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Ficha técnica
•   Direção: Danny Boyle
•   Roteiro: John Hodge
•   Baseado na Obra de: Irvine Welsh
•   Elenco: Ewan McGregor (Renton), Ewen Bremner (Spud), Jonny Lee
  Miller (Sick Boy), Kevin McKidd (Tommy), Robert Carlyle (Begbie), Kelly
  Macdonald (Diane), Peter Mullan (Swanney), James Cosmo (Sr. Renton)
• [Veja os participantes de "Trainspotting - Sem Limites"]
• Duração: 94 min.
• Gênero: Comédia/Drama
• "Trainspotting - Sem Limites" acompanha a trajetória de
  um grupo de jovens escoceses viciados em heroína. Uma análise
  mais cuidadosa, porém, revela uma poderosa crítica à sociedade
  de consumo e à hipocrisia reinante não apenas no país, mas de
  maneira geral. O protagonista, Mark Renton (Ewan McGregor) é
  um rapaz que tem como principal mote de sua existência o
  niilismo absoluto: usuário de drogas, ele se vê repentinamente
  se forçando a abandonar o vício ao ser preso pelo roubo em
  uma loja. Passando por uma tenebrosa crise de abstinência, ele
  conta com a ajuda (ou não) de seu grupo de amigos: o galã
  Sick Boy (Jonny Lee Miller), o psicótico Begbie (Robert
  Carlyle), o também viciado Spud (Ewen Bremner) e o romântico
  Tommy (Kevin McKidd). O filme mostra como Renton busca fugir
  da vida de drogado - e consequentemente mergulhar no
  capitalismo que tanto despreza - através de uma série de
O que talvez tenha incomodado tanto os censores de plantão seja a absoluta
falta de vontade de Hodge, Welsh e Boyle de utilizar "
Trainspotting - Sem Limites" como uma lição de moral. Não é verdade que o
filme exalte o uso de drogas, ainda que Renton descreva a sensação de estar
chapado como "mil vezes melhor que seu melhor orgasmo". Tampouco é
panfletário, mesmo que apresente algumas cenas chocantes e trágicas -
algumas embaladas em um visual atraente e criativo, mas mesmo assim
bastante fortes. Não existe certo e errado na história de Irvine Welsh, apenas
situações que, extremas, obrigam suas personagens a tomar decisões quase
definitivas. Mas é inegável que, por trás de bebês mortos e mergulhos em
sanitários imundos, existe um fator que desequilibra a balança: ao utilizar
uma trilha sonora vibrante, atores atraentes e um irresistível humor negro
para contar sua história, Boyle de certa forma reveste de um certo glamour o
mundo das drogas. Mas aí a velha questão volta a martelar: o cinema tem a
obrigação de educar ou é apenas um espelho da sociedade?
ROTEIRO, FOTOGRAFIA, TRILHA SONORA...



A N Á L IS E
R o t e ir o e C r ít ic a
"I chose not to choose life. I chose to choose something else," says
the film's narrator and main character, a twenty-something
Edinburgh man named Mark Renton (Ewan McGregor), near the
outset of Trainspotting. In rejecting the yuppie culture of a nuclear
family, material possessions, a paying job, and dental insurance,
Renton is rebelling, but this isn't just the usual disaffection of
youth -- it's a deeper, more pervasive dissatisfaction with a culture
he views as sick and stifling.
"People associate it with misery, desperation and death, which is not to
be ignored. But what they forget is the pleasure of it, otherwise we
wouldn't do it" He is undoubtedly appalled by society and the
materialistic satisfactions it offers. He later compares heroin: 'imagine
the best orgasm you ever had and multiply it by a thousand and you're
not even there' However, after a few minutes into the film he decides to
quit heroin. The viewers may conclude that it is time to move on in life,
yet he could not live life without heroin as we see through out the film
his various unsuccessful trials at quitting his habit.
Renton's escape is through drugs -- primarily heroin, but really
anything he can get his hands on. He's surrounded by his
"buddies", a group of crooks, liars, and psychos who are even
more twisted than he is. There's Spud (Ewan Bremner), a shy,
inoffensive junkie; Sick Boy (Jonny Lee Miller), a vicious,
duplicitous con artist who's obsessed with Sean Connery;
Tommy (Kevin McKidd), a "virtuous" young man fighting the
temptation of heroin; and Begbie (Robert Carlyle), a nutcase
who gets his thrills from beating up people.
Trainspotting is careful not to present a one-sided view of drug
use. After all, why would anyone use the stuff if all it leads
to is misery and unhappiness? In Renton's words, to get an idea
of what it's like using heroin, "Take the best orgasm you've
ever had, multiply by 1000, and you're still nowhere near it."
There are no worries about the problems and concerns of
everyday life, just where the next hit is going to come from.
The giddiness of heroin addiction is well-illustrated during some
Tr ilh a S o n o r a
Se dúvida uma das qualidades mais notáveis de
“Trainspotting” está em sua trilha sonora.
Sua trilha sonora é bem pensada e flui naturalmente. Ela
consegue traduzir musicalmente as vivências do filme – os
dramas de seus personagens, suas aventuras, seus
momentos de revelação. Além disso, ela captura a música
pop britânica num grande momento. “E os americanos?”,
alguém pergunta. Respondo: Iggy Pop e Lou Reed caem como
uma luva; ouçam Blur, Elastica, Pulp, Sleeper e perceberão
o quanto o rock inglês deve a esses yankees pioneiros. A
música eletrônica do Bedrock, Leftfield e Underworld, até
então confinada na Europa, estoura mundo afora logo
depois do lançamento de Trainspotting. Enfim, por essas e
outras ela é considerada uma das melhores trilhas já
F o t o g r a f ia
       No quesito fotografia, “Trainspotting” não deixa
passar sua excessiva expressão por meio das cores, de
forma que a projeção das cores está intimamente ligada ao
humor, às ilusões, às drogas e o decorrer das vicissitudes
das personagens.
A relação do uso de cores que predominam nas cenas do
filme podem ser observadas como uma maneira de tentar
imergir o telespectador às sensações, alucinações e
condições em que as personagens encontram-se
envolvidas.
O filme inicia sob um olhar verde. A luz é esverdeada,
quando o narrador fala sobre escolhas. Dentro da casa
aonde eles usam heroína há a forte presença da luz
alaranjada e as roupas, móveis, e outros objetos de cena
são em tons pastéis. A sensação é de um ambiente quente e
aconchegante, porém perigoso. A primeira cena em que o
narrador/protagonista falou em ter largado as drogas, o
ambiente é bem iluminado e em locação externa em um
campo com árvores ao fundo com a luz de um dia normal,
assim como uma pessoa normal.
A primeira cena de delírio que é marcada pelo supositório de
ópio tem sua transição do sóbrio para o desespero com a
profusão de cores formada pelas janelas, nas quais Mark
está na frente quando sente fortes dores de barriga. Quando
Spud vai para um entrevista de emprego sob o efeito das
No balanço geral do filme ficam claras as utilizações das cores e dos
contrastes para identificar determinadas situações chave. A luz alaranjada
utilizada em objetos e figurinos em tons pastéis para definir o momento em
que são utilizadas as drogas, fazendo referência ao calor e uma sensação
prazerosa, porém perigosa e nessas cenas os contrastes são leves. Nas cenas
marcadas pelo desespero ou delírio existem várias cores mixadas que junto
aos formatos definem o delírio e geram uma confusão controlada no
resultado ao expectador, na tentativa de repassar a sensação a que assiste
ao filme. Nas cenas em que os atores aparecem sóbrios a luz é fria e mais
estável, bem com distribuída forma mais homogênea e com menos sombras,
transmitindo a sensação de tranquilidade, porém certa infelicidade. E nas
cenas que envolvem sexo há forte presença do vermelho nas roupas e outros
elementos de cena, todas as vezes que a parceira de Mark aparece, ela está
usando alguma peça em vermelho, exceto na primeira cena, na qual ainda é
incerta a relação sexual.
 Tudo que está relacionado a utilização das cores no filme, sejam através da
iluminação, figurino ou objetos de cena está gerando sensações, para que o
expectador chegue mais perto o possível das sensações causadas pela droga.
 As cores aparecem com uma forte presença para definir e diferenciar entre o
certo e errado, entre a libido e a seriedade, entre a sanidade e o delírio.
Sendo essas referências fortes para a completa e clara compreensão da
A MANEIRA COMO O CONSUMO DE DROGAS É RETRATADO EM
“ TRAINSPOTTING ” FOGE À MANEIRA SUPERFICIAL E CARICATA
COMO A SOCIEDADE ABORDA O ASSUNTO. O VÍCIO EM
SUBSTÂNCIAS ALUCINATÓRIAS NÃO PASSA DE MAIS UM
SUBTERFÚGIO DIANTE AO GRANDE VAZIO NO QUAL O HOMEM
MODERNO ENCONTRA-SE INSERIDO, DA MESMA MANEIRA COMO O
CONSUMO EXCESSIVO, OS JOGOS ELETRÔNICOS, OS MECANISMOS
DIGITAIS COMO A INTERNET SÃO MANEIRAS DE “DISTRAIR” A
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Cine Qua Non - Análise Trainspotting

  • 2.
  • 3. Ficha técnica • Direção: Danny Boyle • Roteiro: John Hodge • Baseado na Obra de: Irvine Welsh • Elenco: Ewan McGregor (Renton), Ewen Bremner (Spud), Jonny Lee Miller (Sick Boy), Kevin McKidd (Tommy), Robert Carlyle (Begbie), Kelly Macdonald (Diane), Peter Mullan (Swanney), James Cosmo (Sr. Renton) • [Veja os participantes de "Trainspotting - Sem Limites"] • Duração: 94 min. • Gênero: Comédia/Drama
  • 4. • "Trainspotting - Sem Limites" acompanha a trajetória de um grupo de jovens escoceses viciados em heroína. Uma análise mais cuidadosa, porém, revela uma poderosa crítica à sociedade de consumo e à hipocrisia reinante não apenas no país, mas de maneira geral. O protagonista, Mark Renton (Ewan McGregor) é um rapaz que tem como principal mote de sua existência o niilismo absoluto: usuário de drogas, ele se vê repentinamente se forçando a abandonar o vício ao ser preso pelo roubo em uma loja. Passando por uma tenebrosa crise de abstinência, ele conta com a ajuda (ou não) de seu grupo de amigos: o galã Sick Boy (Jonny Lee Miller), o psicótico Begbie (Robert Carlyle), o também viciado Spud (Ewen Bremner) e o romântico Tommy (Kevin McKidd). O filme mostra como Renton busca fugir da vida de drogado - e consequentemente mergulhar no capitalismo que tanto despreza - através de uma série de
  • 5. O que talvez tenha incomodado tanto os censores de plantão seja a absoluta falta de vontade de Hodge, Welsh e Boyle de utilizar " Trainspotting - Sem Limites" como uma lição de moral. Não é verdade que o filme exalte o uso de drogas, ainda que Renton descreva a sensação de estar chapado como "mil vezes melhor que seu melhor orgasmo". Tampouco é panfletário, mesmo que apresente algumas cenas chocantes e trágicas - algumas embaladas em um visual atraente e criativo, mas mesmo assim bastante fortes. Não existe certo e errado na história de Irvine Welsh, apenas situações que, extremas, obrigam suas personagens a tomar decisões quase definitivas. Mas é inegável que, por trás de bebês mortos e mergulhos em sanitários imundos, existe um fator que desequilibra a balança: ao utilizar uma trilha sonora vibrante, atores atraentes e um irresistível humor negro para contar sua história, Boyle de certa forma reveste de um certo glamour o mundo das drogas. Mas aí a velha questão volta a martelar: o cinema tem a obrigação de educar ou é apenas um espelho da sociedade?
  • 6. ROTEIRO, FOTOGRAFIA, TRILHA SONORA... A N Á L IS E
  • 7. R o t e ir o e C r ít ic a "I chose not to choose life. I chose to choose something else," says the film's narrator and main character, a twenty-something Edinburgh man named Mark Renton (Ewan McGregor), near the outset of Trainspotting. In rejecting the yuppie culture of a nuclear family, material possessions, a paying job, and dental insurance, Renton is rebelling, but this isn't just the usual disaffection of youth -- it's a deeper, more pervasive dissatisfaction with a culture he views as sick and stifling. "People associate it with misery, desperation and death, which is not to be ignored. But what they forget is the pleasure of it, otherwise we wouldn't do it" He is undoubtedly appalled by society and the materialistic satisfactions it offers. He later compares heroin: 'imagine the best orgasm you ever had and multiply it by a thousand and you're not even there' However, after a few minutes into the film he decides to quit heroin. The viewers may conclude that it is time to move on in life, yet he could not live life without heroin as we see through out the film his various unsuccessful trials at quitting his habit.
  • 8. Renton's escape is through drugs -- primarily heroin, but really anything he can get his hands on. He's surrounded by his "buddies", a group of crooks, liars, and psychos who are even more twisted than he is. There's Spud (Ewan Bremner), a shy, inoffensive junkie; Sick Boy (Jonny Lee Miller), a vicious, duplicitous con artist who's obsessed with Sean Connery; Tommy (Kevin McKidd), a "virtuous" young man fighting the temptation of heroin; and Begbie (Robert Carlyle), a nutcase who gets his thrills from beating up people. Trainspotting is careful not to present a one-sided view of drug use. After all, why would anyone use the stuff if all it leads to is misery and unhappiness? In Renton's words, to get an idea of what it's like using heroin, "Take the best orgasm you've ever had, multiply by 1000, and you're still nowhere near it." There are no worries about the problems and concerns of everyday life, just where the next hit is going to come from. The giddiness of heroin addiction is well-illustrated during some
  • 9. Tr ilh a S o n o r a Se dúvida uma das qualidades mais notáveis de “Trainspotting” está em sua trilha sonora. Sua trilha sonora é bem pensada e flui naturalmente. Ela consegue traduzir musicalmente as vivências do filme – os dramas de seus personagens, suas aventuras, seus momentos de revelação. Além disso, ela captura a música pop britânica num grande momento. “E os americanos?”, alguém pergunta. Respondo: Iggy Pop e Lou Reed caem como uma luva; ouçam Blur, Elastica, Pulp, Sleeper e perceberão o quanto o rock inglês deve a esses yankees pioneiros. A música eletrônica do Bedrock, Leftfield e Underworld, até então confinada na Europa, estoura mundo afora logo depois do lançamento de Trainspotting. Enfim, por essas e outras ela é considerada uma das melhores trilhas já
  • 10. F o t o g r a f ia No quesito fotografia, “Trainspotting” não deixa passar sua excessiva expressão por meio das cores, de forma que a projeção das cores está intimamente ligada ao humor, às ilusões, às drogas e o decorrer das vicissitudes das personagens. A relação do uso de cores que predominam nas cenas do filme podem ser observadas como uma maneira de tentar imergir o telespectador às sensações, alucinações e condições em que as personagens encontram-se envolvidas.
  • 11. O filme inicia sob um olhar verde. A luz é esverdeada, quando o narrador fala sobre escolhas. Dentro da casa aonde eles usam heroína há a forte presença da luz alaranjada e as roupas, móveis, e outros objetos de cena são em tons pastéis. A sensação é de um ambiente quente e aconchegante, porém perigoso. A primeira cena em que o narrador/protagonista falou em ter largado as drogas, o ambiente é bem iluminado e em locação externa em um campo com árvores ao fundo com a luz de um dia normal, assim como uma pessoa normal. A primeira cena de delírio que é marcada pelo supositório de ópio tem sua transição do sóbrio para o desespero com a profusão de cores formada pelas janelas, nas quais Mark está na frente quando sente fortes dores de barriga. Quando Spud vai para um entrevista de emprego sob o efeito das
  • 12. No balanço geral do filme ficam claras as utilizações das cores e dos contrastes para identificar determinadas situações chave. A luz alaranjada utilizada em objetos e figurinos em tons pastéis para definir o momento em que são utilizadas as drogas, fazendo referência ao calor e uma sensação prazerosa, porém perigosa e nessas cenas os contrastes são leves. Nas cenas marcadas pelo desespero ou delírio existem várias cores mixadas que junto aos formatos definem o delírio e geram uma confusão controlada no resultado ao expectador, na tentativa de repassar a sensação a que assiste ao filme. Nas cenas em que os atores aparecem sóbrios a luz é fria e mais estável, bem com distribuída forma mais homogênea e com menos sombras, transmitindo a sensação de tranquilidade, porém certa infelicidade. E nas cenas que envolvem sexo há forte presença do vermelho nas roupas e outros elementos de cena, todas as vezes que a parceira de Mark aparece, ela está usando alguma peça em vermelho, exceto na primeira cena, na qual ainda é incerta a relação sexual. Tudo que está relacionado a utilização das cores no filme, sejam através da iluminação, figurino ou objetos de cena está gerando sensações, para que o expectador chegue mais perto o possível das sensações causadas pela droga. As cores aparecem com uma forte presença para definir e diferenciar entre o certo e errado, entre a libido e a seriedade, entre a sanidade e o delírio. Sendo essas referências fortes para a completa e clara compreensão da
  • 13. A MANEIRA COMO O CONSUMO DE DROGAS É RETRATADO EM “ TRAINSPOTTING ” FOGE À MANEIRA SUPERFICIAL E CARICATA COMO A SOCIEDADE ABORDA O ASSUNTO. O VÍCIO EM SUBSTÂNCIAS ALUCINATÓRIAS NÃO PASSA DE MAIS UM SUBTERFÚGIO DIANTE AO GRANDE VAZIO NO QUAL O HOMEM MODERNO ENCONTRA-SE INSERIDO, DA MESMA MANEIRA COMO O CONSUMO EXCESSIVO, OS JOGOS ELETRÔNICOS, OS MECANISMOS DIGITAIS COMO A INTERNET SÃO MANEIRAS DE “DISTRAIR” A ATENÇÃO HUMANA DE SUA PRÓPRIA ESSÊNCIA E DAS VICISSITUDES E OBRIGAÇÕES DA VIDA MODERNA.