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A UA U L A
     L A

    17
 17
              Robôs industriais


Um problema                                   O      prédio da embaixada de um país europeu
              amanheceu com uma bomba estrategicamente colocada em sua porta de entrada.
              Todas as emissoras de televisão da cidade miraram suas lentes no encarregado de
              desarmar o mecanismo. Ao invés de pernas, o encarregado tinha esteiras, no lugar
              dos olhos, uma câmera de vídeo. E, para completar, dois braços mecânicos. Era um
              tipo de robô que, por ser comandado a distância, é conhecido como teleoperador.

                  Aproximou-se do local, guiado por controle remoto por um especialista em
              explosivos. De longe, com a ajuda de alavancas, botões e uma tela de televisão, o
              especialista iniciou seu trabalho. Mas alguma coisa deu errado. Alguns minutos
              depois, a bomba explodiu, transformando o robô num amontoado fumegante de
              aço retorcido. O especialista ficou assustado. Devia sua vida àquela máquina.


                  Contribuição

                  Os robôs industriais seguem o mesmo princípio de controle das máquinas-
              ferramenta CNC, mas sua estrutura mecânica
              é bastante diferente.


                  Alguns conceituam robô
              como um manipulador
              mecânico reprogramável.
              Para outros, o robô é um
              mecanismo automático
              universal. Seja como for,
              a idéia principal é a de
              que os robôs são má-
              quinas controladas
              numericamente,
              destinadas a executar
              uma grande diversi-
              dade de operações.

                                                                         máquina universal
A maior parte dos robôs, espalhados pelo mundo, desenvolve atividades             A U L A
de soldagem, manipulação de peças e pintura.

                                                                                      17


                  distribuição de robôs entre várias tarefas industriais



    Robôs: realidade e ficção

     Tendemos a crer que robôs são máquinas construídas à semelhança do
homem, com inteligência privilegiada. Mas a tecnologia atual ainda não é capaz
de igualar a realidade à ficção científica. Os robôs industriais são surdos, mudos,
feios e burros. A maioria deles é cega e os poucos que possuem sistemas de visão
artificial acabam distinguindo apenas contrastes entre áreas claras e escuras.
Mas os robôs atuais são máquinas bastante úteis e, desde 1961, quando o
primeiro robô foi empregado numa indústria automobilística, vêm evoluindo.


    Anatomia dos robôs industriais

    Um conceito importante no estudo dos robôs é o de volume de trabalho,
ou seja, o conjunto de todos os pontos que podem ser alcançados pela garra de
um robô, durante sua movimentação. Assim, os componentes que fazem parte
do seu local de trabalho devem ser arranjados para ficarem dentro desse volume
de trabalho.

    Os robôs são classificados de acordo com o volume de trabalho. Assim,
existem os robôs cartesianos, cilíndricos, esféricos ou polares e os articulados ou
angulares.

     Essas configurações são chamadas de clássicas ou básicas. Elas podem
ser combinadas de modo a formar novas configurações.




                              configurações de robôs industriais
A U L A        A grande maioria dos robôs é acionada por meio de servomotores elétricos.
          O acionamento elétrico, ao contrário do pneumático ou hidráulico, é mais

17        facilmente controlável e oferece maior precisão de posicionamneto.

              Os robôs podem apresentar vários movimentos. Cada movimento, realizado
          por meio de um servomotor elétrico, corresponde ao que chamamos de grau de
          liberdade. Os graus de liberdade de um robô podem estar associados ao corpo
          ou ao punho.




              No corpo:
              A: movimento angular do antebraço
              B: movimento angular do braço
              C: rotação da base

              No punho:
              E: movimento angular
              P: rotação do punho




              Portanto, este é um robô de cinco graus de liberdade: três graus de liberdade
          no corpo e dois graus de liberdade no punho. Os graus de liberdade do corpo do
          robô definem a posição do centro da flange do punho. Assim, quando movemos
          os eixos A, B e C do robô, cada qual num determinado ângulo, a posição
          do centro da flange fica perfeitamente definida.

              Conhecida essa posição, os graus de liberdade do punho (E e P) definem,
          então, a orientação da flange, ou seja, o ângulo que a flange forma com
          o antebraço do robô.

              Alguns robôs possuem punhos com três graus de liberdade.




                               desenho esquemático do punho de um robô
Para executar seu trabalho, o robô necessita de uma ferramenta que pode ser    A U L A
simples, como uma pistola de solda a ponto ou uma lixadeira. Ou de uma
ferramenta complicada, como as utilizadas para manusear pára-brisas
de automóveis. Essa ferramenta, denominada órgão terminal, é fixada na flange      17
do punho do robô.




                           exemplos de órgãos terminais

     O conjunto dos movimentos do corpo e do punho dos robôs define a posição
e a orientação do órgão terminal, possibilitando a execução da tarefa.

    Dependendo do número de graus de liberdade, a estrutura mecânica de um
robô pode ser mais ou menos complexa. Ela consiste basicamente de peças que
se unem umas às outras por articulações ou juntas. O acionamento de cada uma
das juntas é realizado por meio de um servomotor elétrico e de sistemas
de transmissão mecânica que variam em função da configuração do robô.

    Utilizam-se fusos de esferas circulantes, iguais aos empregados em máquinas-
ferramenta, engrenagens, polias e correias dentadas (também chamadas
sincronizadoras), barras articuladas e redutores de velocidade de elevada taxa
de redução.

    Quanto aos redutores de velocidade, dois tipos bastante utilizados são os
redutores planetários e os cicloidais, devido ao fato de apresentarem uma
elevada taxa de redução em relação ao volume ocupado. Esses redutores são
normalmente aplicados no acionamento dos movimentos do corpo do robô
(base, braço e antebraço). Substituem os fusos de esferas, utilizados no
acionamento do braço e do antebraço dos robôs articulados mais antigos,
possibilitando robôs mais compactos.
A U L A       Controle


17            Os robôs industriais são, na verdade, como já dissemos, espécies de máquinas
          de comando numérico. Seu sistema de controle funciona de maneira similar
          ao das máquinas-ferramenta CNC.




                             malha de controle de um dos eixos de um robô


              Controlar os movimentos de um robô consiste, basicamente, em fazer com
          que seus motores girem, associados a cada uma das juntas da estrutura do robô,
          de modo que o órgão terminal atinja posição e orientação desejadas.

              Esse controle, à primeira vista, pode parecer fácil. Na verdade, é complicado
          pois envolve aspectos mecânicos, eletrônicos e de computação. Não se trata
          apenas de um ponto, mas de uma série deles, formando uma trajetória a ser
          percorrida pelo órgão terminal. E a cada ponto o órgão terminal pode apresentar
          uma orientação diferente. O sistema de controle ainda deve considerar a massa
          que está sendo manuseada pelo robô, as acelerações e desacelerações, os atritos
          entre os componentes mecânicos. E todos esses cálculos devem ser feitos
          durante a movimentação do robô ou, como se costuma dizer, em tempo real.

              O desenvolvimento de controles numéricos com velocidades de
          processamento cada vez maiores, bem como o surgimento de novos
          componentes mecânicos e materiais mais leves e resistentes, vem contribuindo
          para que os robôs fiquem mais rápidos, confiáveis e precisos.

             Mesmo assim, a precisão desse tipo de máquina continua sendo pior do que
          a das máquinas-ferramenta CNC, que normalmente apresentam estruturas
          mais rígidas e um arranjo mais simples de componentes mecânicos.

              Além disso, os robôs ainda continuam sendo máquinas pouco inteligentes.
          Não têm capacidade suficiente para se adaptar a situações imprevistas. Os robôs
          atuais ainda seguem, passo-a-passo, todas as instruções fornecidas pelo homem.
          Não podem se desviar do que lhes foi previamente estabelecido, a menos que
          este desvio também tenha sido previsto.

             Os robôs não pensam. Apenas obedecem cegamente aos comandos do
          homem. Esta característica faz com que eles só possam ser usados em ambientes
padronizados, não sujeitos a variações imprevistas. Caso contrário, ficarão      A U L A
sujeitos a acidentes que acabarão por inviabilizar a operação automática.

                                                                                 17
    Programação

   O maior número de graus de liberdade dos robôs, quando comparados
às máquinas-ferramenta CNC, também influi nos métodos de progra-
mação utilizados.

    Os métodos de programação de robôs dividem-se em dois tipos: off-line e
on-line . Na programação off-line ou “fora-de-linha”, usam-se linguagens de
programação semelhantes às utilizadas na programação de máquinas-
ferramenta CNC.

    Por meio das linguagens de programação, pode-se controlar os movimentos
do robô numa sala, longe do ambiente de trabalho real da máquina.

    Num robô encarregado de executar a solda a ponto de uma carroceria de
automóvel, alguns dos pontos de solda estão localizados em regiões de difícil
acesso. Para levar seu órgão terminal a esses locais, o robô precisa ser capaz
de efetuar vários movimentos.

    Portanto, apesar do progresso no desenvolvimento de métodos de
programação off-line , as dificuldades ainda persistem e acabaram
popularizando a programação on-line , em que se diz que o robô é ensinado.
Utilizamos um pequeno painel de controle manual chamado teaching box,
que podemos traduzir como “caixa de ensinamento” ou, mais tecnicamente,
“painel de controle manual”.

    Com o auxílio desse painel de controle, movimentamos os eixos do robô até
o primeiro ponto da trajetória desejada e armazenamos a posição desse ponto na
memória do comando numérico. Em seguida, deslocamos o órgão terminal para
o ponto seguinte da trajetória e armazenamos esse novo ponto. Repetimos o
procedimento para todos os pontos que formam a trajetória, como a da soldagem
de pára-lamas de automóvel. Assim, “ensinamos” ao robô a trajetória que deve
ser percorrida, bem como a orientação do órgão terminal em cada um desses
pontos.




                   exemplo de aplicação de programação “on line”
A U L A       Durante a operação automática, simplesmente mandamos o robô repetir o
          que lhe foi ensinado e pronto. A desvantagem desse método de programação,

17        no entanto, está na necessidade de interromper o trabalho normal de produção
          do robô para ensinar-lhe uma nova tarefa.


              Aplicação

              As possibilidades de aplicação de robôs industriais são muito amplas.
          Apesar de se concentrarem em áreas determinadas, a cada dia, graças a sua
          característica de máquina universal, os robôs ganham uma nova aplicação,
          substituindo o homem como uma máquina-ferramenta.


              Manipulação de material

              A função principal de um robô é manipular materiais. Isto não acrescenta
          valor ao produto, mas somente custo. Portanto, deve ser cuidadosamente
          estudado para se obter uma forma de manuseio eficiente e barata.

              Entre as operações de manuseio mais comuns, realizadas pelos robôs, estão
          as de carregamento e descarregamento de máquinas, bem como as de paletização
          e despaletização. Paletizar significa distribuir ou arranjar peças sobre um pallet .
          Pallet é o nome que se dá à bandeja ou estrado sobre o qual podem ser dispostos
          elementos como peças, sacos, caixas. Despaletizar é retirar esses elementos
          do pallet , para serem processados, armazenados, embalados.




              Os robôs também podem manusear peças para a montagem de um
          determinado produto. É o que ocorre quando se ajusta um pára-brisa na
          carroceria de um automóvel.


              Soldagem

              Os processos de soldagem MIG e por resistência elétrica (solda a ponto)
          são as aplicações mais populares dos robôs industriais. O principal usuário
          dos robôs de solda a ponto é a indústria automobilística.
A figura mostra, esquematicamente, uma estação de soldagem de carrocerias       A U L A
de automóveis formada por robôs. Em algumas das linhas, é possível associar-
se a cada carroceria um sistema de identificação. A carroceria, ao passar pela
estação, é identificada como sendo deste ou daquele veículo. Com essa informação,   17
aciona-se o programa de soldagem apropriado. Assim, uma mesma linha pode
trabalhar com tipos diferentes de automóveis, de modo flexível.




                              estação de soldagem de carrocerias de automóveis




    Atividades perigosas

    Além das aplicações industriais típicas, o robô tem aplicação bastante
promissora em atividades perigosas ou insalubres ao homem. Utilizam-se robôs
para a exploração espacial (um exemplo é o braço mecânico usado pelos ônibus
espaciais americanos para colocar satélites em órbita ou repará-los). Os robôs
também são enviados para lugares onde ninguém pode ou quer ir: recolhem
tesouros em navios afundados a grandes profundidades, medem temperaturas
e fazem análise de gases em crateras de vulcões ou lidam com produtos
radiativos em usinas nucleares.


    Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios e confira suas respostas com as
do gabarito.
Exercícios
  A U L A       Marque com X a resposta correta.


  17         Exercício 1
                Os robôs são espécies de máquinas:
                a) ( ) APT;
                b) ( ) CNC;
                c) ( ) CPU;
                d) ( ) DOS.

             Exercício 2
                Os robôs desenvolvem principalmente atividades de:
                a) ( ) usinagem;
                b) ( ) montagem;
                c) ( ) soldagem, manipulação de peças e pinturas;
                d) ( ) soldagem e corte.

             Exercício 3
                Cada movimento do robô corresponde a um:
                a) ( ) ponto móvel;
                b) ( ) grau de auxílio;
                c) ( ) ponto flexível;
                d) ( ) grau de liberdade.

             Exercício 4
                A programação de um robô pode ser:
                a) ( ) input ou output;
                b) ( ) ordenada ou alterada;
                c) ( ) contínua e alternada;
                d) ( ) off-line ou on-line.

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Aula 17 robôs industriais

  • 1. A UA U L A L A 17 17 Robôs industriais Um problema O prédio da embaixada de um país europeu amanheceu com uma bomba estrategicamente colocada em sua porta de entrada. Todas as emissoras de televisão da cidade miraram suas lentes no encarregado de desarmar o mecanismo. Ao invés de pernas, o encarregado tinha esteiras, no lugar dos olhos, uma câmera de vídeo. E, para completar, dois braços mecânicos. Era um tipo de robô que, por ser comandado a distância, é conhecido como teleoperador. Aproximou-se do local, guiado por controle remoto por um especialista em explosivos. De longe, com a ajuda de alavancas, botões e uma tela de televisão, o especialista iniciou seu trabalho. Mas alguma coisa deu errado. Alguns minutos depois, a bomba explodiu, transformando o robô num amontoado fumegante de aço retorcido. O especialista ficou assustado. Devia sua vida àquela máquina. Contribuição Os robôs industriais seguem o mesmo princípio de controle das máquinas- ferramenta CNC, mas sua estrutura mecânica é bastante diferente. Alguns conceituam robô como um manipulador mecânico reprogramável. Para outros, o robô é um mecanismo automático universal. Seja como for, a idéia principal é a de que os robôs são má- quinas controladas numericamente, destinadas a executar uma grande diversi- dade de operações. máquina universal
  • 2. A maior parte dos robôs, espalhados pelo mundo, desenvolve atividades A U L A de soldagem, manipulação de peças e pintura. 17 distribuição de robôs entre várias tarefas industriais Robôs: realidade e ficção Tendemos a crer que robôs são máquinas construídas à semelhança do homem, com inteligência privilegiada. Mas a tecnologia atual ainda não é capaz de igualar a realidade à ficção científica. Os robôs industriais são surdos, mudos, feios e burros. A maioria deles é cega e os poucos que possuem sistemas de visão artificial acabam distinguindo apenas contrastes entre áreas claras e escuras. Mas os robôs atuais são máquinas bastante úteis e, desde 1961, quando o primeiro robô foi empregado numa indústria automobilística, vêm evoluindo. Anatomia dos robôs industriais Um conceito importante no estudo dos robôs é o de volume de trabalho, ou seja, o conjunto de todos os pontos que podem ser alcançados pela garra de um robô, durante sua movimentação. Assim, os componentes que fazem parte do seu local de trabalho devem ser arranjados para ficarem dentro desse volume de trabalho. Os robôs são classificados de acordo com o volume de trabalho. Assim, existem os robôs cartesianos, cilíndricos, esféricos ou polares e os articulados ou angulares. Essas configurações são chamadas de clássicas ou básicas. Elas podem ser combinadas de modo a formar novas configurações. configurações de robôs industriais
  • 3. A U L A A grande maioria dos robôs é acionada por meio de servomotores elétricos. O acionamento elétrico, ao contrário do pneumático ou hidráulico, é mais 17 facilmente controlável e oferece maior precisão de posicionamneto. Os robôs podem apresentar vários movimentos. Cada movimento, realizado por meio de um servomotor elétrico, corresponde ao que chamamos de grau de liberdade. Os graus de liberdade de um robô podem estar associados ao corpo ou ao punho. No corpo: A: movimento angular do antebraço B: movimento angular do braço C: rotação da base No punho: E: movimento angular P: rotação do punho Portanto, este é um robô de cinco graus de liberdade: três graus de liberdade no corpo e dois graus de liberdade no punho. Os graus de liberdade do corpo do robô definem a posição do centro da flange do punho. Assim, quando movemos os eixos A, B e C do robô, cada qual num determinado ângulo, a posição do centro da flange fica perfeitamente definida. Conhecida essa posição, os graus de liberdade do punho (E e P) definem, então, a orientação da flange, ou seja, o ângulo que a flange forma com o antebraço do robô. Alguns robôs possuem punhos com três graus de liberdade. desenho esquemático do punho de um robô
  • 4. Para executar seu trabalho, o robô necessita de uma ferramenta que pode ser A U L A simples, como uma pistola de solda a ponto ou uma lixadeira. Ou de uma ferramenta complicada, como as utilizadas para manusear pára-brisas de automóveis. Essa ferramenta, denominada órgão terminal, é fixada na flange 17 do punho do robô. exemplos de órgãos terminais O conjunto dos movimentos do corpo e do punho dos robôs define a posição e a orientação do órgão terminal, possibilitando a execução da tarefa. Dependendo do número de graus de liberdade, a estrutura mecânica de um robô pode ser mais ou menos complexa. Ela consiste basicamente de peças que se unem umas às outras por articulações ou juntas. O acionamento de cada uma das juntas é realizado por meio de um servomotor elétrico e de sistemas de transmissão mecânica que variam em função da configuração do robô. Utilizam-se fusos de esferas circulantes, iguais aos empregados em máquinas- ferramenta, engrenagens, polias e correias dentadas (também chamadas sincronizadoras), barras articuladas e redutores de velocidade de elevada taxa de redução. Quanto aos redutores de velocidade, dois tipos bastante utilizados são os redutores planetários e os cicloidais, devido ao fato de apresentarem uma elevada taxa de redução em relação ao volume ocupado. Esses redutores são normalmente aplicados no acionamento dos movimentos do corpo do robô (base, braço e antebraço). Substituem os fusos de esferas, utilizados no acionamento do braço e do antebraço dos robôs articulados mais antigos, possibilitando robôs mais compactos.
  • 5. A U L A Controle 17 Os robôs industriais são, na verdade, como já dissemos, espécies de máquinas de comando numérico. Seu sistema de controle funciona de maneira similar ao das máquinas-ferramenta CNC. malha de controle de um dos eixos de um robô Controlar os movimentos de um robô consiste, basicamente, em fazer com que seus motores girem, associados a cada uma das juntas da estrutura do robô, de modo que o órgão terminal atinja posição e orientação desejadas. Esse controle, à primeira vista, pode parecer fácil. Na verdade, é complicado pois envolve aspectos mecânicos, eletrônicos e de computação. Não se trata apenas de um ponto, mas de uma série deles, formando uma trajetória a ser percorrida pelo órgão terminal. E a cada ponto o órgão terminal pode apresentar uma orientação diferente. O sistema de controle ainda deve considerar a massa que está sendo manuseada pelo robô, as acelerações e desacelerações, os atritos entre os componentes mecânicos. E todos esses cálculos devem ser feitos durante a movimentação do robô ou, como se costuma dizer, em tempo real. O desenvolvimento de controles numéricos com velocidades de processamento cada vez maiores, bem como o surgimento de novos componentes mecânicos e materiais mais leves e resistentes, vem contribuindo para que os robôs fiquem mais rápidos, confiáveis e precisos. Mesmo assim, a precisão desse tipo de máquina continua sendo pior do que a das máquinas-ferramenta CNC, que normalmente apresentam estruturas mais rígidas e um arranjo mais simples de componentes mecânicos. Além disso, os robôs ainda continuam sendo máquinas pouco inteligentes. Não têm capacidade suficiente para se adaptar a situações imprevistas. Os robôs atuais ainda seguem, passo-a-passo, todas as instruções fornecidas pelo homem. Não podem se desviar do que lhes foi previamente estabelecido, a menos que este desvio também tenha sido previsto. Os robôs não pensam. Apenas obedecem cegamente aos comandos do homem. Esta característica faz com que eles só possam ser usados em ambientes
  • 6. padronizados, não sujeitos a variações imprevistas. Caso contrário, ficarão A U L A sujeitos a acidentes que acabarão por inviabilizar a operação automática. 17 Programação O maior número de graus de liberdade dos robôs, quando comparados às máquinas-ferramenta CNC, também influi nos métodos de progra- mação utilizados. Os métodos de programação de robôs dividem-se em dois tipos: off-line e on-line . Na programação off-line ou “fora-de-linha”, usam-se linguagens de programação semelhantes às utilizadas na programação de máquinas- ferramenta CNC. Por meio das linguagens de programação, pode-se controlar os movimentos do robô numa sala, longe do ambiente de trabalho real da máquina. Num robô encarregado de executar a solda a ponto de uma carroceria de automóvel, alguns dos pontos de solda estão localizados em regiões de difícil acesso. Para levar seu órgão terminal a esses locais, o robô precisa ser capaz de efetuar vários movimentos. Portanto, apesar do progresso no desenvolvimento de métodos de programação off-line , as dificuldades ainda persistem e acabaram popularizando a programação on-line , em que se diz que o robô é ensinado. Utilizamos um pequeno painel de controle manual chamado teaching box, que podemos traduzir como “caixa de ensinamento” ou, mais tecnicamente, “painel de controle manual”. Com o auxílio desse painel de controle, movimentamos os eixos do robô até o primeiro ponto da trajetória desejada e armazenamos a posição desse ponto na memória do comando numérico. Em seguida, deslocamos o órgão terminal para o ponto seguinte da trajetória e armazenamos esse novo ponto. Repetimos o procedimento para todos os pontos que formam a trajetória, como a da soldagem de pára-lamas de automóvel. Assim, “ensinamos” ao robô a trajetória que deve ser percorrida, bem como a orientação do órgão terminal em cada um desses pontos. exemplo de aplicação de programação “on line”
  • 7. A U L A Durante a operação automática, simplesmente mandamos o robô repetir o que lhe foi ensinado e pronto. A desvantagem desse método de programação, 17 no entanto, está na necessidade de interromper o trabalho normal de produção do robô para ensinar-lhe uma nova tarefa. Aplicação As possibilidades de aplicação de robôs industriais são muito amplas. Apesar de se concentrarem em áreas determinadas, a cada dia, graças a sua característica de máquina universal, os robôs ganham uma nova aplicação, substituindo o homem como uma máquina-ferramenta. Manipulação de material A função principal de um robô é manipular materiais. Isto não acrescenta valor ao produto, mas somente custo. Portanto, deve ser cuidadosamente estudado para se obter uma forma de manuseio eficiente e barata. Entre as operações de manuseio mais comuns, realizadas pelos robôs, estão as de carregamento e descarregamento de máquinas, bem como as de paletização e despaletização. Paletizar significa distribuir ou arranjar peças sobre um pallet . Pallet é o nome que se dá à bandeja ou estrado sobre o qual podem ser dispostos elementos como peças, sacos, caixas. Despaletizar é retirar esses elementos do pallet , para serem processados, armazenados, embalados. Os robôs também podem manusear peças para a montagem de um determinado produto. É o que ocorre quando se ajusta um pára-brisa na carroceria de um automóvel. Soldagem Os processos de soldagem MIG e por resistência elétrica (solda a ponto) são as aplicações mais populares dos robôs industriais. O principal usuário dos robôs de solda a ponto é a indústria automobilística.
  • 8. A figura mostra, esquematicamente, uma estação de soldagem de carrocerias A U L A de automóveis formada por robôs. Em algumas das linhas, é possível associar- se a cada carroceria um sistema de identificação. A carroceria, ao passar pela estação, é identificada como sendo deste ou daquele veículo. Com essa informação, 17 aciona-se o programa de soldagem apropriado. Assim, uma mesma linha pode trabalhar com tipos diferentes de automóveis, de modo flexível. estação de soldagem de carrocerias de automóveis Atividades perigosas Além das aplicações industriais típicas, o robô tem aplicação bastante promissora em atividades perigosas ou insalubres ao homem. Utilizam-se robôs para a exploração espacial (um exemplo é o braço mecânico usado pelos ônibus espaciais americanos para colocar satélites em órbita ou repará-los). Os robôs também são enviados para lugares onde ninguém pode ou quer ir: recolhem tesouros em navios afundados a grandes profundidades, medem temperaturas e fazem análise de gases em crateras de vulcões ou lidam com produtos radiativos em usinas nucleares. Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios e confira suas respostas com as do gabarito.
  • 9. Exercícios A U L A Marque com X a resposta correta. 17 Exercício 1 Os robôs são espécies de máquinas: a) ( ) APT; b) ( ) CNC; c) ( ) CPU; d) ( ) DOS. Exercício 2 Os robôs desenvolvem principalmente atividades de: a) ( ) usinagem; b) ( ) montagem; c) ( ) soldagem, manipulação de peças e pinturas; d) ( ) soldagem e corte. Exercício 3 Cada movimento do robô corresponde a um: a) ( ) ponto móvel; b) ( ) grau de auxílio; c) ( ) ponto flexível; d) ( ) grau de liberdade. Exercício 4 A programação de um robô pode ser: a) ( ) input ou output; b) ( ) ordenada ou alterada; c) ( ) contínua e alternada; d) ( ) off-line ou on-line.