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XII Seminário de Iniciação Científica da UESC                                          Pág. 416
     Ciências Sociais Aplicadas

                  O CINEMA BRASILEIRO À IMAGEM DE UM POVO

                      Shirley Pereira Cardoso1;Rosana Elisa Catelli2.
      1Discente
              do Curso de Comunicação Social - Rádio e Tv do DLA/UESC, Bolsista do Programa
  PROIIC/UESC, E-mail: shirley.cardoso@gmail.com;2Doutoranda em Multimeios do Instituto de Artes da
            Unicamp e Professora Assistente do DLA/UESC, E-mail: ecatelli@uol.com.br..



INTRODUÇÃO
Este projeto tem por objetivo analisar a forma como a mulher tem sido retratada no cinema
nacional, a partir de algumas produções fílmicas das décadas de 1990 e 2000. Para isso,
serão analisados filmes de alguns cineastas, tais como: Cacá Diegues, Walter Salles,
Carlos Reichenbah, Fernando Meirelles e Hector Babenco. Além disso, constatar a
importância do cinema como um meio capaz de reconhecimento das massas e da
sociedade, como um meio de mediação na formação de uma cultura, visando
especificamente a temática da mulher nessas produções.

MATERIAL E MÉTODOS
A proposta está em andamento. A partir de uma metodologia de análise fílmica, bem como
de um levantamento bibliográfico a respeito das teorias sobre a mulher na sociedade e
sobre o cinema nacional, pretende-se analisar os seguintes filmes: Central do Brasil (1998)
– Walter Salles; Domésticas (2001) – Fernando Meirelles; Deus é Brasileiro (2003) – Cacá
Diegues; Carandiru (2003) – Hector Babenco e Garotas do ABC (2004) – Carlos
Reichenbach. .

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa está no início, por isso, apresentamos apenas resultados parciais. De modo
geral, os filmes retratam a mulher de diversas formas, mostrando-as exercendo diferentes
atividades, como: empregadas domésticas, professoras, donas-de-casa, garotas de
programa e operárias. Nestes filmes, pode-se observar aspectos do cotidiano e da
realidade brasileira, como em Garotas do ABC, que se passa no ABC paulista, região
operária, território de fábricas têxteis e metalúrgicas, de gente trabalhadora e de
desempregados, além de jovens (carecas, neonazistas, racistas) reunidos em gangues
que odeiam negros, nordestinos e homossexuais. Em Domésticas, o alvo é uma crítica
social ao modo como são tratadas as empregadas domésticas, pessoas que estão
presentes no dia-a-dia dos lares, mas que, muitas vezes, nem são notadas, o filme mostra
cinco personagens: Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar, a outra
é casada, mas sonha com um marido melhor. Uma sonha em ser artista de novela e outra
acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos
distintos, mas vivem a mesma realidade: trabalham com empregada doméstica. Em Deus
é Brasileiro, mostra a visão do Brasil, especialmente, do nordeste, a história tem início com
Deus, que cansado dos erros cometidos pela humanidade, resolve tirar férias. Para tanto,
ele precisa encontrar um substituto, decidindo vir escolher um em pleno Brasil. Assim que
ele escolhe o substituto, começa as suas andanças ao lado do pescador Taoca e da
personagem Madá, uma nordestina, que passa por dificuldades e se apaixona por Deus.
Já Carandiru, conta uma história baseada no livro do médico Drauzio Varella, que resolve
fazer um trabalho de prevenção à AIDS na Casa de Detenção de São Paulo e toma
contato com o que, aqui fora, temos até medo de imaginar: violência, superlotação,
instalações precárias, falta de assistência médica e jurídica, falta de tudo. Porém, nosso
personagem logo percebe que, mesmo vivendo numa situação limite, os internos não
representam figuras demoníacas. Ao contrário, ele testemunha solidariedade, organização
e, acima de tudo, uma grande disposição de viver. Entre as personagens femininas da
trama. E, por fim, em Central do Brasil, mostra uma mulher (Dora) que escreve cartas para


XII Seminário de Iniciação Científica da UESC - Ciências Sociais Aplicadas
XII Seminário de Iniciação Científica da UESC                                 Pág. 417
     Ciências Sociais Aplicadas

analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Num dia desses de seu ofício,
Dora conhece o menino Josué. Após sua mãe ser atropelada, Josué procura Dora e pede
a sua ajuda para tentar encontrar o seu pai, que nunca conheceu. A partir daí, os dois
viajam em busca do pai do garoto no interior do Nordeste.

CONCLUSÕES
Como o projeto está no início, as conclusões ainda não foram geradas, fato que só se dará
com os estudos posteriores acerca do tema. Tendo em vista a temática que estas
produções fílmicas abordam, os filmes, segundo Bill Nichols, podem ser considerados
documentais, na medida que tratam de temas ligados à realidade, mais do que isso, os
filmes selecionados tratam de temas ligados à realidade social brasileira, inclusive na
atualidade, fato que é de extrema importância para esses estudos. Além disso, o cinema
ainda se apresenta na forma de linguagem, com suas características próprias e
excludentes ao conteúdo que nele é abordado: o discurso imagético. Assim, segundo
Christian Metz, “A ‘especificidade’ do cinema é a presença de uma linguagem que quer se
tornar arte no seio de uma arte que, por sua vez, quer se tornar linguagem”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUNDACIÓN CAROLINA. ROSSI, Cristina Peri. El Nuevo Cine Iberoamericano. Disponible
em: <http//www.fundacioncarolina.es>, acesso em 02/05/06.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia;
Prefácio de Nestor García Canclini; Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. 2ª ed. Rio
de Janeiro: Editora UFRJ, 2003. 372 p.
C. MONSIVÁIS. Notas sobre a cultura mexicana en el siglo XX. In Historia general de
México. El Colegio de México, 1976. v. IV.
C. MONSIVÁIS. La cultura popular en el ámbito urbano. El caso de México. Cidade do
México: [s.n.], 1983. (mimeo.).
METZ, Christian. A Significação no Cinema. Tradução de Jean-Claude Bernardet. 2ª
edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 1977.
Garotas do ABC - Carlos Reichenbach, disponível em: http://www.olhoslivres.com, acesso
em 05/09/06.
Deus        é        Brasileiro       -      Cacá       Diegues,        disponível       em:
http://www.carlosdiegues.com.br/index.asp, acesso em 05/09/06.
Domésticas - Fernando Meirelles, disponível em:
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/domesticas/domesticas.asp#Sinopse,
acesso em 05/09/06.
Central do Brasil - Walter Salles, disponível em:
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/central-do-brasil/central-do-brasil.asp,
acesso em 05/09/06.
Carandiru - Hector Babenco, disponível em:
http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/carandiru/carandiru.asp,       acesso     em
05/09/06.

PALAVRAS-CHAVE: Cinema Nacional, Sociedade, Mulher.

AGÊNCIAS FINANCIADORAS: UESC; PROIIC.


PALAVRAS-CHAVE: Cinema Nacional;Sociedade;Mulher

AGÊNCIAS FINANCIADORAS: UESC, PROIIC




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CINEMA A IMAGEM DE UM POVO

  • 1. XII Seminário de Iniciação Científica da UESC Pág. 416 Ciências Sociais Aplicadas O CINEMA BRASILEIRO À IMAGEM DE UM POVO Shirley Pereira Cardoso1;Rosana Elisa Catelli2. 1Discente do Curso de Comunicação Social - Rádio e Tv do DLA/UESC, Bolsista do Programa PROIIC/UESC, E-mail: shirley.cardoso@gmail.com;2Doutoranda em Multimeios do Instituto de Artes da Unicamp e Professora Assistente do DLA/UESC, E-mail: ecatelli@uol.com.br.. INTRODUÇÃO Este projeto tem por objetivo analisar a forma como a mulher tem sido retratada no cinema nacional, a partir de algumas produções fílmicas das décadas de 1990 e 2000. Para isso, serão analisados filmes de alguns cineastas, tais como: Cacá Diegues, Walter Salles, Carlos Reichenbah, Fernando Meirelles e Hector Babenco. Além disso, constatar a importância do cinema como um meio capaz de reconhecimento das massas e da sociedade, como um meio de mediação na formação de uma cultura, visando especificamente a temática da mulher nessas produções. MATERIAL E MÉTODOS A proposta está em andamento. A partir de uma metodologia de análise fílmica, bem como de um levantamento bibliográfico a respeito das teorias sobre a mulher na sociedade e sobre o cinema nacional, pretende-se analisar os seguintes filmes: Central do Brasil (1998) – Walter Salles; Domésticas (2001) – Fernando Meirelles; Deus é Brasileiro (2003) – Cacá Diegues; Carandiru (2003) – Hector Babenco e Garotas do ABC (2004) – Carlos Reichenbach. . RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa está no início, por isso, apresentamos apenas resultados parciais. De modo geral, os filmes retratam a mulher de diversas formas, mostrando-as exercendo diferentes atividades, como: empregadas domésticas, professoras, donas-de-casa, garotas de programa e operárias. Nestes filmes, pode-se observar aspectos do cotidiano e da realidade brasileira, como em Garotas do ABC, que se passa no ABC paulista, região operária, território de fábricas têxteis e metalúrgicas, de gente trabalhadora e de desempregados, além de jovens (carecas, neonazistas, racistas) reunidos em gangues que odeiam negros, nordestinos e homossexuais. Em Domésticas, o alvo é uma crítica social ao modo como são tratadas as empregadas domésticas, pessoas que estão presentes no dia-a-dia dos lares, mas que, muitas vezes, nem são notadas, o filme mostra cinco personagens: Cida, Roxane, Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar, a outra é casada, mas sonha com um marido melhor. Uma sonha em ser artista de novela e outra acredita que tem por missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm sonhos distintos, mas vivem a mesma realidade: trabalham com empregada doméstica. Em Deus é Brasileiro, mostra a visão do Brasil, especialmente, do nordeste, a história tem início com Deus, que cansado dos erros cometidos pela humanidade, resolve tirar férias. Para tanto, ele precisa encontrar um substituto, decidindo vir escolher um em pleno Brasil. Assim que ele escolhe o substituto, começa as suas andanças ao lado do pescador Taoca e da personagem Madá, uma nordestina, que passa por dificuldades e se apaixona por Deus. Já Carandiru, conta uma história baseada no livro do médico Drauzio Varella, que resolve fazer um trabalho de prevenção à AIDS na Casa de Detenção de São Paulo e toma contato com o que, aqui fora, temos até medo de imaginar: violência, superlotação, instalações precárias, falta de assistência médica e jurídica, falta de tudo. Porém, nosso personagem logo percebe que, mesmo vivendo numa situação limite, os internos não representam figuras demoníacas. Ao contrário, ele testemunha solidariedade, organização e, acima de tudo, uma grande disposição de viver. Entre as personagens femininas da trama. E, por fim, em Central do Brasil, mostra uma mulher (Dora) que escreve cartas para XII Seminário de Iniciação Científica da UESC - Ciências Sociais Aplicadas
  • 2. XII Seminário de Iniciação Científica da UESC Pág. 417 Ciências Sociais Aplicadas analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Num dia desses de seu ofício, Dora conhece o menino Josué. Após sua mãe ser atropelada, Josué procura Dora e pede a sua ajuda para tentar encontrar o seu pai, que nunca conheceu. A partir daí, os dois viajam em busca do pai do garoto no interior do Nordeste. CONCLUSÕES Como o projeto está no início, as conclusões ainda não foram geradas, fato que só se dará com os estudos posteriores acerca do tema. Tendo em vista a temática que estas produções fílmicas abordam, os filmes, segundo Bill Nichols, podem ser considerados documentais, na medida que tratam de temas ligados à realidade, mais do que isso, os filmes selecionados tratam de temas ligados à realidade social brasileira, inclusive na atualidade, fato que é de extrema importância para esses estudos. Além disso, o cinema ainda se apresenta na forma de linguagem, com suas características próprias e excludentes ao conteúdo que nele é abordado: o discurso imagético. Assim, segundo Christian Metz, “A ‘especificidade’ do cinema é a presença de uma linguagem que quer se tornar arte no seio de uma arte que, por sua vez, quer se tornar linguagem”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDACIÓN CAROLINA. ROSSI, Cristina Peri. El Nuevo Cine Iberoamericano. Disponible em: <http//www.fundacioncarolina.es>, acesso em 02/05/06. MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia; Prefácio de Nestor García Canclini; Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2003. 372 p. C. MONSIVÁIS. Notas sobre a cultura mexicana en el siglo XX. In Historia general de México. El Colegio de México, 1976. v. IV. C. MONSIVÁIS. La cultura popular en el ámbito urbano. El caso de México. Cidade do México: [s.n.], 1983. (mimeo.). METZ, Christian. A Significação no Cinema. Tradução de Jean-Claude Bernardet. 2ª edição. São Paulo: Editora Perspectiva, 1977. Garotas do ABC - Carlos Reichenbach, disponível em: http://www.olhoslivres.com, acesso em 05/09/06. Deus é Brasileiro - Cacá Diegues, disponível em: http://www.carlosdiegues.com.br/index.asp, acesso em 05/09/06. Domésticas - Fernando Meirelles, disponível em: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/domesticas/domesticas.asp#Sinopse, acesso em 05/09/06. Central do Brasil - Walter Salles, disponível em: http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/central-do-brasil/central-do-brasil.asp, acesso em 05/09/06. Carandiru - Hector Babenco, disponível em: http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/filmes/carandiru/carandiru.asp, acesso em 05/09/06. PALAVRAS-CHAVE: Cinema Nacional, Sociedade, Mulher. AGÊNCIAS FINANCIADORAS: UESC; PROIIC. PALAVRAS-CHAVE: Cinema Nacional;Sociedade;Mulher AGÊNCIAS FINANCIADORAS: UESC, PROIIC XII Seminário de Iniciação Científica da UESC - Ciências Sociais Aplicadas