1) O documento discute a descoberta de torianita, um minério rico em tório, urânio e chumbo radioativo, na Reserva Raposa Serra do Sol em Roraima e seu contrabando para outros países.
2) A torianita tem alto teor de chumbo-208, que é ideal para blindar armas nucleares por sua transparência aos nêutrons.
3) Havia uma investigação sobre o contrabando da torianita no Conselho de Segurança Nacional e CNEN nos anos 80-90, mas ela foi parada por ordens presidenciais.
1. Caros amigos,
Minha turma da Força Aérea está atenta ao problema da
'atividade estrangeira' na RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL
(em Roraima).
Abaixo está um email enviado por um pesquisador Brasileiro
(hÁ 2 anos), cumprimentando o reporter da ISTO É pelo
trabalho, que mostrava (já naquela época!) a roubalheira de
material radioativo Brasileiro. Na mesma carta, ele acrescenta
detalhes sobre a atividade.
Abaixo desta msg, outra mais recente, explica a qualidade e
aplicação dos minerais ali encontrados.
Por isto que, de uma hora pra outra, uma reserva indígena
Brasileira tornou-se o lugar mais proibido para Brasileiros.
Meus parabéns pela reportagem, que acabei de ler na
internet. Finalmente alguém leva a público a roubalheira da
torianita, Nos anos 80, até 1990 analisamos diversas
amostras de torianita, recebidas do Conselho de Segurança
Nacional. Eu era pesquisador da CNEN, chefe do Laboratório
de Análise Mineral. A primeira amostra que recebi era
parecida com cassiterita, minério de estanho. Ao fazer
pessoalmente os testes, descobri que não era cassiterita, mas
torianita, óxido de tório ( teor maior do que 80%), contendo
cerca de 8% de óxido de urânio e teores mais baixos de
baddeleyta (óxido de zircônio). Quem estava investigando era
o Comandante Sérgio Quintieri, da Marinha, pelo Conselho de
Segurança. A maior surpresa não foram apenas os teores de
tório e de urânio, mas O TEOR DE CHUMBO RADIOGÊNICO :
cerca de 10%. Isto significa que a maior parte desse chumbo
provêm do tório, o chumbo-208 é o final da cadeia de
desintegração do tório. Ao longo de alguns anos recebemos
amostras do Comandante Quintieri, na CNEN. O material até
enganou o maior especialista em mineralogia da CNEN, que
examinando-o na mão, disse que era cassiterita, em uma das
reuniões, lá por 1986. Dei minha opinião porque já tinha
analisado o material, e chamei à atenção para as diferenças
(os cristais são parecidos, mas são mais pesados e, ao
2. contrário da cassiterita, dissolve-se com facilidade em ácido
nítrico, testes muito fáceis de serem executados, até por
estudantes).
O Cmte Quintieri informou-me que o material deveria ter
muito valor, porque estava investigando há tempos e já tinha
descoberto esse material em exportações legais, dizendo ser
cassiterita, também em outro caso em caçambas do material,
com uma cobertura de cassiterita, para enganar quem fosse
tirar amostras, e, o que era incrível, em contrabando de
avião. Ele já sabia que o material estava sendo levado para a
Guiana, e de lá ia para os EUA, mas ainda não tinha
descoberto o local da jazida primária, porque os materiais
descobertos eram de 'aluvião', granulado.
O valor do tório e do urânio não justificaria o transporte de
avião, ele teria que ter algum outro valor. Considerando o
alto teor de chumbo da ordem de 10%, não acreditei,
achando que poderíamos ter cometido algum erro, porque
não havia minério de urânio ou tório com tanto chumbo.
Quando o teor foi confirmado, separamos o chumbo como
sulfato de chumbo, depois preparamos o material para
análise por espectrometria de massas, no Instituto de
Engenharia Nuclear, Ilha do Fundão. Não deu outra coisa :
predominava largamente o chumbo-208 sobre os outros
isótopos, o chumbo-207, que provém do urânio-235 e o
chumbo 206, que provém do urânio 238, mais abundante na
natureza.
Qual a característica desse chumbo-208 ? Assim como os
outros 'chumbos' ele não é radioativo, mas o que o distingue
do chumbo natural, que é uma mistura dos isótopos, é a sua
transparência aos nêutrons, isto é, ele deixa os nêutrons o
atravessarem sem resistda mesma forma que o chumbo
comum. Esta característica faz dele o material ideal para a
blindagem da 'bomba de nêutrons', que agora estão
chamando de 'arma nuclear estratégica' - a bomba que só
mata seres vivos, sem destruir as instalações e as cidades,
porque a blindagem de chumbo-208 deixa passar os feixes
intensos de nêutrons, da bomba atômica 'encapsulada com o
nosso chumbo-208', sem deixar passar a radiação gama, a
radiação beta, a radiação alfa, e os fragmentos de fissão, que
provocam as ondas de choque que tudo destroem. Esta
3. famigerada bomba atômica, que usa a blindagem de chumbo-
208, bombardeia tudo com os nêutrons, que destroem as
células vivas, sem gerar destruição das ondas de choque . Aí
que está o grande valor da torianita para os senhores da
guerra : o chumbo-208, altamente concentrado, em um
material do qual tudo pode ser aproveitado a baixo custo,
porque é facilmente dissolvido em soluções ácidas diluídas.
Até em Goiânia, quando estávamos descontaminando os
locais contaminados com Césio-137 (depois da grande
sabotagerm contra o programa nuclear, apresentada como
um simples acidente causado por um roubo...) o Cmte
Quintieri foi levar amostras para o Presidente da CNEN e para
mim. No final do governo, em 1990, a investigação parou, por
ordens vindas da Presidência da República. Já se sabia que a
rede que contrabandeava torianita era a mesma de pedras
preciosa e de drogas. Ao que tudo indica, havia gente muito
importante envolvida. Anos depois encontrei casualmente o
Cmte Sérgio Quintieri, em Copacabana,e ele me disse que
tinha sido transferido para a Capitania dos Portos de São
Francisco do Sul, em Santa Catarina, depois foi para a
Reserva, e estava em Florianópolis, dava palestra para
estagiários da Escola Superior de Guerra, e não sabia mais o
que estava acontecendo com a torianita. Ele faleceu há
alguns anos, atacado por um câncer. Procure saber desta
investigação sobre a torianita no Conselho de Segurança
Nacional e na CNEN.Deve haver registros da época. Como era
sigiloso, eu só participava das reuniões técnicas na
presidência da CNEN, não tinha informações, a não ser
aquelas que o Cmte Quintieri me passava. Eu tinha que
caracterizar os materiais. Em geral os teores de tório eram
sempre muito parecidos, mais de de 80% em óxido, e os
teores de urânio variavam entre 4 e 8%. Os teores de
chumbo eram sempre da ordem de 10%. AInda devemos ter
um pacote de 1 quilo de torianita em nosso laboratório, hoje
na UFRJ (Laboratório de Análise Ambiental e Mineral), onde
sou professor de Química Analítica (aposentado da CNEN).
Este escândalo da torianita, outros de urânio (naquela época
também foi descoberto um contrabando de 2 toneladas de
minério com quase 20% de urânio no aeroporto de Brasília),
o atual de columbita -tantalita são possíveis pelo abandono
da área mineral, e pela incompetência na análise de minérios,
4. que deveria ser ensinada nos cursos de química, deveria
haver laboratórios competentes atendendo rapidamente a
todos os portos e aeroportos e as polícias federal e rodoviária,
para não deixar levar materiais valiosos como 'pedras', como
acontece com a Tantalita da Paraíba até o Amapá (procurar
Bebel, na feirinha de Copacabana, posto 6, que negocia
pedras preciosas e tem garimpo na Paraíba). Sobre a
columbita-tantalita , de Nióbio e Tântalo, consultar Almirante
Roberto Gama e Silva, autor do livro 'O entreguismo dos
Minérios', Editora Tche, recolhido...), e com esmeraldas
exportadas com 'berilo' sem valor de gemas, como foi
descoberto pela CNEN, há anos, e contrabandeadas por
políticos...
Hoje leciono Química Analítica na UFRJ, reclamo contra o
descaso pela Análise Mineral, não se ensina mais análise de
minérios pelo Brasil, reclamo contra a roubalheira dos
minérios - a grande pirataria - estou lutando para resolver o
problema ambiental da Cia Ingá, junto ao porto de Itaguaí-
Sepetiba, designado pela Justiça Federal, em uma Ação Civil
Pública, agora com nosso projeto de 10 anos aprovado como
Projeto Definitivo do Juíza Federal, para reciclar os rejeitos e
efluentes que contaminavam a Baía de Sepetiba, produzindo
zinco, manganês, magnésio, chumbo e cádmio, e estamos
tentando retomar o Projeto Azul da Prússia, que produzimos
em Goiânia para a descontaminação de Césio-137 e de Tálio,
com o Laboratório Farmacêutico da Marinha.
Meus parabéns pela reportagem e procure saber sobre o
destino do chumbo-208 da torianita.
João Alfredo Medeiros
Pesquisador IV, aposentado pelo Instituto de Engenharia
Nuclear da CNEN (1981 a 1995)
Ex-Professor da PUC/RJ (1973-1995)
Professor do Instituto de Química da UFRJ, desde 1993.
C.Identidade 173647-0 / CPF 006.221.929-49
Telefone UFRJ : (21) 2562-7859
5. Residência : Rua Gal Ribeiro da Costa 230 / apto 1006,
22010-050 Rio de Janeiro (21-2244-7985)
A LUTA PELA RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL
ALDO ALVIM CEL AER
Parece um mistério o porquê de uns poucos índios , ignorados
por centenas de anos , de repente receberem uma área
imensa para sua população com fazendas , povoados,
estradas e linhas de transmissão, e que o Governo tenha
mandado para expulsar os colonos , um efetivo de centenas
de agentes federais,quando é sabida a carência de policiais
em todo o país. O mistério é porque ali esta 80% da reserva
mundial de Nióbio um mineral básico para se construir
reatores de fusão, um processo de produção de energia que
usa como combustível apenas água .
1
FUSÃO TERMONUCLEAR
O processo termonuclear se baseia na fusão nuclear - o
mesmo processo que ocorre no interior do sol e em algumas
estrelas-no qual os núcleos de dois isótopos de hidrogênio se
fundem para formar Helio, ,gerando grandes quantidades de
energia, o que oferece a humanidade uma fonte
potencialmente inesgotável de energia.Este processo
descontrolado já foi obtido na bomba de hidrogênio,mas o
que se deseja é um processo controlado de fusão nuclear.
O processo de o fusão nuclear controlado se baseia no
conceito de TOKAMAT, desenvolvido por cientistas russos no
qual bobinas magnéticas super condutoras, colocadas em
torno de um vaso toroidal, confinam e controlam o fluxo do
plasma, um estado da matéria em elevada temperatura.
induzindo a formação de uma corrente elétrica.Um modelo
deste dispositivo foi mostrado pela URSS numa exposição no
Rio de Janeiro ainda no Governo Jango.
Em 26 de junho último, um consórcio internacional que reúne
a Rússia, EUA, Comunidade Européia,China, Japão e Coréia
do Sul decidiu montar um reator de fusão nuclear
6. experimental em Cadarache na França. Estima-se que a
versão comercial levara uns trinta anos para ser
operacional.O modelo proposto deverá operar em ciclos de
décimos de segundo e gerar 500 MW de potencia, isto
significa que suas bobinas serão de alta amperagem e
portanto altas temperaturas daí a necessidade do nióbio. Em
ciclos tão curtos, o gerador poderá produzir hidrogênio que
operaria em células de combustível
.
A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL
Segundo o conselheiro científico do Governo Britânico sir
David King o Brasil poderá dar uma grande contribuição ao
projeto , por possuir as maiores reservas de nióbio do mundo.
O nióbio resiste a altas temperaturas e é um poderoso
condutor elétrico, será usado para construir as bobinas
gigantes e gerar um campo magnético para produzir e
conduzir o processo de fusão nuclear no interior do
reator.Uma comissão da comunidade européia deverá visitar
o Brasil, em breve para pedir o apoio ao projeto.
Desafortunadamente tal participação será extremamente
improvável enquanto o Brasil tiver um governo que mantenha
no local das jazidas de nióbio uma grande reserva indígena
intocável chamada Raposa Serra do Sol. Ninguém sabe
porque o governo criou tal reserva, sem consulta ao EMFA,
universidades, nem o apoio do Congresso. Apenas o STF
parece apoiar o Governo Lula , tanto que um governador da
área atingida pela reserva indígena entrou com uma ação de
inconstitucionalidade e nada conseguiu.Atualmente a
expulsão de fazendeiros da reserva foi suspensa até o
julgamento final pelo STF.