A Amazônia é uma região natural da América do Sul definida pela bacia do rio Amazonas, coberta principalmente pela Floresta Amazônica. O rio Amazonas nasce nos Andes e atravessa nove países, sendo o maior rio do mundo em volume de água. A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do planeta e abriga grande biodiversidade, porém vem sofrendo com desmatamento para agricultura e pecuária.
1. Amazônia
Mapa da ecoregião da Amazônia. Os limites da ecorregião amazônica são
mostrados em amarelo. Imagens: NASA
A Amazônia é uma região natural da América do Sul, definida pela
bacia do rio Amazonas e coberta em grande parte por floresta tropical
- a Floresta Amazônica (também chamada de Floresta Equatorial da
Amazônia ou Hiléia Amazônica) - a qual possui 60% de sua cobertura
em território brasileiro. A bacia hidrográfica da Amazônia possui muitos
afluentes importantes tais como o rio Negro, Tapajós e Madeira, sendo
que o rio principal é o Amazonas, que passa por outros países antes de
adentrar em terras brasileiras. O rio Amazonas nasce na cordilheira
dos Andes e estende-se por nove países: Bolívia, Brasil, Colômbia,
Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. É
considerado o rio mais volumoso do mundo.
No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é
delimitada por uma área chamada quot;Amazônia Legalquot; definida a partir
da criação da SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da
Amazônia), em 1966.
É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa
49,29% do território, sendo o maior bioma terrestre do país.
Uma área de seis milhões de hectares no centro de sua bacia
hidrográfica, incluindo o Parque nacional do Jaú, foi considerada pela
UNESCO, em 2000 (com extensão em 2003), Patrimônio da
Humanidade.
2. Etimologia
O nome Amazônia deriva de quot;amazonasquot;, mulheres guerreiras da
Mitologia grega. Segundo a lenda, as amazonas pertenciam a uma
tribo, comandada por Hipólita, que não aceitava homens: as crianças
de sexo masculino eram mortas ao nascer. Amazona significa a=sem,
mazôn=centro ou sem centro, em grego. Quando Francisco de
Orellana desceu o rio em busca de ouro, descendo os Andes em 1541,
deparou-se com as índias icamiabas. A belicosa vitória das icamiabas
contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi narrado ao rei
Carlos V, o qual, inspirado nas guerreiras hititas ou amazonas, batizou
o rio de Amazonas. Amazonas é o nome dado pelos gregos às
mulheres guerreiras. O termo Amazônia, no sentido de região, foi
utilizado pela primeira vez em O Paíz das Amazonas, do Barão Santa
Anna Néri (1899).
Geografia
Ecossistemas
A Amazônia é constituída pelos seguintes ecossistemas:
-Floresta ombrófila densa (a chamada Floresta Amazônica);
-Floresta ombrófila aberta;
-Floresta estacional decidual e semidecidual;
-Campinarana;
-Formações pioneiras;
-Refúgios montanos;
-Savanas amazônicas;
-Matas de terra firme;
-Matas de várzea;
-Matas de igapós;
-Flora e Fauna.
Estes ecossistemas estão distribuídos em 23 eco-regiões, abrangendo
os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e
pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Inclui também
zonas de transição com os biomas vizinhos, cerrado, caatinga e
pantanal.
Rio Amazonas
O Rio Amazonas é um grande rio sul-americano que nasce na
Cordilheira dos Andes, no lago Lauri ou Lauricocha, no Peru e desagua
3. no Oceano Atlântico, junto à Ilha do Marajó, no Brasil. Ao longo de seu
percurso ele recebe os nomes Tunguragua, Marañón, Apurímac,
Ucayali, Solimões e finalmente Amazonas. Por muito tempo se
acreditou ser o Amazonas o rio mais caudaloso do mundo e o segundo
em comprimento, porém pesquisas recentes o apontam também como
o rio mais longo do mundo. É o rio com a maior bacia hidrográfica do
mundo, ultrapassando os 7 milhões de km², grande parte deles de
selva tropical.
Ima
gem de satélite do rio Amazonas
A área coberta por água no Rio Amazonas e seus afluentes mais do
que triplica durante as estações do ano. Em média, na estação seca,
110.000km² estão submersas, enquanto que na estação das chuvas
essa área chega a ser de 350.000 km². No seu ponto mais largo atinge
na época seca 11km de largura, que se transformam em 45km na
estação das chuvas.
Bacia do Rio Amazonas
A bacia do rio Amazonas envolve todo o conjunto de recursos hídricos
que convergem para o rio Amazonas. Essa bacia hidrográfica faz parte
da região hidrográfica do Amazonas, uma das doze regiões
hidrográficas do território brasileiro.
4. A bacia amazônica abrange uma área de 7 milhões de km²,
compreendendo terras de vários países da América do Sul (Peru,
Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia e Brasil). É a maior
bacia fluvial do mundo. De sua área total, cerca de 3,8 milhões de km²
encontram-se no Brasil, abrangendo os estados do Acre, Amazonas,
Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá.
Mapa mostrando o trajeto do rio Amazonas, seus principais afluentes e a área
aproximada de sua bacia hidrográfica.
A bacia amazônica é formada pelo rio Amazonas e seus afluentes.
Estes estão situados nos hemisférios sul e norte do globo e, devido a
esse fato, o rio Amazonas tem dois períodos de chuvas.
Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica é a floresta equatorial que forma a maior parte
da Amazônia. É uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A
hiléia amazônica (como a definiu Alexander von Humboldt) possui a
aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas
a aproximadamente 50 metros do solo.
A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com
que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como
os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior
parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as
copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Não existem animais de
grande porte, como nas savanas. Entre as aves da copa estão os
5. papagaios, tucanos e pica-paus. Entre os mamíferos estão os
morcegos, roedores, macacos e marsupiais.
Imagem de satélite da Floresta Amazônica.
O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada
de nutrientes. Apesar disso, a flora e fauna mantêm-se em virtude do
estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O
aproveitamento de recursos é ótimo, havendo mínimo de perdas. Um
exemplo claro disso está na distribuição acentuada de micorrizas pelo
solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes que
escorrem a partir da floresta, com as chuvas. Também forma-se no
solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos
que rapidamente são convertidos em nutrientes e aproveitados antes
da lixiviação
A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas
copas, faz com que grande parte da fauna ainda seja desconhecida..
A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora
Brasiliensis (40 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco
que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século
XIX.
6. Ameaças x Proteção
Experiências de Colonização
Moradia típica da população ribeirinha na Amazônia brasileira
A grosso modo, as experiências de colonização da Amazônia brasileira
podem ser divididas em quatro fases:
1. durante o período colonial, os jesuítas instalaram missões na
região, que visavam inicialmente à catequese dos índios, mas
também à exploração das chamadas drogas do sertão. Também
foram desenvolvidas algumas tentativas (desastrosas) de cultivo
baseado em padrões europeus, o que promoveu esgotamento
dos solos e colheitas muito irregulares;
2. ainda no império de D. Pedro II, muitos nordestinos vitimas das
secas(principalmente do Ceará), imigraram para a região para
agilizar o ciclo da borracha, o que se estendeu até a República
nos primeiros anos do século XX: com o desenvolvimento do
setor automotivo e de bens industriais que dependiam da
borracha, o látex amazônico foi explorado intensamente por
empresas nacionais e multinacionais. O ciclo terminou quando a
produção no Sudeste Asiático tornou-se mais barata que a
amazônica;
3. durante a segunda guerra mundial os Estados Unidos
necessitava do látex do Brasil. Com a assinatura dos Acordos de
Washington o governo de Getúlio Vargas organiza uma
campanha, no qual mais uma vez os nordestinos vítimas das
7. atrocidades da seca imigram para a região. Esta campanha foi
coordenada e centalizada por uma instância federal, o Serviço
Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia -
SEMTA, com o apoio financeiro dos Acordos de Washington e a
mão de obra dos nordestinos agilizou-se assim o Segundo Ciclo
da Borracha.
4. nos últimos 50 anos o governo brasileiro vem tentando integrar
o território amazônico com uma série de iniciativas que recebem
muitas críticas dos especialistas e da comunidade internacional;
inclusive algumas experiências de agricultura em modelo
europeu e a instalação da Zona Franca de Manaus, um centro
industrial em meio à floresta.
Mais recentemente tem havido iniciativas governamentais de criação
de reservas extrativistas, como as do Acre e da Terra do Meio.
Entretanto, como em várias outras áreas da Amazônia Legal, estas
também têm sofrido com agressões ambientais de madeireiros e
grandes latifundiários.
Causas do Desmatamento na Amazônia
70% da terra anteriormente coberta por florestas na Amazônia, e 91%
da área desmatada desde 1970 é usada para pastagem. Além disso, o
Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de soja (depois
dos EUA), majoritariamente para alimentação de animais, e à medida
que a demanda pela soja sobe, plantadores de soja quot;sobemquot; para o
norte, em direção às áreas de florestadas.
A taxa anual de desmatamento na Amazônia cresceu de 1990 a 2003
devido a fatores locais, nacionais e internacionais. 70% da área
anteriormente coberta por floresta, e 91% da área desmatada desde
1970, é usada como pastagem. Além disso, o Brasil é atualmente o
segundo maior produtor global de soja (atrás apenas dos EUA), usada
majoritariamente como ração para animais. À medida que o preço da
soja sobe, os produtores avançam para o norte, em direção às áreas
ainda cobertas por floresta. Pela legislação brasileira, abrir áreas para
cultivo é considerado ‘uso efetivo’ da terra e é o primeiro passo para
obter sua propriedade. Áreas já abertas valem 5–10 vezes mais que
áreas florestadas e por isso são interessantes para proprietários que
tem o objetivo de revendê-las. Segundo Michael Williams, “O povo
brasileiro sempre viu a Amazônia como uma propriedade comunal que
pode ser livremente cortada, queimada e abandonada.” [ A indústria da
soja é a principal fonte de divisas para o Brasil, e as necessadades dos
produtores de soja têm sido usados para validar muitos projetos
controversos de infra-estrutura de transportes na Amazônia. As duas
primeiras rodovias, Belém-Brasília (1958) e Cuiaba-Porto Velho
8. (1968), eram, até o fim da década de 1990, as duas únicas rodovias
pavimentadas e transitáveis o ano inteiro na Amazônia Legal.
Costuma-se dizer que essas duas rodovias são o cerne de um ‘arco de
desmatamento’. A rodovia Belém-Brasília atraiu cerca de 2 milhões de
colonizadores em seus 20 primeiros anos. O sucesso da rodovia Belém-
Brasília em dar acesso à Amazônia foi repetido com a construção de
mais estradas para dar suporte à demanda por áreas ocupáveis. A
conclusão da construção das estradas foi seguida por intenso
povoamento das redondezas, com impactos para a floresta.
Cientistas usando dados de satélites da NASA constataram que a
ocupação por áreas de agricultura mecanizada tem tornado-se,
recentemente, uma força significativa no desmatamento da Amazônia
brasileira. Essa modificação do uso da terra pode alterar o clima da
região e a capacidade da área de absorver dióxido de carbono.
Pesquisadores descobriram que em 2003, então o ano com maiores
índices de desmatamento, mais de 20% das florestas no Mato Grosso
foram transformadas em área de cultivo. Isso sugere que a recente
expansão agrícola na região contribui para o desmatamento. Em 2005,
o preço da soja caiu mais de 25% e algumas áreas do Mato Grosso
mostraram diminuição no desmatamento, embora a zona agrária
central tenha continuado desmatamento. A taxa de desmatamento
pode retornar aos altos níveis de 2003 à medida que a soja e outros
produtos agrícolas voltam a se valorizar no mercado internacional. O
Brasil tornou-se um líder mundial na produção de grãos, incluindo a
soja, que totalizam mais de um terço do PIB brasileiro. Isso sugere que
as altas e baixas dos preços de grãos, carne e madeira podem ter um
impacto significativo no destino do uso da terra na região.
Unidades de Conservação
O SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza)
contém várias unidades de conservação nos estados ocupados pela
Amazônia. Entre as de proteção integral existem dez Parques Nacionais
(além do Jaú) e oito reservas biológicas, entre outros.
Entre as unidades de uso sustentável, estão as reservas extrativistas.
Os programas de uso sustentável são em grande número,
desenvolvidos por ONGs em parceria com o poder público e com as
próprias populações tradicionais, acostumadas ao uso sustentado dos
recursos naturais. Surgem iniciativas como a Escola da Floresta, no
Acre, para formar técnicos em floresta e agrofloresta.
Cultura
9. Lendas
Diversas são as lendas sobre a Amazônia. A lenda do Eldorado e do
lago Parima, que supostamente estaria ligada à fonte da juventude,
provavelmente refere-se à existência real do lago Amaçu, que tinha
uma pequena ilha coberta de xisto micáceo, material que produz forte
brilho ao ser iluminado pelo Sol e que produzia a ilusão de riquezas aos
europeus.
Sotaques
A Amazônia brasileira apresenta, de forma geral, dois sotaques: um
tradicional e outro trazido pelos migrantes advindos principalmente em
decorrência das grandes rodovias construídas a partir de 1960.
tradicional: forte presença do português europeu misturado a
•
palavras e pronúncias das línguas indígenas tradicionais,
formando expressões onde o s e o r são pronunciados de forma
semelhante aos s e r do Rio de Janeiro; presença marcante dos
verbos conjugados em concordância na segunda pessoa, i.e., tu
fizeste, já almoçaste?, já abriste o presente que mandaram para
ti? Está presente em quase toda a Amazônia, inclusive nas duas
metrópoles (Belém e Manaus) e nas regiões onde a degradação
ambiental não é muito acentuada.
sotaque dos migrantes: está presente principalmente no
•
chamado Arco do Desmatamento (região em formato de meia-
lua que vai do Oeste do Maranhão, passando por Tocantins, Sul
do Pará, Mato Grosso até Rondônia), constitui-se como uma
miscelânia de sotaques, principalmente de maranhense, mineiro,
gaúcho, goiano e outros de várias regiões brasileiras. Têm como
marca o s pronunciado de forma semelhante ao s de São Paulo e
diferencia-se do sotaque tradicional por soar de uma maneira
mais caipira.
Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia
http://indoafundo.com