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Numa bela tarde de Outono, Maria decidiu ir fazer um piquenique, mas ainda
não sabia onde. Começou por preparar o cesto com muita comida. Saiu de casa e foi à
procura de um sítio agradável. Procurou, procurou, até que foi descobrir um grande
plátano com as folhas a cair. Aquele era, sem dúvida, um bom sítio! Sentou-se, estendeu
uma toalha e começou a comer o que tinha trazido de casa.
O Picas, um ouriço que vivia por ali, andava a passear perto de um grande
plátano, quando viu a Maria a comer. Pareceu-lhe tudo delicioso!
— Vou assustar aquela menina e fico com aquela comida deliciosa toda só para
mim – disse o Picas para si próprio.
E assim foi. Escondeu-se atrás do plátano e disse numa voz grossa:
— Vai-te embora senão eu como-te!
A Maria ficou assustadíssima e fugiu, abandonando o cesto de piquenique e toda
a comida.
No dia seguinte, a Maria reflectiu sobre o sucedido no dia anterior e pensou em
voltar para junto do plátano para ver se as suas coisas ainda lá estavam e se a árvore
voltava a falar com ela. E assim fez. Pelo sim pelo não, decidiu levar um lanchinho para
matar a fome. Quando lá chegou, viu que o cesto e a toalha continuavam no local onde
os tinha deixado, mas a comida tinha desaparecido. Colocou o seu lanche sobre toalha,
escondeu-se atrás do plátano à espera de ouvir a voz.
O Picas, que estava a sair de casa, ouviu um barulho e foi ver se era a menina do
dia anterior. Qual não foi o seu espanto, quando viu um lanche suculento em cima da
toalha, sem ninguém por perto. Aproximou-se cautelosamente para matar a fome, mas,
ao mesmo tempo, a Maria espreitou e viu o ouriço a tirar a comida.
A Maria deixou-o levar a comida, mas seguiu-o até à sua toca. Ao chegar à toca
do ouriço, a rapariga escondeu-se atrás de uns arbustos, deixou o ouriço entrar em casa,
aproximou-se da toca e gritou lá para dentro:
— Ó senhor ouriço, pode chegar cá acima?
O Picas veio cá acima, viu que era a menina do piquenique e exclamou:
— Oh, oh! – e escondeu-se.
A Maria insistiu:
— Sou só amiga, senhor ouriço.
O Picas disse lá de baixo:
— A sério?!
— Sim! Podes vir, eu não te faço mal - respondeu a rapariga.
— Está bem, eu vou – disse o Picas.
O Picas apareceu finalmente.
A Maria sorriu e perguntou-lhe:
— Como te chamas?
— Eu chamo-me Jeremias, mas gosto mais que me tratem por Picas. E tu?
— Eu chamo-me Maria.
A Maria e o Picas começaram a falar sobre as suas vidas.
Passado algum tempo, a Maria perguntou ao Picas:
— Queres ir fazer um piquenique comigo?
O Picas respondeu:
— Sim, eu adoro piqueniques!
— Então, esperas um pouco que eu vou a casa buscar umas coisinhas deliciosas
para nós – disse a Maria.
Estenderam uma toalha florida, comeram tudo o que queriam e ainda foram
passear pelos verdejantes vales.
A partir desse dia, quando podiam, encontravam-se perto do plátano e divertiam-
se juntos. Enfim, celebravam a sua amizade!
Márcio Correia
N.º 12 , 5.º B

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  • 1. Numa bela tarde de Outono, Maria decidiu ir fazer um piquenique, mas ainda não sabia onde. Começou por preparar o cesto com muita comida. Saiu de casa e foi à procura de um sítio agradável. Procurou, procurou, até que foi descobrir um grande plátano com as folhas a cair. Aquele era, sem dúvida, um bom sítio! Sentou-se, estendeu uma toalha e começou a comer o que tinha trazido de casa. O Picas, um ouriço que vivia por ali, andava a passear perto de um grande plátano, quando viu a Maria a comer. Pareceu-lhe tudo delicioso! — Vou assustar aquela menina e fico com aquela comida deliciosa toda só para mim – disse o Picas para si próprio. E assim foi. Escondeu-se atrás do plátano e disse numa voz grossa: — Vai-te embora senão eu como-te! A Maria ficou assustadíssima e fugiu, abandonando o cesto de piquenique e toda a comida. No dia seguinte, a Maria reflectiu sobre o sucedido no dia anterior e pensou em voltar para junto do plátano para ver se as suas coisas ainda lá estavam e se a árvore voltava a falar com ela. E assim fez. Pelo sim pelo não, decidiu levar um lanchinho para matar a fome. Quando lá chegou, viu que o cesto e a toalha continuavam no local onde os tinha deixado, mas a comida tinha desaparecido. Colocou o seu lanche sobre toalha, escondeu-se atrás do plátano à espera de ouvir a voz. O Picas, que estava a sair de casa, ouviu um barulho e foi ver se era a menina do dia anterior. Qual não foi o seu espanto, quando viu um lanche suculento em cima da toalha, sem ninguém por perto. Aproximou-se cautelosamente para matar a fome, mas, ao mesmo tempo, a Maria espreitou e viu o ouriço a tirar a comida. A Maria deixou-o levar a comida, mas seguiu-o até à sua toca. Ao chegar à toca do ouriço, a rapariga escondeu-se atrás de uns arbustos, deixou o ouriço entrar em casa, aproximou-se da toca e gritou lá para dentro: — Ó senhor ouriço, pode chegar cá acima? O Picas veio cá acima, viu que era a menina do piquenique e exclamou:
  • 2. — Oh, oh! – e escondeu-se. A Maria insistiu: — Sou só amiga, senhor ouriço. O Picas disse lá de baixo: — A sério?! — Sim! Podes vir, eu não te faço mal - respondeu a rapariga. — Está bem, eu vou – disse o Picas. O Picas apareceu finalmente. A Maria sorriu e perguntou-lhe: — Como te chamas? — Eu chamo-me Jeremias, mas gosto mais que me tratem por Picas. E tu? — Eu chamo-me Maria. A Maria e o Picas começaram a falar sobre as suas vidas. Passado algum tempo, a Maria perguntou ao Picas: — Queres ir fazer um piquenique comigo? O Picas respondeu: — Sim, eu adoro piqueniques! — Então, esperas um pouco que eu vou a casa buscar umas coisinhas deliciosas para nós – disse a Maria. Estenderam uma toalha florida, comeram tudo o que queriam e ainda foram passear pelos verdejantes vales. A partir desse dia, quando podiam, encontravam-se perto do plátano e divertiam- se juntos. Enfim, celebravam a sua amizade! Márcio Correia N.º 12 , 5.º B