t1 a corrente no indutor se inverte, e o diodo D1 começa a conduzir. Durante este intervalo a chave S1 deve ser bloqueada. Assim seu bloqueio é não dissipativo, pois enquanto o diodo conduz a tensão na chave é zero. Esta etapa termina quando a corrente no indutor atingir zero novamente. + - + - + - V' o D1 a b S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.46 - Segunda etapa. 3a Etapa (t2, t3) Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t2, nenhuma chave conduz, pois S1 foi bloqueada e ainda não existe ordem de comando para S2. Na Fig. 2.47 tem-se a representação desta etapa. 80 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 97. Esta etapa termina quando a chave S2 é comandada a conduzir. + - + - + - V' o D1 a b S2 D2 Vi /2 Cr Lr v i L r =0 Cr Vi /2 S1 Fig. 2.47 - Terceira etapa. 4a Etapa (t3, t4) No instante t3, que equivale à metade do período de chaveamento, S2 é habilitada, como mostrado na Fig. 2.48. A entrada em condução desta chave é suave, pois a corrente é zero no instante t3. Durante esta etapa a fonte transfere energia à carga. + - + - + - V' o D1 a b S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.48 - Quarta etapa. 5a Etapa (t4, t5) No instante t4 a corrente no indutor se inverte, e o diodo D2 começa a conduzir, como mostrado na Fig. 2.49. Durante este intervalo a chave S2 deve ser bloqueada. Assim seu bloqueio é não dissipativo, pois enquanto o diodo conduz a tensão na chave é zero. Cap. II – Conversor Série Ressonante 81
  • 98. a b + - + - + - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v iLr Cr Vi /2 S1 Fig. 2.49 - Quinta etapa. 6a Etapa (t5, t6) Quando a corrente no indutor atinge zero no instante t6, nenhuma chave conduz, pois S2 foi bloqueada e ainda não existe ordem de comando para S1. Esta etapa está representada na Fig. 2.50. Quando a chave S1 é comandada a conduzir finaliza esta etapa, iniciando-se outro período de funcionamento. a b + - + - + - V' o D1 S2 D2 Vi /2 Cr Lr v i L r =0 Cr Vi /2 S1 Fig. 2.50 - Sexta etapa. 2.4.2 Formas de Onda Básicas As formas de onda mais importantes, com indicação dos intervalos de tempo correspondentes, para as condições idealizadas descritas na Seção 2.4.1, estão representadas na Fig. 2.51. 2.4.3 Equacionamento Nesta seção são obtidas as expressões de vCr(t) e iLr(t) para os diferentes intervalos de tempo. Por ser o circuito simétrico, será analisado apenas meio período de operação. 82 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 99. A Primeira Etapa Seja as seguintes condições iniciais: i (t ) 0 ⎩ ⎨ ⎧ = Lr 0 v (t ) = − V Cr 0 C1 Do circuito equivalente, obtém-se as expressões (2.94) e (2.95): V i di (t) = + v (t) + V ′ (2.94) Cr o Lr r dt L 2 dv (t) i (t) C Cr Lr = r (2.95) dt Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.94) e (2.95), obtém-se (2.96) e (2.97). ( ) i o = + s L I (s) v (s) V 2 V s r Lr Cr − ′ (2.96) ILr (s) = sCr vCr (s) + Cr VC1 (2.97) Definindo-se: V V i 1 = , 2 w = 1 o L C r r Substituindo (2.97) em (2.96), obtém-se (2.98). ( ) ( ) ( 2 ) = (2.98) o 2 V C1 − ′ V V w 2 o 2 2 1 o o Cr s w s s s w v (s) + − + Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (2.98), obtém-se (2.99). vCr (t) = −(V1 − Vo′ + VC1)cos (wot) + V1 − Vo′ (2.99) Cap. II – Conversor Série Ressonante 83
  • 100. Derivando a equação (2.99), e multiplicando-a por Cr, obtém-se na equação (2.100) a corrente no indutor parametrizada em função da impedância característica z = Lr Cr : iLr (t) z = (V1 − Vo′ + VC1)sen (wot) (2.100) Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge zero. Pode-se então calcular sua duração, como mostrado nas equações (2.101) e (2.102). (V1 − Vo′ + VC1)sen (wo Δts ) = 0 (2.101) wo Δts = π (2.102) A.1 Plano de Fase da Primeira Etapa Seja a expressão (2.103). z1(t) = vCr (t) + jz iLr (t) (2.103) Substituindo (2.99) e (2.100) em (2.103), obtém-se (2.104) e (2.105). z1(t) = V1 − Vo′ − (V1 − Vo′ + VC1)cos(wot) + j(V1 − Vo′ + VC1)sen (wot) (2.104) ( ) jw t z1(t) V1 Vo V1 Vo VC1 e o = − ′ − − ′ + − (2.105) O plano de fase correspondente está representado na Fig 2.52, do qual obtém-se a expressão (2.106). R1 = VC1 + V1 − Vo′ (2.106) 84 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 101. t t t t t t 0 (VC 0 ) comando S1 comando S2 iS2 vS2 iS1 iLr vS1 (I p 1 ) vCr (VC 1 ) t0 t1 t2 t3 t4 - (VC 1 ) - (VC 0 ) t5 t6 TS /2 TS (I p 2 ) Fig. 2.51- Formas de onda básicas. Cap. II – Conversor Série Ressonante 85
  • 102. R1 0 VCr L C i r r Lr Vo ′ V1− VC0 Ip1 0 −VC1 Fig. 2.52 - Plano de fase da primeira etapa. B. Segunda Etapa Seja as seguintes condições iniciais: i (t ) 0 ⎩ ⎨ ⎧ = Lr 1 v (t ) = V Cr 1 C0 Do circuito equivalente obtém-se as expressões (2.107) e (2.108): V = −L + − ′ (2.107) Cr o di (t) Lr 1 r v (t) V dt dv (t) i (t) C Cr Lr = − r (2.108) dt Aplicando a transformada de Laplace às equações (2.107) e (2.108), obtém-se (2.109) e (2.110). 1 o = − + s L I (s) v (s) V V s r Lr Cr + ′ (2.109) ILr (s) = −sCr vCr (s) + Cr VC0 (2.110) Substituindo (2.110) em (2.109), obtém-se (2.111). 86 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 103. + ′ sL [ sC v (s) C V ] v (s) (2.111) V V 1 o = − − + + s r r Cr r C0 Cr Isolando-se a tensão no capacitor obtém-se (2.112). ( ) ( ) ( 2 ) = (2.112) o 2 V C0 + ′ V V w 2 o 2 2 1 o o Cr s w s s s w v (s) + + + Aplicando-se a anti-transformada de Laplace à equação (2.112), obtém-se (2.113) vCr (t) = −(V1 + Vo′ − VC0 )cos (wo t) + V1 + Vo′ (2.113) Derivando a equação (2.113), e multiplicando-a por Cr, obtém-se na equação (2.114) a corrente no indutor, parametrizada em função da impedância característica z. iLr (t) z = (V1 + Vo′ − VC0 )sen (wot) (2.114) Esta etapa termina quando a corrente no indutor atinge zero. Pode-se então calcular sua duração como mostrado a seguir nas equação (2.115) e (2.116). (V1 + Vo′ − VCo )sen (wo ΔtD) = 0 (2.115) wo ΔtD = π (2.116) B.1 Plano de Fase da Segunda Etapa Seja a expressão (2.117). z2 (t) = vCr (t) + jz iLr (t) (2.117) Substituindo (2.113) e (2.114) em (2.117), obtém-se (2.118) e (2.119). z2(t) = V1 + Vo′ − (V1 + Vo′ − VC0 )cos(wot) + j(V1 + Vo′ − VC0 )sen (wot) (2.118) ( ) jw t z2 (t) V1 Vo V1 Vo VC0 e o = + ′ − + ′ − − (2.119) Cap. II – Conversor Série Ressonante 87
  • 104. O plano de fase correspondente está representado na Fig. 2.53, do qual obtém-se a expressão (2.120). R2 = [VC0 − (V1 + Vo′ )] (2.120) r 0 VC0 vCr R2 L C i r Lr VC1 V1+Vo′ -Ip2 Fig. 2.53 - Plano de fase da segunda etapa. C. Plano de Fase Completo e Tensões no Capacitor Ressonante Agrupando os dois planos de fase em um mesmo diagrama, obtém-se a Fig. 2.54, da qual se obtém a expressão (2.121). VC1 = VC0 − 2R2 (2.121) Substituindo (2.120) em (2.121), obtém-se (2.122) e (2.123). VC1 = VC0 − 2[VC0 − (V1 + Vo′ )] ) (2.122) (o VC1 = −VC0 + 2 V1 + V′ (2.123) Do mesmo modo, a partir do plano de fase, se obtém a expressão (2.124). VC0 = R1 + V1 − V′ ) (o ) (2.124) Substituindo (2.124) em (2.122), obtém-se (2.125). ( ) (o VC1 = −R1 − V1 − Vo′ + 2 V1 + V′ (2.125) 88 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 105. VC0 0 vCr R2 L C i r r Lr R1 0 VC1 V1+Vo′ -Ip2 Vo ′ V1− Ip1 -VC1 Fig. 2.54- Plano de fase da primeira e segunda etapa. Substituindo (2.106) em (2.125), obtém-se a expressão de VC1, dada por (2.127). VC1 = −VC1 − V1 + Vo′ + V1 + 3Vo′ (2.126) VC1 = 2Vo′ (2.127) Ainda a partir do plano de fase, obtém-se a expressão (2.128). VC0 = VC1 + 2R2 (2.128) Substituindo (2.120) em (2.128), obtém-se (2.129). VC0 = VC1 + 2VC0 − 2 (V1 + Vo′ ) (2.129) Substituindo (2.127) em (2.129), obtém-se a expressão de VC0 dada por (2.131). − VC0 = 2Vo′ − 2V1 − 2Vo′ (2.130) VC0 = 2V1 (2.131) A partir das relações anteriores, obtém-se (2.132) e (2.133). R1 = V1 + Vo′ (2.132) Cap. II – Conversor Série Ressonante 89
  • 106. R2 = V1 − Vo′ (2.133) Portanto: R1 > R2 D. Corrente Média de Saída Um diagrama representativo do conversor série ressonante no modo de condução descontínua é apresentado na Fig. 2.55. A corrente média de saída (na fonte Vo′ ) é obtida calculando-se as áreas A1 e A2, como mostrado na Fig. 2.56. Do ábaco da Fig. 2.54 obtém-se os valores das correntes de pico parametrizadas da primeira e segunda etapas, dadas por (2.134) e (2.135). Ip1 = Ip1 z = R1 = V1 + Vo′ (2.134) Ip2 = Ip2 z = R2 = V1 − Vo′ (2.135) + - Lr Cr iLr Vo Io Fig. 2.55 - Diagrama representativo do conversor série ressonante em DCM. Portanto: + ′ V V I 1 o p1 = (2.136) z − ′ V V I 1 o p2 = (2.137) z 90 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 107. t t A A2 1 t1 t 2 Ip1 iLr ΔtS ΔtD Io′ − Ip2 T S /2 TS Fig. 2.56 - Correntes no indutor e na saída. Cálculo da área A1: A área A1 é calculada de acordo com (2.138). ts Δ p1 I ∫ [ ] A I sen (w t)dt (2.138) 1 p1 o cos(w Δ t ) − cos(0) − = = 0 o s o w Como wo Δts = π , obtém-se a equação (2.139) para a área A1. V V 1 o f z A o 1 π + ′ = (2.139) Cálculo da área A2: A área A2 é calculada de acordo com (2.140). tD Δ p2 I ∫ [ ] A I sen (w t)dt (2.140) 2 p2 o cos (w Δ t ) − cos(0) − = = 0 o D o w Como wo ΔtD = π , obtém-se a equação (2.141) para a área A2. Cap. II – Conversor Série Ressonante 91
  • 108. V V 1 o f z A o 2 π − ′ = (2.141) Somando as áreas A1 e A2, obtém-se (2.142). 2V 1 + = (2.142) f z A A o 1 2 π A corrente média na fonte Vo′ é dada por (2.143). ( ) 2f 2V 1 f z I 2 A A 1 2 omed π T o s s = + ′ = (2.143) Rearranjando-se (2.143) obtém-se (2.144). f z I 4 V 1 s ′ = (2.144) o omed π f Parametrizando-se a corrente média na fonte Vo′ , obtém-se (2.145). s o I z omed omed f 1 4 f V I π = ′ ′ = (2.145) E. Correntes de Pico, Média e Eficaz nas Chaves A corrente de pico nas chaves é igual a Ip1. Parametrizando-se em relação à z/V1, obtém-se (2.146). 1 q I z Spico Spico = = + (2.146) V A corrente média nas chaves é calculada de acordo com a expressão I 1 (2.147). Δ I 1 (2.147) ∫ Smed = I sen (w t)dt ts 0 Spico o T s 92 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave
  • 109. Resolvendo-se a integral obtém-se (2.148). s = = (2.148) o I z Smed + Smed f 1 1 q f V I π A corrente eficaz nas chaves é calculada de acordo com a expressão (2.149). Δ ∫[ ] I 1 (2.149) Sef = I sen (w t) dt ts 0 2 Spico o T s Resolvendo-se a integral obtém-se (2.150). s o I z Sef 1 q Sef f 1 f 2 V I + = = (2.150) F. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos em Anti-Paralelo com as Chaves A corrente de pico nos diodos em anti-paralelo com as chaves é igual a Ip2. Parametrizando-se em relação à (z/V1), obtém-se (2.151). 1 q I z Dpico Dpico = = − (2.151) V A corrente média nos diodos em anti-paralelo com as chaves é I 1 calculada de acordo com a expressão (2.152). Δ I 1 (2.152) ∫ Dmed = I sen (w t)dt tD 0 Dpico o T s Resolvendo-se a integral obtém-se (2.153). s = = (2.153) o I z Dmed − Dmed f 1 1 q f V I π Cap. II – Conversor Série Ressonante 93
  • 110. A corrente eficaz nos diodos em anti-paralelo com as chaves é calculada de acordo com a expressão (2.154). Δ ∫[ ] I 1 (2.154) Def = I sen (w t) dt tD 0 2 Dpico o T s Resolvendo-se a integral obtém-se (2.155). s o I z Sef 1 q Def f 1 f 2 V I − = = (2.155) G. Correntes de Pico, Média e Eficaz nos Diodos da Ponte Retificadora A corrente pico nos diodos da ponte retificadora, igual à corrente de pico nas chaves, é dada por (2.156). 1 q I z DRpico DRpico = = + (2.156) V I 1 A corrente média dos diodos da ponte retificadora, para relação de transformação unitária, é a soma das correntes médias nos diodos e chaves do primário do transformador, representada pela expressão (2.157). I z I = = + (2.157) DRmed I I Smed Dmed DRmed V 1 A corrente eficaz dos diodos da ponte retificadora, para relação de transformação unitária, é dada pela raiz quadrada da soma dos quadrados das correntes eficazes nas chaves e diodos do primário do transformador, representada pela expressão (2.158). ( ) ( )2 I = = + (2.158) Def 2 I z DRef I I Sef DRef V 1 94 Conversores CC-CC Isolados de Alta Freqüência com Comutação Suave