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Aterosclerose
A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de
material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se
desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte, levando
a um fluxo sanguíneo reduzido ou bloqueado.
•A aterosclerose é causada por lesão repetida nas paredes das artérias.
•Muitos fatores contribuem para essa lesão, incluindo hipertensão arterial,
tabagismo, diabetes e níveis elevados de colesterol no sangue.
•A obstrução dos vasos sanguíneos resultante de aterosclerose é uma causa comum
de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.
•Muitas vezes, os primeiros sintomas são dores ou cãibras quando o fluxo sanguíneo
não consegue suprir as demandas de oxigênio dos tecidos.
•Para prevenir a aterosclerose, as pessoas precisam parar de fumar, melhorar sua
dieta, praticar exercícios físicos regularmente e manter o controle de sua pressão
arterial, nível de colesterol e diabetes.
•A progressão da aterosclerose para essas complicações de risco à vida, como um
ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, requer tratamento emergencial.
Em 2019, a doença cardiovascular, principalmente doença arterial coronariana
(aterosclerose que afeta as artérias que fornecem sangue ao coração) e acidente
vascular cerebral (aterosclerose que afeta as artérias que se dirigem ao cérebro –
veja a figura Fornecimento de sangue para o cérebro), causou quase 18 milhões
de mortes no mundo inteiro, tornando a aterosclerose a causa principal de morte
em âmbito mundial.
A aterosclerose pode afetar as artérias de médio e grande porte do cérebro,
coração, rins, outros órgãos vitais e pernas. Trata-se do tipo mais importante e
mais comum de arteriosclerose.
A aterosclerose pode afetar as artérias de médio e grande porte do cérebro,
coração, rins, outros órgãos vitais e pernas. Trata-se do tipo mais importante e
mais comum de arteriosclerose.
Arteriosclerose
Arteriosclerose, que significa endurecimento (esclerose) das artérias, é um termo
geral para várias doenças em que a parede de uma artéria torna-se mais espessa e
menos elástica. Existem três tipos:
•Aterosclerose
•Arteriolosclerose
•Arteriosclerose de Mönckeberg
Aterosclerose, o tipo mais comum, significa endurecimento relacionado a placas,
que são depósitos de materiais gordurosos. Ela afeta as artérias de médio e grande
porte.
Arteriolosclerose significa endurecimento das arteríolas, que são pequenas
artérias. Ela afeta principalmente as camadas internas e intermediárias das paredes
das arteríolas. As paredes engrossam, estreitando as arteríolas. Como resultado, os
órgãos abastecidos pelas arteríolas afetadas não recebem sangue suficiente. Os
rins são afetados frequentemente. Esse distúrbio ocorre principalmente em
pessoas que têm hipertensão arterial ou diabetes. Qualquer uma destas doenças
pode afetar as paredes de arteríolas, resultando em espessamento.
A arteriosclerose de Mönckeberg afeta artérias de pequeno a médio porte. Ocorre
o acúmulo de cálcio dentro das paredes das artérias, o que as torna rígidas, mas
sem estreitamento. Esse distúrbio essencialmente inofensivo geralmente afeta
homens e mulheres com mais de 50 anos.
Causas da aterosclerose
O desenvolvimento da aterosclerose é complicado, mas o evento primário parece
estar relacionado a lesões sutis e repetidas no revestimento interno das artérias
(endotélio) através de vários mecanismos. Esses mecanismos incluem
•Tensões físicas decorrentes de fluxo sanguíneo turbulento (como o que ocorre no
local em que as artérias se ramificam, principalmente em pessoas que têm
hipertensão)
•Tensões inflamatórias envolvendo o sistema imunológico (como quando as
pessoas fumam cigarros)
•Anormalidades químicas na corrente sanguínea (como colesterol alto ou nível alto
de açúcar no sangue como ocorre no diabetes mellitus)
Infecções por algumas bactérias ou vírus (como Helicobacter pylori ou
citomegalovírus) também podem aumentar a inflamação no revestimento interno
da artéria (endotélio) e levar à aterosclerose.
Ruptura de placa
As placas podem crescer dentro da abertura (lúmen) da artéria, provocando um
estreitamento gradual. Quando a aterosclerose estreita uma artéria, os tecidos
supridos pela artéria podem não receber sangue e oxigênio em quantidade
suficiente. As placas também podem crescer na parede da artéria, onde não
bloqueiam o fluxo de sangue. Ambos os tipos de placas podem se romper, expondo o
material na corrente sanguínea. Esse material desencadeia a formação de coágulos
de sangue. Esses coágulos de sangue podem bloquear todo o fluxo sanguíneo através
de uma artéria repentinamente, evento que é a principal causa de um ataque
cardíaco ou acidente vascular cerebral. Às vezes, esses coágulos sanguíneos se
desprendem, viajam através da corrente sanguínea e bloqueiam uma artéria em
outras partes do corpo. Da mesma forma, pedaços da placa podem se desprender,
viajar através da corrente sanguínea e bloquear uma artéria em outros lugares.
Fatores de risco para aterosclerose
Alguns fatores de risco para a aterosclerose podem ser modificados (a pessoa pode modificar) (consulte
também Prevenção de doença arterial coronariana).
Os fatores de risco modificáveis incluem
•Tabagismo
•Níveis altos de colesterol no sangue
•Hipertensão arterial
•Diabetes
•Obesidade
•Sedentarismo
•Baixo consumo diário de frutas e legumes
Os fatores de risco que não podem ser modificados incluem
•Ter histórico familiar de aterosclerose precoce (ou seja, ter um parente próximo do sexo masculino que
desenvolveu a doença antes dos 55 anos ou uma parente próxima que desenvolveu a doença antes dos 65
anos)
•Idade avançada
•Ser do sexo masculino
Há muitos fatores de risco que ainda estão sendo estudados, como níveis elevados de proteína C reativa (uma
proteína inflamatória) no sangue, níveis elevados de alguns componentes do colesterol, como apolipoproteína
B ou lipoproteína (a), e fatores psicossociais (como ansiedade ou baixo nível socioeconômico).
O tabagismo e a aterosclerose
Um dos fatores de risco modificáveis mais importantes ​​é o tabagismo. (O uso de outras formas de tabaco,
como rapé ou tabaco de mascar, também aumenta o risco.) O risco de um fumante de desenvolver algumas
formas de aterosclerose, como doença arterial coronariana, está diretamente relacionado com a
quantidade de tabaco fumado diariamente. O risco de um ataque cardíaco triplica em homens e aumenta
seis vezes em mulheres que fumaram 20 ou mais cigarros por dia em comparação com os não fumantes.
Em pessoas que já têm um alto risco de doença cardíaca, o uso do tabaco é particularmente perigoso.
O uso do tabaco diminui o nível de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), o colesterol “bom”, e
aumenta o nível de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o colesterol “ruim”. Fumar
aumenta o nível de monóxido de carbono no sangue, o que pode aumentar o risco de lesão no
revestimento das paredes das artérias. O uso de tabaco faz com que as artérias já estreitadas pela
aterosclerose se contraiam, diminuindo ainda mais a quantidade de sangue que chega aos tecidos. Além
disso, o uso do tabaco aumenta a tendência de coagulação do sangue (por tornar as plaquetas mais
pegajosas), o que aumenta o risco de doença arterial periférica (aterosclerose que afeta outras artérias que
não suprem o coração e o cérebro), doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e bloqueio de
um enxerto arterial colocado durante uma cirurgia de revascularização ou cirurgia para desvio de uma
artéria bloqueada em outra parte do corpo.
As pessoas que param de fumar têm apenas metade do risco das pessoas que
continuam fumando, independentemente de quanto tempo elas fumaram antes
de pararem de fumar. Parar de fumar também diminui o risco de morte após
cirurgia de revascularização do miocárdio ou de um ataque cardíaco, além de
reduzir o risco de doenças e de morte em pessoas que têm doença arterial
periférica. Os benefícios de parar de fumar começam imediatamente a
aumentam com o tempo.
O tabagismo passivo (inalar fumaça de tabaco de terceiros) parece aumentar o
risco também. Ele deve ser evitado.
Níveis de colesterol
Níveis de colesterol LDL elevados representam outro importante fator de risco
modificável. Uma dieta rica em gorduras saturadas (consulte Tipos de gordura) faz
com que os níveis de colesterol LDL aumentem em pessoas suscetíveis. Os níveis de
colesterol também aumentam conforme as pessoas envelhecem e são
normalmente mais elevados em homens do que em mulheres, embora os níveis de
aumentem em mulheres após a menopausa. Vários distúrbios hereditários
resultam em níveis elevados de colesterol ou de outras gorduras. As pessoas com
esses distúrbios hereditários podem ter níveis extremamente elevados de
colesterol LDL e (se não tratadas) podem morrer de doença arterial coronariana em
uma idade precoce. Além disso, a lipoproteína(a) é uma partícula hereditária
incomum, contendo colesterol, que também contribui para ataques cardíacos e
AVCs.
A redução dos níveis elevados de colesterol LDL pelo uso de medicamentos pode
reduzir significativamente o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e
morte. Há muitos tipos de medicamentos hipolipemiantes disponíveis (veja a tabela
Medicamentos hipolipemiantes). As estatinas são o tipo mais comum.
Nem todos os níveis de colesterol alto aumentam o risco de aterosclerose. Um nível
elevado de HDL (o colesterol “bom”) diminui o risco de aterosclerose.
O nível desejado de colesterol total, que inclui o colesterol LDL, o colesterol HDL e os
triglicerídeos, é de 140 a 200 mg/dL (3,6 a 5,2 mmol/L). O risco de um ataque
cardíaco mais do que dobra quando o nível de colesterol total se aproxima de 300
mg/dL (7,8 mmol/L). O risco diminui quando o nível de colesterol LDL permanece
inferior a 130 mg/dL (3,4 mmol/L) e o nível de colesterol HDL permanece superior a
40 mg/dL (1 mmol/L). Para lipoproteína(a), níveis acima de 50 mg/dL (100 nmol/L)
estão associados a um risco aumentado de doença cardíaca.
Pessoas com risco elevado, como as que têm diabetes ou doença cardíaca
aterosclerótica ou que tiverem sofrido um ataque cardíaco, acidente vascular
cerebral ou cirurgia de revascularização, se beneficiam de doses altas de estatinas
para reduzir o colesterol LDL tanto quanto possível. Altos níveis de triglicérides
são frequentemente associados com baixos níveis de colesterol HDL. No entanto,
as evidências sugerem que apenas níveis elevados de triglicérides também
podem aumentar discretamente o risco de aterosclerose.
Hipertensão arterial
A hipertensão não controlada é um fator de risco para ataque cardíaco e acidente
vascular cerebral, os quais são causados ​​por aterosclerose. O risco de doença
cardiovascular começa a aumentar quando os níveis de pressão arterial ficam
acima de 110/75 mm Hg. Controlar a hipertensão arterial reduz o risco
evidentemente. Os médicos geralmente tentam atingir uma pressão arterial
inferior a 140/90 mm Hg e, muitas vezes, inferior a 130/80 mm Hg em pessoas
com risco de doença cardiovascular como as que sofrem de diabetes ou doença
renal.
Diabetes mellitus
Pessoas que têm diabetes mellitus tendem a desenvolver uma doença que afeta
as artérias pequenas, como as encontradas nos olhos, nervos e rins, levando à
perda de visão, lesão nervosa e doença renal crônica. Pessoas com diabetes
também tendem a desenvolver aterosclerose em artérias grandes. A
aterosclerose tende a surgir em uma idade mais precoce e mais extensamente do
que em pessoas que não têm diabetes. O risco de desenvolvimento de
aterosclerose é duas a seis vezes maior em pessoas com diabetes,
particularmente mulheres. As mulheres que têm diabetes, ao contrário das que
não têm, não estão protegidas contra a aterosclerose antes da menopausa. As
pessoas que têm diabetes têm o mesmo risco de morte de alguém que teve um
ataque cardíaco prévio e os médicos geralmente tentam ajudar essas pessoas a
manterem outros fatores de risco (como níveis de colesterol elevados e
hipertensão arterial) sob cuidadoso controle.
Obesidade
A obesidade, principalmente a obesidade abdominal (tronco), aumenta o risco
de doença arterial coronariana (aterosclerose das artérias que fornecem sangue
ao coração). A obesidade abdominal aumenta o risco de outros fatores de risco
para a aterosclerose: hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e níveis elevados de
colesterol. Perder peso reduz o risco de todos esses problemas.
Sedentarismo
O sedentarismo parece aumentar o risco de desenvolvimento de doença
arterial coronariana e muitas evidências sugerem que praticar exercícios
regularmente, mesmo em um grau moderado, reduz esse risco e a
mortalidade. Os exercícios também podem ajudar a modificar outros fatores
de risco relacionados à aterosclerose, pois reduzem a pressão arterial e os
níveis de colesterol e ajudam na perda de peso e diminuição da resistência à
insulina.
Dieta
Há evidências substanciais de que o consumo regular de frutas e legumes pode diminuir o risco de
doença arterial coronariana. Não está claro se o consumo de frutas e legumes parece benéfico devido às
substâncias que esses alimentos contêm (fitoquímicos) ou ao fato de as pessoas que comem grandes
quantidades de frutas e legumes também comerem menos gordura saturada e serem mais propensas a
consumirem fibras e vitaminas. No entanto, fitoquímicos chamados flavonoides (encontrados em uvas
vermelhas e roxas, vinho tinto, chá preto e cervejas escuras) parecem especialmente protetores. Suas
altas concentrações no vinho tinto podem ajudar a explicar por que os franceses têm uma incidência
relativamente baixa de doença arterial coronariana, mesmo consumindo mais tabaco e mais gordura do
que os americanos. Mas não há estudos que comprovem que a ingestão de alimentos ricos em
flavonoides ou o que uso de suplementos desses nutrientes previnam a aterosclerose.
O maior teor de fibras em determinados vegetais pode diminuir os níveis sanguíneos de colesterol total,
glicose e insulina. Contudo, a ingestão excessiva de fibra interfere na absorção de determinadas
vitaminas e minerais. Em geral, alimentos ricos em vitaminas e fitoquímicos também são ricos em fibra.
A gordura é uma parte essencial da dieta. A noção de que comer menos gordura é importante para
uma dieta saudável é apenas parcialmente verdadeira, pois o tipo de gordura também é importante.
Os principais tipos de gorduras são
•Gorduras saturadas e trans
•Gorduras insaturadas (poli-insaturadas e monoinsaturadas – consulte Tipos de gordura)
As gorduras podem ser líquidas ou sólidas em temperatura ambiente. Gorduras líquidas, como óleos
e algumas margarinas, tendem a ter mais gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas. Gorduras
sólidas, como manteiga e banha, tendem a ter mais gorduras saturadas e trans. As gorduras
saturadas e trans são mais propensas a causarem aterosclerose. Assim, sempre que possível, as
pessoas devem limitar a quantidade de gorduras saturadas e trans em sua dieta e escolher alimentos
com gorduras monoinsaturadas ou poli-insaturadas, alternativamente. As gorduras saturadas e trans
são encontradas em carnes vermelhas, muitos itens de alimentos processados ou tipo “fast food”,
laticínios integrais (como queijo, manteiga e creme) e margarinas sólidas (em barra). Entretanto, a
evidência referente aos perigos de gorduras trans naturais permanece incerta. As gorduras
monoinsaturadas são encontradas no óleo de canola e azeite de oliva, margarinas líquidas sem
gordura trans, nozes e azeitonas. As gorduras poli-insaturadas são encontradas em nozes, sementes,
óleos e maionese.
Dois tipos de gorduras poli-insaturadas — ômega 3 e ômega 6 — são essenciais para uma dieta
saudável. As gorduras ômega 3 são encontradas em peixes gordurosos, como salmão, ovos, óleo de
canola e nozes. As gorduras ômega 6 são encontradas em algumas castanhas e sementes, bem como
em óleo de cártamo, girassol e milho.
Manter uma dieta saudável pode ajudar a diminuir o risco de aterosclerose. No entanto, é menos
claro se a suplementação da dieta com vitaminas, fitoquímicos, minerais traço ou coenzima Q10
também ajude a reduzir o risco.
Sintomas de aterosclerose
Os sintomas dependem
•De onde a artéria afetada está localizada
•De a artéria afetada ter sido estreitada gradualmente ou bloqueada subitamente
Sintomas de estreitamento gradual
Com o estreitamento gradual, a aterosclerose geralmente não causa sintomas até que o interior de uma
artéria esteja estreitado em mais de 70%.
O primeiro sintoma de uma artéria estreitada pode ser dor ou cãibra nos momentos em que o fluxo de
sangue não pode suprir a necessidade de oxigênio dos tecidos. Por exemplo, durante o exercício, uma pessoa
pode sentir dor ou desconforto no tórax se o suprimento de oxigênio para o coração for insuficiente. Esta dor
torácica (angina) desaparece dentro de minutos após a pessoa interromper o esforço. Enquanto caminha,
uma pessoa pode sentir cãibras nas pernas (claudicação intermitente), pois o fornecimento de oxigênio para
os músculos da perna é inadequado. Se as artérias que fornecem sangue a um ou ambos os rins sofrerem
estreitamento, podem ocorrer insuficiência renal ou pressão arterial perigosamente elevada.
Sintomas de bloqueio arterial súbito
Se as artérias que irrigam o coração (artérias coronarianas) forem bloqueadas repentinamente, pode ocorrer
um ataque cardíaco. A obstrução das artérias que irrigam o cérebro pode causar um acidente vascular
cerebral. A obstrução das artérias das pernas pode causar gangrena de um dedo do pé, do pé ou da perna.
Diagnóstico de aterosclerose
•Exames de sangue para pesquisar fatores de risco para aterosclerose
•Exames de imagem para detectar a presença de placas perigosas
A forma como a aterosclerose é diagnosticada depende de a pessoa estar tendo sintomas.
Pessoas com sintomas
As pessoas que têm sintomas que sugerem uma artéria bloqueada devem realizar testes para identificar a localização e a
extensão do bloqueio. São utilizados testes diferentes, dependendo do órgão que parece estar envolvido. Por exemplo, se
os médicos suspeitam de um bloqueio de uma artéria no coração, eles costumam fazer um eletrocardiograma (ECG),
exames de sangue para verificação da presença de substâncias (marcadores cardíacos) que indicam lesão cardíaca e, às
vezes, um teste de esforço ou cateterismo cardíaco.
As pessoas com artérias ateroscleróticas em um órgão muitas vezes têm aterosclerose em outras artérias. Portanto, quando
os médicos descobrem um bloqueio aterosclerótico em uma artéria — por exemplo, na perna — eles costumam fazer testes
para procurar bloqueios em outras artérias, como as do coração.
Os médicos também testam certos fatores de risco em pessoas que têm uma obstrução aterosclerótica. Por exemplo, eles
medem os níveis de glicose, colesterol e triglicérides no sangue. Os médicos também costumam fazer esses testes como
parte do exame anual de rotina em adultos.
Como algumas placas nas artérias são mais propensas a se desprenderem e
desencadearem a formação de um coágulo do que outras, os médicos às vezes
fazem testes para procurar essas placas perigosas. Nenhum teste é definitivo, mas
os médicos estão usando angiografia por tomografia computadorizada (TC),
ultrassonografia intravascular (que usa uma sonda de ultrassom instalada na ponta
de um cateter inserido dentro de uma artéria) durante os procedimentos de
cateterismo cardíaco e angiografia coronariana, bem como uma série de outros
exames por imagem e exames de sangue.
Pessoas sem sintomas (triagem)
Em pessoas que têm alguns fatores de risco para aterosclerose, mas não apresentam
sintomas, os médicos costumam realizar exames de sangue para medir os níveis de
glicose, colesterol e triglicérides no sangue. Os médicos também costumam fazer esses
testes como parte do exame anual de rotina em adultos.
Alguns médicos recomendam exames de imagem para procurar obstrução
aterosclerótica em pessoas que apresentam fatores de risco, mas não apresentam
sintomas, como parte de uma estratégia de prevenção. Esses testes incluem uma TC de
feixe de elétrons do coração e ultrassonografia das artérias no pescoço (carótidas). A
TC também pode ser usada para detectar placas endurecidas (calcificadas) nas artérias
coronarianas. O resultado desse exame é, às vezes, chamado de pontuação de cálcio.
Uma ultrassonografia das artérias carótidas pode detectar espessamento da parede
arterial, o que sugere aterosclerose. No entanto, muitos médicos acreditam que esses
testes raramente influenciam o aconselhamento que eles dariam com base em outros
testes mais facilmente reconhecidos e nos fatores de risco da pessoa.
Prevenção e tratamento de aterosclerose
•Alterações no estilo de vida reduzem o risco de complicações
•Às vezes medicamentos
Para ajudar a prevenir aterosclerose, as pessoas precisam
•Seguir uma dieta saudável
•Exercício
•Perder peso
•Parar de fumar
•Reduzir os níveis de colesterol LDL
•Reduzir a pressão arterial
•Reduzir os níveis de glicose no sangue
•Às vezes, tomar medicamentos, tais como uma estatina
Manter uma dieta saudável pode ajudar a diminuir o risco de aterosclerose. Uma dieta pobre em gorduras
saturadas, carboidratos refinados, alimentos altamente processados e álcool e rica em frutas, legumes,
verduras e fibras diminui o risco de doença cardiovascular. Dieta saudável e exercícios podem promover a
perda de peso se uma pessoa estiver com sobrepeso ou obesa.
As pessoas que fumam devem parar de fumar. As pessoas que param de fumar têm apenas metade do risco
das pessoas que continuam fumando, independentemente de quanto tempo elas fumaram antes de
pararem de fumar.
As pessoas que têm hipertensão arterial devem reduzir sua pressão arterial recorrendo a mudanças no
estilo de vida e medicamentos. As pessoas que têm diabetes devem manter um controle rigoroso de seu
açúcar (glicose) no sangue.
As pessoas que têm alto risco de desenvolverem aterosclerose também podem se beneficiar de certos
medicamentos. Entre os medicamentos úteis estão as estatinas, que diminuem o colesterol (mesmo se os
níveis de colesterol estiverem normais ou apenas discretamente elevados) e, em alguns casos, aspirina ou
outros medicamentos antiplaquetários (medicamentos que impedem que as plaquetas se agrupem e
formem bloqueios nos vasos sanguíneos). A aspirina e outros medicamentos antiplaquetários podem causar
sangramento; portanto, esses medicamentos devem ser tomados apenas se os pacientes estiverem em alto
risco de aterosclerose. Alguns medicamentos usados ​​para tratar a hipertensão arterial e alguns usados para
tratar diabetes também ajudam a reduzir o risco de aterosclerose.
Tratamento das complicações da aterosclerose
Quando a aterosclerose se torna grave o suficiente para causar complicações,
as próprias complicações devem ser tratadas. As complicações incluem
•Angina
•Ataque cardíaco
•Arritmias cardíacas
•Insuficiência cardíaca
•Doença renal crônica
•Acidente vascular cerebral
•Cãibras nas pernas (claudicação intermitente)
•Gangrena

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  • 1. Aterosclerose A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte, levando a um fluxo sanguíneo reduzido ou bloqueado.
  • 2. •A aterosclerose é causada por lesão repetida nas paredes das artérias. •Muitos fatores contribuem para essa lesão, incluindo hipertensão arterial, tabagismo, diabetes e níveis elevados de colesterol no sangue. •A obstrução dos vasos sanguíneos resultante de aterosclerose é uma causa comum de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. •Muitas vezes, os primeiros sintomas são dores ou cãibras quando o fluxo sanguíneo não consegue suprir as demandas de oxigênio dos tecidos. •Para prevenir a aterosclerose, as pessoas precisam parar de fumar, melhorar sua dieta, praticar exercícios físicos regularmente e manter o controle de sua pressão arterial, nível de colesterol e diabetes. •A progressão da aterosclerose para essas complicações de risco à vida, como um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, requer tratamento emergencial.
  • 3. Em 2019, a doença cardiovascular, principalmente doença arterial coronariana (aterosclerose que afeta as artérias que fornecem sangue ao coração) e acidente vascular cerebral (aterosclerose que afeta as artérias que se dirigem ao cérebro – veja a figura Fornecimento de sangue para o cérebro), causou quase 18 milhões de mortes no mundo inteiro, tornando a aterosclerose a causa principal de morte em âmbito mundial. A aterosclerose pode afetar as artérias de médio e grande porte do cérebro, coração, rins, outros órgãos vitais e pernas. Trata-se do tipo mais importante e mais comum de arteriosclerose. A aterosclerose pode afetar as artérias de médio e grande porte do cérebro, coração, rins, outros órgãos vitais e pernas. Trata-se do tipo mais importante e mais comum de arteriosclerose.
  • 4.
  • 5. Arteriosclerose Arteriosclerose, que significa endurecimento (esclerose) das artérias, é um termo geral para várias doenças em que a parede de uma artéria torna-se mais espessa e menos elástica. Existem três tipos: •Aterosclerose •Arteriolosclerose •Arteriosclerose de Mönckeberg Aterosclerose, o tipo mais comum, significa endurecimento relacionado a placas, que são depósitos de materiais gordurosos. Ela afeta as artérias de médio e grande porte.
  • 6. Arteriolosclerose significa endurecimento das arteríolas, que são pequenas artérias. Ela afeta principalmente as camadas internas e intermediárias das paredes das arteríolas. As paredes engrossam, estreitando as arteríolas. Como resultado, os órgãos abastecidos pelas arteríolas afetadas não recebem sangue suficiente. Os rins são afetados frequentemente. Esse distúrbio ocorre principalmente em pessoas que têm hipertensão arterial ou diabetes. Qualquer uma destas doenças pode afetar as paredes de arteríolas, resultando em espessamento. A arteriosclerose de Mönckeberg afeta artérias de pequeno a médio porte. Ocorre o acúmulo de cálcio dentro das paredes das artérias, o que as torna rígidas, mas sem estreitamento. Esse distúrbio essencialmente inofensivo geralmente afeta homens e mulheres com mais de 50 anos.
  • 7. Causas da aterosclerose O desenvolvimento da aterosclerose é complicado, mas o evento primário parece estar relacionado a lesões sutis e repetidas no revestimento interno das artérias (endotélio) através de vários mecanismos. Esses mecanismos incluem •Tensões físicas decorrentes de fluxo sanguíneo turbulento (como o que ocorre no local em que as artérias se ramificam, principalmente em pessoas que têm hipertensão) •Tensões inflamatórias envolvendo o sistema imunológico (como quando as pessoas fumam cigarros) •Anormalidades químicas na corrente sanguínea (como colesterol alto ou nível alto de açúcar no sangue como ocorre no diabetes mellitus) Infecções por algumas bactérias ou vírus (como Helicobacter pylori ou citomegalovírus) também podem aumentar a inflamação no revestimento interno da artéria (endotélio) e levar à aterosclerose.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12. Ruptura de placa As placas podem crescer dentro da abertura (lúmen) da artéria, provocando um estreitamento gradual. Quando a aterosclerose estreita uma artéria, os tecidos supridos pela artéria podem não receber sangue e oxigênio em quantidade suficiente. As placas também podem crescer na parede da artéria, onde não bloqueiam o fluxo de sangue. Ambos os tipos de placas podem se romper, expondo o material na corrente sanguínea. Esse material desencadeia a formação de coágulos de sangue. Esses coágulos de sangue podem bloquear todo o fluxo sanguíneo através de uma artéria repentinamente, evento que é a principal causa de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. Às vezes, esses coágulos sanguíneos se desprendem, viajam através da corrente sanguínea e bloqueiam uma artéria em outras partes do corpo. Da mesma forma, pedaços da placa podem se desprender, viajar através da corrente sanguínea e bloquear uma artéria em outros lugares.
  • 13. Fatores de risco para aterosclerose Alguns fatores de risco para a aterosclerose podem ser modificados (a pessoa pode modificar) (consulte também Prevenção de doença arterial coronariana). Os fatores de risco modificáveis incluem •Tabagismo •Níveis altos de colesterol no sangue •Hipertensão arterial •Diabetes •Obesidade •Sedentarismo •Baixo consumo diário de frutas e legumes Os fatores de risco que não podem ser modificados incluem •Ter histórico familiar de aterosclerose precoce (ou seja, ter um parente próximo do sexo masculino que desenvolveu a doença antes dos 55 anos ou uma parente próxima que desenvolveu a doença antes dos 65 anos) •Idade avançada •Ser do sexo masculino Há muitos fatores de risco que ainda estão sendo estudados, como níveis elevados de proteína C reativa (uma proteína inflamatória) no sangue, níveis elevados de alguns componentes do colesterol, como apolipoproteína B ou lipoproteína (a), e fatores psicossociais (como ansiedade ou baixo nível socioeconômico).
  • 14. O tabagismo e a aterosclerose Um dos fatores de risco modificáveis mais importantes ​​é o tabagismo. (O uso de outras formas de tabaco, como rapé ou tabaco de mascar, também aumenta o risco.) O risco de um fumante de desenvolver algumas formas de aterosclerose, como doença arterial coronariana, está diretamente relacionado com a quantidade de tabaco fumado diariamente. O risco de um ataque cardíaco triplica em homens e aumenta seis vezes em mulheres que fumaram 20 ou mais cigarros por dia em comparação com os não fumantes. Em pessoas que já têm um alto risco de doença cardíaca, o uso do tabaco é particularmente perigoso. O uso do tabaco diminui o nível de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), o colesterol “bom”, e aumenta o nível de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o colesterol “ruim”. Fumar aumenta o nível de monóxido de carbono no sangue, o que pode aumentar o risco de lesão no revestimento das paredes das artérias. O uso de tabaco faz com que as artérias já estreitadas pela aterosclerose se contraiam, diminuindo ainda mais a quantidade de sangue que chega aos tecidos. Além disso, o uso do tabaco aumenta a tendência de coagulação do sangue (por tornar as plaquetas mais pegajosas), o que aumenta o risco de doença arterial periférica (aterosclerose que afeta outras artérias que não suprem o coração e o cérebro), doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e bloqueio de um enxerto arterial colocado durante uma cirurgia de revascularização ou cirurgia para desvio de uma artéria bloqueada em outra parte do corpo.
  • 15. As pessoas que param de fumar têm apenas metade do risco das pessoas que continuam fumando, independentemente de quanto tempo elas fumaram antes de pararem de fumar. Parar de fumar também diminui o risco de morte após cirurgia de revascularização do miocárdio ou de um ataque cardíaco, além de reduzir o risco de doenças e de morte em pessoas que têm doença arterial periférica. Os benefícios de parar de fumar começam imediatamente a aumentam com o tempo. O tabagismo passivo (inalar fumaça de tabaco de terceiros) parece aumentar o risco também. Ele deve ser evitado.
  • 16. Níveis de colesterol Níveis de colesterol LDL elevados representam outro importante fator de risco modificável. Uma dieta rica em gorduras saturadas (consulte Tipos de gordura) faz com que os níveis de colesterol LDL aumentem em pessoas suscetíveis. Os níveis de colesterol também aumentam conforme as pessoas envelhecem e são normalmente mais elevados em homens do que em mulheres, embora os níveis de aumentem em mulheres após a menopausa. Vários distúrbios hereditários resultam em níveis elevados de colesterol ou de outras gorduras. As pessoas com esses distúrbios hereditários podem ter níveis extremamente elevados de colesterol LDL e (se não tratadas) podem morrer de doença arterial coronariana em uma idade precoce. Além disso, a lipoproteína(a) é uma partícula hereditária incomum, contendo colesterol, que também contribui para ataques cardíacos e AVCs.
  • 17. A redução dos níveis elevados de colesterol LDL pelo uso de medicamentos pode reduzir significativamente o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e morte. Há muitos tipos de medicamentos hipolipemiantes disponíveis (veja a tabela Medicamentos hipolipemiantes). As estatinas são o tipo mais comum. Nem todos os níveis de colesterol alto aumentam o risco de aterosclerose. Um nível elevado de HDL (o colesterol “bom”) diminui o risco de aterosclerose. O nível desejado de colesterol total, que inclui o colesterol LDL, o colesterol HDL e os triglicerídeos, é de 140 a 200 mg/dL (3,6 a 5,2 mmol/L). O risco de um ataque cardíaco mais do que dobra quando o nível de colesterol total se aproxima de 300 mg/dL (7,8 mmol/L). O risco diminui quando o nível de colesterol LDL permanece inferior a 130 mg/dL (3,4 mmol/L) e o nível de colesterol HDL permanece superior a 40 mg/dL (1 mmol/L). Para lipoproteína(a), níveis acima de 50 mg/dL (100 nmol/L) estão associados a um risco aumentado de doença cardíaca.
  • 18. Pessoas com risco elevado, como as que têm diabetes ou doença cardíaca aterosclerótica ou que tiverem sofrido um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou cirurgia de revascularização, se beneficiam de doses altas de estatinas para reduzir o colesterol LDL tanto quanto possível. Altos níveis de triglicérides são frequentemente associados com baixos níveis de colesterol HDL. No entanto, as evidências sugerem que apenas níveis elevados de triglicérides também podem aumentar discretamente o risco de aterosclerose. Hipertensão arterial A hipertensão não controlada é um fator de risco para ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, os quais são causados ​​por aterosclerose. O risco de doença cardiovascular começa a aumentar quando os níveis de pressão arterial ficam acima de 110/75 mm Hg. Controlar a hipertensão arterial reduz o risco evidentemente. Os médicos geralmente tentam atingir uma pressão arterial inferior a 140/90 mm Hg e, muitas vezes, inferior a 130/80 mm Hg em pessoas com risco de doença cardiovascular como as que sofrem de diabetes ou doença renal.
  • 19. Diabetes mellitus Pessoas que têm diabetes mellitus tendem a desenvolver uma doença que afeta as artérias pequenas, como as encontradas nos olhos, nervos e rins, levando à perda de visão, lesão nervosa e doença renal crônica. Pessoas com diabetes também tendem a desenvolver aterosclerose em artérias grandes. A aterosclerose tende a surgir em uma idade mais precoce e mais extensamente do que em pessoas que não têm diabetes. O risco de desenvolvimento de aterosclerose é duas a seis vezes maior em pessoas com diabetes, particularmente mulheres. As mulheres que têm diabetes, ao contrário das que não têm, não estão protegidas contra a aterosclerose antes da menopausa. As pessoas que têm diabetes têm o mesmo risco de morte de alguém que teve um ataque cardíaco prévio e os médicos geralmente tentam ajudar essas pessoas a manterem outros fatores de risco (como níveis de colesterol elevados e hipertensão arterial) sob cuidadoso controle.
  • 20. Obesidade A obesidade, principalmente a obesidade abdominal (tronco), aumenta o risco de doença arterial coronariana (aterosclerose das artérias que fornecem sangue ao coração). A obesidade abdominal aumenta o risco de outros fatores de risco para a aterosclerose: hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e níveis elevados de colesterol. Perder peso reduz o risco de todos esses problemas. Sedentarismo O sedentarismo parece aumentar o risco de desenvolvimento de doença arterial coronariana e muitas evidências sugerem que praticar exercícios regularmente, mesmo em um grau moderado, reduz esse risco e a mortalidade. Os exercícios também podem ajudar a modificar outros fatores de risco relacionados à aterosclerose, pois reduzem a pressão arterial e os níveis de colesterol e ajudam na perda de peso e diminuição da resistência à insulina.
  • 21. Dieta Há evidências substanciais de que o consumo regular de frutas e legumes pode diminuir o risco de doença arterial coronariana. Não está claro se o consumo de frutas e legumes parece benéfico devido às substâncias que esses alimentos contêm (fitoquímicos) ou ao fato de as pessoas que comem grandes quantidades de frutas e legumes também comerem menos gordura saturada e serem mais propensas a consumirem fibras e vitaminas. No entanto, fitoquímicos chamados flavonoides (encontrados em uvas vermelhas e roxas, vinho tinto, chá preto e cervejas escuras) parecem especialmente protetores. Suas altas concentrações no vinho tinto podem ajudar a explicar por que os franceses têm uma incidência relativamente baixa de doença arterial coronariana, mesmo consumindo mais tabaco e mais gordura do que os americanos. Mas não há estudos que comprovem que a ingestão de alimentos ricos em flavonoides ou o que uso de suplementos desses nutrientes previnam a aterosclerose. O maior teor de fibras em determinados vegetais pode diminuir os níveis sanguíneos de colesterol total, glicose e insulina. Contudo, a ingestão excessiva de fibra interfere na absorção de determinadas vitaminas e minerais. Em geral, alimentos ricos em vitaminas e fitoquímicos também são ricos em fibra.
  • 22. A gordura é uma parte essencial da dieta. A noção de que comer menos gordura é importante para uma dieta saudável é apenas parcialmente verdadeira, pois o tipo de gordura também é importante. Os principais tipos de gorduras são •Gorduras saturadas e trans •Gorduras insaturadas (poli-insaturadas e monoinsaturadas – consulte Tipos de gordura) As gorduras podem ser líquidas ou sólidas em temperatura ambiente. Gorduras líquidas, como óleos e algumas margarinas, tendem a ter mais gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas. Gorduras sólidas, como manteiga e banha, tendem a ter mais gorduras saturadas e trans. As gorduras saturadas e trans são mais propensas a causarem aterosclerose. Assim, sempre que possível, as pessoas devem limitar a quantidade de gorduras saturadas e trans em sua dieta e escolher alimentos com gorduras monoinsaturadas ou poli-insaturadas, alternativamente. As gorduras saturadas e trans são encontradas em carnes vermelhas, muitos itens de alimentos processados ou tipo “fast food”, laticínios integrais (como queijo, manteiga e creme) e margarinas sólidas (em barra). Entretanto, a evidência referente aos perigos de gorduras trans naturais permanece incerta. As gorduras monoinsaturadas são encontradas no óleo de canola e azeite de oliva, margarinas líquidas sem gordura trans, nozes e azeitonas. As gorduras poli-insaturadas são encontradas em nozes, sementes, óleos e maionese.
  • 23. Dois tipos de gorduras poli-insaturadas — ômega 3 e ômega 6 — são essenciais para uma dieta saudável. As gorduras ômega 3 são encontradas em peixes gordurosos, como salmão, ovos, óleo de canola e nozes. As gorduras ômega 6 são encontradas em algumas castanhas e sementes, bem como em óleo de cártamo, girassol e milho. Manter uma dieta saudável pode ajudar a diminuir o risco de aterosclerose. No entanto, é menos claro se a suplementação da dieta com vitaminas, fitoquímicos, minerais traço ou coenzima Q10 também ajude a reduzir o risco.
  • 24. Sintomas de aterosclerose Os sintomas dependem •De onde a artéria afetada está localizada •De a artéria afetada ter sido estreitada gradualmente ou bloqueada subitamente Sintomas de estreitamento gradual Com o estreitamento gradual, a aterosclerose geralmente não causa sintomas até que o interior de uma artéria esteja estreitado em mais de 70%. O primeiro sintoma de uma artéria estreitada pode ser dor ou cãibra nos momentos em que o fluxo de sangue não pode suprir a necessidade de oxigênio dos tecidos. Por exemplo, durante o exercício, uma pessoa pode sentir dor ou desconforto no tórax se o suprimento de oxigênio para o coração for insuficiente. Esta dor torácica (angina) desaparece dentro de minutos após a pessoa interromper o esforço. Enquanto caminha, uma pessoa pode sentir cãibras nas pernas (claudicação intermitente), pois o fornecimento de oxigênio para os músculos da perna é inadequado. Se as artérias que fornecem sangue a um ou ambos os rins sofrerem estreitamento, podem ocorrer insuficiência renal ou pressão arterial perigosamente elevada. Sintomas de bloqueio arterial súbito Se as artérias que irrigam o coração (artérias coronarianas) forem bloqueadas repentinamente, pode ocorrer um ataque cardíaco. A obstrução das artérias que irrigam o cérebro pode causar um acidente vascular cerebral. A obstrução das artérias das pernas pode causar gangrena de um dedo do pé, do pé ou da perna.
  • 25. Diagnóstico de aterosclerose •Exames de sangue para pesquisar fatores de risco para aterosclerose •Exames de imagem para detectar a presença de placas perigosas A forma como a aterosclerose é diagnosticada depende de a pessoa estar tendo sintomas. Pessoas com sintomas As pessoas que têm sintomas que sugerem uma artéria bloqueada devem realizar testes para identificar a localização e a extensão do bloqueio. São utilizados testes diferentes, dependendo do órgão que parece estar envolvido. Por exemplo, se os médicos suspeitam de um bloqueio de uma artéria no coração, eles costumam fazer um eletrocardiograma (ECG), exames de sangue para verificação da presença de substâncias (marcadores cardíacos) que indicam lesão cardíaca e, às vezes, um teste de esforço ou cateterismo cardíaco. As pessoas com artérias ateroscleróticas em um órgão muitas vezes têm aterosclerose em outras artérias. Portanto, quando os médicos descobrem um bloqueio aterosclerótico em uma artéria — por exemplo, na perna — eles costumam fazer testes para procurar bloqueios em outras artérias, como as do coração. Os médicos também testam certos fatores de risco em pessoas que têm uma obstrução aterosclerótica. Por exemplo, eles medem os níveis de glicose, colesterol e triglicérides no sangue. Os médicos também costumam fazer esses testes como parte do exame anual de rotina em adultos.
  • 26. Como algumas placas nas artérias são mais propensas a se desprenderem e desencadearem a formação de um coágulo do que outras, os médicos às vezes fazem testes para procurar essas placas perigosas. Nenhum teste é definitivo, mas os médicos estão usando angiografia por tomografia computadorizada (TC), ultrassonografia intravascular (que usa uma sonda de ultrassom instalada na ponta de um cateter inserido dentro de uma artéria) durante os procedimentos de cateterismo cardíaco e angiografia coronariana, bem como uma série de outros exames por imagem e exames de sangue.
  • 27. Pessoas sem sintomas (triagem) Em pessoas que têm alguns fatores de risco para aterosclerose, mas não apresentam sintomas, os médicos costumam realizar exames de sangue para medir os níveis de glicose, colesterol e triglicérides no sangue. Os médicos também costumam fazer esses testes como parte do exame anual de rotina em adultos. Alguns médicos recomendam exames de imagem para procurar obstrução aterosclerótica em pessoas que apresentam fatores de risco, mas não apresentam sintomas, como parte de uma estratégia de prevenção. Esses testes incluem uma TC de feixe de elétrons do coração e ultrassonografia das artérias no pescoço (carótidas). A TC também pode ser usada para detectar placas endurecidas (calcificadas) nas artérias coronarianas. O resultado desse exame é, às vezes, chamado de pontuação de cálcio. Uma ultrassonografia das artérias carótidas pode detectar espessamento da parede arterial, o que sugere aterosclerose. No entanto, muitos médicos acreditam que esses testes raramente influenciam o aconselhamento que eles dariam com base em outros testes mais facilmente reconhecidos e nos fatores de risco da pessoa.
  • 28. Prevenção e tratamento de aterosclerose •Alterações no estilo de vida reduzem o risco de complicações •Às vezes medicamentos Para ajudar a prevenir aterosclerose, as pessoas precisam •Seguir uma dieta saudável •Exercício •Perder peso •Parar de fumar •Reduzir os níveis de colesterol LDL •Reduzir a pressão arterial •Reduzir os níveis de glicose no sangue •Às vezes, tomar medicamentos, tais como uma estatina Manter uma dieta saudável pode ajudar a diminuir o risco de aterosclerose. Uma dieta pobre em gorduras saturadas, carboidratos refinados, alimentos altamente processados e álcool e rica em frutas, legumes, verduras e fibras diminui o risco de doença cardiovascular. Dieta saudável e exercícios podem promover a perda de peso se uma pessoa estiver com sobrepeso ou obesa.
  • 29. As pessoas que fumam devem parar de fumar. As pessoas que param de fumar têm apenas metade do risco das pessoas que continuam fumando, independentemente de quanto tempo elas fumaram antes de pararem de fumar. As pessoas que têm hipertensão arterial devem reduzir sua pressão arterial recorrendo a mudanças no estilo de vida e medicamentos. As pessoas que têm diabetes devem manter um controle rigoroso de seu açúcar (glicose) no sangue. As pessoas que têm alto risco de desenvolverem aterosclerose também podem se beneficiar de certos medicamentos. Entre os medicamentos úteis estão as estatinas, que diminuem o colesterol (mesmo se os níveis de colesterol estiverem normais ou apenas discretamente elevados) e, em alguns casos, aspirina ou outros medicamentos antiplaquetários (medicamentos que impedem que as plaquetas se agrupem e formem bloqueios nos vasos sanguíneos). A aspirina e outros medicamentos antiplaquetários podem causar sangramento; portanto, esses medicamentos devem ser tomados apenas se os pacientes estiverem em alto risco de aterosclerose. Alguns medicamentos usados ​​para tratar a hipertensão arterial e alguns usados para tratar diabetes também ajudam a reduzir o risco de aterosclerose.
  • 30. Tratamento das complicações da aterosclerose Quando a aterosclerose se torna grave o suficiente para causar complicações, as próprias complicações devem ser tratadas. As complicações incluem •Angina •Ataque cardíaco •Arritmias cardíacas •Insuficiência cardíaca •Doença renal crônica •Acidente vascular cerebral •Cãibras nas pernas (claudicação intermitente) •Gangrena