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Estudos Aplicados de
Moda - Aula 1
História da
Indumentária
Corpo: Biológico,
Sociológico,
Tecnológico
Prof. Me. Cláudia Regina Martins – Cacau
S.P. 2023.2
Tópicos Geradores
Momentos históricos
Construção do discurso estético do corpo coletivo e do corpo individual
Contextos sociais
Influências na contemporaneidade
Identificar no vestuário, as relações entre corpo e história
Corpo como território da cultura
É HISTÓRIA DA MODA OU HISTÓRIA DA
INDUMENTÁRIA?
Existe uma diferença entre os dois termos. Basicamente só
é considerado moda quando se inicia uma espécie de
produção mais industrializada. A moda como conhecemos
hoje, com modelos, estilistas, desfiles e peças criadas pelo
estilista, não mais pelos caprichos das madames, começou
por volta de 1900 com Worth, também conhecido como o
‘pai da moda’. A partir desse período toda a cadeia e o
mercado das roupas sofreu uma reviravolta muito grande,
tanto que começamos a contar por décadas, década de
20, 50, 70 e por ai vai. Antes disso tudo que aconteceu é
nomeado história da indumentária pois sua forma de
desenvolver era diferente.
INTRODUÇÃO
Vestuário, Indumentária e Moda
Ao mesmo tempo que estão interligados, por isso seus significados se
confundem, são distintos pela suas especificidades.
● O vestuário é o resultado do processo de transformação da matéria-prima, ou
seja, a roupa.
● A indumentária é o conjunto de hábitos relacionados ao vestuário.
● E a moda é o costume e modo predominante em determinado grupo,
segundo sua maneira de vestir.
vestuário
substantivo masculino
1. conjunto das peças de vestir; roupa, traje.
2. Por metonímia, o conjunto das roupas que compõem o traje e os
complementos e acessórios que o acompanham.
o vestuário é descrito como um conjunto de peças de roupas que vestem um
indivíduo (FERREIRA, 1993, p. 1456)
Indumentária
substantivo feminino
1. arte relacionada com o vestuário.
2. história do vestuário ou de hábitos relacionados com o traje em determinada
época, local, cultura etc.
3. conjunto de vestimentas usadas em determinada época ou por determinado
povo, classe social, profissão etc.
4. o que uma pessoa veste; roupa, indumento, induto, vestimenta.
A indumentária é definida como a arte e a história do vestuário. Sendo ela
determinada pelo uso do vestuário em relação às épocas ou povos, pode igualmente
ser definida como traje, indumento, induto e vestuário (FERREIRA, 1993, p. 760).
A partir dessas definições, observa-se que o significado de “indumentária” é
relacionado com o estudo da história do vestuário e suas mudanças entre as épocas.
moda
substantivo feminino
1. conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir
coletivos.
"moda masculina"
2. o uso de novos tecidos, cores, matérias-primas etc. sugeridos para a
indumentária humana por costureiros e figurinistas de renome.
"a moda outono-inverno"
Georg Simmel, filósofo e sociólogo alemão, em seus escritos do início do século
XX, discute adinâmica social de imitação e de especificação, em que ressalta que
a moda é a imitação de um dado modelo que satisfaz a demanda pela adaptação
social. O autor defende a “moda” como um evento coletivo próprio da sociedade
moderna, diferenciado do pensamento contemporâneo. É importante perceber o
novo conceito que o termo passa a ter com a sociedade capitalista, de consumo e
de classes do século XIX:
Na imitação de um dado modelo, a moda atende a uma necessidade de apoio
social, que leva o indivíduo no caminho seguido por todos, indica um
comportamento geral que reduz todos a um exemplo puro e simples. Dito isto, da
mesma forma que atende a necessidade de distinção, a tendência de
diferenciação, a variedade, a demarcação2 (SIMMEL, 1988, p. 92).
A imitação de um determinado modelo de moda atende a Periódico uma
necessidade de apoio social que leva o indivíduo no caminho seguido por todos,
indicando um comportamento geral que reduz todos a um exemplo puro e
simples. Dito isso, o homem satisfaz a necessidade de tão grande distinção, a
tendência para a diferenciação, a variedade e a demarcação. Assim, Simmel
aponta que o indivíduo é levado pela imposição de um ambiente social, numa
dinâmica de imitação, o que o alivia de sua responsabilidade perante o grupo
O surgimento da moda
● compreender o termo “moda” equivale a entender a dinâmica social de
imitação e de especificação que ocorre desde o século XV. Para
historiadores da moda (BOUCHER, 1996; BAUDOT, 2002; LAVER, 1989), tal
dinâmica social surge durante o Renascimento, embora ressaltassem que a
moda feminina tenha despontado no século XIX.
● Lipovetsky (1989), defende que o aparecimento da moda no vestuário está
relacionado com o desenvolvimento dos centros urbanos no final da Idade
Média, concomitante à diferenciação do traje masculino e feminino
(LIPOVETSKY, 2004, p. 29).
3 Fases
● Primeira Fase - estende-se da Antiguidade ao século XIV – poucas
mudanças e caráter nacional
● Segunda Fase - entre o século XIV e XIX, quando a indumentária se tornou
curta e ajustada e se desenvolveu industrialmente.
● Terceira Fase - iniciada em meados do século XIX e que se estende até
nossos dias, é marcada pelo surgimento do vestuário cada vez menos
pessoal e mais internacional.
Por que Nós Nos Vestimos?
A principal razão para o surgimento das vestimentas foi a própria evolução que
fez os primeiros homens perderem pelos relativamente cedo.
Era Glacial - Condições climáticas - Povos Nômades
Cultura - Surgimento da escrita - Desenvolvimento da Agriculturas
Períodos Históricos
Pré- História
Idade Antiga
Idade Média
Idade Moderna
Idade Contemporânea
Pós-Modernidade
https://www.historiadamoda
.com.br/2020/01/historia-
da-moda-pre-historia.html
“O fato de que, nas regiões de clima mais temperado, os povos caçadores se
enfeitavam mais do que se vestiam leva a ‘buscar as origens desse
comportamento na vontade de se distinguir dos outros membros do grupo, razões
tanto espirituais quanto materiais: desejo de atrair a atenção ou simpatia, de
delimitar faixas etárias, a classificação tribal ou a condição do indivíduo – solteiro,
casado ou viúvo. Relações podem igualmente ser estabelecidas com a
cerimônias religiosas, as manifestações de luto e a guerra”
(François Boucher, História do Vestuário no Ocidente, p. 21.)
EXEMPLOS DE PEÇAS DO VESTUÁRIO DA PRÉ HISTÓRIA ENCONTRADAS
1.Achado arqueológico de um casaco de pele na cidade de Hami, região noroeste da China.
2. Retalho de um tecido pré histórico encontrado nos USA. Pesquisadores afirmam que este retalho pertencia a um manto.
Corpo / Imagem / sentido
O processo de valorização do corpo através dos tempos acompanha, de certa
forma a valorização da imagem de uma época (iconodulia) para outra
(iconosclastia). Uma iconoclastia endêmica aconteceu no Ocidente em sua busca
da verdade, do absoluto sem rosto, diferentemente de outras civilizações do
mundo marcadas pelas imagens e pelo politeísmo de valores (egípicios,
chineses, América pré- colombiana, África negra, Polinésia). O Ocidente, na
busca de um sentido único, procurou anular a ameaça representada pela estética
da imagem, pela valorização do corpo. (Villaça, p.24)
‘Criaturas espirituais com características humanas’
Nesta sequência vemos uma forma humana com um traje cerimonial numa fotografia (à esquerda), sobreposta com uma ilustração (ao centro) e a própria
ilustração. Apesar de esta figura ter mais de um metro e oitenta de altura, não é possível ser contemplada na sua totalidade, mesmo que uma pessoa esteja deitada
no chão da caverna. [FOTOGRAFIA POR STEPHEN ALVAREZ; ILUSTRAÇÃO DE JAN SIMEK]
https://www.natgeo.pt/historia/2022/05/fotogrametria-3d-revela-a-maior-caverna-de-arte-rupestre-da-america-do-norte
Primeiros povos Mesopotâmia
"entre dois rios" – Berço da civilização
● Sumérios
● Babilônios
● Assírios
Primeiras Civilizações
Mesopotâmia Sumérios - entre 5500 e 4000 a.C
O povo sumério foi encontrado por acaso em estudos sobre a babilônia e é considerado a civilização
mais antiga encontrada até agora. Eles não tem sua origem definida, é na verdade um monte de povos
diferentes juntos, mas tem indícios de que eram de origem pastoreira. Viveram entre os anos de 5.000
a.C até mais ou menos 2.000 a.C até serem definitivamente dominados por babilônicos. Mas sua cultura
e conhecimento ainda se estendeu por muitos anos sendo absorvidos por outros povos.
Eles desenvolveram conhecimento e técnicas que permitiram por exemplo, drenar pântanos para a
agricultura, diferentes formas de irrigação, desenvolveram o comércio e estabeleceram manufaturas,
como a tecelagem, o trabalho em couro, metalurgia (moldar metal), alvenaria e cerâmicas.
Desenvolveram a astrologia, definiram o dia dividido em 12 horas cada período (dia e noite). E tem a
primeira escrita registrada, com símbolos que representavam sons da língua falada ao invés de
desenhos. Foram encontrados nas ruínas da babilônia livros e documentos sobre comércio, jurisdições e
administração.
Acredita-se que as miçangas mais antigas da história (conchas perfuradas) estejam em Israel
(aproximadamente 100.000 anos a.C) e Argélia (entre 90.000 e 70.000 anos a.C).
O povo sumério tinha o costume de raspar todos os pelos do corpo, os homens
raspavam a cabeça, peito, perna e pés, deixavam apenas uma barba sobre o queixo.
Essa barba ia crescendo conforme envelhecia, ou seja, ela representava experiência,
conhecimento. Os jovens não podiam ter barbas, apenas os mais velhos e
responsáveis nas famílias. Com o passar dos séculos e as misturas de povos, foram
deixando o cabelo também crescer. Um cabelo crespo e sempre bem arrumado e um
corte mais quadrado. As mulheres tinham cabelos volumosos mas presos até no
máximo a altura dos ombros. Também eliminavam os pelos do corpo. Ambos
eliminavam até mesmo as sobrancelhas, o que deixava seus olhos aparentemente
maiores, elemento presente e constante em suas artes e esculturas.
Egípcios
Os antigos egípcios davam uma importância enorme para vestuário, joias e principalmente
cosméticos. Muitos dos utensílios que utilizavam resistiram ao tempo e chegaram até nós.
Espelhos, pentes e objetos de banho eram alguns dos mais utilizados no cuidado da higiene e da
beleza. Os trajes egípcios foram sendo modificados com o passar dos tempos e com isso foram
ganhando mais detalhes, assim como as joias.
O linho era a principal matéria-prima utilizada no vestuário. De modo geral, os homens se vestiam
com uma saia e as mulheres usavam vestidos longos com alças. Os ricos preferiam trajes mais
sofisticados, com detalhes bordados e muitos acessórios. Apesar de boa parte das pinturas nas
tumbas mostrarem pessoas com vestimenta brancas, as roupas coloridas eram muito apreciadas
entre os egípcios.
← 3 100 a.C. — 30 a.C. →
No Antigo Egipto uma mulher disfrutava dos mesmo direitos que
um homem, os quais dependiam da classe social e não do
sexo. As propriedades passavam pela linha feminina, de mãe
para filha. Uma mulher tinha o direito de gerir a sua própria
propriedade e dispor dos seus bens quando quisesse. Ela podia
comprar e vender, entrar em contratos legais, participar em
testamentos, entrar com uma ação contra a Corte ou até adotar
uma criança e dar-lhe o seu próprio nome. Uma egípcia daquele
tempo era legalmente capaz. Em contraste com a mulher grega,
que vivia com a supervisão de um guarda costas masculino -
kyrios. Algumas mulheres gregas que viveram no Egito, durante
o Período Ptolomaico, ao observarem as egípcias, sentiram-se
encorajadas a terem o mesmo estilo de vida. Resumindo, a
mulher egípcia disfrutava de um status social bem mais elevado
que muitas outras, tanto em sociedades antigas, como em
modernas.
https://www.worldhistory.org/image/572/portrait-of-queen-hatshepsut/ https://www.worldhistory.org/image/586/egyptian-royal-woman/
Civilização Grega - entre 800 e 140 a.C
Os gregos antigos não eram exigentes com suas vestimentas. As roupas que usavam
eram feitas apenas com base na sua funcionalidade, e eram simples. Um único
pedaço de tecido poderia ser estilizado e reestilizado para se adequar a uma ocasião
específica ou a uma moda.
Em busca da constante valorização da beleza corpórea a indumentária grega foi
peculiar e o que mais podemos notar como características são os drapeados muito
elaborados e marcantes,além de correntes dourada, arame, flores artificiais e naturais,
fitas douradas e um lenço dourado. Nesta época um tecido retangular era o suficiente
para se obter uma indumentária sofisticada e nobre. Este tecidos geralmente eram
confeccionadas pelas esposas, filhas ou escravas, em algumas vezes mantendo a cor
original dos fios porém outras passavam por um processo de colorização com tinturas.
O Assassinato de Júlio César por
William Holmes Sullivan, c. 1888,
Roma Antiga - Monarquia (753 – 509 a.C), República (509 – 27 a.C) e Império (27 a.C – 476 d.C).
Os antigos romanos eram um povo formado por comerciantes, militares, conquistadores e
políticos.
A civilização romana é uma mescla de influências de culturas etruscas, gregas e orientais. Se os
gregos se destacaram pela filosofia e os egípcios por sua arquitetura, podemos dizer que os
romanos se sobressaíram por construir um Império que durou mil anos.
Assim, organizaram um sistema de comunicação, de transporte e de leis que pôde ser
reproduzido em todos os cantos do Império Romano. Os romanos souberam se apropriar de
vários aspectos dos povos que conquistavam e romanizá-los.
Vestir-se na Roma Antiga significava muito mais do que simplesmente cobrir o corpo. Além de
revelar qual era o trabalho da pessoa, a roupa mostrava o status social do indivíduo, ou seja,
quão rico ou pobre ele era.
A vestimenta tradicional usada pelos homens romanos era a toga (espécie de manto).
Geralmente feita de lã de cabra e linho, ela costumava ser branca ou bege. Tinha
mangas, formato amplo e era usada trançada sobre o corpo. Os romanos mais nobres
usavam túnicas mais curtas, na altura dos joelhos, e presas a uma espécie de cinto de
couro ou metal. Quando o clima permitia, os nobres ainda vestiam um manto sobre a
toga. As roupas femininas não eram muito diferentes das masculinas. Elas usavam
estolas ao invés de toga. Longas e sem mangas, as estolas eram também usadas
sobre as túnicas, porém eram coloridas e, por vezes, feitas de tecidos brilhosos.
Adornavam com cintos de metal ou cordas cuidadosamente trançadas. As mulheres
romanas eram muito vaidosas e costumavam arrumar os cabelos de forma “cênica”.
As nobres usavam penteados mais elaborados, com tranças e joias, e não
dispensavam o uso de tintas e perucas.
A beleza das Tribos Surma e Mursi, uma cultura em
perigo, no sul da Etiópia
As tribos Surma e Mursi vivem em um estágio muito comparável ao Mesolítico. Estes indígenas do sul da Etiópia, que vivem principalmente do
pastoreio de grandes rebanhos de gado no vale do Omo, também se dedicam à agricultura de cereais, sorgo, milho e sobretudo são coletores de
mel. Calcula-se que restam uns 9.000 indígenas Mursi e uns 45.000 Surma.
Suas pinturas representam desde desenhos abstratos até padrões de cores das flores que formam uma deslumbrante variedade em todo o corpo,
em uma expressão cultural mais elementar para eles que a própria música ou a dança.
Consideram sua imagem como algo abstrato e pintam o corpo duas ou três vezes ao dia, como se mudassem de roupa em uma particular forma de
sedução, de expressar seu estado de ânimo ou seu orgulho. As escarificações e mutilações que se infligem são também sinais de elegância, de
força e de valor.
fascinado pelas tradições destes povos, o fotógrafo Hans Silvester dedicou quase 6 anos para conhecê-los e refletir em seus geniais fotografias os
espetaculares adornos e extraordinárias pinturas que embelezam o corpo dos indígenas com um olhar muito especial e íntimo para uma cultura que
pode estar a ponto de se extinguir.
A obra de Silvester, das quais fazem parte estas fotografias que ilustram o artigo, foram exibidas em numerosas galerias de arte pelo mundo todo.
Suas fotografias já foram objeto de quase 50 livros sendo o mas recente "Natural Fashion: Tribal Decoration from Africa" publicado em 2009.
Natural Fashion Tribal Decoration from Africa Paperback – April 27, 2009 by Hans Silvester
Manto tupinambá do século 16, em
exposição no Museu Real de Arte e
História da Bélgica, em Bruxelas —
Foto: Museu Real de Arte e História
da Bélgica/Divulgação
A antropóloga Nathalie Le Boulet Pavelic, que pesquisa os Tupinambás de
Olivença, destaca que nos museus esses artefatos muitas vezes ainda são
vistos como vestígios do passado, sem relação com um povo que ainda existe.
“Não é porque é um artefato nos museus que não é uma peça do cotidiano dos
povos e que tenha uma importância muito grande para eles em alguma área, ou
religiosa ou do dia a dia. Daí a importância dos museus de trabalharem junto
com os povos indígenas e saber como é que aquilo vive atualmente dentro das
aldeias”
● Cacique Babau vestido com
manto tupinambá na aldeia da
Serra do Padeiro, no sul da Bahia
— Foto: Glicéria Tupinam
O corpo é a mais irrecusável objetivação do gosto de classe, que manifesta de
diversas maneiras. Em primeiro lugar, no que tem de mais natural em aparência,
isto é, nas dimensões (volume, estatura, peso) e nas formas (redondas ou
quadradas, rígidas e flexíveis, retas ou curvas, etc...) de sua conformação visível,
mas que expressa de mil maneiras toda uma relação com o corpo, isto é, toda
uma maneira de tratar o corpo, de cuidá-lo, de nutri-lo, de mantê-lo, que é
reveladora das disposições mais profundas do habitus.
(Bourdieu, 1988:188).
Indicações de filmes e documentários
Rainha Cleópatra’
Suspense, Drama; Direção: Pedro Almodóvar; Roteiro Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar; Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya,
Marisa Paredes
Filme ‘A pele que habito’
Suspense, Drama; Direção: Pedro Almodóvar; Roteiro Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar; Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya,
Marisa Paredes
Filme ‘A garota dinamarquesa’
Drama, Biografia - Direção: Tom Hooper; Roteiro Lucinda Coxon; Elenco: Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Ben Whishaw
Documentário 'O Corpo é Nosso!'
Filme dirigido por Theresa Jessouroun. 2019; Roteiro Theresa Jessouroun, Jorge Duran
Referências
François Boucher.História do Vestuário no Ocidente - Editora: Cosac & Naify. Ano: 2010
Baudelaire, Charles. Poesia e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguialr. 2006
Flaviano Celaschi. O corpo como matéria-prima do projeto. Cadernos de Estudos Avançados em Design: Design
e Cultura, 2066
Nízia Villaça.A Construção do Corpo e as Estratégias da Moda. IARA – Revista de Moda, Cultura e Arte – São
Paulo v.1 n. 2 ago. / dez. 2008.
SILVA, Sérgio. A cor aplicada ao corpo: design, fotografia e cultura. Projética, Londrina, v.9, n.2 supl. p. 255-268,
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Arte Rupestre. A maior caverna de arte rupestre da América do
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rupestre#:~:text=Fotogrametria%203D%20revela%20a%20maior%20caverna%20de%20arte%20rupestre%20da
%20Am%C3%A9rica%20do%20Norte>
Hans Silvester. Natural Fashion Tribal Decoration from Africa Paperback – April 27, 2009 by
<https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=29326>

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Aula 1 - Indumentária -corpo e moda.pptx

  • 1. Estudos Aplicados de Moda - Aula 1 História da Indumentária Corpo: Biológico, Sociológico, Tecnológico Prof. Me. Cláudia Regina Martins – Cacau S.P. 2023.2
  • 2. Tópicos Geradores Momentos históricos Construção do discurso estético do corpo coletivo e do corpo individual Contextos sociais Influências na contemporaneidade Identificar no vestuário, as relações entre corpo e história Corpo como território da cultura
  • 3. É HISTÓRIA DA MODA OU HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA? Existe uma diferença entre os dois termos. Basicamente só é considerado moda quando se inicia uma espécie de produção mais industrializada. A moda como conhecemos hoje, com modelos, estilistas, desfiles e peças criadas pelo estilista, não mais pelos caprichos das madames, começou por volta de 1900 com Worth, também conhecido como o ‘pai da moda’. A partir desse período toda a cadeia e o mercado das roupas sofreu uma reviravolta muito grande, tanto que começamos a contar por décadas, década de 20, 50, 70 e por ai vai. Antes disso tudo que aconteceu é nomeado história da indumentária pois sua forma de desenvolver era diferente.
  • 4. INTRODUÇÃO Vestuário, Indumentária e Moda Ao mesmo tempo que estão interligados, por isso seus significados se confundem, são distintos pela suas especificidades. ● O vestuário é o resultado do processo de transformação da matéria-prima, ou seja, a roupa. ● A indumentária é o conjunto de hábitos relacionados ao vestuário. ● E a moda é o costume e modo predominante em determinado grupo, segundo sua maneira de vestir.
  • 5. vestuário substantivo masculino 1. conjunto das peças de vestir; roupa, traje. 2. Por metonímia, o conjunto das roupas que compõem o traje e os complementos e acessórios que o acompanham. o vestuário é descrito como um conjunto de peças de roupas que vestem um indivíduo (FERREIRA, 1993, p. 1456)
  • 6. Indumentária substantivo feminino 1. arte relacionada com o vestuário. 2. história do vestuário ou de hábitos relacionados com o traje em determinada época, local, cultura etc. 3. conjunto de vestimentas usadas em determinada época ou por determinado povo, classe social, profissão etc. 4. o que uma pessoa veste; roupa, indumento, induto, vestimenta. A indumentária é definida como a arte e a história do vestuário. Sendo ela determinada pelo uso do vestuário em relação às épocas ou povos, pode igualmente ser definida como traje, indumento, induto e vestuário (FERREIRA, 1993, p. 760). A partir dessas definições, observa-se que o significado de “indumentária” é relacionado com o estudo da história do vestuário e suas mudanças entre as épocas.
  • 7. moda substantivo feminino 1. conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos. "moda masculina" 2. o uso de novos tecidos, cores, matérias-primas etc. sugeridos para a indumentária humana por costureiros e figurinistas de renome. "a moda outono-inverno"
  • 8. Georg Simmel, filósofo e sociólogo alemão, em seus escritos do início do século XX, discute adinâmica social de imitação e de especificação, em que ressalta que a moda é a imitação de um dado modelo que satisfaz a demanda pela adaptação social. O autor defende a “moda” como um evento coletivo próprio da sociedade moderna, diferenciado do pensamento contemporâneo. É importante perceber o novo conceito que o termo passa a ter com a sociedade capitalista, de consumo e de classes do século XIX: Na imitação de um dado modelo, a moda atende a uma necessidade de apoio social, que leva o indivíduo no caminho seguido por todos, indica um comportamento geral que reduz todos a um exemplo puro e simples. Dito isto, da mesma forma que atende a necessidade de distinção, a tendência de diferenciação, a variedade, a demarcação2 (SIMMEL, 1988, p. 92).
  • 9. A imitação de um determinado modelo de moda atende a Periódico uma necessidade de apoio social que leva o indivíduo no caminho seguido por todos, indicando um comportamento geral que reduz todos a um exemplo puro e simples. Dito isso, o homem satisfaz a necessidade de tão grande distinção, a tendência para a diferenciação, a variedade e a demarcação. Assim, Simmel aponta que o indivíduo é levado pela imposição de um ambiente social, numa dinâmica de imitação, o que o alivia de sua responsabilidade perante o grupo
  • 10. O surgimento da moda ● compreender o termo “moda” equivale a entender a dinâmica social de imitação e de especificação que ocorre desde o século XV. Para historiadores da moda (BOUCHER, 1996; BAUDOT, 2002; LAVER, 1989), tal dinâmica social surge durante o Renascimento, embora ressaltassem que a moda feminina tenha despontado no século XIX. ● Lipovetsky (1989), defende que o aparecimento da moda no vestuário está relacionado com o desenvolvimento dos centros urbanos no final da Idade Média, concomitante à diferenciação do traje masculino e feminino (LIPOVETSKY, 2004, p. 29).
  • 11. 3 Fases ● Primeira Fase - estende-se da Antiguidade ao século XIV – poucas mudanças e caráter nacional ● Segunda Fase - entre o século XIV e XIX, quando a indumentária se tornou curta e ajustada e se desenvolveu industrialmente. ● Terceira Fase - iniciada em meados do século XIX e que se estende até nossos dias, é marcada pelo surgimento do vestuário cada vez menos pessoal e mais internacional.
  • 12. Por que Nós Nos Vestimos?
  • 13. A principal razão para o surgimento das vestimentas foi a própria evolução que fez os primeiros homens perderem pelos relativamente cedo.
  • 14. Era Glacial - Condições climáticas - Povos Nômades Cultura - Surgimento da escrita - Desenvolvimento da Agriculturas
  • 15. Períodos Históricos Pré- História Idade Antiga Idade Média Idade Moderna Idade Contemporânea Pós-Modernidade
  • 17. “O fato de que, nas regiões de clima mais temperado, os povos caçadores se enfeitavam mais do que se vestiam leva a ‘buscar as origens desse comportamento na vontade de se distinguir dos outros membros do grupo, razões tanto espirituais quanto materiais: desejo de atrair a atenção ou simpatia, de delimitar faixas etárias, a classificação tribal ou a condição do indivíduo – solteiro, casado ou viúvo. Relações podem igualmente ser estabelecidas com a cerimônias religiosas, as manifestações de luto e a guerra” (François Boucher, História do Vestuário no Ocidente, p. 21.)
  • 18. EXEMPLOS DE PEÇAS DO VESTUÁRIO DA PRÉ HISTÓRIA ENCONTRADAS 1.Achado arqueológico de um casaco de pele na cidade de Hami, região noroeste da China. 2. Retalho de um tecido pré histórico encontrado nos USA. Pesquisadores afirmam que este retalho pertencia a um manto.
  • 19. Corpo / Imagem / sentido O processo de valorização do corpo através dos tempos acompanha, de certa forma a valorização da imagem de uma época (iconodulia) para outra (iconosclastia). Uma iconoclastia endêmica aconteceu no Ocidente em sua busca da verdade, do absoluto sem rosto, diferentemente de outras civilizações do mundo marcadas pelas imagens e pelo politeísmo de valores (egípicios, chineses, América pré- colombiana, África negra, Polinésia). O Ocidente, na busca de um sentido único, procurou anular a ameaça representada pela estética da imagem, pela valorização do corpo. (Villaça, p.24)
  • 20. ‘Criaturas espirituais com características humanas’ Nesta sequência vemos uma forma humana com um traje cerimonial numa fotografia (à esquerda), sobreposta com uma ilustração (ao centro) e a própria ilustração. Apesar de esta figura ter mais de um metro e oitenta de altura, não é possível ser contemplada na sua totalidade, mesmo que uma pessoa esteja deitada no chão da caverna. [FOTOGRAFIA POR STEPHEN ALVAREZ; ILUSTRAÇÃO DE JAN SIMEK] https://www.natgeo.pt/historia/2022/05/fotogrametria-3d-revela-a-maior-caverna-de-arte-rupestre-da-america-do-norte
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  • 22. Primeiros povos Mesopotâmia "entre dois rios" – Berço da civilização ● Sumérios ● Babilônios ● Assírios
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  • 24. Primeiras Civilizações Mesopotâmia Sumérios - entre 5500 e 4000 a.C O povo sumério foi encontrado por acaso em estudos sobre a babilônia e é considerado a civilização mais antiga encontrada até agora. Eles não tem sua origem definida, é na verdade um monte de povos diferentes juntos, mas tem indícios de que eram de origem pastoreira. Viveram entre os anos de 5.000 a.C até mais ou menos 2.000 a.C até serem definitivamente dominados por babilônicos. Mas sua cultura e conhecimento ainda se estendeu por muitos anos sendo absorvidos por outros povos. Eles desenvolveram conhecimento e técnicas que permitiram por exemplo, drenar pântanos para a agricultura, diferentes formas de irrigação, desenvolveram o comércio e estabeleceram manufaturas, como a tecelagem, o trabalho em couro, metalurgia (moldar metal), alvenaria e cerâmicas. Desenvolveram a astrologia, definiram o dia dividido em 12 horas cada período (dia e noite). E tem a primeira escrita registrada, com símbolos que representavam sons da língua falada ao invés de desenhos. Foram encontrados nas ruínas da babilônia livros e documentos sobre comércio, jurisdições e administração.
  • 25. Acredita-se que as miçangas mais antigas da história (conchas perfuradas) estejam em Israel (aproximadamente 100.000 anos a.C) e Argélia (entre 90.000 e 70.000 anos a.C).
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  • 27. O povo sumério tinha o costume de raspar todos os pelos do corpo, os homens raspavam a cabeça, peito, perna e pés, deixavam apenas uma barba sobre o queixo. Essa barba ia crescendo conforme envelhecia, ou seja, ela representava experiência, conhecimento. Os jovens não podiam ter barbas, apenas os mais velhos e responsáveis nas famílias. Com o passar dos séculos e as misturas de povos, foram deixando o cabelo também crescer. Um cabelo crespo e sempre bem arrumado e um corte mais quadrado. As mulheres tinham cabelos volumosos mas presos até no máximo a altura dos ombros. Também eliminavam os pelos do corpo. Ambos eliminavam até mesmo as sobrancelhas, o que deixava seus olhos aparentemente maiores, elemento presente e constante em suas artes e esculturas.
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  • 30. Egípcios Os antigos egípcios davam uma importância enorme para vestuário, joias e principalmente cosméticos. Muitos dos utensílios que utilizavam resistiram ao tempo e chegaram até nós. Espelhos, pentes e objetos de banho eram alguns dos mais utilizados no cuidado da higiene e da beleza. Os trajes egípcios foram sendo modificados com o passar dos tempos e com isso foram ganhando mais detalhes, assim como as joias. O linho era a principal matéria-prima utilizada no vestuário. De modo geral, os homens se vestiam com uma saia e as mulheres usavam vestidos longos com alças. Os ricos preferiam trajes mais sofisticados, com detalhes bordados e muitos acessórios. Apesar de boa parte das pinturas nas tumbas mostrarem pessoas com vestimenta brancas, as roupas coloridas eram muito apreciadas entre os egípcios. ← 3 100 a.C. — 30 a.C. →
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  • 35. No Antigo Egipto uma mulher disfrutava dos mesmo direitos que um homem, os quais dependiam da classe social e não do sexo. As propriedades passavam pela linha feminina, de mãe para filha. Uma mulher tinha o direito de gerir a sua própria propriedade e dispor dos seus bens quando quisesse. Ela podia comprar e vender, entrar em contratos legais, participar em testamentos, entrar com uma ação contra a Corte ou até adotar uma criança e dar-lhe o seu próprio nome. Uma egípcia daquele tempo era legalmente capaz. Em contraste com a mulher grega, que vivia com a supervisão de um guarda costas masculino - kyrios. Algumas mulheres gregas que viveram no Egito, durante o Período Ptolomaico, ao observarem as egípcias, sentiram-se encorajadas a terem o mesmo estilo de vida. Resumindo, a mulher egípcia disfrutava de um status social bem mais elevado que muitas outras, tanto em sociedades antigas, como em modernas.
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  • 39. Civilização Grega - entre 800 e 140 a.C Os gregos antigos não eram exigentes com suas vestimentas. As roupas que usavam eram feitas apenas com base na sua funcionalidade, e eram simples. Um único pedaço de tecido poderia ser estilizado e reestilizado para se adequar a uma ocasião específica ou a uma moda. Em busca da constante valorização da beleza corpórea a indumentária grega foi peculiar e o que mais podemos notar como características são os drapeados muito elaborados e marcantes,além de correntes dourada, arame, flores artificiais e naturais, fitas douradas e um lenço dourado. Nesta época um tecido retangular era o suficiente para se obter uma indumentária sofisticada e nobre. Este tecidos geralmente eram confeccionadas pelas esposas, filhas ou escravas, em algumas vezes mantendo a cor original dos fios porém outras passavam por um processo de colorização com tinturas.
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  • 42. O Assassinato de Júlio César por William Holmes Sullivan, c. 1888,
  • 43. Roma Antiga - Monarquia (753 – 509 a.C), República (509 – 27 a.C) e Império (27 a.C – 476 d.C). Os antigos romanos eram um povo formado por comerciantes, militares, conquistadores e políticos. A civilização romana é uma mescla de influências de culturas etruscas, gregas e orientais. Se os gregos se destacaram pela filosofia e os egípcios por sua arquitetura, podemos dizer que os romanos se sobressaíram por construir um Império que durou mil anos. Assim, organizaram um sistema de comunicação, de transporte e de leis que pôde ser reproduzido em todos os cantos do Império Romano. Os romanos souberam se apropriar de vários aspectos dos povos que conquistavam e romanizá-los. Vestir-se na Roma Antiga significava muito mais do que simplesmente cobrir o corpo. Além de revelar qual era o trabalho da pessoa, a roupa mostrava o status social do indivíduo, ou seja, quão rico ou pobre ele era.
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  • 45. A vestimenta tradicional usada pelos homens romanos era a toga (espécie de manto). Geralmente feita de lã de cabra e linho, ela costumava ser branca ou bege. Tinha mangas, formato amplo e era usada trançada sobre o corpo. Os romanos mais nobres usavam túnicas mais curtas, na altura dos joelhos, e presas a uma espécie de cinto de couro ou metal. Quando o clima permitia, os nobres ainda vestiam um manto sobre a toga. As roupas femininas não eram muito diferentes das masculinas. Elas usavam estolas ao invés de toga. Longas e sem mangas, as estolas eram também usadas sobre as túnicas, porém eram coloridas e, por vezes, feitas de tecidos brilhosos. Adornavam com cintos de metal ou cordas cuidadosamente trançadas. As mulheres romanas eram muito vaidosas e costumavam arrumar os cabelos de forma “cênica”. As nobres usavam penteados mais elaborados, com tranças e joias, e não dispensavam o uso de tintas e perucas.
  • 46. A beleza das Tribos Surma e Mursi, uma cultura em perigo, no sul da Etiópia As tribos Surma e Mursi vivem em um estágio muito comparável ao Mesolítico. Estes indígenas do sul da Etiópia, que vivem principalmente do pastoreio de grandes rebanhos de gado no vale do Omo, também se dedicam à agricultura de cereais, sorgo, milho e sobretudo são coletores de mel. Calcula-se que restam uns 9.000 indígenas Mursi e uns 45.000 Surma. Suas pinturas representam desde desenhos abstratos até padrões de cores das flores que formam uma deslumbrante variedade em todo o corpo, em uma expressão cultural mais elementar para eles que a própria música ou a dança. Consideram sua imagem como algo abstrato e pintam o corpo duas ou três vezes ao dia, como se mudassem de roupa em uma particular forma de sedução, de expressar seu estado de ânimo ou seu orgulho. As escarificações e mutilações que se infligem são também sinais de elegância, de força e de valor. fascinado pelas tradições destes povos, o fotógrafo Hans Silvester dedicou quase 6 anos para conhecê-los e refletir em seus geniais fotografias os espetaculares adornos e extraordinárias pinturas que embelezam o corpo dos indígenas com um olhar muito especial e íntimo para uma cultura que pode estar a ponto de se extinguir. A obra de Silvester, das quais fazem parte estas fotografias que ilustram o artigo, foram exibidas em numerosas galerias de arte pelo mundo todo. Suas fotografias já foram objeto de quase 50 livros sendo o mas recente "Natural Fashion: Tribal Decoration from Africa" publicado em 2009. Natural Fashion Tribal Decoration from Africa Paperback – April 27, 2009 by Hans Silvester
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  • 48. Manto tupinambá do século 16, em exposição no Museu Real de Arte e História da Bélgica, em Bruxelas — Foto: Museu Real de Arte e História da Bélgica/Divulgação
  • 49. A antropóloga Nathalie Le Boulet Pavelic, que pesquisa os Tupinambás de Olivença, destaca que nos museus esses artefatos muitas vezes ainda são vistos como vestígios do passado, sem relação com um povo que ainda existe. “Não é porque é um artefato nos museus que não é uma peça do cotidiano dos povos e que tenha uma importância muito grande para eles em alguma área, ou religiosa ou do dia a dia. Daí a importância dos museus de trabalharem junto com os povos indígenas e saber como é que aquilo vive atualmente dentro das aldeias”
  • 50. ● Cacique Babau vestido com manto tupinambá na aldeia da Serra do Padeiro, no sul da Bahia — Foto: Glicéria Tupinam
  • 51. O corpo é a mais irrecusável objetivação do gosto de classe, que manifesta de diversas maneiras. Em primeiro lugar, no que tem de mais natural em aparência, isto é, nas dimensões (volume, estatura, peso) e nas formas (redondas ou quadradas, rígidas e flexíveis, retas ou curvas, etc...) de sua conformação visível, mas que expressa de mil maneiras toda uma relação com o corpo, isto é, toda uma maneira de tratar o corpo, de cuidá-lo, de nutri-lo, de mantê-lo, que é reveladora das disposições mais profundas do habitus. (Bourdieu, 1988:188).
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  • 55. Indicações de filmes e documentários Rainha Cleópatra’ Suspense, Drama; Direção: Pedro Almodóvar; Roteiro Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar; Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes Filme ‘A pele que habito’ Suspense, Drama; Direção: Pedro Almodóvar; Roteiro Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar; Elenco: Antonio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes Filme ‘A garota dinamarquesa’ Drama, Biografia - Direção: Tom Hooper; Roteiro Lucinda Coxon; Elenco: Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Ben Whishaw Documentário 'O Corpo é Nosso!' Filme dirigido por Theresa Jessouroun. 2019; Roteiro Theresa Jessouroun, Jorge Duran
  • 56. Referências François Boucher.História do Vestuário no Ocidente - Editora: Cosac & Naify. Ano: 2010 Baudelaire, Charles. Poesia e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguialr. 2006 Flaviano Celaschi. O corpo como matéria-prima do projeto. Cadernos de Estudos Avançados em Design: Design e Cultura, 2066 Nízia Villaça.A Construção do Corpo e as Estratégias da Moda. IARA – Revista de Moda, Cultura e Arte – São Paulo v.1 n. 2 ago. / dez. 2008. SILVA, Sérgio. A cor aplicada ao corpo: design, fotografia e cultura. Projética, Londrina, v.9, n.2 supl. p. 255-268, nov. 2018 Arte Rupestre. A maior caverna de arte rupestre da América do Norte<https://www.natgeo.pt/assunto/temas/historia/arqueologia/arte- rupestre#:~:text=Fotogrametria%203D%20revela%20a%20maior%20caverna%20de%20arte%20rupestre%20da %20Am%C3%A9rica%20do%20Norte> Hans Silvester. Natural Fashion Tribal Decoration from Africa Paperback – April 27, 2009 by <https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=29326>