SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 52
Baixar para ler offline
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Fascículo 1:
“Fazer a produção”, que bicho é esse?
A expressão fazer a produção recebe no meio musical
os mais variados significados; em linguagem usual, pode
significar colar cartazes, distribuir convites, acompanhar a
banda em entrevistas em rádios e TVs, coordenar o palco etc.
Fazer a produção é organizar, planejar, administrar e
controlar recursos necessários para realização de um show
musical. Adotaremos neste curso como sinônimo de fazer a
produção executiva.
E quem pode fazer produção, afinal?
Qualquer pessoa que possua tempo, conhecimento,
recursos e, de preferência, vocação para a atividade.
Atuar na produção executiva de um show musical é uma
“porta de entrada” para trabalhar com cultura, caso comum
entre pessoas interessadas em artes, comunicação, cinema,
letras, psicologia, administração, engenharia e direito.
Há muitos profissionais desempenhando esta atividade
sem conhecimento teórico. Eles começam como roadies,
bilheteiros, seguranças, iluminadores, técnicos de som,
assistentes de palco e, com a experiência prática, tornam-se
produtores executivos, produtores culturais ou até mesmo
empresários.
A responsabilidade do produtor executivo
A responsabilidade é diretamente proporcional ao seu
envolvimento na organização do show. Se o produtor
executivo for aquele que contrata tudo no evento, sua
responsabilidade pode ser integral. Se o produtor tiver sido
contratado por um empresário para prestar serviços
específicos, sua responsabilidade é limitada a este serviço.
Usualmente, os produtores executivos contratados “por
show” são chamados de “free-lancers” ou “frilas”.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Fascículo 2:
As etapas de um show
Este curso irá descrever passo a passo as etapas de um
show musical: pré-produção, produção e pós-produção.
Pré-produção: período que antecede o show
Uma boa maneira de começar é definir a data e o local. A
partir daí, o produtor executivo pode estabelecer um
cronograma de atividades, pensar quem fará parte de sua
equipe, identificar as necessidades de produção, ver tipos de
contratos e autorizações, recolhimento de direitos autorais,
saber como será realizada a divulgação e os custos que terá
Produção: o dia do show
que pagar.
a o QG (sala de produção),
distrib anha a equipe técnica e os
mú
a tudo. Adrenalina pura.
dução. Fechamento de
ento da desmontagem,
reto
O produtor executivo mont
ui as atividades, acomp
sicos. Também cuida do credenciamento, bilheteria,
passagem de som, atendimento aos profissionais de
comunicação e segurança.
Dia de show não é hora de curtição. Os produtores
prec sam estar atentos
i
Pós-produção: depois do show
Depois do show começa a pós-pro
a, pagamentos, acompanham
bilheteri
rno dos músicos, limpeza, entrega do espaço, liberação
da equipe de produção, reunião de avaliação e registro do
projeto.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Fascículo 3:
Quando
Nada é por acaso. Muito menos a data de um show.
Saber quando produzir é um importante passo para a
realização de um espetáculo. Uma data mal planejada
espanta o público. Um show sem público desmotiva os
artistas, fragiliza a imagem do trabalho de produção, assusta
contratantes e patrocinadores.
Leve em conta alguns fatores na escolha da data.
Shows similares no mesmo dia
Descubra as datas dos próximos shows que irão
acontecer em seu bairro, cidade ou região. Busque
informações em jornais, rádio, TVs, sites ou com informantes.
É aconselhável não organizar um show no mesmo dia em
que irá ocorrer um show com artistas muito conhecidos do
grande público.
Grandes eventos
Se sua cidade possui uma feira, rodeio ou festival,
agende sua data para outro período. Outra alternativa é
integrar o seu show à programação do evento.
Datas comemorativas
É uma boa estratégia associar o seu show a uma data
comemorativa. Se você quer produzir um show de música
afro, pode fazê-lo no dia 20 de novembro que é o Dia da
Consciência Negra. Outro exemplo. Junte várias as bandas e
faça um festival no dia 13 de julho: o Dia Mundial do Rock. Já
02 de novembro, Dia de Finados, não é uma data
conveniente para festividades, certo?
Finais de semana
São os dias em que as pessoas tendem a sair com maior
facilidade.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Início de mês = grana no bolso = venda de ingressos
É melhor agendar datas no início de cada mês. A maioria
das pessoas recebe seu salário entre o dia 30 e o 5º dia útil
do mês seguinte. Mais chances de obter receita na venda de
ingressos, principalmente, se estiver produzindo um "show por
bilheteria”.
Artistas em turnê
Uma banda ou um artista se apresenta em uma cidade
próxima? Você tem boas chances para trazê-los ao show que
deseja produzir e com um custo reduzido.
Véspera de feriado
Cidades próximas de praias costumam esvaziar em
véspera de feriado. Por outro lado, há pessoas que não
viajam. Avalie.
Previsão do tempo
Há sempre risco de um show ao ar livre não acontecer em
caso de chuva. É necessário estar atento à previsão do tempo
e planejar uma data alternativa.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Fascículo 4:
Onde
O local tem que ter a cara do público do seu show.
Com quem você se comunica? Afinal, para quem se dirige
a música que você vai apresentar? Local e público devem
estar relacionados. Se o grupo é de samba, não adianta fazer
shows numa casa onde se apresentam as bandas punks. Se
o artista é um violoncelista clássico, não adianta programar o
show para uma boate.
Quantas pessoas virão?
Estime um número realista de pessoas para o show. É
importante ver se o local comporta o público esperado e se é
possível ampliar o número de lugares.
Acesso
Facilite o acesso das pessoas. Cheque horário de ônibus
e disponibilidade de linhas. Há pontos de táxi próximo? E
estacionamento? Um mapa sempre facilita. É só estampar
nos flyers, cartazes ou nas mensagens de e-mails.
Condomínios, bairros residenciais e locais públicos
Nem sempre um local escolhido possui autorização legal
para realização de um show. Converse com as pessoas das
redondezas. Investigue na prefeitura. Melhor é não se
incomodar.
Escolha o local
Casa noturna, teatro, ginásio, laje, auditório, clube, praça,
parque, pavilhão da paróquia, anfiteatro do colégio, salão do
prédio, boteco, garagem, sacada, borracharia, camping,
estádio, biblioteca, centros culturais, campus universitário,
associação de bairro... Como se vê, o menu é variado. Seja
qual for a sua escolha, você precisa conhecer ou buscar o
máximo de informações sobre o local.
Pesquise na internet...
...e poupe seu trabalho. Antes de visitar o local, descubra
se existe um site com informações técnicas do espaço.
Muitas vezes, é possível solicitar fotos e plantas do espaço.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Fascículo 5:
Conhecendo o local
Sempre é bom investigar o local. Tenha em mente um
breve roteiro.
Acústica
Procure checar a qualidade de som no ambiente. Em
espaços abertos, verifique a legislação ambiental referente ao
volume de som. Em locais fechados, verifique se há
necessidade de isolamento acústico. Tudo para o show não
parar.
O palco
Verifique as dimensões que você necessita. Cheque a
infra-estrutura elétrica: quantidade de tomadas, voltagem
(110v ou 220v), cabos, localização de interruptores,
transformadores, alarmes e equipamentos de segurança.
Segurança em todos os sentidos
Verifique se existem saídas de emergência e que estejam
funcionando. O espaço oferece profissionais de segurança?
São em número suficiente para a capacidade de público?
Limpeza e condições sanitárias
Banheiros em boas condições de uso: público, artistas e
equipe de produção agradecem. Não tem? Alugue banheiros
químicos. Confira com antecedência se será preciso contratar
serviços externos de limpeza.
Alimentação
Veja se é possível alimentar artistas e equipe de
produção no local. É preciso ter água potável à vontade.
Camarim
O ideal é o espaço possuir um banheiro funcionando, um
espelho de corpo inteiro, armários e cadeiras. Conferir
ventilação e conforto térmico.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Apoio ao trabalho
Uma sala de apoio sempre é bem-vinda. Computador com
internet com banda larga, melhor ainda. Esta sala pode se
tornar o “QG”.
O que mais o local oferece?
Na hora de fechar o local, confira o que faz parte do
"pacote": chapelaria, guarda-volumes, cofres, cafeteria,
restaurante, técnicos de iluminação, eletricistas, carregadores
etc. O que é gratuito? O que é pago? Saiba os procedimentos
e os horários de funcionamento.
Acessos
Há estacionamento? Espaço para carga e descarga é
próximo do palco? Atrapalha a circulação do público? Cheque
elevadores e rampas de acesso.
Por segurança, público e equipamentos não se misturam.
Da mesma forma, garanta circulação privativa para músicos e
técnicos. Fique atento ao acesso para portadores de
necessidades especiais.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Fascículo 6:
Cronograma de atividades
É um meio de controle. Serve para acompanhar a
realização das atividades e comparar com o tempo previsto
para cada uma delas.
Com o cronograma, numa rápida visualização, o produtor
executivo tem a noção do andamento de tudo: o que está
atrasado, o que está adiantado e o que está bem.
Qual é o cronograma certo?
Não há um modelo correto. Cada um escolhe um tipo de
cronograma mais adequado ao seu contexto.
Elementos básicos de um cronograma
O que - descrição da atividade
Exemplo: definir data
Porque - o motivo
Exemplo: planejar dia do show
Como – de que forma será feito
Exemplo: reunião
Quando – o prazo
Exemplo: quarta-feira, dia 28/06
Horário – o momento da realização
Exemplo: 19h
Onde - lugar de realização
Exemplo: produtora (endereço)
Quem - responsável pela realização
Exemplo: Alê Barreto, dMart e você
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Faça o seu
Primeiro. Comece com pequenos projetos.
São fáceis de realizar e estimulam outras ações.
Um segundo ponto. Seja detalhista. Liste todas as
atividades.
Em terceiro lugar. Deixe uma folga.
Se uma pessoa leva uma semana para prestar um
determinado serviço, estime 10 dias.
Por último. Cuide para não exagerar nas estimativas dos
prazos.
Se a atividade leva um dia para sua conclusão, coloque
no máximo o dobro.
Estamos no prazo? Está funcionando o cronograma.
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 7:
A equipe
Contratar uma equipe vai além de chamar amigos ou ligar
para "uns malucos" que gostam da vida noturna. Ao pensar
em quem serão as pessoas que irão trabalhar com você na
produção executiva de um show, sugerimos atenção para
alguns critérios.
Formação
Verifique se a pessoa que você deseja contratar possui
alguma formação técnica relacionada à produção executiva
de shows musicais. Quanto mais gente capacitada estiver em
sua equipe, menos problemas ocorrerão na realização das
atividades.
Disponibilidade
Por mais que se planeje um show, sempre surgem
imprevistos. Reúna pessoas que compreendam a
necessidade de estarem disponíveis para trabalhar um pouco
além do previsto.
Referências
Solicite nome, fone e e-mail de algumas referências
profissionais recentes.
Comprometimento
É bastante arriscado trabalhar com pessoas que estão a
fim de “curtir o show”.
Tenha pessoas comprometidas com a conclusão das
atividades que lhes tenham sido atribuídas no cronograma.
Bom senso
Espécie de “sexto sentido”. Bom senso é saber em que
momento uma determinada regra deve ser quebrada.
Ouvir sugestões e refletir sobre isso. Ter humildade para
reconhecer um erro quando cometido. Estar atento e
respeitar profissionais mais experientes.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Custo
Para poder negociar, você precisa de informação. Antes
de sair propondo valores, pesquise que valores os
profissionais de sua região costumam cobrar.
Conhecendo os critérios, negocie
Não aceite cegamente argumentos como “este é o meu
preço no mercado” ou "é o valor da tabela do sindicato". Mas
também não explore ninguém. Quanto mais uma pessoa for
capacitada, mais se justifica o pagamento de valores maiores
pelos serviços prestados.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 8:
Necessidades de produção: músicos e
técnicos
As necessidades de produção serão apresentadas em
três partes: músicos e técnicos, infra-estrutura e equipe de
produção.
Proposta de show
Ao fazer contato com artistas, diretamente ou através de
seu representante (empresário, agente ou produtor
executivo), encaminhe uma proposta contendo: o nome do
evento, nome dos organizadores do evento (com telefone e e-
mail, de preferência), nome dos prováveis patrocinadores,
data e horário que irá ocorrer.
Também inclua informações sobre o público estimado e
tempo de duração da apresentação e o valor do cachê que
se pretende pagar.
Importante acrescentar se o show é gratuito ou com
cobrança de ingresso.
Transporte
Veja quantas pessoas precisam de transporte. Saiba a
quantidade, dimensões, pesos dos instrumentos e
equipamentos, bem como se necessitam cuidados especiais
para manuseio, movimentação e armazenagem.
Ao se falar em transporte, pense na “ida e volta” e
translados (pequenos deslocamentos na cidade onde irá
ocorrer o show).
Receptivo
É importante contar com um produtor responsável pelo
receptivo.
Se for transporte aéreo, o produtor deverá saber o nome
da companhia aérea, nº do vôo, nome do aeroporto, horário
de chegada e nome das pessoas. Se for transporte
rodoviário, nome da empresa, nome da linha, horário de
chegada e nome das pessoas. Veja com antecedência se
será necessário contratar carregadores.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Hospedagem
Peça a lista da distribuição das pessoas por quarto
(rooming list).
Alimentação
Café da manhã, almoço, lanche e janta. Poderá ser
fornecida diretamente ou através do pagamento do valor de
uma “diária” para cada pessoa. Bebidas alcoólicas, em geral,
não são consideradas alimentação.
Palco, Som e Luz
Solicite o mapa de palco, o layout com a posição dos
músicos, instrumentos, equipamentos e cenário; o rider de
som e o mapa de luz, as listas dos equipamentos
necessários para a sonorização e a iluminação do show.
Passagem de som e camarim
Solicite a relação de camarim, na qual, geralmente,
consta as informações sobre a alimentação durante a
passagem de som.
Credenciamento
Solicite a lista dos nomes completos e números de
documentos de identificação dos artistas e técnicos.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 9:
Necessidades de produção: infra-estrutura
Você não deve simplesmente fazer tudo o que estão
pedindo. Você deve fazer tudo o que se comprometer a fazer.
Transporte
O transporte deve prioritariamente atender a questões de
conforto, custos, legislação e qualidade dos serviços.
Conforto: músicos e técnicos vão separados dos
equipamentos. Vá até a empresa e olhe o estado dos
veículos.
Custos: antes de prometer que os artistas terão o
transporte solicitado, verifique se realmente há dinheiro para
pagar esta despesa.
Legislação: verifique se a empresa de transporte possui
profissionais e veículos em acordo com a legislação de
trânsito.
Qualidade dos serviços: exija referências do prestador
de serviços, que ele saiba como chegar até o local do evento,
cumpra com o cronograma e forneça o veículo solicitado.
Hospedagem
Aqui o principal critério é o conforto.
Sempre que possível procure cumprir as solicitações dos
músicos e técnicos. Não havendo possibilidade, negocie
antecipadamente com a produção do artista para fazer as
adaptações que sejam necessárias.
Alimentação
O mais prático é pagar uma diária para cada pessoa e
cada um come o que quiser, onde quiser.
O mais barato é buscar apoio de restaurantes que
forneçam alimentação em troca de exposição da logomarca e
cortesias para ingresso no evento.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Credenciamento
Credenciamento não é “bloco do vai quem quer”.
Somente devem ser fornecidas credenciais para quem
comprovadamente for trabalhar no show.
Divulgação e assessoria de comunicação
Defina quem será contratado para este serviço
Cronograma
Analise os horários de chegada e veja se há tempo
suficiente para montagem do palco e passagem de som.
Monte o cronograma geral do show em sintonia com músicos
e técnicos.
Contrato do show
Elabore um contrato constando todos os detalhes
combinados. Isso demonstra bastante profissionalismo e
previne surpresas no dia do show.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 10:
Necessidades de produção: equipe de produção
Após analisar as necessidades dos músicos e técnicos
e da infra-estrutura, chegou a hora de relacionar as
necessidades da equipe de produção.
Transporte
Relacione quem irá realmente precisar e anote seus
endereços.
De posse destas informações, elabore um itinerário que
otimize o uso do transporte dos produtores.
Hospedagem
Quando você está gerenciando uma equipe, precisa
atender às necessidades básicas e não aos desejos
ilimitados.
Hospedar uma equipe de trabalho é ter um local próximo
do show, de fácil acesso para o transporte, seguro, com
ótimas condições de higiene, onde as pessoas possam
guardar seus objetos, tomar banho, relaxar por alguns
períodos, dormir após o evento e tomar um café da manhã.
Informe a todos, no ato de contratação, sobre estas
condições, para não ter que ouvir reclamações depois.
Alimentação
Da mesma forma que músicos e técnicos, o mais prático
é pagar a diária. Se tiver que contratar um catering (serviço
especializado de alimentação), veja se é possível incluir a
equipe de produtores executivos no pacote de serviços
oferecidos, sem atrapalhar a produção dos artistas e sem
pagar um custo muito elevado por isso.
Informações para os produtores
O produtor executivo deve definir e informar para cada
profissional da equipe do show:
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Qual serviço estará prestando, tempo de duração de sua
atividade, regras da organização do evento, objetivos que
devem ser atingidos, quanto, quando e como será pago este
serviço, se ele terá que ter nota fiscal, como será o transporte,
alimentação e hospedagem;
Cronograma geral do show;
Organograma da equipe do evento com nomes e
telefones de contato, para atender qualquer pessoa que
necessite informações;
Como acessar rapidamente os responsáveis pela
segurança, limpeza, catering, camarim, palco, som, luz,
credenciamento, bilheteria, assessoria de comunicação, sala
de produção, serviços de emergência e produção dos artistas
e técnicos.
Material de produção executiva
Relacione tudo que será preciso antecipadamente e
providencie para que esteja disponível: computador, material
de escritório, documentos, contratos, telefone celular, fitas
adesivas, lanternas, impressora etc.
Informe aos produtores a responsabilidade quanto à
devolução dos mesmos em ótimo estado de conservação.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 11:
Solicitações, autorizações e contratos
Organizar um show não é só “pegar contatos, ligar e
fechar pontes”.
É importante saber fazer solicitações, obter
autorizações e estabelecer contratos. Trata-se de uma
forma mais profissional de se colocar no mercado
independente e, além de ser uma formalidade, é uma garantia
a mais para todos os envolvidos.
Solicitações
São comunicações que você estabelece com pessoas ou
empresas para obter informações que necessita para
organizar o show. Faça por escrito.
Como fazer:
descubra quem é a pessoa com quem você precisa
falar e seu telefone de contato;
ligue e se apresente; seja cordial e o mais objetivo
possível;
peça as informações desejadas.
Autorizações
Há espetáculos em que o produtor executivo necessita
contatar órgãos públicos para obter autorizações. Por
motivos óbvios, solicite as autorizações por escrito.
Alguns exemplos:
Atestado de Responsabilidade Técnica (ART): deve
ser exigido do engenheiro ou arquiteto responsável quando
forem construídas instalações tais como palco, áreas de
backstage, passarelas etc;
Alvará de autorização para entrada e permanência
de menores;
Autorização para alterações no tráfego: caso seja
necessário desviar o trânsito ou informar possibilidade de
congestionamento em vias públicas devido à realização do
show.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Contratos
Existem muitos tipos. Os mais utilizados são:
Ingresso: é uma forma de contrato, regida pelo Direito
do Consumidor. Tudo que você divulgar deverá ser cumprido;
Contrato de cessão ou locação de espaço: não
agende um show “de boca”. Estabeleça um contrato no qual
conste se é gratuito ou pago, as obrigações e direitos de
ambas as partes;
Contrato de prestação de serviços artísticos: este
documento irá orientar a relação do produtor executivo com
os músicos. O que não for previsto no contrato não poderá ser
exigido depois;
Contrato de prestação de serviços com fornecedores:
estabelece as obrigações e direitos de cada parte e níveis de
responsabilidade.
Fique atento: não havendo nenhum contrato, o produtor
executivo que promoveu o show poderá responder por todo e
qualquer dano causado aos músicos, técnicos, equipe de
produção, público e patrimônio.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 12:
Direitos Autorais
Entenda algumas noções básicas sobre a arrecadação e
fiscalização dos direitos autorais em um show.
Execução pública de obra musical
Todo show em local onde o público esteja ou possa estar
presente é considerado uma execução pública de obras
musicais. Isso vale para qualquer espetáculo que reúna um
número considerável de pessoas, fora de um círculo
estritamente familiar, como, por exemplo, um show em uma
festa fechada para convidados ou, até mesmo, uma festa de
aniversário ou a quermesse da escola.
Segundo a legislação vigente, os proprietários das obras
musicais - sejam eles autores, editoras, gravadoras ou selos -
são os detentores dos direitos legais de exploração
econômica, devem receber pagamento de royalties de
“direitos autorais”.
Toda vez que uma música é executada ao vivo ou por
meio mecânico, independente de haver ou não cobrança de
ingresso, gera-se a obrigação de recolher o dinheiro referente
aos direitos autorais ou a necessidade de se solicitar a
isenção de cobrança junto ao proprietário da mesma.
ECAD
O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição é
uma entidade que atua em nome das sociedades autorais
para fiscalizar a arrecadação dos direitos autorais.
O ECAD arrecada os valores, retém uma parte para si e
repassa o restante para as sociedades de autor e estas, por
sua vez, repassam os valores para os titulares dos direitos
autorais (autores, editores, intérpretes, músicos, arranjadores
e produtores fonográficos).
Liberação de repertório
Para obter a liberação de repertório para execução
pública das obras musicais, o responsável pela organização
do show deve encaminhar com antecedência o repertório do
show para o ECAD.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Como atender a uma fiscalização do ECAD
saiba quem são os fiscais de sua cidade ou região e
conheça o documento oficial de identificação utilizado;
leve com você no dia do show uma cópia do
documento de liberação das músicas;
oriente as pessoas da portaria, segurança e bilheteria
para chamá-lo imediatamente caso haja um profissional
do ECAD desejando efetuar uma fiscalização; ser fiscal não
dá direito a ninguém de invadir um espaço privado, assistir
show de graça, ir ao backstage ou entrar no camarim
apresente o repertório do show e a cópia do documento
de liberação do ECAD; após isso, está encerrada a
fiscalização.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 13:
Divulgação
Há mais chances do público ir ao seu show se for
informado que ele irá acontecer. A divulgação é fundamental.
Produtor executivo pode fazer divulgação?
Sim. Muitas vezes, a equipe de produção do show é
reduzida.
O melhor é sempre contratar um profissional:
divulgadores, assessores de imprensa, jornalistas, relações
públicas, agências de publicidade e propaganda,
comunicadores de rádio.
Eles possuem prática e capacitação para a atividade e
você distribuirá melhor o seu tempo naquilo que sabe fazer
melhor, que possui mais competência.
O divulgador e o produtor
O divulgador deve fornecer algumas informações para
auxiliar o produtor executivo:
Período da divulgação;
Meios de comunicação que podem ser utilizados;
Materiais de divulgação que podem ser produzidos ou
utilizados.
Facilite a vida do divulgador e do jornalista
O produtor executivo teve ter disponível:
release atualizado do artista ou do show;
fotos de divulgação recentes (com crédito do fotógrafo),
em meio físico e eletrônico, em alta resolução;
clipping (matérias, fotos, notas, resenhas e críticas
publicadas ou veiculadas sobre os músicos ou o espetáculo);
músicas (CD e MP3);
material audiovisual (DVD, fita beta).
Facilite sempre. Disponibilize estes materiais na forma de
um press kit para download na internet. Isso auxilia o trabalho
do divulgador e aumenta as possibilidades de retorno de
mídia.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
O que o produtor executivo acompanha
Se o serviço está sendo realizado no período de
divulgação, nos meios de comunicação e com os materiais
previamente planejados;
Aprova as informações e confere se os créditos dos
apoiadores e patrocinadores estão sendo veiculados nos
textos, layouts de cartazes, filipetas, flyer etc.
E... se vier pouca gente?
Mesmo fazendo um bom trabalho de pré-produção e
contando com um excelente profissional de divulgação,
sempre há o risco de ir poucas pessoas, pois o
comportamento do público é influenciado por muitas variáveis.
Mas se você trabalha com método, pode descobrir
posteriormente o que deu errado, corrigir e fazer um novo
show com um púbico maior.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 14:
Custos e Sustentabilidade
Planeje. Organize. Prepare-se para situações boas e
ruins.
Despesas não previstas e pouco público podem
transformar o seu show em uma grande dor de cabeça. Um
show não deve dar prejuízo financeiro para quem produz,
patrocina, apóia ou presta serviços. Toda vez que um show
dá lucro, serve de estímulo para que outros aconteçam.
Se você quer se sustentar através de shows, precisa
construir uma rede de parceiros e aprender a avaliar o risco
das empreitadas em que irá se meter.
Avaliar o risco significa valorizar seu próprio esforço,
prevenir desperdícios e dívidas e respeitar os artistas,
patrocinadores, empresários, sócios e prestadores de
serviços.
Levantamento de custos
Para que um show seja auto-sustentável é preciso fazer
um levantamento detalhado dos custos na etapa de pré-
produção. Consiste em conhecer o valor total de dinheiro que
será gasto com o show.
Elementos básicos de uma planilha de custos
Descrição: produto ou serviço
Exemplo: locação de espaço
Valor unitário: preço unitário do produto ou serviço
Exemplo: R$ 1.000,00 (mil reais)
Unidade de medida:
Exemplo: diária (locação)
Quantidade
Exemplo: duas (dois dias de locação)
Valor Total
Exemplo: R$ 1.000,00 x 2 diárias de locação = R$ 2.000,00
Custo Total do Show: é a soma de todos os valores
totais
Exemplo: R$ 10.460,00
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Ou seja, para que este show “se pague”, R$10.460,00 é
o valor mínimo de dinheiro que deverá ser obtido através da
venda de ingressos e/ou comercialização de patrocínios e
apoios.
Análise simplificada de risco
Visualize com atenção o quanto deverá gastar com a
produção do show e o quanto poderá arrecadar:
se o custo total do show for > arrecadação = prejuízo certo
se o custo total do show for = arrecadação = provável prejuízo
se o custo total do show for < arrecadação = provável lucro
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 15:
Sala de produção
Até o fascículo 14 foram abordadas as atividades de pré-
produção. A partir deste número, para fins didáticos, serão
tratados assuntos relacionados à produção.
A sala de produção
É o escritório de campo (QG) onde serão organizadas as
atividades da produção.
Características da sala
• Proximidade: no local do show ou o mais próximo
possível;
• Comunicação: com telefone fixo, computador com
acesso internet, celular ou rádio;
• Privacidade: espaço reservado, acessível somente à
equipe de produção.
Locais sugeridos
Camarim externo tipo “barraca de lona”, camarim de
teatro ou casa de shows, sala vazia disponível no local do
evento, sala de reuniões, quarto de hotel próximo, ônibus ou
até mesmo a van.
O controle de materiais
- “Cadê o banner do patrocinador”?
- “Alguém sabe onde foram parar os crachás”?
- “Não estou achando os CDs e as camisetas!!!”
- “Você viu o pano preto do fundo do palco”?
Exemplos como estes demonstram a necessidade de
existir uma sala de produção para receber, armazenar e
controlar os materiais que serão utilizados:
administrativo: caneta, folhas A4, clipes, talão de
recibos;
técnico: fita isolante, fita tape, trena, lanterna, riders;
promocional: cartazes, flyers, ingressos, banners;
operacional: locação de objetos para palco e
ambientes etc.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Oriente a equipe para que faça uma relação de
recebimento e saída de materiais, sempre com data, horário,
nome e telefone da pessoa que entregou o material e da
pessoa que retirou o material.
Lembre a todos que a guarda de objetos pessoais
(telefones, mochilas, carteiras, relógios...) é de
responsabilidade de cada um.
O atendimento
Faça uma relação de todo mundo que irá trabalhar no
show: nome, função e telefone. Imprima e coloque em local
bem visível. Isso irá permitir que qualquer pessoa possa
atender e encaminhar uma solicitação para o respectivo
responsável.
Espaços e intervalos para descanso
Jornadas extensas de trabalho deixam as pessoas tensas
e cansadas. Muitos produtores acreditam no mito de que o
“bom profissional não descansa nunca”. Qualquer pessoa
deve ter espaços e intervalos para descanso.
Use o bom senso e crie algumas regras coletivas (horário
e tempo de intervalo, por exemplo) para uso racional da sala
também para um breve relaxamento. Tomar uma água,
cafezinho, bate-papo... Recarregue as energias.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 16:
Montagem de palco e cenário
Montar um palco...
... é montar uma estrutura, em um ambiente fechado ou
ao ar livre, sobre a qual serão instalados o cenário, o sistema
de som e o sistema de luz do espetáculo.
O papel do produtor executivo é o de supervisionar esta
montagem.
Cuidados importantes
• Inicie e termine no horário previsto;
• Verifique se a estrutura atende às necessidades
previamente informadas: dimensões mínimas, altura,
suportes para cenário, iluminação e sistema de som.
Montar um cenário...
...é instalar sobre o palco um conjunto de objetos
cênicos que criam o ambiente para a realização do
espetáculo.
Os cuidados são muito parecidos com os da supervisão
de montagem do palco.
Importante lembrar que as descrições das cadeiras,
mesa de apoio, tapete, pano do fundo e os dos demais
objetos cênicos devem ter sido enviadas de forma detalhada
antecipadamente.
O produtor não é obrigado a adivinhar que “seis
cadeiras” quer dizer “seis cadeiras altas, de madeira
torneada, tipo de bar” ou que “tapete” quer dizer “todo o palco
forrado com tapete persa”.
Check-list para montagem de palco e cenário
Para que tudo corra bem, responda com antecedência:
1 – Nome e telefone do responsável pelo local;
2 – Horários e normas para execução do trabalho de
montagem e desmontagem;
3 – Nome e telefone das empresas que irão prestar os
serviços;
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
4 – Nome e telefone dos coordenadores das montagens;
5 - Responsáveis diretos pelas montagens conhecem o
local?
6 – Lista dos nomes completos, números de documentos
de identificação e relação dos veículos para a segurança do
local;
7 – Localização, “como chegar” e horários do
estacionamento;
8 – Dimensões mínimas de portas e corredores de
acesso;
9 – Rider de som, luz, mapa de palco e relação de
objetos de cenário;
10 – Localização de banheiros para utilização das
equipes de montagem.
Máximo de segurança possível
• Planeje o transporte e a armazenagem de materiais de
palco e cenário o mais distante possível do público;
• Certifique-se que a equipe de produção e os
prestadores de serviços conhecem as normas de segurança;
• Forneça equipamentos de proteção individual (EPIs)
nos casos exigidos pela lei (ex.: protetor auricular).
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 17:
Montagem do som e da luz
Quando o assunto é acompanhar a montagem do som e
da luz, muita gente se arrepia.
Não há o que temer. Quem tem que conhecer
profundamente os sistemas de som e luz são as empresas
que estão locando os equipamentos e os técnicos que irão
operá-los. O papel do produtor executivo é o de supervisionar
esta montagem.
Mas é claro que o bom produtor executivo “corre atrás” e
aprende noções básicas de acústica e de iluminação que irão
facilitar o desempenho de sua atividade.
O que faz a empresa de som e luz
Ela aluga e monta os sistemas de som do palco
(monitor), do público (PA) e da iluminação, conforme rider e
mapa de palco informados.
Som do palco
É composto por microfones, pedestais, cabos, conexões,
amplificadores, transmissores, praticáveis, caixas de retorno,
mesa de canais e equipamentos de efeito. É operado pelo
técnico de monitor, geralmente posicionado ao lado do palco.
Som do público
Ao lado, acima e fora do palco são instaladas caixas
acústicas que transmitem o som para os espectadores. Esse
sistema é operado por outro técnico de som dentro de um
espaço chamado “house mix”.
A iluminação
Esse sistema é composto por estruturas de sustentação
das lâmpadas, cabos, conexões, lâmpadas e pela mesa de
luz. Sua operação é feita também na “house mix” pelo
iluminador ou técnico de luz.
Cuidados importantes
• Inicie e termine no horário previsto;
• Verifique se os equipamentos atendem às
necessidades previamente informadas: mapa de palco, rider
de som e rider de luz;
• Normas de segurança similares às recomendadas para
montagem do palco e do cenário.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Check-list para montagem de som e luz
1 – Nome e telefone do responsável pelo local;
2 – Horários e normas para execução do trabalho de
montagem e desmontagem;
3 – Nome e telefone das empresas que irão prestar os
serviços;
4 – Nome e telefone dos coordenadores das montagens;
5 - Responsáveis diretos pelas montagens conhecem o
local?
6 – Lista dos nomes completos, números de documentos
de identificação e relação dos veículos para a segurança do
local;
7 – Localização, “como chegar” e horários do
estacionamento;
8 – Dimensões mínimas de portas e corredores de
acesso;
9 – Passagem de cabos. Há obstáculos para a passagem
de cabos de som e luz?
10 – Rider de som, luz e mapa de palco;
11 – Localização de banheiros para utilização das equipes
de montagem.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 18:
Montagem de camarim
O termo “camarim” surgiu do teatro. É o espaço
destinado aos artistas e à equipe antes e depois do show.
Para que serve?
• Garantir um pouco de privacidade;
• Sediar pequenas reuniões para acertar últimos detalhes
antes do show;
• Guardar mochilas, malas, cases, instrumentos e
pertences do artista e equipe de produção.
Somente deixe objetos de valor (carteira, relógio, celular,
laptop etc) se tiver absoluta certeza de que somente você
tem a chave que dá acesso ao mesmo.
Como deve ser?
Espaço bem ventilado, adaptado às condições climáticas
da cidade na data do show (ventilador ou ar condicionado, se
necessário), com boa iluminação, banheiro privativo em
excelentes condições de higiene, com sabonete, toalhas
descartáveis, papel higiênico e uma toalha de rosto branca
para cada músico utilizar no palco.
Abastecimento
Um camarim básico necessita ser abastecido com água
mineral, frutas, café, chá e lanches rápidos em quantidade
proporcional ao número de pessoas.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 19:
Receptivo e acompanhamento
Receptivo
É o produtor executivo ou o assistente de produção que
recebe os músicos e técnicos na chegada na cidade. Sua
função é auxiliar na descarga e na movimentação de
bagagem, instrumentos e equipamentos.
O receptivo também é responsável por passar as
primeiras informações ao produtor e ao artista sobre o evento
e encaminhá-los para o transporte local.
Facilite o encontro com a equipe. O receptivo deve usar
um cartaz com o nome escrito em letras grandes. Também
deve verificar, com antecedência, se será necessário
contratar carregadores.
Acompanhamento
É o “guia” que irá coordenar o transporte, hospedagem e
alimentação do grupo. Este produtor servirá de canal de
informações entre a produção do músico e a produção
executiva responsável pela organização do show.
Dicas para acompanhamento
Tenha em mãos o cronograma com os horários e
endereços dos translados;
Verifique antecipadamente com o motorista responsável
pelo transporte se ele sabe como chegar aos endereços;
Tenha em mãos o “rooming list” para auxiliar no “check-
in” dos músicos e sua equipe;
Informe o que está e o que não está incluso no serviço
de alimentação.
Agregue valor ao seu trabalho
Gentileza: gera gentileza. O ambiente de produção de
um show geralmente é tenso. Atitudes gentis criam um
ambiente de colaboração muito saudável a todos.
Educação: trate todos com educação. Se possível,
saiba os hábitos, manias e rotinas das pessoas que irá
atender.
Agilidade: a demora no retorno de solicitações causa
tensão em quem está esperando.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Para um final feliz
Saiba quais são suas tarefas e o horários e gentilmente
comunique isso ao produtor ou ao artista responsável pelo
grupo. Isso facilita a organização, mostra profissionalismo e
previne abusos.
É uma tarefa aparentemente simples, mas a pessoa que
irá executá-la precisa entender que acompanhamento não é
momento para tietagem. É uma função para alguém que
realmente gosta de lidar com pessoas.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 20:
Credenciamento e cortesias
A credencial é um sistema de controle de acesso com
identificação visual. Facilita a logística da equipe e demonstra
organização.
O crachá é o mais usual. Você pode confeccioná-los ou
comprá-los em livrarias ou gráficas. Também são utilizadas
pulseiras para esta finalidade.
Se for crachá, deve constar o nome do evento, data
(dia/mês/ano), local, função, nome completo e a inscrição
“livre acesso”. Se for pulseira, vão os mesmos dados, exceto
o nome.
Controle de credenciais
A credencial é um documento de identificação
intransferível.
Mas muita gente “transfere” sua credencial para que
outros possam entrar “de graça” ou permitir que circulem no
backstage. Um antídoto é criar uma relação de todas as
pessoas credenciadas. Isso permitirá identificar eventuais
desvios na utilização das mesmas.
Credencial e cortesia não são a mesma coisa.
Credencial permite livre acesso para trabalhar. Cortesia
permite assistir ao show sem pagar.
Nome na lista
O produtor executivo pode utilizar listas. De preferência,
faça duas: uma para credenciamento e outra para cortesia.
Quem usa credencial?
Quem irá trabalhar: músicos e equipe, produtores do
show e fornecedores de serviços.
Para quem se destinam as cortesias?
Uma sugestão de prioridades: patrocinadores,
apoiadores, profissionais da comunicação, produtores
culturais e profissionais do mercado musical.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Muitas vezes, a bilheteria é a única fonte de receita
financeira do projeto. Para que um show independente seja
sustentável é fundamental combater exageros na distribuição
de cortesias. Familiares e amigos que valorizam o seu
trabalho pagam ingresso.
Crachás e pulseiras não são títulos de nobreza.
Credenciais só devem ser distribuídas para quem irá
trabalhar no espetáculo.
Cortesias devem ser distribuídas em número limitado e
com critérios profissionais.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 21:
Bilheteria
A bilheteria é o ponto de venda de ingressos.
É o primeiro espaço de atendimento ao público
espectador de um show. Por isso, é importante ter critérios
para escolher quem vai trabalhar nesta função. Isso evita
prejuízos na sua imagem e no seu bolso.
Critérios para escolha do bilheteiro
Honestidade: deve ser uma pessoa extremamente
confiável. Todo o dinheiro arrecadado no show irá circular
pelas mãos deste profissional;
Pontualidade: o bilheteiro deve chegar no horário
combinado. Atraso prejudica a venda de ingressos;
Postura profissional: bilheteria não é lugar para
bater papo, tomar cerveja, escutar música... é um local de
atendimento ao público.
Noções mínimas de matemática: o bilheteiro deve
saber calcular rapidamente o troco. Parece óbvio, mas muita
gente se atrapalha e isto ocasiona filas imensas.
Dicas:
Sempre que possível trabalhe com ingressos com
sistemas de segurança. Isso previne fraudes. Para shows
de pequeno porte, você pode adquirir um talão de
comando de dois corpos em uma livraria.
Se não for trabalhar com cheque, coloque um cartaz
bem visível com esta informação.
Facilite o troco. Providencie uma quantia em dinheiro
para o bilheteiro. Oriente-o para que - cordialmente - solicite
ao público o pagamento do ingresso com dinheiro o mais
trocado possível.
Durante o show, conte “a olho” o número de
pessoas presentes e anote.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Use o “borderô”. O termo é pomposo, vem do francês
“borderaux”, mas nada mais é do que uma tabela para o
controle de venda de ingressos.
Neste documento, especifique o tipo de ingresso,
valores e quantidades vendidas.
Veja um exemplo:
O ciclo do ingresso
O ingresso é composto por duas partes: o canhoto
(parte menor que fica no bloco) e a parte destacável.
O cliente compra o ingresso e recebe a parte destacável
(que será entregue ao porteiro e armazenada em uma urna
lacrada). Já o canhoto fica com a bilheteria e auxilia na
conferência da venda de ingressos.
Horário e quantidade de bilheterias
Planeje o horário e o número de pessoas necessárias
para o bom funcionamento da bilheteria.
Tipo de
ingresso
Quantidade Valor unitário Valor total
Comum 200 R$ 10,00 R$2.000,00
Estudante 100 R$ 5,00 R$ 500,00
Cortesia 30 R$ 0,00 R$ 0,00
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 22:
Passagem de som
Passagem de som ou “sound check” é o momento em que
os músicos e a equipe técnica testam instrumentos e
equipamentos.
Quanto tempo é necessário?
Varia conforme o tipo do evento, a agenda dos artistas, as
características técnicas do show, entre outros.
Se o show acontecer em um teatro, certamente você terá
um tempo razoável para a passagem de som. Em um festival,
com muitas bandas, o tempo de passagem de som
dificilmente ultrapassa os trinta minutos.
Espetáculos que envolvem várias trocas de instrumentos,
com participações especiais podem necessitar várias horas
de passagem de som.
É importante lembrar que a passagem de som não é
ensaio.
Quem passa o som?
O som pode ser testado pelo artista, pelos músicos que o
acompanham, por toda a banda ou somente pelos roadies.
O importante é que os artistas e a equipe saiam
satisfeitos com a passagem de som. Isso vai influir na
qualidade do show que será apresentado ao público.
Necessidades para a passagem de som
Palco montado liberado para trabalho: no caso de ter
sido locado especificamente para o show;
Sistema de som instalado: PA (caixas para o público),
monitores (caixas de retorno dos artistas), pedestais e
microfones posicionados e conectados na mesa de operação,
conforme rider de som e mapa de palco;
Sistema de iluminação instalado: lâmpadas
posicionadas e respectivos cabos conectados na mesa de
operação conforme rider de luz;
Backline montado: equipamentos posicionados,
praticáveis instalados e instrumentos afinados conforme
mapa de palco.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
O que faz o produtor executivo durante a passagem
de som?
Coordena o horário: sinaliza para as equipes os
períodos destinados para cada atividade;
Facilita o processo: tem acesso a um telefone e à lista
de profissionais envolvidos na passagem de som.
Dica importante
Tenha em mãos uma cópia impressa do mapa de palco,
e os riders de som e luz.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 23:
A cobertura do show
No dia do show, é comum que produtores iniciantes não
dêem atenção aos profissionais da comunicação. É
fundamental que o produtor executivo estabeleça redes de
apoio que facilitem a divulgação de seus espetáculos.
Repórteres, câmeras, fotógrafos, relações públicas,
radialistas e outros profissionais da mídia são peças-chave
destas redes. Você pode aprender a se relacionar com eles e
conseguir uma maior repercussão para o seu trabalho.
Por outro lado, muita gente aparece na bilheteria dizendo
que é fotógrafo de um jornal ou que trabalha num importante
site somente para poder entrar sem pagar.
Veja maneiras práticas para lidar com estas situações.
O credenciamento
Oriente o assessor de comunicação do show sobre o
credenciamento de profissionais para a cobertura do show e
disponibilidade do artista para a realização de entrevista.
Organize e distribua a relação dos credenciados para as
pessoas responsáveis pelo controle de acesso ao show
(bilheteria, portaria, recepcionista ou segurança).
E se o profissional não estiver credenciado?
Na hora do espetáculo pode aparecer um profissional
sem credencial e seu nome não constar na relação de
imprensa.
Informe ao profissional que será necessário cadastrar-se
para ingressar no show. Solicite documento de identificação
do veículo de comunicação, carteira de identidade, telefone
de contato e e-mail. Registre as informações em uma planilha
e permita o acesso ao local do evento.
Direitos de imagem
Uma questão importante: informe o que pode ser filmado
ou fotografado durante o show, o local onde as imagens
devem ser captadas e o tempo máximo para isso.
A sala da imprensa
Sempre que possível, providencie um local onde os
profissionais de mídia poderão ter acesso a telefone e
internet.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 24:
Segurança
Quando você organiza um show independente deve
lembrar que está assumindo a responsabilidade legal sobre
uma boa parte do que possa acontecer.
Logo, vejamos algumas orientações que irão prevenir
dores de cabeça.
O que precisa de segurança?
As pessoas, sempre em primeiro lugar. Além disso,
equipamentos, instrumentos, dinheiro (manuseio,
armazenagem e transporte), instalações e materiais.
Pessoas
Para garantir a integridade física dos músicos, equipe
técnica e demais profissionais posicione a segurança no
palco e seu entorno. Em shows de grande porte é necessário
providenciar grades de isolamento.
Oriente a segurança para estar atenta com o público,
para agir preventivamente (com educação e dentro da lei) e
nunca agredir ninguém.
Equipamentos e instrumentos
Oriente a segurança que vigie o local que for destinado
para armazenamento de equipamentos e instrumentos.
Dinheiro
É usual que o produtor organize a bilheteria e volte
somente após o show para fazer o fechamento. Sempre que
possível, mantenha uma pessoa da segurança junto à
bilheteria.
Cuide para que o bilheteiro não fique com muito
dinheiro em caixa.
Todo o transporte e guarda de valores deve ser
acompanhado por alguém da segurança.
Instalações e materiais
A falta de atenção com as instalações e materiais
existentes no local do show pode trazer prejuízos financeiros.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Oriente alguns seguranças para que circulem entre o
público, banheiros e demais espaços.
O que é melhor: contratar um segurança diretamente
ou através de uma empresa?
Se você não tem experiência irá correr menos risco se
contratar o profissional via uma empresa.
Cuidados ao contratar uma empresa de segurança
• Peça referências. Fale com quem já contratou os
serviços;
• Cuidado com empresas que não respeitam a legislação
trabalhista;
• Dê preferência para empresas que possuem projetos e
programas de sociais e culturais.
Últimas dicas:
• Providencie uma sala para o pessoal da segurança;
• Oriente todo mundo que irá trabalhar no show que a
guarda de objetos de valor (relógios, celular, carteira,
documentos etc.) é de responsabilidade de cada um.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 25:
O show vai começar!
“A banda passou o som, a bilheteria já abriu, agora vou
fazer um lanche e descansar”.
Cuidado com este pensamento. Antes de um breve
relax, o produtor executivo deve checar algumas informações.
Antes do show, verifique...
• se o diretor de palco efetuou alguma alteração no
horário de início, tempo de duração dos shows e ordem das
bandas e se os músicos, equipe técnica, apresentador do
evento, responsáveis pelo som/luz, produtor executivo da
banda e motoristas das vans estão cientes disso;
• se todos estão credenciados e se os veículos a
serviço do show estão autorizados a utilizar o
estacionamento;
• se as vias de acesso ao local do evento, palco e
camarim estão desobstruídas;
• se os técnicos de som (PA e monitor) e luz possuem o
repertório (set list) com as informações necessárias;
• se os roadies estão avisados do horário de checagem
final do palco e afinação dos instrumentos (sugere-se de 10 a
15 minutos antes do horário da banda entrar).
• se todos sabem como se comunicar rapidamente
durante o show (celular, rádio, deslocamento).
Após iniciar o show...
• supervisione os trabalhos no palco e oriente os
roadies para que auxiliem a comunicação entre os técnicos e
os músicos, caso não tenham percebido esta necessidade.
Geralmente os músicos solicitam correções no som com a
conhecida expressão “mais retorno”;
• oriente os técnicos de luz e som (PA e monitor) para
que sigam as instruções dos roadies e músicos, caso não
tenham percebido esta necessidade;
• circule no espaço da platéia e perceba se o público
está ouvindo todos os instrumentos e vozes e se é
necessário reforçar a segurança em algum local específico;
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
• acompanhe o trabalho dos recepcionistas/porteiros
para que ninguém permita o acesso de pessoas ao show sem
autorização prévia ou pagamento do ingresso;
• inspecione o espaço do camarim e solicite que pessoas
não credenciadas ou não autorizadas se retirem.
Antes de terminar o show...
• verifique se o camarim está organizado e limpo. Caso
contrário chame o pessoal da limpeza.
• oriente a segurança: só é permitido acesso ao camarim
com autorização da produção executiva ou do empresário dos
músicos;
• verifique se os veículos destinados ao transporte dos
músicos e técnicos estão no local do evento;
• se os acessos para transporte e carga de
equipamentos estão livres;
• e recolha o dinheiro da bilheteria e as urnas com
ingressos.
Após terminar o show...
... cumprimente e agradeça aos músicos e às equipes
pela dedicação de todos. Mas ainda não acabou.
Prepare-se! Vai começar a desmontagem.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 26:
Desmontagem do show – parte 1
Um show só termina com etapa de pós-produção.
Ou seja, não vá para casa ou caia na farra com os
artistas antes de ter certeza de que você já planejou, orientou
e acionou as pessoas que irão realizar as atividades de
desmontagem.
Fechamento de bilheteria
• Reúna os bilheteiros no local onde será feito o
fechamento.
• Rompa o lacre da urna, pegue as partes destacáveis
dos ingressos e conte. Apure o número total de ingressos. A
quantidade contada deve ser igual ao número de canhotos
dos blocos.
• Veja quantos ingressos foram vendidos, os
respectivos preços e confira se os valores recebidos dos
bilheteiros estão de acordo. A única diferença que pode
haver está relacionada com as cortesias (ingressos gratuitos)
concedidas.
• Conferidas as informações, anote no computador ou
em um papel. Este resumo demonstrativo do dinheiro
arrecadado na bilheteria chama-se “borderô”.
Pagamentos
Por questão de segurança, sugere-se que os
pagamentos sejam feitos no próximo dia útil, em horário
comercial, em local seguro. Não sendo possível, oriente a
pessoa que irá fazer os pagamentos para os seguintes
procedimentos:
• Primeiro pague os músicos. Chame o produtor
executivo ou músico responsável pela produção executiva da
banda e apresente o borderô. Esclareça dúvidas e critérios
adotados para a contabilização dos ingressos vendidos.
Entregue estritamente o valor acordado em contrato e solicite
que seja conferido. Exija a assinatura de um recibo.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
• Pagamento dos fornecedores: pague estritamente o
valor acordado em contrato. Horas e serviços adicionais
realizados sem autorização prévia não devem ser pagos.
Exija a assinatura de um recibo.
Acompanhamento da desmontagem da infra-
estrutura
• Tenha em mãos uma planilha com papel e caneta, para
fazer um diário de bordo da desmontagem. Registre os
horários de encerramento de cada etapa, o nome do
responsável, seu telefone de contato e nome da empresa.
• Anote no diário de bordo todo e qualquer fato que
julgar importante, tal como queda de objetos do cenário
durante o manuseio e transporte, dano nas paredes do teatro
etc. Acostume-se a registrar sempre “o quê” aconteceu, “o
porquê”, “como”, “quem” fez (nome completo da pessoa e da
empresa para qual trabalha) e “onde” ocorreu. Sempre que
possível, tire fotos, filme e anexe ao “book” do projeto.
Limpeza
• Antes de iniciar a limpeza, faça uma vistoria completa
no camarim e “backstage” para verificar se os músicos
levaram todos os seus instrumentos e equipamentos;
• Oriente as equipes de que o serviço deverá ser
encerrado até a hora estabelecida para sua conclusão;
• Uma hora antes do encerramento, faça uma vistoria
nas instalações e solicite correções para os serviços que não
estiverem satisfatórios. Lembre-se que se o lugar estiver
sujo, o dono do espaço não irá cobrar isso do pessoal da
limpeza, mas sim do produtor.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 27:
Desmontagem do show – parte 2
Retorno dos músicos
O receptivo deve acompanhar os músicos e técnicos até
o local onde estão hospedados. Depois, deve acompanhar a
saída e o embarque de retorno à cidade de origem.
Não é responsabilidade da organização do show
providenciar transporte para noitadas, para pessoas que não
estejam trabalhando no evento, serviço de despertar para
músicos e técnicos, café da manhã fora do horário
estabelecido pelo hotel, diária adicional por descuido com
horário de saída ou transporte por incidente de atraso.
Liberação da equipe de produção
É comum no final de um show que todo mundo queira ir
embora, algo natural para quem já está exausto com tanto
trabalho. O produtor executivo deve ter jogo de cintura para
não absorver esta ansiedade.
Somente libere as pessoas após conferir se concluíram
suas atividades.
Sugere-se que uma ou duas pessoas da equipe fiquem
até o final com o produtor executivo, para auxiliar a resolver
imprevistos que porventura possam surgir.
Entrega do espaço
Se um show ocorrer em uma casa noturna ou teatro, o
produtor executivo geralmente faz a entrega do espaço logo
após desmontar toda a infra-estrutura. Há situações em que
a entrega ocorre no dia seguinte.
Em ambas as situações, sugere-se que seja feita uma
comunicação por escrito informando a data, horário da
entrega, condições do espaço, nome completo, RG e telefone
do funcionário que está recebendo. Isso evita que o produtor
seja responsabilizado por danos ocorridos após a entrega do
espaço.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Reunião de avaliação
Durante as etapas de pré-produção e produção o
produtor executivo deve estar atento e tomar nota do
feedback do público, equipe, músicos, técnicos, dono e
funcionários do espaço, patrocinadores, imprensa e
prestadores de serviços.
Após a entrega do espaço é importante fazer uma
reunião de avaliação com os demais organizadores para
trocar estas informações e ver o que pode ser melhorado no
próximo show.
Registro do projeto
Monte uma pasta física ou virtual. Guarde nela a ata da
reunião de avaliação junto com as principais informações
utilizadas para organizar o show. Desta forma, você poderá
mensurar seus avanços.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Fascículo 28:
Concluindo
Algumas dicas finais para que você possa ampliar o seu
aprendizado como produtor executivo de shows e,
futuramente, como produtor cultural.
Tesão
Um produtor deve sentir prazer pelo que faz. Não se
obrigue a fazer algo que você não curte.
Comece a construir sua carreira
Nenhuma profissão é moleza, muito menos a de produtor
executivo de shows.
Se realmente você sente tesão por este trabalho, é
importante estar disponível para a luta, “dar a cara para
bater”, arriscar. Comece já.
Sustentabilidade
Procure sempre trabalhar em shows que contribuam para
o seu sustento.
A ansiedade gerada por dificuldades financeiras faz com
que as pessoas desistam de trabalhar como produtores.
Qualidade de vida
Alguém um dia inventou que trabalhar com shows é um
constante estresse e muitas pessoas têm acreditado nisso
até hoje. Para mim, a maior parte do stress que acontece em
um show vem da falta de organização e profissionalismo de
quem trabalha nele.
Se ao trabalhar em um show você proporciona que várias
pessoas ampliem sua qualidade de vida pelo contato com a
música, sua atividade também deve proporcionar qualidade
de vida para você.
Respeito às diversidades
A produção de shows propicia o contato com músicos e
técnicos de várias faixas etárias, de diferentes lugares,
culturas e etnias, com opções políticas, religiosas e sexuais
diferentes da sua. Aproveite para aprender e melhorar sua
formação humana.
ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”:
APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW
Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten.
O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso
Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
Colaboração
Experimente construir o seu trabalho através de uma
cultura de colaboração.
O aprendizado não tem limites
Assim como eu e muitas outras pessoas, você está
começando a trabalhar na área cultural através da
organização e produção de shows musicais. Mas você não
precisa parar aí.
Avalie constantemente sua carreira, ouça sua intuição e
não hesite em traçar novos mapas e percorrer novos
caminhos rumo ao seu aprendizado.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Aprenda_a_Organizar_um_Show_Ale_Barreto.pdf

Relatório final bis pro rock 2
Relatório final   bis pro rock 2Relatório final   bis pro rock 2
Relatório final bis pro rock 2planobcomunicacao
 
"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3
"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3
"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3Marco Niz
 
Wired Festival Brasil 2018
Wired Festival Brasil 2018Wired Festival Brasil 2018
Wired Festival Brasil 2018Meio & Mensagem
 
Conceito - Ambiente expositivo
Conceito - Ambiente expositivoConceito - Ambiente expositivo
Conceito - Ambiente expositivoprofclaubordin
 
Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012
Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012
Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012Dobra Inova
 
Mix FM Curitiba Festival Reggae
Mix FM Curitiba Festival ReggaeMix FM Curitiba Festival Reggae
Mix FM Curitiba Festival ReggaeCarlos Manzoli
 
Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...
Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...
Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...Mauro Coelho
 
Case Tomorrowland
Case TomorrowlandCase Tomorrowland
Case TomorrowlandGabriel Cal
 
Showbis irresistivel
Showbis irresistivelShowbis irresistivel
Showbis irresistivelcolunistab
 

Semelhante a Aprenda_a_Organizar_um_Show_Ale_Barreto.pdf (20)

Tour virtual
Tour virtualTour virtual
Tour virtual
 
Sambaeraizafrosul
SambaeraizafrosulSambaeraizafrosul
Sambaeraizafrosul
 
Relatório final bis pro rock 2
Relatório final   bis pro rock 2Relatório final   bis pro rock 2
Relatório final bis pro rock 2
 
Giraffas
GiraffasGiraffas
Giraffas
 
Oi FM Planejamento
Oi FM PlanejamentoOi FM Planejamento
Oi FM Planejamento
 
"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3
"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3
"O Manual Para Turnês-Toque No Exterior!" - Material 3
 
Wired Festival Brasil 2018
Wired Festival Brasil 2018Wired Festival Brasil 2018
Wired Festival Brasil 2018
 
Conceito - Ambiente expositivo
Conceito - Ambiente expositivoConceito - Ambiente expositivo
Conceito - Ambiente expositivo
 
Fuga projeto
Fuga projetoFuga projeto
Fuga projeto
 
Festival Bach - Santo Antônio do Pinhal
Festival Bach - Santo Antônio do PinhalFestival Bach - Santo Antônio do Pinhal
Festival Bach - Santo Antônio do Pinhal
 
Semanário | 24 a 30 de Set. de 2012
Semanário | 24 a 30 de Set. de 2012Semanário | 24 a 30 de Set. de 2012
Semanário | 24 a 30 de Set. de 2012
 
Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012
Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012
Arquitetura e espaços de criação 02 07 2012
 
Mix FM Curitiba Festival Reggae
Mix FM Curitiba Festival ReggaeMix FM Curitiba Festival Reggae
Mix FM Curitiba Festival Reggae
 
Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...
Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...
Criação em filmes publicitários - Capítulo 04: "O processo de criação do film...
 
Case Tomorrowland
Case TomorrowlandCase Tomorrowland
Case Tomorrowland
 
Showbis irresistivel
Showbis irresistivelShowbis irresistivel
Showbis irresistivel
 
Projeto Luiz Marenco
Projeto Luiz MarencoProjeto Luiz Marenco
Projeto Luiz Marenco
 
Semanário - 13 a 19 de fevereiro de 2012
Semanário - 13 a 19 de fevereiro de 2012Semanário - 13 a 19 de fevereiro de 2012
Semanário - 13 a 19 de fevereiro de 2012
 
Case completo Savannah/WGC
Case completo Savannah/WGCCase completo Savannah/WGC
Case completo Savannah/WGC
 
Red week-ideas
Red week-ideasRed week-ideas
Red week-ideas
 

Aprenda_a_Organizar_um_Show_Ale_Barreto.pdf

  • 1.
  • 2. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Fascículo 1: “Fazer a produção”, que bicho é esse? A expressão fazer a produção recebe no meio musical os mais variados significados; em linguagem usual, pode significar colar cartazes, distribuir convites, acompanhar a banda em entrevistas em rádios e TVs, coordenar o palco etc. Fazer a produção é organizar, planejar, administrar e controlar recursos necessários para realização de um show musical. Adotaremos neste curso como sinônimo de fazer a produção executiva. E quem pode fazer produção, afinal? Qualquer pessoa que possua tempo, conhecimento, recursos e, de preferência, vocação para a atividade. Atuar na produção executiva de um show musical é uma “porta de entrada” para trabalhar com cultura, caso comum entre pessoas interessadas em artes, comunicação, cinema, letras, psicologia, administração, engenharia e direito. Há muitos profissionais desempenhando esta atividade sem conhecimento teórico. Eles começam como roadies, bilheteiros, seguranças, iluminadores, técnicos de som, assistentes de palco e, com a experiência prática, tornam-se produtores executivos, produtores culturais ou até mesmo empresários. A responsabilidade do produtor executivo A responsabilidade é diretamente proporcional ao seu envolvimento na organização do show. Se o produtor executivo for aquele que contrata tudo no evento, sua responsabilidade pode ser integral. Se o produtor tiver sido contratado por um empresário para prestar serviços específicos, sua responsabilidade é limitada a este serviço. Usualmente, os produtores executivos contratados “por show” são chamados de “free-lancers” ou “frilas”. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 3. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Fascículo 2: As etapas de um show Este curso irá descrever passo a passo as etapas de um show musical: pré-produção, produção e pós-produção. Pré-produção: período que antecede o show Uma boa maneira de começar é definir a data e o local. A partir daí, o produtor executivo pode estabelecer um cronograma de atividades, pensar quem fará parte de sua equipe, identificar as necessidades de produção, ver tipos de contratos e autorizações, recolhimento de direitos autorais, saber como será realizada a divulgação e os custos que terá Produção: o dia do show que pagar. a o QG (sala de produção), distrib anha a equipe técnica e os mú a tudo. Adrenalina pura. dução. Fechamento de ento da desmontagem, reto O produtor executivo mont ui as atividades, acomp sicos. Também cuida do credenciamento, bilheteria, passagem de som, atendimento aos profissionais de comunicação e segurança. Dia de show não é hora de curtição. Os produtores prec sam estar atentos i Pós-produção: depois do show Depois do show começa a pós-pro a, pagamentos, acompanham bilheteri rno dos músicos, limpeza, entrega do espaço, liberação da equipe de produção, reunião de avaliação e registro do projeto. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 4. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Fascículo 3: Quando Nada é por acaso. Muito menos a data de um show. Saber quando produzir é um importante passo para a realização de um espetáculo. Uma data mal planejada espanta o público. Um show sem público desmotiva os artistas, fragiliza a imagem do trabalho de produção, assusta contratantes e patrocinadores. Leve em conta alguns fatores na escolha da data. Shows similares no mesmo dia Descubra as datas dos próximos shows que irão acontecer em seu bairro, cidade ou região. Busque informações em jornais, rádio, TVs, sites ou com informantes. É aconselhável não organizar um show no mesmo dia em que irá ocorrer um show com artistas muito conhecidos do grande público. Grandes eventos Se sua cidade possui uma feira, rodeio ou festival, agende sua data para outro período. Outra alternativa é integrar o seu show à programação do evento. Datas comemorativas É uma boa estratégia associar o seu show a uma data comemorativa. Se você quer produzir um show de música afro, pode fazê-lo no dia 20 de novembro que é o Dia da Consciência Negra. Outro exemplo. Junte várias as bandas e faça um festival no dia 13 de julho: o Dia Mundial do Rock. Já 02 de novembro, Dia de Finados, não é uma data conveniente para festividades, certo? Finais de semana São os dias em que as pessoas tendem a sair com maior facilidade. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 5. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Início de mês = grana no bolso = venda de ingressos É melhor agendar datas no início de cada mês. A maioria das pessoas recebe seu salário entre o dia 30 e o 5º dia útil do mês seguinte. Mais chances de obter receita na venda de ingressos, principalmente, se estiver produzindo um "show por bilheteria”. Artistas em turnê Uma banda ou um artista se apresenta em uma cidade próxima? Você tem boas chances para trazê-los ao show que deseja produzir e com um custo reduzido. Véspera de feriado Cidades próximas de praias costumam esvaziar em véspera de feriado. Por outro lado, há pessoas que não viajam. Avalie. Previsão do tempo Há sempre risco de um show ao ar livre não acontecer em caso de chuva. É necessário estar atento à previsão do tempo e planejar uma data alternativa. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 6. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Fascículo 4: Onde O local tem que ter a cara do público do seu show. Com quem você se comunica? Afinal, para quem se dirige a música que você vai apresentar? Local e público devem estar relacionados. Se o grupo é de samba, não adianta fazer shows numa casa onde se apresentam as bandas punks. Se o artista é um violoncelista clássico, não adianta programar o show para uma boate. Quantas pessoas virão? Estime um número realista de pessoas para o show. É importante ver se o local comporta o público esperado e se é possível ampliar o número de lugares. Acesso Facilite o acesso das pessoas. Cheque horário de ônibus e disponibilidade de linhas. Há pontos de táxi próximo? E estacionamento? Um mapa sempre facilita. É só estampar nos flyers, cartazes ou nas mensagens de e-mails. Condomínios, bairros residenciais e locais públicos Nem sempre um local escolhido possui autorização legal para realização de um show. Converse com as pessoas das redondezas. Investigue na prefeitura. Melhor é não se incomodar. Escolha o local Casa noturna, teatro, ginásio, laje, auditório, clube, praça, parque, pavilhão da paróquia, anfiteatro do colégio, salão do prédio, boteco, garagem, sacada, borracharia, camping, estádio, biblioteca, centros culturais, campus universitário, associação de bairro... Como se vê, o menu é variado. Seja qual for a sua escolha, você precisa conhecer ou buscar o máximo de informações sobre o local. Pesquise na internet... ...e poupe seu trabalho. Antes de visitar o local, descubra se existe um site com informações técnicas do espaço. Muitas vezes, é possível solicitar fotos e plantas do espaço. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 7. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Fascículo 5: Conhecendo o local Sempre é bom investigar o local. Tenha em mente um breve roteiro. Acústica Procure checar a qualidade de som no ambiente. Em espaços abertos, verifique a legislação ambiental referente ao volume de som. Em locais fechados, verifique se há necessidade de isolamento acústico. Tudo para o show não parar. O palco Verifique as dimensões que você necessita. Cheque a infra-estrutura elétrica: quantidade de tomadas, voltagem (110v ou 220v), cabos, localização de interruptores, transformadores, alarmes e equipamentos de segurança. Segurança em todos os sentidos Verifique se existem saídas de emergência e que estejam funcionando. O espaço oferece profissionais de segurança? São em número suficiente para a capacidade de público? Limpeza e condições sanitárias Banheiros em boas condições de uso: público, artistas e equipe de produção agradecem. Não tem? Alugue banheiros químicos. Confira com antecedência se será preciso contratar serviços externos de limpeza. Alimentação Veja se é possível alimentar artistas e equipe de produção no local. É preciso ter água potável à vontade. Camarim O ideal é o espaço possuir um banheiro funcionando, um espelho de corpo inteiro, armários e cadeiras. Conferir ventilação e conforto térmico. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 8. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Apoio ao trabalho Uma sala de apoio sempre é bem-vinda. Computador com internet com banda larga, melhor ainda. Esta sala pode se tornar o “QG”. O que mais o local oferece? Na hora de fechar o local, confira o que faz parte do "pacote": chapelaria, guarda-volumes, cofres, cafeteria, restaurante, técnicos de iluminação, eletricistas, carregadores etc. O que é gratuito? O que é pago? Saiba os procedimentos e os horários de funcionamento. Acessos Há estacionamento? Espaço para carga e descarga é próximo do palco? Atrapalha a circulação do público? Cheque elevadores e rampas de acesso. Por segurança, público e equipamentos não se misturam. Da mesma forma, garanta circulação privativa para músicos e técnicos. Fique atento ao acesso para portadores de necessidades especiais. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 9. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Fascículo 6: Cronograma de atividades É um meio de controle. Serve para acompanhar a realização das atividades e comparar com o tempo previsto para cada uma delas. Com o cronograma, numa rápida visualização, o produtor executivo tem a noção do andamento de tudo: o que está atrasado, o que está adiantado e o que está bem. Qual é o cronograma certo? Não há um modelo correto. Cada um escolhe um tipo de cronograma mais adequado ao seu contexto. Elementos básicos de um cronograma O que - descrição da atividade Exemplo: definir data Porque - o motivo Exemplo: planejar dia do show Como – de que forma será feito Exemplo: reunião Quando – o prazo Exemplo: quarta-feira, dia 28/06 Horário – o momento da realização Exemplo: 19h Onde - lugar de realização Exemplo: produtora (endereço) Quem - responsável pela realização Exemplo: Alê Barreto, dMart e você Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 10. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Faça o seu Primeiro. Comece com pequenos projetos. São fáceis de realizar e estimulam outras ações. Um segundo ponto. Seja detalhista. Liste todas as atividades. Em terceiro lugar. Deixe uma folga. Se uma pessoa leva uma semana para prestar um determinado serviço, estime 10 dias. Por último. Cuide para não exagerar nas estimativas dos prazos. Se a atividade leva um dia para sua conclusão, coloque no máximo o dobro. Estamos no prazo? Está funcionando o cronograma. Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil).
  • 11. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 7: A equipe Contratar uma equipe vai além de chamar amigos ou ligar para "uns malucos" que gostam da vida noturna. Ao pensar em quem serão as pessoas que irão trabalhar com você na produção executiva de um show, sugerimos atenção para alguns critérios. Formação Verifique se a pessoa que você deseja contratar possui alguma formação técnica relacionada à produção executiva de shows musicais. Quanto mais gente capacitada estiver em sua equipe, menos problemas ocorrerão na realização das atividades. Disponibilidade Por mais que se planeje um show, sempre surgem imprevistos. Reúna pessoas que compreendam a necessidade de estarem disponíveis para trabalhar um pouco além do previsto. Referências Solicite nome, fone e e-mail de algumas referências profissionais recentes. Comprometimento É bastante arriscado trabalhar com pessoas que estão a fim de “curtir o show”. Tenha pessoas comprometidas com a conclusão das atividades que lhes tenham sido atribuídas no cronograma. Bom senso Espécie de “sexto sentido”. Bom senso é saber em que momento uma determinada regra deve ser quebrada. Ouvir sugestões e refletir sobre isso. Ter humildade para reconhecer um erro quando cometido. Estar atento e respeitar profissionais mais experientes.
  • 12. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Custo Para poder negociar, você precisa de informação. Antes de sair propondo valores, pesquise que valores os profissionais de sua região costumam cobrar. Conhecendo os critérios, negocie Não aceite cegamente argumentos como “este é o meu preço no mercado” ou "é o valor da tabela do sindicato". Mas também não explore ninguém. Quanto mais uma pessoa for capacitada, mais se justifica o pagamento de valores maiores pelos serviços prestados.
  • 13. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 8: Necessidades de produção: músicos e técnicos As necessidades de produção serão apresentadas em três partes: músicos e técnicos, infra-estrutura e equipe de produção. Proposta de show Ao fazer contato com artistas, diretamente ou através de seu representante (empresário, agente ou produtor executivo), encaminhe uma proposta contendo: o nome do evento, nome dos organizadores do evento (com telefone e e- mail, de preferência), nome dos prováveis patrocinadores, data e horário que irá ocorrer. Também inclua informações sobre o público estimado e tempo de duração da apresentação e o valor do cachê que se pretende pagar. Importante acrescentar se o show é gratuito ou com cobrança de ingresso. Transporte Veja quantas pessoas precisam de transporte. Saiba a quantidade, dimensões, pesos dos instrumentos e equipamentos, bem como se necessitam cuidados especiais para manuseio, movimentação e armazenagem. Ao se falar em transporte, pense na “ida e volta” e translados (pequenos deslocamentos na cidade onde irá ocorrer o show). Receptivo É importante contar com um produtor responsável pelo receptivo. Se for transporte aéreo, o produtor deverá saber o nome da companhia aérea, nº do vôo, nome do aeroporto, horário de chegada e nome das pessoas. Se for transporte rodoviário, nome da empresa, nome da linha, horário de chegada e nome das pessoas. Veja com antecedência se será necessário contratar carregadores.
  • 14. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Hospedagem Peça a lista da distribuição das pessoas por quarto (rooming list). Alimentação Café da manhã, almoço, lanche e janta. Poderá ser fornecida diretamente ou através do pagamento do valor de uma “diária” para cada pessoa. Bebidas alcoólicas, em geral, não são consideradas alimentação. Palco, Som e Luz Solicite o mapa de palco, o layout com a posição dos músicos, instrumentos, equipamentos e cenário; o rider de som e o mapa de luz, as listas dos equipamentos necessários para a sonorização e a iluminação do show. Passagem de som e camarim Solicite a relação de camarim, na qual, geralmente, consta as informações sobre a alimentação durante a passagem de som. Credenciamento Solicite a lista dos nomes completos e números de documentos de identificação dos artistas e técnicos.
  • 15. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 9: Necessidades de produção: infra-estrutura Você não deve simplesmente fazer tudo o que estão pedindo. Você deve fazer tudo o que se comprometer a fazer. Transporte O transporte deve prioritariamente atender a questões de conforto, custos, legislação e qualidade dos serviços. Conforto: músicos e técnicos vão separados dos equipamentos. Vá até a empresa e olhe o estado dos veículos. Custos: antes de prometer que os artistas terão o transporte solicitado, verifique se realmente há dinheiro para pagar esta despesa. Legislação: verifique se a empresa de transporte possui profissionais e veículos em acordo com a legislação de trânsito. Qualidade dos serviços: exija referências do prestador de serviços, que ele saiba como chegar até o local do evento, cumpra com o cronograma e forneça o veículo solicitado. Hospedagem Aqui o principal critério é o conforto. Sempre que possível procure cumprir as solicitações dos músicos e técnicos. Não havendo possibilidade, negocie antecipadamente com a produção do artista para fazer as adaptações que sejam necessárias. Alimentação O mais prático é pagar uma diária para cada pessoa e cada um come o que quiser, onde quiser. O mais barato é buscar apoio de restaurantes que forneçam alimentação em troca de exposição da logomarca e cortesias para ingresso no evento.
  • 16. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Credenciamento Credenciamento não é “bloco do vai quem quer”. Somente devem ser fornecidas credenciais para quem comprovadamente for trabalhar no show. Divulgação e assessoria de comunicação Defina quem será contratado para este serviço Cronograma Analise os horários de chegada e veja se há tempo suficiente para montagem do palco e passagem de som. Monte o cronograma geral do show em sintonia com músicos e técnicos. Contrato do show Elabore um contrato constando todos os detalhes combinados. Isso demonstra bastante profissionalismo e previne surpresas no dia do show.
  • 17. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 10: Necessidades de produção: equipe de produção Após analisar as necessidades dos músicos e técnicos e da infra-estrutura, chegou a hora de relacionar as necessidades da equipe de produção. Transporte Relacione quem irá realmente precisar e anote seus endereços. De posse destas informações, elabore um itinerário que otimize o uso do transporte dos produtores. Hospedagem Quando você está gerenciando uma equipe, precisa atender às necessidades básicas e não aos desejos ilimitados. Hospedar uma equipe de trabalho é ter um local próximo do show, de fácil acesso para o transporte, seguro, com ótimas condições de higiene, onde as pessoas possam guardar seus objetos, tomar banho, relaxar por alguns períodos, dormir após o evento e tomar um café da manhã. Informe a todos, no ato de contratação, sobre estas condições, para não ter que ouvir reclamações depois. Alimentação Da mesma forma que músicos e técnicos, o mais prático é pagar a diária. Se tiver que contratar um catering (serviço especializado de alimentação), veja se é possível incluir a equipe de produtores executivos no pacote de serviços oferecidos, sem atrapalhar a produção dos artistas e sem pagar um custo muito elevado por isso. Informações para os produtores O produtor executivo deve definir e informar para cada profissional da equipe do show:
  • 18. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Qual serviço estará prestando, tempo de duração de sua atividade, regras da organização do evento, objetivos que devem ser atingidos, quanto, quando e como será pago este serviço, se ele terá que ter nota fiscal, como será o transporte, alimentação e hospedagem; Cronograma geral do show; Organograma da equipe do evento com nomes e telefones de contato, para atender qualquer pessoa que necessite informações; Como acessar rapidamente os responsáveis pela segurança, limpeza, catering, camarim, palco, som, luz, credenciamento, bilheteria, assessoria de comunicação, sala de produção, serviços de emergência e produção dos artistas e técnicos. Material de produção executiva Relacione tudo que será preciso antecipadamente e providencie para que esteja disponível: computador, material de escritório, documentos, contratos, telefone celular, fitas adesivas, lanternas, impressora etc. Informe aos produtores a responsabilidade quanto à devolução dos mesmos em ótimo estado de conservação.
  • 19. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 11: Solicitações, autorizações e contratos Organizar um show não é só “pegar contatos, ligar e fechar pontes”. É importante saber fazer solicitações, obter autorizações e estabelecer contratos. Trata-se de uma forma mais profissional de se colocar no mercado independente e, além de ser uma formalidade, é uma garantia a mais para todos os envolvidos. Solicitações São comunicações que você estabelece com pessoas ou empresas para obter informações que necessita para organizar o show. Faça por escrito. Como fazer: descubra quem é a pessoa com quem você precisa falar e seu telefone de contato; ligue e se apresente; seja cordial e o mais objetivo possível; peça as informações desejadas. Autorizações Há espetáculos em que o produtor executivo necessita contatar órgãos públicos para obter autorizações. Por motivos óbvios, solicite as autorizações por escrito. Alguns exemplos: Atestado de Responsabilidade Técnica (ART): deve ser exigido do engenheiro ou arquiteto responsável quando forem construídas instalações tais como palco, áreas de backstage, passarelas etc; Alvará de autorização para entrada e permanência de menores; Autorização para alterações no tráfego: caso seja necessário desviar o trânsito ou informar possibilidade de congestionamento em vias públicas devido à realização do show.
  • 20. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Contratos Existem muitos tipos. Os mais utilizados são: Ingresso: é uma forma de contrato, regida pelo Direito do Consumidor. Tudo que você divulgar deverá ser cumprido; Contrato de cessão ou locação de espaço: não agende um show “de boca”. Estabeleça um contrato no qual conste se é gratuito ou pago, as obrigações e direitos de ambas as partes; Contrato de prestação de serviços artísticos: este documento irá orientar a relação do produtor executivo com os músicos. O que não for previsto no contrato não poderá ser exigido depois; Contrato de prestação de serviços com fornecedores: estabelece as obrigações e direitos de cada parte e níveis de responsabilidade. Fique atento: não havendo nenhum contrato, o produtor executivo que promoveu o show poderá responder por todo e qualquer dano causado aos músicos, técnicos, equipe de produção, público e patrimônio.
  • 21. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 12: Direitos Autorais Entenda algumas noções básicas sobre a arrecadação e fiscalização dos direitos autorais em um show. Execução pública de obra musical Todo show em local onde o público esteja ou possa estar presente é considerado uma execução pública de obras musicais. Isso vale para qualquer espetáculo que reúna um número considerável de pessoas, fora de um círculo estritamente familiar, como, por exemplo, um show em uma festa fechada para convidados ou, até mesmo, uma festa de aniversário ou a quermesse da escola. Segundo a legislação vigente, os proprietários das obras musicais - sejam eles autores, editoras, gravadoras ou selos - são os detentores dos direitos legais de exploração econômica, devem receber pagamento de royalties de “direitos autorais”. Toda vez que uma música é executada ao vivo ou por meio mecânico, independente de haver ou não cobrança de ingresso, gera-se a obrigação de recolher o dinheiro referente aos direitos autorais ou a necessidade de se solicitar a isenção de cobrança junto ao proprietário da mesma. ECAD O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição é uma entidade que atua em nome das sociedades autorais para fiscalizar a arrecadação dos direitos autorais. O ECAD arrecada os valores, retém uma parte para si e repassa o restante para as sociedades de autor e estas, por sua vez, repassam os valores para os titulares dos direitos autorais (autores, editores, intérpretes, músicos, arranjadores e produtores fonográficos). Liberação de repertório Para obter a liberação de repertório para execução pública das obras musicais, o responsável pela organização do show deve encaminhar com antecedência o repertório do show para o ECAD.
  • 22. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Como atender a uma fiscalização do ECAD saiba quem são os fiscais de sua cidade ou região e conheça o documento oficial de identificação utilizado; leve com você no dia do show uma cópia do documento de liberação das músicas; oriente as pessoas da portaria, segurança e bilheteria para chamá-lo imediatamente caso haja um profissional do ECAD desejando efetuar uma fiscalização; ser fiscal não dá direito a ninguém de invadir um espaço privado, assistir show de graça, ir ao backstage ou entrar no camarim apresente o repertório do show e a cópia do documento de liberação do ECAD; após isso, está encerrada a fiscalização.
  • 23. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 13: Divulgação Há mais chances do público ir ao seu show se for informado que ele irá acontecer. A divulgação é fundamental. Produtor executivo pode fazer divulgação? Sim. Muitas vezes, a equipe de produção do show é reduzida. O melhor é sempre contratar um profissional: divulgadores, assessores de imprensa, jornalistas, relações públicas, agências de publicidade e propaganda, comunicadores de rádio. Eles possuem prática e capacitação para a atividade e você distribuirá melhor o seu tempo naquilo que sabe fazer melhor, que possui mais competência. O divulgador e o produtor O divulgador deve fornecer algumas informações para auxiliar o produtor executivo: Período da divulgação; Meios de comunicação que podem ser utilizados; Materiais de divulgação que podem ser produzidos ou utilizados. Facilite a vida do divulgador e do jornalista O produtor executivo teve ter disponível: release atualizado do artista ou do show; fotos de divulgação recentes (com crédito do fotógrafo), em meio físico e eletrônico, em alta resolução; clipping (matérias, fotos, notas, resenhas e críticas publicadas ou veiculadas sobre os músicos ou o espetáculo); músicas (CD e MP3); material audiovisual (DVD, fita beta). Facilite sempre. Disponibilize estes materiais na forma de um press kit para download na internet. Isso auxilia o trabalho do divulgador e aumenta as possibilidades de retorno de mídia.
  • 24. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). O que o produtor executivo acompanha Se o serviço está sendo realizado no período de divulgação, nos meios de comunicação e com os materiais previamente planejados; Aprova as informações e confere se os créditos dos apoiadores e patrocinadores estão sendo veiculados nos textos, layouts de cartazes, filipetas, flyer etc. E... se vier pouca gente? Mesmo fazendo um bom trabalho de pré-produção e contando com um excelente profissional de divulgação, sempre há o risco de ir poucas pessoas, pois o comportamento do público é influenciado por muitas variáveis. Mas se você trabalha com método, pode descobrir posteriormente o que deu errado, corrigir e fazer um novo show com um púbico maior.
  • 25. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 14: Custos e Sustentabilidade Planeje. Organize. Prepare-se para situações boas e ruins. Despesas não previstas e pouco público podem transformar o seu show em uma grande dor de cabeça. Um show não deve dar prejuízo financeiro para quem produz, patrocina, apóia ou presta serviços. Toda vez que um show dá lucro, serve de estímulo para que outros aconteçam. Se você quer se sustentar através de shows, precisa construir uma rede de parceiros e aprender a avaliar o risco das empreitadas em que irá se meter. Avaliar o risco significa valorizar seu próprio esforço, prevenir desperdícios e dívidas e respeitar os artistas, patrocinadores, empresários, sócios e prestadores de serviços. Levantamento de custos Para que um show seja auto-sustentável é preciso fazer um levantamento detalhado dos custos na etapa de pré- produção. Consiste em conhecer o valor total de dinheiro que será gasto com o show. Elementos básicos de uma planilha de custos Descrição: produto ou serviço Exemplo: locação de espaço Valor unitário: preço unitário do produto ou serviço Exemplo: R$ 1.000,00 (mil reais) Unidade de medida: Exemplo: diária (locação) Quantidade Exemplo: duas (dois dias de locação) Valor Total Exemplo: R$ 1.000,00 x 2 diárias de locação = R$ 2.000,00 Custo Total do Show: é a soma de todos os valores totais Exemplo: R$ 10.460,00
  • 26. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Ou seja, para que este show “se pague”, R$10.460,00 é o valor mínimo de dinheiro que deverá ser obtido através da venda de ingressos e/ou comercialização de patrocínios e apoios. Análise simplificada de risco Visualize com atenção o quanto deverá gastar com a produção do show e o quanto poderá arrecadar: se o custo total do show for > arrecadação = prejuízo certo se o custo total do show for = arrecadação = provável prejuízo se o custo total do show for < arrecadação = provável lucro
  • 27. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 15: Sala de produção Até o fascículo 14 foram abordadas as atividades de pré- produção. A partir deste número, para fins didáticos, serão tratados assuntos relacionados à produção. A sala de produção É o escritório de campo (QG) onde serão organizadas as atividades da produção. Características da sala • Proximidade: no local do show ou o mais próximo possível; • Comunicação: com telefone fixo, computador com acesso internet, celular ou rádio; • Privacidade: espaço reservado, acessível somente à equipe de produção. Locais sugeridos Camarim externo tipo “barraca de lona”, camarim de teatro ou casa de shows, sala vazia disponível no local do evento, sala de reuniões, quarto de hotel próximo, ônibus ou até mesmo a van. O controle de materiais - “Cadê o banner do patrocinador”? - “Alguém sabe onde foram parar os crachás”? - “Não estou achando os CDs e as camisetas!!!” - “Você viu o pano preto do fundo do palco”? Exemplos como estes demonstram a necessidade de existir uma sala de produção para receber, armazenar e controlar os materiais que serão utilizados: administrativo: caneta, folhas A4, clipes, talão de recibos; técnico: fita isolante, fita tape, trena, lanterna, riders; promocional: cartazes, flyers, ingressos, banners; operacional: locação de objetos para palco e ambientes etc.
  • 28. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Oriente a equipe para que faça uma relação de recebimento e saída de materiais, sempre com data, horário, nome e telefone da pessoa que entregou o material e da pessoa que retirou o material. Lembre a todos que a guarda de objetos pessoais (telefones, mochilas, carteiras, relógios...) é de responsabilidade de cada um. O atendimento Faça uma relação de todo mundo que irá trabalhar no show: nome, função e telefone. Imprima e coloque em local bem visível. Isso irá permitir que qualquer pessoa possa atender e encaminhar uma solicitação para o respectivo responsável. Espaços e intervalos para descanso Jornadas extensas de trabalho deixam as pessoas tensas e cansadas. Muitos produtores acreditam no mito de que o “bom profissional não descansa nunca”. Qualquer pessoa deve ter espaços e intervalos para descanso. Use o bom senso e crie algumas regras coletivas (horário e tempo de intervalo, por exemplo) para uso racional da sala também para um breve relaxamento. Tomar uma água, cafezinho, bate-papo... Recarregue as energias.
  • 29. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 16: Montagem de palco e cenário Montar um palco... ... é montar uma estrutura, em um ambiente fechado ou ao ar livre, sobre a qual serão instalados o cenário, o sistema de som e o sistema de luz do espetáculo. O papel do produtor executivo é o de supervisionar esta montagem. Cuidados importantes • Inicie e termine no horário previsto; • Verifique se a estrutura atende às necessidades previamente informadas: dimensões mínimas, altura, suportes para cenário, iluminação e sistema de som. Montar um cenário... ...é instalar sobre o palco um conjunto de objetos cênicos que criam o ambiente para a realização do espetáculo. Os cuidados são muito parecidos com os da supervisão de montagem do palco. Importante lembrar que as descrições das cadeiras, mesa de apoio, tapete, pano do fundo e os dos demais objetos cênicos devem ter sido enviadas de forma detalhada antecipadamente. O produtor não é obrigado a adivinhar que “seis cadeiras” quer dizer “seis cadeiras altas, de madeira torneada, tipo de bar” ou que “tapete” quer dizer “todo o palco forrado com tapete persa”. Check-list para montagem de palco e cenário Para que tudo corra bem, responda com antecedência: 1 – Nome e telefone do responsável pelo local; 2 – Horários e normas para execução do trabalho de montagem e desmontagem; 3 – Nome e telefone das empresas que irão prestar os serviços;
  • 30. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). 4 – Nome e telefone dos coordenadores das montagens; 5 - Responsáveis diretos pelas montagens conhecem o local? 6 – Lista dos nomes completos, números de documentos de identificação e relação dos veículos para a segurança do local; 7 – Localização, “como chegar” e horários do estacionamento; 8 – Dimensões mínimas de portas e corredores de acesso; 9 – Rider de som, luz, mapa de palco e relação de objetos de cenário; 10 – Localização de banheiros para utilização das equipes de montagem. Máximo de segurança possível • Planeje o transporte e a armazenagem de materiais de palco e cenário o mais distante possível do público; • Certifique-se que a equipe de produção e os prestadores de serviços conhecem as normas de segurança; • Forneça equipamentos de proteção individual (EPIs) nos casos exigidos pela lei (ex.: protetor auricular).
  • 31. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 17: Montagem do som e da luz Quando o assunto é acompanhar a montagem do som e da luz, muita gente se arrepia. Não há o que temer. Quem tem que conhecer profundamente os sistemas de som e luz são as empresas que estão locando os equipamentos e os técnicos que irão operá-los. O papel do produtor executivo é o de supervisionar esta montagem. Mas é claro que o bom produtor executivo “corre atrás” e aprende noções básicas de acústica e de iluminação que irão facilitar o desempenho de sua atividade. O que faz a empresa de som e luz Ela aluga e monta os sistemas de som do palco (monitor), do público (PA) e da iluminação, conforme rider e mapa de palco informados. Som do palco É composto por microfones, pedestais, cabos, conexões, amplificadores, transmissores, praticáveis, caixas de retorno, mesa de canais e equipamentos de efeito. É operado pelo técnico de monitor, geralmente posicionado ao lado do palco. Som do público Ao lado, acima e fora do palco são instaladas caixas acústicas que transmitem o som para os espectadores. Esse sistema é operado por outro técnico de som dentro de um espaço chamado “house mix”. A iluminação Esse sistema é composto por estruturas de sustentação das lâmpadas, cabos, conexões, lâmpadas e pela mesa de luz. Sua operação é feita também na “house mix” pelo iluminador ou técnico de luz. Cuidados importantes • Inicie e termine no horário previsto; • Verifique se os equipamentos atendem às necessidades previamente informadas: mapa de palco, rider de som e rider de luz; • Normas de segurança similares às recomendadas para montagem do palco e do cenário.
  • 32. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Check-list para montagem de som e luz 1 – Nome e telefone do responsável pelo local; 2 – Horários e normas para execução do trabalho de montagem e desmontagem; 3 – Nome e telefone das empresas que irão prestar os serviços; 4 – Nome e telefone dos coordenadores das montagens; 5 - Responsáveis diretos pelas montagens conhecem o local? 6 – Lista dos nomes completos, números de documentos de identificação e relação dos veículos para a segurança do local; 7 – Localização, “como chegar” e horários do estacionamento; 8 – Dimensões mínimas de portas e corredores de acesso; 9 – Passagem de cabos. Há obstáculos para a passagem de cabos de som e luz? 10 – Rider de som, luz e mapa de palco; 11 – Localização de banheiros para utilização das equipes de montagem.
  • 33. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 18: Montagem de camarim O termo “camarim” surgiu do teatro. É o espaço destinado aos artistas e à equipe antes e depois do show. Para que serve? • Garantir um pouco de privacidade; • Sediar pequenas reuniões para acertar últimos detalhes antes do show; • Guardar mochilas, malas, cases, instrumentos e pertences do artista e equipe de produção. Somente deixe objetos de valor (carteira, relógio, celular, laptop etc) se tiver absoluta certeza de que somente você tem a chave que dá acesso ao mesmo. Como deve ser? Espaço bem ventilado, adaptado às condições climáticas da cidade na data do show (ventilador ou ar condicionado, se necessário), com boa iluminação, banheiro privativo em excelentes condições de higiene, com sabonete, toalhas descartáveis, papel higiênico e uma toalha de rosto branca para cada músico utilizar no palco. Abastecimento Um camarim básico necessita ser abastecido com água mineral, frutas, café, chá e lanches rápidos em quantidade proporcional ao número de pessoas.
  • 34. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 19: Receptivo e acompanhamento Receptivo É o produtor executivo ou o assistente de produção que recebe os músicos e técnicos na chegada na cidade. Sua função é auxiliar na descarga e na movimentação de bagagem, instrumentos e equipamentos. O receptivo também é responsável por passar as primeiras informações ao produtor e ao artista sobre o evento e encaminhá-los para o transporte local. Facilite o encontro com a equipe. O receptivo deve usar um cartaz com o nome escrito em letras grandes. Também deve verificar, com antecedência, se será necessário contratar carregadores. Acompanhamento É o “guia” que irá coordenar o transporte, hospedagem e alimentação do grupo. Este produtor servirá de canal de informações entre a produção do músico e a produção executiva responsável pela organização do show. Dicas para acompanhamento Tenha em mãos o cronograma com os horários e endereços dos translados; Verifique antecipadamente com o motorista responsável pelo transporte se ele sabe como chegar aos endereços; Tenha em mãos o “rooming list” para auxiliar no “check- in” dos músicos e sua equipe; Informe o que está e o que não está incluso no serviço de alimentação. Agregue valor ao seu trabalho Gentileza: gera gentileza. O ambiente de produção de um show geralmente é tenso. Atitudes gentis criam um ambiente de colaboração muito saudável a todos. Educação: trate todos com educação. Se possível, saiba os hábitos, manias e rotinas das pessoas que irá atender. Agilidade: a demora no retorno de solicitações causa tensão em quem está esperando.
  • 35. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Para um final feliz Saiba quais são suas tarefas e o horários e gentilmente comunique isso ao produtor ou ao artista responsável pelo grupo. Isso facilita a organização, mostra profissionalismo e previne abusos. É uma tarefa aparentemente simples, mas a pessoa que irá executá-la precisa entender que acompanhamento não é momento para tietagem. É uma função para alguém que realmente gosta de lidar com pessoas.
  • 36. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 20: Credenciamento e cortesias A credencial é um sistema de controle de acesso com identificação visual. Facilita a logística da equipe e demonstra organização. O crachá é o mais usual. Você pode confeccioná-los ou comprá-los em livrarias ou gráficas. Também são utilizadas pulseiras para esta finalidade. Se for crachá, deve constar o nome do evento, data (dia/mês/ano), local, função, nome completo e a inscrição “livre acesso”. Se for pulseira, vão os mesmos dados, exceto o nome. Controle de credenciais A credencial é um documento de identificação intransferível. Mas muita gente “transfere” sua credencial para que outros possam entrar “de graça” ou permitir que circulem no backstage. Um antídoto é criar uma relação de todas as pessoas credenciadas. Isso permitirá identificar eventuais desvios na utilização das mesmas. Credencial e cortesia não são a mesma coisa. Credencial permite livre acesso para trabalhar. Cortesia permite assistir ao show sem pagar. Nome na lista O produtor executivo pode utilizar listas. De preferência, faça duas: uma para credenciamento e outra para cortesia. Quem usa credencial? Quem irá trabalhar: músicos e equipe, produtores do show e fornecedores de serviços. Para quem se destinam as cortesias? Uma sugestão de prioridades: patrocinadores, apoiadores, profissionais da comunicação, produtores culturais e profissionais do mercado musical.
  • 37. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Muitas vezes, a bilheteria é a única fonte de receita financeira do projeto. Para que um show independente seja sustentável é fundamental combater exageros na distribuição de cortesias. Familiares e amigos que valorizam o seu trabalho pagam ingresso. Crachás e pulseiras não são títulos de nobreza. Credenciais só devem ser distribuídas para quem irá trabalhar no espetáculo. Cortesias devem ser distribuídas em número limitado e com critérios profissionais.
  • 38. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 21: Bilheteria A bilheteria é o ponto de venda de ingressos. É o primeiro espaço de atendimento ao público espectador de um show. Por isso, é importante ter critérios para escolher quem vai trabalhar nesta função. Isso evita prejuízos na sua imagem e no seu bolso. Critérios para escolha do bilheteiro Honestidade: deve ser uma pessoa extremamente confiável. Todo o dinheiro arrecadado no show irá circular pelas mãos deste profissional; Pontualidade: o bilheteiro deve chegar no horário combinado. Atraso prejudica a venda de ingressos; Postura profissional: bilheteria não é lugar para bater papo, tomar cerveja, escutar música... é um local de atendimento ao público. Noções mínimas de matemática: o bilheteiro deve saber calcular rapidamente o troco. Parece óbvio, mas muita gente se atrapalha e isto ocasiona filas imensas. Dicas: Sempre que possível trabalhe com ingressos com sistemas de segurança. Isso previne fraudes. Para shows de pequeno porte, você pode adquirir um talão de comando de dois corpos em uma livraria. Se não for trabalhar com cheque, coloque um cartaz bem visível com esta informação. Facilite o troco. Providencie uma quantia em dinheiro para o bilheteiro. Oriente-o para que - cordialmente - solicite ao público o pagamento do ingresso com dinheiro o mais trocado possível. Durante o show, conte “a olho” o número de pessoas presentes e anote.
  • 39. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Use o “borderô”. O termo é pomposo, vem do francês “borderaux”, mas nada mais é do que uma tabela para o controle de venda de ingressos. Neste documento, especifique o tipo de ingresso, valores e quantidades vendidas. Veja um exemplo: O ciclo do ingresso O ingresso é composto por duas partes: o canhoto (parte menor que fica no bloco) e a parte destacável. O cliente compra o ingresso e recebe a parte destacável (que será entregue ao porteiro e armazenada em uma urna lacrada). Já o canhoto fica com a bilheteria e auxilia na conferência da venda de ingressos. Horário e quantidade de bilheterias Planeje o horário e o número de pessoas necessárias para o bom funcionamento da bilheteria. Tipo de ingresso Quantidade Valor unitário Valor total Comum 200 R$ 10,00 R$2.000,00 Estudante 100 R$ 5,00 R$ 500,00 Cortesia 30 R$ 0,00 R$ 0,00
  • 40. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 22: Passagem de som Passagem de som ou “sound check” é o momento em que os músicos e a equipe técnica testam instrumentos e equipamentos. Quanto tempo é necessário? Varia conforme o tipo do evento, a agenda dos artistas, as características técnicas do show, entre outros. Se o show acontecer em um teatro, certamente você terá um tempo razoável para a passagem de som. Em um festival, com muitas bandas, o tempo de passagem de som dificilmente ultrapassa os trinta minutos. Espetáculos que envolvem várias trocas de instrumentos, com participações especiais podem necessitar várias horas de passagem de som. É importante lembrar que a passagem de som não é ensaio. Quem passa o som? O som pode ser testado pelo artista, pelos músicos que o acompanham, por toda a banda ou somente pelos roadies. O importante é que os artistas e a equipe saiam satisfeitos com a passagem de som. Isso vai influir na qualidade do show que será apresentado ao público. Necessidades para a passagem de som Palco montado liberado para trabalho: no caso de ter sido locado especificamente para o show; Sistema de som instalado: PA (caixas para o público), monitores (caixas de retorno dos artistas), pedestais e microfones posicionados e conectados na mesa de operação, conforme rider de som e mapa de palco; Sistema de iluminação instalado: lâmpadas posicionadas e respectivos cabos conectados na mesa de operação conforme rider de luz; Backline montado: equipamentos posicionados, praticáveis instalados e instrumentos afinados conforme mapa de palco.
  • 41. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). O que faz o produtor executivo durante a passagem de som? Coordena o horário: sinaliza para as equipes os períodos destinados para cada atividade; Facilita o processo: tem acesso a um telefone e à lista de profissionais envolvidos na passagem de som. Dica importante Tenha em mãos uma cópia impressa do mapa de palco, e os riders de som e luz.
  • 42. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 23: A cobertura do show No dia do show, é comum que produtores iniciantes não dêem atenção aos profissionais da comunicação. É fundamental que o produtor executivo estabeleça redes de apoio que facilitem a divulgação de seus espetáculos. Repórteres, câmeras, fotógrafos, relações públicas, radialistas e outros profissionais da mídia são peças-chave destas redes. Você pode aprender a se relacionar com eles e conseguir uma maior repercussão para o seu trabalho. Por outro lado, muita gente aparece na bilheteria dizendo que é fotógrafo de um jornal ou que trabalha num importante site somente para poder entrar sem pagar. Veja maneiras práticas para lidar com estas situações. O credenciamento Oriente o assessor de comunicação do show sobre o credenciamento de profissionais para a cobertura do show e disponibilidade do artista para a realização de entrevista. Organize e distribua a relação dos credenciados para as pessoas responsáveis pelo controle de acesso ao show (bilheteria, portaria, recepcionista ou segurança). E se o profissional não estiver credenciado? Na hora do espetáculo pode aparecer um profissional sem credencial e seu nome não constar na relação de imprensa. Informe ao profissional que será necessário cadastrar-se para ingressar no show. Solicite documento de identificação do veículo de comunicação, carteira de identidade, telefone de contato e e-mail. Registre as informações em uma planilha e permita o acesso ao local do evento. Direitos de imagem Uma questão importante: informe o que pode ser filmado ou fotografado durante o show, o local onde as imagens devem ser captadas e o tempo máximo para isso. A sala da imprensa Sempre que possível, providencie um local onde os profissionais de mídia poderão ter acesso a telefone e internet.
  • 43. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 24: Segurança Quando você organiza um show independente deve lembrar que está assumindo a responsabilidade legal sobre uma boa parte do que possa acontecer. Logo, vejamos algumas orientações que irão prevenir dores de cabeça. O que precisa de segurança? As pessoas, sempre em primeiro lugar. Além disso, equipamentos, instrumentos, dinheiro (manuseio, armazenagem e transporte), instalações e materiais. Pessoas Para garantir a integridade física dos músicos, equipe técnica e demais profissionais posicione a segurança no palco e seu entorno. Em shows de grande porte é necessário providenciar grades de isolamento. Oriente a segurança para estar atenta com o público, para agir preventivamente (com educação e dentro da lei) e nunca agredir ninguém. Equipamentos e instrumentos Oriente a segurança que vigie o local que for destinado para armazenamento de equipamentos e instrumentos. Dinheiro É usual que o produtor organize a bilheteria e volte somente após o show para fazer o fechamento. Sempre que possível, mantenha uma pessoa da segurança junto à bilheteria. Cuide para que o bilheteiro não fique com muito dinheiro em caixa. Todo o transporte e guarda de valores deve ser acompanhado por alguém da segurança. Instalações e materiais A falta de atenção com as instalações e materiais existentes no local do show pode trazer prejuízos financeiros.
  • 44. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Oriente alguns seguranças para que circulem entre o público, banheiros e demais espaços. O que é melhor: contratar um segurança diretamente ou através de uma empresa? Se você não tem experiência irá correr menos risco se contratar o profissional via uma empresa. Cuidados ao contratar uma empresa de segurança • Peça referências. Fale com quem já contratou os serviços; • Cuidado com empresas que não respeitam a legislação trabalhista; • Dê preferência para empresas que possuem projetos e programas de sociais e culturais. Últimas dicas: • Providencie uma sala para o pessoal da segurança; • Oriente todo mundo que irá trabalhar no show que a guarda de objetos de valor (relógios, celular, carteira, documentos etc.) é de responsabilidade de cada um.
  • 45. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 25: O show vai começar! “A banda passou o som, a bilheteria já abriu, agora vou fazer um lanche e descansar”. Cuidado com este pensamento. Antes de um breve relax, o produtor executivo deve checar algumas informações. Antes do show, verifique... • se o diretor de palco efetuou alguma alteração no horário de início, tempo de duração dos shows e ordem das bandas e se os músicos, equipe técnica, apresentador do evento, responsáveis pelo som/luz, produtor executivo da banda e motoristas das vans estão cientes disso; • se todos estão credenciados e se os veículos a serviço do show estão autorizados a utilizar o estacionamento; • se as vias de acesso ao local do evento, palco e camarim estão desobstruídas; • se os técnicos de som (PA e monitor) e luz possuem o repertório (set list) com as informações necessárias; • se os roadies estão avisados do horário de checagem final do palco e afinação dos instrumentos (sugere-se de 10 a 15 minutos antes do horário da banda entrar). • se todos sabem como se comunicar rapidamente durante o show (celular, rádio, deslocamento). Após iniciar o show... • supervisione os trabalhos no palco e oriente os roadies para que auxiliem a comunicação entre os técnicos e os músicos, caso não tenham percebido esta necessidade. Geralmente os músicos solicitam correções no som com a conhecida expressão “mais retorno”; • oriente os técnicos de luz e som (PA e monitor) para que sigam as instruções dos roadies e músicos, caso não tenham percebido esta necessidade; • circule no espaço da platéia e perceba se o público está ouvindo todos os instrumentos e vozes e se é necessário reforçar a segurança em algum local específico;
  • 46. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). • acompanhe o trabalho dos recepcionistas/porteiros para que ninguém permita o acesso de pessoas ao show sem autorização prévia ou pagamento do ingresso; • inspecione o espaço do camarim e solicite que pessoas não credenciadas ou não autorizadas se retirem. Antes de terminar o show... • verifique se o camarim está organizado e limpo. Caso contrário chame o pessoal da limpeza. • oriente a segurança: só é permitido acesso ao camarim com autorização da produção executiva ou do empresário dos músicos; • verifique se os veículos destinados ao transporte dos músicos e técnicos estão no local do evento; • se os acessos para transporte e carga de equipamentos estão livres; • e recolha o dinheiro da bilheteria e as urnas com ingressos. Após terminar o show... ... cumprimente e agradeça aos músicos e às equipes pela dedicação de todos. Mas ainda não acabou. Prepare-se! Vai começar a desmontagem.
  • 47. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 26: Desmontagem do show – parte 1 Um show só termina com etapa de pós-produção. Ou seja, não vá para casa ou caia na farra com os artistas antes de ter certeza de que você já planejou, orientou e acionou as pessoas que irão realizar as atividades de desmontagem. Fechamento de bilheteria • Reúna os bilheteiros no local onde será feito o fechamento. • Rompa o lacre da urna, pegue as partes destacáveis dos ingressos e conte. Apure o número total de ingressos. A quantidade contada deve ser igual ao número de canhotos dos blocos. • Veja quantos ingressos foram vendidos, os respectivos preços e confira se os valores recebidos dos bilheteiros estão de acordo. A única diferença que pode haver está relacionada com as cortesias (ingressos gratuitos) concedidas. • Conferidas as informações, anote no computador ou em um papel. Este resumo demonstrativo do dinheiro arrecadado na bilheteria chama-se “borderô”. Pagamentos Por questão de segurança, sugere-se que os pagamentos sejam feitos no próximo dia útil, em horário comercial, em local seguro. Não sendo possível, oriente a pessoa que irá fazer os pagamentos para os seguintes procedimentos: • Primeiro pague os músicos. Chame o produtor executivo ou músico responsável pela produção executiva da banda e apresente o borderô. Esclareça dúvidas e critérios adotados para a contabilização dos ingressos vendidos. Entregue estritamente o valor acordado em contrato e solicite que seja conferido. Exija a assinatura de um recibo.
  • 48. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). • Pagamento dos fornecedores: pague estritamente o valor acordado em contrato. Horas e serviços adicionais realizados sem autorização prévia não devem ser pagos. Exija a assinatura de um recibo. Acompanhamento da desmontagem da infra- estrutura • Tenha em mãos uma planilha com papel e caneta, para fazer um diário de bordo da desmontagem. Registre os horários de encerramento de cada etapa, o nome do responsável, seu telefone de contato e nome da empresa. • Anote no diário de bordo todo e qualquer fato que julgar importante, tal como queda de objetos do cenário durante o manuseio e transporte, dano nas paredes do teatro etc. Acostume-se a registrar sempre “o quê” aconteceu, “o porquê”, “como”, “quem” fez (nome completo da pessoa e da empresa para qual trabalha) e “onde” ocorreu. Sempre que possível, tire fotos, filme e anexe ao “book” do projeto. Limpeza • Antes de iniciar a limpeza, faça uma vistoria completa no camarim e “backstage” para verificar se os músicos levaram todos os seus instrumentos e equipamentos; • Oriente as equipes de que o serviço deverá ser encerrado até a hora estabelecida para sua conclusão; • Uma hora antes do encerramento, faça uma vistoria nas instalações e solicite correções para os serviços que não estiverem satisfatórios. Lembre-se que se o lugar estiver sujo, o dono do espaço não irá cobrar isso do pessoal da limpeza, mas sim do produtor.
  • 49. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 27: Desmontagem do show – parte 2 Retorno dos músicos O receptivo deve acompanhar os músicos e técnicos até o local onde estão hospedados. Depois, deve acompanhar a saída e o embarque de retorno à cidade de origem. Não é responsabilidade da organização do show providenciar transporte para noitadas, para pessoas que não estejam trabalhando no evento, serviço de despertar para músicos e técnicos, café da manhã fora do horário estabelecido pelo hotel, diária adicional por descuido com horário de saída ou transporte por incidente de atraso. Liberação da equipe de produção É comum no final de um show que todo mundo queira ir embora, algo natural para quem já está exausto com tanto trabalho. O produtor executivo deve ter jogo de cintura para não absorver esta ansiedade. Somente libere as pessoas após conferir se concluíram suas atividades. Sugere-se que uma ou duas pessoas da equipe fiquem até o final com o produtor executivo, para auxiliar a resolver imprevistos que porventura possam surgir. Entrega do espaço Se um show ocorrer em uma casa noturna ou teatro, o produtor executivo geralmente faz a entrega do espaço logo após desmontar toda a infra-estrutura. Há situações em que a entrega ocorre no dia seguinte. Em ambas as situações, sugere-se que seja feita uma comunicação por escrito informando a data, horário da entrega, condições do espaço, nome completo, RG e telefone do funcionário que está recebendo. Isso evita que o produtor seja responsabilizado por danos ocorridos após a entrega do espaço.
  • 50. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Reunião de avaliação Durante as etapas de pré-produção e produção o produtor executivo deve estar atento e tomar nota do feedback do público, equipe, músicos, técnicos, dono e funcionários do espaço, patrocinadores, imprensa e prestadores de serviços. Após a entrega do espaço é importante fazer uma reunião de avaliação com os demais organizadores para trocar estas informações e ver o que pode ser melhorado no próximo show. Registro do projeto Monte uma pasta física ou virtual. Guarde nela a ata da reunião de avaliação junto com as principais informações utilizadas para organizar o show. Desta forma, você poderá mensurar seus avanços.
  • 51. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Fascículo 28: Concluindo Algumas dicas finais para que você possa ampliar o seu aprendizado como produtor executivo de shows e, futuramente, como produtor cultural. Tesão Um produtor deve sentir prazer pelo que faz. Não se obrigue a fazer algo que você não curte. Comece a construir sua carreira Nenhuma profissão é moleza, muito menos a de produtor executivo de shows. Se realmente você sente tesão por este trabalho, é importante estar disponível para a luta, “dar a cara para bater”, arriscar. Comece já. Sustentabilidade Procure sempre trabalhar em shows que contribuam para o seu sustento. A ansiedade gerada por dificuldades financeiras faz com que as pessoas desistam de trabalhar como produtores. Qualidade de vida Alguém um dia inventou que trabalhar com shows é um constante estresse e muitas pessoas têm acreditado nisso até hoje. Para mim, a maior parte do stress que acontece em um show vem da falta de organização e profissionalismo de quem trabalha nele. Se ao trabalhar em um show você proporciona que várias pessoas ampliem sua qualidade de vida pelo contato com a música, sua atividade também deve proporcionar qualidade de vida para você. Respeito às diversidades A produção de shows propicia o contato com músicos e técnicos de várias faixas etárias, de diferentes lugares, culturas e etnias, com opções políticas, religiosas e sexuais diferentes da sua. Aproveite para aprender e melhorar sua formação humana.
  • 52. ALÊ BARRETO DA INDEPENDÊNCIA COLEÇÃO “O PRODUTOR CULTURAL INDEPENDENTE”: APRENDA A ORGANIZAR UM SHOW Autor: Alexandre Barreto. Edição e revisão: Rodrigo dMart. Ilustração: Yara Baungarten. O conteúdo está sob licença http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br (Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma Licença 2.5 Brasil). Colaboração Experimente construir o seu trabalho através de uma cultura de colaboração. O aprendizado não tem limites Assim como eu e muitas outras pessoas, você está começando a trabalhar na área cultural através da organização e produção de shows musicais. Mas você não precisa parar aí. Avalie constantemente sua carreira, ouça sua intuição e não hesite em traçar novos mapas e percorrer novos caminhos rumo ao seu aprendizado.