O documento descreve o Dia da Expição segundo o Livro de Levítico no Antigo Testamento. O Sumo Sacerdote Arão oferecia sacrifícios para purificar o Santuário, a Tenda da Congregação e o altar dos pecados do povo. Dois bodes eram usados, um era sacrificado para Deus e o outro enviado para o deserto carregando os pecados do povo. Isso prefigurava a expiação final dos pecados por Jesus Cristo.
3. AS SETE FESTAS DO SENHOR
• O DIA DA EXPIAÇÃO
1 - Falou o Senhor a Moisés, depois que morreram os dois filhos de Arão, tendo
chegado aqueles diante do Senhor.
2 - Então, disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário
em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para
que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório.
3 Entrará Arão no santuário com isto: um novilho, para oferta pelo pecado, e um
carneiro, para holocausto.
4 - Vestirá ele a túnica de linho, sagrada, terá as calças de linho sobre a pele, cingir-se-á
com o cinto de linho e se cobrirá com a mitra de linho; são estas as vestes sagradas.
Banhará o seu corpo em água e, então, as vestirá.
5 - Da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes, para a oferta pelo pecado, e
um carneiro, para holocausto.
6 - Arão trará o novilho da sua oferta pelo pecado e fará expiação por si e pela sua
casa.
4. AS SETE FESTAS DO SENHOR
7 - Também tomará ambos os bodes e os porá perante o Senhor, à porta da
tenda da congregação.
8 E tirará sortes quanto aos dois bodes: uma para o Senhor e a outra para
Azazel*.
9 - Arão fará chegar o bode sobre o qual cair a sorte para o Senhor e o oferecerá
por oferta pelo pecado.
10 - Mas o bode sobre que cair a sorte para bode emissário será apresentado
vivo perante o Senhor, para fazer expiação por meio dele e enviá-lo ao deserto
como bode emissário.
O SACRIFÍCIO PELO PRÓPRIO SUMO SACERDOTE
11 Arão fará chegar o novilho da sua oferta pelo pecado e fará expiação por si e pela
sua casa; imolará o novilho da sua oferta pelo pecado.
12 - Tomará também, de sobre o altar, o incensário cheio de brasas de fogo,
diante do Senhor, e dois punhados de incenso aromático bem moído e o trará
para dentro do véu.
5. AS SETE FESTAS DO SENHOR
13 - Porá o incenso sobre o fogo, perante o Senhor, para que a nuvem do incenso
cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra.
14 - Tomará do sangue do novilho e, com o dedo, o aspergirá sobre a frente do
propiciatório; e, diante do propiciatório, aspergirá sete vezes do sangue, com o
dedo.
O SACRIFÍCIO PELO POVO
15 - Depois, imolará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo, e
trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o
sangue do novilho; aspergi-lo-á no propiciatório e também diante dele.
16 - Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de
Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus pecados. Da mesma sorte,
fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas.
17 - Nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar para
fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois de feita a expiação por si
mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de Israel.
6. AS SETE FESTAS DO SENHOR
18 Então, sairá ao altar, que está perante o Senhor, e fará expiação por ele. Tomará do
sangue do novilho e do sangue do bode e o porá sobre os chifres do altar, ao redor.
19 - Do sangue aspergirá, com o dedo, sete vezes sobre o altar, e o purificará, e o
santificará das impurezas dos filhos de Israel.
20 - Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, pela tenda da
congregação e pelo altar, então, fará chegar o bode vivo.
21 - Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará
todas as iniquidades dos filhos de Israel, todas as suas transgressões e todos os seus
pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um
homem à disposição para isso.
22 - Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniquidades deles para terra solitária;
e o homem soltará o bode no deserto.
23 - Depois, Arão virá à tenda da congregação, e despirá as vestes de linho, que havia
usado quando entrara no santuário, e ali as deixará.
7. AS SETE FESTAS DO SENHOR
24 - Banhará o seu corpo em água no lugar santo e porá as suas vestes; então, sairá, e
oferecerá o seu holocausto e o holocausto do povo, e fará expiação por si e pelo povo.
25 - Também queimará a gordura da oferta pelo pecado sobre o altar.
26 - E aquele que tiver levado o bode emissário lavará as suas vestes, banhará o seu
corpo em água e, depois, entrará no arraial.
27 - Mas o novilho e o bode da oferta pelo pecado, cujo sangue foi trazido para fazer
expiação no santuário, serão levados fora do arraial; porém as suas peles, a sua carne
e o seu excremento se queimarão.
28 - Aquele que o queimar lavará as suas vestes, banhará o seu corpo em água e,
depois, entrará no arraial.
A FESTA ANUAL DAS EXPIAÇÕES
29 - Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis
a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina
entre vós.
8. AS SETE FESTAS DO SENHOR
*Em Levítico 16 onde Deus fala de 2 bodes, um é sacrificado na sorte
do Senhor que expia os pecados dos homens e outro que é lançado
fora no deserto, para Azazel. Esse Azazel era um daqueles chefes dos
anjos caídos, não o principal, mas chegou a ser o pior, que se envolveu
com as filhas dos homens, gerando os Nefilins* (Gn 6:4, Nm 13:33 ). O Livro
de Enoque é que menciona que toda a culpa se pusesse em Azazel,
por isso os pecados voltam para Azazel.
O Senhor pagou o preço dos nossos pecados, e a culpa inteira vai para
Azazel, assim entendemos porque aparece Azazel em Levítico.
* Nefilim termo derivado do hebraico naphal que significa ele caiu.
9. AS SETE FESTAS DO SENHOR
Os dois Bodes
Também tomará ambos os bodes e os porá perante o
Senhor, à porta da tenda da congregação. E Arão lançará
sortes sobre os dois bodes: uma sorte pelo Senhor e a outra
sorte pelo bode emissário. Então, Arão fará chegar o bode
sobre o qual cair a sorte pelo Senhor e o oferecerá para
expiação do pecado. Mas o bode sobre que cair a sorte para
ser bode emissário apresentar-se-á vivo perante o Senhor,
para fazer expiação com ele, para enviá-lo ao deserto como
bode emissário” (Lv 16:7-20). Nestes dois bodes temos os dois
aspectos da expiação já referidos. A sorte pelo Senhor caia
10. AS SETE FESTAS DO SENHOR
sobre um e a sorte pelo povo caía sobre o outro. No caso do
primeiro não se tratava das pessoas ou dos pecados que
deviam ser perdoados, nem dos desígnios de Deus de graça
para com os Seus eleitos. Estas coisas, desnecessário é
dizer, são de uma importância infinita; mas não estão com-
preendidas no caso do bode sobre o qual caía a sorte pelo
Senhor.
Este bode simbolizava a morte de Cristo, mediante a qual
Deus foi perfeitamente glorificado, com respeito ao pecado
em geral. Esta grande verdade está plenamente exposta na
expressão notável "Uma sorte pelo Senhor".
11. AS SETE FESTAS DO SENHOR
O sangue que assegura a salvação da Igreja, a "casa" do
verdadeiro Arão; o sangue que assegura a salvação da
"congregação" de Israel; o sangue que garante a restauração
final e a bem-aventurança de toda a criação foi oferecido
perante Deus, espargido e aceito segundo toda a perfeição,
fragrância e preciosidade de Cristo. No poder desse sangue
Deus pôde cumprir todos os desígnios eternos de graça:
Pôde salvar a Igreja e elevá-la às alturas de glória e dignida-
de, a despeito de todo o poder do pecado e de Satanás;
pode restaurar as tribos dispersas de Israel; pôde cumprir
todas as promessas feitas a Abraão, a Isaac e a Jacó;
12. AS SETE FESTAS DO SENHOR
pode salvar e abençoar incontáveis milhões de Gentios;
pode restaurar e abençoar a vasta criação; pode permitir que
os raios da Sua glória iluminem o universo para sempre;
pode mostrar, à vista dos anjos, dos homens e dos demônios,
a Sua glória eterna a glória do Seu caráter, a glória da Sua
natureza, a glória das Suas obras, a glória do Seu governo.
Tudo isto Ele pode fazer, e fará; mas o único pedestal em
que assenta, para sempre, este admirável edifício de glória é
o sangue da cruz esse sangue precioso, que fala de paz,
paz divina e eterna, à consciência e ao coração, na presença
da Santidade Infinitiva.
13. AS SETE FESTAS DO SENHOR
Só há um caminho para o lugar santíssimo e é um caminho
espargido com sangue. É inútil tentar entrar por qualquer
outro. Os homens podem esforçar-se por entrar nele, por
meio da oração ou por direito de aquisição, entrar por atalho
de ordenações ou por uma vereda formada em parte por
ordenações e em parte por Cristo; mas é inútil. Deus fala de
um caminho, e um só, e esse caminho foi aberto pelo véu
rasgado do corpo do Salvador. Por esse caminho têm passa-
do os milhões de salvos de século para século. Patriarcas,
profetas, apóstolos, mártires, santos em todos os séculos,
desde Abel, têm trilhado esse bendito caminho e encontrado
por ele acesso seguro e indisputável.
14. AS SETE FESTAS DO SENHOR
O Bode para “Azazel”
"Havendo, pois, acabado de expiar o santuário, a tenda da
congregação e o altar, então, fará chegar o bode vivo. E
Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo
e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de
Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus
pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao
deserto, pela mão de um homem designado para isso.
Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniquidades de-
les à terra ao deserto. Aqui temos, pois, a segunda ideia
ligada com a morte de Cristo, a saber: o perdão completo e
15. AS SETE FESTAS DO SENHOR
final do povo. Se a morte de Cristo constitui o fundamento da
glória de Deus, constitui também a base do perfeito perdão
dos pecados dos que põem nela a sua confiança. Este
segundo objetivo é, bendito seja Deus, apenas uma aplicação
secundária e inferior de expiação, embora os nossos cora-
ções néscios sejam propensos a considerá-la como o aspec-
to mais elevado da cruz. Isto é um erro. A glória de Deus
está em primeiro lugar; a nossa salvação em segundo.
A glória de Deus era o objetivo supremo do Senhor Jesus
Cristo na vida e na morte. Viveu e morreu para glorificar o
nome de Seu Pai. A Igreja perde alguma coisa com isto?
16. AS SETE FESTAS DO SENHOR
De modo nenhum. E Israel? Tampouco. Mas, e os gentios?
Também não. A sua salvação e bem-aventurança não podi-
am estar melhor asseguradas do que sendo parte da glória
de Deus.
“Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de
Jacó, e tomares a trazer os guardados de Israel; também te dei
para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à
extremidade da terra (Is 49:5)”.
Isto terá o seu pleno cumprimento dentro em pouco no
remanescente salvo de Israel, como foi predito pelo profeta
Zacarias:
17. AS SETE FESTAS DO SENHOR
E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém
derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para
aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem
pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora
amargamente pelo primogênito. Zc 12:10
A consumação disto com Israel
"E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês,
afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o
estrangeiro que peregrina entre vós. Porque, naquele dia, se fará
expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os
vossos pecados, perante o Senhor. É um sábado de descanso para vós,
e afligireis a vossa alma; isto é estatuto perpétuo" (Lv 16:29-31).
18. AS SETE FESTAS DO SENHOR
Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-
Rimom, no vale de Megido. Zc 12:10-11
Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes
de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza. Zc 13:1
Mas será um dia singular conhecido do Senhor; não será nem dia nem noite,
mas haverá luz à tarde.
Naquele dia, também sucederá que correrão de Jerusalém águas vivas,
metade delas para o mar oriental, e a outra metade, até ao mar ocidental; no
verão e no inverno, sucederá isto.
O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o Senhor , e um
só será o seu nome. Zc 14:7-9
Que dia será aquele! Não admira que se mencione com tan-
ta frequência na passagem acima citada. Será um brilhante
19. AS SETE FESTAS DO SENHOR
sábado de repouso, quando o remanescente em pranto se
reunir, no espírito de verdadeira penitência, em redor da
fonte aberta e entrar no gozo dos resultados finais do grande
dia da expiação.
Eles “afligirão as suas almas”, sem dúvida; porque como
poderão proceder de outro modo, quando fixarem o olhar
contrito “naquele a quem traspassaram?” Mas, que sábado
eles terão! Jerusalém terá uma época trasbordante de salva-
ção, depois da sua longa e triste noite de dor.
As suas desolações serão esquecidas e seus filhos, restabe-
lecidos nas suas antigas moradas, tirarão as suas harpas
20. AS SETE FESTAS DO SENHOR
dos salgueiros e cantarão outra vez os suaves salmos de Sião
à sombra aprazível das suas vinhas e figueiras. (Sl 137)
Bendito seja Deus, o tempo está próximo. Cada pôr do sol nos
aproxima mais desse feliz sábado. A palavra é: "Eis que presto
venho"; e em redor de nós tudo parece dizer-nos:
“os dias vêm vindo, e as profecias vão se cumprindo”. (Ez 12:23b)
Sejamos vigilantes, vigiemos e oremos! Conservemo-nos
puros da contaminação do mundo; e assim o espírito do nosso
entendimento, os afetos dos nossos corações e a experiência
das nossas almas estarão prontos para receber o Noivo
celestial!
21. AS SETE FESTAS DO SENHOR
Todos os que restarem de todas as nações que vieram
contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o
Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos
Tabernáculos. Zc 14:16