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AULA 02
O PRÉ-URBANISMO:
Da Cidade Industrial ao Higienismo
E N G E N H A R I A C I V I L
PLANEJAMENTO URBANO E TERRITORIAL
Ministrada por Leidian Torres
Adaptada do prof. Luiz Alessandro Queiroz
ANTES DA REV. INDUSTRIAL
ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A economia
mercantil supera a
de subsistência;
As cidades crescem
e surge a aliança
patriciado + igreja;
Surgem os reinos e
a terra torna-se
mercadoria;
A cidade se divide
em classes.
O mercantilismo foi o conjunto de práticas
econômicas adotado pelas nações europeias
entre o século XV e o século XVIII.
Essas práticas econômicas são consideradas
pelos historiadores como o estágio de transição
do modo de produção feudal para o modo de
produção capitalista
Patrícios: Classe urbana governante na Roma
Antiga...
O feudo eram as terras concedidas
de um suserano a um vassalo em
troca de fidelidade e auxílio
militar.
Os feudos e as
cidades eram
autônomos;
A produção era
controlada pelas
corporações;
Os camponeses
começam a ser
atraídos pelas
cidades;
ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
No modo de produção feudal a terra era um bem comum para a produção camponesa. A
partir do momento em que se processa a transição para o modo de produção capitalista, a
terra passou a ser encarada como um bem de produção. O senhor feudal deixava, assim, de
ser o detentor da posse de terras para se tornar o seu proprietário.
Séc. XVI - Leis de Cercamentos (Enclosure Acts)
Crescente ação de privatização de
terras que eram de uso comum dos
camponeses, através do cercamento
desses locais realizado por poderosos
senhores locais.
CAUSAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
AUMENTO DOS
RENDIMENTOS
AGRÍCOLAS;
DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL
DOS LUCROS;
BAIXAS TAXAS DE JUROS;
CRESCENTE OFERTA DA
MÃO DE OBRA;
NUMEROSAS INVENÇÕES
TÉCNICAS;
PRESENÇA DE
EMPRESÁRIOS CAPAZES;
ESTADO MENOS
INTERVENTOR
(liberalismo);
Os camponeses passavam a ser, dessa forma,
assalariados nas cidades, contribuindo para
a formação da classe operária na Grã-Bretanha.
As fábricas eram incapazes de utilizar toda a força de
trabalho que se concentrava nas cidades, gerando
uma imensa massa de pessoas que ficavam
desempregadas, o chamado exército industrial de
reserva.
O Liberalismo Econômico é o modelo de economia
entre nações que permite as trocas e transações
entre empresas dos mais diversos países do mundo.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Conjunto de processos sociais, políticos e,
principalmente, econômicos que ocorreram
entre 1750 e 1830, transformando os
modos de produção e apropriação.
CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
QUEDA DA TAXA DE
MORTALIDADE;
AUMENTO DA
POPULAÇÃO;
INDUSTRIALIZAÇÃO;
AUMENTO DA
PRODUÇÃO;
No período entre os anos de 1500 e 1780,
apenas na Inglaterra, houve um aumento
populacional de cerca de 3 milhões de
habitantes para 8 milhões..
• https://www.youtube.com/watch?v=aVQ_1sr
dzK4 => 0:23
• https://www.youtube.com/watch?v=Y1S7_OD
9Viw
FATORES NEGATIVOS PARA A CIDADE:
 Falta de coordenação entre progresso científico e técnico;
 Falta de organização geral da sociedade;
 Falta de providências administrativas para controlar as
consequências das mudanças econômicas.
As raízes do planejamento urbano remontam ao trabalho
dos primeiros urbanistas, que se insurgiram contra as
conseqüências advindas da intensa urbanização causada
pela Revolução Industrial (HALL, 2002, CHOAY, 2003).
Essas cidades acabaram sendo tomadas pelas edificações,
gerando um ambiente urbano insalubre, sem condições
mínimas de infra-estrutura que pudesse dar conta da
densidade instalada. Assim as ruas eram estreitas e mal-
cheirosas, e o esgoto ficava a céu aberto.
Esse período é chamado por alguns autores de “liberal”,
uma vez que, na época, não existiam regulações que
orientassem a ocupação urbana, deixando para o
mercado essa tarefa. Entretanto, como ficou claro, o
mercado não era capaz de prover qualidade urbana, uma
vez que seu objetivo principal é a obtenção de lucro.
Sendo assim, espaços abertos, por exemplo, que não
traziam lucros imediatos, foram negligenciados.
Descrição da população...
Cidade de Londres (capital da Inglaterra) chega a
1 milhão de habitantes no final do Século XVIII....
Os recém-chegados são operários da indústria, suas
habitações/remunerações e condição de trabalho
dependem unicamente da livre iniciativa e estão
nivelados com a sobrevivência.
Os locais de concentração das indústrias
tornam-se centros de novos aglomerados
humanos, ao lado das cidades existentes,
provocando um grande aumento da
população.
Descrição das moradias...
Os trabalhadores das minas ficam embaixo da terra por doze horas
e todos esses trabalhadores retornam para suas casas de dois
cômodos, sem esgotos ou fossa. É evidente que chegam muito sujos
e merecem um banho, que é tomado na sala na presença de todos.
As ruas são insalubres, intransitáveis no inverno, além de receber os
dejetos retirados por utensílios do quarto de dormir. Já “as crianças
são colocadas sobre cadeiras sem fundo, nas ruas, para as mesmas
necessidades” (MARIANI, 1986, p. 35-6)
“Poucos dos que lêem estas páginas sequer concebem o que
são estes pestilentos viveiros humanos, onde dezenas de
milhares de pessoas se amontoam em meio a horrores que
nos trazem à mente o que ouvimos sobre a travessia do
Atlântico por um navio negreiro.
Para chegarmos até ela é
preciso entrar por pátios
que exalam gases fétidos,
vindo das poças de esgoto
e dejetos espalhados por
toda parte e que amiúde
escorrem sobre os nossos
pés: pátios, muitos deles,
onde o sol jamais
penetra, alguns sequer
visitados por um sopro de
ar fresco, e que
raramente conhecem as
virtudes de uma gota
d’água purificante.
É preciso subir por escadas apodrecidas, que ameaçam ceder a
cada degrau e, em alguns casos, já ruíram de todo, com buracos que
põe em risco os membros e a vida do incauto. Acha-se o caminho às
apalpadelas, ao longo de passagens escuras e imundas,
fervilhantes de vermes. E então, forem rechaçados pelo fedor
intolerável, poderão os senhores penetrar nos pardieiros onde
esses milhares de seres, que pertencem, como nós, a raça pelo qual
Cristo morreu, vivem amontoados como reses.” (MEARS, 1183, p. 4)
Descrição da cidade...
Em muitas cidades as áreas construíveis caem sobre o
controle exclusivo de especulação privada, e as
exigências especulativas impõem sua lei a cidade.
A situação era grave. Se a distância podia-se avistar
apenas as grandes chaminés, de perto era possível ver a
miséria, a imundície da cidade e conhecer a
especulação imobiliária, pois mesmo precários, os
cortiços eram de propriedade de poucos, que cobravam
exorbitantes aluguéis, tornando o assalariado
duplamente dependente do capitalista, seja através do
trabalho na fábrica e do pagamento do aluguel de suas
casas, o que tornava a vida mais miserável.
ARMAZENAMENTO
DOS VAGOES
PATIO
FECHADO
CASA COM LOJA
PASSAGEM
SUBTERRÂNEA
TABERNA
A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal
aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou
pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
Motivos para as alterações
urbanísticas...
As reformas foram de ordem urbanística, arquitetônica,
jurídica e social, todas visando o controle sobre os pobres e
os marginais, no fundo, não havia grande diferença entre
ambos. Para os franceses, por exemplo, “praticamente
inexiste diferença entre homem trabalhador, pobre e
criminoso.” (BRESCIANI, 2004, p. 51-2).
FORTE DENSIDADE;
CRESCIMENTO EM ANÉIS CONCÊNTRICOS;
FALTA DE ESPAÇOS LIVRES.
PRINCIPAIS MUDANÇAS
Na técnica das construções
SURGEM NOVOS MATERIAIS: FERRO,
VIDRO E MAIS TARDE O CONCRETO;
OS MATERIAIS PASSAM A SER
USADOS DE MANEIRA MAIS
RACIONAL;
TORNA-SE POSSÍVEL MEDIR A
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS;
AS ESCOLAS FORNECEM UM
GRANDE NÚMERO DE
PROFISSIONAIS;
A IMPRENSA PERMITE A DIFUSÃO
DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS.
DESENVOLVE-SE O
NEOCLASSICISMO
(ARQUEOLOGIA - exagero
da imitação da vida grega
da antiguidade);
O GOSTO CLÁSSICO PASSA
A SER ASSOCIADO À
PRÁTICA DE CONSTRUIR;
OS ENGENHEIROS FAZEM
PROGREDIR A TÉCNICA E
PREPARAM O TERRENO
PARA O MODERNISMO;
O Neoclassicismo foi um grande movimento
artístico e cultural, que surgiu na Europa no
início do século XVIII. Ele inovou aspectos na
literatura, arquitetura, pintura e escultura,
promovendo uma grande valorização das
tradições greco-romanas.
https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquiteturaneoclassica/#:~:text=Arquitetura%20neocl%C3%A1ssica%20%C3%A9%20um%20estilo,front%C3%B5es%2C%20arcos%20roma
nos%20e%20bala%C3%BAstres.&text=A%20arquitetura%20neocl%C3%A1ssica%20trouxe%20muitas,Brasil%2C%20at%C3%A9%20mesmo%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o.
Características da arquitetura neoclássica:
• uso da proporção e simetria
• plantas retangulares, geométricas, simétricas
• uso das 3 principais ordens de arquitetura da antiguidade (Coríntia,
Dórica e Jônica)
• materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras)
• processos técnicos avançados
• sistemas construtivos simples
• linhas ortogonais
• volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos murais lisos
• uso de abóbada de berço ou de aresta
• uso de cúpulas
• frontões triangulares
No mercado de terras
OS TERRENOS ADQUIREM VALOR ECONÔMICO
INDEPENDENTE DAS EDIFICAÇÕES;
O ESTADO ALIENA (transfere) SEUS DOMÍNIOS E O SOLO
PASSA ÀS MÃOS DOS PARTICULARES;
A TRANSFORMAÇÃO DO VALOR DOS TERRENOS PASSA A
SER IMPORTANTE;
“As primeiras reflexões
sobre o urbanismo surgem
na segunda metade do
século XIX. Elas são
provocadas pela
constatação de que a
industrialização amontoa
as massas populares nos
bairros sórdidos onde as
condições de vida são
pavorosas. (…)
Cientistas e políticos
começam a ter consciência
da amplidão do problema
da cidade e a procurar
soluções globais.
Origens do urbanismo
PRÉ-
URBANISMO
HIGIENISMO
UTOPIAS
SOCIALISTAS
PROGRESSISTAS
CULTURALISTAS
URBANISMO
PROGRESSISTA
CULTURALISTA
NATURALISTA
Correntes do Início
do século 19 até
início do século 20
Crescimento da
urbanização a partir da
sociedade industrial
Choay
Choay
Tentativas de solução a partir da observação
e reflexão sobre os problemas surgidos com
a cidade industrial (liberal):
PRÉ-URBANISMO
UTOPIAS SOCIALISTAS HIGIENISMO
Progressistas
Culturalistas
A observação e reflexão sobre tais
problemas conduz a várias tentativas de
solução que podem ser agrupados sob o
título de PRÉ-URBANISMO
HIGIENISMO
aborda os problemas da urbanística
moderna partindo de um modelo
ideológico global, que é apresentado em
alternativa à cidade existente e que se
procura realizar experimentalmente longe
desta
UTOPIAS SOCIALISTAS
parte das exigências técnicas
individuais, ligadas ao desenvolvimento
da cidade industrial, e procura corrigir
os seus defeitos isolados
UTOPIAS
UTOPIA
Termo inventado por Thomas Morus para nomear um
lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.
Deriva de radicais gregos – U + TOPOS - e significa um
não-lugar ou um lugar que não existe.
UTOPIAS SOCIALISTAS
Conjunto de propostas
hipotéticas do século XIX,
feitas por generalistas, na
maioria de cunho político-
econômico e/ou sociocultural,
mas que se caracterizavam
como uma amostra de
indignação diante das
condições em que vivia o
proletariado.
UTOPIAS
SÉCULO XIX
U + TOPOS - NÃO LUGAR
PROPOSTAS HIPOTÉTICAS
FEITAS POR GENERALISTAS
CUNHO POLÍTICO-ECONÔMICO
PROGRESSISTAS x CULTURALISTA
CLASSIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS
AUTORITÁRIAS
UTOPIAS PROGRESSISTAS
Prega um esquecimento da cidade até a Rev. Ind. e propõe um
novo espaço urbano baseado nas necessidades da nova
sociedade industrial e nas novas funções urbanas, bem como na
higienização das cidades, nas novas tecnologias e no transporte
intra-urbano.
CARACTERÍSTICAS
• Higiene
• Espaços abertos (verde, luz, água)
• Recusa de heranças passadas
• Cidade-campo / Localização fragmentada
• Espaço traçado conforme análise das funções humanas
• Classificação rigorosa dos espaços
• Impressão visual (lógica e beleza coincidem)
• Alojamento padrão
• Caráter autoritário
• Poucas realizações concretas
UTOPIAS PROGRESSISTAS
New Harmony
Robert Owen (1771-1858) foi um empresário galês que elaborou um
sistema baseado na cooperação mútua e na autogestão de bens, em Uma
nova visão da sociedade (1813), que defendia a ideia de se reconstruir o
ambiente urbano a serviço do homem, antes de se pensar em qualquer
vantagem econômica ou política.
Robert Owen
Owen imaginou um modelo de convivência de 300 a 2.000 pessoas, em
que moradias comunais seriam agrupadas ao redor de um grande espaço
aberto e ajardinado. Ao lado, ficariam a fábrica e as oficinas; e, além de
uma estrada, um cinturão agrícola circundaria todo o conjunto. Em 1824,
fundou a colônia de NEW HARMONY, em Indiana EUA.
... Propõe dispor de um grupo de 1.200 pessoas num terreno
agrícola de mais ou menos 500 hectares. As habitações formarão
um quadrado; três lados são destinados às casas individuais para
os casais e os filhos com menos de três anos; o quarto lado para
os dormitórios dos moços, a enfermaria, o albergue para os
visitantes. No espaço central estão previstos os edifícios públicos:
a cozinha com o restaurante comum, as escolas, a biblioteca...
Faltam os
tribunais e as
prisões, porque a
nova sociedade
não terá
necessidade deles.
Ao longo do perímetro externo, os
jardins das casas e um anel de ruas;
mais além, os estabelecimentos
industriais, os armazéns, a lavanderia,
a cervejaria, o moinho, o matadouro, os
estábulos e os edifícios rurais.
Charles Fourier (1772-1837)
comerciante francês que, em O novo mundo industrial e societário (1829),
desenvolveu a cidade ideal LA FALANGE, que deveria ser implantada em anéis
concêntricos, partindo de um núcleo comercial e administrativo, circundado pela
área industrial e esta, por sua vez, pelo setor agrícola.
O Falanstério
Charles Fourier
A Cidade
Três anéis
concêntricos :
• 1º Cidade
central –
comercial e
adm.;
• 2º Os arrabaldes
e as grandes
fábricas;
• 3º As avenidas e
o subúrbio;
Regras urbanísticas da Cidade
• Os anéis serão separados por paliçadas, relvas e/ou plantações que
não cubram a visão.
• Toda a cidade deve ter em suas dependências, tanto terreno vazio
quanto a superfície construída. Esse espaço será duplo no segundo
anel e triplo no terceiro.
• O espaço de isolamento (recuo) deve ser no mínimo a metade da
fachada diante da qual se localiza (recuo >= hfachada/2);
• A limitação da altura é dada em relação a largura da rua.
• As ruas serão voltadas para paisagens campestres ou monumentos
arquitetônicos.
• Algumas ruas serão uniformes, abolindo o monótono tabuleiro de
xadrez.
• As praças devem ocupar 1/8 da superfície e metade das ruas serão
arborizadas.
Prevista para 1.600 pessoas, sua comunidade pode ser
definida como um modelo de habitação coletiva – o
PHALANSTÈRE ou “palácio social” –, junto a oficinas
modelo e construções rurais-tipo, que funcionaria
segundo um sistema filosófico-político que previa um
estado de harmonia universal, alcançado pela
satisfação de paixões naturais.
Pátio Externo A
Falanstério:
Pátio interno B
Jardins internos C/D
Entrada principal E
Edifícios Acessórios:
Teatro F
Igreja G
Oficinas e Galpões H/I/J/K
Jean-Baptiste André Godin (1817-88) foi um fabricante de fogões e aquecedores,
que em 1859 implantou em Guise, França, uma oficina metalúrgica que,
diversamente da vida comunitária e caráter agrícola do modelo de Fourier, optou
pelo resgate da vida familiar e serviços que facilitassem a convivência social,
priorizando a indústria.
O Familistério
A Edifícios do Familistério
B Creche
C Conjunto de Escola e Teatro
D Edifícios acessórios
(Bar, Jogos, Oficinas, Matadouro, Chiqueiro,
Galinheiro, Estrebaria, etc.)
E Piscina e Banheiros públicos
F Oficina de Gás
FAMILISTÉRIO DE GUISE
A luminosidade, a circulação do ar e o
acesso a água potável eram garantidos
pela arquitetura própria dos edifícios.
Reconstituição do
interior de um
apartamento do
Familistério
Icária (Etiénne Cabet)
Etienne Cabet (1788-1856) lançou em 1842 Viagem à Icaria, onde
apresentava uma cidade utópica formada por uma retícula de ruas
amplas e quarteirões com 15 casas iguais, rodeada por dois anéis
concêntricos de boulevares. Acreditando na propriedade e divisão
comunal de bens, Cabet mudou-se para os EUA, em 1848,
fundando uma colônia em NAUVOO, Illinois, com 500 imigrantes.
Houve brigas e desavenças, mas a colônia resistiu até 1855.
Etiénne Cabet
Hygéia (Benjamim Richardson)
Benjamim Richardson
propunha uma cidade
que tenha o coeficiente
mais baixo possível de
mortalidade.
A casa individual deverá
ter um teto-terraço
destinado à helioterapia
e uma cozinha-
laboratório no andar de
cima .
Baseia-se no contexto histórico social da cidade pré-industrial,
isto é, olha para o passado e busca a caracterização dos
espaços urbanos segundo valores históricos e unidade
territorial, social e espacial
CARACTERÍSTICAS
• Nostalgia
• Cidade Orgânica c/ limites
precisos
• Ausência de protótipos
• Destaque para os prédios
comunitários
• Prevalece a irregularidade e a
assimetria
• Fórmulas democráticas
• Antiindustrialismo
UTOPIA CULTURALISTA
O reto e plano era
moderno e desprezado por
Sitte, assim como as
formas livres da época
medieval eram enaltecidas
e apreciadas, assim ele
passa a fazer um
planejamento espacial livre
e pitoresco na tentativa de
humanizar o urbano.
A praça surge como uma
forma de restituir a
qualidade de vida nas
cidades modernas dando
ao cidadão uma área livre,
mas que permitisse que ele
aproveitasse realmente o
espaço.
Origens do urbanismo
PRÉ-
URBANISMO
HIGIENISMO
UTOPIAS
SOCIALISTAS
PROGRESSISTAS
CULTURALISTAS
URBANISMO
PROGRESSISTA
CULTURALISTA
NATURALISTA
Correntes do Início
do século 19 até
início do século 20
Crescimento da
urbanização a partir da
sociedade industrial
HIGIENISMO
Parte das exigências técnicas individuais ligadas ao
desenvolvimento da cidade industrial, e procura corrigir os
seus defeitos isolados.
HIGIENISMO
SÉCULO XIX
MAIOR ATENÇÃO À SAÚDE
DOENÇA COMO FENÔMENO SOCIAL
CONTROLE DE EPIDEMIAS
ILUMINAÇÃO PÚBLICA
SISTEMA VIÁRIO
TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO
HIGIENISMO
Os governantes começam
a dar maior atenção
à saúde dos habitantes
das cidades.
Considerava-se que a
doença era um fenômeno
social que abarcava todos
os aspectos da vida
humana.
A necessidade de manter
determinadas condições
de salubridade no
ambiente da cidade
mediante a instalação
de adução e tratamento da
água, esgotos, iluminação
nas ruas, e assim poder
controlar
as epidemias foram dando
forma a esta corrente.
A REFORMA DE PARIS (1851/1870)
Uma série de circunstâncias favoráveis permitem realizar um
programa urbanístico coerente num tempo bastante curto:
• PODERES MUITO EXTENSOS DO IMPERADOR NAPOLEÃO III;
• CAPACIDADE DO HAUSSMANN, prefeito do antigo departamento do
Sena;
• ALTO NÍVEL DOS TÉCNICOS;SOBRE EXPROPRIAÇÃO (1840);
• LEI SANITÁRIA (1850).
*cidade fedia
O primeiro ato de Haussmann foi
elencar em Paris as edificações que não
poderiam ser derrubadas ao contrario,
deveriam ser destacadas, e transformar
o restante em um imenso canteiro de
obras.
Além disso, havia o objetivo militar, de
impedir rebeliões ou reprimi-las com
maior facilidade, já que os guetos e as
ruelas não mais existiriam e que
posicionar o pelotão de fuzilamento
numa grande avenida tornaria mais
fácil o domínio dos revoltosos.
PRINCIPAIS CATEGORIAS DA REFORMA HAUSSMANN
• abertura das novas vias e o alargamento de tantas outras;
• objetivo sanitário;
• criação de grandes prédios públicos;
• criação dos jardins ingleses e arborização;
• a nova divisão regional de Paris em distritos;
Georges-Eugène Haussmann
conhecido como Barão
Haussmann- o "artista demolidor",
foi prefeito do antigo departamento
do Sena entre 1853 e 1870).
A abertura de vias, nos casos mais gerais e excluindo
as quadras mais modestas com a função de conexão,
produzia quadras de formato irregular (em cunha); a
lei de desapropriação, modificada pela Segunda
República, autorizou a aquisição de todos os lotes
criados pela abertura das grandes vias assim que
estas eram implantadas; uma vez definido o traçado
das ruas, restava uma franja em ambos os lados que
era repartida com um novo parcelamento do solo
Georges-Eugène Haussmann
conhecido como Barão
Haussmann- o "artista demolidor",
foi prefeito do antigo departamento
do Sena entre 1853 e 1870).
ALTERAÇÕES EM PARIS
• Demolição de prédios e construção de novos;
• Grandes quarteirões;
• Parques;
• Sistema de Esgoto abrangente;
• Aqueduto com acesso a água doce;
• Banheiros públicos grandiosos;
• Fileiras de árvores;
• Novas e ousadas estações de trem;
• Novas escolas, igrejas;
• Avenidas radiais;
http://grupothac.weebly.com/uploads/6/8/3/8/6838251/ufpr2012_apres_antonella.pdf
PRINCIPAIS MUDANÇAS
165 Km de novas ruas;
Novos serviços primários (água, esgoto, iluminação a gás, transportes);
Novos serviços secundários (escolas, hospitais, quartéis, prisões e parques –
Bois de Boulogne e de Vincennes)
A cidade se estende até as fortificações externas e é dividida em 20 distritos.
A nova Paris demonstra o sucesso da gestão pós-liberal, e
se torna o modelo reconhecido por todas as cidades do
mundo, da metade do Século XIX em diante.
FIM
O RING DE VIENA, capital da Áustria
Ao mesmo tempo, a cidade passa por uma
fase de desenvolvimento econômico, o que
leva ao aumento da população pelas
migrações, tornando Vienna o centro
econômico e cultural da Áustria, porém
provocando uma crise habitacional,
gerando a necessidade de efetuar reformas
na estrutura urbana da cidade.
Vienna então adota algumas intervenções
para ter melhores condições como: a
canalização do rio Danúbio, para evitar
inundações; um sistema eficiente de
fornecimento de água; um sistema sanitário
público e a construção do primeiro hospital
público.
Porém, a reforma em si foi baseada
pensando nos interesses da classe mais
rica, ou seja, a corte que vivia no núcleo da
cidade, sem a preocupação de melhorar a
vida daqueles que viviam na periferia, do
lado de fora do cinturão livre, conhecido
como Ringstrasse.
O programa incluía o
desenvolvimento do cinturão,
mas o exército vienense foi
contra por ele isolar a cidade
antiga e com isso proteger a
corte de possíveis revoltas
populares. A necessidade
econômica da construção
pesou mais no final.
O projeto de urbanização da área ociosa em torno do
centro viria a público em 1860. Previa a construção de
uma avenida circular, em forma anelar, o que lhe
conferiu o nome de Ringstrasse, avenida do anel.
A nova via mantinha o isolamento do centro
nobiliárquico pela sua disposição em circunferência, e o
seu conteúdo acentuaria sua distância do espaço mais
tradicional de Viena.
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intellectus/article/download/27642/19828
TEMESVÁR, Romênia
BARCELONA E O PLANO CERDÁ
Dois traçados básicos:
quadrícula e radial;
Retângulo de 60 x 20
módulos entre a cidade
medieval e os povoados
vizinhos;
Circulação + Praças = 34%
Habitações com sol,
vento, ar, luz natural e
privacidade;
Abre mão da habitação
unifamiliar;
Módulo quadrado com
113 m e chanfro de
20m;
O corte diagonal nas arestas da quadra
transforma o simples cruzamento de
vias em lugar, gera também desta forma
maior amplitude visual dos edifícios de
esquina.
Para consultar:
https://docplayer.com.br/90049684-Elementos-de-urbanizacao-
quintaloes-da-brasital-e-os-modelos-de-composicao-urbana.html
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160203_vert_cul_c
riador_paris_lab

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AULA 02 - O PRÉ-URBANISMO - DA CIDADE INDUSTRIAL AO HIGIENISMO 2022.2.pdf

  • 1. AULA 02 O PRÉ-URBANISMO: Da Cidade Industrial ao Higienismo E N G E N H A R I A C I V I L PLANEJAMENTO URBANO E TERRITORIAL Ministrada por Leidian Torres Adaptada do prof. Luiz Alessandro Queiroz
  • 2. ANTES DA REV. INDUSTRIAL
  • 3. ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A economia mercantil supera a de subsistência; As cidades crescem e surge a aliança patriciado + igreja; Surgem os reinos e a terra torna-se mercadoria; A cidade se divide em classes. O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas adotado pelas nações europeias entre o século XV e o século XVIII. Essas práticas econômicas são consideradas pelos historiadores como o estágio de transição do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista Patrícios: Classe urbana governante na Roma Antiga... O feudo eram as terras concedidas de um suserano a um vassalo em troca de fidelidade e auxílio militar.
  • 4. Os feudos e as cidades eram autônomos; A produção era controlada pelas corporações; Os camponeses começam a ser atraídos pelas cidades; ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
  • 5. No modo de produção feudal a terra era um bem comum para a produção camponesa. A partir do momento em que se processa a transição para o modo de produção capitalista, a terra passou a ser encarada como um bem de produção. O senhor feudal deixava, assim, de ser o detentor da posse de terras para se tornar o seu proprietário. Séc. XVI - Leis de Cercamentos (Enclosure Acts) Crescente ação de privatização de terras que eram de uso comum dos camponeses, através do cercamento desses locais realizado por poderosos senhores locais.
  • 6. CAUSAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL AUMENTO DOS RENDIMENTOS AGRÍCOLAS; DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL DOS LUCROS; BAIXAS TAXAS DE JUROS; CRESCENTE OFERTA DA MÃO DE OBRA; NUMEROSAS INVENÇÕES TÉCNICAS; PRESENÇA DE EMPRESÁRIOS CAPAZES; ESTADO MENOS INTERVENTOR (liberalismo); Os camponeses passavam a ser, dessa forma, assalariados nas cidades, contribuindo para a formação da classe operária na Grã-Bretanha. As fábricas eram incapazes de utilizar toda a força de trabalho que se concentrava nas cidades, gerando uma imensa massa de pessoas que ficavam desempregadas, o chamado exército industrial de reserva. O Liberalismo Econômico é o modelo de economia entre nações que permite as trocas e transações entre empresas dos mais diversos países do mundo.
  • 7. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Conjunto de processos sociais, políticos e, principalmente, econômicos que ocorreram entre 1750 e 1830, transformando os modos de produção e apropriação.
  • 8. CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL QUEDA DA TAXA DE MORTALIDADE; AUMENTO DA POPULAÇÃO; INDUSTRIALIZAÇÃO; AUMENTO DA PRODUÇÃO; No período entre os anos de 1500 e 1780, apenas na Inglaterra, houve um aumento populacional de cerca de 3 milhões de habitantes para 8 milhões..
  • 9. • https://www.youtube.com/watch?v=aVQ_1sr dzK4 => 0:23 • https://www.youtube.com/watch?v=Y1S7_OD 9Viw
  • 10. FATORES NEGATIVOS PARA A CIDADE:  Falta de coordenação entre progresso científico e técnico;  Falta de organização geral da sociedade;  Falta de providências administrativas para controlar as consequências das mudanças econômicas.
  • 11.
  • 12. As raízes do planejamento urbano remontam ao trabalho dos primeiros urbanistas, que se insurgiram contra as conseqüências advindas da intensa urbanização causada pela Revolução Industrial (HALL, 2002, CHOAY, 2003). Essas cidades acabaram sendo tomadas pelas edificações, gerando um ambiente urbano insalubre, sem condições mínimas de infra-estrutura que pudesse dar conta da densidade instalada. Assim as ruas eram estreitas e mal- cheirosas, e o esgoto ficava a céu aberto. Esse período é chamado por alguns autores de “liberal”, uma vez que, na época, não existiam regulações que orientassem a ocupação urbana, deixando para o mercado essa tarefa. Entretanto, como ficou claro, o mercado não era capaz de prover qualidade urbana, uma vez que seu objetivo principal é a obtenção de lucro. Sendo assim, espaços abertos, por exemplo, que não traziam lucros imediatos, foram negligenciados.
  • 13.
  • 15. Cidade de Londres (capital da Inglaterra) chega a 1 milhão de habitantes no final do Século XVIII....
  • 16. Os recém-chegados são operários da indústria, suas habitações/remunerações e condição de trabalho dependem unicamente da livre iniciativa e estão nivelados com a sobrevivência.
  • 17. Os locais de concentração das indústrias tornam-se centros de novos aglomerados humanos, ao lado das cidades existentes, provocando um grande aumento da população.
  • 19. Os trabalhadores das minas ficam embaixo da terra por doze horas e todos esses trabalhadores retornam para suas casas de dois cômodos, sem esgotos ou fossa. É evidente que chegam muito sujos e merecem um banho, que é tomado na sala na presença de todos. As ruas são insalubres, intransitáveis no inverno, além de receber os dejetos retirados por utensílios do quarto de dormir. Já “as crianças são colocadas sobre cadeiras sem fundo, nas ruas, para as mesmas necessidades” (MARIANI, 1986, p. 35-6)
  • 20. “Poucos dos que lêem estas páginas sequer concebem o que são estes pestilentos viveiros humanos, onde dezenas de milhares de pessoas se amontoam em meio a horrores que nos trazem à mente o que ouvimos sobre a travessia do Atlântico por um navio negreiro.
  • 21. Para chegarmos até ela é preciso entrar por pátios que exalam gases fétidos, vindo das poças de esgoto e dejetos espalhados por toda parte e que amiúde escorrem sobre os nossos pés: pátios, muitos deles, onde o sol jamais penetra, alguns sequer visitados por um sopro de ar fresco, e que raramente conhecem as virtudes de uma gota d’água purificante.
  • 22. É preciso subir por escadas apodrecidas, que ameaçam ceder a cada degrau e, em alguns casos, já ruíram de todo, com buracos que põe em risco os membros e a vida do incauto. Acha-se o caminho às apalpadelas, ao longo de passagens escuras e imundas, fervilhantes de vermes. E então, forem rechaçados pelo fedor intolerável, poderão os senhores penetrar nos pardieiros onde esses milhares de seres, que pertencem, como nós, a raça pelo qual Cristo morreu, vivem amontoados como reses.” (MEARS, 1183, p. 4)
  • 24. Em muitas cidades as áreas construíveis caem sobre o controle exclusivo de especulação privada, e as exigências especulativas impõem sua lei a cidade.
  • 25. A situação era grave. Se a distância podia-se avistar apenas as grandes chaminés, de perto era possível ver a miséria, a imundície da cidade e conhecer a especulação imobiliária, pois mesmo precários, os cortiços eram de propriedade de poucos, que cobravam exorbitantes aluguéis, tornando o assalariado duplamente dependente do capitalista, seja através do trabalho na fábrica e do pagamento do aluguel de suas casas, o que tornava a vida mais miserável.
  • 26. ARMAZENAMENTO DOS VAGOES PATIO FECHADO CASA COM LOJA PASSAGEM SUBTERRÂNEA TABERNA A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
  • 27. Motivos para as alterações urbanísticas...
  • 28. As reformas foram de ordem urbanística, arquitetônica, jurídica e social, todas visando o controle sobre os pobres e os marginais, no fundo, não havia grande diferença entre ambos. Para os franceses, por exemplo, “praticamente inexiste diferença entre homem trabalhador, pobre e criminoso.” (BRESCIANI, 2004, p. 51-2).
  • 29. FORTE DENSIDADE; CRESCIMENTO EM ANÉIS CONCÊNTRICOS; FALTA DE ESPAÇOS LIVRES.
  • 31. Na técnica das construções SURGEM NOVOS MATERIAIS: FERRO, VIDRO E MAIS TARDE O CONCRETO; OS MATERIAIS PASSAM A SER USADOS DE MANEIRA MAIS RACIONAL; TORNA-SE POSSÍVEL MEDIR A RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS; AS ESCOLAS FORNECEM UM GRANDE NÚMERO DE PROFISSIONAIS; A IMPRENSA PERMITE A DIFUSÃO DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS.
  • 32. DESENVOLVE-SE O NEOCLASSICISMO (ARQUEOLOGIA - exagero da imitação da vida grega da antiguidade); O GOSTO CLÁSSICO PASSA A SER ASSOCIADO À PRÁTICA DE CONSTRUIR; OS ENGENHEIROS FAZEM PROGREDIR A TÉCNICA E PREPARAM O TERRENO PARA O MODERNISMO; O Neoclassicismo foi um grande movimento artístico e cultural, que surgiu na Europa no início do século XVIII. Ele inovou aspectos na literatura, arquitetura, pintura e escultura, promovendo uma grande valorização das tradições greco-romanas. https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/arquiteturaneoclassica/#:~:text=Arquitetura%20neocl%C3%A1ssica%20%C3%A9%20um%20estilo,front%C3%B5es%2C%20arcos%20roma nos%20e%20bala%C3%BAstres.&text=A%20arquitetura%20neocl%C3%A1ssica%20trouxe%20muitas,Brasil%2C%20at%C3%A9%20mesmo%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o.
  • 33.
  • 34. Características da arquitetura neoclássica: • uso da proporção e simetria • plantas retangulares, geométricas, simétricas • uso das 3 principais ordens de arquitetura da antiguidade (Coríntia, Dórica e Jônica) • materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras) • processos técnicos avançados • sistemas construtivos simples • linhas ortogonais • volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos murais lisos • uso de abóbada de berço ou de aresta • uso de cúpulas • frontões triangulares
  • 35. No mercado de terras OS TERRENOS ADQUIREM VALOR ECONÔMICO INDEPENDENTE DAS EDIFICAÇÕES; O ESTADO ALIENA (transfere) SEUS DOMÍNIOS E O SOLO PASSA ÀS MÃOS DOS PARTICULARES; A TRANSFORMAÇÃO DO VALOR DOS TERRENOS PASSA A SER IMPORTANTE;
  • 36. “As primeiras reflexões sobre o urbanismo surgem na segunda metade do século XIX. Elas são provocadas pela constatação de que a industrialização amontoa as massas populares nos bairros sórdidos onde as condições de vida são pavorosas. (…) Cientistas e políticos começam a ter consciência da amplidão do problema da cidade e a procurar soluções globais.
  • 37. Origens do urbanismo PRÉ- URBANISMO HIGIENISMO UTOPIAS SOCIALISTAS PROGRESSISTAS CULTURALISTAS URBANISMO PROGRESSISTA CULTURALISTA NATURALISTA Correntes do Início do século 19 até início do século 20 Crescimento da urbanização a partir da sociedade industrial Choay Choay
  • 38. Tentativas de solução a partir da observação e reflexão sobre os problemas surgidos com a cidade industrial (liberal): PRÉ-URBANISMO UTOPIAS SOCIALISTAS HIGIENISMO Progressistas Culturalistas
  • 39. A observação e reflexão sobre tais problemas conduz a várias tentativas de solução que podem ser agrupados sob o título de PRÉ-URBANISMO HIGIENISMO aborda os problemas da urbanística moderna partindo de um modelo ideológico global, que é apresentado em alternativa à cidade existente e que se procura realizar experimentalmente longe desta UTOPIAS SOCIALISTAS parte das exigências técnicas individuais, ligadas ao desenvolvimento da cidade industrial, e procura corrigir os seus defeitos isolados
  • 41. UTOPIA Termo inventado por Thomas Morus para nomear um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita. Deriva de radicais gregos – U + TOPOS - e significa um não-lugar ou um lugar que não existe. UTOPIAS SOCIALISTAS Conjunto de propostas hipotéticas do século XIX, feitas por generalistas, na maioria de cunho político- econômico e/ou sociocultural, mas que se caracterizavam como uma amostra de indignação diante das condições em que vivia o proletariado.
  • 42. UTOPIAS SÉCULO XIX U + TOPOS - NÃO LUGAR PROPOSTAS HIPOTÉTICAS FEITAS POR GENERALISTAS CUNHO POLÍTICO-ECONÔMICO PROGRESSISTAS x CULTURALISTA CLASSIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS AUTORITÁRIAS
  • 43. UTOPIAS PROGRESSISTAS Prega um esquecimento da cidade até a Rev. Ind. e propõe um novo espaço urbano baseado nas necessidades da nova sociedade industrial e nas novas funções urbanas, bem como na higienização das cidades, nas novas tecnologias e no transporte intra-urbano. CARACTERÍSTICAS • Higiene • Espaços abertos (verde, luz, água) • Recusa de heranças passadas • Cidade-campo / Localização fragmentada • Espaço traçado conforme análise das funções humanas • Classificação rigorosa dos espaços • Impressão visual (lógica e beleza coincidem) • Alojamento padrão • Caráter autoritário • Poucas realizações concretas
  • 44. UTOPIAS PROGRESSISTAS New Harmony Robert Owen (1771-1858) foi um empresário galês que elaborou um sistema baseado na cooperação mútua e na autogestão de bens, em Uma nova visão da sociedade (1813), que defendia a ideia de se reconstruir o ambiente urbano a serviço do homem, antes de se pensar em qualquer vantagem econômica ou política. Robert Owen
  • 45. Owen imaginou um modelo de convivência de 300 a 2.000 pessoas, em que moradias comunais seriam agrupadas ao redor de um grande espaço aberto e ajardinado. Ao lado, ficariam a fábrica e as oficinas; e, além de uma estrada, um cinturão agrícola circundaria todo o conjunto. Em 1824, fundou a colônia de NEW HARMONY, em Indiana EUA.
  • 46. ... Propõe dispor de um grupo de 1.200 pessoas num terreno agrícola de mais ou menos 500 hectares. As habitações formarão um quadrado; três lados são destinados às casas individuais para os casais e os filhos com menos de três anos; o quarto lado para os dormitórios dos moços, a enfermaria, o albergue para os visitantes. No espaço central estão previstos os edifícios públicos: a cozinha com o restaurante comum, as escolas, a biblioteca... Faltam os tribunais e as prisões, porque a nova sociedade não terá necessidade deles. Ao longo do perímetro externo, os jardins das casas e um anel de ruas; mais além, os estabelecimentos industriais, os armazéns, a lavanderia, a cervejaria, o moinho, o matadouro, os estábulos e os edifícios rurais.
  • 47. Charles Fourier (1772-1837) comerciante francês que, em O novo mundo industrial e societário (1829), desenvolveu a cidade ideal LA FALANGE, que deveria ser implantada em anéis concêntricos, partindo de um núcleo comercial e administrativo, circundado pela área industrial e esta, por sua vez, pelo setor agrícola. O Falanstério Charles Fourier
  • 48. A Cidade Três anéis concêntricos : • 1º Cidade central – comercial e adm.; • 2º Os arrabaldes e as grandes fábricas; • 3º As avenidas e o subúrbio;
  • 49. Regras urbanísticas da Cidade • Os anéis serão separados por paliçadas, relvas e/ou plantações que não cubram a visão. • Toda a cidade deve ter em suas dependências, tanto terreno vazio quanto a superfície construída. Esse espaço será duplo no segundo anel e triplo no terceiro. • O espaço de isolamento (recuo) deve ser no mínimo a metade da fachada diante da qual se localiza (recuo >= hfachada/2); • A limitação da altura é dada em relação a largura da rua. • As ruas serão voltadas para paisagens campestres ou monumentos arquitetônicos. • Algumas ruas serão uniformes, abolindo o monótono tabuleiro de xadrez. • As praças devem ocupar 1/8 da superfície e metade das ruas serão arborizadas.
  • 50. Prevista para 1.600 pessoas, sua comunidade pode ser definida como um modelo de habitação coletiva – o PHALANSTÈRE ou “palácio social” –, junto a oficinas modelo e construções rurais-tipo, que funcionaria segundo um sistema filosófico-político que previa um estado de harmonia universal, alcançado pela satisfação de paixões naturais. Pátio Externo A Falanstério: Pátio interno B Jardins internos C/D Entrada principal E Edifícios Acessórios: Teatro F Igreja G Oficinas e Galpões H/I/J/K
  • 51. Jean-Baptiste André Godin (1817-88) foi um fabricante de fogões e aquecedores, que em 1859 implantou em Guise, França, uma oficina metalúrgica que, diversamente da vida comunitária e caráter agrícola do modelo de Fourier, optou pelo resgate da vida familiar e serviços que facilitassem a convivência social, priorizando a indústria. O Familistério
  • 52. A Edifícios do Familistério B Creche C Conjunto de Escola e Teatro D Edifícios acessórios (Bar, Jogos, Oficinas, Matadouro, Chiqueiro, Galinheiro, Estrebaria, etc.) E Piscina e Banheiros públicos F Oficina de Gás
  • 53. FAMILISTÉRIO DE GUISE A luminosidade, a circulação do ar e o acesso a água potável eram garantidos pela arquitetura própria dos edifícios.
  • 54. Reconstituição do interior de um apartamento do Familistério
  • 55. Icária (Etiénne Cabet) Etienne Cabet (1788-1856) lançou em 1842 Viagem à Icaria, onde apresentava uma cidade utópica formada por uma retícula de ruas amplas e quarteirões com 15 casas iguais, rodeada por dois anéis concêntricos de boulevares. Acreditando na propriedade e divisão comunal de bens, Cabet mudou-se para os EUA, em 1848, fundando uma colônia em NAUVOO, Illinois, com 500 imigrantes. Houve brigas e desavenças, mas a colônia resistiu até 1855. Etiénne Cabet
  • 56. Hygéia (Benjamim Richardson) Benjamim Richardson propunha uma cidade que tenha o coeficiente mais baixo possível de mortalidade. A casa individual deverá ter um teto-terraço destinado à helioterapia e uma cozinha- laboratório no andar de cima .
  • 57. Baseia-se no contexto histórico social da cidade pré-industrial, isto é, olha para o passado e busca a caracterização dos espaços urbanos segundo valores históricos e unidade territorial, social e espacial CARACTERÍSTICAS • Nostalgia • Cidade Orgânica c/ limites precisos • Ausência de protótipos • Destaque para os prédios comunitários • Prevalece a irregularidade e a assimetria • Fórmulas democráticas • Antiindustrialismo UTOPIA CULTURALISTA
  • 58. O reto e plano era moderno e desprezado por Sitte, assim como as formas livres da época medieval eram enaltecidas e apreciadas, assim ele passa a fazer um planejamento espacial livre e pitoresco na tentativa de humanizar o urbano. A praça surge como uma forma de restituir a qualidade de vida nas cidades modernas dando ao cidadão uma área livre, mas que permitisse que ele aproveitasse realmente o espaço.
  • 59. Origens do urbanismo PRÉ- URBANISMO HIGIENISMO UTOPIAS SOCIALISTAS PROGRESSISTAS CULTURALISTAS URBANISMO PROGRESSISTA CULTURALISTA NATURALISTA Correntes do Início do século 19 até início do século 20 Crescimento da urbanização a partir da sociedade industrial
  • 61. Parte das exigências técnicas individuais ligadas ao desenvolvimento da cidade industrial, e procura corrigir os seus defeitos isolados. HIGIENISMO
  • 62. SÉCULO XIX MAIOR ATENÇÃO À SAÚDE DOENÇA COMO FENÔMENO SOCIAL CONTROLE DE EPIDEMIAS ILUMINAÇÃO PÚBLICA SISTEMA VIÁRIO TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO HIGIENISMO
  • 63. Os governantes começam a dar maior atenção à saúde dos habitantes das cidades. Considerava-se que a doença era um fenômeno social que abarcava todos os aspectos da vida humana. A necessidade de manter determinadas condições de salubridade no ambiente da cidade mediante a instalação de adução e tratamento da água, esgotos, iluminação nas ruas, e assim poder controlar as epidemias foram dando forma a esta corrente.
  • 64. A REFORMA DE PARIS (1851/1870) Uma série de circunstâncias favoráveis permitem realizar um programa urbanístico coerente num tempo bastante curto: • PODERES MUITO EXTENSOS DO IMPERADOR NAPOLEÃO III; • CAPACIDADE DO HAUSSMANN, prefeito do antigo departamento do Sena; • ALTO NÍVEL DOS TÉCNICOS;SOBRE EXPROPRIAÇÃO (1840); • LEI SANITÁRIA (1850). *cidade fedia
  • 65. O primeiro ato de Haussmann foi elencar em Paris as edificações que não poderiam ser derrubadas ao contrario, deveriam ser destacadas, e transformar o restante em um imenso canteiro de obras. Além disso, havia o objetivo militar, de impedir rebeliões ou reprimi-las com maior facilidade, já que os guetos e as ruelas não mais existiriam e que posicionar o pelotão de fuzilamento numa grande avenida tornaria mais fácil o domínio dos revoltosos. PRINCIPAIS CATEGORIAS DA REFORMA HAUSSMANN • abertura das novas vias e o alargamento de tantas outras; • objetivo sanitário; • criação de grandes prédios públicos; • criação dos jardins ingleses e arborização; • a nova divisão regional de Paris em distritos; Georges-Eugène Haussmann conhecido como Barão Haussmann- o "artista demolidor", foi prefeito do antigo departamento do Sena entre 1853 e 1870).
  • 66. A abertura de vias, nos casos mais gerais e excluindo as quadras mais modestas com a função de conexão, produzia quadras de formato irregular (em cunha); a lei de desapropriação, modificada pela Segunda República, autorizou a aquisição de todos os lotes criados pela abertura das grandes vias assim que estas eram implantadas; uma vez definido o traçado das ruas, restava uma franja em ambos os lados que era repartida com um novo parcelamento do solo Georges-Eugène Haussmann conhecido como Barão Haussmann- o "artista demolidor", foi prefeito do antigo departamento do Sena entre 1853 e 1870). ALTERAÇÕES EM PARIS • Demolição de prédios e construção de novos; • Grandes quarteirões; • Parques; • Sistema de Esgoto abrangente; • Aqueduto com acesso a água doce; • Banheiros públicos grandiosos; • Fileiras de árvores; • Novas e ousadas estações de trem; • Novas escolas, igrejas; • Avenidas radiais;
  • 68.
  • 69.
  • 70.
  • 71. PRINCIPAIS MUDANÇAS 165 Km de novas ruas; Novos serviços primários (água, esgoto, iluminação a gás, transportes); Novos serviços secundários (escolas, hospitais, quartéis, prisões e parques – Bois de Boulogne e de Vincennes) A cidade se estende até as fortificações externas e é dividida em 20 distritos.
  • 72.
  • 73. A nova Paris demonstra o sucesso da gestão pós-liberal, e se torna o modelo reconhecido por todas as cidades do mundo, da metade do Século XIX em diante.
  • 74. FIM
  • 75. O RING DE VIENA, capital da Áustria Ao mesmo tempo, a cidade passa por uma fase de desenvolvimento econômico, o que leva ao aumento da população pelas migrações, tornando Vienna o centro econômico e cultural da Áustria, porém provocando uma crise habitacional, gerando a necessidade de efetuar reformas na estrutura urbana da cidade. Vienna então adota algumas intervenções para ter melhores condições como: a canalização do rio Danúbio, para evitar inundações; um sistema eficiente de fornecimento de água; um sistema sanitário público e a construção do primeiro hospital público. Porém, a reforma em si foi baseada pensando nos interesses da classe mais rica, ou seja, a corte que vivia no núcleo da cidade, sem a preocupação de melhorar a vida daqueles que viviam na periferia, do lado de fora do cinturão livre, conhecido como Ringstrasse.
  • 76.
  • 77. O programa incluía o desenvolvimento do cinturão, mas o exército vienense foi contra por ele isolar a cidade antiga e com isso proteger a corte de possíveis revoltas populares. A necessidade econômica da construção pesou mais no final.
  • 78. O projeto de urbanização da área ociosa em torno do centro viria a público em 1860. Previa a construção de uma avenida circular, em forma anelar, o que lhe conferiu o nome de Ringstrasse, avenida do anel. A nova via mantinha o isolamento do centro nobiliárquico pela sua disposição em circunferência, e o seu conteúdo acentuaria sua distância do espaço mais tradicional de Viena. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intellectus/article/download/27642/19828
  • 79.
  • 81.
  • 82. BARCELONA E O PLANO CERDÁ Dois traçados básicos: quadrícula e radial; Retângulo de 60 x 20 módulos entre a cidade medieval e os povoados vizinhos;
  • 84. Habitações com sol, vento, ar, luz natural e privacidade; Abre mão da habitação unifamiliar; Módulo quadrado com 113 m e chanfro de 20m; O corte diagonal nas arestas da quadra transforma o simples cruzamento de vias em lugar, gera também desta forma maior amplitude visual dos edifícios de esquina.
  • 85.
  • 86.
  • 87.